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Original: Gregory Baus, Dooyeweerd’s Societal Sphere Sovereignty: neither tax-based nor

individualistic (Revised April 2017, with additional Postscript).


Traduzido por Gabriela Moura, Matheus Feliciano e Raíssa Martins.
Revisado por Vinícius S. Pimentel.
Atenção! Esta é uma tradução não publicada, disponibilizada aos participantes do Núcleo
Althusius de Estudos em Cosmovisão Cristã com a finalidade exclusiva de facilitar o acesso
às leituras propostas.
O tradutor não autoriza que este material seja divulgado. Ele será disponibilizado
exclusivamente no grupo do Núcleo Althusius no facebook
(https://www.facebook.com/groups/althusius/).

Dooyeweerd e a soberania das esferas sociais:


nem estatista, nem individualista1

Gregory Baus 2

Sumário

Sumário ......................................................................................................................................... 1
1 Introdução................................................................................................................................... 2
2 A concepção de Dooyeweerd .................................................................................................... 3
2.1 Motivo-base cristão ............................................................................................................ 3
2.2 Modalidades ....................................................................................................................... 4
2.3 Estruturas de individualidade e comunidades sociais ....................................................... 6
2.4 A raiz da soberania das esferas sociais ............................................................................ 7
2.5 Soberania vs. autonomia das esferas sociais .................................................................... 9
2.6 Natureza intrínseca do Estado ......................................................................................... 10
2.7 Limite intrínseco do poder jurídico público do Estado ..................................................... 11
3 Financiamento público de programas sociais .......................................................................... 13
4 Uma concepção não individualista ........................................................................................... 14
5 Conclusão: desafiando o Zeitgeist ........................................................................................... 15
Post scriptum ............................................................................................................................... 16
Bibliografia ................................................................................................................................... 18

1
Com post scriptum adicional após revisão do autor em abril de 2017.
2
Originalmente escrito para o Mestrado de Estudos Cristãos em Ciência e Sociedade –
Faculdade de Filosofia, Universidade Livre de Amsterdã (Vrije Universiteit Amsterdam) –
Filosofia Política e Social II – Dr. Sander Griffoen – Fevereiro de 2006.
2

1 Introdução

Dois anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, Philipp


Kohnstamm, um cristão membro do Partido Trabalhista, e Cornelis Smeenk,
um parlamentar membro do Partido Antirrevolucionário, debateram o
significado do conceito kuyperiano de soberania das esferas sociais e as
políticas pelas quais o Partido Antirrevolucionário deveria lutar a partir dessa
ideia. Kohnstamm defendeu uma interpretação socialista, a qual, sem dúvidas,
envolvia o financiamento público de programas sociais. Smeenk defendeu uma
interpretação que era nem individualista nem estatista (KENNEDY, 2002, p. 1).

Durante esse mesmo período, Herman Dooyeweerd escreveu uma série


de editoriais que foram publicados posteriormente em um livro em inglês sob o
título de “Raízes da Cultura Ocidental”.3 Nesses artigos, ele desenvolveu o
conceito de soberania das esferas sociais seguindo a linha de interpretação de
Smeenk, isto é, contrastando tanto com o individualismo quanto com o
coletivismo. Dooyeweerd (2003, p. 49) escreveu:

desde o tempo de Abraham Kuyper, o termo soberania das esferas


tem se tornado lugar comum, uma parte da linguagem cotidiana deste
país. Mas a profundidade do insight de Kuyper com respeito à
natureza da ordem social – um insight fundamentado no motivo-base
da religião cristã – foi entendido por poucas pessoas naquela época e
até então. Quanto menos se percebia que esse princípio fundamental
é enraizado diretamente no motivo-base da religião cristã, mais o
conceito de soberania das esferas se dissolvia em um slogan político
ambíguo que cada um poderia interpretar dum modo diferente.

Ao longo da década seguinte, a interpretação socialista de Kohnstamm


prevaleceu entre os antirrevolucionários. Políticas estatistas foram
implementadas por toda a Holanda, resultando até mesmo no financiamento
público da outrora independente universidade fundada por Kuyper.

Neste artigo, descreverei num esboço básico a concepção de


Dooyeweerd sobre soberania das esferas sociais e sugerirei que o
financiamento público de programas sociais é incompatível com a visão

3
Publicado em português como DOOYEWEERD, Herman. Raízes da cultura ocidental: as
opções pagã, secular e cristã: uma cuidadosa avaliação das forças motrizes religiosas mais
profundas por trás de todo o desenvolvimento cultural e espiritual do Ocidente. São Paulo:
Cultura Cristã, 2015. (Nota do Revisor)
3

dooyeweerdiana. Também distinguirei a concepção de Dooyeweerd sobre a


soberania das esferas sociais de uma visão individualista da sociedade.

