Sei sulla pagina 1di 24

1

Introdução aos caminhos


do Yoga

Om sahanavavatu
sahanau bhunaktu
sahavíryam karva vahai
tejas vinava dhitamastu
ma vidvisha vahai
Om shánti shánti shántihi

Que todos nós estejamos protegidos e unidos.


Que todos nós estejamos nutridos e unidos.
Que nós todos possamos trabalhar juntos,
unindo as nossas forças pelo bem comum da
Humanidade.
Que o nosso saber seja luminoso e realizador.
Que nunca briguemos e não haja inimizade entre
nós.
Om. Que haja paz, paz, paz.
Taittiríya Upanishad, Brahmavalli

“Não se pode ensinar alguma coisa a alguém, pode-se apenas


auxiliar a descobrir por si mesmo.”
Galileu
2

Sejam Bem-Vindos!

Ao entrar no caminho da yoga necessitamos de uma preparação. Os be-


nefícios desse período preparatório que chamamos de yoga preliminar ou kriya
yoga (yoga-sutras, II-1) são muito importantes para nos ajudar a desenvolver
traços de caráter, sentimentos de força interna, autoconfiança e paz interior.
O conhecimento intuitivo que começa a fluir do interior para a mente; a certe-
za que flui de sua sabedoria interna; a libertação das preocupações que ocor-
rem quando se liberta cada vez mais apegos.

A prática de uns poucos exercícios de yoga por dia pode lhe dar força,
saúde e agilidade, melhorar a circulação e a respiração e a aliviar a rigidez do
corpo, a dor e a depressão. As técnicas de respiração e meditação da yoga
podem diminuir a ansiedade, a insônia e o stress. Essa é apenas uma amostra
dos muitos benefícios que reconhecidamente advêm da prática da yoga.

Mas ao fazer a base da yoga preliminar e descobrir a espantosa fonte de


poder que vive dentro de você e as novas ferramentas que vão surgir com a
expansão da consciência, a caminhada será bem mais rápida e proveitosa.

Os dez princípios éticos, que são as ferramentas mais importantes da


yoga, podem protegê-lo e levá-lo a viver uma vida produtiva e feliz. A condu-
ta ética resgata o contato com o corpo espiritual, a voz interna.

Tudo isso representa o fruto preliminar da yoga e precisa ser sentido pa-
ra o aspirante perceber tudo que estava perdendo enquanto continuava imerso
em sua vida comum.

Nem todos se sentem bem com a automotivação que está no próprio


âmago do Yoga, as pessoas que sentem necessidade de preceitos e crenças
religiosas são presas fácil para líderes carismáticos que parecem oferecer so-
luções simples para os problemas da vida. Muita gente quer que outra pessoa
lhes diga o que fazer, como viver e como ser feliz, e freqüentemente crêem
que o líder de personalidade forte e uma espécie de salvador. Esse tipo de
relacionamento não existe no Yoga. O verdadeiro mestre sabe que é você que
tem de atender aos seus próprios desejos; a tarefa do mestre consiste em
evidenciar esse fato e mostrar a você como fazer isso. Então, o mestre lhe dá
o apoio e o ânimo de que você precisa no decorrer da busca.
O que há de mais precioso no yoga é que, se você tem coragem de en-
carar essa caminhada para dentro de si mesmo, acaba se tornando o seu
próprio salvador. Adquire a capacidade de se tornar forte, contente e satisfei-
to sem depender de outra pessoa. O corpo espiritual que você possui contém
todo o conhecimento de que você vai precisar para atingir o cume mais alto a
que pode chegar na vida. As técnicas e a filosofia do yoga constituem uma
ponte para encontrar você dentro de você mesmo.

(Trecho extraído do livro “A yoga do coração”, Alice Christensen, Ed. Pensamento, São Paulo).
3

“Ó homem que procuras a verdade e a sabedoria,


abre os braços e deixa que o conhecimento che-
gue a ti de todas as partes.
A verdade é uma e sábios irão ensiná-la de dife-
rentes maneiras.”
Rig Veda

Artigos Selecionados

- Patañjali, filósofo e yogi - Georg Feuerstein


- O Yoga de Patañjali - Pedro Kupfer
- Ashtanga Yoga - José Hermógenes
- Feuerstein, Georg: A Tradição do Yoga, Pensamento, São Paulo.
- Taimni, I. K. A ciência do Yoga. Ed. Teosófica, Brasília, 2004.
- Alice Christensen, A Yoga do Coração, Editora Pensamento, SP, 1998.
4
Patañjali, filósofo e yogi
Georg Feuerstein

A maioria dos yogins, como a maioria das pessoas em geral, não tem forte inclinação para as
coisas do intelecto. Mas os yogins, ao contrário das pessoas em geral, tiram proveito desse
fato e passam a cultivar a sabedoria e as experiências psíquicas e espirituais que a mente raci-
onal tende a negar e combater.

Não obstante, sempre houve praticantes de Yoga que também foram intelectuais brilhantes.
Shankara, por exemplo, que viveu no começo do século VIII d.C., não é lembrado somente
como o maior defensor da metafísica não-dualista hindu, o Advaita Vedánta, mas também co-
mo um grande adepto do Yoga.

O mestre budista Nágárjuna, do século II d.C., não foi somente um célebre taumaturgo (sid-
dha) e alquimista tântrico, mas também um gênio filosófico de primeira categoria. No século
XVI d.C., Vijnána Bhikshu escreveu profundos comentários sobre as seis grandes escolas filo-
sóficas.

Era um pensador notável que impressionou sobremaneira o pioneiro indólogo alemão Max Mul-
ler, criador da disciplina das mitologias comparadas. Mas, ao mesmo tempo, era um praticante
espiritual de primeira linha, adepto do Jñána Yoga vedântico.

Do mesmo modo, Pátañjali, autor ou compilador do Yoga Sútra, era sem dúvida alguma um
adepto do Yoga que nem por isso deixava de ser inteligentíssimo. Como escreveu Christopher
Chapple, pesquisador do Yoga:

Alguns afirmam que Pátañjali, ao apresentar a escola yogi, não deu nenhuma contribuição es-
pecífica à filosofia. Eu afirmo, muito pelo contrário, que ele deu uma contribuição magistral, e
o fez apresentando sem preconceito toda uma diversidade de práticas, numa metodologia pro-
fundamente arraigada na cultura e nas tradições da Índia. (1)

O Yoga de Pátañjali representa o clímax de um longo desenvolvimento da tecnologia yogi. De


todas as escolas que existiram nos primeiros séculos da Era Cristã, a escola de Pátañjali foi a
que acabou sendo reconhecida como o sistema oficial (darshana) da tradição yogi.

Existem muitos paralelos entre o Yoga de Pátañjali e o budismo, e não se sabe se eles se de-
vem simplesmente ao desenvolvimento simultâneo dos Yogas hindu e budista ou se decorrem
de um interesse particular de Pátañjali pelos ensinamentos budistas.

Se Pátañjali de fato viveu no século II d.C., como propomos aqui, é muito possível que ele
tenha sofrido uma influência considerável do Budismo, que era forte naquele período. Pode
ser, porém, que as duas explicações estejam corretas (2).

Infelizmente, o que sabemos sobre Pátañjali é quase nada. A tradição hindu identifica-o com o
famoso gramático de mesmo nome que viveu no século II a.C. e escreveu o Maha-Bhásya.

