Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
1
05/11/2019
1.1. Objeto
Conforme sua ementa, o Decreto Federal nº 10.024, de 20/09/2019,
“regulamenta a licitação, na modalidade pregão, na forma
eletrônica, para a aquisição de bens e a contratação de serviços
comuns, incluídos os serviços comuns de engenharia, e dispõe sobre
o uso da dispensa eletrônica, no âmbito da administração pública
federal”.
Em seu preâmbulo, a base legal para sua instituição é “o art. 84, caput,
incisos II, IV e VI, alínea "a", da Constituição, e tendo em vista o disposto no
art. 2º, § 1º, da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, e na Lei nº 8.666, de
21 de junho de 1993”.
2
05/11/2019
Decreto nº
10.024/2019
Decreto Decreto
autônomo regulamentar
Portanto, caba optar por uma solução hermenêutica. Afigura-se cabível que o
Presidente da República, como Chefe do Poder Executivo, emita ordens a
seus órgãos subordinados. Como autoridade superior de um Poder, o
Presidente da República dispõe de competência para organizar o modo de
atuação administrativa a ser exercitada no âmbito correspondente. Assim, a
regra do art. 4º deve ser interpretada como uma determinação inovadora,
validada apenas e exclusivamente nos limites do Poder Executivo.
3
05/11/2019
Pregão
(formas)
Eletrônica Presencial
1.2. Vigência
Revogação
Art. 60. Ficam revogados:
I - o Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2005; e
II - o Decreto nº 5.504, de 5 de agosto de 2005.
Vigência
Art. 61. Este Decreto entra em vigor em 28 de outubro de 2019.
§ 1º Os editais publicados após a data de entrada em vigor deste Decreto
serão ajustados aos termos deste Decreto.
§ 2º As licitações cujos editais tenham sido publicados até 28 de outubro de
2019 permanecem regidos pelo Decreto nº 5.450, de 2005.
4
05/11/2019
Art. 1º Este Decreto regulamenta a licitação, na modalidade de pregão, na forma eletrônica, para a
aquisição de bens e a contratação de serviços comuns, incluídos os serviços comuns de engenharia,
e dispõe sobre o uso da dispensa eletrônica, no âmbito da administração pública federal.
§ 3º Para a aquisição de bens e a contratação de serviços comuns pelos entes federativos, com a
utilização de recursos da União decorrentes de transferências voluntárias, tais como convênios e
contratos de repasse, a utilização da modalidade de pregão, na forma eletrônica, ou da dispensa
eletrônica será obrigatória, exceto nos casos em que a lei ou a regulamentação específica que
dispuser sobre a modalidade de transferência discipline de forma diversa as contratações com os
recursos do repasse.
5
05/11/2019
6
05/11/2019
Decreto nº 6.170/2007:
7
05/11/2019
Inviabilidade técnica;
8
05/11/2019
2.1. Princípios
Art. 2º O pregão, na forma eletrônica, é condicionado aos princípios da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade,
da eficiência, da probidade administrativa, do desenvolvimento sustentável,
da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo, da
razoabilidade, da competitividade, da proporcionalidade e aos que lhes são
correlatos.
§ 1º O princípio do desenvolvimento sustentável será observado nas etapas
do processo de contratação, em suas dimensões econômica, social,
ambiental e cultural, no mínimo, com base nos planos de gestão de logística
sustentável dos órgãos e das entidades.
Juarez Freitas:
[...] princípio constitucional que determina, com eficácia direta e imediata,
a responsabilidade do Estado e da sociedade pela concretização solidária do
desenvolvimento material e imaterial, socialmente inclusivo, durável e
equânime, ambientalmente limpo, inovador, ético e eficiente, no intuito de
assegurar, preferencialmente de modo preventivo e precavido, no presente
e no futuro, o direito ao bem-estar.
