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Cadernos PDE
II
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
MARISTEL SAUER
PONTA GROSSA, PR
2014
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MARISTEL SAUER
PONTA GROSSA, PR
2014
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SUMÁRIO
1 CRONOGRAMA ...................................................................................... 5
2 APRESENTAÇÃO ................................................................................... 7
3 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 9
4 LEITURA ................................................................................................. 11
5 CONTOS ................................................................................................. 13
6 ÁFRICA ................................................................................................... 14
7 PAÍSES LUSÓFONOS ............................................................................ 15
8 CONTOS DE ADIVINHAÇÃO ................................................................. 17
9 O GÊNESE AFRICANO .......................................................................... 19
10 O DIA EM QUE EXPLODIU MABATA-BATA,
MIA COUTO – MOÇAMBIQUE ............................................................... 21
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 24
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ........................................................................ 24
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1 CRONOGRAMA
ATIVIDADES ENCAMINHAMENTO CH
ATIVIDADES ENCAMINHAMENTO CH
2 APRESENTAÇÃO
3 INTRODUÇÃO
Professores:
Convido-os para uma belíssima viagem. O roteiro será conhecer os valores,
saberes e a magia das narrativas africanas. Os africanos escravizados que foram tra-
zidos para o Brasil vieram de navio. Mas, hoje, quero que embarquem nos livros e
sigam rumo à África. Como o continente é extenso, nesta viagem, visitarão os países
que adotam oficialmente a língua portuguesa, ou seja, os países lusófonos.
Antes de iniciarem a viagem, abrindo um baú de livros, apresento para uma
reflexão o conto “Segredo de família”, que narra uma história que foi ocultada por
muitos anos.
SEGREDO DE FAMÍLIA
Era ainda menina, nos anos 70. Sofia, pele clarinha, olhinhos verdes, cabelos com cachinhos
douradinhos, sempre diziam que era descendente de europeus. Pai de origem alemã e polonesa,
mãe de origem italiana e brasileira, assim falavam.
Sofia viveu a infância e adolescência em um reino encantado, um sítio, num lugarejo a 24 km de
uma cidade. Era uma região com enormes fazendas, outros sítios, uma igreja, uma estação fer-
roviária e um cemitério.
Mas, na infância, Sofia ficava intrigada com os passeios que ela, sua irmã, a mãe e a avó materna
faziam. Sempre visitavam as moradas dos entes queridos no cemitério do lugarejo. Havia um
mistério que Sofia não conseguia decifrar. A família da menina visitava um túmulo simples, caiado
(pintado com cal), sem lápide.
A garotinha, muito curiosa, perguntava para a mãe a quem pertencia aquele túmulo. A mãe de
Sofia dizia apenas que era da bisavó Sabina.
Os anos se passaram, lentamente, o mistério continuava.
Em 2007, a Prefeitura da cidade vizinha assumiu a administração dos cemitérios do interior. As
famílias deveriam cadastrar os túmulos no Serviço Funerário Municipal. Como cadastrar o túmulo
da bisavó Sabina? Quando ela nasceu? Quando ela morreu? Quem teria uma foto da bisavó?
Sabiam que tinha falecido em 1953. Sofia, a irmã mais velha e o irmão mais novo iniciam uma
pesquisa para responder à questão da data de nascimento. Se a bisavó morreu com 80 anos,
então nasceu em 1873.
Parecia impossível encontrar um foto daquela época. Procura num lugar, procura em outro. Ufa!
A mãe de Sofia encontrou, em uma caixa secreta, uma foto amarelada, rasgadinha, da bisavó.
E o segredo foi revelado!
A bisavó de Sofia era negra.
Mais uma história que foi ocultada...
Autora: Maristel Sauer (Texto escrito em julho de 2014)
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Este conto é um registro da minha vida. A personagem Sofia sou eu. Muitas
histórias de famílias foram ocultadas por muito tempo ou não reveladas porque, infe-
lizmente, era muito difícil transpor barreiras e vencer o preconceito.
E, agora, depois de um momento para reflexão, estão preparados para embar-
car nos livros e iniciar a viagem?
Calma! Antes de abrir o baú dos livros, tem mais uma história para contar!
Se um dos objetivos é o aprimoramento das relações étnico-raciais na escola
e na sociedade, gostaria de convidá-los a conhecer mais uma história que foi omitida
na História oficial. É necessário citarmos exemplos de pessoas que ajudaram a cons-
truir nossa sociedade e levarmos para a sala de aula valores da cultura africana sem
nos determos somente nas imagens e textos da época da escravidão.
Em Roxo Rois, localidade rural próxima ao Distrito de Guaragi, entre os anos de 1940 a 1980,
trafegavam por lá os trens de passageiros que faziam as linhas Ponta Grossa – Irati e a linha
Ponta Grossa – Montevidéu.
Quando o trem de passageiros se aproximava da Estação Ferroviária de Roxo Rois, lá estavam
as admiráveis vendedeiras de frutas. Eram a Srª Pedra, Alice e Lurdes, senhoras negras que, por
falta de oportunidade de emprego ou difíceis condições financeiras, vendiam frutas na Estação
Ferroviária.
