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Estudo da evolução da temperatura em cimentos com adição de

XI Salão de
Cinza Volante e Aditivo Estabilizador de Hidratação
Iniciação Científica
PUCRS

Maiquel Daniel Kohlrausch¹ (Bolsista UNIBIC), Profª. Drª. Marlova P. Kulakowski² (Orientadora)

¹Curso Engenharia Civil – UNISINOS; ²Programa de Pós-Graduação em Eng. Civil - UNISINOS

Resumo

A busca de alternativas para reduzir a geração de resíduos é uma realidade presente em


todos os segmentos, e, especificamente na área da construção civil, tem sido objeto de estudos
aprofundados. No caso dos concretos retornados em centrais dosadoras, tem-se como
alternativa o emprego de Aditivo Estabilizador de Hidratação (AEH), cuja utilização pode
permitir o redirecionamento de uma carga de concreto retornado para outras obras, como
alternativa de reciclagem do concreto fresco. As centrais dosadoras da região sul do Brasil
utilizam cimentos com adições pozolânicas em maior escala que em outras regiões, e é dentro
deste contexto que o presente trabalho se situa, com o objetivo de apresentar a evolução da
temperatura na hidratação de pastas de cimento com adição de Cinza Volante (CV) e o
emprego do AEH, verificando-se os tempos de início e fim de pega do cimento em condições
controladas, contribuindo para o emprego deste aditivo como alternativa de reciclagem do
concreto no estado fresco. O presente estudo empregou pastas de cimento com diferentes
teores de CV, com e sem a utilização do AEH, monitorando-se a evolução da temperatura das
amostras ao longo do tempo, num período em que é possível verificar o instante em que
ocorre o início e o fim de pega das pastas. Os resultados iniciais indicam que o AEH aumenta
significativamente o tempo de pega, existindo diferenças entre os tipos de mistura realizados.

Introdução

O concreto é um dos bens mais consumidos no mundo, perdendo somente para a água
(MEHTA e MONTEIRO, 2008). Conforme a ABESC (2009), enquanto na Europa os índices
de perdas médias de concreto na indústria da construção são estimados entre 1 a 4%, no Brasil
estes índices são mais elevados, indicando uma perda média da ordem de 9% do total de
concreto fornecido por Centrais Dosadoras. Dentre estas perdas, destaca-se o concreto que

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não é utilizado nas concretagens e que retorna às centrais nos caminhões betoneira. Este
material, em alguns casos, é descartado na natureza sendo, geralmente, aproveitado apenas
como material de aterro. Uma forma de reciclagem deste concreto é o emprego de Aditivo
Estabilizador de Hidratação (AEH), que pode deixar o concreto no estado fresco, sem perda
das propriedades, por até 72 horas (GUERREIRO e KULAKOWSKI, 2007). Os aditivos
retardadores atuam no controle da hidratação principalmente sobre a fase de C3S do clínquer,
proporcionando moderada manutenção do abatimento e retardo de pega, afetando mais o
desenvolvimento da resistência inicial do que da reologia do concreto fresco, ocasionando um
atraso na pega do cimento, tornando mais lento o processo de endurecimento da pasta.

Metodologia

Foram produzidas pastas de cimento CP-V–ARI com teores de 0, 20 e 40% de Cinza


Volante em substituição ao cimento, e com a aplicação do AEH nos teores de 0,3, 0,6 e 0,9%
em relação à massa de cimento.
O monitoramento da evolução da temperatura das reações exotérmicas de hidratação
foi realizado por meio da inserção de termopares tipo K nas amostras de pastas. A leitura e o
registro destes dados foram feitos com a utilização do sistema de aquisição de dados Pico
Log. As amostras foram acondicionadas em porta amostra com volume de 300 ml. O porta
amostra é inserido em uma câmara com isolamento térmico que proporciona condições semi-
adiabáticas, buscando minimizar a perda de calor da amostra para o ambiente, e, desta forma,
proporcionando meios para verificar a evolução do calor de hidratação das mesmas. O sistema
foi disposto em sala climatizada. A evolução da temperatura ao longo do tempo pode ser
relacionada aos tempos de início e fim de pega do cimento.

Resultados

Os resultados obtidos são apresentados nas Tabelas 1 e 2, bem como nos gráficos das
Figuras 1 e 2.

Tabela 1: Resultados dos ensaios de 8 h


em pastas de referência sem AEH
Início Fim
CV AEH
Amostra Pega Pega Tmáx
(%) (%)
(h) (h) (oC)
1 0 0 1,68 4,40 100,7
2 20 0 2,05 5,48 81,8
3 40 0 2,53 6,90 61,0

Figura 1 – Gráfico Temperatura x Tempo

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Tabela 2 - Resultados dos ensaios de 40 h em
pastas com AEH
Início Fim
CV AEH
Amostra Pega Pega Tmáx
(%) (%)
(h) (h) (oC)
1 20 0,3 6,60 11,30 75,8
2 20 0,6 16,15 21,60 74,7
3 20 0,9 29,48 34,13 76,1
4 40 0,3 10,22 16,30 55,5
5 40 0,6 22,00 28,73 57,8
6 40 0,9 Não houve evolução
após 38h
Figura 2 - Gráfico Temperatura x Tempo

Os resultados indicam que existe um aumento significativo no início de pega das


pastas com AEH. À medida que ocorre o aumento de AEH, bem como de CV, também ocorre
um aumento no início de pega. Para um mesmo teor de CV, o intervalo de tempo entre o
início e o fim de pega é praticamente o mesmo.
Estes dados comprovam que o uso do aditivo é eficaz no aumento do início de pega.

Conclusão
Com base nos resultados obtidos pode-se concluir que o método de calorimetria semi-
adiabática é eficaz para o acompanhamento da evolução da temperatura e do calor de
hidratação ao longo do tempo. Foi possível verificar que ocorre uma diminuição na
temperatura máxima devido ao calor de hidratação das amostras quando se aumenta o teor de
CV, indicando mudanças na cinética de hidratação. Também foi observado que a temperatura
das amostras diminuiu em aproximadamente 10% quando do uso do AEH em pastas com CV.
Para um mesmo teor de CV, o calor gerado, e a consequente taxa de evolução da temperatura,
permanecem praticamente os mesmos quando se comparam os diferentes teores de AEH,
indicando que o aditivo apenas atua no aumento do tempo de início e fim de pega e, quando
esta inicia, a cinética de hidratação é similar entre as pastas com diferentes teores de AEH.
Por fim, pode-se concluir, para o escopo deste trabalho, que a função de retardo de pega do
AEH comprovou-se efetiva nos diferentes teores de aplicação e que pode ser viável estabilizar
concreto para posterior reencaminhamento para a obra como forma de reciclagem.

Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE SERVIÇOS DE CONCRETAGEM (ABESC). Concreto e
meio Ambiente - Reciclagem de concreto residual. ABESC, 2009. Disponível em http://www.abesc.org.br.
Acessado em Novembro de 2009.
GUERREIRO, M. R. F. ; KULAKOWSKI; M. P. Estudo da viabilidade econômica da reutilização do concreto
usinado através da utilização de aditivo estabilizador de hidratação(AEH). In: 49. CONGRESSO BRASILEIRO
DO CONCRETO, 2007, Bento Gonçalves. Anais... São Paulo:IBRACON, 2007.1v (cd), 13p.
MEHTA, P.K.; MONTEIRO, P.J.M. Concreto, estrutura, propriedades e materiais. São Paulo: PINI, 2008. 674p.

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