2 A concepção de Dooyeweerd

2.1 Motivo-base cristão

Em “Raízes da Cultura Ocidental”, Dooyeweerd inicia sua discussão


sobre a soberania das esferas sociais em termos daquilo que ele chamou de
motivo-base da religião cristã, resumido por ele como “criação, queda e
redenção por meio de Jesus Cristo” (2003, p. 41). Em geral, um motivo-base4 é
uma expressão de um dos dois possíveis compromissos ou orientações
religiosas fundamentais existentes. Um deles é caracterizado pela fé no Deus
verdadeiro, revelado nas Escrituras; o outro, pela incredulidade, isto é, por uma
fé apóstata que deifica (toma por supremo ou absoluto) algo que não o Deus
verdadeiro, o que é idolatria. Esses dois compromissos religiosos possíveis se
encontram em uma antítese5 irreconciliável (DOOYEWEERD, 2003, p. 3-9).

Apenas o motivo-base cristão é uma expressão do primeiro


compromisso religioso. O segundo, porém, tem se expressado historicamente
em vários motivos-base. Na assim chamada civilização ocidental, há três
motivos básicos além do cristão. Há o motivo-base pagão (ou da antiguidade
grega) de matéria e forma. Há o motivo católico-romano ou escolástico de
natureza e graça. E o motivo-base moderno ou humanista de natureza e
liberdade. Todos esses três motivos-base não cristãos apresentam uma
contradição interna, uma tensão dialética entre dois princípios opostos. Embora

4
O conceito de motivo-base é algo similar ao de cosmovisão. Embora Dooyweerd diferencie
motivo-base de cosmovisão, não irei discutir este assunto aqui; ademais, pode ser útil ter em
mente a comparação, uma vez que cosmovisão é talvez um conceito mais familiar. Tenha-se
em mente, ainda, que os motivos-base são comunitários e podem estar operando de modo
mais ou menos consciente na perspectiva de um indivíduo (cf. DOOYEWEERD, 2003, cap. 1).
5
Essa antítese, em razão do pecado remanescente, afeta cada pensamento, palavra e obra,
mesmo daqueles que creem no Deus verdadeiro por meio da fé em Cristo. Dizer que um dado
ponto de vista teórico está enraizado em um motivo-base apóstata ou idólatra não é um
comentário sobre a regeneração do indivíduo que defende tal visão. Nossas teorias podem
estar em desacordo com nossa orientação religiosa mais profunda. Dooyeweerd enfatiza que a
crítica do motivo-base é sempre, antes e sobretudo, uma autocrítica.
4

os adeptos desses motivos básicos frequentemente tentem resolver a tensão,


nenhuma reconciliação é possível, visto que cada polo é ele mesmo absoluto
(DOOYEWEERD, 2003, p. 11-14). Dooyeweerd afirma que o motivo-base
cristão, contudo, é uma unidade na qual não existe nenhuma oposição interna
(DOOYEWEERD, 2003, p. 60).

A fé no Deus verdadeiro das Escrituras, expressa no motivo-base


cristão, é resultado da regeneração. Isto é, essa fé se constitui pela conversão
da incredulidade para a fé, pela operação Espírito de Deus no coração
humano. O coração é a unidade supratemporal de uma pessoa e a raiz de
todas as suas expressões temporais (DOOYEWEERD, 2003, p. 46). Esse
coração também é conhecido nas Escrituras como homem interior, alma,
mente e espírito; e, na filosofia, é frequentemente designado por termos como
consciência, ego, subjetividade e identidade.

Para a concepção dooyeweerdiana da soberania das esferas sociais, é


crucial que o elemento criacional do motivo-base cristão reconhece uma
diversidade genuína na criação, porque “Deus criou tudo segundo a sua própria
espécie” (DOOYEWEERD, 2003, p. 43). Intimamente relacionada a essa ideia
de diversidade na criação está a ideia de ordem e lei. Isto é, Deus criou cada
espécie de coisa segundo sua própria espécie de lei, pela qual Ele continua a
sustentá-la e governá-la. Apenas Deus não está inerentemente vinculado à lei.
Todas as outras coisas se sujeitam às leis que Deus criou para governá-las
(DOOYEWEERD, 1997b, p. 130, 134).

2.2 Modalidades

Dentro dessa diversidade criacional, Dooyeweerd distingue dois “níveis”


de estrutura. O primeiro nível é o da modalidade, o segundo, o da
individualidade:

se alguém deseja entender em seu pleno alcance a importância do


princípio criacional da soberania das esferas para a sociedade
humana, deve primeiro compreender o significado [...]dos aspectos
da realidade (incluindo os aspectos da sociedade) (DOOYEWEERD,
2003, p. 45).
5

Dooyeweerd aqui designa por “aspectos” o que também chama de


modalidades. Por conveniência, continuarei a usar o termo modalidade. Para
evitar confusão, em vez de referir-me à “soberania das esferas modais”, como
Dooyeweerd às vezes faz, empregarei o termo que ele utiliza alhures,
irredutibilidade modal, junto aos conceitos correlatos de analogia modal e
universalidade modal.