O consenso da opinião dos estudiosos, porém, é que isso é muito pouco provável. Tanto o con-
teúdo quanto a terminologia do Yoga Sútra aponta para o século II d.C. como data provável
para a existência de Pátañjali, quem quer que tenha sido (3).

A Índia conhece, além do gramático, vários outros Pátañjalis. O nome é mencionado como tí-
tulo do clã (gotra) do sacerdote vêdico Ásuráyana. O antigo Shata Patha Bráhmana mencio-
na um Patanchala Kápya, que o estudioso alemão Albrecht Weber, no século XIX, tentou erro-
neamente identificar com Pátañjali (4).

Houve depois um mestre do Sámkhya que tinha esse mesmo nome, cujas doutrinas são reca-
pituladas no Yukti Dípiká (fim do século VII ou começo do século VIII d.C.). Atribui-se talvez a
outro Pátañjali a autoria do Yoga Darpana (Espelho do Yoga), manuscrito de data desconhe-
cida.

Por fim, houve um mestre de Yoga chamado Pátañjali que fazia parte da tradição shaiva do sul
da Índia. É possível que seja a ele que se refira o título do Pátañjala Sútra de Umápati Shi-
5
váchárya, do século XIV, que é uma obra sobre a liturgia do templo de Natarája em Cidamba-
ram.

Segundo a tradição hindu, Pátañjali foi uma encarnação de Ananta, ou Shesha, o rei milecéfalo
da raça das serpentes, que supostamente guarda os tesouros ocultos da terra. Diz-se que
Ananta tomou o nome Pátañjali porque queria ensinar o Yoga na Terra e caiu (pat) do Céu
sobre a palma (añjali) de uma mulher virtuosa chamada Goniká.

Na iconografia, Ananta é representado muitas vezes como a almofada sobre a qual reclina-se o
deus Vishnu. As muitas cabeças do senhor das serpentes simbolizam a infinitude ou a onipre-
sença.

Não é difícil descobrir qual a ligação que Ananta tem com o Yoga, uma vez que este é por ex-
celência o tesouro oculto, isto é, o conhecimento esotérico. Até hoje, muitos yogins prostram-
se perante Ananta antes de começar a rotina diária de exercícios yogis.

No versículo de benção que dá início ao Yoga Bháshya, comentário do Yoga Sútra, o Senhor
das Serpentes, Ahísha, é saudado da seguinte maneira:

Que Aquele que, deixando de lado a Sua forma original [não-manifesta], de diversas maneiras
exerce a Sua soberania para fazer bem ao mundo – Aquele que se enrola em bela forma, dono
de muitas bocas, dotado de venenos mortais mas eliminador de todo o exército das aflições
(klesha), fonte de toda a sabedoria (jñána), e cujo círculo de serpentes-servas gera um prazer
constante, o divino Senhor das Serpentes: que Ele, o qual nos concede generosamente o Yoga,
jungido no Yoga, proteja-vos com o Seu puro corpo branco.

Não há nada que possamos afirmar acerca de Pátañjali que não seja pura especulação. É razo-
ável supor que ele tenha sido uma grande autoridade em Yoga e muito provavelmente o chefe
de uma escola na qual o estudo (swádhyáya) era visto como um aspecto importante da prática
espiritual.

Ao compor seus aforismos (sútra), valeu-se de obras já existentes. A contribuição específica


que deu à filosofia, a julgar pelo próprio Yoga Sútra, não foi senão modesta. Parece não ter
sido um criador, mas um compilador e um sistematizador. Sem dúvida, porém, é possível que
tenha escrito outras obras que não chegaram a nós.

(1) C. Chapple e Yogi Ananda Viráj (E. P. Kelly Jr.), The Yoga Sútras of Pátañjali: An Analysis of the Sanskrit with
Accompanying English Translation (Delhi: Sri Satguru Publications, 1990), p. 15. (2) Cf. S. N. Tandon, A Re-Appraisal
of Pátañjali’s Yoga-Sutras in the Light of the Buddha’s Teachings (Igatpuri, Índia: Vipassana Research Institute,
1995).
(3) A relação entre Pátañjali, o adepto do Yoga, e Pátañjali, o gramático, é objeto de um debate erudito em
S. Dasgupta, A History of Indian Philosophy (Delhi: Motilal Banarsidass, 1975), vol. 1, pp. 230-233, Cf. também
J. H. Woods, The Yoga System of Pátañjali (Delhi: Motilal Banarsidass, 3ª ed., 1966), pp. xiii-xvii.
(4) Cf. A. Weber, The History of Indian Literature (Londres: Kegan Paul, Trench, Trübner & Co., 4ª ed., 1904), p.
233n.
Weber também diz que, segundo uma certa tradição, Pátañjali foi uma das encarnações anteriores do Buddha.
Extraído do livro A Tradição do Yoga, Editora Pensamento, São Paulo.
Copyright (c) 2001 Georg Feuerstein, Yoga Research and Education Center.
Visite o site de Georg Feuerstein em www.yrec.org
6
O Yoga de Patañjali
Pedro Kupfer

Coloquemos a nossa lente zoom no Ashtánga Yoga, o sistema organizado pelo sábio Pátañjali.
Este sistema tem oito partes: yama, niyama, ásana, pránáyáma, pratyáhára, dháraná, dhyána
e samádhi. As duas primeiras partes, yama e niyama, são as prescrições e proscrições éticas.
Yama significa controle ou domínio. São o pontapé inicial.

Yama são as cinco proscrições: não usar nenhum tipo de violência (ahimsá); falar a verdade
(satya); não roubar (asteya); não desvirtuar a sexualidade (brahmacharya); e não apegar-se
(aparigraha). Esses refreamentos pretendem purificar o yogin, aniquilar a subjetividade advin-
da do egocentrismo e prepará-lo para os estágios seguintes. Desempenham o controle dos
impulsos naturais, que se manifestam através dos cinco órgãos de ação (karmendriyas): bra-
ços, pernas, boca, órgãos sexuais e excretores.

Niyama, as prescrições psicofísicas compreendem cinco disciplinas: a purificação (shauchan); o


contentamento (santosha); a austeridade ou esforço sobre si próprio (tapas); o estudo de si
próprio e da metafísica do Yoga (swádhyáya); e a consagração a Íshwara, o arquétipo do yogin
perfeito (Íshwara pranidhána). Estas atitudes cumprem a função de domínio sobre os cinco
órgãos da percepção (jñánendriyas): olhos, ouvidos, nariz, língua e pele. Esse controle dos
sentidos aponta à organização da vida pessoal do praticante.

Ásana, o terceiro estágio, são as posições físicas, firmes e confortáveis: “o ásana torna-se per-
feito quando desaparece o esforço por realizá-lo, de forma que não haja mais movimentos no
corpo.” O Yoga Sútra de Pátañjali não é para iniciantes. É para mestres. Daí a importância do
estilo dos sútras. Cada palavra é significativa. Por exemplo, a definição de ásana: sthira-
sukham. Ele não diz sukhamsthira. Porque primeiro, o corpo precisa ficar imóvel. Depois, vem
sukham, o conforto. Su significa prazer. Kha refere-se aos indriyas, órgãos dos sentidos. O que
significa que os sentidos ficarão automaticamente sob controle. A posição sentada correta
permite a prática de pránáyáma e pratyáhára, os próximos passos. Mas isso só é possível
quando há força, firmeza e flexibilidade no corpo. Para o yogi, o processo do ásana passa ne-
cessariamente pela construção de um corpo novo. Um corpo onde a energia não mais tem obs-
táculos para circular.

