ANO I › EDIÇÃO I › JANEIRO 2010

Um estado em construção
Planejamento governamental
para alavancar o desenvolvimento do Maranhão

Minha Casa, Minha Vida

Lula assinou a construção de 5.894 unidades e garantiu
mais 19.967 para o MA em 2010

Entrevista
Júlio Noronha
25 anos de dedicação ao Maranhão

Empreendedorismo
Saiba como o SEBRAE/MA
está preparando os micros
e pequenos empresários
maranhenses
 Integrando
Palavra do Editor

EXPEDIENTE
Cenários
Quando concebemos um projeto, pon- Diretor Executivo
deramos sobre como executá-lo, mas é sempre Glauber Ayres
difícil prever os desafios que irão nos separar da
concretização do objetivo. Há dois meses, a Re-
Diretor Financeiro
vista Cenário MA era um esboço que se resumia
em um projeto editorial com um novo conceito Luana Costa
no segmento magazine.
Analisamos o cenário que vem sendo desen- Editor-Chefe
hado para o Maranhão e surpreendentemente Robson Luis
observamos que é uma evolução sem o com-
partilhamento entre os setores que atuam na
Direção de Arte
economia local. Foi, então, que definimos o
que gostaríamos de compartilhar com o nosso Wicleice Fábio
público leitor. Com pautas definidas, caímos em
campo à procura de informações. Era chegada a Redação e Revisão
hora da árdua tarefa de transformar as idéias em Robson Luis
fatos. Ou melhor, idéias e fatos em uma Revista
Luana Diniz
inovadora.
Nesse ínterim de produção e, principalmente,
de dedicação, o que mais nos surpreendeu foi Colaboradores
a reação das pessoas que entrevistamos quando Sérgio Castro
apresentávamos a nossa proposta editorial para o Márcio Assunção
lançamento de um novo veículo jornalístico no Sérgio Filho
estado. Era o nosso comprometimento profis-
sional de cara e mãos dadas com a responsabili-
Fotos
dade delas de desenvolver o Maranhão.
Neste primeiro número, traçamos um pan- Márcio And’son
orama geral dos acontecimentos que marcam Juraci Meireles
a arrancada para o crescimento econômico do Secretaria de Estado do Turismo
estado. Linguagem leve e dinâmica, editora- Clara Comunicação
ção gráfica moderna e reportagens de interesse
amplo. O conteúdo editorial que compõe esta Impressão
primeira Cenário MA perpassa as tendências Estação Gráfica
empresariais, de tecnologia, de turismo, de cul-
tura e de políticas públicas.
A equipe da Cenário MA se congratula com Tiragem
aquilo que ela está gerando, com o apoio de cli- 8.000 exemplares
entes e a colaboração expressiva e espontânea de
especialistas. Temos a convicção de que estamos A Revista Cenário MA é uma publica-
entregando nas mãos do nosso leitor uma revista ção bimestral da DHEZ PROPAGANDA
E DESIGN LTDA.
tão evolutiva quanto o cenário que o Maranhão Rua das Palmeiras, Qd. B, Casa 10
está apresentando. Renascença I, São Luís – MA
 08 e 09
Agências de publicidade são facilitadoras
da boa imagem da empresa 23
Computação em nuvens

10 27 e 28
Dignidade e cidadania
Sintonia com o mercado aumenta
possibilidade de emprego

12,13 e 14 31, 32, 33 e 34

Lula anuncia o “Minha Casa, Minha
Vida” no Maranhão Entrevista Júlio Noronha

15 e 16 36 e 37
Pólos comerciais se consolidam Empresas estreitam relações com
em avenidas clientes nas redes sociais

19, 20 e 21 39 e 40
Bons ventos colocam o kitesurf Provedor de internet maranhense conquista
maranhense nas alturas mercado internacional

6 › REVISTA CENÁRIO
45 e 46
79, 80 e 81
MPX Energia constrói
termelétrica em São Luis

Conhecimento aumenta
competitividade de micros
e pequenos negócios

48 e 49
Setor de trânsito recebe
equipamentos da
administração municipal

52 e 53
Publicidade indoor conquista mercado
em São Luís

70, 71, 72 e 73
Diversidade de atrativos eleva
São Luís à posição de destaque no
turismo nacional

75, 76 e 77
Nove pólos para alavancar o turismo
no Maranhão

REVISTA CENÁRIO › 7
 Agências de publicidade são
facilitadoras da boa imagem da empresa
Estrutura, portfólio e equipe de profissionais são diferencial
O segredo da boa imagem de um empreendimen-
to pode estar na escolha da agência. Mas, na hora de
fechar um contrato em que a agência passa a ser a
responsável pelo marketing da empresa, o empresá-
rio deve, inicialmente, levar em conta a estrutura, o
portfólio e a equipe de profissionais oferecidos pela
agência. O contratante deve analisar ainda a solidez
da relação das agências com os fornecedores de mídia
(tv’s, rádios, jornais, etc.).
8 › REVISTA CENÁRIO
Superada a primeira etapa, inicia o serviço de
atendimento desempenhado pelo profissional da
agência dentro da empresa cliente. Bruno Salomão,
profissional de atendimento em agência há três anos,
disse que o responsável pelo atendimento passa a ser
uma espécie de confidente da empresa, tendo acesso
às informações confidenciais como o faturamento,
por exemplo. “É muito mais do que o desempenho de
uma atividade. É uma relação de confiança em que o

Antônio Dino Tavares,
diretor da Lobo Motos
profissional de atendimento leva os anseios do cliente
para serem executados pela agência”, analisa.
Os custos com a contratação de uma agência não
são altos, argumenta o diretor da Dhez Propaganda,
Glauber Abreu, se forem levados em consideração os
resultados alcançados pela empresa que terceiriza a
atividade de marketing. Ele explica que a agência fun-
ciona como o departamento de marketing da empresa
sem os custos administrativos com a contratação de
profissionais e os encargos adicionais. “As agências
tem, atualmente, a preocupação em adequar suas
tabelas de preços à realidade do cliente”, observa.
Postura ética valoriza
trabalho das agências
Para conquistar os clientes, as agências de publici-
dade devem adotar algumas posturas éticas que valo-
rizam o seu trabalho. É proibitivo trabalhar com duas
empresas do mesmo segmento, para que a agência
desenvolva a sua função com neutralidade.
Entidades como a Associação Brasileira das Agên-
cias de Publicidade (Abap) e o Conselho Executivo
das Normas-Padrão (Cenp) regulamentam e fisca-
lizam as atividades das agências de publicidade e os
procedimentos que norteiam o mercado publicitário.
São Luís possui, atualmente, quatro faculdades de
marketing e publicidade que respondem pelo ingres-
so de profissionais no mercado. Além de elevarem o
nível profissional das agências de São Luís, que nos
últimos cinco anos vem conquistando, inclusive, prê-
mios nacionais, transformaram o Maranhão em um
exportador de profissionais para outros estados.
Agências conquistam
credibilidade no mercado
Empresários de São Luís já não tem dúvidas sobre
as vantagens dos serviços das agências de publicida-
des. O sócio-gerente da Lobo Moto, Antônio Dino
Tavares, afirma que a contratação da agência contri-
buiu significativamente para avaliação dos resultados
da empresa com informações precisas sobre os seus
clientes. “A terceirização do marketing da empresa foi
a melhor opção para nós. Nossa agência é responsável
pela organização de mídia, pesquisas de atendimento
ao cliente e pelo direcionamento dos recursos volta-
dos para campanhas publicitárias junto ao público
alvo dos negócios da empresa. Além disso, a agência
contribuiu muito para a construção da identidade da
empresa no mercado, dando mais visibilidade à marca
e aumentando a nossa competitividade”, avalia.
A proprietária da Home Theater, franquia do
setor de eletrônico, Rhavelly Araújo, disse que a
agência é um facilitador do empresário. Ela explica
que, como o empresário tem muitas responsabi-
lidades e pouco tempo para se dedicar a assuntos
adversos da sua atividade, a agência possui as
ferramentas necessárias para realizar o trabalho
de mídia. “Gosto sempre de opinar, mas confio
na agência, pois sei que ela dispõe dos meios que
preciso para atingir a minha clientela”, afirma.
Rhavelly Araújo, proprietária
da Home Theater Center
Diversidade
de atrativos eleva
São Luís à posição
de destaque no
turismo nacional

Quem visita a cidade e interage com o seu
povo, pode entender sua origem.
São Luís apresenta potencial para assumir seu
lugar como importante pólo turístico nacional. Com
foco nesse objetivo, a Prefeitura de São Luís, por meio
da Secretaria Municipal de Turismo (Setur), está
desenvolvendo atividades de divulgação apostando
na diversidade cultural, artística e natural da Capital.
“O nosso Centro Histórico é um dos mais visitados
do Brasil e, além disso, temos outras possibilidades de
atrativos que precisam ser mais divulgadas. A diversi-
dade de opções é importante no momento da escolha
Diversidade de atrativos tem
forte influência na escolha
de São Luís como destino
do roteiro pretendido pelo turista”, explica Liviomar
Macatrão, secretário municipal de turismo.
Mesmo sendo uma capital altamente atrativa para
o turista, o secretário afirma que é fundamental a
realização contínua de ações de divulgação. “Esta é
uma recomendação feita pelo próprio prefeito João
Castelo para promover o crescimento da atividade
turística no município”, lembra Liviomar Macatrão.
O prefeito João Castelo esteve presente no lança-
mento dos projetos Cores de São Luís, Sinalização
REVISTA CENÁRIO › 11
 Turística e do Plano de Qualificação do setor Turísti-
co (Qualitur). Ele destacou os resultados obtidos no
segmento turístico e as ações compartilhadas entre os
órgãos municipais. “Com o desempenho das ativi-
dades de forma coordenada estamos desenvolvendo
um modelo de gestão que permite atingir os objeti-
vos sem desperdiçar recursos públicos”, ressaltou o
prefeito.
Macatrão fez a apresentação minuciosa das ações
realizadas pela Setur, como, por exemplo, o lança-
mento do São João ludovicense em seis capitais bra-
sileiras, a recepção de turistas na alta estação (início
do ano e julho de 2009). Entre as atividades locais,
foi mencionada pelo secretário a criação de rotei-
ros abrangendo o turismo de aventura, náutico e os
juçarás do Maracanã, além de projetos sociais como o
“Turismo na Escola”, o “Informante Anfitrião”, a capa-
citação de taxistas, profissionais de bares e restauran-
tes, hotéis, engraxates e vendedores de jornais.
Os casarões, becos e ruas, guardam lendas e histó-
rias peculiares, que só quem visita a cidade e interage
com o seu povo, pode entender sua origem. Sol na
maior parte do ano, belas praias, culinária original,
histórias pra contar, povo hospitaleiro, assim é São
Luís do Maranhão. Uma cidade de múltiplas faces
capaz de atrair até o mais incauto turista. As belezas
12 › REVISTA CENÁRIO
apreciadas pelos visitantes deram vários títulos à cida-
de: Patrimônio Histórico da Humanidade e Capital
Brasileira da Cultura, este em 2009.
O clima ensolarado de julho a dezembro faz das
praias um dos principais “points”, sem mencionar
uma extensão de orla com um conjunto de acidentes
geográficos formado por falésias, restingas e dunas.
Praias como Olho D’água, Araçagy, e as praias ao
longo da Avenida Litorânea - São Marcos, Calhau e
Caolho - são as mais visitadas. Lá se encontra a essên-
cia da cultura gastronômica da cidade. Caranguejo e
o peixe frito formam os cardápios de especialidades
encontradas nos bares e restaurantes da orla.
A beleza arquitetônica do casario colonial tomba-
do pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN), que já foi cenário de produções
da Rede Globo, encanta os visitantes. A “Cidades
dos Azulejos”, como foi batizada por apresentar
grande número de prédios com fachadas revestidas
com azulejo trazidos de países europeus durante os
séculos XVIII e XIX, possui 107 mil metros qua-
drados de área urbana tombada, envolvendo cerca
de 1200 edificações, e constituindo o mais extenso e
valioso conjunto da arquitetura colonial portuguesa
do século XIX. As ruas, becos e escadarias revelam a
majestade do Centro Histórico.
“Os casarões, becos e ruas,
guardam lendas e histórias
peculiares, que só quem
Programas
apresentados pela
Prefeitura de São Luís
Turismo Náutico: lançado pelo prefei-
to João Castelo no início do ano, o “Roteiro
Navegando na História” aguarda apenas a
construção do píer localizado nas instalações da
marinha local para começar a funcionar. O pas-
seio inicia na Praia Grande, onde o turista terá
uma visão panorâmica e privilegiada do Centro
Histórico de São Luís.