Modalidades são modos nos quais as coisas existem e pelos quais são
experimentadas. Por exemplo, ao fazer compras no supermercado, pode-se
notar que o preço das uvas é mais caro numa loja do que em outra. Às uvas
pode-se atribuir um valor monetário. Ou você pode estar caminhando pelo
campo e encontrá-las crescendo livremente, ocasião em que poderá obtê-las
sem nenhum custo monetário. Nos dois casos, as uvas existem e são
experimentadas em um modo econômico. Podemos não focar na modalidade
econômica das uvas e, de fato, o aspecto econômico não parece ser a
característica mais proeminente delas. Não obstante, uvas são experimentadas
e de fato existem economicamente.

Dooyeweerd distingue, ao todo, quinze modalidades. São elas: a


numérica (quantidade), a espacial (extensão), a cinética (movimento), a física
(energia), a biótica (vida), a psíquica (sensação), a analítica (distinção), a
histórica (cultura), a lingual (símbolo), a social (intercurso), a econômica
(frugalidade), a estética (harmonia), a jurídica (justiça), a moral (amor) e a
fiducial (certeza). Cada modalidade possui um núcleo de significado
(representado pelo termo entre parênteses), um sentido original que lhe é
próprio e que não pode ser explicado exclusivamente nos termos de nenhum
outro sentido modal, e pelo qual cada modalidade pode ser diferenciada das
demais. Cada modalidade também está sujeita à sua própria e particular
espécie de leis. Nesse sentido, cada modalidade é irredutível; nenhuma pode
ser reduzida a qualquer outra. Por exemplo, o núcleo de sentido da modalidade
psíquica (que é a sensação) não pode ser apropriadamente reduzido ao núcleo
da cinética (que é o movimento).

Todavia, em relação aos respectivos núcleos de significado psíquico e


cinético, nós de fato falamos de “emoção”, a qual pode ser entendida como um
movimento de sentimento. Podemos falar, ainda, de mudanças de humor e
6

também de sensação de movimento, tal como alguém pode experimentar em


um barco no mar. Tais são as chamadas analogias modais,6 conceitos que
testificam a conexão ou relação interior entre modalidades. Dooyeweerd
também desenvolve o que ele chama de universalidade modal em termos de
anterioridade e posterioridade: uma ordem que abrange todos os significados
modais e que é considerada inerente a cada modalidade.

Na experiência concreta, todas as modalidades existem em uma


coerência mútua inquebrável. Além disso, toda coisa particular sempre
funciona em todas as modalidades. Contudo, algumas coisas funcionam
subjetiva ou ativamente em certas modalidades, e objetiva ou passivamente
em outras. Por exemplo, uma pedra funciona em todas as modalidades, mas o
seu funcionamento ativo se restringe às modalidades aritmética, espacial,
cinética e física. A mesma pedra funciona apenas passivamente7 nas
modalidades biótica, psíquica, analítica, histórica, lingual, social, econômica,
estética, jurídica, moral e fiducial. Por isso as pedras, como as uvas, existem
como objetos econômicos (DOOYEWEERD, 2003, p. 41-46; DOOYEWEERD,
1997b, p. 142, 144-145).

2.3 Estruturas de individualidade e comunidades sociais

O segundo nível de estrutura na diversidade criacional que Dooyeweerd


distingue é por ele chamado de “estruturas de individualidade”. As estruturas
de individualidade abrangem uma ampla gama de fenômenos concretos, tais
como eventos e o que normalmente consideramos “coisas”, incluindo coisas
humanamente formadas, como artefatos e comunidades sociais. Para nossos

6
Se houvéssemos de falar em leis para a percepção dos sentidos, isso envolveria uma
“retrocipação” do psíquico ao biótico, em termos dos sentimentos-sensórios de um organismo.
Se houvéssemos de falar em leis para a cinemática, isso envolveria uma “antecipação” do
cinético ao físico, em termos do movimento de um corpo material, contudo sem considerar a
massa ou as forças atuantes. Retrocipações e antecipações são analogias modais que indicam
não apenas a coerência modal, mas também uma ordem ou sequência de “precondição” entre
as modalidades.
7
Cf. DOOYEWEERD, Herman. New Critique. vol. 2: The General Theory of the Modal
Spheres.
7

propósitos, focaremos em como Dooyeweerd articula as naturezas e os


relacionamentos entre as várias comunidades sociais.8

As modalidades são importantes para o reconhecimento da natureza


distinta de coisas diversas, incluindo a natureza distinta das várias
comunidades sociais. Cada coisa tem o que Dooyeweerd chama de função
“qualificante”. A função qualificante de alguma coisa está diretamente
relacionada à sua modalidade mais característica. Essa função qualificante
caracteriza especialmente o modo como essa coisa funciona nas demais
modalidades e determina sua natureza e seu propósito internos ou intrínsecos.
Coisas humanamente formadas, como as comunidades sociais, também têm o
que Dooyeweerd chama de função “fundante”. A função fundante de alguma
coisa está diretamente relacionada à modalidade que mais caracteriza a base
sobre a qual a coisa foi formada.

