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Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7

Cadernos PDE

II
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

MARISTEL SAUER

LEITURA E RECONTAÇÃO DE CONTOS AFRICANOS

PONTA GROSSA, PR

2014
2

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ

MARISTEL SAUER

LEITURA E RECONTAÇÃO DE CONTOS AFRICANOS

Material Didático-Pedagógico elaborado para


utilização durante o processo de implementa-
ção do Projeto de Intervenção Pedagógica na
Escola, referente ao Programa de Desenvol-
vimento Educacional da Secretaria de Estado
da Educação, PDE, sob orientação do Profes-
sor Dr. Ubirajara Araujo Moreira.

PONTA GROSSA, PR

2014
3

Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2014

Título: Leitura e Recontação de Contos Africanos

Autora: Maristel Sauer

Disciplina/Área Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Colégio Estadual Profª Linda Salamuni Bacila


Projeto e sua localização:

Município da Escola: Ponta Grossa

Núcleo Regional de Ponta Grossa


Educação:

Professor Orientador: Dr. Ubirajara Araujo Moreira

Instituição de Ensino Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG


Superior:

Relação Interdisciplinar: Geografia e História

Resumo: Esta Unidade Didática foi elaborada com o


objetivo de desenvolver práticas de leitura de
contos africanos nas aulas de Língua
Portuguesa, no Ensino Fundamental. Com a
implementação desta Produção Didática,
pretende-se contribuir, mediante a leitura e
recontação de contos africanos, para a
conscientização e o aprimoramento das relações
étnico-raciais na escola e fora dela. Serão
trabalhados, com diferentes estratégias, alguns
contos africanos, a partir dos quais se pretende
desenvolver tanto a sensibilização estética como
ética, visando o conhecimento e a valorização da
cultura negra e a melhoria das relações étnico-
raciais.

Palavras-chave Leitura. Recontação. Contos africanos.


Relações étnico-raciais.

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público: Alunos do 8º Ano Ensino Fundamental


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SUMÁRIO

1 CRONOGRAMA ...................................................................................... 5
2 APRESENTAÇÃO ................................................................................... 7
3 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 9
4 LEITURA ................................................................................................. 11
5 CONTOS ................................................................................................. 13
6 ÁFRICA ................................................................................................... 14
7 PAÍSES LUSÓFONOS ............................................................................ 15
8 CONTOS DE ADIVINHAÇÃO ................................................................. 17
9 O GÊNESE AFRICANO .......................................................................... 19
10 O DIA EM QUE EXPLODIU MABATA-BATA,
MIA COUTO – MOÇAMBIQUE ............................................................... 21
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 24
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ........................................................................ 24
5

1 CRONOGRAMA

IMPLEMENTAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA 2015

ATIVIDADES ENCAMINHAMENTO CH

1) Apresentação da proposta Apresentar à turma a proposta de implementa- 02


de trabalho ção da Produção Didático-Pedagógica.

Exibição do vídeo “Os Fantásticos Livros Voa-


dores do Sr. Lessmore.”

Comentar sobre a história do Sr. Lessmore.


2) A importância da leitura
Produção de mensagens ou desenhos sobre a 04
importância da leitura.

Montagem do painel “A Leitura é...”

Informações sobre o gênero conto.


3) Conhecimentos sobre os 02
contos Questionário de investigação sobre os contos.

Socializar respostas do questionário.

Questionário: “Visões sobre a África”.

4) Visões sobre a África Comentar respostas em sala de aula. 02

Apresentação do mapa-múndi e falar sobre o


continente africano.

Audição da música “Lusofonia”, de Martinho da


Vila.

Comentários sobre “Lusofonia”.

Explicar sobre os países lusófonos. 04

5) Países lusófonos Exibição do Documentário “Língua – Vidas em


Português – Lusofonia”.

Atividades em grupos sobre os países africa-


nos lusófonos.

Cada grupo fará apresentação sobre um país


africano lusófono.
6

ATIVIDADES ENCAMINHAMENTO CH

Explicar sobre os contos de adivinhação.

Leitura, desafios e interpretação do livro “Três


Contos Africanos de Adivinhação”.

Informações sobre o autor Rogério Andrade


Barbosa.
6) Contos de adivinhação
Cada aluno escolherá um conto do livro para re-
contar aos colegas.
06
Momento para recontação .

Socializar os ensinamentos encontrados nos


contos lidos.

Leitura do conto “Por que o Sol e a Lua vivem


no céu”.

Repassar informações sobre o autor Fernando


Correia da Silva.