9
05/11/2019
Edis Milaré:
Dimensão Econômica: também conhecida como capital artificial inclui não só
a economia formal, como também as atividades informais que provêm
serviços para os indivíduos e grupos e aumentam, assim, a renda monetária e
o padrão de vida dos indivíduos;
Dimensão Social: conhecida como capital humano consiste no aspecto social
relacionado às qualidades humanas, como habilidades, dedicação e
experiências. A dimensão social engloba tanto o ambiente interno da
empresa quanto o ambiente externo;
Dimensão Ambiental: também conhecida como capital natural pode ser
dividida em três subdimensões. A primeira foca-se na ciência ambiental e
inclui ecologia, diversidade do habitat e florestas. A segunda inclui qualidade
do ar e da água (poluição), proteção da saúde humana por meio da redução
de contaminação química e da poluição. E, a terceira, foca-se na
conservação e na administração de recursos renováveis e não renováveis;
Dimensão cultural: modulada pelo respeito à afirmação do local, do regional
e do nacional, no contexto da padronização imposta pela globalização.
10
05/11/2019
2.2. Definições
Art. 3º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se:
I - aviso do edital - documento que contém:
a) a definição precisa, suficiente e clara do objeto;
b) a indicação dos locais, das datas e dos horários em que poderá ser lido ou
obtido o edital; e
c) o endereço eletrônico no qual ocorrerá a sessão pública com a data e o
horário de sua realização;
II - bens e serviços comuns - bens cujos padrões de desempenho e qualidade
possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações
reconhecidas e usuais do mercado;
III - bens e serviços especiais - bens que, por sua alta heterogeneidade ou
complexidade técnica, não podem ser considerados bens e serviços comuns,
nos termos do inciso II;
2.2. Definições
IV - estudo técnico preliminar - documento constitutivo da primeira etapa do
planejamento de uma contratação, que caracteriza o interesse público
envolvido e a melhor solução ao problema a ser resolvido e que, na hipótese
de conclusão pela viabilidade da contratação, fundamenta o termo de
referência;
V - lances intermediários - lances iguais ou superiores ao menor já ofertado,
porém inferiores ao último lance dado pelo próprio licitante;
VI - obra - construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação de
bem imóvel, realizada por execução direta ou indireta;
VII - serviço - atividade ou conjunto de atividades destinadas a obter
determinada utilidade, intelectual ou material, de interesse da
administração pública;
VIII - serviço comum de engenharia - atividade ou conjunto de atividades que
necessitam da participação e do acompanhamento de profissional engenheiro
habilitado, nos termos do disposto na Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de
1966, e cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente
definidos pela administração pública, mediante especificações usuais de
mercado;
11
05/11/2019
2.2. Definições
IX - Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - Sicaf -
ferramenta informatizada, integrante da plataforma do Sistema Integrado de
Administração de Serviços Gerais - Siasg, disponibilizada pelo Ministério da
Economia, para cadastramento dos órgãos e das entidades da administração
pública, das empresas públicas e dos participantes de procedimentos de
licitação, dispensa ou inexigibilidade promovidos pelos órgãos e pelas
entidades integrantes do Sistema de Serviços Gerais - Sisg;
X - sistema de dispensa eletrônica - ferramenta informatizada, integrante da
plataforma do Siasg, disponibilizada pelo Ministério da Economia, para a
realização dos processos de contratação direta de bens e serviços comuns,
incluídos os serviços comuns de engenharia;
2.2. Definições
XI - termo de referência - documento elaborado com base nos estudos
técnicos preliminares, que deverá conter:
a) os elementos que embasam a avaliação do custo pela administração pública, a partir dos padrões
de desempenho e qualidade estabelecidos e das condições de entrega do objeto, com as seguintes
informações:
1. a definição do objeto contratual e dos métodos para a sua execução, vedadas especificações
excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, que limitem ou frustrem a competição ou a realização
do certame;
12
05/11/2019
2.2. Definições
§ 1º A classificação de bens e serviços como comuns depende de exame
predominantemente fático e de natureza técnica.
§ 2º Os bens e serviços que envolverem o desenvolvimento de soluções
específicas de natureza intelectual, científica e técnica, caso possam ser
definidos nos termos do disposto no inciso II do caput, serão licitados por
pregão, na forma eletrônica.
