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A aceleração do tempo e o declínio

da experiência na contemporaneidade

The acceleration of time and the decline of contemporary


experience

Resumo Com base no conceito de tempo social, apresentado por Nobert


Elias, este ensaio investiga os impactos da acentuada aceleração tempo-
ral vivenciada na contemporaneidade, a partir de três secções distintas.
Na primeira, discutiremos como o ethos da sociedade ocidental – que
Elaine Moraes Santos
superestima as experiências ancoradas no “aqui-agora”, no provisório
Universidade de
e no instantâneo – tem provocado novas reconfigurações da subjetivi- São Paulo – USP
dade, comprometendo padrões significativos na relação tridimensional
estabelecida pelo passado, presente e futuro. Na segunda, entendere-
mos como o desenvolvimento dos processos comunicativos, com ênfase
nos recursos digitais, subtrai os sentidos, e, por conseguinte, contribui
para a aceleração da percepção do tempo. Para esse propósito, a Te-
oria da Mídia, apresentada por Harry Pross, será articulada à Teoria da
tecnoimagem, evidenciada por Vilém Flusser. Por fim, na terceira seção,
serão exibidas reflexões da experiência cotidiana em consonância com o
arcabouço teórico de Hartmut Rosa, representante da Teoria Crítica da
Sociedade repensada sob a ótica da temporalidade.
Palavras chaves: Tempo social. Experiência. Aceleração e contempo-
raneidade.

Abstract Based on the concept of social time, presentation by Nobert


Elias, this essay investigates the impacts of temporal acceleration ex-
perienced in the contemporary world from three different sections. In
the first, we will discuss how the Western society ethos – which overes-
timates as anchored experiences not here-now, without provision and
without snapshot – has provoked new reconfigurations of subjectivity,
compromising significant patterns in the three-dimensional relationship
established by past, present and future. In the second, we understand
how the development of communicative processes, with an emphasis
on digital resources, subtract the senses, and, consequently, contribute
to an acceleration of the perception of time. For this purpose, a Theory
of the Media, presented by Harry Pross, will be articulated to the Techno-
-image Theory, evidenced by Vilém Flusser. Finally, in the third section,
reflections of daily experience are presented in consonance with the
theoretical framework of Hartmut Rosa, representative of the Critical
Theory of Society rethought from the viewpoint of temporality.
Key-words: Social time. Experience. Acceleration and contempora-
neity.
Introdução observar os fenômenos periódicos da natu-
reza (o movimento das marés, o dia e noite,

C ompreender como as pessoas se rela- as estações climáticas e assim por diante), os


