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Quando a Brincadeira se Transforma em Humilhação: O comportamento

Bullying nas Relações entre Pares

Miriam de Oliveira Macieli

Lucas de Abreu Collares**

Suzete Benites***

publicado em 10/11/2009

Resumo

O bullying é uma doença social que pode ser compreendida como o ato de
tiranizar ou humilhar alguém de forma repetitiva. Esta ação tem como
conseqüências desordens que podem ser de ordem psíquica, suicídio e até
morte. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é o de esclarecer a sociedade
quanto à temática, bem como fornecer aporte aos familiares e educadores a
fim de que estes possam reconhecer os comportamentos violentos entre os
pares e solucioná-los. Portanto, deve-se romper este ciclo de violência
promovendo uma educação que contemple a paz.

Palavras-Chave: Bullying; Violência entre Pares; Doença Social; Controle das


Emoções.

Resumen

La intimidación es una enfermedad social que puede ser entendido como el


acto de intimidación o humillar a alguien tan repetitivo. Esta acción tiene
consecuencias y trastornos que pueden ser psicológicas, suicidio e incluso la
muerte. En este sentido, el objetivo de este estudio es aclarar la empresa
sobre el tema y aportar la contribución a las familias y los educadores para
que puedan reconocer el comportamiento violento de los compañeros y
resolverlos. Por lo tanto, debemos romper este ciclo de la violencia mediante
la promoción de la educación que incluye la paz.
Palabras clave: Bullying, Peer violencia, Sociales enfermedades, control de
las emociones.

As brincadeiras entre os pares, e até mesmo brigas e picuinhas, que


acontecem isoladamente, podem ser caracterizadas como algo natural, visto
que são comportamentos condizentes com o estado de evolução
maturacional do indivíduo. Porém quando estas brincadeiras são
consideradas “de mau gosto” e acontecem com freqüência, com a intenção
de ferir o outro, e, quando este outro se torna o “bode expiatório”, surge um
comportamento chamado bullying.

Este fenômeno é uma temática pouco pesquisada ainda, porém, é uma


“doença social” que está presente nos ambientes escolares desde tempos
remotos, além de ser um fenômeno mundial que afeta não apenas as
relações interpessoais dos indivíduos, como também o psicológico dos
mesmos. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é o de esclarecer a
sociedade quanto à temática, bem como fornecer aporte aos familiares e
educadores a fim de que estes possam reconhecer os comportamentos
violentos entre os pares e solucioná-los.

Bullying é um termo estrangeiro de origem inglesa, o qual não possui uma


tradução correta para a língua portuguesa, mas que pode ser entendido
como um conjunto de comportamentos explícitos e implícitos por parte de
um agressor em relação a uma vítima com a finalidade de humilhar, tiranizar
e rebaixar esta. Neste sentido, compreendem-se comportamentos explícitos
as agressões físicas e comportamentos implícitos as agressões puramente
psicológicas, as quais, por não deixarem marcas visíveis, são reconhecidas a
partir de uma série de comportamentos da vítima, dentre eles, como
exemplo, o fato da criança não querer ir mais à escola.
Nesta perspectiva, a ABRAPIA – Associação Brasileira Multiprofissional de
Proteção à Criança e ao Adolescente – conceitua o termo bullying, afirmando
que o bullying:

Compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e


repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais
estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de
uma relação desigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre iguais
(estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais, que
tornam possível a intimidação da vítima.

Desta forma, os comportamentos bullying podem ser caracterizados como


direto e indireto. O direto diz respeito a agressões físicas (Bater, Chutar,
Empurrar, Ferir, Roubar, Quebrar pertences). Já o indireto está relacionado a
agressões psicológicas (Colocar apelidos, Ofender, Gozar, Humilhar, Fazer
sofrer, Discriminar, Excluir, Isolar, Ignorar, Intimidar, Perseguir, Assediar,
Aterrorizar, Amedrontar, Tiranizar). A forma indireta é a mais prejudicial, pois
visa o ataque às relações sociais do sujeito, fazendo com que através de
mentiras e intrigas os amigos da vítima se afastem, causando, assim, o
isolamento da mesma.

Segundo Fante (2005) este tipo de violência velada traz como protagonistas,
principalmente, três indivíduos com perfis distintos: o autor ou agressor, a
vítima ou alvo e o expectador ou testemunha. O autor ou agressor é aquele
cujo papel é manter autoridade e poder sobre os outros, especialmente sobre
os mais frágeis. Nesta situação de poder, o agressor atinge o alvo ou a vitima
através de apelidos, humilhações, perseguição e até agressões físicas.
Geralmente apresenta-se mais forte que seus colegas, sentindo a
necessidade de subjugar as pessoas com quem interage.