Dooyeweerd distingue várias espécies de comunidades sociais em


relação às suas respectivas funções fundantes e qualificantes. Essas
comunidades assim diferenciadas constituem as várias esferas sociais. Por
exemplo, Dooyeweerd distingue a escola, a igreja, a empresa e o Estado.
Embora todas as quatro sejam historicamente fundadas, a escola é qualificada
analiticamente, a igreja é qualificada fiducialmente, a empresa é
economicamente qualificada e o Estado é juridicamente qualificado. A família,
que Dooyeweerd também distingue de outras comunidades sociais, é
bioticamente fundada e moralmente qualificada (DOOYEWEERD, 1997b, p.
145-148).

2.4 A raiz da soberania das esferas sociais

A descrição acima de um relato teórico da diversidade criacional é


própria ao motivo-base cristão. Em termos de motivos-base não cristãos,
tende-se, implícita ou explicitamente, ao reducionismo idólatra de tomar alguma
modalidade, alguma coisa da criação, como a origem (do resto) da realidade,

8
Cf. DOOYEWEERD, New Critique. vol. 3: The Structures of Individuality of Temporal
Reality.
8

em função da qual se busca explicar tudo o mais. No que se refere às


perspectivas da ordem social, tais reducionismos resultam na absolutização ou
totalização de alguma esfera, frequentemente a do Estado. Mediante motivos-
base não cristãos, ao se falhar em reconhecer o verdadeiro Deus como
Criador, a distinção Criador-criatura e a relatividade de toda a realidade criada
(própria à criação), falha-se em reconhecer a genuína diversidade criacional
(DOOYEWEERD, 1997b, p. 139-140; DOOYEWEERD, 2003, 47-48).

Dooyeweerd, por outro lado, insiste na absoluta soberania de Deus


somente. E é sobre esta base que se compreende a soberania delegada de
cada esfera social.

A soberania das esferas garante a cada esfera social uma natureza


intrínseca e uma lei de vida. E com essa garantia provê a base para
uma esfera original de autoridade e de competência, derivada não da
autoridade de qualquer outra esfera, mas diretamente [delegada] da
autoridade soberana de Deus (DOOYEWEERD, 2003, p. 49).

Dooyeweerd se refere a essa autoridade soberana de Deus como o


“total domínio de Deus” e também a chama de “a ideia cristã básica do reino de
Deus” (DOOYEWEERD, 1997b, p. 127-128). Aqui também encontramos a
unidade supratemporal da comunidade humana. Embora nem todos os
indivíduos sejam regenerados (nem eleitos para serem assim) e, portanto, nem
todos reconheçam a soberania de Deus, a raiz mais profunda da própria
humanidade, assim como a de cada pessoa em particular, é o ser “religioso”,
ou seja, o estar em direta responsabilidade para com Deus.9

9
Problematicamente, Dooyeweerd também se refere a essa unidade da humanidade como a
“igreja” de Cristo. No entanto, ele claramente distingue a “igreja”, nesse sentido, da instituição
social da igreja, e especifica que a igreja neste último sentido só tem soberania em sua própria
esfera. Apesar da possível ambiguidade de certas declarações de Dooyeweerd (quando
tomadas isoladamente) no sentido de que a humanidade está caída em Adão, mas redimida
em Cristo, estas não são mais soteriologicamente universalistas em sua intenção do que
declarações semelhantes de Paulo (p. ex. Romanos 5.18). Se há alguma felicidade no primeiro
uso que Dooyeweerd faz do termo igreja, é na maneira como especifica que a soberania de
Deus é sempre a soberania de Cristo, e que Cristo não é apenas o Cabeça do seu povo, mas
também, conforme Efésios 1.22 e Colossenses 2.10, está sobre todas as coisas e sobre toda
autoridade em favor deles.
9

2.5 Soberania vs. autonomia das esferas sociais

Dada por Deus, essa soberania (ou autoridade e competência) dentro de


cada esfera social é direta ou imediata, ou seja, não é mediada por alguma
outra esfera. Dooyeweerd contrasta essa concepção com a de autonomia. Ele
insiste que a genuína soberania das esferas sociais não é equivalente à
descentralização funcional nem à subsidiariedade.

Isso significaria que as diferentes esferas da sociedade, como partes


independentes, devem ser incorporadas ao Estado, mantendo certa
autonomia. A tarefa do Estado seria então descentralizada, por meio
da criação de municípios, províncias, e outras partes do Estado ao
lado de [agências locais] dotadas de uma jurisdição pública legal e
regulatória... (DOOYEWEERD, 2003, p. 50).

Autonomia, nesse sentido, implica uma relação parte-todo. Dooyeweerd


é enfático que nem a própria sociedade nem qualquer esfera social, até mesmo
o Estado, constitui um todo do qual outras esferas são apenas partes. Em vez
disso, cada esfera social é um todo em si mesma. Isso também elimina
qualquer tipo de arranjo hierárquico entre as várias esferas sociais.
Dooyeweerd afirma que “nenhuma dessas esferas temporais pode ser derivada
de alguma outra nem ser valorizada abaixo de qualquer outra”
(DOOYEWEERD, 1997b, p. 134). E, uma vez que “somente a competência
derivada pode se basear no direito positivo” (DOOYEWEERD, 1997c, p. 115),
as outras esferas sociais nunca podem se tornar propriamente partes do
Estado e, mais do que isso, o Estado (ou qualquer outra esfera) nunca pode
ser o criador das fronteiras de soberania entre as esferas (DOOYEWEERD,
1997b, p. 128, 140).