Leitura e interpretação do conto.


7) O Gênese Africano 06
Momento para refletir sobre o tema Amizade.

Compartilhar com a turma opinião sobre a Ami-


zade.

Recontar o conto através de desenhos, drama-


tização, fantoches...

Informações sobre Moçambique.

Exibição do Documentário “Língua – Vidas em


Português – Minas”.

Informações sobre Mia Couto.


8) Conto: “O dia em que explo- 06
Leitura e análise do conto
diu Mabata-bata”
Momento para reflexão sobre injustiças existen-
tes na sociedade.

Compartilhar sugestões para melhorar a convi-


vência na sociedade.
7

LEITURA E RECONTAÇÃO DE CONTOS AFRICANOS

2 APRESENTAÇÃO

A leitura é fundamental para a transformação do cidadão. Para Candido (1972),


citado nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica (2008, p. 57): “a literatura é
vista como arte que transforma / humaniza o homem e a sociedade”. É nesse pensar
que esta produção apresenta práticas de leitura de textos literários nas aulas de Lín-
gua Portuguesa de uma turma de 8º ano do Ensino Fundamental.
Com a implementação da Produção Didático-Pedagógica “Leitura e Reconta-
ção de Contos Africanos”, a leitura de contos africanos estará presente em sala de
aula, possibilitando uma formação de leitores capazes de compreender que os contos
apresentam as variadas etnias que formam o continente africano e mostram a diver-
sidade humana e tradições desses povos. Os contos sempre foram importantes para
a transmissão de valores das sociedades. Muitos acontecimentos ou relatos da histó-
ria puderam ser registrados porque houve o interesse e a sabedoria de alguém que
contou o que aconteceu para uma geração e assim foram registrados na memória e,
depois, na escrita.
A Intervenção Pedagógica atenderá às Diretrizes Curriculares de Língua Por-
tuguesa (PARANÁ, 2008), ao Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Profª
Linda Salamuni Bacila – Ensino Fundamental e Médio, e à Lei Nº11.645, de março de
2008.
O segundo parágrafo do artigo 26-A da Lei Nº 11.645 reforça a importância da
literatura e cultura afro-brasileira. É importante destacar que a nova legislação ao se
efetivar nas escolas, através de obras literárias, contribuirá para uma nova visão do
negro na formação da sociedade.
A proposta deste trabalho quer possibilitar aos alunos do Ensino Fundamental
a leitura de obras literárias que apresentem o negro com seus valores, ensinamentos,
sabedoria, que, por silêncio durante anos, não chegaram ao contexto escolar.
As atividades serão desenvolvidas com alunos de uma turma do 8° ano, do
Ensino Fundamental do Colégio Estadual Profª Linda Salamuni Bacila, Ponta Grossa,
8

Paraná. Com o objetivo de contribuir, mediante a leitura e recontação de contos afri-


canos, para a conscientização e o aprimoramento das relações étnico-raciais na es-
cola e fora dela, nesta Unidade Didática há atividades de leitura e interpretação de
contos africanos dos autores Fernando Correia da Silva, Mia Couto e Rogério Andrade
Barbosa.
Ao promover contato com as obras destes autores, esperamos contribuir para
a melhoria das relações raciais, educar cidadãos orgulhosos de seu pertencimento
étnico-racial, tendo seus direitos e sua identidade valorizados. Uma forma de comba-
ter o racismo e as discriminações a ele associadas é conhecer, reconhecer, valorizar
a cultura e história dos povos africanos.

Ilustração: Sidnei Blonski, segundo concepção de Maristel Sauer.


9

3 INTRODUÇÃO

Professores:
Convido-os para uma belíssima viagem. O roteiro será conhecer os valores,
saberes e a magia das narrativas africanas. Os africanos escravizados que foram tra-
zidos para o Brasil vieram de navio. Mas, hoje, quero que embarquem nos livros e
sigam rumo à África. Como o continente é extenso, nesta viagem, visitarão os países
que adotam oficialmente a língua portuguesa, ou seja, os países lusófonos.
Antes de iniciarem a viagem, abrindo um baú de livros, apresento para uma
reflexão o conto “Segredo de família”, que narra uma história que foi ocultada por
muitos anos.

