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Sumário
DECLARAÇÃO ........................................................................................................................ iv
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................... v
DEDICATÓRIA ........................................................................................................................ vi
LISTA DE SIGLAS ................................................................................................................. vii
LISTA DE GRÁFICOS ...........................................................................................................viii
RESUMO .................................................................................................................................. ix
CAPÍTULO:I – Introdução....................................................................................................... 10
1.1. Delimitação do tema .................................................................................................. 11
1.2. Problematização ......................................................................................................... 11
1.3. Objectivos .................................................................................................................. 11
1.3.1. Objectivo Geral................................................................................................... 11
1.3.2. Específicos .......................................................................................................... 12
1.4. Hipóteses .................................................................................................................... 12
1.4.1. Hipóteses ............................................................................................................ 12
1.4.2. Questões de pesquisa .......................................................................................... 12
1.5. Relevância do estudo ................................................................................................. 12
CAÍTULO – II: Revisão da Literatura ..................................................................................... 14
2. Conceito de Geografia ....................................................................................................... 14
2.1. Educação ambiental ................................................................................................... 15
Importância da Geografia na Educação ambiental ............................................................... 29
CAPÍTULO – III: Metodologia ................................................................................................ 34
3.1. Tipo de pesquisa ............................................................................................................ 34
3.2. Método de abordagem ............................................................................................... 34
Método bibliográfico ............................................................................................................ 35
Método de observação directa ........................................................................................... 35
Método dedutivo ............................................................................................................... 35
Técnica de entrevista ......................................................................................................... 36
Técnica de questionário ..................................................................................................... 36
3.3. População em estudo e amostragem .......................................................................... 36
Tamanho da amostra ............................................................................................................. 37
CAPÍTULO-IV: Apresentação e análise de dados ................................................................... 37
CAPÍTULO-V:Discussões dos resultados ............................................................................... 44
6.1. Conclusões ..................................................................................................................... 48
6.2. Recomendações ............................................................................................................. 49
7. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 50
APÊNDICES ............................................................................................................................ 52
iv
DECLARAÇÃO
Declaro que este trabalho, cujo tema “Contribuições da Geografia para a educação
ambiental, estudo do caso Escola Secundária Heróis Moçambicanos de Moatize’’ constitui o
resultado da minha investigação pessoal, sob orientação do meu supervisor, estando indicadas
no texto as referências bibliográficas por mim utilizadas para elaboração do devido trabalho,
retiradas da internet.
Declaro ainda que o mesmo nunca foi apresentado na sua essência para obtenção de qualquer
grau académico.
Nome da autora
________________________________
(Lucrência José Araújo)
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar ao senhor Deus pela vida, saúde, disposição, capacidade e
inteligência.
Ao meu supervisor Dr. Rogério Afonso Cuinhane, o supervisor do trabalho, por tudo quanto
fez para que o mesmo fosse concluído. A sua incansável vontade, paciência, exigência,
supervisão, foram os principais instrumentos por ele usados. Obrigado Dr!
Aos meus colegas da turma, aos familiares a todos os que por via directa ou indirecta,
contribuíram para este trabalho. E a todos os que de formadirecta ou indirecta deram seu
contributo durante os 4 (quatro) anos de formação.
DEDICATÓRIA
A Meus filhos Osvaldo e Ananilde, vocês são os melhores amigos e sempre presentes. É por
vocês que luto e dou tudo quanto tem sido possível ao meu alcance.
A minha mãe, meu pai, irmãos e toda a família. A vossa educação tão ‘’rígida’’ fez de mim a
mulher que sou hoje.
vii
LISTA DE SIGLAS
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
NE – Estrada Nacional.
MAE – Ministério de Administração Estatal.
EA – Educação Ambiental
CMMAD – Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento.
PNS – Parâmetros Curriculares Nacionais.
LDB – Lei de Diretrizes e Bases.
GH – Geografia Humana.
ONG – Organização Não Governamental.
PIEA – Programa Internacional de Educação Ambiental.
PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
UNCED - United Nations Conferenceon Environment and Development
PNC – Plano Nacional de Cultura
UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
AAS – Amostragem Aleatória Simples
ES – Ensino Secundário
viii
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Descrição do número dos inquiridos.......................................................................28
Gráfico 2: Nível académico dos professores............................................................................28
Gráfico 3: Análise sobre a situação ambiental de Moatize.......................................................29
Gráfico 4: Abordagem dos conteúdos de EA para professores................................................29
Gráfico 5: Respostas de alunos sobre a abordagem de conteúdos de EA.................................30
Gráfico 6: Relação entre a Disciplina de Geografia com a Educação Ambiental (para
professores)…………………………………………………………………………………...30
Gráfico 7: Respostas sobre a relação entre a Geografia com a Educação Ambiental...............31
Gráfico 8: Respostas dos inquiridos, sobre a influência da insuficiência da informação
relacionada ao mal que afecta o ambiente.................................................................................32
Gráfico 9: Respostas sobre o fluxo da informação sobre a EA dadas pelos professores..........32
Gráfico 10: Respostas sobre a quinta questão dadas pelos alunos............................................33
Gráfico 11: Medidas de mitigação dos problemas ambientais a partir de conhecimentos de
Geografia……………………………………………………………………………………...3
ix
RESUMO
O ensino de Geografia deve permitir aos educandos uma análise crítica da realidade, pois
estes devem se colocar de forma propositiva diante dos problemas enfrentados na família, na
comunidade, no trabalho, na escola e nas instituições das quais participam. Dessa forma, tem-
se uma tomada de consciência sobre as responsabilidades, os direitos e deveres sociais, com o
intuito de tornar o aluno agente de mudanças desejáveis para a sociedade. A pesquisa cujo
tema a contribuição da Geografia para a educação ambiental, decorreu na Vila de Moatize,
sobre tudo na Escola Secundária Heróis Moçambicanos, tendo tido como objectivoAnalisar a
contribuição da Geografia para a Educação ambiental na Escola Secundária Heróis
Moçambicanos de Moatize. Para a execução, foram utilizadas como metodologias: a pesquisa
bibliográfica, observação directa, o método dedutivo, técnica de entrevista e o questioário de
inquérito. Como resultados, a influência da insuficiência de informações inerentes à EA, ficou
claro e preocupante ainda quando grande parte dos inquiridos não sabe se a falta de
informação sobre um determinado assunto, pode influenciar negativamente na educação. Dos
200 inquiridos para o estudo, cerca de 87 responderam seguramente que sabiam da influência
de insuficiência de informações e os restante responderam duvidosamente e outros ainda não
responderam e nem sabem. Os resultados obtidos nesta pesquisa de campo, mostraram que os
professores tem noção de que aquilo que por eles é transmitido e que se relaciona com a vida
do quotidiano, não é discutido ou transmitido aos encarregados que tanto precisam da
informação tendente a preservação do maio ambiente. Isso contribui negativamente para as
práticas ambientais, pois, a falta de noção das consequências das acções humanas contra o
meio ambiente, pode aumentar ao invés de diminuir.
