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Aluno: Flavio Souza de Oliveira

Professor: Rui Jorge Moraes Martins Junior

Data: 02/04/2020

Resenha do livro ‘’Cultura popular na idade moderna’’ do professor


Peter Burke.

Começa abordando a questão das canções populares, demonstrando o interesse por


parte dos intelectuais do final do sec. XVIII e inicio do século XIX por compilar
canções, durante um período em que tanto a musica quanto a literatura sofrem
mudanças.

Ocorre então uma ‘’descoberta do povo’’, os intelectuais passam a reconhecer e a


consumir a cultura popular e inclusive se aprofundar nas tradições populares, entrando
em contato com suas raízes antigas e clássicas preservadas pelas classes populares.

Desde filósofos como Rousseau, apreciador da musica popular, até membros das
classes proeminentes da corte espanhola, que se trajam em determinadas ocasiões de
modo similar aos trabalhadores, como forma de expressar contraposição ao predomínio
francês e consequentemente ao iluminismo.

Os irmãos Grimm, por exemplo, valorizavam a tradição acima da razão,


defendendo os instintos do povo acima dos argumentos dos intelectuais. Isso pode ser
caracterizado pelo novo respeito à religião popular e pela atração dos contos populares
relacionados ao sobrenatural.

O iluminismo não era apreciado em algumas regiões por ser estrangeiro e


principalmente francês. A ênfase dada a cultura popular se deu com grande força entre
povos que estavam sob jugo de outros povos. Buscavam em suas tradições populares os
elementos necessários para seu movimento nativista em oposição a seus dominadores.

Sendo a cultura popular presente principalmente em zonas periféricas, não causa


espanto o fato de que os principais intelectuais e disseminadores da cultura popular
terem o seu passado conectado de alguma forma às classes subalternas da periferia.

Já no inicio do século XIX se tornará comum escritores se apossarem de


elementos da cultura popular e “aprimora-las’’ com palavras de sua própria lavra, dentre
estes podemos citar Percy, Scott, os Grim, Koradzi, Lonrot e outros”. Geralmente
considerados editores de contos populares, que seguiram os mesmos princípios dos
editores de baladas.

As estórias circulavam em dialeto popular, e em países como Alemanha, a língua


da classe media era literalmente diferente da língua falada pelos artesãos e camponeses.
Livros escritos com o dialeto popular eram muitas vezes inteligíveis para aqueles
editores que buscavam trabalhar com esse tipo de texto, ocorrendo tanto as traduções
quanto os chamados “aprimoramentos”, que justificava o termo empregado de
“editores” de contos populares. Há aqueles que compilavam historias popular e usavam-
nas como corpo principal para escrita base no desenvolvimento de suas obras.

Ocorriam também diversas compilações de musicas folclóricas e as tais


“aprimorações”, de maneira que as alterações ficam mais evidentes quando os
descobridores e colecionadores transmitiam-nas ao publico, principalmente a classe
média que já tinha o ouvido treinado.

Peter Burke deixa evidente como existiam duas tradições distintas entre as classes
do inicio da era moderna, mas que não correspondiam simetricamente aos dois
principais grupos sociais, elite e povo comum.

A grande tradição estava restrita a uma minoria de uma cultura fechada, acessível
somente pela superestrutura da sociedade, que tinha sua transmissão formal nos liceus e
universidades, inacessível as pessoas comuns, que de maneira literal se quer falavam
aquela linguagem empregadas pelas classes altas.

Por outro lado à cultura popular era de acesso irrestrito, tento participações de
todas as classes sociais, até mesmo do clero. A minoria era bicultural e bilíngue, falando
e escrevendo em latim ou forma literária do vernáculo como forma culta de se exprimir,
e enquanto continuava a falar dialeto como linguagem secundaria paralelamente o povo
falava apenas o seu dialeto local.

No de correr do século XVI era comum o povo e a elite dividirem o mesmo


espaço na plateia em eventos populares. Os padres quando realizavam cerimonias de
casamento para camponeses, emprestava suas vestes aos noivos ou lhe era dado às
honras de dançar com a noiva. Os bufões eram populares entre todos, e frequentemente
se apresentavam em tavernas, e em outras ocasiões podendo se apresentar até aos nobres
da corte. Nobres do clero e da nobreza também poderiam ser artistas e se apresentavam
para as classes populares. Os nobres viam sua grande tradição como algo serio e restrito,
e a pequena tradição, a do povo, como mero divertimento.

Peter Burke também demonstra como com o passar do tempo durante o período
moderno as classes começam a entrar em conflito e a se distanciarem cada vez mais, de
modo que o status quo no final de século XVII já se demonstrava diferente se
comparado ao século XVI, principalmente o distanciamento da minoria culta e das
classes que estavam à se isolar numa nova cultura propriamente particular.

O clero tentava reformar a cultura popular, existia um movimento puritano que


queria purificar a cultura popular através da modificação das atitudes e valores do
restante da população. Os vitorianos na França do século XVIII já diziam que os
artesãos e camponeses não passam de receptáculos passivos.

