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Universidade Federal de Mato Grosso -UFMT

Curso de Especialização Lato Sensu em “educação ambiental campensina”

Educação do Popular e a Boniteza das Trocas Vivenciadas no


acampamento “Padre Ten Cate” e no assentamento Egídio Bruneto

Cuiabá, 2018
Educação do Popular e a Boniteza das Trocas Vivenciadas no
acampamento “Padre Ten Cate” e no assentamento “Egídio Brunetto”
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO LATO SENSU EM “EDUCAÇÃO AMBIENTAL CAMPENSINA” 

Eloide Carvalho (SEDUC) – eloide.2012@gmail.com


Déborah Luíza Moreira (GPEA/UFMT) – orientadora – demoreiranx@gmail.com
Ronaldo Senra (GPEA/UFMT) – coorientador – bolinhasenra@yahoo.com.br

Resumo:
Os diálogos entre a educação ambiental e a educação popular tem se constituido em um campo fertil de
possibilidades pedagógicas na medida em que valoriazam os saberes e as práticas (habitos) dos povos e das
populações (habitantes) sobre a natureza (habitat), estimulando a continuidade de seus modos de vida e
pensando junto com esses grupos táticas para fazer emergir com mais força as pedagogias insurgentes e
decoloniais que brotam da terra e dos territórios. O objetivo deste artigo é relatar a experiencia vivenciada
durante as visitas (intercâmbio cultural) no acampamento “Padre Ten Cate” e no assentamento “Egídio
Brunetto”, realizadas durante o curso de especializalção latu sensu em Educação Ambiental Campesina.

Palavras-chave: Educação popular; Educação Ambiental; Educação Ambiental Campesina.

1 Introdução

O grande mestre Paulo Freire escreveu que educação é um ato revolucionário e que é
em comunhão e no diálogo que os homens e as mulheres se libertam (1987). Com esse
horizonte, compreendendo a grandeza da Educação Popular e dos Círculos de Cultura o
Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Terra (MST) em parceria com Grupo
Pesquisador em Educação Ambiental Comunicação e Artes (GPEA) da Universidade Federal
de Mato Grosso (UFMT) idealizaram, planejaram e executaram o curso de Especialização em
Educação Ambiental Campesina (EAC), realizado pelo viés da Pedagogia da Alternância,
iniciado em 2016 e finalizado em 2018.
Vale reassaltar que tanto o tempo-escola quanto o tempo-comunidade foram planejados
na perceptiva da Educação Popular (FREIRE1987, FREIRE; NOGUEIRA, 1993;
BRANDÃO, 2006), pensada como esforço de capacitação, de mobilização e de organização
das populações camponesas, passando pela compreensão da ordem vigente desigual,
assentada na disparidade de classe, aonde escola se é um braço forte do sistema e que
qualquer mudança nessa ordem passa necessariamente por uma mudança no sistema de
ensino, sendo urgente fazer uma escola de outro jeito (FREIRE; NOGUEIRA, 1993).

Destarte, a especialização em EAC buscou formar educadoras/es numa perpectiva


crítica partindo sempre do local de onde se pisa, da prática social para juntos/as e no diálogo
ampliarmos nossa compreensão da realidade. Esse modo de EDUCAR-mos para atuar no
campo, passa pelo reconhecimento da importância de qualificar os sujeitos que estão na base
contribuindo assim para assegurar uma educação do/no campo de qualidade.

Nessa tessitura a Educação Ambiental que tem como principio a luta por justiça
socioambiental e busca no diálogo dos saberes construir possibilidades de outros mundos e de
sociedades sustentáveis (SATO, 2013; SATO, 2008) vem agregar sentido a educação popular
(FREIRE; NOGUEIRA, 1993) e floresce com o conceito de Educação Ambiental Popular e
Campesina

O objetivo deste artigo é relatar a experiência vivencia no intercâmbio cultural, que é parte
integrante do Tempo-escola, do curso de Especialização lato sensu em Educação Ambiental
Campesina, UFMT.