Palavras-chave: Ensino de Geografia, Educação ambiental, Contribuição da Geografia
10
CAPÍTULO:I – Introdução
A humanidade passa por uma crise ambiental que tem se agravado ao longo do tempo. A
partir do momento que o homem deixou de ser nômade e passou a se alocar em um ponto e
começou a transformar o ambiente ao seu redor, a natureza passou a sofrer. Com o aumento
exponencial da população mundial e a industrialização, os efeitos nocivos que o ser humano
causa com suas ações à natureza se intensificaram, o que levou a nosso quadro atual, quase
irreversível. A transformação do meio ambiente pelo Homem começa a preocupar a ele
próprio devido às consequências desta transformação. Por este e outros motivos, o problema
ambiental acaba conhecendo vários ramos científicos, dentre eles, a Geografia.
A essência da ciência geográfica passava pela discussão entre a sociedade e o meio ambiente,
relevando os aspectos físicos como o solo, a água, a atmosfera e os imprescindíveis aspectos
humanos, como a sociedade, a economia, a cultura e a política. A Geografia assim seria a
ciência do meio ambiente humano, capaz de produzir um discurso eminentemente político do
meio ambiente, sem dispensar os outros fatores citados (GEORGE, 1973 e 1989).
1.2.Problematização
Constitui o problema central desta pesquisa: conhecer as contribuições da Geografia na
educação ambiental, dado que os problemas relacionados com o ambiente, tem como ponto de
partida, a falta de conhecimento sobre a importância da Geografia na contribuição da
educação ambiental.
1.3. Objectivos
1.3.1. Objectivo Geral
Avaliar a contribuição da Geografia para a EA na Escola Secundária Heróis
Moçambicanos de Moatize.
12
1.3.2. Específicos
Explicar o contributo da Geografia na EA;
Destacar a importância da Educação ambiental para a os alunos e a população do
Distrito de Moatize em geral.
Propor sugestõesde conciliação entre a teoria e prática face ao reconhecimento do
impacto da educação ambiental a partir do ensino de Geografia.
1.4. Hipóteses
1.4.1. Hipóteses
Conhecendo a contribuição do ensino de Geografia na educação ambiental, pode
ajudar a melhorar os problemas que afectam o meio ambiente e motivar os alunos a
apostarem na área da Geografia.
O ensino de Geografia pode através de vários conteúdos, melhorar a relação dos
alunos e a comunidade com o meio ambiente com recurso a palestras, acções práticas,
entre outros meios.
No âmbito social, esta pesquisa irá proporcionar a melhoria da vida social das pessoas ao
serem informados da importância da disciplina de Geografia o que poderá proporcionar a boa
gestão d ambiente em que vivem no que diz respeito a vários fenómenos, dentre eles, a
poluição através de resíduos sólidos nos ambientes (aquático aéreo e terrestre), bem como a
urbanização que para a sua efectivação.O tema tem relevância, pois busca estimular uma
consciência socioambiental no ensino da Geografia através da Educação Ambiental, assim
busca formar cidadãos conscientes para a proteção do meio ambiente.
Na área académica, o estudo vai motivar aos estudantes na criação do interesse na matéria,
procurando responder os de mais problemas ligados a área de modo a propor medidas para o
melhoramento, através de projectos, pesquisas, artigos ou através de monografi
14
A Geografia é uma ciência que se dedica ao estudo das relações entre a sociedade e
a natureza, e as mudanças realizadas pelas sociedades estabelecendo novos valores
sociais, criando novos espaços geográficos. Também estuda a distribuição dos
fenômenos físicos, biológicos e humanos, as causas desta distribuição e as relações
locais desses fenómenos. Nessa perspectiva, esta disciplina instiga no aluno o
observar, analisar, interpretar e pensar criticamente a realidade, visando sua
transformação. Sabendo que essa realidade é uma totalidade que envolve sociedade
e natureza, cabe a Geografia levar a compreender o espaço produzido pela sociedade
em que vivemos, relacionando suas desigualdades e contradições, bem como as
relações de produção que nela se desenvolvem e a apropriação que essa sociedade
faz da natureza (Paixão, 2010 p11).