Dentre os protagonistas deste fenômeno, a vítima, que necessariamente é


alguém que difere do grupo (em função da nacionalidade, cultura, religião,
inteligência, etc) pode ser classificada como: vítima típica; vítima
provocadora e vítima agressora. A vítima típica é considerada o “bode
expiatório” da turma e, em alguns casos, apresenta aspectos depressivos,
visto que não consegue defender-se, nem motivar os colegas a defendê-la. A
vítima provocadora apresenta características de inquietude, e dispersão, e
quando atacada tenta se defender, porém não obtém êxito. Por fim, a vítima
agressora é aquela que reproduz os maus tratos recebidos e não permite que
o ciclo do comportamento bullying seja rompido.

Ainda, neste cenário de comportamentos violentos entre os pares, há de se


citar e esclarecer acerca dos outros sujeitos envolvidos neste fenômeno, que
são: o agressor e os expectadores. O agressor vitimiza os mais fracos, pois
geralmente, possui uma família desestruturada, na qual os familiares
apresentam comportamentos agressivos – verbais e/ou físicos, o que ele
assimila e reproduz. Também, pode haver uma ausência de limites no âmbito
familiar desses sujeitos, o que permite uma baixa resistência a frustrações e
a impulsividade, presentes no comportamento agressor.

Neste contexto, o agressor, além destas características, apresenta irritações


por motivos banais, bem como adota condutas anti-sociais, podendo até
aliar-se a gangues. Os estudos de Olwes apud Fante (2005) evidenciam que
60% dos agressores antes dos 24 anos já tinham recebido uma condenação
legal. Sendo assim, o comportamento bullying também prejudica àquele que
o pratica, pois afeta suas relações interpessoais futuras. Deste modo, os
agressores ao se envolverem com gangues e drogas, em uma tentativa de
aumentarem seu poder de coação, podem adentrar em um caminho de difícil
retorno, caindo nas malhas da delinqüência.

Também há os expectadores, sujeitos envolvidos com o fenômeno bullying


de forma mais indireta. Os expectadores sofrem tanto quanto a vítima, pois
assistem as agressões sempre na expectativa perigosa de se tornarem novas
vítimas. Estes sujeitos, geralmente não defendem a vítima por medo do
agressor. Nesta perspectiva, estes sujeitos, muitas vezes, se aliam ao
agressor para que este não os agrida, porém, vivem em constante ansiedade
e esta pode lhes causar problemas de ordem psicológica.

Neste sentido, Goleman (1995) nos reporta à importância do controle das


emoções. Afirma que quando as emoções imperam dificilmente a razão nos
“leva” a algum lugar. Este autor esclarece que as emoções “parecem
escravizar” alguns homens e que saber controlá-las é fundamental na
sociedade em que vivemos.

Desta forma, entendemos que o controle emocional, a autoconsciência, a


empatia e o esforço para uma comunicação não violenta são algumas
atitudes que pais e educadores podem adotar para solucionar os conflitos
permanentes existentes entre os pares. Portanto, o comportamento bullying
deve ser identificado e trabalhado a fim de que se pense em programas de
educação para a paz, rompendo-se assim, a ciclo de violência.
Nesta perspectiva, compreendemos que o bullying é uma doença social, na
qual a violência para com o diferente acontece de forma banal e repetitiva,
em que tanto vítimas como agressores e expectadores participam de
situações de exclusão, revolta, depressão, medo, ansiedade, vingança e até
morte. Dentre outras tantas conseqüências, o bullying pode levar a
desordens psíquicas e ao suicídio. Portanto, quando a brincadeira se torna
humilhação, pais e educadores devem estar atentos, buscando sempre
“educar para a paz” e romper com o ciclo contínuo de violência que é o
bullying.

Referências

ABRAPIA – Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Criança e ao


Adolescente. Bullying, o que é?. Rio de Janeiro. Disponível em:
<http://www.cdipr.org.br/cartilha/capitulos_2008/bullying.pdf>. Acessado em:
20/08/2009, às 21:24h.

BEAUDOIN, Maria-Nathalie; TAYLOR, Maureen. Bullying e Desrespeito: Como


acabar com essa cultura na Escola. Porto Alegre: Artmed, 2006.

FANTE, Cleo. Fenômeno Bullying: Como prevenir a violência nas Escolas e


educar para a paz. Programa Educar para a Paz. 2ª edição. Campinas – SP:
Verus Editora, 2005.

GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que define


o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.
MOZ, Jane Middelton; ZAWADSKI, Mary Lee. Bullying: Estratégias de
sobrevivência para crianças e adultos. Porto Alegre: Artmed, 2007.

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