2.3. Vedações
Art. 4º O pregão, na forma eletrônica, não se aplica a:
I - contratações de obras;
II - locações imobiliárias e alienações; e
III - bens e serviços especiais, incluídos os serviços de engenharia
enquadrados no disposto no inciso III do caput do art. 3º.
13
05/11/2019
14
05/11/2019
3.2. Etapas
Art. 6º A realização do pregão, na forma eletrônica, observará as seguintes
etapas sucessivas:
I - planejamento da contratação;
II - publicação do aviso de edital;
III - apresentação de propostas e de documentos de habilitação;
IV - abertura da sessão pública e envio de lances, ou fase competitiva;
V - julgamento;
VI - habilitação;
VII - recursal;
VIII - adjudicação; e
IX - homologação.
15
05/11/2019
3.4. Documentação
Art. 8º O processo relativo ao pregão, na forma eletrônica, será instruído
com os seguintes documentos, no mínimo:
I - estudo técnico preliminar, quando necessário;
II - termo de referência;
III - planilha estimativa de despesa;
IV - previsão dos recursos orçamentários necessários, com a indicação das
rubricas, exceto na hipótese de pregão para registro de preços;
V - autorização de abertura da licitação;
VI - designação do pregoeiro e da equipe de apoio;
VII - edital e respectivos anexos;
VIII - minuta do termo do contrato, ou instrumento equivalente, ou minuta
da ata de registro de preços, conforme o caso;
IX - parecer jurídico;
3.4. Documentação
Art. 8º O processo relativo ao pregão, na forma eletrônica, será instruído
com os seguintes documentos, no mínimo:
X - documentação exigida e apresentada para a habilitação;
XI - proposta de preços do licitante;
XII - ata da sessão pública, que conterá os seguintes registros, entre outros:
a) os licitantes participantes;
b) as propostas apresentadas;
c) os avisos, os esclarecimentos e as impugnações;
d) os lances ofertados, na ordem de classificação;
e) a suspensão e o reinício da sessão, se for o caso;
f) a aceitabilidade da proposta de preço;
g) a habilitação;
16
05/11/2019
3.4. Documentação
h) a decisão sobre o saneamento de erros ou falhas na proposta ou na
documentação;
i) os recursos interpostos, as respectivas análises e as decisões; e
j) o resultado da licitação;
XIII - comprovantes das publicações:
a) do aviso do edital;
b) do extrato do contrato; e
c) dos demais atos cuja publicidade seja exigida; e
XIV - ato de homologação.
3.4. Documentação
§ 1º A instrução do processo licitatório poderá ser realizada por meio de
sistema eletrônico, de modo que os atos e os documentos de que trata este
artigo, constantes dos arquivos e registros digitais, serão válidos para todos
os efeitos legais, inclusive para comprovação e prestação de contas.
§ 2º A ata da sessão pública será disponibilizada na internet imediatamente
após o seu encerramento, para acesso livre.
17
05/11/2019
18
05/11/2019
19
05/11/2019
20
05/11/2019
21
05/11/2019
4.5. Do licitante
Art. 19. Caberá ao licitante interessado em participar do pregão, na forma
eletrônica:
I - credenciar-se previamente no Sicaf ou, na hipótese de que trata o §2º do
art. 5º, no sistema eletrônico utilizado no certame;
II - remeter, no prazo estabelecido, exclusivamente via sistema, os
documentos de habilitação e a proposta e, quando necessário, os
documentos complementares;
III - responsabilizar-se formalmente pelas transações efetuadas em seu
nome, assumir como firmes e verdadeiras suas propostas e seus lances,
inclusive os atos praticados diretamente ou por seu representante, excluída
a responsabilidade do provedor do sistema ou do órgão ou entidade
promotora da licitação por eventuais danos decorrentes de uso indevido da
senha, ainda que por terceiros;
22
05/11/2019
4.5. Do licitante
Art. 19. Caberá ao licitante interessado em participar do pregão, na forma
eletrônica:
IV - acompanhar as operações no sistema eletrônico durante o processo
licitatório e responsabilizar-se pelo ônus decorrente da perda de negócios
diante da inobservância de mensagens emitidas pelo sistema ou de sua
desconexão;
V - comunicar imediatamente ao provedor do sistema qualquer
acontecimento que possa comprometer o sigilo ou a inviabilidade do uso da
senha, para imediato bloqueio de acesso;
VI - utilizar a chave de identificação e a senha de acesso para participar do
pregão na forma eletrônica; e
VII - solicitar o cancelamento da chave de identificação ou da senha de
acesso por interesse próprio.