Entre as definições que marcaram o pensamento geográfico está o positivismo com o primeiro
método para a sua apreensão. De tradição empirista inglesa, esse método consolidou o escopo
da Geografia Tradicional postulando a descrição, a enumeração, a classificação e conotação
acentuada dos aspectos físicos referentes ao espaço numa perspectiva neutral, atemporal,
desprovida de gênero, classe ou conotação política (Moraes, 1987). Tal situação ensejou
dualismos no campo da ciência distanciando o objeto das ciências naturais aos das ciências
sociais, dado que adquiriu status de credibilidade científica que perpassaram por todo o
pensamento geográfico tradicional: Geografia Física, Geografia Humana, Geografia Regional.
Os postulados positivistas levaram a geografia a buscar sua validação no empirismo e, na
constante verificação de hipóteses construídas e comprovadas a partir de métodos específicos
e correntes distintas do pensamento baseadas na construção de leis gerais e irrefutáveis, a fim
de evitar o verbalismo e o erro. A partir de meados dos anos 60 se engendram novas
perspectivas e/ou abordagens à Geografia, a Fenomenologia, o Estruturalismo, o
Neopositivismo, e o Marxismo entre outros possibilitaram adentrar na complexidade das
15
relações entre sociedade e meio ambiente, tanto no âmbito dos lugares como nas escalas
planetárias.
Durante os anos 70, a discussão em torno do meio ambiente se torna profícua, nesse momento
buscando desvendar as diferentes formas e métodos de compreender a problemática
ambiental. Durante todo esse período, as discussões mais significativas foram em torno da
clássica separação da Geografia Física e da Geografia Humana, pois perpassaram por revisões
significativas em seus postulados científicos e incorporaram conteúdos de interdependência
entre natureza, práticas sociais, relações imaginárias, ideologias subjacentes e culturas
envolvidas Gonçalves, (1989, p26).
2.1.Educação ambiental
Meio ambiente é o "conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física,
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas [...], o meio
ambiente é um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em
vista o uso coletivo”, Brasil, (1981).
Temos como principal dado e marca da educação ambiental o fato dela não ser um tema
específico da educação, do ensino, do pedagógico, e sim de ter surgido nos movimentos
sociais, com uma diversidade muito grande de interpretações, correntes, cujo corpo teórico
não está ainda estabelecido, pois trata-se de um campo em que há mais questões que
respostas, já que tudo está emergindo. Esse dado é importante, pois justifica as mais diversas
correntes que compõem essa temática. O que seria então educação ambiental?
Uma destruição que não é recente, e não se trata de exagero a afirmação de que na
história humana a destruição esteve sempre presente. Porém, como destaca o autor, a
questão que surge a partir do século XX é relativa ao avanço das formas de
destruição, culminando com a criação de armas nucleares e de uma sociedade de
consumo de dimensões planetárias. Juntam-se a este quadro o aumento do consumo
das camadas dominantes e dominadas e os padrões individualistas, impostos pelas
forças hegemônicas e pelos modelos de sociedade padronizados, compondo uma
força de degradação que detonou, a partir dos anos 60, o despertar da consciência
ecológica Leff, (2012, p62).
É interessante destacar, a partir das leituras, alguns aspectos identificados como fortalecedores
dos movimentos ecológicos que começam a se organizar a partir de então, como a urgência e
a pertinência das discussões, devido aos problemas próprios de nossa época, e o caráter
universal apresentado por estes movimentos Leis, (1991, p58), pois seus valores e interesses
ultrapassam fronteiras de gênero, idade, classe, raça, crença. Além disso, a questão ambiental
é uma dimensão que deve estar presente na reflexão global sobre a sociedade, por isso seu
caráter imprescindível na criação de novas organizações sociais.
Nesta revisão, não tive a intenção de me ater à organização dos movimentos ecológicos, e sim
de destacar alguns aspectos relevantes para traçar um paralelo entre a importância das
questões apresentadas e seu legado para a educação ambiental, como dito anteriormente.Nesse
sentido, penso ser importante destacar o que propõe o movimento ecológico de forma ampla:
Nos escritos de Gliessman, (2000, p38), encontramos elementos bastante interessantes para
discutir a importância da Geografia, além de contribuições para a elaboração de práticas em
18
educação ambiental que considerem as especificidades locais. O autor faz uma classificação
das preocupações ambientais mundiais de acordo com a divisão do planeta em primeiro,
segundo e terceiro mundos, uma compartimentação que apresenta limitações, pois esse texto
foi escrito há algum tempo. Porém, ele se apresenta como interessante exercício de análise na
medida em que nos permite pensar essas questões mundialmente, bem como refletir sobre o
papel e os posicionamentos dos países e das sociedades, para pensar na contribuição da
educação ambiental, partindo da realidade local e tendo sempre em consideração a perspectiva
global. De acordo com o autor:
A Educação Ambiental se tornou uma fonte importante do conhecimento como ciência social,
implicando diretamente nas transformações mundiais, que se dão, no caráter da espacialidade
de toda prática social onde há uma dialética entre o homem e o lugar, pois este espaço
contribui para a formação do ser humano, contudo isto provoca alterações e transforma o
espaço. Essa dialética deve ser compreendida pelos alunos para que possam tomar consciência
de que eles e toda a sociedade são agentes no espaço, ou seja, são sujeitos das transformações
ocorridas no lugar onde vivem, ou não. Este espaço se refere tanto à realidade micro (sua rua,
seu bairro e a região), quanto no macro (sua cidade, seu estado, país e continente), sendo
necessário analisar suas estruturas (Paixão, 2010 p57).