A presença destas mulheres deixou o registro cultural na região. Até hoje, pessoas que viveram
naquela época, lembram das frutas que elas vendiam. Quando recordam das paradas na Estação
Ferroviária até se emocionam com as doces lembranças deixadas por aqueles momentos de
alegria. Os passageiros ficavam ansiosos para comprar as frutas da região.
As vendedeiras organizavam as frutas em cestas que equilibravam com o apoio de rudia (pedaço
de pano enrolado em círculo, formando uma pequena almofada) sobre a cabeça. Tudo era orga-
nizado por elas, arrumavam os cestinhos de bambu ou pacotinhos de papel com jabuticabas,
caquis, ameixas, amoras, amoras silvestres, pinhão cozido e milho verde cozido.
As vendedeiras de Roxo Rois praticavam o comércio ambulante de produtos comestíveis, confe-
rindo-lhes autonomia em relação aos homens e muitas vezes o papel de provedoras de suas
famílias. Além do exemplo de dedicação ao trabalho, elas deixaram o registro do carinho dos
passageiros e os sabores das frutas que não foram esquecidos pelas pessoas.
Os anos vão passando e as histórias permanecem. Até quando, ninguém sabe.
Espero que estejam preparados para abrir o baú, embarcar nos livros com as
belas histórias africanas que nos conduzem à reflexão sobre valores e ensinamentos.
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Fazendo esta viagem, cada um terá possibilidade de encontrar preciosidades que au-
xiliarão nas práticas pedagógicas, levando os alunos a construir seus conhecimentos
e, acima de tudo, exercer a cidadania, compreendendo novos significados para trans-
por as barreiras do preconceito e racismo que ainda existem na sociedade.
4 LEITURA
Fonte: <http://bibliotecafmvzusp.blogspot.com.br/2012/01/os-fantasticos-livros-voadores-do-sr.html>.
Encaminhamento da atividade:
Distribuir cópia da sinopse do curta-metragem para os alunos.
Pedir que façam uma leitura silenciosa da sinopse.
Para avaliar se os alunos compreenderam as informações contidas na sinopse,
o professor poderá fazer questionamentos.
Exibir o curta-metragem “Os Fantásticos Livros Voadores do Sr. Lessmore”.
Após a exibição do vídeo, fazer um momento para comentários sobre a história
do Sr. Lessmore.
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5 CONTOS
6 ÁFRICA
Encaminhamento da atividade:
Para realizar a leitura dos contos africanos, é importante entregar aos alunos
uma ficha com perguntas sobre as informações que têm da África. Responder
em sala de aula.
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7 PAÍSES LUSÓFONOS
Países lusófonos são os países que têm a língua portuguesa como idioma ofi-
cial. Em 1996, foi criada a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),
afirmando o vínculo linguístico. Neste ano, os países que assinaram o documento de
integração foram Brasil, Portugal, e os países africanos: Angola, Cabo Verde, Guiné-
Bissau, São Tomé e Príncipe e Moçambique. Timor-Leste, país do sudeste asiático,
em 2002, depois da sua independência, integrou-se à Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa. Os países africanos que foram colônias lusitanas até os anos
1970 desenvolveram a língua portuguesa com algumas características diferentes do
português falado no Brasil. Nesses países, além do português, os habitantes falam
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Encaminhamento da atividade:
Os alunos sabem quais são os países lusófonos?
Iniciar a aula perguntando aos alunos se conhecem a música “Lusofonia”, de
Martinho da Vila.
Perguntar a eles o significado da palavra “lusofonia”.
Passar o significado da palavra “lusofonia”.
Exibição do documentári “Língua – Vidas em Português – Lusofonia”.
8 CONTOS DE ADIVINHAÇÃO
Encaminhamento da atividade:
Perguntar aos alunos: O que são contos de adivinhação?
Entregar para cada aluno uma ficha contendo o título da obra e um quadro
com três colunas, identificadas com os nomes dos contos.
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O professor realiza a leitura do quadro e explica que cada uma das histórias
apresenta um desafio a ser solucionado. Cada aluno deverá encontrar a res-
posta e registrá-la na ficha.
Após a leitura dos três contos, solicitar que cada aluno apresente a solução
que encontrou para o desafio contido em cada história.
O professor poderá ler as histórias e apresentar as soluções dos desafios re-
gistrados no livro.
Perguntar aos alunos quais ensinamentos encontrados nos contos lidos.
Acolher as interpretações dos alunos.
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9 O GÊNESE AFRICANO
O conto “Por que o Sol e a Lua vivem no céu” foi escolhido para interpretação
em sala de aula porque é rico em detalhes e tem como tema a Amizade. Mais uma
razão para a escolha é que este conto faz parte da primeira coletânea de contos afri-
canos publicada no Brasil, em 1966, organizada e prefaciada pelo escritor Fernando
Correia da Silva e traduzida por Maria Adelaide Baptista Nunes. A coletânea reúne
contos de tradição oral, subdivididos em três grupos temáticos: “O Gênese Africano”,
“O Reino dos Animais” e “O Reino do Homem”. Há também na coletânea histórias
curtas assinadas por autores representativos da Nova África.
