Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Em síntese, há quem decide os tipos de intervenção e como fazê-las (o Estado e todo o seu
aparato legal e institucional), há os especialistas encarregados de orientar essas decisões e de
pensar os melhores meios para aplicá-las. E há os usuários de fato da língua, que podem ser
ou não democraticamente consultados participando da decisão. Devem ser convencidos e/o
levados a aceitarem as decisões tomadas. O ensino, as mídias e o mundo administrativo/do
trabalho desempenham papel fundamental nisso.
Nesse processo, primeiramente, é fundamental definir qual é o ambiente linguístico para então
compreender a situação que se pretende alterar. Assim, é de grande importância observar
quais? como? Onde?... as línguas são faladas e quais as intervenções que são feitas pelos
falantes desta língua (in vivo). Posterior a essa exploração, é proposta intervenções para
consolidar a política linguística adotada (in vitro). Uma outra questão-chave a ser estabelecida
pelos instrumentos linguística é considerar o princípio da territorialidade, a língua que deve
prevalecer é a do território, e o princípio da personalidade, a língua que deve prevalecer é a
língua falada pela pessoa. Essa definição é de suma importância em questões jurídicas. Os
casos da Bélgica e da França, por exemplo, são extremos opostos.
Desta forma, os equipamentos linguísticos são desenvolvidos tanto para capacitar uma língua
para determinada função quanto para protegê-la da invasão de outra, esse segundo caso é mais
comum de acontecer com o léxico. Bem como, fazem-se necessárias, as leis linguísticas que
legislam sobre a forma, o uso e a defesa de uma determinada língua.
Atualmente, o Italiano é uma língua reconhecida pela sua expressiva tradição literária, sendo
reconhecido como língua oficial da Itália, por vezes, suprime as demais línguas faladas no
território italiano, diminuindo-os a condição de dialetos – meras variações do Italiano padrão.
Observam-se em seus critérios para a eleição do falar digno de se tornar o vulgar itálico a
predileção pela língua escrita. São, justamente, aqueles reconhecidos por uma literatura
abastada e ilustres poetas que se destacam aos olhos de Dante, que procurava algo iluminado,
ilustre, digno das cortes e com regras bem definidas. Ele próprio reconhece a artificialidade da
sua proposta, contudo a sua defesa por critérios literários acaba por influência de forma
marcante discursões posteriores.
Após a unificação da Itália, com o Tratado de Latrão, o Estado espalhou, por meio do sistema
educacional, a variedade toscana, língua nativa de menos de 3% da população. Houve um
projeto de tentativa de criação de uma identidade nacional e legitimação de uma cultura
erudita para a nação-estado que se perpetuou ainda mais com o regime fascista.
A Península Itálica, habitada por diversos povos pré-romanos com suas diversas modalidades
linguísticas, durante séculos foi palco de batalhas decisivas que marcaram todo o mundo
oriental. Sendo o centro cultural do Império Romano, restou deste período a memória de um
forte império. O que hoje conhecemos como Itália possui em seu território cicatrizes por onde
é possível resgatar um enorme legado cultural, especialmente através dos diversos
monumentos remanescentes do vasto território romano.
No contexto italiano, a afirmação de uma língua estandardizada surgiu em resposta à
realidade multilíngue da Península Itálica, em uma proposta respaldada pela mentalidade do
monolinguismo como normalidade e da afirmação do nacionalismo, que esconderam
interesses pouco altruístas, a simplificação de uma realidade complexa em prol da afirmação
do estado Italiano.
REFERÊNCIAS