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é levada adiante dos sonhos e que estes são, portanto, uma atividade psíquica desperdiçada num

material descabido. O inverso é verdadeiro: nossos pensamentos oníricos são dominados pelo
mesmo material que nos ocupou durante o dia e só nos damos o trabalho de sonhar com as coisas
que nos deram motivo para reflexão durante o dia.
Por que é então que, embora a causa de meu sonho tenha sido uma impressão diurna
pela qual eu fora justificadamente agitado, sonhei, na realidade, com uma coisa irrelevante? A
explicação mais óbvia, sem dúvida, é que, mais uma vez, estamos diante de um dos fenômenos da
distorção onírica, que em meu último capítulo liguei a uma força psíquica atuando como censura.
Minha lembrança da monografia sobre o gênero Clicâmen serviria, assim, à finalidade de constituir
uma alusão à conversa com meu amigo, tal como o “salmão defumado” do sonho com a ceia
abandonada [em [1]] servira de alusão à idéia da sonhadora sobre sua amiga. A única questão
prende-se aos elos intermediários que permitiram à impressão da monografia servir de alusão à
conversa com o oftalmologista, considerando que, à primeira vista, não há nenhuma ligação óbvia
entre elas. No exemplo da ceia que não se concretizou, a ligação foi dada imediatamente: sendo o
prato predileto da amiga, o “salmão defumado” constituiu um integrante imediato do grupo de
representações que tinham probabilidade de ser despertadas na mente da sonhadora pela
personalidade de sua amiga. Neste último exemplo, houve duas impressões soltas que, à primeira
vista, só tinham em comum o fato de terem ocorrido no mesmo dia: eu vira a monografia pela
manhã e tivera a conversa na mesma noite. A análise permitiu-nos solucionar o problema da
seguinte maneira: tais ligações,quando não estão presentes em primeiro lugar, são
retrospectivamente urdidas entre o conteúdo de representações de uma impressão e o de outra. Já
chamei atenção para os elos intermediários no presente caso através das palavras que grifei em
meu relatório da análise. Se não tivesse havido quaisquer influências de outro setor, a
representação da monografia sobre a Ciclâmen teria apenas conduzido, imagino eu, à idéia de ele
ser a flor favorita de minha mulher e, possivelmente, também ao buquê ausente da Sra. L. É-me
difícil imaginar que esses pensamentos de fundo teriam sido suficientes para evocar um sonho.
Como nos diz o texto de Hamlet:
“Senhor, para dizer-nos isso era supérfluo Que algum fantasma deixasse a sepultura.”
Mas, vejam bem, foi-me lembrado na análise que o homem que interrompeu nossa
conversa se chamava Gärtner [Jardineiro] e que eu havia pensado que sua mulher tinha uma
aparência florescente. E mesmo ao escrever estas palavras, recordo-me que uma de minhas
pacientes, que tinha o encantador nome de Flora, foi por algum tempo o pivô de nossa discussão.
Esses devem ter sido os elos intermediários, decorrentes do grupo de experiências daquele dia, a
irrelevante e a estimulante. Estabeleceu-se a seguir um outro conjunto de ligações - as que cercam
a idéia da cocaína, que tinha todo o direito de servir como elo entre a figura do Dr. Königstein e
uma monografia sobre botânica que eu havia escrito; e essas ligações fortaleceram a fusão entre
os dois grupos de representações, de modo que se tornou possível a parte de uma experiência
servir de alusão à outra.

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