2 Desenvolvimento

A Especialização em Educação Ambiental Campesina foi concebida com o intuito de dar


continuidade ao processo de formação de educadores e educadoras que atuam ou pretendem
atuar na Educação do Campo em áreas de Reforma Agrária, ou em quilombos e comunidades
tradicionais, que por meio do método e da teoria critica sejam capazes ampliar o olhar e a
compreensão e a complexidade da realidade, sobretudo principalmente no que diz respeito aos

problemas da educação e os problemas socioambeintais relacionados a esse modelo de


apropriação dos meios de produção.

O curso foi Subdivididos em quatro círculos de cultura (etapas), o tempo-escola foi


realizado no Centro de Formação e Pesquisa Olga Benário Prestes (CECAPE), que é o
“resultado em construção da decisão política do MST/MT em ter um espaço estratégico para o
Movimento e o conjunto das Organizações da Classe Trabalhadora” (Proposta Político
Metodológica-PROMET, 2016, p.4), localizado no Assentamento Dorcelina Folador,
município de Vázea Grande, Mato Grosso (Figura 01)

Figura 01- Turma Tereza de Benguela, Especialização em Educação Ambiental Campesina, 2017.

Durante o tempo-escola experenciamos dois intercâmbios, um em 2016 e outro em 2017, no


Acampamento Padre Ten Kate e no Assentamento Egídio Brunetto, vivenciamos o
entrelaçamento da tríade: espistemologias populares, práxis e axiologia. Esses locais dialogam
com a proposta do curso, tanto o espaço do acampamento, lugar de luta pela roforma agrária e
por vida digna, fecundo de relações mais coletivas e solidárias, quanto o assentamento com
seus sujeitos relatando a experiência vivenciada com a democratização da terra e os desafios
enfrentados pelas camponesas e camponeses para viver da terra (Quadros de figuras 02 e 03).

Quadro de figura 02- Vivência no assentamento Egídio Brunetto.

Quadro de figura 03 - Vivência no acampamento Padre Jose Tem Kate.

O acampamento Padre Jose Tem Kate surge com trabalho de base, onde trabalhadores e
trabalhadoras ocuparam uma fazenda chamada NSP de propriedade do Senhor Blairo Maggi
no Municipio de Jaciara; No inicio da luta pela terra a ocupação chegou a ter 900 familias;
contudo após 60 dias na área as familias foram despejadas para uma área da Prefeitura
municipal de Jaciara. atualmente 380 famílias estão na área. Essa ocupação aconteceu na data
de 12/07/2015.

As famílias construiram um acampamento produtivo de onde tiram o sustento; e realizam


doações de alimentos totalizando em torno de 08 toneladas que são distribuídos nos
municípios de Jaciara São Pedro da Cipa e Juscimeira .

O acampamento Padre Jose Tem Cate tem três de organização da produção, todas as
famílias tem os quintais produtivos, lavouras individuais, e também cultivam lavouras
coletivas.

O assentamento Egídio Brunetto localizado no município Jaciara e Juscimeira é formado


por 72 familias, todas reunidas dos municípios de Campo Verde, Dom Aquino, Jaciara e
Rondonopolis. Os lotes variam de 10 a 16 hectares.

As trocas durante os intercâmbios nos oportunizaram pensar a existência e a relação


entre escola e vida, reflexão que contribui para fortalecer a perspectiva da educação enquanto
“uma pratica política” (FREIRE; NOGUEIRA, 1993, p.19), com o entendimento de que se em
alguns momentos a educação serve para legitimar a opressão em outros ela poderá servir para
libertação. E é assim, falando sobre a vida, as experiências e os problemas cotidianos, que a
gente vai percebendo o nosso dever histórico enquanto educadoras e educadores de oferecer
uma educação de qualidade, critica e libertadoras para nossas crianças, adolencentes e jovens
e adultos do campo, “educação do campo é direito e não esmola” (GILVAN SANTOS1).

No acampamento padre Temcat, do MST fomos recebidos com muita alegria pelos/as
acampados/as, ficamos alojados em suas casas, fizemos todas as refeições em coletivo. Neste
espaço é evidente como a organização é indispensável para a luta e pela terra e pressão pela
reforma agrária.