O critério, portanto, para reconhecer uma esfera social soberana é a


sua natureza intrínseca distinta. Como afirmamos anteriormente, a natureza
intrínseca de uma esfera social é determinada por suas funções fundante e
qualificante. Às funções fundante e qualificante que determinam a base sobre a
qual uma esfera social se forma, ao modo como essa esfera funciona em todas
as modalidades e à sua natureza e propósito distintos e intrínsecos que a
distinguem de outras esferas sociais, a isso Dooyeweerd coletivamente chama
o “princípio estrutural interno” de uma esfera social (DOOYEWEERD, 1997b, p.
147-148).
10

2.6 Natureza intrínseca do Estado

Conforme seu princípio estrutural interno, Dooyeweerd caracteriza o


Estado como uma comunidade jurídica pública de senhores e sujeitos (ou
governo e cidadãos) com o monopólio do “poder da espada” dentro de um
território definido (DOOYEWEERD, 1997e, p. 97). Esse poder da espada
dentro de um território é a função histórica fundante do Estado. O poder da
espada aqui significa coerção letal, ou seja, a habilidade de obter sujeição
mediante a ameaça de morte.10 A tributação está incluída nesse exercício da
coerção estatal (DOOYEWEERD, 1997a, p. 35; 1997d, v. 3, p. 445, nota 2).

Como uma comunidade jurídica pública, a função qualificadora do


Estado está na modalidade jurídica. Embora cada esfera social soberana seja
uma esfera de autoridade, ou seja, de competência para legislar, as leis de
qualquer comunidade social não estatal, como a família, a igreja, a empresa ou
a escola, não possuem jurisdição legítima fora de sua própria esfera. Isso é
igualmente verdadeiro quanto ao Estado. A esfera de competência do Estado é
distintamente qualificada e, portanto, intrinsecamente limitada, pelo seu caráter
público. Dooyeweerd afirma que “todo tipo de poder jurídico, inclusive o do
Estado, é estruturalmente delimitado pela natureza interna da esfera de vida
dentro da qual é exercido” (DOOYEWEERD, 1997e, p. 97).

Portanto, a norma incidente sobre as atividades próprias do Estado deve


ser a da justiça pública. Isso está de acordo com a afirmação de Dooyeweerd
do Estado como res publica, ou seja, como a entidade pública. O Estado
genuíno não é um objeto de propriedade privada, antes se mantém em comum
e independente da membresia em qualquer outra comunidade social
(DOOYEWEERD, 2003, p. 53-54, 162-163). Assim, a justiça do Estado nunca
é, nem mesmo idealmente, uma justiça genérica. A norma de justiça, no que se
aplica ao Estado, deve ser delimitada pela natureza pública intrínseca do
Estado e, assim, incide exclusivamente sobre a esfera jurídica pública. Há
muitas injustiças, portanto, das quais não compete ao Estado tratar
(DOOYEWEERD, 1997b, p. 150).

10
Esse monopólio da força mortal pertence ao Estado como uma comunidade de
governantes e sujeitos e, portanto, nunca é propriamente uma prerrogativa exclusiva do
governo, mas é conservado com os cidadãos numa dimensão pública-jurídica.
11

Dooyeweerd explica a justiça em termos de retribuição; ou seja, no


sentido clássico de dar a cada um o que lhe é devido. No entanto, a justiça tem
várias analogias modais. Podemos falar de lealdade, ou seja, a confiança
devida, em termos da modalidade fiducial. Em termos da modalidade
econômica, podemos falar de pagar, financeiramente, o que devemos. Porém,
em todo caso, o sentido original da justiça é a retribuição. Essa retribuição
assume uma qualificação distinta nas variadas esferas sociais de acordo com o
princípio estrutural interno de cada uma delas. Dooyeweerd chama a
concepção cristã de retribuição,11 enquanto norma jurídica pública dentro da
esfera do Estado, de um “baluarte do princípio reformacional da soberania das
esferas” (DOOYEWEERD, 1997a, p. 30-33), particularmente em sua aplicação
às penas no direito criminal. A exigência de que o Estado puna homicídios com
a morte12 não pode ser confundida, por exemplo, com o tipo de pena que deve
ser imposta dentro da esfera familiar, que é moralmente qualificada.