SEGREDO DE FAMÍLIA

Era ainda menina, nos anos 70. Sofia, pele clarinha, olhinhos verdes, cabelos com cachinhos
douradinhos, sempre diziam que era descendente de europeus. Pai de origem alemã e polonesa,
mãe de origem italiana e brasileira, assim falavam.
Sofia viveu a infância e adolescência em um reino encantado, um sítio, num lugarejo a 24 km de
uma cidade. Era uma região com enormes fazendas, outros sítios, uma igreja, uma estação fer-
roviária e um cemitério.
Mas, na infância, Sofia ficava intrigada com os passeios que ela, sua irmã, a mãe e a avó materna
faziam. Sempre visitavam as moradas dos entes queridos no cemitério do lugarejo. Havia um
mistério que Sofia não conseguia decifrar. A família da menina visitava um túmulo simples, caiado
(pintado com cal), sem lápide.
A garotinha, muito curiosa, perguntava para a mãe a quem pertencia aquele túmulo. A mãe de
Sofia dizia apenas que era da bisavó Sabina.
Os anos se passaram, lentamente, o mistério continuava.
Em 2007, a Prefeitura da cidade vizinha assumiu a administração dos cemitérios do interior. As
famílias deveriam cadastrar os túmulos no Serviço Funerário Municipal. Como cadastrar o túmulo
da bisavó Sabina? Quando ela nasceu? Quando ela morreu? Quem teria uma foto da bisavó?
Sabiam que tinha falecido em 1953. Sofia, a irmã mais velha e o irmão mais novo iniciam uma
pesquisa para responder à questão da data de nascimento. Se a bisavó morreu com 80 anos,
então nasceu em 1873.
Parecia impossível encontrar um foto daquela época. Procura num lugar, procura em outro. Ufa!
A mãe de Sofia encontrou, em uma caixa secreta, uma foto amarelada, rasgadinha, da bisavó.
E o segredo foi revelado!
A bisavó de Sofia era negra.
Mais uma história que foi ocultada...
Autora: Maristel Sauer (Texto escrito em julho de 2014)
10

Este conto é um registro da minha vida. A personagem Sofia sou eu. Muitas
histórias de famílias foram ocultadas por muito tempo ou não reveladas porque, infe-
lizmente, era muito difícil transpor barreiras e vencer o preconceito.
E, agora, depois de um momento para reflexão, estão preparados para embar-
car nos livros e iniciar a viagem?
Calma! Antes de abrir o baú dos livros, tem mais uma história para contar!
Se um dos objetivos é o aprimoramento das relações étnico-raciais na escola
e na sociedade, gostaria de convidá-los a conhecer mais uma história que foi omitida
na História oficial. É necessário citarmos exemplos de pessoas que ajudaram a cons-
truir nossa sociedade e levarmos para a sala de aula valores da cultura africana sem
nos determos somente nas imagens e textos da época da escravidão.

AS VENDEDEIRAS DE FRUTAS DE ROXO ROIS

Em Roxo Rois, localidade rural próxima ao Distrito de Guaragi, entre os anos de 1940 a 1980,
trafegavam por lá os trens de passageiros que faziam as linhas Ponta Grossa – Irati e a linha
Ponta Grossa – Montevidéu.
Quando o trem de passageiros se aproximava da Estação Ferroviária de Roxo Rois, lá estavam
as admiráveis vendedeiras de frutas. Eram a Srª Pedra, Alice e Lurdes, senhoras negras que, por
falta de oportunidade de emprego ou difíceis condições financeiras, vendiam frutas na Estação
Ferroviária.
A presença destas mulheres deixou o registro cultural na região. Até hoje, pessoas que viveram
naquela época, lembram das frutas que elas vendiam. Quando recordam das paradas na Estação
Ferroviária até se emocionam com as doces lembranças deixadas por aqueles momentos de
alegria. Os passageiros ficavam ansiosos para comprar as frutas da região.
As vendedeiras organizavam as frutas em cestas que equilibravam com o apoio de rudia (pedaço
de pano enrolado em círculo, formando uma pequena almofada) sobre a cabeça. Tudo era orga-
nizado por elas, arrumavam os cestinhos de bambu ou pacotinhos de papel com jabuticabas,
caquis, ameixas, amoras, amoras silvestres, pinhão cozido e milho verde cozido.
As vendedeiras de Roxo Rois praticavam o comércio ambulante de produtos comestíveis, confe-
rindo-lhes autonomia em relação aos homens e muitas vezes o papel de provedoras de suas
famílias. Além do exemplo de dedicação ao trabalho, elas deixaram o registro do carinho dos
passageiros e os sabores das frutas que não foram esquecidos pelas pessoas.
Os anos vão passando e as histórias permanecem. Até quando, ninguém sabe.