Museu da Gastronomia: Também no

Centro Histórico, o museu irá valorizar a culi-
nária maranhense. Os temperos peculiares, até
pela forte miscigenação do povo, é motivo de
elogios de todos que chegam. O arroz de cuxá,
o beiju, o cuscuz de milho, o manuê, o peixe fri-
to, a caranguejada, são algumas dessas iguarias
que o turista poderá apreciar no local.

Projeto Cores de São Luís: Todo

ano, a prefeitura fará a restauração de pontos
turísticos no Centro Histórico da cidade. O
primeiro será a casa das Tulhas ou Feira da praia
Grande, como é popularmente conhecida. Na
feira serão realizados serviços de pintura interna
e externa, reordenação de pedras e iluminação
cenográfica. O projeto inclui ainda a capacita-
ção dos feirantes da Praia Grande como infor-
mantes turísticos.

Roteiro do reggae: Denominado

passeio Capital Brasileira do Reggae, a ação
visa potencializar e aproveitar o ritmo como
atrativo turístico. No percurso, turistas poderão
visitar bares e clubes de reggae, fazer arranjos tí- “Os casarões, becos e ruas,
picos (dreads) nos cabelos e ter aulas de dança. guardam lendas e histórias
peculiares, que só quem

REVISTA CENÁRIO › 13
 Nove pólos para alavancar
o turismo no Maranhão
Visando estimular o turismo interno e consolidar
os atrativos turísticos e culturais em nível nacional e
internacional, o governo do Estado, por meio da Se-
cretaria de Turismo, apresentou durante o I Salão de
Turismo do Maranhão nove pólos, que contemplam
roteiros em 63 cidades maranhenses. A iniciativa do
governo estadual teve o apoio da Associação Brasi-
leira das Agências de Viagem (Abav) /MA, Sebrae,
Senac, trade turístico e de prefeituras das cidades que
integram os pólos.
O Salão reuniu representantes do poder públi-
co e das cadeias produtivas de turismo, operadores,
agentes de viagens, gestores municipais, expositores
e produtores culturais. O evento teve como pauta o
novo olhar que deve ser lançado ao Maranhão, como
potência turística brasileira.
14 › REVISTA CENÁRIO
As rodas de discussão do evento se concentraram
no alinhamento das diretrizes já estabelecidas pelo
governo com as necessidades, bem como as condi-
ções, dos municípios com potencial para a atividade
turística. A perspectiva de geração de novos negócios
foi fomentada pela apresentação de cases onde foram
levantadas as condições primordiais para que as estru-
turas turísticas do Maranhão tenham comercialização
externa. Para alcançar este objetivo, o governo preten-
de, em primeiro lugar, consolidar o turismo interno.
Durante a abertura do Salão, a governadora do
Estado, Roseana Sarney, reconheceu a importância da
divulgação e comercialização do turismo do Mara-
nhão. “Faltava-nos uma ação consistente e planejada
para garantir a execução de uma política de investi-
mentos para o setor turístico estadual”, destacou.
 O Maranhão se configu-
ra como um destino turístico
privilegiado pela diversidade.
Com o segundo maior litoral do
país, suas cidades seculares e a
multiplicidade dos seus ecossis-
temas, o turista tem a opção por
diferentes roteiros, seja turismo
de aventura, turismo cultural,
religioso ou de lazer.
Foi com foco nessas potencialida-
des que o governo apresentou nove
pólos, que promoverão a co-gestão
do turismo nos municípios, a inte-
gração de regiões e ampliarão a oferta
de destinos turísticos do Maranhão.
A divisão do estado em pólos foi
fundamentada nos recursos naturais
e sócio-culturais dos municípios que
compõem cada região.

Ao lado do secretário de Turismo, Tadeu Palácio, e outras autoridades presentes, a gover-

nadora abre oficialmente o I Salão de Turismo do Maranhão.

Governadora Roseana Sarney destaca a importância da divulgação e comercialização do

turismo maranhense no mercado nacional e internacional, mas elege como prioridade
consolidar o turismo interno.

Cadeias produtivas de turismo, operadores, produtores culturais e gestores públicos parti-

ciparam de rodas de discussão para alinhar as diretrizes e desenvolver o potencial turístico
dos municípios.

REVISTA CENÁRIO › 15
 Pólos representam os recursos naturais
e sócio-culturais de 63 cidades
Pólo Amazônia Maranhense
Confirma a localização do Maranhão no Meio-
Norte do país. As matas, ilhas e praias selvagens, além
dos manguezais, serras e corredeiras desse pólo repre-
sentam a amazonidade do Maranhão. Fazem parte da
Amazônia Maranhense as cidades de Turiaçu, Cân-
dido Mendes, Luís Domingues, Godofredo Viana e
Carutapera. A viagem para conhecer esse pólo pode
ser feita por ferry-boat.
Pólo Chapada das Mesas
Localizado na região sul do Maranhão, onde
se encontra a maior área de cerrados preservados
da América do Sul. O Pólo Chapada das Mesas é
composto pelas cidades de Balsas, Carolina, Estrei-
to, Imperatriz, Porto Franco, São João do Paraíso,
Riachão e Tasso Fragoso.
O acesso a este pólo é feito por avião até a cidade
de Imperatriz ou pela Ferrovia de Carajás, até Açai-
lândia. O mesmo percurso também é possível de
carro ou ônibus, saindo de São Luís até o município
de Porto Franco.
Pólo dos Cocais
Uma alusão às palmeiras de coco babaçu da região,
o Pólo dos Cocais é o berço de grandes nomes da
cultura maranhense. Englobam o Pólo as cidades de
Aldeias Altas, Caxias, Codó, Coelho Neto e Timon.
Quem desejar conhecer esse pólo pode sair de São
Luís pela BR-316 até Caxias e Timon.
Pólo Delta das Américas
O Delta das Américas é o terceiro maior em mar
aberto do mundo. Localizado na fronteira com o
estado do Piauí, a região é composta por mais de 70
ilhas. O Delta é formado pelos municípios de Paulino
Neves, Tutóia, Araioses e Água Doce do Maranhão.
O turista pode sair tanto de São Luís, quanto de Bar-
reirinhas para chegar até o Delta.
Pólo Floresta dos Guarás
Localizado no litoral ocidental, o Pólo Floresta
dos Guarás abriga as reentrâncias maranhenses. A
16 › REVISTA CENÁRIO
paisagem forma uma das maiores florestas de man-
guezais do mundo. Na copa das árvores abrigam-se os
guarás e outras aves migratórias. O Pólo compreende
os municípios de Cedral, Guimarães, Mirinzal, Porto
Rico do Maranhão, Serrano do Maranhão, Cururupu,
Bacuri e Apicum Açu. Quem for ao pólo Floresta dos
Guarás, pode seguir via ferry-boat.
Pólo Lagos e Campos Floridos
Os campos alagados são o tesouro do Pólo Lagos
e Campos Floridos. O principal atrativo natural desse
pólo é, sem dúvida, a Pororoca do Rio Mearim. Esse
roteiro é composto pelos municípios de Arari, Con-
ceição de Lago Açu, Lago Verde, Matinha, Monção,
Pindaré-Mirim, Penalva, São Bento, São Vicente de
Ferrer, Viana, Vitória do Mearim, Pedro do Rosário,
Cajari e Santa Inês. Para conhecer esse roteiro turístico,
a viagem pode ser feita pela BR-316 ou via ferry-boat.
Pólo Munim
Seja histórico, religioso, de aventura ou lazer,
este roteiro reúne todos estes atrativos. O Pólo
Munim inclui as cidades de Axixá, Icatu, Rosário,
Presidente Juscelino, Cachoeira Grande e Morros.
O caminho para este roteiro pode ser feito a partir
de São Luís, pela BR-316 até Bacabeiras, depois
seguindo pela MA-222.
Pólo Lençóis Maranhenses
Esse pólo reserva ao visitante belas praias, lagos
límpidos, rios e dunas. Os Lençóis Maranhenses
reúnem as cidades de Barreirinhas, Humberto de
Campos, Santo Amaro e Primeira Cruz. O turista que
quiser visitar o Pólo pode optar pela MA-222 ou por
frete de aviões monomotores que partem diariamente
do Aeroporto de São Luís.
Pólo São Luís
Este é o centro convergente e distribuidor do fluxo
turístico do estado. Da ilha de São Luís partem os
demais pólos turísticos. O Pólo São Luís agrupa a ca-
pital São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar,
Raposa e Alcântara.
REVISTA CENÁRIO › 17
18 › REVISTA CENÁRIO
Bons ventos
colocam o kitesurf
maranhense
nas alturas

O II Campeonato Maranhense de Kitesurf 2009, encerrado no

dia 22 de novembro de 2009, na Praia do Meio, reuniu um grande
público e contou com expressiva participação de atletas mara-
nhenses na disputa pelas modalidades Upwind (contra o vento),
Free Style, Slalon e Downwind (a favor do vento). A competição,
dividida nas categorias Feminino, Iniciante, Máster, Sport e Open
(principal), contou com a participação de 70 atletas.

REVISTA CENÁRIO › 19
 COMO PRATICAR
O KITSURF
A prática do kitesurf requer atenção às normas
de segurança. O atleta deve começar seu aprendi-
zado pelo domínio do kite (pipa). As primeiras
tentativas na água ocorrem sem a prancha, para
que o aprendiz entenda os comandos do kite.
Mas a forma mais segura e correta de iniciar
no kitesurf é fazer um curso com um instrutor
qualificado. São Luís já possui uma escola para
Com a realização da etapa, foram encerradas as
iniciantes na Praia do Meio, ao lado da Pousada
competições do kitesurf maranhense em 2009. Os
Jerusalém. O telefone para contato é 9971 8155.
organizadores do evento, Cláudio Guimarães e André
Saber nadar é também fundamental, além de
Trovão, agradeceram a participação dos atletas e
ter um bom condicionamento físico. Fora isso,
prometeram muito mais competições para 2010. Eles
pular etapas do aprendizado pode causar frustra-
comemoraram o sucesso da temporada 2009, acenan-
ção ou até mesmo a desistência do aprendiz.
do a realização do III Campeonato Maranhense para
A velocidade do vento para a prática do kite
o segundo semestre de 2010.
fica entre 8 e 18 nós. O instrutor deve fornecer
O presidente da Associação dos Velejadores do
equipamento adequado à intensidade do vento,
(AVEMA), Rogério Luna, demonstrou otimis-
peso e força do aluno. O local ideal para a prá-
mo em relação ao nível técnico dos atletas mara-
tica do esporte pode ser um lagoa ou faixa de
nhenses e já faz planos de mobilizar os adeptos
mar protegida das ondas, como uma enseada,
do kitesurf para trazer uma etapa do campeonato
baia ou penínsulas.
brasileiro para o estado.
É importante usar o equipamento adequado
Já Cláudio Guimarães diz que ainda é cedo para
ao seu velejo. As marcas que garantem serviço
empreender algo tão complexo como um campeonato
pós-venda são as melhores opções, pois garan-
brasileiro. Ele justifica que é preciso amadurecer o
tem assistência caso você precise de peças de
esporte em nível local para alçar vôos mais altos. “A
reposição e reparos.
temporada de kitesurf 2009 no Maranhão foi bastan-
Essas e outras informações sobre o kitesurf
te proveitosa. O vento ajudou muito e o nível técnico
estão disponíveis com maiores detalhes no site
dos atletas maranhenses se desenvolveu sem deixar
www.kitesurfmania.com.br.
nada a dever aos atletas de outros Estados brasileiros”,
comemorou.
Claudio Guimarães lembra que fez, em con-
junto com os atletas Gilvan Santana e André
Campbell (PA), o mapeamento de todo litoral
maranhense. Ele afirma que foi um passo muito
importante para o crescimento do esporte no esta-
do. Os três atletas velejaram entre Tutóia e Travosa,
passando por Atins (cerca de 150 km de kitesurf ),
margeando todo o Parque Nacional dos Lençóis
Maranhenses, em dois dias. A equipe da Ocean
Kite Point, sob a coordenação de Rogério Luna,
também empreendeu viagens para Atins e Santo
Amaro, descobrindo novos picos de velejo.