Cabe à Geografia apropriar-se do seu papel, estudo do homem, do meio e das relações
estabelecidas no espaço geográfico, para evidenciar a importância de cada indivíduo no
contexto social em que está inserido. Assim, poderemos formar cidadãos conscientes e
capazes de actuar no presente e ajudar a construir o futuro, pois exercer a cidadania é ter o
sentimento de pertencer a uma realidade em que as relações entre a sociedade e natureza
formam um todo integrado, do qual fazemos parte. Portanto, precisamos nos perceber como
participantes, responsáveis e comprometidos historicamente com os valores humanísticos,
Paixão, (2010 p57).
Entre os fatores que estão provocando esse movimento podemos apontar as contribuições da
Psicologia atual em relação à aprendizagem, que nos leva a repensar nossa prática educativa,
20
A concepção defendida aqui, segundo Fernandez (1998 pag5), é que o processo de ensino-
aprendizagem é uma integração dialética entre o instrutivo e o educativo que tem como
propósito essencial contribuir para a formação integral da personalidade do aluno. O
instrutivo é um processo de formar homens capazes e inteligentes. Entendendo por homem
inteligente quando, diante de uma situação problema ele seja capaz de enfrentar e resolver os
problemas, de buscar soluções para resolver as situações. Ele tem que desenvolver sua
inteligência e isso só será possível se ele for formado mediante a utilização de atividades
lógicas. O educativo se logra com a formação de valores, sentimentos que identificam o
homem como ser social, compreendendo o desenvolvimento de convicções, vontade e outros
elementos da esfera volitiva e afetiva que junto com a cognitiva permitem falar de um
processo de ensino-aprendizagem que tem por fim a formação multilateral da personalidade
do homem.
Com relação às questões ambientais, o professor assim como qualquer outro cidadão
deve ter a consciência dos cuidados inerentes à preservação do meio ambiente,
tomando como ponto de partida de suas acções o contexto local seguindo as
orientações da Agenda 21 de sustentabilidade e desenvolvimento, lançada durante a
Rio - 92, cujo intuito minimizar os impactos ambientais provocados pela sociedade
nas mais diferentes escalas de tempo e espaçoconforme a época e a região, Cordeiro
(1999, p109).
O professor é um profissional que tem como função formar o cidadão, mediando a construção
do conhecimento para que o educando assuma responsabilidades sociais e profissionais, afinal
nenhum profissional pode exercer uma profissão sem ter passado pelas mãos de um professor,
Ferreira (2008, p104).
Levando esta função para a prática profissional do professor de geografia aliada à educação
ambiental, o mesmo tem um papel importante para desenvolver a consciência ecológica e,
portanto, contribuir para minimizar as agressões ambientais, Guimarães (2003, p126).
22
Foi na Conferência de Estocolmo (1972) que o debate sobre a questão ambiental ganhou
fórum político. A partir daí, o tema “apareceu” em muitos documentos, relatórios e programas
internacionais dedicados ao meio ambiente, com formas e ênfases distintas, Leonardi, (2001).
Assim sendo, a pesquisa tem relevância do ponto de vista social, ecológico e educacional,
pois procurou verificar a atuação do professor de geografia frente aos desafios de se trabalhar
com as questões ambientais em sala de aula, utilizando-se de conteúdos e dinâmicas que
auxiliem os alunos a modificarem sua filosofia de vida e a resgataram valores éticos,
estéticos, democráticos e humanistas.
Para Barros (2003) afirma, a educação ambiental tem como objectivo assegurar uma maneira
de viver mais coerente com os ideais de uma sociedade sustentável e democrática, auxiliando
os que dela fazem parte a uma reflexão sobre as velhas fórmulas e a propostas de acções
concretas para transformar a casa, a rua, o bairro, as comunidades, pois a mesma parte de um
princípio de respeito à diversidade natural e cultural, que inclui a especificidade de classe, de
etnia e até mesmo de género e o professor que trabalha com esta questão não pode esquecer
desses factores.
O desejo de despertar o interesse pelo estudo do tema abordado deve ser despertadopelo
professor através de atitudes e acções sobre a temática a qual despertou a curiosidade do
educando. A prática do professor deve esta edificada na fomentação de incentivo a
aprendizagem, Kaercher, (2009, p209-231).
23
Como forma de inserir a Educação Ambiental no ambiente escolar tem-se como aliada, a
Geografia que corresponde a uma ciência imprescindível para se trabalhar as questões
ambientais na educação formal conforme salienta Pontuschka, et all (2009, p134): “A
Geografia possui teorias, métodos e técnicas que podem auxiliar na compreensão de questões
ambientais no aumento da consciência ambiental das crianças, jovens e professores”.
24
1
A política educacional da segunda metade da década de 1990, influenciada pelas agências de
financiamento, FMI e Banco Mundial, desenvolveram políticas de avaliação que privilegiavam as
disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. Para conseguir resultados satisfatórios nessas avaliações
as escolas amparadas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), n° 9.394 de 1996, diminuíram as
horas de aula de Geografia e História para elevar a carga horária de Língua Portuguesa e Matemática
(Straforini, 2008).
25
Para Carvalho (2012), a Educação Ambiental corresponde a uma educação de caráter crítico,
diretamente voltada a cidadania dos envolvidos, por meio da formação de sujeitos crítico
capazes de interpretar e analisar os problemas ambientais, bem como intervir na perspectiva
de propor soluções.