Autora: Maristel Sauer (texto escrito em agosto de 2013)

Espero que estejam preparados para abrir o baú, embarcar nos livros com as
belas histórias africanas que nos conduzem à reflexão sobre valores e ensinamentos.
11

Fazendo esta viagem, cada um terá possibilidade de encontrar preciosidades que au-
xiliarão nas práticas pedagógicas, levando os alunos a construir seus conhecimentos
e, acima de tudo, exercer a cidadania, compreendendo novos significados para trans-
por as barreiras do preconceito e racismo que ainda existem na sociedade.

Fonte: Maristel Sauer (foto da própria autora, ano: 2014)

4 LEITURA

A Produção Didático-Pedagógica pretende conduzir os alunos ao prazeroso


universo da leitura literária e contribuir para o letramento de leitores competentes. De
acordo com As Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa (2008), a leitura estabe-
lece um ato dialógico, a interlocução entre o texto e leitor.

Atividade - Reflexões sobre a importância da leitura.


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Apresentar aos alunos o curta-metragem de animação “Os Fantásticos Livros


Voadores do Sr. Lessmore”, que conta uma linda história de amor pelos livros. Curta-
metragem produzido em 2011 e vencedor do Oscar em 2012.
Ficha Técnica;
Diretor: William Joyce, Brandon Oldenburg
Roteiro: William Joyce
Trilha Sonora: John Hunter
Duração: 15 min.
Ano: 2011
País: EUA
Gênero: Animação
Estúdio: Moonbot Studios
Disponível em: <http://bibliotecafmvzusp.blogspot.com.br/2012/01/os-fantasticos-li-
vros-voadores-do-sr.html>. Acesso em: 29 set. 2014.

Fonte: <http://bibliotecafmvzusp.blogspot.com.br/2012/01/os-fantasticos-livros-voadores-do-sr.html>.

Encaminhamento da atividade:
 Distribuir cópia da sinopse do curta-metragem para os alunos.
 Pedir que façam uma leitura silenciosa da sinopse.
 Para avaliar se os alunos compreenderam as informações contidas na sinopse,
o professor poderá fazer questionamentos.
 Exibir o curta-metragem “Os Fantásticos Livros Voadores do Sr. Lessmore”.
 Após a exibição do vídeo, fazer um momento para comentários sobre a história
do Sr. Lessmore.
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 Para que os alunos registrem a importância da leitura em suas vidas, solicitar


a eles para fazerem uma ilustração ou redigirem uma frase a fim de montarem
um painel.
 O painel terá o título: “A Leitura é...”

Ilustração: Sidnei Blonski, segundo concepção de Maristel Sauer.

5 CONTOS

Os contos fazem pensar, intrigam, trazem descobertas, provocam susto, riso


encantamento. Conto [...] é uma narrativa breve de um fato real ou fantasioso, desen-
rola-se com poucas personagens, apresenta apenas um drama, tem espaço e tempo
restritos, privilegia o diálogo e possui uma linguagem objetiva. Por meio da leitura do
conto pode-se descobrir outros lugares, outros tempos, outras formas de agir e ser,
outra ética. (GURGEL; LAGINESTRA; CLARA, 2009, p. 15).

Atividade – Conhecimentos sobre os contos.


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Fazer uma investigação sobre os conhecimentos prévios que os alunos têm


sobre o gênero “conto”.
 Entregar aos alunos uma ficha com as seguintes perguntas:

1) Qual o primeiro conto significativo em sua vida?


2) Por que este conto foi significativo para você?
3) Quem foi a pessoa mais importante para criar, em você, o gosto pelas histórias
ouvidas ou lidas?
4) Indique um conto de tradição oral (registrado em livro), que foi importante na
sua história de leitura.
5) Indique um conto de tradição literária que tenha marcado a sua trajetória de
leitura.

 Terminado o questionário, convidar os alunos para socializarem as respostas


com os colegas.

6 ÁFRICA

“Este continente é, ao mesmo tempo, muitos continentes. Os africanos são um


entrançar de muitos povos. A cultura africana não é uma única, mas uma rede multi-
cultural em contínua construção” (COUTO, Mia, apud CHAVES, 2007 [Orelha]).
As palavras acima, do escritor moçambicano Mia Couto, transmitem a força da
pluralidade da África, um continente com 54 países, onde há culturas diferentes que
se expressam em variadas línguas, diversos rituais e práticas religiosas.