Todas as danças sofreram ataques , mas as danças folclóricas sofreram


condenações especificas, atacavam atores por acreditarem que o diabo era mestre do
ilusionismo. O que havia de errado na cultura popular era aquilo que definiam como
“praticas não cristãs por conter vestígios do paganismo”.

As guildas e alguns grupos como os de sapateiros que por fazerem trabalhos


repetitivos acabavam tendo um maior tempo de reflexão foram um dos principais
grupos a difundirem o protestantismo calvinista na França.

O professor Peter Burke nos mostra maneira de como os reformadores agiram om


relação a cultura popular: Os reformadores reprovavam diversos costumes por serem
remanescência do paganismo. O carnaval símbolo da cultura popular era comparado
pelos reformadores aos bacanais, festas feitas ao deus Baco pelos romanos, ou Dionizio
nos tempos da Grécia antiga.

Embates de pensamento entre os protestantes e os católicos, em que os protestantes


usavam do teatro para ridicularizar o clero, e diziam os santos católicos serem
remanescentes dos deuses e heróis pagãos. É possível assim, ser percebida a formação
de muitas características das igrejas que temos hoje. Durante os sermões em que os
pregadores provocavam risos ou faziam as pessoas chorarem e empregavam expressões
não adequadas, até mesmo o futebol foi criticado pela igreja por parecer segundo eles
uma luta.

Na medida em que o clero tendia a transformação da cultura popular, o clero foi


proibindo os populares de participarem das festas tradicionais à maneira Tradicional. Os
religiosos já condenavam a cultura popular em plena idade media, e isso demonstra
como a cultura popular é resistente. As reformas medievais eram mais fracas e de menor
alcance, devido não haver uma comunicação tão branda, portanto os esforços eram
esporádicos e de nível individual.

O concelho de Trento foi feito como uma forma tanto de conter o povo quanto
para se contrapor às heresias de Lutero e Calvino. A rebelião dos Mouros, que são
descendentes dos árabes que tomou a península ibérica por um período, como islâmicos
se operam a reforma e fizeram uma rebelião, fazendo com que o povo se manifestasse
ainda mais, construindo carros alegóricos com formato de nau dos loucos e
ridicularizando o clero.

O professor Peter Burke deixa claro a formação do alfabetismo e a propagação da


leitura no ocidente principalmente com as reformas protestantes que buscavam, de um
espectro positivo, levar a bíblia e a leitura à todos, havendo assim uma serie de
traduções da bíblia por diversos autores.

Uma serie de reformadores da segunda fase simplesmente não levavam mais a


serio a feitiçaria, um numero crescente de livros e gráficos estão no mercado, os
professores Peter Burke nos situa de que embora caros e de difícil acesso, os livros,
dentre eles principalmente a bíblia ganhavam espaço em diversas casas por toda a
Europa, sendo em média um livro para cada dez casas e sendo principalmente os
nórdicos os mais alfabetizados, paralelamente por serem aqueles que mais adeririam ao
protestantismo. Foram criadas diversas escolas para a propagação do evangelho fazendo
com que a Europa ocidental tinha um maior numero de letrados que na Europa oriental.

Pela dificuldade de ter acesso aos livros à venda de folhetos com linguagens
simples se tornou uma alternativa para aqueles que buscavam a leitura, o que propiciou
uma transformação no pensamento popular.

Os artesões eram uma camada frequentemente questionadora da sociedade, por


serem aqueles que mais frequentemente tinham acesso à livros. No período em que
ocorre a revolução cientifica irá ocorrer aquilo que Max Weber chamou de “o
desencanto do mundo”. Após a revolução francesa o governo reduziu a importância à
religião, o que ocasionou a deixada de diversas pessoas de suas obrigações.

Diversas rebeliões ocorreram ao longo da idade moderna, além de guerras civis na


França, Países Baixos e Alemanha por exemplo. A guerra dos camponeses alemães de
1525 mais especificamente, ocorreu por um povo que instigado pelo protestantismo, que
fizeram sublevações não só por uma questão religiosa, mas também de protesto à
servidão. Os mendigos criavam canções, criticavam o rei e chamavam o papa de
anticristo.

Com a elevação da criticidade do povo europeu e o descontentamento


principalmente com as classes dirigentes, surgem os jornais, que tiveram um grande
papel na guerra dos trinta anos. No século XVII na Inglaterra existiram os niveladores,
que expressavam a ideia de que as leis deveriam ser iguais e o povo deveria escolher os
membros do parlamento.

Na metade do século XVIII já havia uma perda da credulidade em profecias, a


crença nas bruxas foram desaparecendo e com isso o caráter de perseguição às bruxas
também, principalmente nas instituições e possivelmente o povo. Percebe-se então que
aos poucos o povo se tornava mais racional e questionador, mas ainda não perdendo
suas superstições, assim como ainda hoje as pessoas não perderam.

O livro “Cultura popular na idade moderna” do professor Peter Burke, é um livro


denso de informações sobre a classe popular na idade moderna. Com uma linguagem
um pouco rebuscada as vezes, mas que com uma boa reflexão pode-se compreender o
texto, o livro é uma ótima escolha para aqueles que buscam uma leitura da historia sob
uma perspectiva das classes populares.

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