cionam com o tempo na sociedade con- pensadores da antiguidade acreditavam em
temporânea implica investigação sobre um movimento circular e repetitivo do tempo.
aspectos históricos, sociais e subjetivos que A ideia de um tempo linear surgiu a posteriori
contribuem, ou não, para uma experiência sendo difundido, principalmente, pela religião
autêntica nos dias atuais. Para trazer à tona cristã,1 por um percurso histórico que envolve
alguns questionamentos acerca do assunto, o início em Gênesis e um fim em Apocalipse.
é fundamental conceituar qual a perspectiva Posteriormente, com o desenvolvimento das
de tempo que estamos tratando neste en- sociedades industriais, a percepção do tempo
saio. Desde o início da história do ocidente, a passa a ser controlada e medida por instru-
questão do tempo circula nos debates de uma mentos cada vez mais sofisticados, criando
longa lista de intelectuais e pensadores, que nos indivíduos não apenas uma noção de linea-
buscam defini-lo a partir de diferentes olha- ridade como de tridimensionalidade simbólica
res. A ciência exata, por exemplo, entende ancorada por um passado, presente e futuro.
que a grandeza física rudimentar desse fenô- Contudo, conforme veremos a seguir, essa re-
meno é passível de ser quantificada, medida, lação tridimensional estaria distorcida nos dias
controlada e determinada. Em contraposição, de hoje e uma acentuada aceleração temporal
uma abordagem ontológica, filosófica ou so- vivenciada na contemporaneidade, fixada pri-
ciológica trará aspectos mais subjetivos, qua- mordialmente do tempo presente, estaria pro-
litativos, históricos e imensuráveis a respeito vocando um empobrecimento significativo da
da questão. Na busca de reduzir a cisão entre subjetividade em termos de experiência.
esses saberes, a concepção de tempo aqui
adotada permite uma compreensão do fenô- 1. O tempo social e a experiência
meno a partir das proposições apresentadas tridimensional entre passado,
por Elias (1984), que preconiza o rompimento presente e futuro
dessa dicotomia histórica por meio da con-
cepção sociológica do tempo social. Para o O campo de significados que envolve a
autor, a impossibilidade de coesão entre es- dimensão simbólica da experiência temporal
ses diversos conhecimentos se dá na medida está atrelado a diversos fenômenos presentes
em que tais correntes buscam compreender o no todo social, os quais fazem que essa per-
fenômeno como algo puramente externo ou cepção se altere. Para Oliva-Augusto2 (2002),
interno ao ser humano, sem levar em consi- vivemos um momento em que o passado per-
deração a relação homem-natureza. Partindo deu o poder de determinar o presente e, ao
dessa relação como pressuposto, Elias (1984) mesmo tempo, este presente, está tomado
conceitua o tempo com base em sua função por um alargamento que se sobrepõe ao futu-
social reguladora, que busca o “relacionamen- ro. Logo, as preocupações que pertenceriam
to de posições ou segmentos pertencentes a ao amanhã invadem a experiência atual, e
duas ou mais sequências de acontecimentos” problemas que antes poderiam ser remetidos
(ELIAS, 1984, p. 13). Desse modo, o tempo a um tempo futuro, penetram no presente. É
passa a ser entendido como uma instituição como se o futuro não pudesse mais oferecer
padronizada de acordo com as necessidades um campo livre para a projeção dos desejos,
de organização e interação de determinada
sociedade. Para a maneira de conceber ou vi-
venciar o tempo, não é uma questão biológica
1
In: CARVALHO, S. M. S. Quanto o tempo se torna
linear. Perspectivas. São Paulo, 9/10: 161-168, 1986/87.
ou metafísica, mas se trata de uma dimensão 2
In: OLIVA-AUGUSTO, M. H. Tempo, indivíduo e vida
social que muda ao longo das gerações. No social. Ciência e Cultura, Campinas, v. 54, n. 2, out./
calendário maia (séc. V a.C.), por exemplo, o dez. 2002. Disponível em: <http://cienciaecultura.bvs.
tempo era concebido como cíclico e finito. Ao br/pdf/cic/v54n2/14808.pdf>. Acesso em: 2 mar. 2017.