Atividade – Visões sobre a África

Encaminhamento da atividade:
 Para realizar a leitura dos contos africanos, é importante entregar aos alunos
uma ficha com perguntas sobre as informações que têm da África. Responder
em sala de aula.
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1) O que você sabe sobre a África?


2) Como você adquiriu esta informação?
3) Você já leu algum livro, conto, poesia ou outro texto da literatura africana ou
afro-brasileira? Se lembra qual foi?

 Depois de respondidas as questões, o professor pode expor um mapa-múndi


político na sala de aula para que os alunos visualizem o continente africano e
seus países. Durante o desenvolvimento da atividade, manter o mapa-múndi
exposto na sala de aula.
 As respostas podem ser comentadas em sala de aula. O professor recolhe as
fichas respondidas pelos alunos.
 Depois de ouvir as respostas dos alunos, o professor pode solicitar apoio dos
professores de História e Geografia para complementarem informações sobre
o continente africano em suas aulas.
 No final da implementação da Produção Didático-Pedagógica, o professor po-
derá fazer novamente o questionamento sobre as visões que os alunos passa-
ram a ter sobre a África.

7 PAÍSES LUSÓFONOS

Países lusófonos são os países que têm a língua portuguesa como idioma ofi-
cial. Em 1996, foi criada a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),
afirmando o vínculo linguístico. Neste ano, os países que assinaram o documento de
integração foram Brasil, Portugal, e os países africanos: Angola, Cabo Verde, Guiné-
Bissau, São Tomé e Príncipe e Moçambique. Timor-Leste, país do sudeste asiático,
em 2002, depois da sua independência, integrou-se à Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa. Os países africanos que foram colônias lusitanas até os anos
1970 desenvolveram a língua portuguesa com algumas características diferentes do
português falado no Brasil. Nesses países, além do português, os habitantes falam
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outras línguas, herdadas de seus antepassados. O português está presente em docu-


mentos oficiais, nas escolas e é utilizado pelos escritores e poetas em suas produções
literárias. Com a CPLP há maior cooperação e integração entre os países lusófonos.
Atividade – Conhecendo os países lusófonos

Encaminhamento da atividade:
 Os alunos sabem quais são os países lusófonos?
 Iniciar a aula perguntando aos alunos se conhecem a música “Lusofonia”, de
Martinho da Vila.
 Perguntar a eles o significado da palavra “lusofonia”.
 Passar o significado da palavra “lusofonia”.
 Exibição do documentári “Língua – Vidas em Português – Lusofonia”.

Informações sobre o vídeo: A cena se passa em Duas Barras, Rio de Janeiro.


Martinho da Vila, cantor e compositor, fala sobre sua origem e sobre a memória cultu-
ral passada por meio da linguagem. O trecho ressalta a importância da língua portu-
guesa entre os países lusófonos. “Língua – Vidas em Português”, Documentário, Bra-
sil Portugal, 2004, Victor Lopes.
Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/
singlefile.php?id=22209>. Acesso em: 13 out. 2014.

 Entregar aos alunos cópia da letra da música “Lusofonia”.


 Colocar a música “Lusofonia” para ouvirem.
 Depois da audição, pedir que os alunos comentem sobre a música.
 Formar grupos para esta atividade. Repassar, por escrito, informações
sobre os países lusófonos africanos: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
São Tomé e Príncipe, Moçambique.
 Cada grupo receberá informações sobre um país africano lusófono e fará
leitura e estudo sobre o país para apresentar para os outros grupos.

Sugestão bibliográfica: BRAGANÇA, Albertino et al. Contos africanos dos pa-


íses de língua portuguesa. São Paulo: Ática, 2010.
17

8 CONTOS DE ADIVINHAÇÃO

“Os contos de adivinhação são populares na literatura oral africana. A oralidade


é um elemento central na manutenção das diversas culturas, dos valores, conheci-
mentos, ciência, história, modos de vida, formas de compreender a realidade, religio-
sidade, arte e ludicidade. A palavra falada, para os africanos, possui uma energia vital,
capaz de criar e transformar o mundo e de preservar os ensinamentos. As narrativas
se articulam à musicalidade, à entonação, ao ritmo, à expressão corporal e à interpre-
tação. Essas histórias são preservadas e contadas por narradores ou griôs treinados
desde a infância no ofício da palavra oral. Griôs são contadores de histórias, genea-
logistas (estudam a origem de um indivíduo ou família), mediadores políticos, conta-
dores, cantores e poetas populares que vivem em alguns países africanos. É por meio
da tradição oral que o griô transmite às novas gerações o que sabe, especialmente às
crianças. Há mulheres e homens que são griôs e griotes. Além das tradições de seu
povo, essas pessoas conhecem o som dos animais, dos grandes aos pequenos, das
cigarras aos elefantes”. (BRASIL, 2014, p. 33-34).

