Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Estrutura e Metodologia.
10
Cf. WERNER, S., Socratic Satire: An Essay on Diderot and Le Neveu De Rameau; ALLISON, D. ROBERTS,
M. S. (ed.), Sade and the narrative of transgression; NEMO, Ph., La belle mort de l’atheisme moderne.
11
O Dialogue entre um prêtre et um moribond de Sade seria apenas seu exemplo mais evidente.
12
Cf. FOUCAULT, M., Les mots et les choses. O capítulo IX do livro, “L’homme et ses doubles”, é, sob esse
aspecto, o mais significativo.
investigação orientada, o menos possível, pelo privilégio do discurso da racionalidade.
Com isso, é a própria razão que se apresenta sob novas perspectivas.
Em segundo lugar, esse trabalho mais amplo se complementa significativamente
pelos estudos de caso apresentados. Nesses, uma leitura exegética conduziria o
horizonte mais amplo do século XVIII às condições de sua realização enquanto
experiência – cultural, mas, mais especificamente, de pensamento. Não se trata aqui,
contudo, de uma denomenologia da alteridade. O que se pretende, antes, é identificar os
nexos de continuidade entre a particularidade e a universalidade do Outro no século das
Luzes, sublinhando as transformações operadas em torno do sentido da racionalidade na
passagem entre esses dois níveis. A experiência é abordada, portanto, não como
condição matriz de inteligibildade do mundo, mas como efeito histórico. Ao
investigarmos os textos de Diderot, procurando assinalar a questão da cegueira como
ponto de vista – assim como no caso dos textos de Hume (ou sobre ele) e o problema da
morte, ou de Kant e a representação do Ungeheuer – não se pretende afirmar que a
experiência do Outro se sobrepõe à do Mesmo da Razão, mas, de modo mais complexo,
que Outro e Mesmo constituem-se aqui, mutuamente, enquanto experiência
historicamente determinada.
Pode-se notar, com isso, a importância do aspecto histórico e historiográfico na
constituição das hipóteses da pesquisa. Se, por um lado, evidentemente, não se trata de
esgotar o problema da historicidade da razão, por outro, um certo número de trabalhos
históricos – capazes de relacionar aspectos conceituais a aspectos materiais e culturais –
nos permite evitar a universalização do sentido da filosofia na modernidade. Os
problemas erguidos por Robert Darnton, Roger Chartier e Jonathan Israel podem ser
citados como exemplos dessa abordagem, embora uma avaliação mais detalhada do
conjunto bibliográfico nesse sentido seja parte da execução do projeto. Esses trabalhos
circunscrevem, assim, um recorte histórico-conceitual que baliza os desenvolvimentos
da pesquisa e, colocados sob o mesmo estatuto epistemológico que o discurso filosófico,
acabam por evidenciar complexidades antes insuspeitas no processo de construção da
identidade da racionalidade moderna.
Bibliografia.
ALLISON, D. ROBERTS, M. S. (ed.), Sade and the narrative of transgression,
Cambridge: Cambridge University Press, 1995.
ANTOGNAZZA, M. R., “Revealed Religion: The Continental European Debate” In.:
HAANKOSSEN, K. (ed.), The Cambridge History of Eighteenth-Century
Philosophy, vol. 2, Cambridge: Cambridge University Press, 2006.
BORNHEIM, G., “O bom selvagem como philosophe e a invenção do mundo sensível”
In.: NOVAES, A. (org.), Libertinos libertários, São Paulo: Companhia das
Letras, 1996.
CHARTIER, R., Les origines culturelles de la Révolution Française, Paris: Seuil, 1990.
DARNTON, R., The Business of Enlightenment – a publishing history of the
Encyclopédie, 1775-1800, Cambridge: Harvard University Press, 1979.
DIECKMAN, H., Le philosophe; texts and interpretation, St. Louis: University of
Michigan Press, 1948.
DUMARSAIS, C. C., verbete “Philosophe” In.: Encyclopédie , ou Dictionnaire
raisonné des sciences, des arts et des métiers, vol. 25, Genève: Jean-Léonard
Pellet, 1779.
FISCHER, K., Geschichte der neueren Philosophie, Bd. 3, Heidelberg: Friedrich
Bassermann, 1869.
FORCE, J., “Hume’s Interest in Newton and Science” In.: Hume Studies, vol. XIII, n. 2.
FOUCAULT, M., Les mots et les choses, Paris: Gallimard, 1966.
ISRAEL, J., Radical Enlightenment – Philosophy and the making of modernity, 1650-
1750, Oxford: Oxford University Press, 2001.
NEMO, Ph., La belle mort de l’atheisme modern, Paris: PUF, 2012.
RITTER, H., Geschichte der Philosophie, Bd. 12, Hamburg: Friedrich Petter, 1853.
SHANKULA, H. A. S., John Locke : Ideas, Knowledge, and the Limits of Science: A
Historico-philosophical Examination of Some Aspects of An Essay Concerning
Human Understanding, Toronto: University of Toronto Press, 1976.
SHEA, L., The cynic enlightenment : Diogenes in the salon, Maryland: The John
Hopkins University Press, 2010.
STEWART, L., “The Trouble with Newton in the Eighteenth Century” In.: FORCE, J.
& HUTTON, S. (ed.), Newton and Newtonianism – New Studies, New York:
Kluwer, 2004.
WERNER, S., Socratic Satire: An Essay on Diderot and Le Neveu De Rameau,
Alabama: Summa, 1987.
WOJCIK, J. W., Robert Boyle and the Limits of Reason, Cambridge: Cambridge
University Press, 1997.