20 › REVISTA CENÁRIO
2º CAMPEONATO MARANHENSE DE KITESURF

RESULTADO FINAL

UPWIND SPORT 2º Marcela Goulart SPORT

1º Pedro Cruz 3º Camila Goulart 1º Leonardo Garcia
FEMININO 2º José Vieira 2º Paulo Ricardo Rodrigues
1º Marcela Goulart 3º Ramon de Oliveira INICIANTE 3º José Augusto Martins
2º Camila Goulart 1º Marcelo Medeiros
3º Ândrea Goulart OPEN 2º Evandro Silva Jr. OPEN
1º Rogério Luna 3º Gabriel Lins 1º Carlos Eduardo Gentil
INICIANTE 2ºJosé Augusto Martins 2º Igor Passos
1º Paulo Trindade 3º Carlos Eduardo Gentil MASTER 3º Rogério Luna
2º Kaio Sousa 1º Claudio Guimarães
3º Evandro Silva Jr. SLALOM 2º Paulo Trindade
3º Renato Udihara
MASTER FEMININO
1º Fernando César Costa 1º Marcela Goulart
2º Gilvan Santana 2º Camila Goulart
3º Renato Udihara 3º Ândrea Goulart

SPORT
1º Emanoel Queiroga
INICIANTE
1º Marcelo Medeiros
Kite
conquista
2º Paulo Ricardo Rodrigues 2º Evandro Silva Jr.
3º Ramon de Oliveira 3º Paulo Trindade

público
OPEN MASTER
1º Rogério Luna 1º Renato Udihara
2º Igor Passos 2º Paulo Macatrão
3º Carlos Eduardo Gentil

DOWNWIND
SPORT
1º Paulo Ricardo Rodrigues
2º José Vieira
feminino
FEMININO 3º Pedro Cruz
1º Marcela Goulart Revelação do campeonato
2º Camila Goulart OPEN na categoria feminina, Mar-
3º Ândrea Goulart 1º Carlos Eduardo Gentil cela Goulart foi a campeã nas
2º Rogério Luna regatas Upwind e Downwind.
INICIANTE 3º Claudio Guimarães
1º Evandro Silva Jr.
2º Gabriel Lins
3º Paulo Trindade
FREE STYLE
FEMININO
MASTER
1º Ândrea Goulart
1º Fernando César Costa

REVISTA CENÁRIO › 21
22 › REVISTA CENÁRIO

Computação em nuvens
Tecnologia conquista adeptos na internet
A cada dia os computadores, celulares e iPods
vem aumentando suas capacidades de gravação. Os
tamanhos dos Hard Drives estão diminuindo cada
vez mais ao mesmo tempo em ficam mais potentes.
Há cinco anos os computadores de 80 Gb eram
considerados ultramodernos, e o que dizer diante dos
pen-drives de 256Gb?
No entanto, os “HD’s” são caros e não são 100%
seguros e podem causar a perda de grandes quan-
tidades de dados, além de não serem mais finos e
acessíveis do que os populares netbook’s. Não seria
uma má idéia tirar o HD desses aparelhos, já que
temos internet banda larga e servidores cada vez
maiores nas empresas.
Essa é a proposta da “Computação em Nuvens”
ou “Cloud Computing” que, em vez de HD’s, cada
aparelho terá acesso instantâneo aos seus arquivos
pessoais que estarão guardados na rede. Isso significa
que, ao contrário de ter um HD em seu gadget fazen-
do volume e aumentando custos com manutenção e
compra de novos equipamentos, você terá um “HD”
ilimitado na internet.
Esse conceito não é novo para quem está familiari-
zado com a rede de computadores e já se percebe indí-
cios do novo estilo de armazenagem em alguns sites.
Um exemplo disso é o famoso YouTube, que guarda
vídeos pessoais na internet, ou até mesmo a mais
popular rede social do Brasil, o Orkut, que armazena
e organiza álbuns de fotos dos internautas.
SÉRGIO FILHO
Outro estilo de computação em nuvens é o “SaaS
– Software-as-a-Service”, que consiste em softwa-
res inteiros on-line. Já existem vários sites que são,
praticamente, sistemas operacionais on-line, além de
muitos serviços que disponibilizam ferramentas na
rede. Um exemplo recente é o da Adobe, que disponi-
bilizou uma versão on-line do Photoshop.
Empresas como a Google já investem na “Cloud
Computing”, com o Google Docs e o Gmail. Re-
centemente, a IBM também anunciou sua entrada
no novo nicho com o “Smart Analytics Cloud”. O
serviço conta com mais de um petabyte de memória,
o que equivale a 1000 terabyte ou a pouco mais de
um milhão de Gigabytes.
O CEO da Google, Eric Schmidt, falou na im-
prensa que a Google não tem interesse na compra da
Yahoo! (concorrente no novo sistema), mas sim na
compra de pequenas empresas com serviços revo-
lucionários. Ele ainda aproveitou para falar sobre a
Microsoft. Eric afirmou não ter medo da gigante e
que a empresa de Bill Gates deve sofrer com a concor-
rência da “Computação em Nuvens”, que deve crescer
nos próximos anos e ir totalmente contra o conceito
aplicado até hoje pela Microsoft. Segundo ele, o
futuro está na internet, daí o interesse da Microsoft
em adquirir a Yahoo! Poucos meses depois dessa en-
trevista ao Jornal O Globo, o que foi dito por Eric se
confirmou e a Microsoft comprou a Yahoo! por 44,6
milhões de dólares.
REVISTA CENÁRIO › 23
24 › REVISTA CENÁRIO
REVISTA CENÁRIO › 25
26 › REVISTA CENÁRIO
Sintonia com o mercado aumenta
possibilidade de emprego
Oferta de cursos deve ser aliada à demanda profissional
Que o profissional com melhor qualificação tem
mais oportunidades, não é novidade. Mas será que é
só isso? Para o coordenador de Pesquisa e Pós-Gradu-
ação do Instituto Superior de Educação Continuada
(Isec), Luiz Gustavo Alves Batista, formado em Ad-
ministração pela Universidade Estadual do Maranhão
(Uema) e mestre em Administração com Foco em
Gestão Universitária pela Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC), o candidato a uma vaga deve
estar atento à mobilidade do mercado e procurar uma
instituição de ensino que ofereça cursos em sintonia
com a demanda profissional.
Gustavo explica que, à medida que vão surgindo os
empreendimentos, são criadas novas áreas de qualifi-
cação. Para ele, a instituição de ensino deve oferecer
para o aluno um conjunto de opções que irá ajudar a
incluí-lo no mercado. “Temos que manter o foco na
rota que o mercado está tomando para que os cursos
oferecidos correspondam à oferta de emprego apre-
sentada”, destaca.
Para manter essa sintonia entre as necessidades do
mercado e os cursos de formação, Gustavo recomen-
da uma análise constante da mobilidade dos postos
de trabalho e das novas tecnologias envolvidas nesse
processo para não correr o risco de colocar profissio-
nais obsoletos no mercado. “As instituições de ensino
devem fazer projeções para o futuro para atualizar os
currículos profissionais. Aí entra a educação continu-
ada, que dá maior dinâmica ao estudante. O profissio-
nal que se considera pronto para o mercado está mal
informado. Ele deve ter a dinâmica de buscar sempre
a atualização”, alerta.
REVISTA CENÁRIO › 27
 Instituição reconhecida facilita
recolocação no mercado de
trabalho
Há alguns anos, houve no Brasil e também no Ma-
ranhão uma explosão de abertura de instituições de
qualificação técnica e de pós-graduação. Diante desse
grande número de ofertas de cursos, o estudante e o
profissional que visa a uma oportunidade de emprego
devem tomar algumas precauções. Os especialistas
recomendam alguns cuidados para verificar qualidade
do curso desejado pelo candidato.
A escolha de uma instituição capacitada e com
condições de emitir o certificado é a primeira precau-
ção a ser tomada. Luiz Gustavo explica que nem todas
as instituições que atuam no mercado estão realmente
habilitadas ou autorizadas para trabalhar com certos
níveis de educação. O que o estudante pode fazer
para se tornar mais seguro em relação ao curso esco-
lhido? O primeiro passo, segundo Gustavo, é fazer
uma pesquisa sobre a instituição antes de efetivar a
matrícula. O MEC disponibiliza informações sobre
a autorização para o funcionamento da instituição
e quais os cursos que ela está habilitada a oferecer.
Outro passo importante é rea-lizar uma visita naquela
instituição e solicitar informações para verificar qual
o embasamento legal da instituição para ofertar aque-
le curso. “Uma portaria, uma resolução, o parecer do
Conselho Estadual de Educação, principalmente as
de formação de nível técnico básico”, dá a dica.
Premiações, experiência, histórico no segmento
educacional, resultados obtidos nas áreas onde a insti-
tuição atua, também são requisitos importantes, além
da formação do corpo de professores. Esse conjunto
de informações traz uma maior segurança ao aluno
que deseja se qualificar. “As instituições melhores
habilitadas podem ajudá-lo a conquistar uma vaga no
mercado de trabalho já que hoje as empresas levam
em consideração a origem da formação do profissio-
nal”, lembra Gustavo.
Isec cria departamento para
atender organizações
O Instituto Superior de Educação Continuada
(Isec) criou um departamento específico para atender
a demanda de organizações por qualificação profissio-
nais. Por meio do Isec in Cia, a instituição apresenta
os seus serviços e como ela pode, por meio dos seus
cursos, atender as necessidades empresariais.
Luiz Gustavo, coordenador geral do Isec, conta
que atualmente a instituição está em fase de negocia-
28 › REVISTA CENÁRIO
ção com uma grande rede de supermercado de São
Luís para oferecer um curso de formação para 550
funcionários. Além desse contrato, o Instituto já rea-
liza um trabalho de qualificação para 1.500 funcioná-
rios de uma instituição que atua na área da saúde.
Essa demanda se justifica pelo movimento das em-
presas para atender a legislação que trata do ofereci-
mento de programas de qualificação interna. Gustavo
esclarece que a lei estabelece a realização de cursos de
reciclagem pelo menos duas vezes por ano para em-
presas que atuam na área de saúde. “Preocupadas com
a sua responsabilidade social, essas empresas buscam
um meio de atender a esses critérios de valorização do
profissional e ajudam a melhorar o desempenho das
mesmas”, explica.
Outra tendência observada pelo coordenador do
Isec é o oferecimento de cursos para qualificação de
gestores públicos. Ele citou como exemplo um curso
de especialização de desenvolvimento gerencial criado
pelo Isec para atender, especificamente, aos gestores pú-
blicos. “Os avanços tecnológicos, industriais e as novas
necessidades educacionais devem ser acompanhadas
pelo gestor e ajudá-lo a desenvolver novas formas de
comunicação. O desenvolvimento do Maranhão deve
servir de espelho para o setor público”, analisa.
Para se transformar em uma estratégia de crescimen-
to para a empresa, o coordenador do Isec acrescenta
que os cursos de qualificação e reciclagem devem aten-
der às necessidades e a função que aquela organização
apresenta no momento. Ele observa uma corrida contra
o tempo das instituições de ensino para atender às
novas oportunidades que estão surgindo no mercado,
não só em tecnologias de gestão, mas de informação, de
acordo com certificações ISO, entre outros indicadores
de qualidade que o mundo já possui.
REVISTA CENÁRIO › 29
30 › REVISTA CENÁRIO
Entrevista Júlio Noronha

Nunca tive e não tenho um projeto profis-

sional prevendo fases ou etapas. Entendo que
cada um de nós deve dar a sua contribuição
por determinado período para que as coi-
sas possam ser transformadas e promover a
evolução da nossa sociedade

REVISTA CENÁRIO › 31
 Priorizando o cidadão

Às vésperas de completar 25 anos de atividade na área empresarial, Júlio César

Teixeira Noronha, 42 anos, fala à Revista Cenário MA sobre a sua trajetória, o momen-
to econômico do estado e a experiência que ele acumulou ao longo dos anos em que
ocupou cargos de liderança no meio empresarial, no poder público e no terceiro setor.
Como ele mesmo define, sua carreira é um chamado. “Nunca tive e não tenho um pro-
jeto profissional prevendo fases ou etapas. Entendo que cada um de nós deve dar a sua
contribuição por um determinado período para que as coisas possam ser transformadas e
promover a evolução da nossa sociedade”, resume. Exercendo atualmente a presidência
da Federação das Associações Empresariais do Estado do Maranhão (FAEM) e, parale-
lamente, a presidência do Conselho Deliberativo do Sebrae Maranhão, Júlio Noronha
descreve um cenário de avanços nas áreas econômica e social do estado, mas alerta para
a necessidade de uma ação agressiva e associada dos setores público e privado para que
o Maranhão possa sair do estado de inércia e atingir resultados concretos para o benefício
do cidadão maranhense, que segundo ele, deve ser priorizado.