2.7 Limite intrínseco do poder jurídico público do Estado

De acordo com o princípio estrutural interno do Estado, Dooyeweerd


distingue duas espécies de direito próprias ao Estado:

13
quais sejam, o direito privado e o direito público, sendo o
primeiro o direito estatal que regula as relações privadas entabuladas

11
Dooyeweerd afirma: “sob a influência do Cristianismo, a punição é determinada em
conformidade com a medida de culpa e de responsabilidade” (DOOYEWEERD, 1997b, p.
145).
12
Dooyeweerd sustenta que a pena de morte é um mandamento divino permanente. Ver
Gênesis 9.5-6, Romanos 13.4. Mas é também uma implicação da restituição, que é parte do
significado da retribuição. Desde que os homicidas não podem oferecer qualquer restituição em
medida, suas próprias vidas são, portanto, perdidas. Dooyeweerd assinala que a oposição à
pena de morte, típica da atual posição católica romana, falha em reconhecer o distinto princípio
estrutural interno do Estado e a distinção modal adequada entre o moral e o jurídico.
Contudo, cabe observar que, se a restituição às vítimas é o princípio relevante, então os
herdeiros da vítima possuem o direito de exigir uma indenização pelo homicídio. Isso é
conhecido como wergeld ou o “preço do homem” na antiga lei germânica, e existiu em outras
culturas indo-europeias e semíticas.
13
O autor utiliza a expressão civil law, que, no direito anglo-saxão, designa todos os ramos do
direito positivo exceto o penal. No direito brasileiro, a tradução literal “direito civil” poderia
causar alguma confusão, já que designa apenas um dos ramos não-criminais do direito, ao
lado do direito comercial, do consumidor, do trabalho etc. Na organização dos tribunais
brasileiros, essa distinção entre ramos criminais e não criminais geralmente é designada pelo
adjetivo “cível”; têm-se, assim, varas cíveis, câmaras cíveis, juizados cíveis, ações cíveis etc.
Porém, essa distinção também é confusa para o leitor não familiarizado com a vida forense.
12

por indivíduos enquanto tais, e o último sendo o direito comum interno


do Estado enquanto comunidade pública. Estas são as duas esferas
originais de competência do Estado no domínio da [formação do
direito] (DOOYEWEERD, 1997c, p. 119).

O direito privado, então, diz respeito à liberdade e igualdade das


pessoas, enquanto pessoas, perante o direito estatal. O direito privado também
constitui um reconhecimento jurídico público de acordos jurídicos
interindividuais, independentemente da membresia em qualquer associação
comunitária particular ou de uma característica específica da pessoa, como
idade, saúde, sexo, etnia, religião ou condição econômica (Dooyeweerd,
1997e, p. 94-95).

O direito público, por outro lado, diz respeito à organização do Estado e


aos respectivos direitos e deveres do governo e dos cidadãos dentro dessa
comunidade jurídica pública. Assim, por exemplo, concerne ao direito público
estabelecer se o governo é representativo e o modo como os cidadãos podem
eleger representantes. No entanto, o conteúdo específico desse direito deve
ser determinado com base na salus publica, que é o bem comum
(DOOYEWEERD, 1997b, p. 150). Não obstante, Dooyeweerd diz que o bem
comum "tem sido em todas as eras o slogan do absolutismo estatal"
(DOOYEWEERD, 1997a, p. 27).

Dooyeweerd enfatiza novamente que somente na concepção cristã de


soberania das esferas sociais, em termos da qual o Estado é visto como
intrinsecamente limitado ao seu princípio estrutural interno, uma concepção
que "fundamentalmente quebrou com qualquer absolutização de qualquer
Estado ou indivíduo, [... podemos] entender o princípio do bem comum como
um princípio verdadeiramente jurídico do direito público" (DOOYEWEERD,
1997b, p. 151, 153). Em outras palavras, o bem comum, como um princípio de
determinação do direito público, deve ser também intrinsecamente qualificado
no sentido jurídico público. Assim, no que diz respeito ao direito público, o bem
comum nunca deve ter, por exemplo, um sentido econômico ou social. Isso
também implica dizer que não existe um bem comum uniforme para a

Assim, preferiu-se ajustá-la para a designação “direito privado”, a qual, embora guarde alguma
imprecisão – visto que alguns ramos não criminais, como o direito do trabalho, não costumam
ser classificados como parte do direito privado –, ao menos comunica a dicotomia público-
privado intentada por Dooyeweerd. (Nota do Revisor)
13

sociedade, mas muitos bens comuns, sendo que a responsabilidade do Estado


diz respeito exclusivamente à dimensão jurídica pública. Para os muitos e
diversificados bens comuns na sociedade, esferas diferenciadas possuem suas
próprias responsabilidades soberanas (DOOYEWEERD, 1997e, p. 97-98;
2003, p. 170).

Esses dois tipos de direito (privado e público) próprios ao Estado, em


virtude do seu distinto princípio estrutural interno, devem ser nitidamente
distintos das múltiplas esferas privadas de direito, as quais estão
exclusivamente sob a jurisdição de cada respectiva esfera social soberana
(DOOYEWEERD, 1997e, p. 94-95).