Parágrafo único. O fornecedor descredenciado no Sicaf terá sua chave de
identificação e senha suspensas automaticamente.
23
05/11/2019
5.1. Publicação
Art. 20. A fase externa do pregão, na forma eletrônica, será iniciada com a
convocação dos interessados por meio da publicação do aviso do edital no
Diário Oficial da União e no sítio eletrônico oficial do órgão ou da entidade
promotora da licitação.
Parágrafo único. Na hipótese de que trata o § 3º do art. 1º, a publicação
ocorrerá na imprensa oficial do respectivo Estado, do Distrito Federal ou do
Município e no sítio eletrônico oficial do órgão ou da entidade promotora da
licitação.
5.2. Edital
Art. 21. Os órgãos ou as entidades integrantes do Sisg e aqueles que aderirem
ao Sistema Compras do Governo federal disponibilizarão a íntegra do edital no
endereço eletrônico www.comprasgovernamentais.gov.br e no sítio eletrônico
do órgão ou da entidade promotora do pregão.
Parágrafo único. Na hipótese do § 2º do art. 5º, o edital será disponibilizado
na íntegra no sítio eletrônico do órgão ou da entidade promotora do pregão e
no portal do sistema utilizado para a realização do pregão.
24
05/11/2019
5.4. Esclarecimentos
Art. 23. Os pedidos de esclarecimentos referentes ao processo licitatório
serão enviados ao pregoeiro, até três dias úteis anteriores à data fixada para
abertura da sessão pública, por meio eletrônico, na forma do edital.
§ 1º O pregoeiro responderá aos pedidos de esclarecimentos no prazo de dois
dias úteis, contado da data de recebimento do pedido, e poderá requisitar
subsídios formais aos responsáveis pela elaboração do edital e dos anexos.
§ 2º As respostas aos pedidos de esclarecimentos serão divulgadas pelo
sistema e vincularão os participantes e a administração.
5.5. Impugnação
Art. 24. Qualquer pessoa poderá impugnar os termos do edital do pregão, por
meio eletrônico, na forma prevista no edital, até três dias úteis anteriores à
data fixada para abertura da sessão pública.
§ 1º A impugnação não possui efeito suspensivo e caberá ao pregoeiro,
auxiliado pelos responsáveis pela elaboração do edital e dos anexos, decidir
sobre a impugnação no prazo de dois dias úteis, contado da data de
recebimento da impugnação.
§ 2º A concessão de efeito suspensivo à impugnação é medida excepcional e
deverá ser motivada pelo pregoeiro, nos autos do processo de licitação.
§ 3º Acolhida a impugnação contra o edital, será definida e publicada nova
data para realização do certame.
25
05/11/2019
6.1. Prazo
Art. 25. O prazo fixado para a apresentação das propostas e dos documentos
de habilitação não será inferior a oito dias úteis, contado da data de
publicação do aviso do edital.
26
05/11/2019
27
05/11/2019
28
05/11/2019
29
05/11/2019
30
05/11/2019
8 primeiros 2 últimos
minutos minutos
31
05/11/2019
32
05/11/2019
Tempo aleatório:
Tempo fixo: 15 minutos
de até 10 minutos
Lance fechado
(em 5 minutos)
33
05/11/2019
Fornecedor 03 = R$ 800,00
Fornecedor 06 = R$ 801,00 Fim do tempo fixo de 15
Fornecedor 02 = R$ 810,00 minutos
Fornecedor 01 = R$ 812,00
Fornecedor 05 = R$ 815,00
Fornecedor 04 = R$ 819,00
Fornecedor 07 = R$ 881,00
34
05/11/2019
Lance fechado
35
05/11/2019
Lance fechado
Lance fechado
36
05/11/2019
37
05/11/2019
38
05/11/2019
39
05/11/2019
40
05/11/2019
41
05/11/2019
42
05/11/2019
11.2. Pregoeiro
Art. 46. Na ausência de recurso, caberá ao pregoeiro adjudicar o objeto e
encaminhar o processo devidamente instruído à autoridade superior e
propor a homologação, nos termos do disposto no inciso IX do caput do art.
