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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

Faculdade de Medicina do Mucuri

Iago Felipe de Almeida

Resenha do artigo “Fisiopatologia da Esquizofrenia: Aspectos atuais”

Internato em Saúde Mental

TEÓFILO OTONI - MG

2019
Resenha sobre o artigo “Fisiopatologia da Esquizofrenia: Aspectos atuais”
Autores: Ary Gadelha de Alencar Araripe Neto, Rodrigo Affonseca Bressan, Geraldo Busatto Filho
Publicação: Neto, A.G.A.A. et al. / Rev. Psiq. Clín. 34, supl 2; 198-203, 2007

O presente artigo tem como objetivo revisar os principais avanços na compreensão


fisiopatológica da esquizofrenia, e inicia-se destacando as características clínicas, como o inicio
na adolescência e curtos deteriorante, mas sem grandes alterações neurológicas, como
importantes fatores que despertam curiosidade nos pesquisadores, sendo esta patologia uma
das mais estudadas dentro da Psiquiatria.

Ao realizar uma análise histórica da esquizofrenia, pode-se notar como a hipótese do


agente causador desta patologia também evoluiu. Inicialmente, pensava-se que a esquizofrenia
era oriunda de uma neurodegeneração, uma espécie de demência endógena (chamada
inicialmente de Dementia Praecox), entretanto, com a incapacidade de evidenciar uma
alteração estrutural, que incorporasse a esquizofrenia no grupo das demências, a segunda
hipótese proposta foi de alterações nos neurotransmissores como origem uni causal da
Esquizofrenia, mas, por volta da década de 90, e com os avanços nos métodos de avaliação, foi
possível associar alterações genéticas à gênese dessa patologia, levantando a hipótese de que a
fisiopatologia seja multicausal, sendo esse o novo foco das pesquisas, identificar pacientes com
alto risco de desenvolvimento dessa doença.

A primeira teoria sobre qual neurotransmissor estaria alterado na esquizofrenia, trouxe


como fonte de estudo a Dopamina, pois o haloperidol e a clorpromazina (primeiras drogas
utilizadas no tratamento da doença), causavam um aumento de metabólitos da dopamina em
algumas regiões do cérebro. A partir dessa observação, foi proposto que os antipsicóticos
agiriam por intermédio de um antagonismo dos receptores dopaminérgicos. Esta é a principal
hipótese que sustenta os sintomas positivos da esquizofrenia, e sabe-se que atualmente todos
os antipsicóticos bloqueiam os receptores D2, mas com diferentes graus de afinidade.
Entretanto, a teoria dopaminérgica, vista isoladamente, é falha em explicar algumas questões,
como o motivo dos sintomas aparecerem na adolescência e começo da vida adulta, e porquê os
antipsicóticos não serem igualmente eficazes sobre os sintomas negativos.

A segunda teoria que o artigo nos trouxe foi a Teoria Serotoninérgica. Essa teoria era
fundamentada na experiencia sensorial (alucinações visuais) e de despersonalização causada
pelo abuso da droga recreativa LSD, que tem como mecanismo de ação, o antagonismo dos
receptores serotoninérgicos. Entretanto, essa teoria foi deixada de lado por volta da deca da de
80, quando os antipsicóticos atípicos, que tinham uma afinidade maior por receptores
serotoninérgicos, e passou a acreditar que a ação serotoninérgico seria responsável por um
melhor efeito sobre os sintomas negativos e teria reação protetora saber a indução de sintomas
extrapiramidais.

A terceira teoria foi do glutamato. Por estudo da Fenciclidina e da Ketamina, dois


anestésicos que promoviam como efeitos adversos, delírios, desorganização, ilusões visuais e
auditivas, com embotamento afetivo e retardo psicomotor, foi possível conceber a hipótese de
que o glutamato tem uma ação importante na gênese da Esquizofrenia. O mecanismo de ação
das Fenciclidina e Ketamina são por antagonismo do receptor glutamatérgico tipo NMDA, e com
administração de forma crônica da Fenciclidina, foi possível observar uma redução do turnover
de dopamina no córtex frontal e aumento da sua liberação em regiões subcorticais, que em
conjunto com outras evidencias, demonstraram interligação destes sistemas na etiopatogenia
da esquizofrenia.
A quarta hipótese para elucidar a fisiopatologia da Esquizofrenia é chamada de Hipótese
neurodesenvolvimental, que traz os conceitos mais atuais de carga genética individual e como
a modulação por fatores ambientais pode predispor algumas doenças, neste caso, a
Esquizofrenia também.

Os fatores foram separados em fatores precoces e tardios. Os fatores precoces, como


restrição de crescimento in útero, presença de sintomas neurológicos leves na infância , e
crianças com alterações da função executiva, atenção e linguagem, que apresentavam parentes
de primeiro grau com esquizofrenia, apontavam que pode haver relação entre um agente
ambiental e um risco muito maior de desenvolver a patologia, quando comparados a outras
crianças. Essa teoria enfatiza que tais fatores poderiam levar a um dano cerebral, ou serem
consequências deste dano, que predisporia a esquizofrenia.

Entre os fatores tardios, o artigo em questão foca no uso de maconha, e esse agente
isoladamente pode ser considerado diretamente um fator de risco para esquizofrenia, como
uma forma de aliviar sintomas negativos da patologia, como a ansiedade, depressão ou efeito
adverso dos antipsicóticos. Estudos prospectivos apontam que há uma relação causal entre o
uso de maconha e o aparecimento de Esquizofrenia, e que normalmente, o uso da droga
precede o surgimento da doença e está relacionado a um maior risco de desenvolve-la.

Ao tentar identificar a origem neuropatológica da esquizofrenia, vários estudos


confirmaram a presença de algumas alterações que são comuns nessa patologia, como a
presença de alargamento ventricular, diminuição do volume cortical, principalmente no córtex
temporal medial, córtex pré frontal, neocortex temporal, insula, gânglios da base e hipocampo,
sendo estas reduções volumétricas relacionadas a diminuição do volume neuronal e das
ramificações dendríticas e axonais, e não com uma redução total do numero de neurônios,
sugerindo então , que a alteração sináptica seria o elemento central na patologia da
esquizofrenia.

Com a modernização dos métodos diagnósticos, e com o descobrimento de alterações


estruturais no cérebro de um portador de Esquizofrenia, a teoria neurodegenerativa,
inicialmente vista com certa descrença, volta a ter importância, mas sob uma nova ótica, em
que se é questionado se essa doença tem uma origem no desenvolvimento cerebral, ou se é
oriunda de uma neurodegeneração. O artigo aponta que as duas teorias podem coexistir e não
necessariamente uma excluiria a outra, mas enfoca que a fisiopatologia da Esquizofrenia é
multicausal.

Conclusão: O artigo é uma revisão acerca de um tema ainda bastante obscuro, mesmo
com tantos avanços nas tecnologias para diagnóstico e rastreio das doenças. Muitas descobertas
foram feitas, como a alteração de neurotransmissores específicos, a origem genética e
alterações estruturais em áreas especificas do cérebro, que podem auxiliar na interpretação da
fisiopatologia da Esquizofrenia, entretanto, ainda são necessários muitos estudos para elucidar
de forma contundente, como acontece os mecanismos da fisiopatologia e tratamentos mais
específicos desta patologia.

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