Atividade – Leitura do livro “Três Contos Africanos de Adivinhação”


Informações sobre o autor: Rogério Andrade Barbosa, professor e escritor
brasileiro, trabalhou como professor voluntário em Guiné-Bissau, na África, a serviço
das Nações Unidas, nos anos de 1979 a 1981. No livro “Três Contos Africanos de
Adivinhação”, além de recontar as narrativas recolhidas da literatura oral nigeriana,
interage com o leitor, desafiando-o a solucionar os enigmas apresentados às perso-
nagens, antes do desfecho das histórias. Os textos têm como um dos propósitos trans-
mitir ensinamentos de ética para uma boa convivência.

Encaminhamento da atividade:
 Perguntar aos alunos: O que são contos de adivinhação?
 Entregar para cada aluno uma ficha contendo o título da obra e um quadro
com três colunas, identificadas com os nomes dos contos.
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 O professor realiza a leitura do quadro e explica que cada uma das histórias
apresenta um desafio a ser solucionado. Cada aluno deverá encontrar a res-
posta e registrá-la na ficha.

ENCONTRE RESPOSTAS PARA OS DESAFIOS

Livro: Três Contos de Adivinhação


Autor: Rogério Andrade Barbosa
Colégio:___________________________________________________________
Aluno: ____________________________________________________________
Turma: ___________ Data: _________________________________
Projeto: ___________________________________________________________
Professor: _________________________________________________________

1º conto 2º conto 3º conto


Os três gravetos As três moedas de Três mercadorias
ouro muito estranhas

 Após a leitura dos três contos, solicitar que cada aluno apresente a solução
que encontrou para o desafio contido em cada história.
 O professor poderá ler as histórias e apresentar as soluções dos desafios re-
gistrados no livro.
 Perguntar aos alunos quais ensinamentos encontrados nos contos lidos.
Acolher as interpretações dos alunos.
19

9 O GÊNESE AFRICANO

O conto “Por que o Sol e a Lua vivem no céu” foi escolhido para interpretação
em sala de aula porque é rico em detalhes e tem como tema a Amizade. Mais uma
razão para a escolha é que este conto faz parte da primeira coletânea de contos afri-
canos publicada no Brasil, em 1966, organizada e prefaciada pelo escritor Fernando
Correia da Silva e traduzida por Maria Adelaide Baptista Nunes. A coletânea reúne
contos de tradição oral, subdivididos em três grupos temáticos: “O Gênese Africano”,
“O Reino dos Animais” e “O Reino do Homem”. Há também na coletânea histórias
curtas assinadas por autores representativos da Nova África.
Informações sobre o autor: Fernando Correia da Silva nasceu em Lisboa,
em 1931, e faleceu no dia 18 de julho de 2014, em Lisboa. Ele organizou e prefaciou
a primeira coletânea de contos africanos publicada no Brasil. Os contos registrados
nesta obra são da tradição oral africana.

Atividade – Leitura e interpretação do conto “Por que o Sol e a Lua vivem no céu”

“POR QUE O SOL E A LUA VIVEM NO CÉU (conto nigeriano)

Há muitos anos o Sol e a Água eram grandes amigos e ambos viviam sobre a terra. O Sol ia ver a
Água muitas vezes, mas a Água nunca lhe retribuía a visita. Por fim o Sol perguntou à Água por que
razão ela nunca o ia ver à sua casa. A Água respondeu que a casa do Sol não era suficientemente
grande e que se ela lá fosse com os seus familiares, expulsariam de lá o Sol.
Depois a Água disse:
_ Se queres que te vá visitar, tens de construir uma fazenda muito grande, mas presta atenção, terá
de ser um lugar imenso, porque a minha família é muito numerosa e ocupa um espaço imenso.”
[...]
(Fragmento do conto “Por que o Sol e a Lua vivem no céu”, retirado do livro Contos africanos. Autor
organizador: Fernando Correia da Silva. Rio de Janeiro: Ediouro, 1966, p. 39 e 40)

Encaminhamento da atividade:
 Entregar uma cópia integral do conto para cada aluno.
 Pedir que façam a leitura silenciosa.
 Orientar que anotem, no caderno, as palavras cujo significado não conhecem.
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 Disponibilizar dicionários para consulta.