3 Financiamento público de programas sociais

Como mencionado acima, a tributação é um exercício do poder


coercitivo do Estado. No que tange ao financiamento público (por meio de
tributos) de programas sociais, isso pode funcionar em um destes três níveis ou
em alguma combinação deles. O primeiro nível é o da operação direta do
Estado. Nesse nível, os tributos são arrecadados para financiar programas
sociais que são administrados como qualquer outro departamento estatal. O
segundo nível é o que eu chamarei de subsídio. Nesse nível, os tributos são
arrecadados e, em seguida, alocados para agências autônomas que
administram os programas sociais. O terceiro nível é o que eu chamarei de
estipêndio. Nesse nível, os tributos são arrecadados e, em seguida, alocados
para os destinatários dos serviços do programa social e eles, por sua vez,
utilizam o tributo-estipêndio para financiar os programas.

O crédito tributário reembolsável a agências ou beneficiários para o


financiamento de programas sociais são subsídio ou estipêndio na medida em
que o tributo reembolsado excede o que foi pago pelo reembolsante. Nesse
caso, o crédito tributário alocado para o financiamento de programas sociais é
arrecadado daqueles não reembolsados. No entanto, os créditos tributários não
reembolsáveis para agências e destinatários de serviços de programas sociais
14

não constituem, por definição, financiamento baseado em tributos, uma vez


que nenhum tributo de fato financia os programas.

Programas sociais incluem, por exemplo, educação e saúde. Quando


consideramos, de acordo com a concepção dooyeweerdiana da soberania das
esferas sociais esboçada acima, se essas atividades são próprias do Estado,
isto é, se pertencem à sua esfera de competência e, portanto, se o Estado
deveria financiá-las através de qualquer nível de tributação, devemos
considerar as respectivas funções fundantes e qualificantes desses programas.
Dessa forma podemos determinar suas respectivas naturezas intrínsecas e
princípios estruturais internos. Já esboçamos a concepção de Dooyeweerd
sobre o princípio estrutural interno do Estado. Se, por exemplo, verificarmos
que educação ou saúde têm natureza intrínseca idêntica à do Estado,
poderemos então concluir que o financiamento público para tais programas
sociais é compatível com a visão de Dooyeweerd. No entanto, se
considerarmos os princípios estruturais internos desses programas sociais e
verificarmos que possuem suas próprias naturezas intrínsecas e distintas do
Estado, então poderemos concluir que financiá-los por meio de tributação é
incompatível com a visão de Dooyeweerd.

Embora escolas e hospitais sejam historicamente fundados e, como se


defende plausivelmente, tenham suas respectivas funções qualificantes nas
modalidades analítica e moral (ou biótica), gostaria de sugerir que tanto a
educação como a saúde são bioticamente fundados e moralmente qualificados.
Desse modo, educação e saúde pertenceriam à esfera de competência da
família. Por conseguinte, sugiro que o financiamento público da educação e da
saúde é incompatível com a concepção dooyeweerdiana da soberania das
esferas sociais.

4 Uma concepção não individualista

Dooyeweerd distingue sua concepção de soberania das esferas sociais


da visão individualista do liberalismo clássico. Embora reconheça que o
liberalismo clássico teve seu desenvolvimento significativamente influenciado
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pelo cristianismo (Dooyeweerd, 1997b, p. 166), Dooyeweerd remete os


fundamentos de suas pressuposições ao motivo-base humanista de natureza e
liberdade. Sobre esse motivo, o liberalismo clássico afirma a soberania do
indivíduo com certos direitos inalienáveis. Nessa concepção, o Estado então se
forma por meio de um contrato, para o único propósito de proteger esses
direitos individuais, primordialmente a vida, a liberdade e a propriedade.

Em contraste com a visão de Dooyeweerd da necessidade de um limite


intrínseco, a concepção individualista constitui um mero limite externo ou
extrínseco ao Estado (DOOYEWEERD, 1997b, p. 151-152). Essa mera
limitação extrínseca não apenas constitui uma concepção errônea da
diversidade da criação, tanto em suas modalidades como nas estruturas de
individualidade, mas em última instância é insuficiente na prática.
Historicamente, a concepção individualista tem sido incapaz de conter as
pressões de uma concepção absolutista do chamado bem comum, que não
seja ela mesma qualificada pela limitação da natureza intrínseca de um Estado
(DOOYEWEERD, 1997b, p. 151).

5 Conclusão: desafiando o Zeitgeist

A concepção da soberania das esferas sociais tal como desenvolvida


por Dooyeweerd não é popular. Essa concepção está enraizada no motivo-
base cristão, que afirma a diversidade criacional, elaborada teoricamente em
termos de modalidades e de estruturas de individualidade e em termos do
limite intrínseco das distintas comunidades sociais soberanas. Assim como
Smeenk e Dooyeweerd eram uma minoria em seus dias entre os supostos
seguidores de Kuyper na defesa de uma genuína concepção da soberania das
esferas sociais, uma concepção que não é nem estatista nem individualista, a
visão de que o financiamento público para programas sociais é incompatível
com a concepção de Dooyeweerd é, lamentavelmente, minoritária entre
aqueles que se identificam como seguidores da linha de pensamento de
Dooyeweerd.
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Contudo, aqueles que são ousados para se posicionar contra a atual


ortodoxia do financiamento público são chamados a permanecer firmes e a
avançar juntos com fidelidade. Além disso, temos boa esperança em fazê-lo,
tendo aquela motivação interior do poder do Espírito por meio do motivo-base
de Sua Palavra, a saber, criação, queda e redenção por Cristo Jesus. Com
respeito à sua concepção de soberania das esferas sociais baseada no motivo-
base cristão, Dooyeweerd diz:

e cabe a nós, irmanados em espírito, apegar-nos a esta ideia


incomparavelmente rica, torná-la nossa, possuí-la espiritualmente
como a herança de nossos pais, para que possamos levá-la a toda
parte para o benefício de toda a comunidade, agora tão
drasticamente torturada, como o único bálsamo para suas feridas
(DOOYEWEERD, 1997b, p.155).