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pois cada vez mais se encontra obscureci- estaria reduzindo Erfahrüng à Erlebnis, na
do e obstruído pelas exigências impostas no medida em que os saberes coletivos – oriun-
presente. Se observarmos algumas das do- dos de vivências e recordações profundas da
enças de nosso século, como a depressão, a existência humana – têm sido desprezados
ansiedade e o estresse, veremos que muitas em detrimento de vivências individuais, ime-
delas remetem a uma distorção de aspectos diatas e de natureza narcísica.3 Por isso, todo
relacionados à temporalidade e intensidade. processo que permite ao ser humano ir se se-
Por isso, a sociedade contemporânea padece dimentando no mundo estaria comprometido
de uma notável reconfiguração temporal que por essa forma de experiência mais reduzida
acarreta em novas dimensões da experiência e empobrecida. Ainda nesse texto, Benjamin
tempo-espacial que, por conseguinte, reper- sustenta que a experiência se faz da matéria
cutem na instauração de novos modelos de da tradição, pois ela se coloca como um espa-
interação e subjetividade. Conforme sustenta ço-tempo de um tipo peculiar de saber que se
Oliva-Augusto (2002), a nossa percepção em constitui para além do racional.
relação ao tempo tem sofrido uma dissolução
dos elementos que, pelo menos há três sécu- Uma nova forma de miséria surgiu
los, têm constituído a base temporal dos pro- com esse monstruoso desenvolvi-
cessos sociais. Essa constatação sugere estar mento da técnica, sobrepondo-se
em curso uma preocupante ressignificação do ao homem. (...) Pois qual o valor de
tempo que repercute na progressiva desvalo- todo o nosso patrimônio cultural,
rização do passado, na acentuação exagera- se a experiência não mais o vincula
da do presente, e, por consequência, em um a nós? A horrível mixórdia de estilos
obscurecimento da capacidade de se projetar e concepções do mundo do século
um futuro. passado mostrou-nos com tanta
A progressiva desvalorização do pas- clareza aonde esses valores cultu-
sado vem sendo anunciada por diversos te- rais podem nos conduzir, quando
óricos, entre os quais gostaria de destacar o a experiência nos é subtraída, hipó-
filósofo Walter Benjamin. Desde Experiência crita ou sorrateiramente, que é hoje
e pobreza (1933), o autor procede à crítica da em dia uma prova de honradez con-
modernidade ao sustentar que o retraimento fessar nossa pobreza. Sim, é prefe-
da transmissão de experiências – que já vinha rível confessar que essa pobreza de
ocorrendo desde há muito tempo, entrando experiência não é mais privada, mas
em colapso durante a Primeira Guerra Mun- de toda a humanidade (BENJAMIN,
dial – tem provocado não apenas um dis- 1933, p. 115).
tanciamento em relação ao passado, como
também tem diminuído a capacidade de uma Isso posto, compreendemos que, con-
experiência humana autêntica. Para ele, uma forme o mundo moderno foi avançando, o fio
experiência autêntica deve ser compreendida condutor que liga o passado ao futuro tornou-
a partir de duas dimensões que trazem o sen- -se cada vez mais esgarçado, fazendo que os
tido semântico das palavras alemãs Erfahrüng ensinamentos que remetem a uma tradição
e Erlebnis, em que a primeira se refere a uma adquiram o status de ultrapassado e obsole-
dimensão da experiência que abarca um sen- to. Se tomarmos como referência as antigas
tido coletivo e histórico (que se acumula, se sociedades africanas, mais especificamente
prolonga e se desdobra ao longo do tempo) os impérios sudaneses, os anciãos conhecidos
e a segunda se relaciona a uma vivência mais como griots eram pessoas que exerciam certo
individual, fragmentada e cotidiana. Benjamin
(1933) afirma que o homem tem se destituí- 3
O conceito de narcisismo aqui empregado é
do de toda sua herança tradicional e histórica embasado nas primeiras formações de Freud (1914),
para tornar-se liso, frágil e transparente como porém reinterpretado a partir de abordagens mais
um vidro. Assim, o avanço da modernidade contemporâneas, como a de Lasch (1983) e Amaral
(1997).

