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“On the eve of the Passover Yeshu was hanged. For forty days before the execution
took place, a herald went forth and cried, ‘He is going forth to be stoned because he has
practiced sorcery and enticed Israel to apostasy. Any one who can say anything in his favour,
let him come forward and plead on his behalf.’ But since nothing was brought forward in his
favour he was hanged on the eve of Passover.” The Babylonian Talmud, trans. I. Epstein
(London: Soncino, 1935), 27:281.
Rabbi Abahu disse: Se um homem vos disser: “Sou Deus” é um mentiroso; se disser:
“sou filho do homem” a gente acabará por se rir dele; se disser: “subirei ao céu” di-lo-á mas
não o cumprirá. Talmud, Jerusalem Taanith 65 b.
Não sabemos se esta identificação com a divindade terá sido explícita na
mente do próprio Jesus ou propalada pelos discípulos a partir de interpretações
erradas da sua qualidade de “filho de Deus” mas sabemos que esta suposta
identidade de Jesus como Deus foi criticada pelos judeus desde muito cedo
fazendo parte da peça acusatória da paixão de Jesus.
They say unto him: He is a sorcerer, and by Beelzebub the prince of the devils he
casteth out devils, and they are all subject unto him. (…) Pilate saith to the Jews: Wherefore
should he die? The Jews said: Because he called himself the Son of God, and a king. -- The
Gospel of Nicodemus
Ora, é bem mais lógico confiar nas improbabilidades naturais, de que a
magia é feita, do que ter fé em impossibilidades metafísicas gratuitas!
Enquanto a crença no miraculoso se limitar a factos quase improváveis,
mas ainda assim plausíveis, até podemos aceitar que uma definição relativista do
impossível metafísico possa coexistir com milagres no plano tanto do razoável
quanto no da fé! No entanto, admitir impossibilidades metafísicas que pretendam
subverter as constantes absolutas da ordem física como qualquer uma que, por
exemplo, implicasse a possibilidade do “motor eterno”, é nem mais nem menos
do que transformar o absurdo em critério de fé, e isso é lá para quem quiser
padecer de “loucura divina” e acreditar em soluções sobrenaturais para as
dificuldades da existência, mas não para uma pessoa de bom senso nem sequer de
senso comum. Contrariar a razão e ir contra a sabedoria é “pecado contra o
espírito santo” e isso não tem perdão entre gente de “boa fé”! Quem gostar de
permanecer com os pés bem assentes no chão, enquanto se tiver que viver neste
mundo das impiedosas leis naturais, o milagre absoluto deve ficar reservado para
depois da morte!
Na verdade, de todas as leis física conhecidas, a da “morte térmica por
entropia termodinâmica” é a mais inexorável pelo que a crença numa
ressurreição física literal implica muito mais “loucura divina” e “pecado contra o
espírito santo” do que acreditar na transgressão da lei biológica da “omnia célula
ex célula” perpetrado pelo dogma a virgindade perpétua de Maria!
Obviamente que, por definição, a existirem, os milagres absolutos
deveriam ser totalmente óbvios e clarividentes e nunca deveriam necessitar de
crentes voluntariosos para os promoverem nem de truques lógicos para os
defenderem como mistérios insondáveis de fé. De facto, pensar que Deus possa
necessitar da ajuda humana para se justificar é uma blasfémia contra a
omnipotência divina!
Ignorar que, factos muito antigos e mal documentados serão, só por si, de
historicidade controversa e que, em particular, a polémica crucificação de Jesus
esteja acima de qualquer suspeita de incorrecção técnica é de facto dogmatismo
pastoral de “má fé” e não é nem sabedoria nem saber de ciência feita! O erro
principal da argumentação apostólica tradicional é o de esta utilizar a ciência e a
lógica apenas enquanto esta se presta a entorses oportunas que justifiquem os
dogmas que professa esquecendo a probidade intelectual e o amor `a verdade que
impõe a obrigação de levar a racionalidade até às últimas consequências e o uso
rigoroso de toda a ciência experiemental disponível.
Depois, há que ser honesto e reparar que a probabilidade de Jesus ter
sobrevivido à cruz é afinal duma alta probabilidade já que as 3 horas que Jesus
esteve nela não terão sido suficientes para lhe provocarem a morte! De resto,
Jesus seria uma pessoa robusta como soía acontecer ao comum dos mortais
sujeitos à rudeza da Palestina do seu tempo. Por outro lado, mestre como seria
nas artes de curar natural seria que Jesus se tivesse preparado com mezinhas
naturais para a provação da paixão!
Ora, temos nos Evangelhos provas bastantes de que isso aconteceu no
“Getsémani”!