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Resumo
A discussão a respeito de perspectivas críticas no cenário da educação física é rela
tivamente recente. Nesse sentido, propusemonos a refletir sobre a ginástica rítmi
ca no âmbito escolar a partir de uma visão crítica, tendo como alicerce
teóricometodológico as abordagens críticoemancipatória (KUNZ, 2001) e crítico
superadora (COLETIVO DE AUTORES, 1992), bem como os Parâmetros curricu
lares nacionais: Educação Física (BRASIL, 2001). Delimitamos nosso universo de
estudo perpassando, historicamente, dos movimentos ginásticos europeus ao con
texto olímpico mundial para, então, situar a entrada da ginástica rítmica no Brasil e
sua inserção na escola. Por fim, indicar perspectivas críticas para o ensino da gi
nástica rítmica como conteúdo das aulas de Educação Física, refletindo acerca de
las.
Palavraschave: Educação Física Escolar – Ginástica Rítmica– Perspectivas Críti
cas
A
Introdução
1A evolução do esporte tem se consolidado de uma forma assustadora, visto ser
evidente a busca incessante pela performance, pelo topo do podium, pela superação
dos limites corporais e pelo sucesso de forma desenfreada.
ção dos mais habilidosos. Esse fato foi impulsionado pela introdução
do método desportivo generalizado. Os procedimentos empregados
eram extremamente diretivos, e o professor possuía um papel bastante
centralizador, por meio da repetição mecânica dos movimentos espor
tivos (DARIDO, 2003). Assim, apesar de a GR ter chegado ao Brasil
vinculada a um caráter de princípios educacionais, ao longo do tempo,
em virtude da suprema valorização do esporte competitivo, tal caráter
é relegado a segundo plano (SANTOS, 1994).
A década de 1980 revela discussões a respeito de perspectivas críti
cas da educação física, com o consequente questionamento do modelo
esportivista. A partir daí, ocorre maior intervenção do meio acadêmico
e a valorização dos conhecimentos produzidos pela ciência (DARIDO,
2003). Com isso, surgem teorias críticas da educação, “no sentido de
fazer da crítica do papel da educação na sociedade capitalista uma ca
tegoria central” (BRACHT, 1999, p. 79). Duas dessas perspectivas fo
mentadas nesse período no cenário da educação física são as
pedagogias críticosuperadora (COLETIVO DE AUTORES, 1992) e a
críticoemancipatória (KUNZ, 2001), que têm lugar de destaque em
nossas reflexões.
A valorização da GR numa perspectiva esportivizante, revelada no
decorrer da história da própria educação física tanto no âmbito mundi
al quanto no nacional, nos ajuda a compreender o sentido das grandes
mudanças ocorridas na modalidade nas últimas décadas e nos leva a
discutir os aspectos técnicos e estéticos desse esporte na atualidade,
tendo como referência as aulas de Educação Física Escolar.
2001, p.31).
O aluno deve compreender individualmente os significados que
cada situação e/ou gesto corporal lhe transmite, uma vez que “um
mesmo gesto adquire significados diferentes conforme a intenção de
quem o realiza e a situação em que isso ocorre” (BRASIL, 2001, p.
33). Por exemplo, o saltar pode representar sensações e intenções di
ferentes para cada indivíduo. O saltar inserese em diferentes modali
dades esportivas – atletismo, a ginástica artística, a capoeira, a
ginástica rítmica, o vôlei, dentre outras. Por isso, as aulas de Educa
ção Física devem possibilitar a vivência do movimento fundado nes
sas diferentes experiências, de modo que o aluno descubra e distinga
as múltiplas linguagens corporais inseridas nos seus diversos contex
tos.
Do ponto de vista metodológico, refletimos sobre alguns aspectos
que consideramos importantes para a prática da GR na escola. Defen
demos o ensino do movimento de forma contextualizada e problema
tizadora, para que o aluno se torne um indivíduo crítico, nas várias
instâncias sociais, e, também, em relação aos próprios contextos refe
rentes ao esporte.
Como forma de exemplificação, tratamos a questão dos papéis se
xuais como possibilidade a ser abordada na prática das ações em gru
po promovida pela ginástica. A aula de Educação Física, ao
contemplar a prática conjunta de meninos e meninas, tornase ainda
mais propícia à abordagem do problema sociopolítico dos papéis se
xuais, assumidos e “destinados” ao sexo feminino e ao sexo masculi
no distintamente. A GR, por ser uma modalidade essencialmente
feminina, pode ser uma referência para o professor fomentar discus
sões acerca dessa temática. É importante conduzir o aluno à percep
ção e à reflexão de que as práticas esportivas como a GR –
essencialmente feminina por determinação social e pelas regras da
modalidade – podem vir a ser realizadas tanto por homens quanto por
mulheres, sem se estabelecer uma relação direta entre os praticantes e
suas formas e opções de ser e de viver a sua sexualidade.
A ação criativa desempenhada pela vivência da GR também pode
promover experiências significativas para a formação do indivíduo.
Segundo Taffarel (1985), é necessário dar oportunidade ao aluno para
que ele assuma papel ativo no processo ensinoaprendizagem, crian
do, imaginando, criticando, decidindo. Isso significa que é imprescin
dível ao professor organizar atividades que permitam aos alunos uma
significação da GR.
Considerações finais
Abstract
The discussion on critical perspectives within Physical Education is relatively re
cent. In this wise, we aimed at reflecting on school Rhythmic Gymnastics from a
keen insight. To do so, we used as theory and methodology pedagogical concepti
ons of Physical Education: critico–emancipatória and critico–superadora. We also
considered the National Curriculum Parameters of Physical Education. The study
environment was established by historically observing both European gymnastic
movements and world Olympic context. Thus, we could fix the beginning of
Rhythmic Gymnastics in Brazil and its insertion in school. Concerning the critical
perspectives for the Rhythmic Gymnastics learning, in fine, we focused on indica
ting and considering it as content for Physical Education lessons.
Keywords: Physical Education in School – Rhythmic Gymnastics – Critical Pers
pectives
Resumen
La discusión con respecto a perspectivas críticas en el escenario de la Educación
Física es relativamente reciente. Dentro de ese aspecto, nos propusimos reflexionar
sobre la gimnasia rítmica en la escuela a partir de una visión crítica, teniendo como
base teóricometodológica los enfoques críticoemancipador (KUNZ, 2001) e críti
cosuperador (COLETIVO DE AUTORES, 1992), así como los “Parámetros Curri
culares Nacionales de Educación Física” (BRASIL, 2001). Delimitamos nuestro
universo de estudio recorriendo históricamente, desde los Movimientos gimnásti
cos europeos al contexto olímpico mundial, situando así la entrada de la gimnasia
rítmica en el Brasil y su inserción en la escuela. Finalmente, se señalan y se reflexi
ona sobre perspectivas críticas de la enseñanza de gimnasia rítmica como parte de
las clases de Educación Física.
Palabras clave: Educación Física Escolar – Gimnasia Rítmica – Perspectivas Crí
ticas
Referências