 Resolver conjuntamente as dúvidas de vocabulário, depois da pesquisa nos
dicionários.
 O professor faz a leitura do texto para a turma.

Interpretando o texto:
1) O conto “Por que o Sol e a Lua vivem no céu” apresenta o valor humano Ami-
zade. Podemos explicar para os alunos a origem da palavra:
Amizade vem do latim amicitia: afeição, simpatia, aliança, pacto. É um laço que
se estabelece com o outro, e que é ao mesmo tempo compromisso e senti-
mento. É compartilhar, ouvir, dar e receber afeto, ser companheiro.
Todos sabem da importância da Amizade. Aproveitar o momento para refletir
sobre a Amizade: Como podemos fortalecer nossas amizades?

2) O narrador do texto é:
( ) narrador-personagem : aquele que narra a história e que também
participa dela.
( ) narrador-observador: aquele que narra a história, mas não
participa dela como personagem.

3) Identifique no texto:
 Personagens:
 Tempo (quando ocorre a história?)
 Espaço (onde a história se passa?)

4) O texto é riquíssimo em detalhes, bem caracterizado. Com uma leitura atenta


é possível visualizar a história, para aproveitar toda essa riqueza de detalhes
da narrativa e a linda mensagem sobre a Amizade. Solicitar aos alunos que
recontem a narrativa através de desenhos, imagens, colagens.
21

10 O DIA EM QUE EXPLODIU MABATA-BATA , DE MIA COUTO – MOÇAMBIQUE

Moçambique
“Os conflitos que marcaram a história de Moçambique deixaram cicatrizes
como minas terrestres e racismo, mas não conseguiram domar a força das tradições
culturais. Misturados na memória e no cotidiano da nação moçambicana, a presença
da guerra e a ameaça da morte encontram resistência no sonho por paz e liberdade”.
(BRAGANÇA et al., 2010, p. 11)

Atividade - Leitura do conto “O dia em que explodiu Mabata-bata”. O conto foi


publicado em 1986, quando Moçambique passava por uma guerra civil que durou de-
zesseis anos. As histórias do pastor Azarias, do grande boi malhado Mabata-bata e
da ave do relâmpago, ndlati, mostram o lugar mágico e o anseio pela mudança em
uma época marcada pela brutalidade.

Informações sobre o autor: Mia Couto nasceu em 1955, em Beira, Moçambi-


que. Antônio Emílio Leite Couto ganhou o apelido “Mia” do irmão mais novo. Adotou-
o por adorar gatos – quando criança, ele acreditava ser um deles. Antes de ser escri-
tor, Mia Couto cursou medicina e jornalismo, formando-se em biologia. Participou ati-
vamente do processo de independência de Moçambique e foi um dos compositores
do hino nacional de seu país. Tem vários livros publicados no Brasil e em diversos
países, dentre os quais figuram os romances “Um rio chamado tempo”, “Uma casa
chamada terra”, “O último voo do flamingo” e o livro de contos “O fio das missangas”.
Em uma entrevista ao Jornal Lusitano, Mia Couto fala sobre a importância da oralidade
em suas obras:
“Conto histórias e se pudesse contar sempre na oralidade era o que faria. O
que me dá gosto é fazer com que a oralidade invada a escrita e que, neste processo
de incursão do oral, a escrita, se desmanche, se desarticule. [...] A riqueza que há na
oralidade não deve ser perdida. Considero uma felicidade ter um pé na cultura origi-
nária do oral com toda a sua riqueza, porque é ela que me convida para entrar na
escrita”. (COUTO, Mia; apud MARTINS, 2006, p. 72).
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Encaminhamento da atividade: Leitura e interpretação do conto “O dia em


que explodiu Mabata-bata”
Primeiramente, exibir o documentário “Língua – Vidas em Português – Minas
terrestres”. Documentário produzido por Brasil e Portugal, dirigido por Victor Lopes. A
cena registrada no vídeo mostra a região de Bukisso, Moçambique, que passou por
várias guerras. Homens e mulheres da região trabalham na identificação e escavação
de minas terrestres.
Língua – Vidas em Português, Documentário, Brasil, Portugal, 2004, Victor Lo-
pes.
Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/
singlefile.php?id= 22209>. Acesso em: 13 out. 2014.