Revista Cenário MA – Fale
sobre a sua trajetória profissional?
Júlio Noronha – A minha
participação no setor econômi-
co maranhense teve início logo
que atingi a maior idade. Quan-
do completei 18 anos ingressei
nas empresas da família. Foi um
período de muito aprendizado.
Não assumi cargos de alta gestão
de imediato, dedicando-me mais
ao trabalho na base produtiva. Essa
experiência permitiu-me ter acesso
à informação e ao conhecimento
de uma forma mais direta, contri-
buindo para a minha formação e
influenciando no meu posiciona-
mento profissional.
Estou próximo de completar
25 anos de atividade empresarial
nas mais diferentes atividades e
cargos. No início da minha vida do pelo setor privado. No cargo,
profissional passei a ser chamado acompanhei todos os projetos
para ocupar posições de liderança agora anuncia-
no setor empresarial. Assumi a dos, desde o seu
presidência do CDL de São Luís nascedouro à
aos 22 anos e depois a Associação assinatura dos
Comercial. Por último, além da primeiros pro-
liderança da FAEM, estou na tocolos. Tenho
presidência do Conselho Delibe- obser-
rativo do Sebrae-MA.
R.C. – Como o se-
nhor analisa o cenário
atual da economia
maranhense?
Júlio Noronha
– Paralela à atividade
empresarial, exerci
no governo passado a
função de secretário
estadual da Indústria
e Comércio, indica-

32 › REVISTA CENÁRIO
vado nos últimos anos um cres-
cimento econômico muito forte
no estado. Esse momento lança
novas expectativas como, também,
desafios para que o estado, de fato,
aproveite e tire efeitos positivos
desse processo.
A área da saúde, infraestrutura
e, especialmente, a área de edu-
cação são setores que devem ser
priorizados. A formação básica do
cidadão maranhense se faz urgente
para que ele possa alcançar o nível
de qualificação técnica desejada
e exerça uma profissão que, efe-
tivamente, o mercado deseja no
momento.
A infraestrutura é um segmen-
to que tem um forte impacto no
desenvolvimento do estado. Deve-
mos ter vias de acesso rápido, não
só o aspecto de estrada, ferrovia e
porto, mas também telecomunica-
ções, energia e serviços de internet
banda larga com acesso local em
todo estado. Esses são fatores que
podem ter uma forte representa-
tividade para a integração desses
projetos e ações.
R.C. – Quando e como a
população maranhense sentirá
os efeitos desse
desenvolvimento anunciado?
Júlio Noronha – Embora o
PIB maranhense tenha crescido
nos últimos anos mais do que os
dos estados do Nordeste e do Bra-
sil, a renda da população continua
baixa. É importante que a renda
per capta maranhense também
cresça. O Maranhão se tornou um
grande exportador de matérias-pri-
mas e isso não está se transferindo
para a renda da população. Precisa-
mos estruturar cadeias produtivas
para que a nossa mão-de-obra
seja aproveitada, mas, ao mesmo
tempo, precisamos de um esforço
adicional no setor educacional,
tanto na formação básica quanto
na profissional.
A qualificação profissional
deve acontecer em todos os mu-
nicípios maranhenses. O foco
da qualificação deve se alinhar
à demanda de mercado. Os
pólos com escolas técnicas e
centros de ensino devem estar
em consonância com a econo-
mia local e regional para quali-
ficar o cidadão e, tam-
bém, o educando
naquilo que
aquela região
está se especia-
lizando.
R.C. – Os
investimentos
devem vir do
setor público
ou a iniciativa
privada também
deve participar?
Júlio Noronha – O poder
público tem um sistema a traba-
lhar, mas cabem, também, esforços
da iniciativa privada, que deve es-
tar integrada a esse momento para
proporcionar essa transformação
de forma ágil e para que o Mara-
nhão saia da estagnação e promova
a inserção do cidadão maranhense
na economia.
Percebemos um esforço do
setor privado para acompanhar
essas transformações. Isso deve
acontecer de forma constante e
ace-lerada. Já existe uma compe-
tição acirrada e que vai aumentar.
Está havendo em todos os setores
um forte ingresso de empresas de
porte nacional. Empresários de
outros estados, que vislumbrando
essas oportunidades, se farão pre-
sentes. O setor privado maranhen-
se precisa desenvolver qualificação,
competência e competitividade
para ocupar o seu espaço. Esse
momento de crescimento pode
ser muito melhor aproveitado por
quem já está aqui, originariamente.
R.C. – Quais serão as trans-
formações provocadas com a
chegada de investimentos exter-
nos no Estado?
Júlio Noronha – A escas-
sez de mão-de-obra no setor de
construção é um exemplo claro da
chegada de grupos de fora. Hoje,
empresas de grande porte já estão
instaladas e estão trazendo novos
métodos produtivos e de geren-
ciamento. Essas transformações
provocam um impacto instantâneo
na economia.
De um lado, ocorreu uma gran-
de especulação imobiliária com
a valorização de imóveis em São
Luís. Isso significa melhoria, mas
por outro lado provoca o aumento
dos custos para os construtores.
Beneficia os proprietários de imó-
veis, mas representa custo adicio-
nal para quem compra.
REVISTA CENÁRIO › 33
 R.C. – A chegada das empresas
de fora pode enfraquecer o empre-
sário maranhense?
Júlio Noronha – Já ob-
servamos algumas associações
de empresas maranhenses com
grupos externos no ramo da cons-
trução civil. Isso se configura em
uma aliança que pode fortalecer
as empresas locais. Outras em-
presas preferem importar novas
tecnologias. É a esse processo que
o empresariado maranhense deve
estar permanentemente atento e
aberto para que tenha condições
de permanecer no mercado e de
disputar um espaço que está cres-
cendo e que vai atrair competido-
res de todos os portes e áreas.
R.C. – O senhor falou do
crescimento do setor de Constru-
ção Civil. Esse fator pode ajudar
a diminuir o déficit habitacional
existente no estado?
Júlio Noronha – Os progra-
mas habitacionais como o Minha
Casa, Minha Vida devem estar
em consonância com as ativida-
des locais. Não tenho dúvida de
que o programa é viável para São
Luís. O que acontece na maioria
das capitais é que esses programas
de habitação popular tendem a
se deslocar para as regiões mais
distantes da cidade.
Temos que buscar melhores
alternativas para esses bairros.
São José de Ribamar tem as
melhores áreas. Para que esses
empreendimentos aconteçam
da melhor forma, deve haver
investimentos na melhoria da
infraestrutura, do transporte e de
outros serviços públicos. Como
a população vai se deslocar? São
questões que serão respondidas
com o planejamento exercido
pelo setor público. O que se
observa é que esses déficits, que
existem em todo Brasil, implicam
em investimentos em infraestru-
tura básica.
34 › REVISTA CENÁRIO
A construção civil está com
dificuldade para encontrar pe-
dreiros. Devemos ter um curso
rápido e eficaz para formar essa
mão-de-obra. São em situações
como essa que a iniciativa privada
deve caminhar associada com o
poder público para resolver essa
situação. Se isso não for feito,
corremos o risco de ver a contra-
tação de mão-de-obra de outros
estados e até de outros países. Isso
gera impactos e conseqüências.
Quem vier de fora vai precisar de
infraestrutura, saúde, educação e
transporte.
R.C. – Como foi possível para
o senhor conciliar, paralelamente,
atividades nos segmentos privado,
público e no terceiro setor?
Júlio Noronha – O conheci-
mento e a capacidade de articular
que adquiri nessas áreas foi uma
experiência com um valor que não
tenho como avaliar. Exercer essas
atividades demonstrou para mim
o quanto é desafiador o momento
atual e o futuro. Há a necessidade
urgente de uma maior integração
de ações. Se não tivermos a com-
petência e a habilidade de nos ar-
ticular melhor nos três setores, em
algum momento, vamos continuar
frágeis, inseguros e com resultados
limitados.
As nossas ações só poderão se
fortalecer com mais profundidade
de atitude, independente de gru-
pos partidários, credos ou núcleos
isolados. Esse é o desafio que, para
mim, bate a porta a cada dia.
R.C. – O senhor poderia falar
sobre as suas contribuições para
esses segmentos?
Júlio Noronha – É muito
difícil falar sobre esse assunto
(Pausa). Julgo que já tenho algu-
mas contribuições e que procuro
exercer a minha missão diária.
Considero como contribuição - e
isso é desafiador - de tornar-me
mais disponível. O que for viável,
exequível e tiver começo, meio e
fim, com resultados mensuráveis,
isso me motivará pessoalmente.
Tenho procurado alcançar esse
objetivo por onde passo.
REVISTA CENÁRIO › 35
 Empresas estreitam relações com
clientes nas redes sociais
Atraia clientes respondendo What’s happening em 140 caracteres
Na onda do crescimento das redes sociais, empre-
sas de diferentes segmentos e tendências tem voltado
os olhos aos benefícios e às possibilidades de bons
negócios que podem ser estruturados com a aplicação
dessas ferramentas. A atenção dada a elas advém da
sua popularidade, que tem crescido num ritmo incon-
trolável, e às dimensões que as mesmas passaram a dar
a assuntos da mídia tradicional, que ora também tem
se voltado às pautas que surgem nas mídias sociais.
Consideradas a última tendência em comunicação
digital, as redes sociais conquistaram milhares de
usuários, simplesmente, porque elas “os deixam falar”.
Segundo dados do Ibope Nielsen Online, publicados
no início do mês de dezembro no Zero Hora Digital,
36 › REVISTA CENÁRIO
no Brasil, o Orkut é o site de relacionamento prefe-
rido dos internautas, com cerca de 27,1 milhões de
usuários, o que corresponde a uma audiência superior
a 70% nas redes sociais. Em seguida vem o Twitter,
com mais de 8,7 milhões de acessos, dando o posto de
terceiro lugar ao Facebook, que possui 6,6 milhões de
internautas brasileiros.
Mas, embora o site de relacionamento mais
popular no Brasil ainda seja o Orkut, o queridinho
da vez tem sido o Twitter. O microblog tem atraído
a participação de um perfil de internauta brasileiro
adverso ou parcial de outras redes sociais. A pre-
dominância dos conectados a essa rede é de jovens
adultos, com idade entre 21 e 30 anos, com maior
grau de instrução, com poder de consumo e de for-
mação de opinião, que buscam informação, compar-
tilhar pensamento, estabelecer relacionamentos e ter
acesso a um balaio diferenciado de notícias. Segun-
do pesquisa realizada pela Agência Bullet, no mês
de abril deste ano, 80% dos twitteiros seguem perfis
de agências de notícias, jornais, revistas e portais; e
70% seguem perfis de empresas, eventos ou campa-
nhas publicitárias.
É de olho nesse perfil de consumidor/usuário que
várias empresas tem usado o Twitter para desen-
volver novos modelos de relacionamento com seus
clientes e consumidores. A maior empresa distribui-
dora de computadores dos EUA, a Dell, por exem-
plo, obteve com seu perfil no Twitter uma receita de
mais de 6,5 milhões de dólares. A conta @DellOu-
tlet, com mais de 1,5 milhão de seguidores, triplicou
as vendas online.
O estreitamento da relação entre a empresa e o seu
consumidor/usuário por meio de redes sociais coloca
este em primeiro plano, e acaba por fomentar uma
adequação da primeira ao segundo. É extremamente
necessário esse estreitamento, pois as opiniões sobre
marcas, produtos, empresas e instituições reverberam
rapidamente nas redes. Logo se dá um megafone ao
usuário/consumidor para ele opinar sobre produtos e
marcas que fazem parte de sua vida e a empresa tem o
dever de analisar e reverter essa opinião em lucro, ou
poderá ter prejuízo.
A Gol Linhas Aéreas estreou no twitter com duas
contas. Um perfil é direcionado a investidores, @
GOLinveste; e o outro é voltado para o relaciona-
mento com a imprensa, @GOLcomunicacao. A
segunda conta acabou tendo o foco ampliado para o
relacionamento também com o usuário em função
do extenso número de seguidores e hoje, também,
divulga promoções e dicas.
O Twitter acaba por otimizar a estratégia de
publicidade, na qual é necessário ter a oportunidade
de conhecer os anseios do consumidor antes de se
realizar uma campanha.
Atualmente, a empresa brasileira mais seguida
no Twitter é a loja virtual Submarino, com quase
43 mil followers (seguidos). Logo que foi criado
o perfil @novo_submarino, a loja passou a fa-
zer ofertas especiais aos membros da rede, com
descontos e promoções aos seus seguidores que
replicavam os tweets e atraem mais e mais curiosos
e interessados.
A tática, então, é discutir diretamente com os
usuários/consumidores tópicos da área de atuação da
empresa, antecipar o contato dos clientes, humanizar
a instituição e mostrar que ela não é apenas uma pes-
soa jurídica ou um “robô”. A empresa precisa parti-
cipar das especulações dos consumidores e, em bom
resumo, escutar o que os clientes ativos da rede tem a
falar sobre os seus serviços e produtos.
Nesse caso, deve-se compreender que o testemu-
nho do usuário é espontâneo, portanto poderá ser
a favor ou contra. A empresa deve estar pronta e
receptiva aos elogios e as críticas, os quais também
precisam ser respondidos tão logo sejam feitas as
considerações. É importante ainda que a empresa não
fale apenas sobre si, mas também forneça informações
sobre o mercado em que ela está inserida.
O que você é capaz de dizer em 140 caracteres?
Ou melhor, a sua empresa é capaz de convencer e
vender em 140 caracteres? Então, tente responder a
pergunta “What’s happening?” (O que está aconte-
cendo?) e estimule e interaja com os seus clientes pelo
Twitter.
Como usar o Twitter?
O primeiro passo é criar um perfil no site do Twitter.
com. Os perfis são identificados pelo símbolo @ seguido
pelo nome cadastrado.
As mensagens (tweets) postadas no microblog
tem limite de 140 caracteres. Com o perfil cria-
do, o usuário pode seguir (follow) e ser seguido
(followers) por perfil de amigos, conhecidos,
famosos ou empresas.
Para seguir algum perfil, basta clicar em
“follow” nos perfis de interesse. É importante
observar que a reciprocidade de seguido e seguidor
não existe no Twitter. Ou seja, não é necessário
seguir para ser seguido.
Já os tweets podem ser replicados pela ferramenta
Retweet ou respondidos (reply). E não esqueça: o
importante é responder: What’s happening?
REVISTA CENÁRIO › 37
38 › REVISTA CENÁRIO
Provedor de internet maranhense
conquista mercado internacional
Rede Sivnet tem a maior cobertura em capilaridade do Maranhão
A SIVnet, provedor de internet maranhense,
concretizou uma parceria com a América Skies que
permitirá a empresa atuar em todos os países do conti-
nente latino-americano. Com cobertura em mais de 40
municípios maranhenses, inclusive São Luís, a SIVnet é
atualmente o maior provedor em capilaridade do Ma-
ranhão, atendendo a cerca de cinco mil clientes, entre
usuários individuais e empresas. A SIVnet comercializa
também links via satélite no norte do país, região ainda
muito carente em cabos de fibra ótica.
Atingindo um crescimento anual de 60%, o
provedor está se preparando para a conquista de
novos mercados, investindo cerca de meio milhão
de reais na expansão da sua cobertura e em novos
produtos e serviços na rede, sendo um desses o
acesso a internet via rede elétrica. Funcionando
há cerca de um ano nos EUA, com a abertura de
um escritório em Miami, a SIVnet já atua no mer-
cado internacional com a prestação de serviços na
Bolívia e no Equador.
REVISTA CENÁRIO › 39
 Atualmente, a empresa conta com 65 funcio-
nários. Os fundadores da SIVnet explicam que a
origem de todo o sucesso da empresa está na valori-
zação da sua equipe de técnicos e profissionais. Eles
contam que no início das atividades enfrentaram
problemas com a falta de mão-de-obra qualificada
em tecnologia no estado. A solução foi a empresa
investir na formação dos seus funcionários, já que
ficaria muito caro importar profissionais de outros
estados. Além da qualificação, a SIVnet sempre
respeitou os direitos trabalhistas, contratando com
carteira assinada e oferecendo benefícios como pla-
no de saúde e odontológico.
Funcionários que começaram na empresa como
auxiliar de instalação ocupam agora funções admi-
nistrativas e de gerenciamento. Assim foi a trajetória
de James Lopes de Oliveira, ex-instalador e atual
gerente-geral e administrativo da SIVnet. “A em-
presa proporcionou a minha qualificação e me deu
oportunidade de crescimento. O relacionamento
entre os empregados e os patrões é o melhor possí-
vel”, destaca James.
Preocupada não apenas com os lucros, a empre-
sa também investe em projetos de inclusão digital.
Uma das políticas de responsabilidade social desen-
volvidas pelo provedor nas cidades onde atua é o
serviço de internet sem custo, oferecido às escolas
públicas, centros comunitários, igrejas e às pessoas
de baixa renda.