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prestígio e respeito, por guardar e transmitir trojetivas.4 Quando esses complexos vincula-
uma tradição ancestral, relacionada à história e res se encontram enfraquecidos pelo “ethos”
cultura de um povo. A apropriação do passado social, as bases de sustentação do indivíduo
e o acúmulo de conhecimento eram sinônimos ficam comprometidas em relação à sua inser-
de autoridade e sabedoria. Já nos dias atuais, ção futura em outros âmbitos institucionais
a palavra passado adquire um tom pejorativo, da sociedade. Christopher Lasch, no livro A
relacionado a algo antigo, velho, que deve ne- cultura do narcisismo (1983), aponta que o
cessariamente ser desprezado ou substituído. homem psicológico do século XX nega o pas-
O sistema capitalista global infinito e de sado e tem dificuldade de enfrentar o futuro,
contínua mudança nos remete a uma dimen- acarretando a perda de significado do próprio
são de tempo que, cada vez mais, tem ignora- presente. Portanto, a falta de conexão entre
do o passado para poder se fixar no presente, o que foi e o que está por vir tem propiciado
no novo e no provisório. A crise de autorida- uma experiência no tempo presente destituí-
de, tão discutida nos dias de hoje, representa, da de sentido, tornando o indivíduo cada vez
nesse caso, um dos resultados desse proces- mais vulnerável às exigências externas e mer-
so. Para Hannah Arendt (1979), a noção de cadológicas de um tempo social acelerado e
autoridade desapareceu desde que o mundo distante das necessidades humanas em ter-
moderno rompeu com suas bases greco-ro- mos de subjetividade.
manas, que trazia como herança a valorização
dos ancestrais e das tradições transmitidas 2. O tempo social e a experiência da
de geração em geração. Para essa autora, o tecnoimagem
conceito de autoridade deve ser compreen-
dido a partir desse processo de transmissão, A sociedade contemporânea é marcada
que traz os ensinamentos apreendidos dos por profundas mudanças em um curto espa-
antepassados. Arendt (1979) defende que a ço de tempo. Embora a história da humani-
crise da autoridade pode ser identificada pelo dade seja definida por um processo contínuo
declínio de suas principais bases de sustenta- de transformação, a questão principal aqui
ção, que vem ocorrendo desde o século XX, colocada está relacionada aos efeitos da velo-
com a progressiva evolução da técnica e da cidade que as transformações vêm ocorrendo,
ciência, junto ao rompimento da tradição e da interferindo substancialmente em nossa per-
religião, identificadas, até então, como pilares cepção do tempo. As mudanças vivenciadas
fundamentais para o processo de construção pela geração que nasceu na década de 1980,
e consolidação da História. Para Jamile Bor- por exemplo, que marca o surgimento da inter-
ges Silva, o mundo perdeu seus padrões nor- net no Brasil,5 foram tão intensas e profundas
teadores e agora “as pessoas não sabem mais que muitos estudiosos defendem a concepção
o que fazer nele e com ele” (2004, p. 190).
A crise de autoridade e a ausência de
4
As identificações projetivas e introjetivas são
processos psicológicos que permitem ao sujeito
referências estáveis também revelam efeitos assimilar aspectos do outro para a constituição de sua
no que diz respeito à constituição da subjeti- própria personalidade. Para os estudos da psicanálise,
vidade. Segundo a teoria psicanalítica, a deca- a integração social acontece a partir desses
dência da figura paterna e o enfraquecimento fundamentais mecanismos básicos que permitem um
da instituição familiar acarretam efeitos nos processo de distinção e identificação entre elementos
externos e internos.
processos identificatórios, na medida em que 5
Apesar de algumas iniciativas anteriores, um grande
a sustentação da teoria se baseia na efetiva- projeto que marca o surgimento da internet no Brasil
ção desses laços afetivos e simbólicos. O ló- foi datado em 1988, quando a Fundação de Amparo
cus fundante da constituição psíquica está à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), junto
voltado para processos que envolvem uma à Secretaria Estatal de Ciência e Tecnologia e em
parceria com um centro de Pesquisa Americano,
autoridade paterna, um acolhimento mater- inauguram a conexão em rede em nível acadêmico
no e identificações parentais projetivas e in- e estatal. Contudo, foi somente a partir da segunda
metade da década de 1990 que a internet se tornou
acessível para a população.

