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ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO

CONSULTORIA JURÍDICA DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO

PARECER/MP/CONJUR/GAN/Nºº 0423-3.13/2008

PROCESSO Nºº 02000.005335/2005-62

INTERESSADO: LISANDRO COGO BECK

EMENTA: CONSULTA. ADICIONAL POR TEMPO DE


SERVIÇO. MUDANÇA DE REGIME JURÍDICO (EXTINÇÃO
DOS CHAMADOS ‘ANUÊNIOS’) NO INTERREGNO ENTRE
A DISPENSA DO SERVIÇO MILITAR NÃO OBRIGATÓRIO
E A INVESTIDURA EM CARGO EFETIVO. DIREITO
PERSONALÍSSIMO NÃO CONSTITUÍDO. LEI Nº 8.112/1990.

1. A Secretaria de Recursos Humanos – SRH submete ao exame desta Consultoria


Jurídica os autos do Processo Administrativo acima indicado, proveniente do Ministério do Meio
Ambiente, o qual contempla requerimento do Sr. LISANDRO COGO BECK para averbar tempo de
serviço militar para todos os fins, inclusive para o enquadramento na tabela de vencimento da
Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Nota Técnica nº 26/2008/COGES/DENOP/SRH, de 19
de março de 2008, acostada às fls. 56/59).

2. Em ocasião anterior, a SRH havia manifestado entendimento no sentido de que para


o caso do servidor, que passou a ser regido pelo Regime Jurídico Único em 2005, a Lei nº 8.112, de
11 de dezembro de 1990, só previa o cômputo de tempo para fins de aposentadoria, férias e licença
para capacitação (Despacho de fls. 17/18).

3. Desta feita, às fls. 21, o servidor pede revisão daquele entendimento da SRH na parte
referente ao “... benefício de adicional por tempo de serviço (anuênio) ...”, com base em
documentação que apresenta, nela incluída cópia da NOTA/DAJI/CGU/AGU Nº 218/2007 – ASN,
aprovada pelo Exmo. Sr. Advogado-Geral da União substituto (fls. 24/32).
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4. A respeito do novo pleito, a SRH informa que não modificou seu anterior
entendimento sobre a negativa de concessão de anuênios a servidores que passaram a ser regidos
pelo Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e das fundações
públicas federais, após a extinção desse benefício (fls. 59 – item 16).

5. Os autos informam que o Sr. LISANDRO COGO BECK serviu ao Exército


Brasileiro no período de 19/02/1990 a 08/12/1990; de 01/07/1991 a 30/07/1991; e de 30/01/1992 a
27/02/1998, totalizando o tempo certificado de 6 anos, 8 meses e 21 dias (fls. 56 – item 3), e que
tomou posse no cargo efetivo de Analista Ambiental em 10 de março de 2005 (fls. 4).

6. É o relatório.

7. O art. 100 da Lei nº 8.112/90 dispõe que “É contado para todos os efeitos o tempo
de serviço público federal, inclusive o prestado às Forças Armadas”.

8. Quanto ao objeto do pedido do servidor, o Adicional por Tempo de Serviço — no


passado era previsto no art. 67 da Lei nº 8.112/90 — foi extinto pela Medida Provisória nº 1.815, de
5 de março de 1999 (convalidada pela Medida Provisória nº 2.225-45/2001).

9. A posse do servidor em cargo efetivo deu-se em 10 de março de 2005 (item 5 acima),


não havendo, portanto e salvo melhor juízo, fundamento jurídico para a Administração conceder-lhe
benefício extinto em 1999.

10. Por via oblíqua, essa assertiva observa os termos de precedente do Superior Tribunal
de Justiça, segundo o qual “(...) As vantagens de ordem pessoal, consideradas como tal os
adicionais por tempo de serviço, as gratificações concedidas em razão da natureza ou do local de
trabalho, uma vez incorporadas ao patrimônio do servidor, tornam-se insusceptíveis de extinção.
(...)” - in RMS 9936/RS – Relator Ministro HAMILTON CARVALHIDO - DJ 04.08.2003, p. 422
– destaque acrescentado.