Informações sobre o autor: Fernando Correia da Silva nasceu em Lisboa,
em 1931, e faleceu no dia 18 de julho de 2014, em Lisboa. Ele organizou e prefaciou
a primeira coletânea de contos africanos publicada no Brasil. Os contos registrados
nesta obra são da tradição oral africana.
Atividade – Leitura e interpretação do conto “Por que o Sol e a Lua vivem no céu”
Há muitos anos o Sol e a Água eram grandes amigos e ambos viviam sobre a terra. O Sol ia ver a
Água muitas vezes, mas a Água nunca lhe retribuía a visita. Por fim o Sol perguntou à Água por que
razão ela nunca o ia ver à sua casa. A Água respondeu que a casa do Sol não era suficientemente
grande e que se ela lá fosse com os seus familiares, expulsariam de lá o Sol.
Depois a Água disse:
_ Se queres que te vá visitar, tens de construir uma fazenda muito grande, mas presta atenção, terá
de ser um lugar imenso, porque a minha família é muito numerosa e ocupa um espaço imenso.”
[...]
(Fragmento do conto “Por que o Sol e a Lua vivem no céu”, retirado do livro Contos africanos. Autor
organizador: Fernando Correia da Silva. Rio de Janeiro: Ediouro, 1966, p. 39 e 40)
Encaminhamento da atividade:
Entregar uma cópia integral do conto para cada aluno.
Pedir que façam a leitura silenciosa.
Orientar que anotem, no caderno, as palavras cujo significado não conhecem.
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Interpretando o texto:
1) O conto “Por que o Sol e a Lua vivem no céu” apresenta o valor humano Ami-
zade. Podemos explicar para os alunos a origem da palavra:
Amizade vem do latim amicitia: afeição, simpatia, aliança, pacto. É um laço que
se estabelece com o outro, e que é ao mesmo tempo compromisso e senti-
mento. É compartilhar, ouvir, dar e receber afeto, ser companheiro.
Todos sabem da importância da Amizade. Aproveitar o momento para refletir
sobre a Amizade: Como podemos fortalecer nossas amizades?
2) O narrador do texto é:
( ) narrador-personagem : aquele que narra a história e que também
participa dela.
( ) narrador-observador: aquele que narra a história, mas não
participa dela como personagem.
3) Identifique no texto:
Personagens:
Tempo (quando ocorre a história?)
Espaço (onde a história se passa?)
Moçambique
“Os conflitos que marcaram a história de Moçambique deixaram cicatrizes
como minas terrestres e racismo, mas não conseguiram domar a força das tradições
culturais. Misturados na memória e no cotidiano da nação moçambicana, a presença
da guerra e a ameaça da morte encontram resistência no sonho por paz e liberdade”.
(BRAGANÇA et al., 2010, p. 11)
Interpretando o conto:
Antes de entregar cópia do texto para os alunos, anotar o título do conto na
lousa e perguntar para eles o que suger e“O dia em que explodiu Mabata-bata”.
Os alunos podem comentar as respostas antes de ler o texto.
Entregar cópia do conto aos alunos.
Fazer leitura silenciosa e anotar palavras do texto que são desconhecidas.
Procurar, inicialmente, descobrir o significado das palavras pelo contexto; se
não for possível, consultar o dicionário.
Após leitura e compreensão do vocabulário, pedir aos alunos para responde-
rem:
1) Em uma narrativa, as personagens podem ser:
Protagonista: personagem central:
Antagonista: age em oposição ao protagonista;
Secundária(s): personagem com menor importância na narrativa.
Responda as questões abaixo:
a) Quem é a personagem central da narrativa? Por quê?
b) Quais são as antagonistas? Por quê?
c) Quais personagens podem ser consideradas secundárias nesta narrativa?
Por quê?
3) Na narrativa não se diz exatamente onde a história se passa, mas com as lei-
turas prévias sobre o autor e o contexto histórico de Moçambique, é possível
responder onde acontece a história.
5) No trecho: “Os filhos dos outros tinham direito da escola. Ele não, não era fi-
lho. O serviço arrancava-o cedo da cama e devolvia-o ao sono quando dentro
dele já havia resto de infância.” [...]
O Azarias não teve a oportunidade de frequentar a escola. Se você fosse um
amigo dele, o que faria para ajudá-lo?
6) O conto nos leva à reflexões a respeito de injustiças que ocorrem com as pes-
soas. Comente sobre as injustiças que acontecem em nossa sociedade.
REFERÊNCIAS
CHAVES, Rita. [Orelha] In. BARBOSA, Rogério Andrade. ABC do Continente afri-
cano. São Paulo: Edições SM, 2007.
SILVA, Fernando Correia da. Contos Africanos. Rio de Janeiro: Ediouro, 1966.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
SISTO, Celso. Mãe África: mitos, lendas, fábulas e contos. São Paulo: Paulus, 2007.
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