Pránáyáma é o processo de expansão da energia vital, usando a respiração. A palavra é a


combinação de dois termos: prána, que significa alento, força vital, respiração, energia, vitali-
dade e ayáma, expansão, controle, domínio, retenção, pausa. Segundo o Yoga Sútra,
“pránáyáma consiste em controlar o processo de inspirar (shwása) e expirar (prashwása).” Na
meditação, aumentamos o caudal de energia dentro do organismo. Mas, se o corpo não estiver
preparado, haverá conflito.

Embora ásana e pránáyáma possam ser praticados para melhorar a saúde, aumentar força e
flexibilidade, etc., a intenção original dessas técnicas é equilibrar o fluxo da energia no orga-
nismo, e prepará-lo para as técnicas que seguem. É impossível sentar para meditar se não
estivermos acostumados a manter uma posição por um certo tempo, sem sentir o mínimo des-
conforto, sem que apareça nenhuma dor, nenhum movimento inconsciente, nenhuma dificul-
dade para respirar. Estas técnicas fortalecem o sistema nervoso, regulam o metabolismo, me-
lhoram a respiração, e nos ajudam a manter sob controle as emoções, atitudes e pensamen-
tos.

Pratyáhára, a retração dos sentidos, é a faculdade de liberar a atividade sensorial do domínio


das imagens exteriores. A mente é o maior obstáculo para meditar. Entretanto, antes de co-
meçar a trabalhar nela, precisamos colocar os sentidos sob controle. Desde o dia do nosso
nascimento estamos sendo continuamente bombardeados por impressões, imagens, sons e
sensações. Essas experiências alimentam o pensamento e nos arrastam para a experiência
externa. Vivemos voltados para fora. O pratyáhára serve para desvincular-nos dessa invasão
das coisas do mundo exterior. Sem ele, é impossível alcançar a meditação.

Ásana, pránáyáma e pratyáhára não são fins em si mesmos: objetivam unicamente dar ao
praticante uma infra-estrutura física e mental firme para que possa suportar as transformações
decorrentes do despertar da energia potencial: kundaliní. Através destas técnicas preliminares,
úteis também para superar os obstáculos iniciais (dúvida, preguiça, angústia, dispersão, etc.),
o meditador se prepara para o Yoga em si, que começa com as técnicas de contemplação.
7

Dháraná, a concentração em um ponto só, se faz para limitar a atividade da consciência ao


interior da imagem sobre a que se está meditando. Essa unidirecionalidade da consciência não
pode conseguir-se sem prática regular. Paradoxalmente, na prática de concentração não de-
vemos forçar as coisas, não devemos entrar em conflito com a nossa mente. Uma concentra-
ção forçada não é real, pois só provocará mais tensão.

Dhyána, a meditação em si, consiste em parar o fluxo do pensamento. A meditação é o resul-


tado espontâneo da concentração da consciência, e constitui a preparação necessária para
atingir o objetivo do Yoga, o estado de iluminação. A meditação não pode ensinar-se. A rigor,
as instruções sobre como meditar terminam na concentração. Depois, o praticante deve conti-
nuar sozinho. Todas as técnicas levam você a esse estado, desde que praticadas com regulari-
dade. Não há palavras para descrever dhyána. A única coisa que podemos dizer é que vale a
pena o esforço. Se você não experimentou esse estado, as palavras só irão provocar confusão
e intelectualização. Ou seja, você vai ficar de fora de experiência real. Se você tiver a experi-
ência, saberá que as palavras sobram, e que não podem ser usadas para descrevê-la.

Samádhi é a liberação final, o estado de iluminação, em que o contemplador se absorve no


Purusha, a Consciência Universal. No samádhi, o yogi se defronta face a face com experiências
totalmente inacessíveis através do instinto ou da razão.

O que acontece com o sistema nervoso durante a meditação? Francisco Varela, neurobiólogo e
diretor de pesquisa no Centro Nacional de Pesquisa Científica de França afirma que “com
enorme surpresa, temos visto que nos momentos de profunda introspeção não acontece nada
de raro ou diferente do habitual no cérebro. Só que esta capacidade dos grupos neuronais para
entrar em harmonia, torna-se mais eficaz e rápida. Isto é, que em lugar daquela melodia flu-
tuante e indefinida da experiência cotidiana, o ato da reflexão produz uma música potente.
Portanto, a capacidade que o homem tem de olhar para si próprio não é um desdobramento,
senão uma maneira de tornar um processo comum, algo mais forte e poderoso. Você aprofun-
da algo que já tinha.” E é exatamente isso o que o Yoga faz com a gente! Nos torna conscien-
tes do que já tínhamos: uma espiritualidade explorável usando a consciência. É tão simples
que não parece possível. Mas é. E está mais perto do que você imagina. Pátañjali disse que “o
samádhi está próximo para os que o anseiam com intensidade. Os frutos desse anseio serão
proporcionais à sua intensidade.” Yoga Sútra, I:21,22.

Não vemos a realidade como ela é, mas como somos nós mesmos. Mas o que é a realidade?
Ram Dass explica que “crescemos com um plano de existência que denominamos o real. Iden-
tificamo-nos por inteiro com essa realidade, tida por absoluta, e descartamos as experiências
não compatíveis com ela como sonhos, alucinações, insanidade ou fantasia. O que Einstein
demonstrou na física aplica-se também aos outros aspectos do cosmos: toda realidade é rela-
tiva. Cada realidade é verdadeira apenas dentro de certos limites; é apenas uma versão possí-
vel do modo de ser das coisas. Sempre há múltiplas versões da realidade. Despertar de uma
realidade relativa é reconhecer-lhe a natureza relativa. A meditação é um instrumento para
fazer precisamente isso.”
Os últimos três estágios do Yoga de Pátañjali, concentração, meditação e iluminação, constitu-
em a técnica tríplice chamada samyama e são conhecidos como antaranga, membros internos,
por oposição aos anteriores (bahiranga = externos), que regem a vida exterior. Isto, porque
no samyama não se precisa nenhuma técnica fisiológica nova. A partir daqui, tudo acontece da
pele para dentro.
E uma das coisas que acontece quando você medita, é a aparição dos poderes psíquicos, cha-
mados siddhis. Qualquer estado mais elevado de consciência desencadeia os siddhis. Os sid-
dhis vêm sozinhos com a prática, mas não são importantes. Importante é o seu desenvolvi-
mento. Se poderes específicos surgirem ao longo do caminho, tudo bem. Pátañjali adverte so-
bre o perigo que se esconde na tentação de usar os siddhis. Pois quando alguém os obtém e
começa a utilizá-los, esquece do objetivo do Yoga. É como se você pegasse uma chave de fen-
da para fazer algum conserto, mas, ao invés de trabalhar, ficasse olhando extasiado para o
reflexo do sol nela e esquecesse para que você a pegou. Pátañjali dedica um capítulo inteiro do
Yoga Sútra aos siddhis, porque você precisa saber o que é inútil também. Se ele não descre-
vesse os poderes, um a um, o praticante poderia se perder. Tudo o que você não entende lhe
dá medo. Mas se você souber exatamente o que é um siddhi, quando ele se manifestar, você
não entrará em pânico nem perderá o controle da situação.