Outra definição de Educação Ambiental, proposta por Leff (2012), a considera como o
processo educacional que orienta os indivíduos para a aquisição de valores, habilidades e
capacidades necessárias para se alcançar a sustentabilidade ambiental.
2
O desenvolvimento sustentável representa uma nova forma de enxergar o desenvolvimento,
buscando o equilíbrio entre o crescimento econômico, baseada na economia ecológica e organização da
natureza, e a conservação e preservação ambiental, culminando para a melhoria da qualidade de vida
(LEEF, 2012), citado por Teixeira et all, 2016.
26
Esse paradigma geográfico baseia seus estudos nas relações sociedade/natureza, mas
centraliza as suas análises na segunda natureza - a natureza produzida pelo homem. Nessa
amplitude, a primeira natureza - a natureza natural é considera apenas como recurso a ser
apropriado e transformado em coisas úteis para o homem.
Destarte, como bem nos lembra Mendonça (2004, p129), no âmbito da geografia
crítica, especialmente no caso da brasileira, a abordagem da questão ambiental não
foi dada de maneira ampla e satisfatória. Para alguns geógrafos a perspectiva
ambiental parece não configurar expressão marcante para caracterizar um novo
segmento ou uma nova linha de pensamento na geografia crítica.
27
Foi essa também a sua principal influência assumida pela educação geográfica escolar.
Contudo, essa assimilação, em alguns momentos, não levou em consideração as necessárias
articulações com os conceitos geográficos, confundindo o seu discurso com o da sociologia,
da economia e da história Farias, (2007, p29).
Salienta-se também que, ao privilegiar uma visão totalizante do espaço geográfico, negou a
existência das demais escalas espaciais de análise, inclusive as da vivência dos alunos com
seus respectivos meios. Não superou a dicotomia na abordagem dos aspectos físicos e
humanos. Nesse sentido, os compartimentos relativos à natureza legados da Geografia
lablacheana só mudaram de lugar na maioria dos livros didáticos disponíveis no mercado,
deixando de ocupar os primeiros capítulos para ocupar os últimos. Essa digressão continua
quando trata das questões relativas à degradação ambiental. Essa temática ocupa, quando
aparece, os últimos capítulos dos livros didáticos, sem guardar as devidas relações com os
fatores sociais e econômicos que lhe deram origem e que a antecederam nos primeiros
capítulos, na maioria dos manuais didáticos de geografia também disponíveis no mercado.
Reduziu ou retirou completamente a aprendizagem dos aspectos cartográficos, dificultando,
dessa maneira, a apropriação, a leitura, a produção e a representação do espaço geográfico
pelo educando, Oliveira e Farias, (2009, p57).
De acordo com Dias (2004, p83), a Educação Ambiental teria como finalidade
promover a compreensão da existência e da interdependência econômica, política,
social e ecológica da sociedade; proporcionar a todas as pessoas a possibilidade de
adquirir conhecimentos, o sentido dos valores, o interesse ativo e as atitudes
necessárias para proteger e melhorar a qualidade ambiental; induzir novas formas de
conduta nos indivíduos, nos grupos sociais e na sociedade em seu conjunto,
28
Para inserir nossa discussão a primeira problemática apontada na introdução deste artigo,
trazemos para o diálogo algumas explanações de Barcelos (2003), já que este autor explana
acerca da atuação da Educação Ambiental na escola brasileira. Dentro do que aborda o autor,
são colocados alguns pontos referidos como “Mentiras que parecem Verdades”, Barcelos
(2003, p83), onde um especificamente nos chama atenção: “Primeira “mentira”: EA é coisa
para os professores (as) de ciências, de biologia ou de geografia”.
Cavalcanti (2007, p125) que ao discutir sobre o Ensino de Geografia na escola, nos diz:
A análise da função reprodutora da escola e da Geografia impede a conclusão de que
os problemas da escola se resumem a uma questão de ineficiência, desta instituição
e/ou do professor de Geografia. Aliás, essa análise permite compreender que a
escola pode ser eficiente para determinados propósitos e que pode estar montada
para funcionar exatamente da maneira como funciona.
Nos anos setenta foram dez eventos de cunho internacional e regional, dos quais destacamos
em 1975, o PIEA Programa Internacional de Educação Ambiental, UNESCO/PNUMA) além
da Conferência de Tbilisi, 1977, já referida; nos anos oitenta, sete eventos, e nos anos noventa
nove eventos, eles a Conferência sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, UNCED, a
RIO-92, no da qual realizou-se o Fórum das ONG's que produziu o Tratado de Educação
Ambiental para Sociedades Sustentáveis compromisso da sociedade civil.
O que podemos perceber é uma “educação voltada para estimular o individualismo, para
fomentar a competição, para enaltecer a concorrência, para premiar pela produtividade e punir
pelos resultados não desejados” (Orso, (2008, p52).
Muitas pesquisas nessa área relacionaram o ensino da geografia, com metodologias praticadas
em unidades de conservação, áreas urbanas e paisagens específicas e foram exemplos de
trabalhos que apresentaram bons resultados, como os de Candiotto (2000, p25-38) que
relacionou o ecoturismo no município de Bonito-MS com os conhecimentos empíricos de
seus habitantes autóctones; Gontijo; Neves (2004, p1-7) desenvolveram projetos na Estação
Ecológica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com atividades de educação
ambiental.