A trajetória
Criada em 2000 na cidade de Santa Inês pelos empresários Cláudio
Sarmento e Renildo Matos, oferecendo inicialmente acesso
discado à internet, o provedor maranhense preencheu uma
lacuna no interior do estado, que até o momento não
possuía esse serviço. Com a chegada, em 2003, do sócio
Jadson Welder à equipe, trazendo uma grande expe-
riência em tecnologia móvel, o provedor passou
a disponibilizar acesso com tecnologia Wi-Fi
(acesso sem fio) e cabo UTP (sem
ocupar linha telefônica).
Como representante da Embra-
tel, a SIVnet iniciou em feve-
reiro de 2009 sua atuação no
mercado de TV por assina-
tura em todo estado, fe-
chando o ano com cerca
de dois mil clientes e
assumindo a liderança
em vendas do produto
no Nordeste. A em-
presa também possui
Licença de Comunica-
ção Multimídia (ECM),
concedida pela Anatel, o
que permite a sua atuação em
todo território nacional.

40 › REVISTA CENÁRIO
REVISTA CENÁRIO › 41
42 › REVISTA CENÁRIO
REVISTA CENÁRIO › 43
44 › REVISTA CENÁRIO
MPX Energia constrói
termelétrica em São Luis
A usina, que está sendo instalada no Distrito Industrial, deve
começar a operar já no segundo semestre de 2011
Empresa que integra o grupo empresarial carioca
EBX, a MPX Energia iniciou sua atuação no Mara-
nhão através da construção de uma usina termelétrica
no Distrito Industrial de São Luís, e que terá capaci-
dade de produzir 360 MW de energia elétrica.
A construção da térmica integra o conjunto de
obras do PAC (Programa de Aceleração do Cresci-
mento), cujo processo de licenciamento foi tratado
pelo IBAMA Nacional e cuja fase de implantação está
recebendo um investimento de R$ 1,5 bilhão.
A usina será movida a carvão mineral, utilizando
a mais moderna tecnologia de controle ambiental
para esse combustível, a CCT (Clean Coan Tech-
nology), que segue os rigorosos padrões europeus.
“Conduzimos todo o planejamento do projeto
usando como parâmetros os padrões europeus, que
são os mesmos exigidos pelo BID (Banco Intera-
Canteiro de obras da termelétrica
que funcionará em São Luís
mericano de Desenvolvimento), e que são muito
mais rigorosos que a atual legislação brasileira para a
nossa atividade. Procuramos desenvolver um empre-
endimento que minimizasse ao máximo os impactos
ambientais para a região, tanto que 30% dos nossos
investimentos são destinados a equipamentos espe-
ciais que potencializam o desempenho ambiental da
planta”, explicou o presidente da termelétrica, Edio
Rodenheber.
O executivo da MPX acredita que a instalação da
usina trará benefícios ao Maranhão como a conquista
da auto-suficiência energética e a ampliação da oferta
regional de energia com confiabilidade e qualidade.
Esse incremento será um grande incentivo para a ins-
talação de novas indústrias com todos os benefícios
econômicos e sociais decorrentes, contribuindo para
o desenvolvimento do estado.
REVISTA CENÁRIO › 45
 Além de mais energia, serão gerados 4.500 em-
pregos diretos e indiretos no período de constru-
ção e 800 durante a operação. A empresa tem uma
parceria assinada com o SENAI (Sistema Nacio-
nal da Indústria) do Maranhão para treinar 600
 Atualmente, a usina emprega mais de 900 pessoas em seu canteiro de obras;
 71% da mão-de-obra é maranhense;
 A empresa já investiu R$ 1 milhão;
 R$ 500 milhões serão investidos em 2010 e 2011;
 O início da operação está previsto para o segundo semestre de 2011.
Jazida de gás natural em Capinzal
do Norte pode gerar 1000 MW
A EBX, por meio da consultoria especializada
DeGolyer&MacNaughton (D&M), certificou o
potencial de gás natural em sete blocos terrestres
no município de Capinzal do Norte, no Maranhão.
Essa descoberta representará um aumento da capa-
cidade de oferta de energia no estado e garantirá
o fornecimento para os novos empreendimentos
aqui instalados.
Ao adquirir 70% dos blocos, a OGX negociou
33,3% da sua participação com a MPX, operação que
está em aprovação na Agência Nacional de Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O relatório
da D&M confirma recursos contingentes de 1,7 Tcf
(trilhão de pés cúbicos) de gás natural, equivalentes
a 303 milhões de barris de óleo equivalente (“boe”).
Adicionalmente, foram certificados recursos poten-
ciais riscados, no montante de 0,2 Tcf.
Para o Presidente da MPX, Eduardo Karrer,
a certificação dos recursos de gás natural é um
passo importante para a estratégia de integração
de suprimento de combustível e geração de energia
46 › REVISTA CENÁRIO
pessoas, já que a empresa quer priorizar a contra-
tação de mão-de-obra local. Até o final de 2009,
a empresa treinou 300 pessoas para trabalhar na
usina ou em outros projetos em desenvolvimento
no Maranhão.
elétrica. “Em setembro, anunciamos os primeiros
recursos com o carvão mineral na Colômbia e, ago-
ra, conseguimos essa importante certificação com
o gás natural. Integrar o combustível e a geração de
energia elétrica agrega bastante valor para as nossas
usinas, capturando as margens de rentabilidade em
toda cadeia de produção”, diz o executivo. No ano
passado, a OGX, empresa de petróleo do Grupo
EBX, iniciou o trabalho de sísmica nos blocos
para começar a perfuração de poços na região já no
primeiro semestre de 2010.
Com a certificação, a MPX iniciará o desenvolvi-
mento de um projeto termelétrico de 1000 MW no
estado do Maranhão. A empresa vai iniciar o processo
de licenciamento ambiental da usina neste ano para
negociar essa energia elétrica nos leilões organizados
pelo governo federal, e as obras serem iniciadas em
2011. “Com a usina do Maranhão, a nossa carteira de
empreendimentos de longo prazo totaliza 9100 MW,
sendo 4300 MW de térmicas a gás natural. Temos
uma plataforma de crescimento bastante interessan-
te”, conclui Eduardo Karrer.
REVISTA CENÁRIO › 47
 Setor de trânsito recebe
equipamentos da
administração municipal
A frota de veículos de São Luís aumenta de
forma acelerada, com cerca de 3.200 carros empla-
cados todos os meses. A renda da população me-
lhorou e isso faz com que as pessoas tenham acesso
ao transporte próprio. O aquecimento do mercado
automobilístico e o aumento do poder de consumo
são fatores positivos que apontam para o cresci-
mento econômico que a Capital está vivenciando
nos últimos dez anos.
Tudo isso seria motivo para acreditar que o desen-
volvimento está contribuindo para melhorar a quali-
dade de vida dos ludovicenses. Contudo, a outra face
dessa onda de boas notícias mostra um cenário de
transformações necessárias para que a cidade acom-
panhe seu crescimento populacional e o aumento da
48 › REVISTA CENÁRIO
Mais de 3 mil carros circulam
hoje pelas ruas e avenidas da
capital.
demanda por serviços públicos mais eficientes.
Um importante passo de preparação para o futuro
foi dado pela Secretaria Municipal de Trânsito e
Transportes no mês de novembro. O prefeito João
Castelo, o secretário da SMTT, Ribamar Oliveira,
e secretários da administração municipal estiveram
presentes na solenidade de entrega das novas viaturas
operacionais de trânsito e dos uniformes dos agentes
de Trânsito.
O secretário Ribamar Oliveira falou sobre os
grandes desafios da Secretaria Municipal de Trânsito
e Transportes, classificando as metas a curto, médio
e longo prazo para dar mais eficiência, segurança e
conforto para o Sistema de Transporte Coletivo e dar
maior fluidez ao trânsito de São Luís.
 Prefeito afirma que urbanismo será prioridade
A nova frota operacional de trânsito da SMTT drados de asfalto de qualidade até o final deste ano.
passou de 11 para 22 viaturas, e as motos de três “Sem olhar para o imediatismo, mas com um estilo de
para oito. Ribamar Oliveira disse durante o even- trabalho dinâmico e sempre voltado para as próximas
to que as dificuldades não são motivos para ficar gerações”, assim Castelo analisou sua gestão.
parado. “Cada passo dado é a certeza de melhoria
para todos”, declarou o secretário encerrando seu
pronunciamento.
O prefeito João Castelo classificou a renovação
dos equipamentos da SMTT como um momento
importante da sua administração e que garante mais
eficiência e segurança ao trânsito de São Luís. “Es-
tamos dando o primeiro passo para equipar o setor
de trânsito. Iniciamos nossa gestão sem o orçamento
adequado para atingir os objetivos que gostaríamos.
Mas, com o orçamento do próximo ano, começa-
remos a atender aos anseios da população, que tem
mostrado uma grande expectativa pelas melhorias
que São Luís necessita”, reconheceu.
O prefeito afirmou que uma das prioridades da sua
gestão será o urbanismo da cidade, que irá preparar
São Luís para as gerações futuras. “Essa é a minha O MASCOTE JOCA
marca de governo, trabalhar visando não apenas um (AO LADO DO PREFEITO)
mandato, mas o planejamento para que os nossos
jovens tenham mais esperança em um futuro melhor
É IMPORTANTE PERSONAGEM
e mais digno”, afirmou. NAS CAMPANHAS
João Castelo destacou ainda o projeto de pavi- EDUCATIVAS DA SMTT
mentação que contemplará cerca de seis milhões de
metros quadrados de asfalto. O prefeito garantiu o
recapeamento de mais de dois milhões de metros qua-