Extraído do livro Yoga Prático. Visite o site de Pedro Kupfer em www.yoga.pro.br


8

Ashtanga Yoga
José Hermógenes

Ashtanga (ashta, oito; anga, membro) Yoga é o Yoga de oito componentes, mais conhecido
como Rája Yoga (Yoga Real). Foi codificado pelo sábio Pátañjali, baseando-se nos milenares
conhecimentos yogis que a tradição oral transmitia através das gerações, de Guru a discípulo.
Era um conhecimento esparso e assistemático, embora verdadeiro e profundo.

Pátañjali produziu um pequeno manual chamado Yoga Sútra, em quatro capítulos, ensinando
inclusive as oito etapas do caminho (marga) a ser percorrido pelo aspirante, culminando com a
realização de kaivalya ou libertação da Consciência (Purusha) de sua servidão e confinamento
na matéria (Prakriti). A libertação só acontece quando a mente atinge o estado de total quie-
tude, vazio, silêncio e abstração.

O método é uma ascese eficiente, que permite, passo a passo, a correção das imperfeições da
mente, bem como, por fim, sua perfeita quietude e lucidez. Cessado todo funcionamento da
mente objetiva, produz-se a libertação da Consciência ou Espírito. O Espírito, restituído à sua
plena liberdade, entra no gozo do Ser.

O que nos impede gozar a Suprema Bem-Aventurança (Ananda), segundo Pátañjali, é o febril
funcionamento da mente, assim como só se consegue ver a Lua em sua inteireza, quando re-
fletida no lago, se as ondulações deste se aquietarem totalmente.

Nossa mente, em seu estado normal, isto é, em sua condição de mediocridade, é impura, des-
concentrada, toldada e agitada. A prática do Ashtanga Yoga corrige todas essas condições, e
condiciona a mente para a experiência culminante de sua cessação.

Os Angas - São os oito componentes do sistema:

1. Yama; 2. Niyama; 3. Ásana; 4. Pránáyáma; 5. Pratyáhára; 6. Dháraná; 7. Dhyána; 8. Sa-


mádhi.

Vejamo-los um a um.

Yama
Yama é o conjunto de cinco abstenções em nosso comportamento, visando a estabelecer um
relacionamento perfeito e eficiente com nossos semelhantes. É um comportamento moral per-
feito. As cinco abstinências são:

1. Ahimsá, que é objeto de estudo de todo o livro Convite à Não-violência (não ferir);
2. Satya, a veracidade, o oposto de hipocrisia (não mentir);
3. Asteya, o evitar a apropriação indébita (não furtar);
4. Brahmacharya, a vida casta, isto é, voltada para Deus (não explorar sexualmente);
5. Aparigraha, evitar a insatisfação (não cobiçar).
Não pode ser eficaz e verdadeira a meditação de alguém que está em dívida com seus seme-
lhantes, se há alguém a quem feriu, a quem enganou, a quem furtou, a quem explorou sexu-
almente, a quem deseja ou desejou arrebatar algo. As vítimas estarão vibrando contra o pre-
tenso meditante. À mente deste acorrerão lembranças e remorsos, que a inquietarão e frustra-
rão a pretensão de meditar. São Paulo insistiu: Fazei o possível para viver em paz com os ho-
mens... Rm, 12:18

Niyama
Niyama é o conjunto de cinco preceitos que, bem cumpridos, produz a paz no mundo interno.
Yama gera a paz com os outros. Niyama gera a paz conosco mesmos. Formam niyama:
1. Shauchan (pronuncia-se saucha) significa pureza interna, externa, física e mental (mante-
nha-se puro);
2. Santosha significa contentamento (contente-se com o que tem, com o que faz, com não
poder ter, com o que não pode fazer...);
3. Tapas é uma palavra que literalmente significa queimar. Queimar por quê? É o fogo que não
somente purifica, mas melhora a têmpera.
9
Um aspirante é um asceta que, na ascese, aprimora a têmpera, se fortalecendo para vencer o
"caminho estreito". Tapas é disciplina, austeridade, resistência contra a fadiga, o desconforto e
a doença (seja um forte);
4. Swádhyáya significa procurar conhecer-se, não somente como personagem, mas como Ator,
isto é, como ego mortal e como o próprio Ser, que todos somos ("conhece-te a ti mesmo");
5. Íshvara pranidhána significa entregar-se a Íshvara (o Senhor). Sem a Graça Divina, o esfor-
ço do aspirante ao Yoga é impotente. Humildando-se enquanto se esforça no sádhana (disci-
plina espiritual), o aspirante se entrega total e incondicionalmente a Íshvara (Deus pessoal).
onseguimos o máximo quando permitimos que seja feita a vontade de Deus (entregue-se ir-
restritamente a Deus).
Puro, contente, resistente e bem curtido, conhecendo-se a si mesmo e entregue às mãos de
Deus, alcança-se a paz, a paz pessoal, aquele que "transcende a compreensão humana",
aquela que só o Cristo (Íshvara) nos pode dar. Não é a paz que compramos do mundo.

Ásana
Ásana é a postura do corpo, que deve ser confortável e estável, a tal ponto que nos permita
meditar por um bom tempo, sem sentir desconforto (dores, fadigas...) nem desafio ao equilí-
brio. Só assim podemos meditar com eficácia. O conforto e a estabilidade nos permitem atingir
um estado no qual o corpo é como se não existisse. Diríamos que então se goza paz no corpo.

Pránáyáma
Pránáyáma é o controle da bioenergia (prána), que mantém vivo o corpo e vivifica a mente. É
só quando o alento praticamente pára, estando não obstante todo o sistema abastecido de
energia, que os movimentos rebeldes da mente podem parar. Paz no sistema energético.

Pratyáhára
Pratyáhára é a suspensão das funções sensórias. Os órgãos dos sentidos são desligados. Suas
mensagens não atingem o cérebro. É a paz dos sentidos.

Dháraná
Dháraná é o estado de concentração da mente, com relativa minimização de seus movimentos
agitados.

Dhyána
Dhyána é o estado de meditação que sucede a uma concentração que se prolonga. O objeto
em que se medita está a maior parte do tempo ininterruptamente ocupando a atenção.

Samádhi
Samádhi acontece quando a meditação se prolonga e permite que a mente que contempla e o
objeto contemplado se unifiquem, e os movimentos (vrittis) conseqüentemente páram. É um
estado feliz. É quando se alcança o Yoga. É quando o Espírito (purusha) se liberta e se isola
em seu Reino de Bem-Aventurança e Plenitude.

O Ashtanga Yoga não comete o equívoco de pretender atingir a Meta suprema através de téc-
nicas (físicas, psíquicas, psicofísicas, sexuais, energéticas...) que "falsos profetas" nos dias
atuais andam propondo, e disto tirando grande proveito econômico para suas multinacionais
empresas de "meditação", "controles", "iluminações", "despertamentos de kundaliní", "poderes
paranormais"... e muitas outras mistificações.
A transformação ética é pré-requisito indispensável às práticas e a todo restante do sádha-
na. Enquanto reinar em nós um ego capaz de ferir, que gosta de mentir, que não vacila em
furtar, que se entrega a curtições eróticas selvagens, permanentemente descontente e reivin-
dicante, que não tem o mínimo de eqüanimidade e endurance (resistência nobre), que não
tem qualquer percepção sobre si mesmo (um alienado, portanto) e que desconhece Deus e
conseqüentemente muito menos se devota a Ele, é imprudente iniciar as práticas do Rája Yoga
e de outros Yogas igualmente austeros e arriscados como o Laya e o Kundaliní Yoga.
Técnicas sem ética, propõem os charlatães.