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de uma nova era.6 Comparado com todo o envolvem altura, largura e profundidade, cujos
processo de mudança que ocorreu durante a sentidos podem ser explorados. Conforme a
Antiguidade e a Idade Média, a revolução digi- classificação do antropólogo Ashley Montagu
tal parece ter acentuado esse processo, impul- (1971), por meio do corpo e da presença é pos-
sionando de maneira radical um novo modo de sível experimentar os sentidos de proximidade
se comportar, comunicar ou se relacionar com (tato, olfato e paladar), bem como, os sentidos
as pessoas e com o tempo. O filósofo tcheco- da distância (audição e visão).
-brasileiro Vilém Flusser (2008) apresenta uma Por sua vez, a comunicação bidimensio-
“escala de abstração” para argumentar sobre nal ocorre por um processo de mediação es-
a subtração dos sentidos nas dimensões es- tipulado pelas imagens. Para Flusser (2008),
paço-temporais, acarretadas pelas diferentes a humanidade passou por três movimentos
formas de comunicação que foram desenvol- distintos em termos de comunicação – o pré-
vidas ao longo da História. Suas contribuições -histórico que se relaciona ao surgimento das
apontam para uma perspectiva histórica da primeiras imagens; o histórico em que os tex-
linguagem, identificando em cada período um tos superaram o predomínio das imagens; e o
tipo de imagem que medeia comunicação en- pós-histórico, que “seria uma espécie de sín-
tre o homem e o mundo. Em cada processo de tese dos precedentes, composto de imagens
mediação, a escala de abstração se divide em: técnicas  ou  tecno-imagens” (DUARTE, 2011).
tridimensional, bidimensional, unidimensional Seguindo essa acepção, o primeiro código
e nulodimensional. Partindo da mais complexa fundante inventado pela humanidade foram
para a mais sintética, cada processo exibe uma as imagens. A ação de transformar a natureza
dialética interna, que revela perdas e ganhos para satisfazer necessidades primitivas per-
em termos de experiência. mitiu que o homem superasse o imediato7 e
Para compreender melhor esse proces- desenvolvesse capacidades de abstração da
so, retomemos algumas ideias sustentadas imaginação para uma forma de pensamen-
pelo comunicólogo alemão Harry Pross: “Toda to que resultou na mediação pelas imagens.
comunicação humana começa na mídia primá- Em contraposição, o plano das imagens de-
ria na qual os participantes individuais se en- senvolveu um tipo de comunicação bidimen-
contram cara a cara e imediatamente presen- sional, na qual se abstraiu a possibilidade de
tes com seu corpo; toda comunicação humana transmissão da profundidade, sendo possível
retornará a este ponto” (PROSS, 1972, 128). realizar representações apenas em termos
A teoria da mídia apresentada por esse autor de altura e largura. Outro ponto de distinção
exibe semelhanças em relação à proposta de- entre a materialidade tridimensional e a co-
fendida por Flusser (2008). Ambos exploram municação bidimensional é que, na última, o
os processos comunicativos a partir de uma representante imagético pode estar ausente,
perspectiva primária do corpo como forma de ou melhor, não presente de forma concreta.
abstração da experiência. Flusser (2008) argu- Posteriormente, a comunicação unidimensio-
menta que a versão mais complexa da escala nal foi inaugurada com a invenção da escrita,
de abstração seria a tridimensional, que permi- que surgiu no intuito de transformar o código
te ao homem uma experiência com o mundo imagético tradicional em uma estrutura linear
mediada pelo corpo, a partir de dimensões que que serviria para explicar as imagens, buscan-
do retirar delas seu caráter ilusório e alienan-
Nicholas Negroponte (1995) identifica na era digital
6 te. Para Flusser (19868), o ato de escrever des-
uma revolução tecnológica diferente da antiga 7
O imediato nesse contexto adquire um sentido
proposta técnica analógica. Pois, enquanto as Hegeliano (1807) sob a luz do conceito de mediação
tecnologias analógicas têm como menor unidade de (Vermittlung). Nas suas principais obras, entre elas
informação os átomos, as tecnologias digitais têm a Fenomenologia do Espírito (1807), Hegel define o
como unidade os bits, que por meio de combinações conceito de mediação como um processo dialético,
lógicas potencialmente infinitas permitem um em que, a partir da negação, encontra-se a superação
processamento de dados cada vez mais veloz, com do imediato no mediato.
um armazenamento e organização de informações 8
Publicado em Cadernos Rioarte, ano II, n. 5, p. 64-68.
muito mais diversificados e dinâmicos. Manuscrito Arquivo Flusser, Berlim.