Com estes princípios entende-se que o resgate dos valores perdidos do ambiente, parte por
uma participação conjunta de todos nós, escolhendo métodos adequados para a sua solução,
como por exemplo, as palestras, projectos de pesquisa, entre vários outros de acordo com o
grau de severidade de cada problema ambiental.
Um dos casos mais concretos que se vive actualmente, está relacionado com o desmatamento
(abate de árvores para a produção e comercialização de madeira e ou carvão vegetal). Um
estudo feito pelo Rodolfo Alves Pena, graduado em Geografia mostra que, em Brasil, 21 mil
km² de florestas são destruídos por ano. Essa área é equivalente à do estado do Sergipe. Além
de melhorar a nossa consciência ambiental e deixar de desmatar as florestas, precisamos
cobrar dos nossos governantes o fim dessa destruição, através de medidas de controle,
monitoramento e vigilância.A solução, segundo ele, passa pela implementação do projecto de
reposição das árvores destruídas, criando viveiros, posteriormente lançados em áreas
geograficamente bem definidas.
Imagem da mata Atlântica
32
O professor é um profissional que tem como função formar o cidadão, mediando a construção
do conhecimento para que o educando assuma responsabilidades sociais e profissionais,
afinal nenhum profissional pode exercer uma profissão sem ter passado pelas mãos de um
professor.
Levando esta função para a prática profissional do professor de Geografia aliada à educação
ambiental, o mesmo tem um papel importante para desenvolver a consciência ecológica e,
portanto, contribuir para minimizar as agressões ambientais.
Entretanto, tal temática não deverá ser conduzida apenas pelo viés pedagógico,
devendo ser consideradas as características políticas, sociais e ideológicas nela
contidas. Assim, nesse processo de ampliação da abordagem da questão ambiental
no ensino de Geografia, cabe aos professores o encaminhamento para discussões, em
sala de aula, dos vários aspectos que envolvem a questão ambiental, Alves e
Oliveira, (2008).
seus educandos no trato com os assuntos relacionados ao uso e proteção racional do meio
natural. Portanto, a Educação Ambiental desenvolvida no contexto escolar deve proporcionar
aos alunos uma educação para a cidadania.
3.2.Método de abordagem
Os métodos de abordagem proporcionam as bases lógicas da investigação são vinculados a
uma das correntes filosóficas que se propõem a explicar como se processa o conhecimento da
realidade. Partindo de premissas particulares, inferimos uma verdade geral. Neste caso, vai-se
pautar pelo método indutivo (parte do particular e chega à generalização).
35
Método bibliográfico
Este método consistiuna consulta de várias obras científicas que abordem o assunto (recursos
de ensino), e que contribuam para o suporte teórico das informações encontradas e no
tratamento dos dados colectados.
Método dedutivo
Com este método fez-se uma dedução das informações encontradas no terreno com vista a
encontrar as razões do problema e as possíveis pré-soluções. O método indutivo, raciocínio
indutivo ou simplesmente indução, é um tipo de argumento utilizado em diversas áreas do
conhecimento. Esse método tem o intuito de chegar a uma conclusão.
36
Sendo assim, ele é muito utilizado nas ciências no qual parte de premissas verdadeiras para
chegar em conclusões que podem ou não serem verdadeiras. Nesse sentido, a indução
acrescenta informações novas nas premissas que foram dadas anteriormente.
Técnica de questionário
Foi inquirida uma parte da população da Vila de Moatize, sobre tudo a Escola Secundária
Heróis Moçambicanos, com o objetivo de colher dados relacionados com a veracidade dos
problemas ambientais bem como os conhecimentos que possuem sobre a Geografia e sua
contribuição para a Educação ambientel.
Amostragem
Corresponde a uma parte da população, que foicalculada com base em critérios próprios, e
recomendados. O tipo de amostra escolhida neste casofoi a amostragem aleatória simples
(AAS).
Para isso foi necessário possuir uma lista completa dos elementos que formam uma parte da
população, isto é, enumerada de 1 até N. Em seguida vai ser realizado um sorteio com o uso
da tabela de números aleatórios, que consiste numa sequência de dígitos de 0 a 9, distribuídos
aleatoriamente.
37
Tamanho da amostra
O tamanho da amostra será extraído com base em cálculos a partir da fórmula de Berni
(2002), considerando uma margem de erro (e) de 5%, a partir das seguintes fórmulas:
∗ º
n= , onde: ‘’n’’ é o tamanho da amostra e ‘’N’’ é o número da população.Sendo
º
assim, a amostra será de204 (considerando a AAS).
Nº de inquiridos
nº %
200 204
98,0 100,0
4 2,0
100,0 100,0
0 - 0 - 4 4
100 100
0 0 4 0 0 4
A segunda questão que visava saber dos professores se nalguma vez já abordaram conteúdos
relacionados à Educação Ambiental nas suas aulas, 100% ou seja, todos responderam que tem
tratado e várias vezes, mas neste caso, como tema transversal.
Gráfico 4:Abordagem dos conteúdos de EA para professores
100 100
4 0 4 0
Nº %
200
100
80
64 56
40 32 28
4.5. A sexta questão visava saber dos professores, se existia uma relação entre a
Disciplina de Geografia com a Educação Ambiental.
Para os professores, existe uma relação sim. Pois, 100% destes responderam
responderam que existia esta
relação, sustentando sua afirmação que ao estudar o meio ambiente, a Geografia seria como a
generalidade inicial dos conhecimentos sobre a natureza. Temas como saneamento do meio,
urbanização, poluição, entre outros são tratados na Geografia do princípio e a EA surgiria
dentro da própria Geografia.
fia.