17.
43
05/11/2019
44
05/11/2019
Lei nº 8.666/93:
Art. 41. A Administração não pode descumprir as
normas e condições do edital, ao qual se acha
estritamente vinculada.
Art. 43.
§ 3º É facultada à Comissão ou autoridade superior,
em qualquer fase da licitação, a promoção de
diligência destinada a esclarecer ou a complementar
a instrução do processo, vedada a inclusão posterior
de documento ou informação que deveria constar
originariamente da proposta.
45
05/11/2019
46
05/11/2019
47
05/11/2019
TCE-PE
PROCESSO TC Nº 1302015-8 - MEDIDA CAUTELAR REFERENTE AO
PREGÃO ELETRÔNICO N° 423/2012 DA SECRETARIA ESTADUAL DE
SAÚDE DE PERNAMBUCO - PRESIDENTE E RELATOR: CONSELHEIRO
DIRCEU RODOLFO DE MELO JÚNIOR
Trata-se de MEDIDA CAUTELAR requerida pela empresa Phonak do
Brasil – Sistemas Audiológicos Ltda. para determinar a imediata
suspensão do Pregão Eletrônico nº 423/2012, da Secretaria Estadual de
Saúde de Pernambuco, cujo objeto é a aquisição de 14 unidades de
aparelho para potencial evocado auditivo, conforme as especificações
técnicas constantes do Termo de Referência.
(...)
48
05/11/2019
TCE-PE
Aduziu que, ao contrário do que se deu em relação à proposta do CCAA, o
equipamento ofertado pela Phonak (SmartEP USB Jr.) atendia a todas as
exigências constantes do edital do Pregão, conforme o manual de uso, que
também fora apresentado à Comissão de Licitação. No entanto, a proposta da
Phonak, também, foi desclassificada sob a justificativa de que o registro na
ANVISA, informado na documentação apresentada, não condizia com o
equipamento ofertado.
A representante argumentou que, por um lapso, a Phonak informou o registro
do produto na ANVISA referente a um modelo diverso daquele que seria
fornecido à Secretaria de Saúde de Pernambuco. O modelo de aparelho de
potencial evocado auditivo a ser fornecido pela Phonak se chama SmartEP USB
Jr. e está devidamente registrado na ANVISA sob o número 80057980019. Em
virtude de um inegável descuido por parte da Phonak, o registro apresentado
se referia ao modelo de outro produto auditivo comercializado pela Phonak,
chamado Smart OAE, registrado sob o nº 80057980016.
(...)
TCE-PE
Entendi que o dissenso está na interpretação a ser conferida ao artigo 43,
§ 3º da Lei de Licitação, segundo o qual é facultada à comissão de licitação
ou à autoridade superior, em qualquer fase da licitação, ”a promoção de
diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do
processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que
deveria constar originariamente da proposta”. Ou seja, no caso concreto
aplicar-se-ia a diligência em questão? A diligência seria uma faculdade ou
estaria obrigada a Administração em procedê-la? Haveria violação aos
Princípios da Vinculação ao Instrumento Convocatório, do Julgamento
Objetivo e da Isonomia?
De fato, entendi, conforme argumentado pela representante, que, a
despeito do que sugere a literalidade da redação empregada no artigo,
nem a comissão de licitação e nem qualquer outro órgão administrativo
possui competência discricionária para escolher entre realizar ou não
realizar tais diligências e, quanto à vedação, contida no próprio artigo 43,
§ 3°, relativa à inclusão posterior de documento ou informação que
deveria constar originariamente da proposta, tenho que a intenção do
legislador foi impedir que o pedido de diligências funcionasse como uma
segunda oportunidade para aquelas empresas que não cumpriam as
condições de habilitação no prazo.