REVISTA CENÁRIO › 49
50 › REVISTA CENÁRIO
REVISTA CENÁRIO › 51
52 › REVISTA CENÁRIO

Publicidade indoor
conquista mercado em
São Luís
Tecnologia de múltiplas telas
permite veicular, simultaneamente,
propaganda, entretenimento
e notícias.
Acompanhando a tendên-
cia mundial de mídia indoor,
empresas maranhenses do
segmento publicitário inovam
na comunicação com o cliente,
otimizando lucros e ajudando a
consolidar a imagem de empre-
sas e organizações.
A Mídia Indoor é genuina-
mente maranhense e é a proprie-
tária da marca ‘MIDIA INDO-
PUBLICITÁRIO
INFORME
OR’ e de todos os domínios da
internet sinônimos dessa ativida-
de. O empresário Helio Costa,
proprietário da Mídia Indoor
Tecnologia e Marketing, apresen-
tou o sistema na Feira do Empre-
endedor de 2007, surpreendendo
os clientes com o potencial do
novo conceito de mídia. O siste-
ma permite as empresas divulgar
as suas marcas diretamente no
REVISTA CENÁRIO › 53
 ponto de vendas, por meio de
telas de plasma e LCD.
O número de estabelecimen-
tos com mídia indoor não para
de crescer e novas instalações do
sistema já podem ser vistas, ou
melhor, assistidas em prédios co-
merciais, supermercados e lojas
de departamentos de São Luís.
O sistema já está em uso em
várias empresas, como por exem-
plo, Box Cinemas, que utiliza o
terminal de auto-atendimento
para divulgar lançamentos e
filmes em cartaz.
A TV Aeroporto - empresa
maranhense há três anos e meio
em funcionamento - é mais uma
do segmento de publicidade com
tecnologia de mídia indoor com
múltiplas-telas, recurso que per-
mite veicular, simultaneamente,
propaganda, entretenimento
e notícias. Funcionando 24
horas em 20 monitores (14 de
42”, e seis de 60”) instalados no
terminal aeroportuário de São
Luís, o serviço de mídia exibe
uma programação diversificada
com informações como a cota-
ção das moedas, bolsa de valores,
agronegócios, além de veicular
notícias, previsão do tempo e
filmes como Mr. Bean, o Gordo
e o Magro, Charles Chaplin,
pegadinhas internacionais e a
Pantera Cor-de-Rosa.
Hoje com 24 clientes fixos,
dos quais 13 como anunciantes
desde o início da veiculação da
TV Aeroporto, os proprietários
da empresa, Eduardo Mattar
e Liliam Nimitz, comemoram
o sucesso do negócio. Eduar-
do destaca que a aceitação da
mídia indoor se deve à eficiência
na divulgação de mensagens,
marcas, produtos e empreendi-
mentos. “Ela atinge um público
específico, com poder aquisitivo
e receptivo aos comerciais, já que
o ambiente de espera dos aero-
54 › REVISTA CENÁRIO
O que é indoor ?
A Mídia Indoor é todo e qualquer tipo de propaganda ou
divulgação feita dentro de todo e qualquer estabelecimen-
to, especialmente em locais de espera forçada como: filas,
recepções, elevadores, ônibus entre outros. Existem outras
definições como “Out Of Home” do inglês (Fora de Casa).
Além disso, muitas agências de propaganda a definem
como mídia alternativa ou extensiva, o que não está er-
rado, pois a mídia indoor está inserida dentro do contexto
de mídias alternativas.
Atualmente a mídia indoor se estende ao termo chamado
ativação indoor, que engloba toda e qualquer ação que
coloca a marca em contato direto com o consumidor. São
projetos especiais desenvolvidos para atender as necessi-
dades de cada anunciante, que tem por tendência natural
o objetivo de se aproximar cada vez mais do seu target
(público-alvo).
Por outro lado, estudos comprovaram que a atenção das
pessoas à midia interna é muito superior se comparada
com a atenção dispensada às mídias exteriores, em fun-
ção, principalmente, da pouca concorrência e por estarem,
geralmente, em ambientes fechados.
Nos últimos tempos, vem se destacando a utilização de
meios eletrônicos para veiculação de campanhas de mídia
indoor, sobretudo, pela velocidade e dinamismo ofereci-
dos, aliada à redução dos preços de monitores de plasma
e de microcomputadores, elementos indispensáveis neste
tipo de comunicação.
A Mídia Indoor possibilita às empresas ter o seu próprio
canal de TV a um baixo custo. Além disso, o sistema de
mídia pode integrar pequenas empresas de publicidade no
segmento indoor a uma rede de telas instaladas em locais
com grande concentração de público, potencializando o
alcance das veiculações e aumentando as vantagens ofer-
ecidas ao anunciante, o que facilita a sua comercialização.
fonte: Wikipedia
portos cria expectativa por algo,
seja o momento do embarque ou
a chegada de alguém”, explica o
empresário.
Circulam por mês no Aero-
porto Marechal Cunha Macha-
do cerca de 300 mil pessoas,
sendo que dessas 80 mil são
usuárias dos serviços da Infraero.
Eduardo afirma que a principal
vantagem da TV Aeroporto para
os seus clientes é que a propa-
ganda é recebida como uma
informação.
REVISTA CENÁRIO › 55
56 › REVISTA CENÁRIO
 A Mídia Indoor é

PUBLICITÁRIO
todo e qualquer

INFORME
tipo de propaganda
A Mídia Indoor é todo e qualquer
tipo de propaganda ou divulgação
feita dentro de todo e qualquer
estabelecimento, especialmente
em locais de espera forçada como:
filas, recepções, elevadores, ôni-
bus entre outros. Existem outras
definições como “Out Of Home”
do inglês (Fora de Casa). Além
disso, muitas agências de pro-
paganda a definem como mídia
alternativa ou extensiva, o que não
está errado, pois a mídia indoor
está inserida dentro do contexto
de mídias alternativas.
Atualmente a mídia indoor se
estende ao termo chamado ati-
vação indoor, que engloba toda
e qualquer ação que coloca a
marca em contato direto com o
consumidor. São projetos especi-
ais desenvolvidos para atender as
necessidades de cada anunciante,
que tem por tendência natural o
objetivo de se aproximar cada vez
mais do seu target (público-alvo).
Por outro lado, estudos compro-
varam que a atenção das pessoas
à midia interna é muito superior
se comparada com a atenção dis-
pensada às mídias exteriores, em
função, principalmente, da pouca
concorrência e por estarem, ger-
almente, em ambientes fechados.

REVISTA CENÁRIO › 57
58 › REVISTA CENÁRIO
REVISTA CENÁRIO › 59
60 › REVISTA CENÁRIO
REVISTA CENÁRIO › 61
 Um estad

62 › REVISTA CENÁRIO
do em construção
O Nordeste vive um grande momento e está atraindo grandes grupos
empresariais do país que chegam para atuar em um mercado praticamente
virgem e com uma grande oferta de mão-de-obra. Existem análises eco-
nômicas que concluem que a crise internacional só não derrotou o Brasil
porque o Nordeste respondeu a ela com a ampliação do seu mercado de
consumo.
Entre os estados nordestinos, o Maranhão foi o que mais acumulou
investimentos, nas duas últimas décadas. Nos anos 80 o estado teve quase
U$ 4 bilhões de investimentos com a instalação das fábricas da Alumar e
da Vale, além de empreendimentos que tiveram impacto regional como,
por exemplo, a construção da Ferrovia de Carajás e da Usina Hidroelétrica
de Tucuruí. Esse conjunto de investimentos já sinalizava que o Maranhão
iria iniciar um ciclo de desenvolvimento e se tronar uma porta de saída de
produtos para o mercado europeu.
E isso está acontecendo neste exato momento. Independente da ação
governamental, os empresários vem escolhendo o Maranhão e, o que é
mais importante, esses investimentos não estão se dão apenas em São Luís,
que concentra toda a produção e o consumo do estado, mas estão se espa-
lhando pelo interior do estado mostrando que o Maranhão está no rumo
do desenvolvimento.
A exemplo disso, A MBX, empresa do setor de energia, descobriu uma
reserva de gás na região do município de Capinzal do Norte que irá mudar
aquela região. Sendo que a empresa do mega empresário Eike Batista já ini-
ciou a construção de uma termelétrica no Distrito Industrial de São Luís
que deverá entrar em operação no segundo semestre de 2011. Isso significa
que o parque industrial do estado está se expandindo com rapidez para o
interior do estado com a instalação de fábricas com a de fios condutores
em Miranda do Norte e a chegada da Suzano com uma fábrica de celulose
em Imperatriz. Outra fábrica de esmagamento de soja já em fase de cons-
trução na região de Balsas.
O secretário estadual de Planejamento e Orçamento, Gastão Vieira,
afirma que é assim que o estado espera criar riquezas, sem esquecer das
pequenas produções, como das quebradeiras de côco, que precisam ser
protegidas pelo governo.