100
80
60
40
20
0
Sim Não Total
Nº 4 0 4
% 100 0 100
Gráfico 7:: Respostas sobre a relação entre a Geografia com a Educação Ambiental
41
Nº %
200
97 100
82
41 48,5
21
10,5
Segundo os dados do gráfico, grande parte dos alunos não sabe da relação entre a Geografia
com a EA, facto que pode concorrer para o fracasso
fracasso no interesse pelo assunto e
consequentemente a comunidade, ou seja, aqueles que estiverem fora do ambiente escolar não
terão boa informação sobre a EA e ou a terão mas de forma deficiente na sua maioria, apesar
dos 41% dos alunos que afirmaram que existe
existe a relação entre as duas (Geografia
(Geografia-EA).
4.7. O mal que afecta o ambiente, podia ser influenciado por insuficiência de informação
por parte da população?
100
87
69
43,5
34,5
21 23
10,5 11,5
50
25 25
0 0 1 2 1 4
Já para os alunos, face à quinta questão, todos afirmaram que nalgumas vezes falam com os
seus educadores sobre problemas ambientais, mas o mais preocupante neste caso, é o menor
número de alunos que se lembraram de terem abordado do assunto com seus educadores, ora
pode-se
se ver o gráfico a baixo.
102 100,0
65
51,0
33 32,5
16,5
0 0,0
4.10. O que devia ser feito como medida, para a mitigação deste problema, relacionado o
ambiente a partir de conhecimentos da Geografia?
Face à questão, os inquiridos, na sua maioria, ou seja, 50% apontaram como medidas
relacionadas, as seguintes:
Partilhar as aprendizagens relacionadas com o que se vive no dia-a-dia com os pais;
Tratar a Geografia como uma disciplina que forma as bases para o conhecimento do
meio ambiente;
Falar nas aulas de Geografia, assuntos relacionados com o meio ambiente, o que afecta
as nossas comunidades actuais;
Valorizar a importância da Geografia em vários níveis;
Participar dos programas relacionados com problemas ambientais.
Gráfico 11: Medidas de mitigação dos problemas ambientais a partir de conhecimentos de
Geografia.
Envolver a comunidade nas
palestras
Promover projectos de EA nas
escolas
Participar dos programas
relacionados com problemas…
Valorizar a importância da
Geografia em vários níveis; %
Falar nas aulas de Nº
Geografia, assuntos relacionados…
Tratar a Geografia como uma
disciplina que forma as bases para…
Partilhar as aprendizagens
relacionadas com o que se vive no…
Das 6 aulas assistidas não se verificou a abordagem dos conteúdos do tema em causa devido
ao seguimento do plano trimestral, mas os professores garantiram que em alguns momentos
têm tratado dos conteúdos em causa mas como temas transversais.
dia, não é discutido ou transmitido aos encarregados que tanto precisam da informação
tendente a preservação do maio ambiente. Desta forma, contribui negativamente para as
práticas ambientais, pois, a falta de noção das consequências das acções humanas contra o
meio ambiente, pode aumentar ao invés de diminuir.
Segundo o presente estudo, muitos alunos não sabem que existe uma relação entre a disciplina
de Geografia e a Educação Ambiental e até nem entendem sobre EA (educação Ambiental).
Numa sociedade onde o ensino é considerado a ferramenta chave para o desenvolvimento de
qualquer cidadão, a falta dos conhecimentos sobre o que se aprende num estabelecimento de
ensino trás consequências graves.
A visão tradicional estabelecida nas escolas de maneira geral em que a Educação Ambiental
deve ser feita por profissionais de determinadas áreas específicas, é uma certeza equivocada e
mal fundamentada, visto que isso se enquadra como uma herança de repressão, de má
fundamentação e de negação às discussões, objetivos e recomendações verdadeiras da
Educação Ambiental. Enquanto professora de Geografia que sou, reconheço que tal
incumbência automaticamente preestabelecida é diretamente prejudicial aos cidadãos que tem
em nossas mãos a sua formação.
Num trabalho com tema sobre a EA feito por Manaus (2015), os resultados da entrevista,
surpreenderam até aos próprios entrevistados, no que diz respeito à questão que segue: “Com
que frequência a sua escola promove ações que incentivam a conscientização ambiental?”,
37% dos respondentes apontaram que somente às vezes sua escola promove estas ações, 30%
disseram que na maioria das vezes sua escola promove estas ações, seguido de 23% que
consideram que sua escola sempre promove atividades que são voltadas para a
conscientização ambiental dos mesmos. Mas também houve respostas como raramente (8%) e
nunca (2%). Enfatiza-se, que atualmente se faz necessário, como afirma Reigota (2009), que
as práticas ambientais não devem ser esporádicas ou realizadas somente em datas específicas,
mas devem estar incluídas no dia a dia dos discentes, e inseridas nas práticas pedagógicas
cotidianas das mais diversas disciplinas. Comparativamente ao presente estudo,os professores
responderam que abordam sempre os conteúdos da EA na sala de aulas, resposta esta,
diferente dos alunos, pois, alguns deles responderam que os professores abordam os
conteúdos de EA, enquanto outros duvidaram e outros ainda nem sabem desses conteúdos.
Isto significa que ainda temos que fazer um pouco mais daquilo que já temos feito face à EA
para que possam ser elevados e estimulados os gostos pela EA. Não existem projectos
concretos na escola relacionados diretamente com a EA, facto que afasta o conhecimento com
a aprendizagem pela prática.