Primeiro, a ética, e, depois, as técnicas: propõem os verdadeiros Mestres.

Extraído do livro Convite à Não-violência, Editora Nova Era. Visite o site do Professor Hermógenes em
www.profhermogenes.com.br
10
Os resultados da prática da ética yogue
Alice Christensen

“... o benefício principal que advém da prática dessas dez disciplinas éticas é que assim
fica facilitada a união dos corpos físico e espiritual. Outro resultado é um fenômeno luminoso
que eu chamo de consciência periférica. A pessoa dotada dessa qualidade tem um processo de
pensamento maduro, que transcende a falação circular e viciosa que acontece na nossa cabeça
a maior parte do tempo. A atenção dela abrange um ambiente muito mais amplo. As pessoas
dotadas de consciência periférica conseguem se concentrar no que estão fazendo sem perder a
consciência de tudo o mais que está acontecendo ao redor. São capazes de lidar com uma
multidão de detalhes sem se sentirem tensas.

Além disso, os textos de yoga afirmam que a prática perfeita de cada princípio ético dá
um resultado específico, que é chamado de um ’poder’. O resultado da prática do Não-Roubar,
por exemplo, é que ‘toda a riqueza vem até você’. De acordo com essa idéia, a prática da éti-
ca pode ser considerada um empreendimento muito proveitoso.

As pessoas passam a maior parte da vida tentando atingir objetivos como esse, mas
erram ao pensar que esses objetivos estão fora delas. A yoga ensina que você deve buscar os
seus objetivos dentro de você. Tudo o que você pode querer está lá. Não se trata de uma
atividade narcisista de fechar-se em si mesmo. Muito pelo contrário, trata-se de uma prática
poderosa que não só faz bem a você como também, no fim, tem um efeito extremamente fa-
vorável sobre todas as pessoas e coisas que o rodeiam. Como diz a antiga canção de blues,
‘Deus abençoe o filho que se basta a si mesmo’. Você percebe que tudo o que você quer está
dentro de você.

Ao pensar sobre o resultado dessas práticas, procure mudar a sua atitude de ‘receber’
para a de ‘dar’. Certa vez quando um discípulo perguntou ao mestre: ‘O que eu faço para
ganhar mais devoção?’ A pergunta deveria ser ‘O que eu faço para dar mais devoção?’ Em
outras palavras, a devoção não é um ato egoísta. Ao praticar a ética yogue, a pessoa só dá, e
não exige nada –– não se trata, em absoluto, de um comércio. Com uma humildade simples,
você dá ao seu corpo espiritual a oportunidade de entrar no corpo físico a fim de poder traba-
lhar. Fazendo isso, você dá a si mesmo uma dádiva preciosíssima, que enriquece a sua vida a
um ponto que você não pode imaginar.

Rama costumava dizer: ‘Você dá um copo de leite e ganha em troca uma vaca’. Basta
um pouquinho de prática para que você goze dos benefícios dessas maravilhosas ferramentas
da yoga.”

Extraído do livro: A Yoga do coração – Alice Christensen – Ed. Pensamento – SP, 1998, págs. 54/55.
11

Mantra para Ganesha

OM GAM GANAPATAYE NAMAH

Saudações ao Senhor Ganesha,


o removedor de obstáculos e o doador de bençãos

“Um elefante normalmente tem duas presas. A mente surge também


freqüentemente com duas alternativas: o bom e o mal, o excelente e o
conveniente, o fato e a fantasia que seduz. No entanto para alcançar
algo, a mente deve se tornar uni-direcionada. A cabeça de elefante do
Senhor Ganesha tem, portanto, somente uma presa e desse modo
Ganesha é chamado de Aquele com uma presa, para lembrar a todos
que se deve possuir a mente uni-direcionada”.
Sathya Sai Baba
12
YOGA E OS VEDAS

Yoga tem suas raízes nos Vedas. Os Vedas são imemoriais. Hoje, pesqui-
sas concluem que foram cognizados por volta de 8.000 anos a.C. ou até antes, às
margens do Rio Saraswati (atualmente seco), na região Noroeste, na Índia.

Veda quer dizer conhecimento total, absoluto. Divide-se em: Rig, Yajur,
Sama e Atharvana Veda. Contém todo o conjunto das leis e dos princípios uni-
versais. Cada Veda tem três partes: Mantras ou hinos, Brahmanas e Upa-
nishads.

Ele é chamado de Sruti ou seja a tradição oral do ensinamento, segundo a


tradição hindu esse conhecimento foi revelado, no início da criação, por Ishvara (o
próprio Criador na forma de Shiva como 1º mestre – Dakshinamurti) aos primei-
ros mestres terrenos e transmitidos oralmente de mestre a discípulo.

É chamado de apaurushaya porque não foi criado pelo homem. Ele fora
cognizado por aqueles mestres em profundo estado de meditação.

Sruti é autoridade principal, significando aquilo que é ouvido, passado de


geração em geração através da escuta e repetição meticulosa. Conta a lenda que
os grandes Rsis (sábios, videntes, profetas) escutaram as verdades eternas da
religião e a deixaram escritas para o benefício dos outros. Esses escritos são os
Vedas, palavra derivada da raiz vid, saber, com a conotação de existir em sabedo-
ria, experimentar, e não apenas conhecer racionalmente.

A seguir, em importância, está o Smrti, que coletivamente significa as es-


crituras secundárias. Tem sua autoridade derivada do Sruti, pois sua finalidade
consiste em expandir e exemplificar os princípios do Veda.

Rg Veda Mantras ou hinos


Yajur Veda Cada Veda tem Brahmanas
Vedas Sama Veda 3 partes Upanishads
Atharvana Veda

Smirtis ou código de lei


Ramayana
Itihasas ou épicos
Mahabharata Bhagavah Gita

Puranas ou crônicas e len-


Smrti das
Agamas ou manuais de Liturgia
cultos

Nyaya
Vaisesika
Darshnas ou escolas Samkhya
de filosofia Yoga
Mimansa
Vedanta
13
Samkhya e a Criação

Segundo o Samkhya, filosofia que classifica e estuda todo o processo da


criação do universo, a criação começa a partir da interação de um princípio espiri-
tual, transcedental - Purusha, com um princípio vital, material - Prakriti.

Fazendo uma analogia, Purusha seria como a eletricidade e Prakriti, a


lâmpada. A luz - neste caso a criação - ocorre quando a energia sutil anima a ma-
téria.

Da mesma forma como a luz gerada por uma lâmpada é fruto da interação
das três cores básicas - amarelo, azul e vermelho - a Prakriti age na criação mani-
festando suas três gunas - as qualidades da natureza material: Sattwa, o princípio
do equilíbrio, da paz, da pureza; Rajas, o princípio do movimento, da atividade, da
paixão; e Tamas, o princípio da inércia, da escuridão e da ignorância. As gunas
vão interagir complexa e infinitamente dos níveis mais sutis aos mais densos da
criação, do mais espiritual ao mais abissal.

A partir da manifestação das gunas, surge o nível Causal - Mahat. No ho-


mem, Buddhi é o intelecto responsável pela faculdade do discernimento, e é aon-
de centra-se avidya, a ignorância do nosso estado Uno, e que resulta em maya, a
identificação equivocada com esta realidade dual.