49
05/11/2019
TCE-PE
A representante, embora tenha claudicado na apresentação da documentação
consentânea, preenchia todas as condições reais de habilitação (produto que
atende tecnicamente às características solicitadas no edital e que estava
devidamente registrado na ANVISA).
Entendi que a autoridade deve valer-se das diligências em nome do interesse
público com vistas a atingir os melhores resultados para a Administração. No
caso em apreço, a CPLM tinha elementos claros que deixavam vislumbrar a
possibilidade de troca do registro da ANVISA posto que, como argumentado
pela representante, não havia dúvidas por parte da comissão de licitação de
que o equipamento que a Phonak intentava fornecer era o SmartEP USB Jr., já
que, em 11 de janeiro de 2013, em meio ao procedimento de verificação da
documentação da Phonak, a comissão solicitou à Phonak o manual de uso do
referido equipamento. Nessa ocasião, a Phonak enviou o manual de uso do
SmartEP USB Jr., o que evidenciaria que a juntada do registro na ANVISA
concernente ao Smart OAE era fruto de um engano.
TCE-PE
De fato, a existência de dúvida obriga a comissão de licitação a diligenciar.
Como o registro na ANVISA é documento público, disponível em banco de
dados no site oficial da agência, uma simples consulta pelo nome do produto
no endereço eletrônico da ANVISA seria suficiente para evidenciar que o
equipamento SmartEP USB Jr. possuía registro e que a documentação
fornecida foi fruto de um engano. A consulta é de fato muito simples e foi
realizada por este julgador no site da ANVISA
http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/Consulta_
Produto_correlato/consulta_correlato.asp. Basta colocar o nome do produto
“SmartEP” que, facilmente, obtêm-se o seu registro na ANVISA. Não é
razoável o parecer da Gerência de Projetos e Engenharia Clínica informando
que a proposta da Phonak “não atende tecnicamente as características
solicitadas pelo edital. Registro da ANVISA (número 80057980016)”, pois o
produto atende tecnicamente às características solicitadas pelo edital, o que
ocorreu foi a apresentação de documento de registro relativo a outro produto,
fato facilmente comprovado, mormente pela gerência de Engenharia Clínica
que deve deter expertise para o trato dessas questões.
50
05/11/2019
TCE-PE
Desta forma, proteger-se-ia o interesse público garantindo-se a aquisição de
equipamentos por preço significativamente menor, resultando em economia
em torno de 25% aos cofres públicos.
Acrescente-se quanto à questão da diligência, conforme pugnou a Phonak em
sua representação, que o Tribunal de Contas da União entende que o dever de
diligência contido no artigo 43, § 3º tem de ser observado “de forma a
flexibilizar formalismos que podem redundar na frustração ao caráter
competitivo que deve reger as licitações na administração publica” (Acórdão
616/2010). Nesse mesmo sentido, também o voto do Ministro Ubiratan Aguiar
no Acórdão 1899/2008, proferido em sessão do Plenário do TCU, o qual
afirmou que havendo dúvida não é lícito ao agente público decidir em
prejuízo do interesse coletivo, principalmente quando tal decisão inabilita
proposta mais vantajosa para a Administração.
(...)
TCE-PE
Neste diapasão, restaram configuradas as presenças do fumus boni iuris e do
periculum in mora, haja vista que o procedimento licitatório desclassificou a
proposta mais vantajosa para a Administração, por questão plenamente
sanável na fase de habilitação, posto que o produto apresentava-se
devidamente registrado na ANVISA ao tempo da apresentação da
documentação. Em 08/04/2013, expedi medida cautelar com o seguinte teor:
DETERMINO, CAUTELARMENTE, ad referendum da Câmara Julgadora
competente, a SUSPENSÃO imediata de qualquer ato de contratação
resultante do processo de Pregão Eletrônico nº 423/2012 – CPLM/Secretaria de
Saúde do Estado de Pernambuco, até o pronunciamento final por parte deste
Tribunal. Outrossim, Concedo o prazo de 5 dias para eventual pedido de
reconsideração, nos termos do artigo 6º da Resolução TC n.º 15/2011. Por fim,
determino a formalização de processo de medida cautelar, uma vez presentes
as causa próxima e remota.