11. Há, portanto, que se constituir um direito pessoal, na forma da lei, para ser
incorporado ao patrimônio jurídico do servidor e, por conseqüência, não mais ser susceptível de lhe
ser retirado.
12. No caso dos autos, não se constituiu esse direito pessoal (ou personalíssimo)
para ser incorporado ao patrimônio jurídico do servidor. Houve descontinuidade entre o término do

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serviço militar não obrigatório e a sua investidura em cargo efetivo, sendo que, nesse interregno, o
Adicional por Tempo de Serviço, então previsto no art. 67 da Lei nº 8.112/1990, foi extinto. Dessa
forma, por óbvio, não há que se falar em direito adquirido a regime jurídico anterior.

13. Nesse sentido, traz-se à colação o seguinte julgado, que, embora tratando de
situação diversa, demonstra a linha jurisprudencial daquela egrégia Corte:

“ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.


SERVIDOR PÚBLICO DO ESPÍRITO SANTO. INCORPORAÇÃO DA
GRATIFICAÇÃO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO – GATS.
INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO A REGIME JURÍDICO. RECURSO
IMPROVIDO. 1. O Superior Tribunal de Justiça, seguindo orientação firmada
pelo Supremo Tribunal Federal, já firmou o entendimento no sentido de que
servidor público não tem direito adquirido a regime jurídico. 2. Hipótese em que,
não obstante a mudança de regime jurídico – de celetista para estatutário – e
posterior opção pelo enquadramento no Plano de Carreira dos Servidores do
Ministério Público do Estado do Espírito Santo, regido pela Lei Estadual 7.233/02,
os recorrentes buscam incorporar aos seus vencimentos a Gratificação Adicional
por Tempo de Serviço – GATS, devida e calculada conforme o regime pretérito, o
que encontra óbice no pacífico entendimento jurisprudencial acima referido. 3.
Recurso ordinário improvido.” - in RMS 20691/ES – Relator Ministro ARNALDO
ESTEVES LIMA - DJ 11.06.2007, p. 335.” – destaque acrescentado.

14. Incidentalmente, registra-se que não se consideram aplicáveis ao caso concreto os


argüidos termos da NOTA/DAJI/CGU/AGU Nº 218/2007 – ASN (fls. 24/32) que, em síntese,
examinou assunto relativo a contagem do tempo de serviço militar obrigatório para efeito de
incorporação de anuênio, que não se confunde com o destes autos.

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15. A respeito de tanto, temos, respeitando eventual entendimento mais autorizado, que
melhor se adequariam às situações da espécie as conclusões1 do Parecer AGU/GM – 013/2000, com
as indispensáveis cautelas na sua interpretação, uma vez que também cuidou de tema diverso do que
ora se analisa.

16. Posto isso, do ponto de vista estritamente jurídico, opina-se no sentido de que o
entendimento da Secretaria de Recursos Humanos – SRH/MP sobre a negativa de concessão de
anuênios a servidores que passaram a ser regidos pelo Regime Jurídico dos Servidores Públicos
Civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, após a extinção desse benefício,
manifestado nos termos da Nota Técnica nº 26/2008/COGES/DENOP/SRH, de 19 de março de
2008 (fls. 56/59), está em conformidade com a legislação de regência.

17. É o entendimento que se submete à consideração superior, sugerindo-se o


encaminhamento dos autos à SRH/MP para as providências decorrentes.

Brasília, 28 de abril de 2008.

GERALDO ANTONIO NICOLI


Assessor Jurídico

De acordo. Ao Senhor Consultor Jurídico.


Em de abril de 2008.

SUELI MARTINS DE MACEDO


Coordenadora-Geral Jurídica de Recursos Humanos

Aprovo. Encaminhem-se os autos à SRH/MP, na forma proposta.


Em de abril de 2008.

WILSON DE CASTRO JUNIOR


Consultor Jurídico

1
Entre suas conclusões, releva destacar a que considera que “Na hipótese de tratar-se de posse e conseqüente vacância
de cargo pertencente à União, são preservados os direitos personalíssimos incorporados ao patrimônio jurídico do
servidor, mesmo se, na data em que este for empossado, os preceptivos de que advieram os direitos não mais
integrarem a ordem estatutária, pois subsistirá a relação jurídica e nenhuma interrupção ocorrerá na condição de
servidor da entidade empregadora.”
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