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cola o tempo circular e mágico das gravuras externos no processo comunicativo modifi-
(no qual diversas imagens podem compor cam nossa percepção em termos de experi-
ou se sobrepor no mesmo plano) do tempo ência. Enquanto que na mídia primária (por
linear composto por letras que adquirem uma meio do corpo) somos capazes de utilizar to-
relação causal e sequencial quando colocadas dos os sentidos em prol da comunicação, na
sobre traços, pontos e linhas. Essa forma de mídia secundária, aqui compreendida como
comunicação origina o pensamento histórico, a imagem e a escrita, o homem se utiliza de
conceitual e lógico. meios para deixar a marca de “sua presen-
Já na pós-história ou na sociedade pós- ça em sua ausência” (BAITELLO JR., 2014, p.
-industrial, Flusser (2008) identifica um novo 46). Já na mediação terciária, que se dá por
predomínio das imagens, porém com um cará- meio da tecnoimagem, é com a inteligência
ter diferente das tradicionais, pois a mediação dos próprios aparelhos que passamos a codi-
se dá por meio de aparelhos. Esse novo tipo ficar ou decodificar os símbolos. Tanto a mídia
de imagem, muito diferente dos primórdios, secundária quanto a terciária são utilizadas
pretende traduzir os códigos lineares eviden- enquanto extensões ou prolongamentos do
ciados na escrita, a partir de uma linguagem corpo, capazes de superar as limitações re-
computacional matemática programada. Tra- lacionadas ao tempo, espaço e intensidade.
ta-se de um “processo circular que retraduz os Entretanto, embora esses recursos facilitem
textos em imagens”, porém, sob a forma de tais processos, torna-se relevante questionar
imagens técnicas (FLUSSER, 2008, p. 78). Ou até que ponto eles subtraem nossos sentidos
seja, as tecnoimagens devem ser reconheci- e capacidade de abstração da experiência. O
das como um produto indireto dos textos que status temporal presente em cada mídia se
possuem uma posição histórica e ontológica exibe da seguinte forma para Pross (1972): na
diferente das imagens tradicionais. Enquan- primária, o tempo se dá no presente em um
to as primeiras imagens eram construídas na espaço definido pela presença, enquanto que
relação direta entre o homem e a realidade na mídia secundária o tempo é mais lento,
fenomênica, as imagens técnicas são represen- pois o ato de escrever e ler necessita de um
tadas por aparelhos científicos previamente processo longo de reflexão, decodificação e
programados por determinados padrões de apreensão das palavras. Quanto à mídia ter-
funcionamento. Destarte, Flusser (2002) faz ciária, o tempo passa de maneira acelerada e
um alerta em relação ao complexo sistema de o espaço é superado pela virtualidade, já que
virtualidades que compõem o aparelho e que, “se eliminam os problemas espaciais da gravi-
na maioria das vezes, não são assimiladas por dade e concretude”, no qual o real e o virtual
seus operadores, que se encontram submeti- atuam simultaneamente (BAITELLO JUNIOR;
dos ao fascínio e poder mágico da superficia- NAVARRETE, 2017, p. 110).
lidade tecnoimagética. O estágio de abstração
que se exibe nesse contexto é o mais sintetizá- 3. O declínio da experiência no
vel ou nulodimensional da comunicação, pois, processo de aceleração social
a subtração dos sentidos acontece em todos
contemporâneo
os níveis. As imagens técnicas adquirem o cará-

ter de não apenas representar o real, como se
Nesta última parte do ensaio, seguem
apresentam sendo a própria realidade a partir
de modelos ilusoriamente tomados como ver- alguns questionamentos com base nos apon-
dade. A subtração dos sentidos é tão intensa tamentos teóricos já apresentados articula-
que o corpo vai se desmaterializando no pro- dos com algumas experiências do cotidiano
cesso de comunicação, não sendo mais capaz social. Se tomarmos como referência as afir-
de reter a experiência, transitando apenas em mações exibidas por Benjamin (1933) – a des-
sua superfície. peito da experiência autêntica – junto às no-
Harry Pross (1972) propõe a teoria dos vas configurações de linguagem e interação
meios para compreender como os recursos social, que trazem consigo a subtração dos