REVISTA CENÁRIO › 63

Gastão Vieira, secretário estadual
de Planejamento e Orçamento
Agenda Positiva
A Secretaria de Estado do Planejamento e Orça-
mento (Seplam) está formulando um plano a longo
prazo, 2010-2025, para nortear as ações e as decisões
governamentais. Já foi autorizado pela governadora
Roseana Sarney um programa de obras que irá criar a
infraestrutura que dará suporte ao desenvolvimento
esperado para os próximos anos no Maranhão. Parte
dos recursos necessários para essa preparação será
financiado pelo BNDES.
Pela primeira vez, reconhece o secretário estadual
de Planejamento e Orçamento, Gastão Vieira, o go-
verno estadual vai poder executar um planejamento
em longo prazo. Para acompanhar a taxa de cresci-
mento da economia estadual, o secretário destacou
que já estão sendo ampliados, de forma rápida, os
investimentos, viabilizados por meio de recursos
próprios e com os R$ 700 milhões que serão obti-
dos via BNDES, sob a forma de empréstimos para a
infraestrutura.
Infraestrutura
A prioridade absoluta do governo estadual nesse
primeiro momento será o saneamento básico. Os sis-
temas de fornecimento d’água em municípios impor-
tantes do estado estão completamente defasados ou
não funcionam. A realidade é que não existe escoa-
64 › REVISTA CENÁRIO
mento do esgoto que vem das casas. Para atender a
essa demanda o governo já anunciou investimentos
da ordem de R$ 200 milhões, dos R$ 400 milhões do
BNDES, apenas em saneamento.
De acordo com o secretário, serão empregados
de 100 a 150 milhões na recuperação e construção
de novas estradas, para dar prosseguimento ao
programa rodoviário estadual. Além da infraestru-
tura, o governo anunciou ainda a construção de
delegacias em todos os municípios do Maranhão,
uma média R$ 300 mil de investimento por delega-
cia e sede de comando, para fortalecer o sistema de
segurança do estado. Mesmo que haja uma mudan-
ça na direção da pasta de planejamento com a saída
de Gastão Vieira, para concorrer à reeleição como
deputado federal, ele mesmo confirma os investi-
mentos nesses setores.
Parceria público-privado
Gastão Vieira admite que apenas o estado, com
os recursos públicos, não conseguirá alavancar tudo
que é preciso. “Estamos atraindo a iniciativa priva-
da para investimentos viáveis e lucrativos, já que só
existe essa parceria quando há retorno para o empre-
sariado”, analisa.
Entre as obras citadas pelo secretário está a moder-
nização do sistema Italuis; a duplicação da BR-135;
além de outros setores como o aeroporto de Barrei-
rinhas, que recebe um grande fluxo de turistas e que
podem ter frutos dessa parceria. “Pode haver parceria
público-privado até na construção de presídios, onde
temos uma grande carência”, acrescenta.
O segundo passo do governo será o desenvolvi-
mento de uma política moderna de incentivos ficais.
Gastão Vieira afirma que existem várias alternativas
para atrair a iniciativa privada, mas que antes é preci-
so modernizar a legislação fiscal do estado.
O secretário explica que a iniciativa privada tem
a sua própria lógica na tomada das suas decisões e
quando busca os seus empréstimos. O que os empre-
sários esperam mesmo do poder público são os in-
centivos fiscais. Gastão Vieira defende uma alteração
de foco nos interesses público-privado em benefício
de toda sociedade. “Precisamos partir para a integra-
ção de ações. Todos os empreendimentos que tiram
empréstimos pelo BNDES são obrigados a investir
em programas sociais. Não queremos só uma escola
ou um posto de saúde na ilha de São Luís, pois isso
é muito pouco. Precisamos e merecemos, e isso está
determinado pelo BNDES, de muito mais”, desabafa.
 Modernização da máquina administrativa falta de oportunidade. Temos que criar uma elite de
A máquina pública envelheceu e é sustentada por técnicos para que esses projetos sejam gerenciados
cargos em comissão, que aqui são mal remunerados, por maranhenses. O estado precisa ter uma política
adite Gastão Vieira que diz não ter medo de receber para preparar esse tipo de profissional”, defende.
críticas por essa afirmação. “Temos uma estrutura que
não atrai jovens talentos, nem novos funcionários que
queira fazer carreira dentro do setor público”, analisa.

Renda
Para elaborar o programa de modernização da
máquina estatal, o governo estadual contratou a Fun-
dação Getúlio Vargas. Uma equipe formada por 25
membros, entre estagiários e técnicos da Seplam, será
treinada durante um ano dentro dos setores conside- O PIB maranhense foi o segundo
rados estratégicos para o desenvolvimento do estado. maior do país e isso atraiu investidores
Essa equipe será responsável pela execução do plane- que enxergaram o momento favorável
jamento e está preparada para atender às exigências da economia maranhense. Esse cresci-
feitas pelas instituições financeiras, no caso o BNB e
mento invejável apresentado pelo Ma-
BNDES, e para a aprovação dos projetos que serão
apresentados pelo governo estadual. ranhão, no entanto, ainda não mudou
A próxima medida anunciada pelo titular da a realidade da população que continua
Seplam será a realização de um concurso público que com uma renda per capta baixa.
vai remunerar os aprovados com salários acima dos A maioria dos habitantes do estado
pagos hoje. “Vamos fazer um concurso público que vive da transferência de recursos do go-
vai realmente atrair os melhores. Repito sem medo de
verno federal. Cerca de 800 mil famí-
críticas, que a máquina pública já não responde mais.
É preciso oxigenar o setor público, atraindo novos ta- lias no Maranhão sobrevivem com os
lentos e essa é a postura que vem sendo adotada pelo recursos obtidos do Bolsa Família. Se
governo atual”, afirma. considerar o número de cinco pessoas
por família, são quatro dos seis milhões
de habitantes existentes no Maranhão
Mão-de-obra que dependem do programa federal ou
dos salários pagos por prefeituras ou
Um dos aspectos mais preocupantes do ritmo por aposentadorias do INSS.
acelerado do crescimento econômico do estado é se
a mão-de-obra disponível no mercado irá suprir as
necessidades dos grandes empreendimentos. Alguns
setores como a construção civil já anunciam a escassez
de trabalhadores qualificados.
Gastão Vieira afirma que anda na contra-mão de
quem tem essa opinião. A mão-de-obra para tra-
balhar na construção da refinaria, segundo ele, está
disponível. “A Vale liberou, bem treinados, nove mil
trabalhadores quando concluiu a segunda fase da sua
expansão. A Alumar liberou mais 16 mil. Só aí temos
24 mil trabalhadores que participaram de grandes
projetos e que estão treinados e poderão ser absorvi-
dos rapidamente pela refinaria”, lembra o secretário.
A preocupação, de acordo com Gastão Vieira, é de
como encontrar os maranhenses que poderão liderar
esses projetos. “Precisamos preparar uma mão-de-
obra especializada e atrair de volta os profissionais
que se formaram fora daqui e não retornaram por

REVISTA CENÁRIO › 65
 Lula anuncia o “Minha Casa,
Minha Vida” no Maranhão
Programa promete reduzir déficit habitacional do país
O déficit habitacional do país considerando a
renda familiar, segundo levantamento do IBGE, é de
90,9% para famílias com renda de zero a três salários
mínimos; de 6,7%, para famílias com renda entre três
e seis salários; e de 2,4%, para aquelas que ganham de
seis a dez mínimos. O Programa Minha Casa, Minha
Vida, lançado pelo governo federal em 2009, promete
reduzir esses percentuais com a construção de um mi-
lhão de unidades habitacionais no prazo de dois anos.
O déficit habitacional brasileiro aumentou desde o
fechamento do Banco Nacional de Habitação (BNH)
na década de 80. Os projetos iniciais do BNH foram
66 › REVISTA CENÁRIO
mal sucedidos e provocaram o represamento de uma
demanda por imóveis populares além de um passi-
vo de grandes proporções para a Caixa Econômica
Federal.
Partiu-se recentemente para a realização do
Programa de Arrendamento Residencial, o PAR. O
processo de correção dos preços para as construtoras,
em função dos aumentos de preços praticados no
mercado, inviabilizou o programa.
Com o Plano de Aceleração do Crescimento
(PAC), o governo retomou não só a área de habita-
ção, mas todos os setores ligados à infraestrutura.
Todo esse esforço resultou no Minha Casa, Minha
Vida. Na visita ao Maranhão, o presidente Luís
Inácio Lula da Silva assinou a construção de 5.894
unidades e anunciou a assinatura de mais 19.967
para o estado em 2010. A distribuição das mora-
dias vai acontecer de acordo com o déficit habita-
cional de cada região do país.
O prazo para entrega das primeiras unidades do
programa está previsto para o início de setembro de
2010. O Minha Casa, Minha Vida contempla famí-
lias com renda de um a três salários mínimos com
casas de 36 metros quadrados a partir de R$ 38 mil,
e apartamentos R$ 42 mil. Além disso, o governo fe-
deral ofertará bônus que poderão chegar a R$ 23 mil,
segundo a faixa de renda de cada família. Os imóveis
serão inscritos, preferencialmente, no nome da mu-
lher. Com o desconto, um apartamento de R$ 42 mil,
será financiado por R$ 19 mil, reduzindo significati-
vamente o valor das prestações do imóvel.
Na segunda fase, o programa se estenderá às
famílias com renda de três a dez salários mínimos. A
vantagem dessa etapa é que o comprador poderá op-
tar pelo bairro, o bloco dentro do conjunto, o andar e
o apartamento, dependendo da renda.

MAIS INFORMAÇÕES
Financiamento garantido
 O programa possui um fundo que garante o financiamento de parte das prestações,
caso a família perca sua fonte de renda.

Regras para participar

 Não ser beneficiada por programas de habitação social do governo federal;
 Não possuir casa própria ou financiamento de imóveis;
 Comprometimento de até 10% da renda durante os dez anos de pagamento das prestações;
 Comprovação de renda formal ou informal;
 Interessados com restrições nos órgãos de proteção ao crédito podem ser incluídos
no programa.

Particularidades
 Famílias com renda de zero a três salários mínimos terão isenção de tarifas cartoriais;
 O processo de análise e aprovação dos contratos é de no máximo 45 dias;
 A assinatura do contrato ocorre na entrega do imóvel;
 A prestação mínima é de R$ 50,00;
 O registro do imóvel será, preferencialmente, no nome da mulher;
 Não será necessário dar entrada ou pagar prestações durante a fase de construção.