51
05/11/2019
TCE-PE
Em 10 de abril de 2013, a Sra Lindomar Lopes da Silva, por meio do Ofício
CPLM nº 050/2013, informou que poderia adotar, com vistas a sanar as
irregularidades detectadas as seguintes ações: desfazimento parcial do
processo, respeitando-se o contraditório e a ampla defesa, aproveitando-se os
atos anteriores ao fato, e determinando diligência para complementar a
instrução processual quanto ao registro na ANVISA, retificando-se o parecer
técnico exarado pela Gerência de Projetos Especiais e Engenharia Clínica,
seguindo-se as fases de adjudicação e recurso.
TCU
É indevida a desclassificação de licitantes em razão da ausência de
informações na proposta que possam ser supridas pela diligência
prevista no art. 43, § 3º, da Lei de Licitações.
Representação contra o Pregão Eletrônico 4/2012 realizado pela
Diretoria do Pessoal Civil da Marinha (DPCvM) para registro de
preços de equipamentos de microfilmagem apontou, entre outras
irregularidades, a "ausência de apresentação, pela vencedora do
certame, da descrição completa do objeto ofertado, ante a omissão
do modelo do equipamento". Segundo a representante, "com a
omissão do modelo ..., a equipe técnica da DPCvM não teria
condições de saber se o equipamento ofertado preenchia os
requisitos e exigências mínimas do termo de referência do Pregão
4/2012". Argumentou ainda que a diligência prevista no art. 43, §
3º, da Lei 8.666/1993 não se mostra cabível em algumas situações,
"...ante o elevado número de informações faltantes nas propostas
..., comprometendo a análise acerca do produto ofertado e do
atendimento às condições exigidas no edital".
52
05/11/2019
TCU
É indevida a desclassificação de licitantes em razão da ausência de
informações na proposta que possam ser supridas pela diligência
prevista no art. 43, § 3º, da Lei de Licitações.
A relatora, ao endossar as conclusões da unidade técnica, destacou
que os documentos acostados aos autos "comprovaram que o
equipamento entregue pela empresa Scansystem Ltda. atendeu as
especificações técnicas previstas no termo de referência ...".
Acrescentou que "não há qualquer ilegalidade na diligência
realizada pela pregoeira para esclarecer o modelo de equipamento
ofertado pela Scansystem Ltda. Por um lado, porque a licitante
apresentou sua proposta com as informações requeridas no edital
..., e, por outro, porque o ato da pregoeira objetivou
complementar a instrução do processo, e não coletar informação
que ali deveria constar originalmente". Mencionou que a
jurisprudência deste Tribunal é clara em condenar a
desclassificação de licitantes em virtude da ausência de
informações que possam ser supridas pela diligência prevista no
art. 43, § 3º, da Lei de Licitações.
TCU
É indevida a desclassificação de licitantes em razão da ausência de
informações na proposta que possam ser supridas pela diligência prevista
no art. 43, § 3º, da Lei de Licitações.
Concluiu, por fim, que não houve prejuízo à competitividade decorrente
da ausência de registro do modelo cotado pela vencedora do certame.
“Cada licitante concorre com seu próprio equipamento e fornece os lances
que considera justos para a venda de seu produto. O conhecimento do
produto do concorrente possibilita o controle da verificação do
atendimento das condições editalícias, fato que se tornou possível com a
diligência realizada pela pregoeira". Acompanhando o voto da relatora, o
Plenário julgou a representação improcedente. (Acórdão 1170/2013-
Plenário, TC 007.501/2013-7, relatora Ministra Ana Arraes, 15.5.2013).
53
05/11/2019
TCU
A inabilitação de licitante em virtude da ausência de informações
que possam ser supridas por meio de diligência, de que não resulte
inserção de documento novo ou afronta à isonomia entre os
participantes, caracteriza inobservância à jurisprudência do TCU.