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sentidos e uma aceleração temporal, seguem tir, gostar, jogar, desejar e ouvir. Essa autori-
as perguntas: Que tipo de experiência temos dade se revela muito potente e sagaz, dada
vivenciado em uma sociedade contemporâ- sua característica onipresente na vida cotidia-
nea cujo ritmo social encontra-se demasia- na, que utiliza os recursos tecnológicos para
damente acelerado? Quais os rumos dos pro- transmitir suas abundantes doses diárias de
cessos interacionais, já que nossa experiência ofertas e opções de “ser” e “pertencer” no
tem se tornado cada vez mais empobrecida e mundo. Rosa (2010) afirma que os efeitos da
destituída de sentido? aceleração social apresentam características
Rosa (2010), pensador da Teoria Críti- relacionadas a um novo formato de domina-
ca contemporânea, desenvolveu a Teoria da ção totalitária, inclusive mais persuasiva que
Aceleração Social, dividindo o fenômeno em os regimes políticos ditatoriais vivenciados
três principais categorias: a aceleração técni- em outras épocas. Como as normas tempo-
ca, a aceleração das transformações sociais e rais estão profundamente enraizadas no coti-
a aceleração do ritmo de vida. Os “motores diano social, o indivíduo destituído de crítica e
propulsores” responsáveis pela aceleração contextualização histórica torna-se totalmen-
estariam vinculados a ideologias, convicções te vulnerável ao ritmo social, concebendo-o
e crenças que atuam por trás do fenômeno. como um elemento natural da realidade. Não
Levando em consideração esse diagnóstico, sendo capaz de distinguir a origem histórica e
cabem algumas reflexões advindas do coti- social desta nova percepção temporal, os fra-
diano que se articulam com essas categorias. cassos ocasionados por essa lógica são inter-
De modo geral, todas essas acelerações pretados como uma incapacidade individual
são evidenciadas em diferentes contextos de gerenciar o tempo. Baitello Jr. (2010) afir-
e situações do dia a dia. Quanto ao ritmo de ma que na atualidade há espaços apenas para
vida, por exemplo, precisa-se admitir que, pessoas “fluidas como o vento, evanescentes
além da dissolução entre o passado, presen- como a luz e efêmeras como o tempo” (BAI-
te e futuro, encontramo-nos fixados em um TELLO JR., 2010, p. 55). A exacerbada valori-
tempo presente, cuja experiência do novo, do zação da exposição mediada pelo dispositivo
instantâneo e do provisório não deixa espaço de imagem direciona a experiência individual
para experiências a longo prazo. A busca in- a um reconhecimento pautado na aparência.
tensificada pelo prazer e pela experiência do O que se aparenta é muito mais estimado do
momento, associada à competividade estimu- que o ser em essência. Essa retenção da ex-
lada pela sociedade capitalista, obriga-nos a periência no plano da superficialidade imagé-
um processo contínuo de adaptação às novas tica pode ser intensamente observada pelo
exigências do mercado. A sensação que fica é tempo utilizado com a abundante quantidade
de que a vida é uma constante corrida contra de fotos postadas nas redes sociais ou, ain-
o tempo. E por mais acelerados que esteja- da, pelas ofertas apresentadas por inúmeras
mos, não conseguimos nos livrar da angústia agências de turismo, que oferecem pacotes
de que temos pouco tempo para fazer tudo o irresistíveis de se conhecer um país, ou até
que precisamos ou desejamos fazer. O ritmo mesmo um continente, em pouquíssimos
social e o fluxo informacional estão tão inten- dias. Nesses casos, o viajante passa a maior
sos que nos tornaram escravos do relógio. O parte do tempo, fazendo e desfazendo ma-
excesso de informação a circular pelo mundo las, entrando e saindo de hotéis, aeroportos,
desperta-nos a sensação de que devemos es- carros, ônibus; e quando se chega aos pontos
tar cientes de tudo o que está acontecendo turísticos desejáveis, a principal preocupação
ao nosso redor. A autoridade do passado, do sujeito é virar de costas para a paisagem e
antes exercida pelos anciãos, foi transferida tirar a tão esperada self. Assim, toda a ener-
para o mercado e sua publicidade, que agora gia gasta com bagagens, traslados e correria,
dita ao indivíduo o que se deve consumir, ves- é recompensada por uma mala abarrotada de