REVISTA CENÁRIO › 67
 Unidades do Minha Casa, Minha Vida
serão construídas em áreas limítrofes
O diretor da Moradia Consultoria em Engenharia
Imobiliária, Sérgio Castor, mestre em Engenharia de
Recursos Hídricos e ex-professor de Arquitetura e
Engenharia Civil da Universidade Federal da Paraíba,
afirma que o município de São Luís possui menos áre-
as disponíveis para a construção de unidades popula-
res do que Paço do Lumiar e São José de Ribamar.
Ele explica que, como são necessários terrenos
com até 20 hectares para construção dos con-
juntos habitacionais, muitos desses empreendi-
mentos devem migrar com mais intensidade para
os municípios menores da ilha, que são regiões
limítrofes e não se sabe ao certo a que município
pertencem. Sérgio disse ainda que essas regiões
de divisa vão abrigar bairros com a mesma exten-
são ou até maiores do que outros como a Cohab
e o Cohatrac.
Construtoras investem em tecnologia
Vasconcelos aposta
em inovação tecnológica
68 › REVISTA CENÁRIO
O problema, na opinião do consultor, é que essas zo-
nas periféricas não dispõem de escolas, postos de saúde,
transporte público de qualidade, abastecimento d´água e
segurança para atender essa expansão urbana. No entan-
to, Sérgio diz que há boas perspectivas para as regiões do
Bacanga e da Ribeira, com a previsão de construção de
dois conjuntos habitacionais, podendo chegar a duas mil
casas. Nas proximidades do Distrito Industrial de São
Luís e do Tirirical, segundo Sérgio, já existem projetos
da ordem de 1.500 unidades.
Para garantir melhor mobilidade das populações
dos novos bairros populares, o governo estadual deve
investir nos acessos por vias perimetrais, já que a
malha existente é insuficiente para atender ao fluxo de
veículos. Equipamentos urbanos, serviço de coleta de
lixo e transporte urbano também serão setores impac-
tados pelo progresso acelerado.
As construtoras maranhenses, atraídas pela possi-
bilidade de aderir ao Programa Minha Casa, Minha
Vida, migraram para a Caixa. O primeiro certame
realizado pela instituição já classificou as empresas e
solicitou a essas a apresentação da documentação e
dos seus projetos. Algumas construtoras já estão com
canteiros de obras em fase de instalação e outras com
obras já iniciadas.
Para se adequar às exigências, as construtoras
estão investindo forte na importação de tecnologia.
O problema imediato, segundo o diretor de uma das
construtoras inscritas no programa, Pompeu Vascon-
celos, vai ser a escassez de mão-de-obra e material de
construção para construção dos novos empreendi-
mentos. “A saída para algumas empresas foi investir
em tecnologia de aceleração da construção e empre-
gar mão-de-obra feminina”, disse.
Vasconcelos afirma que as construtoras locais estão
aptas a absorver essa demanda. “Muitas construtoras
maranhenses estão importando novas tecnologias
de aceleração de construção. O que pode haver é um
colapso de mão-de-obra e de materiais de construção
com o aumento da produção”, alertou.
REVISTA CENÁRIO › 69
 Pólos comerciais se
consolidam em avenidas
Bairros mais populosos atraem grandes redes de lojas
As avenidas próximas às áreas de maior den-
sidade demográfica de São Luís se consolidam
como regiões de concentração de estabelecimentos
comerciais. Bairros como a Cohab, onde as grandes
redes de lojas já se encontram instaladas, atraem
um número cada vez maior de consumidores. A
Avenida São Luís Rei de França, onde em breve
será inaugurado um shopping, possui ainda gran-
70 › REVISTA CENÁRIO
des terrenos disponíveis para receber novos inves-
timentos.
Os centros comerciais tradicionais, como o Cen-
tro e o São Francisco, sofrerão, naturalmente, uma
redução no número de novas empresas comerciais.
Um dos motivos mais evidentes dessa migração é a
falta de estacionamentos disponíveis nessas regiões
mais antigas da cidade.
 O gerente da Ronierd Barros Consultoria Imobili-
ária, Delmo Ramos, explica que as atividades comer-
ciais são beneficiadas em áreas com grande concen-
tração populacional por causa da proximidade com o
consumidor, que dá preferência por essa comodidade.
Ele observa que, devido ao crescimento comercial
nas avenidas, se tornou quase impossível encontrar
terrenos disponíveis ao longo dessas vias.
Delmo dá como exemplo a Holandeses, que há
três anos tinha áreas vendidas a R$ 100,00 o metro
quadrado. Hoje, quando é ofertado, o metro na
mesma região não é vendido por menos R$ 800,00.
“Houve uma explosão inflacionária dos preços, que
deve se estabilizar nos próximos quatro anos, quando
as demandas forem atendidas com um maior número
de ofertas”, analisa.
Com a escassez de terrenos nas avenidas loca-
lizadas nas áreas nobres da cidade, deve aumentar
a procura por imóveis na região do Araçagy, acar-
retando valorização imobiliária nessa região, avalia
Delmo. Ele recorda que há dois anos um terreno na
área era adquirido por cerca de R$ 30 mil. Atual-
mente, esses terrenos não são vendidos por menos
de R$ 100 mil.
Imóveis populares batem
recordes de vendas
Foram vendidos nos últimos três anos em São Luís
mais de 20 mil apartamentos populares, segundo esti-
mativa do setor imobiliário. Empreendimentos de alto
padrão com cerca de 200 apartamentos são vendidos
em curto espaço de tempo. Esses novos imóveis estão
atendendo, segundo Delmo, a uma demanda reprimida
já existente na capital e não serão suficientes para suprir
o aumento da demanda por unidades habitacionais
provocado pela migração populacional atraída pelo
crescimento econômico do Maranhão. Ele estima que
o tempo para equilíbrio de oferta e procura por imóveis
ainda deve durar cerca de quatro anos.
No setor de locação, Delmo aponta a escassez de
oferta. A procura sofre pressão tanto por parte do cresci-
mento natural da população, que já reside em São Luís,
como de quem vem de outros estados. “Os últimos con-
juntos habitacionais surgiram em São Luís há cerca de 30
anos e isso provocou o aumento da procura por locações.
Os esforços de investidores que compram imóveis para
alugar ainda não estabilizou o mercado”, analisa.
REVISTA CENÁRIO › 71
72 › REVISTA CENÁRIO
REVISTA CENÁRIO › 73
74 › REVISTA CENÁRIO
SÉRGIO Castor
Dignidade e cidadania
Morar com dignidade é uma condicionante básica
para a cidadania. Portanto, o déficit habitacional bra-
sileiro é um agravante que retarda o desenvolvimento
do cidadão e, assim, o desenvolvimento da economia
nacional.
O Programa Minha Casa, Minha Vida se constitui
em um ponto de apoio para alavancar este momen-
to de crescimento sócio-econômico vivenciado no
Maranhão. A construção de um milhão de moradias
dignas para diversas classes da população com rendas
de zero a três e até dez salários mínimos irá gerar um
forte impulso no macrossetor da construção civil.
Mais construções implicam em mais empregos,
maior distribuição de renda, mais dignidade e, conse-
quentemente, mais felicidade e cidadania. O Maranhão
acreditou e abraçou o Minha Casa, Minha Vida. Na
capital e em todo o estado houve uma adesão expressiva
dos governantes. O empresariado atendeu ao chama-
mento e apresentou para o nicho de habitações de zero
a três salários mínimos mais de 50 mil propostas para os
diversos municípios contemplados.
A vinda do presidente Lula a São Luís para a
assinatura de diversos outros projetos de desenvolvi-
mento e, também, de cerca de 30 mil destes contratos
habitacionais, coroou o esforço conjunto do Estado,
dos municípios maranhenses e do empresariado, ar-
ticulados pelo trabalho competente da Caixa Econô-
mica Federal.
Na ilha, o número de contratos se aproxima dos
20 mil e ainda resta contemplar milhares de unida-
des para São Luis. O governo do estado iniciou as
inscrições para as primeiras unidades do programa
e impressiona a quantidade de pessoas que busca
inscrever-se. Muitos chegam à noite e dormem nas
filas para obterem uma senha e realizarem o sonho da
casa própria.
Este é o momento de maior crescimento do
macrossetor da construção civil e por atração direta,
do mercado imobiliário maranhense. Nos programas
de baixa renda, a participação do ramo imobiliário
limitou-se ao direcionamento dos terrenos para áreas
maiores que pudessem abrigar os conjuntos com
milhares de unidade residenciais. Isto levou os pro-
jetos para áreas fora do adensamento urbano. Fez-se
assim necessária a participação dos governos estadual
e municipal, que se responsabilizaram pela imediata
construção dos serviços sociais tais como escolas,
saúde, segurança e transporte.
Estes novos empreendimentos se constituirão em
verdadeiras cidades satélites providas dos serviços
essenciais e que, em breve, terão individualidade e
vida própria. As regiões do Bacanga, Ribeira, Santa
Bárbara, Matinha, Miritiua, Trizidela e outras em São
José de Ribamar e Paço do Lumiar, ganharão novos
bairros.
Na retaguarda deste processo financeiro, econô-
mico e social, surge um cenário complementar de
crescimento tecnológico e profissional. As constru-
toras empenharam-se para trazer novas tecnologias
de construção acelerada. Tais tecnologias carregam
em seu bojo uma ampla abertura para a mão-de-obra
feminina na construção civil.
São Luis será maior, o Maranhão será maior, o
Brasil será maior, e haverá mais dignidade e mais cida-
dania. Assim, haverá, também, mais amor e felicidade
para todos.
Sérgio Castor é engenheiro civil, ex-professor de engenharia
e arquitetura da Universidade Federal da Paraíba, Mestre em
Engenharia dos Recursos Hídricos e diretor da Moradia Consul-
toria em Engenharia Imobiliária
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Conhecimento aumenta competitividade
de micros e pequenos negócios
Mais acesso a gestão e à inovação tecnológica
O conhecimento é o ponto chave para alavancar
a economia do estado. Com essa afirmação, o dire-
tor superintendente do Sebrae-MA, Manoel Pedro
Castro, enfatizou a importação da qualificação dos
empreendedores maranhense para ter sucesso na con-
juntura que se desenha a partir da chegada de grandes
empreendimentos no Maranhão. “Temos que propor-
cionar o acesso ao conhecimento nas áreas de gestão
e inovação tecnológica para que os empreendedores
estejam prontos para atuar em um espaço de forte
concorrência. Só participarão desse bolo aqueles que
forem competitivos”, adverte.
Manoel Castro explica que não se tem hoje um perfil
de oportunidades apenas para os grandes empreendi-
mentos que são, atualmente, os maiores empregadores
do Brasil. “O Sebrae contempla dentro da sua missão
institucional de apoio ao micro e pequeno negócio um
momento muito promissor. É necessário trabalhar na
base da educação para que esse conhecimento se forta-
leça e a partir dele se crie uma inteligência que ajude o
Maranhão a criar novas oportunidade”, analisa.
Para a concretização das oportunidades que sur-
girão com o crescimento econômico, o dirigente do
Sebrae-MA disse que é necessário ainda fortalecer as
cadeias produtivas do Estado, visando um crescimen-
to sustentável onde o principal resultado é estancar a
evasão das riquezas que saem do Maranhão para ou-
tros estados com as importações. “O Maranhão ain-
da importa cerca de 90% dos produtos consumidos
internamente e isso não favorece a economia local.
Daí a importância da criação das cadeias produtivas
genuinamente maranhenses”, esclarece.
Na avaliação do diretor do Sebrae-MA, é neces-
sário consolidar a cadeia produtiva de matéria-prima
para mudar esse quadro desvantajoso para o Mara-
nhão. Ele destacou que o Sebrae está traba-lhando
fortemente não só em São Luis, mas em todas as
regiões do estado na construção dessas cadeias.
“Temos um potencial muito forte nas áreas de api-
cultura e agronegócios. Com a chegada dos grandes
empreendimentos, como a refinaria da Petrobrás, o
pequeno empreendedor tem um importante papel
no processo de integração da economia local e no
aproveitamento desses investimentos em benefício
da população na geração de mais postos de traba-
lho”, afirma.
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 Petrobrás apoia projeto para
criação de rede de serviços
O Sebrae-MA está trabalhando na formatação
de um projeto em parceria com a Petrobrás com
foco exclusivo para os pequenos empreendimentos.
O projeto contempla a criação de uma cadeira de
serviços que irá atender as grandes empresas respon-
sáveis pela construção da refinaria. Além da parceria
com a Petrobrás, o Sebrae-MA está tra-balhando
com informações repassadas pelo corpo técnico do
Sebrae do Rio de Janeiro, que já possui uma experi-
ência idêntica ao processo vivenciado no Maranhão.
Essas informações somam-se à consultoria da GTC,
empresa alemã contratada para dar maior consistência
técnica ao projeto de inserção dos micros e pequenos
negócios nas áreas de serviço, comércio e indústria
como potenciais fornecedores da Petrobrás.
Os setores de alimentação, hotelaria e o turismo
interno que, segundo Manoel Castro é uma cadeia
com um campo muito vasto a ser explorado, devem se
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preparar para um incremento da demanda por estes
serviços. Junto a esse processo entra o crescimento das
demandas por educação, saúde e cultura. “Esse mo-
mento deve ser acompanhado pela iniciativa privada,
poder público e pela sociedade em geral de forma
associada para que ocorram as transformações exigi-
das do Estado e que devem ser trabalhadas visando o
bem-estar da população”, alerta.
No cenário analisado por Manoel Castro é preciso
desenvolver ainda a indústria de produtos acabados
dentro do estado. Segundo ele, Imperatriz é uma das
poucas cidades maranhenses que já possuem peque-
nas redes produtivas com maior competitividade.
Mas, se analisar o conjunto como um todo, existem
grandes oportunidades de investimentos nesse seg-
mento, na sua avaliação. Os setores de alimentação,
artesanato, agronegócios são os que sinalizam como
os maiores campos de oportunidade a ser explorado.
 Luiz Carlos Barboza, diretor-
técnico do Sebrae Nacional,
na abertura da Feira do
Empreendedor
Desempenho do Sebrae-MA é um
dos melhores do país
O Sebrae-MA tem demonstrado uma das melho-
res performances em nível nacional no cumprimento
da sua missão institucional como fomentador das
micro e pequenas empresas. Essa foi a avaliação do
diretor-técnico do Sebrae Nacional, Luiz Carlos
Barboza, durante a realização da Feira do Empreen-
dedor no mês de outubro em São Luís. O dirigente da
entidade manifestou seu reconhecimento de acordo
com o resultado apresentado no monitoramento que
é realizado em nível nacional todos os anos.
“No cumprimento da sua missão, o Sebrae do
Maranhão tem feito um trabalho brilhante nesses úl-
timos anos. Nós (Sebrae Nacional) temos um sistema
que monitora o resultado de todos os Sebrae´s, em
todo sistema, e o Maranhão tem alcançado desem-
penho e indicadores que aumentam ainda mais a
confiança e o apoio por parte do Sebrae Nacional”,
afirmou Luiz Carlos.
O diretor superintende do Sebrae-MA, Manoel
Pedro Castro, considerou honrosas as colocações da
liderança nacional. Ele lembrou que há três anos o
Sebrae-MA trabalhava com 53 projetos. Atualmente
são quase 100 projetos, com perspectiva de atingir
130 ainda no início de 2010. “Para alcançarmos esse
resultado contamos com o empenho da nossa equipe
técnica, que tem demonstrado todo interesse. Cada
projeto envolve um contingente expressivo de pes-
soas, mas temos conseguido superar as dificuldades”,
comemorou.
O Sebrae-MA possui um quadro de 130 funcio-
nários para atender todo o Maranhão. Além disso,
acrescenta-se um orçamento limitado esta-belecido
anualmente, mencionou o dirigente local da en-
tidade. Ele disse ainda que é necessário fazer com
que as grandes empresas que chegarão ao Maranhão
compartilhem desse processo de mudanças que são
necessárias para o aperfeiçoamento da mão-de-obra
maranhense e da competitividade dos nossos empre-
endedores. “Essa soma de esforços com a geração de
parcerias permitirão o aumento da atuação do Sebrae-
MA. O convênio com a Petrobrás é um exemplo de
como podemos melhorar os nossos resultados com a
entrada de recursos da empresa e do apoio do Sebrae
Nacional, já que o Sebrae-MA não teria recursos
suficientes para viabilizar um projeto desse porte”,
admitiu.
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