De Buddhi manifesta-se Ahamkara, o ego. Do ego manifesta-se Manas, a


mente, o receptáculo de Chitta, a matéria mental, o inconsciente, a memória, de
onde advém os Vrittis, os movimentos da mente - os pensamentos. Em Manas,
nossos pensamentos, palavras e ações vão criar os samskaras (impressões na
mente) que vão determinar os padrões - vasanas (tendências), isto é, nosso cará-
ter.

De Manas, manifestam-se os cinco Tanmatras (cinco sentidos: visão, audi-


ção, paladar, olfato, tato), os cinco Jñana indriyas (órgãos de conhecimento:
olhos, ouvidos, pele, nariz, língua) , os cinco Karma indriyas (órgãos de ação: pés,
mãos, bôca, ânus, genitais) e os cinco Mahabhutas (elementos: terra-prihtivi, fo-
go-agni ou tejas, água-jala ou apas, ar-vayu, éter-akasha). Isso tudo se localiza
em Shtula sharira (corpo denso) ou Annamaya kosha (o envólucro do alimento,
área de atuação do Jataragni).

As funções de Buddhi, Ahamkara e Manas são chamadas Antakarana, ou


órgão interno.

A Metáfora da Carruagem

O eu (atman) é o dono da carruagem; o corpo (sarira) é a carruagem; a


consciência e o discernimento intuitivo (buddhi) é o colcheiro; a função pensante
(manas) são as rédeas; as forças sensoriais (indhrya) são os cavalos; e os obje-
tos ou esferas de percepção dos sentidos (visaya) são o campo de pastagem (go-
cara) [“as trilhas e o pasto do animal”]). O indivíduo no qual o Eu, as forças sen-
soriais e a mente se encontram unidos, é chamado de “aquele que come” ou
“aquele que desfruta” (bhoktr).

As forças sensoriais da percepção são (a partir da mais sutil e delicada até a


mais tangível e grosseira):

1. A audição, que se realiza por meio do ouvido.


14
2. A visão, que se realiza por meio dos olhos.
3. O olfato, que se realiza por meio do nariz.
4. O paladar, que se realiza por meio da língua.
5. O tato, que se realiza por meio da pele.

Essas são as cinco forças sensoriais do conhecimento (jnanedriya), que nos


organismos vivos provocam a atitude daquele que come ou goza (bhoktr). O
Bhoktr é “quem experimenta sensações e sentimentos agradáveis e desagradáveis
por estar dotado de receptividade”. Comemos, por assim dizer, nossas percep-
ções sensoriais e estas são então assimiladas pelo organismo como uma espécie
de comida. Os olhos engolem objetos bonitos, os ouvidos se embriagam de músi-
ca e o nariz, com perfumes delicados. Mas o princípio contrário, o da atividade ou
espontaneidade (kartr), também atua constantemente. Assim como o bhoktr fun-
ciona através dos órgãos receptivos, assim também o kartr o faz por meio das for-
ças de ação (karmendriya), que proporcionam:

1. A fala, que se realiza por meio dos órgãos da fonação.


2. A apreensão, que se realiza por meio das mãos.
3. A locomoção, que se realiza por meio dos pés.
4. A evacuação, que se realiza por meio do reto.
5. A procriação, que se realiza por meio dos genitais.

O bhoktr e o kartr, funcionando juntos, possibilitam que o organismo saudá-


vel leve adiante o processo da vida.

Pois quem carece de verdadeiro conhecimento e quem não tenha domado e


controlado sua mente de modo adequado e constante [ou seja: para aquele que
não disciplinou e controlou tanto sua faculdade mental consciente (manas) como a
consciência intuitiva (buddhi), que são manifestações do inconsciente irracional],
as forças sensoriais se tornam incontroláveis, como os cavalos bravios que não
obedecem às rédeas de um cocheiro. Mas, para quem tenha desenvolvido a per-
cepção intuitiva e que haja domado e controlado a sua mente, essas forças são
subjugadas como cavalos mansos sob as rédeas de um cocheiro.

Quem carece de adequado conhecimento intuitivo, e é imprudente e impuro,


não alcança aquele lugar (pada) [o estado de existência transcendental] cai no
torvelinho de morte e renascimento (samsara). Mas quem tenha desenvolvido a
consciência intuitiva é prudente e puro em todos os momentos, alcança aquele
lugar, de onde não se renasce. O homem que tenha por cocheiro a consciência
intuitiva e por rédeas a mente chega ao fim de sua viagem – que está muito dis-
tante. Essa meta é a suprema morada de Vishu (o divino eu cósmico que a tudo
penetra).

O paraíso celestial de Vishnu simboliza o estado daquele que, como iniciado


perfeito, liberou-se da escravidão e se fez divino ao realizar a sua própria espiritu-
alidade intrínseca. Tendo atravessado os véus que ocultam o Eu por meio das
conquistas das forças naturais do seu próprio organismo, o condutor da carrua-
gem, já não está envolvido nos sofrimentos, prazeres e interesses mundanos, ele
se tornou, agora e para sempre, livre.
15
Elementos do Samkhya

Purusha
Ser
plano sutil

Prakrti
natureza
gunas
3 qualidades:
tamas, rajas,
sattva

Mahat
energia primeira

Buddhi
intelecto superior

mundo subjetivo mundo objetivo


(sáttvico) (tamásico)

Ahamkara tanmatras
manas ego 5 qualidades
pensamento sensíveis: sono-
ro, tangível,
visível, olfativo,
jñanaendriyas (rajásico) gustativo
5 sentidos:
audição, bhutas
olfato,
karmendriyas
5 faculdades de 5 elementos:
visão, tato, espaço, ar, fo-
paladar ação:
palavra, gozo, go, água, terra
preensão,
locomoção,
excreção

plano denso
16

Mantra OM

5 Jñanendriyas Órgãos dos Sentidos

1) Audição - (sravanen) que se realiza por meio do ouvido


2) Visão – (caksurin) que se realiza por meio dos olhos
3) Olfato – (ghranen) que se realiza por meio do nariz
4) Paladar – (rasen) que se realiza por meio da língua
5) Tato – (sparsen) que se realiza por meio da pele

5 Karmendriyas Órgãos da Ação

6) Fala – (vac) que se realiza por meio dos órgãos da fonação


7) Apreensão – (pani) que se realizam por meio das mãos
8) Locomoção – (pada) que se realiza por meio dos pés
9) Evacuação – (payu) que se realiza por meio do intestino reto
10) Procriação – (upastha) que se realiza por meio dos genitais

5 Pranas Alentos Vitais

11) Prana – (alento que vai para diante ) o ar exalado que penetra
todo o organismo da ponta do dedo grande do pé, passando
pelo umbigo e o coração até a ponta do nariz.
12) Apana – (alento oposto que vai para baixo) o ar inspirado que
prevalece na garganta, na região dorsal, intestinos, nos órgãos
sexuais e nas pernas.
13) Samana – (alento igualador) que digere e assimila, está centra-
lizado nos órgãos digestivos, no coração, no umbigo e em to-
das as articulações.
14) Udana – (alento ascendente) está no coração, na garganta, no
palato, no crânio e entre as sobrancelhas.
15) Vyana – (alento penetrante) que atua na circulação, na respira-
ção e na distribuição das seivas vitais e está disseminado em
todo organismo.