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produtos, coincidentemente chamados de não sabemos mais se trabalhamos para viver
“lembrancinhas”, junto a inúmeras fotogra- ou se vivemos para trabalhar. Sentimos culpa
fias que revelam poses e imagens desprovidas de relaxar e quando temos tempo livre, bus-
de experiência. camos insaciavelmente ofertas no mercado
que nos deixam ocupados.
Sofremos continuamente o achata-
mento da riqueza subjetiva, com o A subjetividade contemporânea se
empobrecimento das trocas que so- produz num ambiente em que os
mos capazes de efetuar com o ou- discursos e os signos publicitários
tro; empobrecimento que nos deixa articulam o público e o privado de
ainda mais perplexos na medida em tal modo que a dimensão mais ín-
que, abarrotados de mercadorias, tima de nosso cotidiano parece
estamos plenamente convenci- estar permanentemente exposto
dos de nossa riqueza excepcional às radiografias televisivas e às cam-
(KEHL, 2004). panhas publicitárias. A morada do
sujeito contemporâneo não possui
Constantemente ludibriados por uma mais divisórias, aliás, bem ao estilo
imensidão de promessas e slogans, como: do que se vende na televisão, habi-
Aprenda inglês em 30 dias! Emagreça 3 kg em tamos numa espécie de loft onde
dois dias! nossos sentidos vão sendo entorpe- não é possível separar o espaço de
cidos por máximas que não condizem com a estar do espaço de evacuar (SILVA,
nossa capacidade e limitação humana. Perce- 2004, 190).
bemos que a superação espaço-temporal pro-
piciada pelos aparelhos – programados para Considerações finais
acelerar os processos, dinamizar o trabalho
e flexibilizar as ações – promete economizar Na tentativa de resgatar no passado al-
um tempo que há muito tempo já não existe guma direção para as inquietações suscitadas
mais. A sociedade capitalista pós-industrial, neste artigo, torna-se pertinente conduzir esta
marcada pela supervalorização do trabalho, conclusão a partir da mitologia grega que nos
aproveitou-se dessa nova configuração co- convoca para duas possibilidades de compre-
municacional para invadir as esferas privadas ensão do tempo – o tempo de Chronos e o
do homem contemporâneo. Nesse sentido, tempo de Kairós.10 Representados por duas
fomos obrigados a nos habituar a estar em divindades, eles nos mostram duas possibili-
casa cuidando dos filhos, e, concomitante- dades de experiência temporal. No mito, Chro-
mente, ter que dividir esse tempo, resolvendo nos pertencia a uma raça de Titãs (a segunda
problemas do trabalho. Além disso, a vida das geração de deuses) e era retratado como um
pessoas passou a ser controlada mesmo fora ser que devorava os filhos logo que estes nas-
dos postos de serviço. Os processos seletivos, ciam. Esse comportamento revela a caracterís-
por exemplo, passaram a investigar a história tica de um tempo destruidor, que não poupa
de seus candidatos nas redes sociais e, mes- ninguém. Por receber a profecia de que um de
mo depois de contratado, o trabalhador corre seus filhos iria matá-lo para assumir o seu lugar
o risco de ser demitido, simplesmente porque como senhor da criação, ele buscava eliminar
seu chefe não “curtiu”9 aquela foto postada esse perigo, devorando suas crias. Na contem-
no domingo à noite. A sociedade contempo- poraneidade, Chronos tem um lugar de desta-
rânea elevou de uma maneira tão intensa a que, sendo aquele que amedronta e impera,
questão do trabalho e da produção, que já implacavelmente. Muitos são escravizados por
9
A expressão curtiu faz referência à linguagem 10
In: RIBEIRO, J. C. Vocabulário e fabulário da mitologia.
cibernética popularmente utilizada. São Paulo: Martins, 1962.

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esse deus e acabam sendo devorados por ele. mitologia, também significa a identificação
Vivem sob a tirania das datas e dos prazos e do momento oportuno. Nesse sentido, talvez
invariavelmente adoecem. Sendo subjugado este seja o momento adequado de reestabe-
pela angústia de não dar conta do presente, o lecer velhos padrões afetivos de relaciona-
homem na atualidade oscila entre a mágoa ou mento humano, de se reconectar com alguns
a culpa não elaborada do passado e a ansieda- aspectos importantes da tradição esquecida e
de e o medo do futuro. de retomar o elo entre o passado, o presen-
Enfim, podemos dizer que o tempo te e o futuro, de modo que, a consciência do
presente nos mostra que a sobrevivência da momento presente não carregue os fardos do
sociedade, da forma como aprendemos a per- passado nem sofra por antecipar as ansieda-
cebê-la, está ameaçada e a única proposta de des do futuro. Para Rosa (2010), uma vida livre
reversão possível desse processo encontra-se da alienação imposta por Chronos seria aque-
na compreensão da segunda divindade mi- la que se mostra equilibrada em atingir ex-
tológica de tempo, chamada Kairós. Ao con- periências que provoquem ressonância com
trário de Chronos, Kairós, simboliza um tem- o mundo. Para os gregos, Kairós era a única
po subjetivo, ou seja, um tempo concebido força capaz de enfrentar, lutar e vencer Chro-
pela percepção de cada um. É o tempo que nos. Assim, a crise vivenciada por este tempo
nos permite estar sensível à eternização de só poderá ser superada quando o indivíduo
um momento e que nos dá forças para dizer contemporâneo encontrar em Kairós a cone-
basta ao que acreditamos ser pura perda de xão perdida consigo e com a dimensão de sua
tempo. É o tempo que nos liberta do relógio experiência autêntica.
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Sobre a autora
Elaine Moraes Santos
Doutoranda em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), Mestra em Educação Escolar
pela UNESP de Araraquara e graduada em psicologia pela Universidade Metodista de Piracicaba
(2009). Atuação na área da psicologia e educação, com ênfase em psicologia social.
elainecms@usp.br

Recebido em: 03/11/2017


Aprovado em: 26/03/2018

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