Interpretando o conto:
Antes de entregar cópia do texto para os alunos, anotar o título do conto na
lousa e perguntar para eles o que suger e“O dia em que explodiu Mabata-bata”.
Os alunos podem comentar as respostas antes de ler o texto.
Entregar cópia do conto aos alunos.
Fazer leitura silenciosa e anotar palavras do texto que são desconhecidas.
Procurar, inicialmente, descobrir o significado das palavras pelo contexto; se
não for possível, consultar o dicionário.
Após leitura e compreensão do vocabulário, pedir aos alunos para responde-
rem:
1) Em uma narrativa, as personagens podem ser:
Protagonista: personagem central:
Antagonista: age em oposição ao protagonista;
Secundária(s): personagem com menor importância na narrativa.
Responda as questões abaixo:
a) Quem é a personagem central da narrativa? Por quê?
b) Quais são as antagonistas? Por quê?
c) Quais personagens podem ser consideradas secundárias nesta narrativa?
Por quê?

2) Resuma em sete a dez linhas o enredo da narrativa.


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3) Na narrativa não se diz exatamente onde a história se passa, mas com as lei-
turas prévias sobre o autor e o contexto histórico de Moçambique, é possível
responder onde acontece a história.

4) O narrador do texto é narrador-personagem (1ª pessoa) ou narrador-observa-


dor (3ª pessoa)?

5) No trecho: “Os filhos dos outros tinham direito da escola. Ele não, não era fi-
lho. O serviço arrancava-o cedo da cama e devolvia-o ao sono quando dentro
dele já havia resto de infância.” [...]
O Azarias não teve a oportunidade de frequentar a escola. Se você fosse um
amigo dele, o que faria para ajudá-lo?

6) O conto nos leva à reflexões a respeito de injustiças que ocorrem com as pes-
soas. Comente sobre as injustiças que acontecem em nossa sociedade.

7) O que é necessário para melhorar a convivência entre as pessoas?


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REFERÊNCIAS

BARBOSA, Rogério Andrade. Três contos africanos de adivinhação. São Paulo:


Paulinas, 2009.

BIBLIOTECA VIRGINIE BUFF D’ APICE. Os Fantásticos Livros Voadores do Sr.


Morris Lessmore. Disponível em: <http://bibliotecafmvzusp.blogspot.com.br
/2012/01/os-fantasticos-livros-voadores-do-sr.html>. Acesso em: 29 set. 2014.

BRAGANÇA, Albertino et al. Contos africanos dos países de língua portuguesa.


São Paulo: Ática, 2010.

BRASIL. Presidência da República. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Dis-


ponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2008/Lei/L11645./zhtm#>. Acesso em: 12 jul. 2014.

BRASIL, Ministério da Educação. História e cultura africana e afro-brasileira na


educação infantil. Brasília: MEC/SECADI, UFSCar, 2014.

CHAVES, Rita. [Orelha] In. BARBOSA, Rogério Andrade. ABC do Continente afri-
cano. São Paulo: Edições SM, 2007.

MARTINS, António José Marques. O universo do fantástico na produção contista


de Mia Couto: potencialidade de leitura em alunos do Ensino Básico, 2006, 204 f.
Dissertação (Mestrado em Ensino da Língua e Literatura Portuguesa) – Universidade
de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, 2006.

GURGEL, Luiz Henrique; LAGINESTRA, Maria Aparecida; CLARA, Regina Andrade.


Dentro do conto tem... Na ponta do lápis. São Paulo: Centro de Estudos e Pesquisas
em Educação, Cultura e Ação Comunitária – CENPEC. Ano V, n. 12, p. 15, dez. 2009.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação


Básica – Língua Portuguesa. Curitiba: SEED, 2008.

SILVA, Fernando Correia da. Contos Africanos. Rio de Janeiro: Ediouro, 1966.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BARBOSA, Rogério Andrade. Contos ao redor da fogueira. Rio de janeiro: Agir,


2001.

SISTO, Celso. Mãe África: mitos, lendas, fábulas e contos. São Paulo: Paulus, 2007.
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SOUZA, Florentina; LIMA, Maria Nazaré (Orgs.). Literatura afro-brasileira. Salvador:


Centro de Estudos Afro-Orientais; Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2006. Dispo-
nível em: <http://www.ceao.ufba.br/livrosevideos/pdf/literatura%20afro brasileira.pdf>.
Acesso em: 20 maio 2014.

ZANOTTO, Maria Angélica do Carmo. Recontar Histórias. Revista do Professor.


Porto Alegre, Ano 19, n. 74, p. 5, abr./jun., 2003.

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