5 Kosas Envoltórios Corporais

16) Annamaya – o envoltório feito de alimento (corpo denso)


17) Pranamaya – o envoltório feito dos alentos vitais (corpo sutil)
18) Mannomaya – o envoltório feito de mente (corpo sutil)
19) Vijnanamaya – o envoltório feito de conhecimento (corpo sutil)
20) Anandamaya – o envoltório feito de beatitude (corpo causal)
21) ATMA
17

As oito partes do Ashtanga Yoga

yama
Preceitos éticos, abstenções no comportamento moral, gera a paz
com os outros

niyama
Disciplinas, observâncias, gera a paz conosco mesmo

ásana
posturas, devem ser confortáveis e estáveis, paz no corpo

pránáyáma
Expansão da energia vital, paz no sistema enegético

pratyáhára
Abstração, introspecção, retração dos sentidos, suspensão das fun-
ções sensórias, paz dos sentidos

dháraná
Concentração

dhyána
Meditação, contemplação

samádhi
Supraconsciência, liberação, estado de iluminação
18

Yama e Niyama - A ética do yoga no dia-a-dia

“O sucesso é a observação constante


em todas as circunstâncias”

A meta do yoga é chegar num estado pleno de consciência integrando-se


totalmente com o todo, é a realização da verdadeira natureza do Ser. Para is-
so, o Yoga Sutra de Patanjali codifica o estudo do yoga em oito partes. São
elas: yama, niyama, ásana, pranayama, pratyahara, dharana, dhyana e sa-
madhi.

Yama e niyama, estabelecem as fundações para a vida ióguica. São pre-


ceitos éticos que se referem a uma determinada maneira de viver. Eles têm
por objetivo facilitar a edificação do tipo correto de caráter e produzir o estado
correto da mente, e são ambos condições imprescindíveis para a prática do
yoga. A linha de demarcação entre yama e niyama não é muito bem definida,
porque ambos realmente visam transmutar a natureza inferior num instrumen-
to puro, harmonizado, calmo e completamente controlado do Eu Superior.

Para que haja algum sentido, esses valores devem se tornar vivos e atu-
antes no dia-a-dia. Parar, voltar-se para dentro é uma jornada que deve ser
empreendida. Com a auto-investigação várias questões podem ser indagadas,
tomando-se consciência de ações, reações e sentimentos. Essa conscientização
traz a percepção de que algo pode ser modificado, abrindo-lhe uma nova pos-
sibilidade de escolha, sobressaindo um aprendizado e conseqüentemente um
crescimento interno rumo à expressão ilimitada do Ser.

O real sentido de vida se faz quando há conexão entre o que você é, o


que você pensa e o que você faz. Nem sempre se consegue agir com total coe-
rência, principalmente quando não se sabe distinguir a vontade do ego, dos
prazeres sensoriais e os anseios mais profundos. Dessa forma, precisamos en-
tender o que acontece conosco, perceber os diferentes modos que nós somos
prejudicados quando não vemos as coisas como elas realmente são e entender
como isso pode ser modificado e transformado.

Em suma, é saber como galgar o caminho para se chegar ao destino. E


esse destino não é arbitrário ou aleatório. O destino é o resultado do atual
momento – o agora – é justamente este instante que você está lendo esta pa-
lavra. É agora que você está traçando seu destino. Como diz o sábio, o pas-
sado e o futuro são ilusões. Somente o presente é real.

“Não violência, veracidade, não roubo, celibato e não possessividade são os yamas, as
proscrições éticas” (Ahimsa-satya-asteya-brahmacharya-aparigraha yamah).

“Purificação, contentamento, esforço sobre si próprio, auto-estudo e entrega a Ishvara são


os cinco niyamas, as prescrições éticas” (Shaucha-santosha-tapah-svadhyayeshvara-
pranidhanani niyamah. Yoga Sutra, aforismos II:30 e II:32).

Profº Hermógenes
19
OITO MEMBROS DO YOGA
20
21

GAYATRI MANTRA

Om bhúr bhuva swáhá


tat savitur varenyam
bhargo devasya dhimahi
dhyo yo nah prachodayat

Om. Contemplemos o excelente esplendor


de Savitri, o divino Sol vivificante
presente na terra, na atmosfera e no céu.
Que ele inspire a nossa visão (conhecimento intuicional).

“Bhúr, bhuva e sváhá são os três planos da existência. Na teoria védica das
equivalências (bandhu), esta divisão tripartida do universo tem muitos níveis
de significados. Refere-se aos três mundos: o do infinitamente grande, o hu-
mano, e o do infinitamente pequeno; aos três gunas, as três qualidades da na-
tureza: inércia, ação e equilíbrio (tamas, rajas e sattwa); ou ainda, ao paralelo
que existe entre as estruturas da consciência e da Natureza. Ou seja, assim
como é acima, assim é embaixo; o macrocosmos reflete o microcosmos, etc.
Savitr, o Sol, é símbolo da consciência e ao mesmo tempo da kundaliní. O
Gáyatrí mantra se faz para celebrar a existência e harmonizar-nos com o poder
de transformação presente na natureza. Este mantra é um convite à contem-
plação da força que move o macrocosmos, o microcosmos e o homem.”

(Pedro Kupfer – http://www.yoga.pro.br/artigos.php?cod=346&secao=3031)


22

“Tenha um novo ângulo de visão.


Arme-se com discriminação, alegria,
discernimento, vivacidade e espírito
compreensivo. Um futuro brilhante e
glorioso está esperando por você.
Deixe o passado ser enterrado. Você
pode realizar milagres. Você pode
fazer maravilhas. Não desista da
esperança.”

Swami Sivananda

“O pássaro em você, a asa Comigo; o pé em você, o caminho Comigo; o


olho em você, o sonho Comigo; o mundo em você, o céu Comigo – des-
ta forma somos livres, desta forma somos ligados, desta forma inicia-
mos e desta forma terminaremos, você em Mim e Eu em você.”

Sathya Sai Baba

Namastê!!!