Por intermédio de Pedido de Reexame em autos de Representação,
o pregoeiro que conduzira licitação promovida pela Universidade
Federal Fluminense (UFF) solicitou a reforma do julgado original
para suprimir multa que lhe fora aplicada em razão de
irregularidades verificadas no procedimento licitatório. Entre as
falhas que levaram o Tribunal a apenar o responsável, destacou-se
a sua recusa em aceitar proposta de licitante para dois itens do
edital, com preços significativamente inferiores ao da empresa
ganhadora da competição, “pelo fato de a licitante não ter feito
constar corretamente a marca dos produtos ofertados, sem que
tenha sido feita a diligência facultada pelo § 3º do art. 43 da Lei
8.666/1993, visando esclarecer a marca dos produtos ofertados”.
TCU
Em seus argumentos recursais, reproduzidos pelo relator, o pregoeiro
justificou, entre outros motivos, que: i) a empresa “nem poderia participar
do certame, já que sua atividade não se coadunava integralmente com o
objeto da disputa”; ii) a proposta recusada havia desatendido o edital ao
informar “a marca/fabricante dos produtos, mas não inserir o modelo
ofertado”; iii) o mencionado dispositivo da Lei de Licitações e Contratos
não o obrigava a realizar diligência para sanear a questão; iv) não fora
comprovada a capacidade de fornecimento da empresa. O relator,
concordando com a unidade técnica, destacou que não existia qualquer
obstáculo estatutário que impedisse a participação da licitante,
desclassificada sem motivo justo, pois a realização de mera diligência
esclareceria as dúvidas sobre o questionado atendimento ao edital. Aduziu
que “a jurisprudência deste Tribunal é no sentido de condenar a
inabilitação de licitantes em virtude da ausência de informações que
possam ser supridas por diligência, sem que essa pesquisa se constitua
inserção de documento novo ou afronta à isonomia”. Além disso, o
instrumento convocatório “previa a possibilidade de o pregoeiro solicitar
informações acerca das características do material ofertado, tais como
marca, modelo, tipo e fabricante”.
54
05/11/2019
TCU
Com relação à falta de comprovação de capacidade de fornecimento da
empresa inabilitada, o relator afirmou que o argumento não devia
prosperar, uma vez que a desclassificação da licitante “não se deu por sua
incapacidade comercial, mas por formalidades supríveis em simples
diligência, além do fato de ter ficado assente nos autos que essa empresa
já havia participado e vencido outros certames de objeto semelhante”.
Assim, diante das razões expostas pelo relator, o Tribunal conheceu do
recurso e, no mérito, negou-lhe provimento. (Acórdão 918/2014-Plenário,
TC 000.175/2013-7, relator Ministro Aroldo Cedraz, 9.4.2014).
55
05/11/2019
56
05/11/2019
57
05/11/2019
58
05/11/2019
15.1. Aplicação
Art. 51. As unidades gestoras integrantes do Sisg adotarão o sistema de
dispensa eletrônica, nas seguintes hipóteses:
I - contratação de serviços comuns de engenharia, nos termos do disposto no
inciso I do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993;
II - aquisição de bens e contratação de serviços comuns, nos termos do
disposto no inciso II do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993; e
III - aquisição de bens e contratação de serviços comuns, incluídos os
serviços comuns de engenharia, nos termos do disposto no inciso III e
seguintes do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993, quando cabível.
§ 1º Ato do Secretário de Gestão da Secretaria Especial de
Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia
regulamentará o funcionamento do sistema de dispensa eletrônica.
§ 2º A obrigatoriedade da utilização do sistema de dispensa eletrônica
ocorrerá a partir da data de publicação do ato de que trata o § 1º.
§ 3º Fica vedada a utilização do sistema de dispensa eletrônica nas hipóteses
de que trata o art. 4º.
59
05/11/2019
Muito Obrigado ! ! !
José Vieira
j.vieirah@gmail.com
WhatsApp (81) 99966-9300
60