Um momento muito significativo foi o de apresentação da Mistíca, apresentamos uma e


os/as acampados/as outra. A mística nestes espaços de militância é “como a força de
germinação que existe dentro das sementes. Assim como saem da dormência as gêmulas das
sementes, despertam os/as militantes para a história como sujeitos conscientes de suas funções

1
Trecho extraído da musica “Não vou sair do campo”. Link para baixar a musica:
http://www.mst.org.br/2015/06/22/cantares-da-educac-a-o-do-campo.html
sociais.” (BOGO, 2012, p.475). Depois das apresentações teve um baile para melhor
interargirmos, o baile foi até umas duas horas da manhã.

As visitas ao acampamento e ao assentamento nos possibilitou uma troca de vivencias das


quais nos permitiu observar as comunidades a quais os sujeitos estão inseridos, e suas formas
de vida dentro do acamapamento e no assentamento bem como seus modos de produção e
suas ideologias.

Notamos durante a visita a simplicidade e a receptividade das famílias com as alunas do


curso, fomos recebidas de forma calorosa, a mística, que é uma atividades que o (MST)
Movimento dos Trabalhadores Ruaris Sem Terra sempre realiza em suas atividades, nos fez
pensar em nossas vidas, e em nossas lutas diárias, e na sociedade em que vivemos, e de como
estamos agindo diante tantos retrocessos.

Quando vamos a um assentamento ou acamapamento do MST, notamos a vontade e a


força das famílias em lutar por um pedaço de terra e por um pais mais justo e igualitário, onde
não haja nem uma forma de opressão ou repressão.

A luta por conquistas básicas tais como, luz, água, moradia, educação, lazer, que são o
básico para sobrevivermos. Os sonhos deles e delas são muitos, e essa convivência nos
ensinou a lutar por nossos objetivos, pois eles e elas, mesmo com tantas dificuldades
continuam firmes na luta de uma sociedade melhor.

3 CONCLUSÃO

Os intercâmbios se somaram a nossa aprendizagem de forma enriquecedora, pois nos


possibilitou aportunidades de conhecer lugares e comunidades a quais não havia conhecido
ainda, bem como suas formas de vida, suas vivencias, suas culturas e até mesmo suas vidas,
pois tivemos aportunidade de conviver com essa diversidade.

Todos os lugares que visitamos e que vimos, veio de encontro com o que estávamos vendo na
especialização, as questões agraria, do meio ambiente, as dificuldades das famílias em
produzir de forma orgânica, as dificuldades em conseguir o básico para sobreviver.
Foi um processo enriquecedor não somente para o nosso estudo mas também para nossas
vidas.

A especialização significa para mim mais uma oportunidade, para meu crescimento
profissional e acima de tudo pessoal, me possibilitou conhecer novos lugares e novas
experiências, novos conhecimentos, novas amizades.

Vivenciei um crescimento enquanto pessoa e ser humano, me fez rever meus conceitos
em relação a minha vida e a sociedade onde estou inserida, me fazendo pensar no meu papel
enquanto sujeito de uma sociedade capitalista onde o que esta sempre a frente é o lucro. E
reafirmou a certeza de que educar é um ato revoluciuonário!

Sigamos em frente e vamos a luta!

4 REFERÊNCIAS

BOGO, A. Mística. In: CALDART, S. R.;et al. Org. Dicionário da Educação do Campo.
Expressão Popular, Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. São Paulo, Rio de
Janeiro. 2012.

FREIRE, Paulo; NOGUEIRA, Adriano. Que fazer: teoria e prática em educação popular.
Petrópolis, 1993.

______. Pedagogia do Oprimido. 11ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

Especialização Latu Sensu em Educação Ambiental Campesina. Proposta Político


Metodológica-PROMET, 2016.

SATO, Michéle. Envolver em vez de se “des-envolver”. IHU ON-LINE Revista do Instituto


Humanitas Unisinos. SÃO LEOPOLDO: Nº 433- Ano XIII, 2013 - ISSN 1981-8769.

______. Em busca de sociedades sustentáveis. Pátio - Revista Pedagógica: Educação para o


desenvolvimento sustentável. Porto Alegre: ano XII, mai/jul, 2008, p. 55-59.

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