Sejam Felizes!
23
Bibliografia

Ajaya, Swami. Vivendo com os mestres do Himalaia: Experiências Espirituais do Swami Ra-
ma. São Paulo, Editora Pensamento, 1990. 434p.
Acaria, Avadhutika Anandamitra: Meditação e os Segredos da Mente. Publicações Ananda
Marga.
Arora, Dr. Harbans Lal - Yoga e a Física Moderna - UFRN
Azevedo, Murillo Nunes: O pensamento do extremo Oriente. Ed. Pensamento.
Blay, Antonio - Hatha Yoga - Editora Loyola.
Blay, Antonio: Fundamento e técnica do Hatha Yoga, Loyola, São Paulo.
Bhagavan Sri Sathya Sai Baba. Elucidando dúvidas. Fundação Bhagavan Sri Sathya Sai Ba-
ba do Brasil, Rio de Janeiro.
Bhagavan Sri Sathya Sai Baba. Sadhana, o caminho interior. Tradução de José Hermóge-
nes. Record, Rio de Janeiro.
Bhaskarananda, Swami. – Meditação – A mente a yoga de Patânjali, Lótus do Saber.
Brunton, Paul. A Índia Secreta. São Paulo, Editora Pensamento. 300p.
Brunton, Paul. Um Eremita no Himalaia. São Paulo, Editora Pensamento. 228p.
Brunton, Paul: Imortalidade consciente (Ramana Maharshi). Ed. EDC.
Chatterji, Jagadish Chandra: A sabedoria dos Vedas. Ed. Pensamento.
Christensen, Alice: O Yoga do coração - Dez princípios éticos para aumentar o bem-estar, a
coragem e a confiança, Pensamento, São Paulo.
Choopra, Dr. Deepak - Cura Quântica - Editora Best Seller
Éliade, Mircéa: Yoga, imortalidade e liberdade, Palas Athena, São Paulo.
Feuerstein, Georg: A Tradição do Yoga, Pensamento, São Paulo.
Feuerstein, Georg: Tantra: Sexualidade e Espiritualidade, Nova Era, Rio de Janeiro.
Henriques, Antonio Renato - Yoga & Consciência - Editora EST
Hermógenes, José: Autoperfeição com Hatha Yoga, Nova Era, Rio de Janeiro.
Hermógenes, José: Canção Universal, Nova Era, Rio de Janeiro.
Hermógenes, José: Convite à Não-violência, Nova Era, Rio de Janeiro.
Hermógenes, José: Deus investe em você, Nova Era, Rio de Janeiro.
Hermógenes, José: Iniciação ao Yoga, Nova Era, Rio de Janeiro.
Hermógenes, José: O essencial da vida, Nova Era, Rio de Janeiro.
Hermógenes, José: Saúde Plena: Yogaterapia, Nova Era, Rio de Janeiro.
Hermógenes, José: Saúde na terceira idade, Nova Era, Rio de Janeiro.
Hermógenes, José: Setas no caminho de volta, Nova Era, Rio de Janeiro.
Hermógenes, José: Yoga, Caminho para Deus, Nova Era, Rio de Janeiro.
Hermógenes, José: Yoga para nervosos, Nova Era, Rio de Janeiro.
Iyengar, B. K .S.: A árvore do Yoga, Ed. Globo.
Iyengar, B.K.S. - A Luz do Pranayama - Editora NBK
Iyengar, B.K.S. - A Luz do Yoga - Editora Cultrix
Johari, Shri Harish - Chakras, Centros Energéticos de Transformação - Editora Bertrand
Krishnananda, Shri Swami - O Evangelho de Buddha - Editora Pensamento
Krystal, Philipis. Liberte-se do Karma – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro.
Kupfer, Pedro: Dicionário de Yoga, Dharma, Florianópolis.
Kupfer, Pedro: Guia de Meditação, Dharma, Florianópolis.
Kupfer, Pedro: Mudrá, Gestos de Poder, Dharma, Florianópolis.
Kupfer, Pedro: Visões do Yoga, Dharma, Florianópolis.
Kupfer, Pedro: Yoga Prático, Dharma, Florianópolis.
Kuvalayananda, Shri Swami. - Ásanas - Editora Cultrix, São Paulo
Lysebeth, André van: Tantra, o culto da feminilidade. Ed. Summus
Maharishi, Ramana. Ensinamentos espirituais de Ramana Maharshi. Ed. Cultrix.
Michael, Tara - O Yoga - Editora Zahar
Miranda, Prof. Caio - A Ciência do Hatha Yoga - Editora Freitas Bastos, Rio de Janeiro
Miranda, Prof. Caio - Libertação Pelo Yoga - Editora Freitas Bastos, Rio de Janeiro
Miranda, Prof. Caio - O ABC do Hatha Yoga - Editora Freitas Bastos, Rio de Janeiro
Miranda, Prof. Caio - Só Envelhece Quem Quer - Editora Freitas Bastos, Rio de Janeiro
Mehta, Rohit: Yoga – Aarte da Integração – Ed. Teosófica.
Motoyama, Dr. Hiroshi - A Teoria dos Chakras - Editora Pensamento, São Paulo
Mohan, A.G.-Yoga para o corpo, a respiração e a mente Ed. Pensamento
Mumford, Jonn. Yoga psicossomática. Ed. Hemus.
Murilo Rosas, Paulo: A psicologia do Tantra, Vidya Mandir, Rio de Janeiro.
Murilo Rosas, Paulo: Avantara Sádhana, ShivaShatki, Rio de Janeiro.
Murilo Rosas, Paulo: Segredos do Tantra e do Yoga.
24
Prabhavananda, Swami: Como conhecer Deus. Ed. Pensamento.
Prabhavananda, Sw. O sermão da montanha segundo a Vedanta, Ed. Pensamento.
Prabhavananda, Sw. A jóia suprema do discernimento (Viveka Chudamani - Shankara-
charya), Ed. Pensamento.
Prabhavananda, Swami, e Isherwood, Christopher. Bhagavad Gita: A Canção do Senhor.
São Paulo, Editora Shakti, 1994. 214p.
Prabhavananda, Swami, e Isherwood, Christopher. Os Upanishads. São Paulo, Editora
Pensamento, 1987. 160p.
Rohden, Huberto - Bhagavad Gita - Editora Alvorada, São Paulo
Secca, Laura- Sandhya – Cantos e Mantras do Ashram de Sai Baba. Ed. Madras.
Shankara. A Jóia Suprema do Discernimento. São Paulo, Editora Pensamento, 1992. 128p.
Sivananda, Shri Swami - A Ciência do Pranayama - Editora Pensamento
Sivananda, Swami. Concentração e Meditação. São Paulo, Editora Pensamento, 1991. 248p.
Sivananda, Swami. O Poder do Pensamento pela Ioga. São Paulo, Editora Pensamento.
Sharma, D.S. - Hinduísmo e Yoga. Ed. Freitas Bastos.
Swami e Isherwood, Christopher: Bhagavad Gítá - A Canção do Senhor, Shakti, São Paulo.
Taimni, I. K.: A ciência do Yoga, Teosófica, Brasília.
Taimni, I. K.: Autocultura à Luz do Ocultismo. Ed.Teosófica, Brasília.
Taimni, I. K.: Gayatri- Mantra Sagrado da Índia. Ed.Teosófica, Brasília.
Taimni, I. K.: Preparação para a yoga. Ed.Teosófica, Brasília.
Teotia, Dr. Harendra S. e Teotia, Rita: Yoga & Saúde - Dieta, Relaxamento, Respiração,
Posturas, Meditação e Estresse, edição dos autores, Campina Grande.
Tolle, Eckhart: O Poder do Agora. Ed. Sextante.
Tulku, Tarthang. A Expansão da Mente. São Paulo, Editora Cultrix, 1988. 156p.
Tulku, Tarthang. Gestos de Equilíbrio. São Paulo, Editora Cultrix, 1993. 148p.
Vivekananda, Shri Swami - Quatro Yogas de Autorealização - Editora Pensamento
Vivekánanda, Swámi: Rája Yoga, o caminho real, Vedanta, Rio de Janeiro.
Vivekananda, Shri Swami - Karma Yoga - Editora Pensamento
Vivekananda, Swami. Karma-yoga: a educação da vontade. São Paulo: Pensamento-Cultrix,
2005.
Zimmer, Heinrich: Filosofias da Índia, Palas Athena, São Paulo.

Biografias

Osborne, Arthur: Ramana Maharshi e o caminho do auto-conhecimento. Ed. Pensamento.


M.- O evangelho de Ramakrishna. traduzido por Leda Marina Bevilacqua Leal. Ed. Pensamento.
Sadhu, Mouni: Dias de grande paz. Ed. Pensamento.
Sivananda, Shri Swami - Autobiografia - Editora Pensamento
Yogananda, Paramahansa: Autobiografia de um yogi: Lótus do Saber, Rio de Janeiro.

Potrebbero piacerti anche