Post scriptum

Estudar o trabalho de Dooyeweerd (como um todo, e neste assunto em


particular) e escrever este artigo não foi apenas intelectualmente formativo,
mas necessariamente também de fundamental significância religiosa e pessoal.
Para mim, é importante não apenas tornar-me um melhor pesquisador, mas
também, como um crente reformado, fazer isso no modo “não da carne...
levando cada pensamento cativo à obediência de Cristo” (2 Coríntios 10.4-5).

Não muito tempo depois de terminar este artigo (aproximadamente 10


anos atrás), comecei um estudo independente em economia. Isso
complementou meus estudos em filosofia social e política e me ajudou a
distinguir, por exemplo, uma errônea visão individualista da sociedade de uma
visão econômica bem fundada (como eu estava começando a perceber) de
laissez-faire ou livre mercado. Essa visão da economia pode envolver uma
espécie de "individualismo metodológico" por meio de sua conexão com uma
análise praxeológica da ação humana, mas isso não equivale a uma visão
individualista da sociedade. E essa distinção aumentou minha apreciação pela
crítica de Dooyeweerd a uma concepção individualista da sociedade, mesmo
que ele próprio não tenha percebido suas consistentes implicações (positivas)
para um mercado completamente livre.
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Ao mesmo tempo, comecei a notar que Dooyeweerd nunca criticou


rigorosamente o conceito de monopólio dentro de sua definição do Estado.
Mencionarei apenas brevemente que a própria ideia dooyeweerdiana de que a
prerrogativa coercitiva (poder da espada) na "comunidade política" é
compartilhada pelo governo e pelos cidadãos parece minar fundamentalmente
o monopólio estatal. Além disso, a própria ideia de monopólio coercitivo logo
me pareceu incompatível com certas normas de justiça (pública) civil que, de
fato, não permitem a iniciação (primeiro uso) da coerção contra as pessoas ou
seus bens. O único uso legítimo da força é na resposta proporcional à
agressão prévia. E isso é um golpe mortal para o monopólio coercitivo
reivindicado pelos Estados.

Essa crítica do Estado (e de seu intervencionismo econômico) se


enquadra apropriadamente na concepção de Dooyeweerd sobre a soberania
das esferas sociais e é por ela favorecida. Nesses termos, há espaço para
redefinir e reformular uma visão da comunidade política não-monopolista e o
papel adequado do governo civil intrinsecamente limitado.

Oro para que, como eu, você se beneficie do trabalho de Dooyeweerd. E


espero que seja motivado a continuar seu trabalho acadêmico no Senhor,
porque não será em vão (1 Coríntios 15.58).

Gregory Baus,

Abril de 2017.
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Bibliografia

Dooyeweerd, Herman. (1997a), ‘Calvinism and Natural Law,’ in: Essays in


Legal, Social, and Political Philosophy, Alan Cameron and D.F.M. Strauss
(eds). Lewiston: The Edwind Mellen Press.

Dooyeweerd, Herman. (1997b), ‘The Christian Idea of the State,’ in: Essays in
Legal, Social, and Political Philosophy, Alan Cameron and D.F.M. Strauss
(eds). Lewiston: The Edwind Mellen Press.

Dooyeweerd, Herman. (1997c), ‘The Contest over the Concept of Sovereignty,’


in: Essays in Legal, Social, and Political Philosophy, Alan Cameron and
D.F.M. Strauss (eds). Lewiston: The Edwind Mellen Press.

Dooyeweerd, Herman. (1997d), A New Critique of Theoretical Thought,


translated by David Freeman, H. DeJongste, and William Young. Lewiston: The
Edwin Mellen Press.

Dooyeweerd, Herman. (1997e), ‘The Relation of the Individual and Community


from a Legal Philosophical Perspective,’ in: Essays in Legal, Social, and
Political Philosophy, Alan Cameron and D.F.M. Strauss (eds). Lewiston: The
Edwind Mellen Press.

Dooyeweerd, Herman. (2003), Roots of Western Culture: pagan, secular,


and Christian options, translated by John Kraay. Lewiston: The Edwin Mellen
Press.

Kennedy, James C. (2002), ‘The Problem Of Kuyper’s Legacy’ in: Journal of


Markets & Morality, vol. 5, no. 1.
http://www.marketsandmorality.com/index.php/mandm/article/view/556.

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