A outra questão no mesmo estudo de Manaus (2015), versa sobre a retransmissão das
informações obtidas nos processos de educação ambiental na escola, para os amigos e para os
47
familiares dos participante revelou que 35% dos discentes dizem às vezes retransmitem
informações recebidas na escola para seus amigos e familiares, 27% dizem que na maioria das
vezes isto acontece e somente 15% revelam que sempre retransmitem informações das escolas
para seus amigos ou familiares. Estes índices apontam um interesse de disseminar
informações sobre a temática ambiental para aqueles que circundam os respondentes. Fato
este que já havia sido destacado por Silva et al. (2010) e que, aqui, se confirma, pois, para
estas autoras, a escola é o espaço social e o local onde o aluno será sensibilizado para as ações
ambientais e fora do âmbito escolar ele será capaz de dar sequência ao seu processo de
socialização.
O comentário à cima quando comparado com o que foi encontrado neste estudo, mostra que
grande parte dos inquiridos não partilham os conhecimentos científicos com aqueles que se
encontram fora do circuito da Educação. Isto dificulta bastante na difusão e acreditação do
pouco que tem sido transmitido aos mesmos em volta da EA.
Em estudo Feito por Carvalho (2005) sobre um conteúdo relacionado ao tema de EA,
Encontrou-se que a maioria dos professores declarando que divulga e pratica a educação
ambiental em sala de aula. É importante ressaltar que, apesar da educação ambiental ser
indicada em caráter permanente, um número significativo dos professores defende uma
abordagem em formato de disciplina curricular, reforçando a fragmentação do conhecimento,
deixando, a parte, a complexidade da questão ambiental (Leff, 2001).
Há muito que deve ser feito pelos professores para que estes possam incentivar mostrar e
demonstrar a sociedade, ou até mesmo, estimular o gosto pelos conteúdos de EA para que se
possa convidar a participação do público em geral.
48
Capítulo-VI:Conclusões e Recomendações
6.1. Conclusões
Trabalhar a EA nas aulas de Geografia é de fundamental importância para as futuras gerações,
pois está ligada diretamente com o futuro do planeta e a qualidade de vida da população.
Percebe-se que não é dada a atenção necessária para a EA, na escola onde ocorreu a pesquisa,
mostra que a educação ambiental tem que ser trabalhada de forma transversal, ou seja, que
deveria ser passado pelos professores, mas não somente em uma disciplina, mas em grande
parte delas. A escola não oferece estrutura adequada para aplicação do tema EA, e os
professores, que na primeira dificuldade, desistem de abordar a Educação Ambiental nas aulas
de Geografia, de uma forma crítica, contextualizada e multidisciplinar. E quando é abordada,
não há um aprofundamento, não passando de um aspecto naturalista e preservacionista, sem
muita relevância para os alunos.
Face aos resultados do campo de pesquisa, pode-se concluir que os alunos da ESHM
adquiriram uma deficiência do gosto pelo ensino, por não falta da conciliação entre o
aprendizado e a prática.
Os livros de Geografia do ensino secundário, não abordam temas diretamente ligados a EA,
facto que faz com que os professores não tratem dos conteúdos com muita profundeza.
49
6.2. Recomendações
O debate socioambiental deve se estender por todas as disciplinas, buscando uma
interdisciplinaridade, que possa haver uma cooperação entre professores, com o intuito de
alcançar maior abrangência do tema.
Recomenda-se aos alunos para que façam parte no processo educativo, de tal maneira
que consigam difundir as aprendizagens de Geografia, principalmente quando estas
tratarem de assuntos ligados à vida quotidiana, no caso concreto da EA. Fazendo isso,
estariam a dar a importância da Disciplina de Geografia.
Aos professores recomenda-se:
Que incorporem de forma individual os conteúdos sobre EA em suas aulas, tratando-
os de forma transversal, motivando os alunos a tomar a consciência sobre o que
aprendem e possam elaborar pequenos projectos tendentes a propor medidas de
mitigação de alguns problemas a seu nível que afectam o ambiente.
Ver a EA como uma articulação interdisciplinar, tornando possível uma acção mais
racionalizada, partindo do conhecimento de valorização da Geografia como
Disciplina.
Considerar o meio ambiente em sua totalidade, nos seus aspectos naturais e nas
instituições criadas pelos homens.
7. Referências Bibliográficas
APÊNDICES
QUESTIONÁRIO DIRIGIDO AOS PROFESSORES E ALUNOS
Dados dos inquiridos
1. IDADE _________ anos(Professor e aluno)
2. NÍVEL ACADÉMICO:(Só professor)
A. Médio______
B. Bacharel_____
C. Licenciado_____
Questões
1. Como professor de Geografia, como analisa a situação actual do meio ambiente,
sobretudo na Vila de Moatize?(Só professor)
A. Boa
B. Razoável
C. Ruim
D. Não sei
3. Na sua opnião, acha que existe alguma relação entre a disciplina que lecciona com a
Educação ambiental?(Aluno e Professor)
A. Sim
B. Não
C. Nao sei
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4. Face à educação ambiental, acha que o mal que afecta o ambiente, pode ser
influenciado por insuficiência de informação por parte da população?(Aluno e
Professor)
A. Sim
B. Não
C. Talvez
D. Não sei
6. Estando num mundo em que tem se verificado graves problemas ambientais a nível
mundial, onde Moçambique não é excepão e consequentemente Moatize, o que acha
que deve ser feito como medida para a mitigação deste problema?(Aluno e Professor)
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7. O que achou da entrevista?(Aluno e Professor)
A. Boa
B. Ruim
Outros comentários
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