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Introdução ao

Transporte
Rodoviário de
Cargas
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

Curso on-line – Introdução ao Transporte Rodoviário


de Cargas – Brasília: SEST/SENAT, 2016.

70 p. :il. – (EaD)

1. Transporte de carga. 2. Transporte rodoviário. I.


Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de
Aprendizagem do Transporte. III. Título.

CDU 656.125

ead.sestsenat.org.br
Sumário
Apresentação 6

Unidade 1 | O Transporte Rodoviário de Cargas 7

1 Importância do Transporte Rodoviário de Cargas 8

2 Modalidades de Transporte 9

2.1 Modo Rodoviário 10

2.2 Modo Ferroviário 11

2.3 Modo Aquaviário 11

2.4 Modo Aeroviário (ou Modo Aéreo) 12

2.5 Modo Dutoviário 13

3 Intercâmbio de Cargas entre Regiões 13

3.1 A Importância da Integração entre as Regiões Brasileiras 14

3.2 O Histórico da Integração Nacional 15

3.3 Integração entre as Regiões nos Dias de Hoje 16

Glossário 18

Atividades 19

Referências 20

Unidade 2 | Tipos de Cargas, Carrocerias e Veículos 23

1 Classificação dos Caminhões 24

2 Tipos de Carroceria 27

3 Classificação das Mercadorias 28

Atividades 31

Referências 32

Unidade 3 | Embalagens e Símbolos de Segurança 35

1 Importância da Embalagem 36

2 Classificação das Embalagens 37

3
3 Tipos de Embalagem 39

Atividades 41

Referências 42

Unidade 4 | Noções de Livre Concorrência e Mercado Regulado 45

1 O Princípio da Livre Concorrência 46

2 Concentração na Oferta ou na Demanda 48

2.1 Monopólios e Oligopólios 48

2.2 Monopsônios e Oligopsônios 50

3 Mercado Regulado 52

Glossário 53

Atividades 54

Referências 55

Unidade 5 | Entidades Envolvidas na Prestação do Serviço de Transporte 58

1 Entidades e Agentes Públicos 59

1.1 Agente Público Responsável pelo Planejamento dos Transportes 59

1.2 Agente Público Responsável pela Infraestrutura de Transportes 60

1.3 Agente Público Responsável pela Regulação 60

1.4 Agente Público Responsável pela Fiscalização de Normas Agropecuárias 61

2 Entidades e Agentes Privados 61

2.1 Embarcador ou Expedidor 62

2.2 Transportador 62

2.3 Operadores Logísticos 63

2.4 Estações Aduaneiras de Interior (EADI) 63

2.5 Despachante Aduaneiro 64

2.6 Operador de Transporte Multimodal (OTM) 64

Glossário 64

4
Atividades 65

Referências 66

Gabarito 69

5
Apresentação

Prezado(a) aluno(a),

Seja bem-vindo(a) ao curso Introdução ao Transporte Rodoviário de Cargas!

Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de


cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos,
você verá ícones que tem a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e
ajudar na compreensão do conteúdo.

O curso possui carga horária total de 20 horas e foi organizado em 5 unidades, conforme
a tabela a seguir.

Unidades Carga Horária


Unidade 1 | O Transporte Rodoviário de Cargas 4h
Unidade 2 | Tipos de Cargas, Carrocerias e Veículos 4h
Unidade 3 | Embalagens e Símbolos de Segurança 4h
Unidade 4 | Noções de Livre Concorrência e Mercado Regulado 4h
Unidade 5 | Entidades Envolvidas na Prestação do Serviço de
4h
Transporte

Fique atento! Para concluir o curso, você precisa:

a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas


“Aulas Interativas”;

b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60;

c) responder à “Avaliação de Reação”; e

d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado.

Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de


dúvidas, entre em contato por e-mail no endereço eletrônico suporteead@sestsenat.
org.br.

Bons estudos!

6
UNIDADE 1 | O TRANSPORTE
RODOVIÁRIO DE CARGAS

7
Unidade 1 | O Transporte Rodoviário de Cargas
O transporte possibilita o deslocamento das pessoas e a movimentação de cargas. Ele
ajuda a melhorar a integração entre regiões e permite que pessoas e cargas possam
ser transportadas de um país para outro. Nesta unidade, vamos conhecer mais sobre a
importância do transporte e algumas de suas características.

1 Importância do Transporte Rodoviário de Cargas

Você já parou para pensar na importância do transporte para o desenvolvimento de


uma sociedade? Ele é o responsável direto pelo desenvolvimento.

O que isso quer dizer?

Isso significa que quanto melhor for o sistema de transporte de um país, maior será o
seu desenvolvimento.

Você sabe por quê?

Porque a agropecuária, a indústria, o comércio e outros serviços dependem diretamente


do transporte de matérias-primas e de produtos, bem como do deslocamento das
pessoas até o mercado de consumo. Além disso, ele permite o acesso das pessoas ao
trabalho, ao lazer, à saúde, à educação, à cultura e à informação.

No Brasil, a movimentação dos produtos é realizada por todas as modalidades, mas, o


modo rodoviário é o mais utilizado, sendo responsável por mais de 60 % de toda a
carga movimentada no país, como mostra a figura a seguir.

Fonte: Boletim Estatístico, CNT, 2015.

8
O caminhão é o veículo mais utilizado no transporte rodoviário de cargas. Sua
característica principal é a flexibilidade para realizar o transporte “porta a porta”, ou
seja, tem a capacidade de coletar a mercadoria no local de produção e levá-la até o
destino final.

Na verdade, o transporte rodoviário deveria ser utilizado para movimentar mercadorias


em pequenas e médias distâncias ou servir de transporte complementar aos modos
ferroviário e aquaviário. Isso porque sua capacidade de carga é pequena. Assim sendo,
cabe bem menos carga em um caminhão do que em um trem ou em um navio.

Segundo dados da ANTT (2015), o transporte rodoviário é realizado por mais de 1


milhão de transportadores no Brasil, aproximadamente:

• 900 mil autônomos;

• 180 mil empresas; e

• 400 cooperativas.

Como podemos perceber, o transportador é um agente de grande importância no


sistema de transporte brasileiro. Ele possibilita que as mercadorias sejam movimentadas
entre as empresas e os consumidores.

Vamos conhecer as diferentes modalidades de transporte de cargas?

2 Modalidades de Transporte

Cinco modalidades ou modos de transporte são utilizados para o deslocamento das


pessoas e para a movimentação de cargas. São eles: rodoviário, ferroviário, aquaviário,
aéreo e dutoviário.

Você já tinha ouvido falar de todos eles?

9
2.1 Modo Rodoviário

Esse modo é utilizado tanto para o


transporte de passageiros quanto
para a movimentação de cargas. A
infraestrutura utilizada é composta por
vias urbanas e rurais. Podemos destacar,
também, o uso dos terminais rodoviários
e pontos de parada no transporte de
passageiros, e dos armazéns, depósitos e
centros de distribuição no transporte de
cargas.

hh
A infraestrutura rodoviária é composta por 1.691.522 km de
rodovias: pavimentadas federais, estaduais e municipais (12 %),
não pavimentadas (80,4 %) e planejadas (7,6 %). (CNT, 2014, p.
10)

Existem equipamentos e instalações de apoio que ajudam a viabilizar as operações de


transporte. Por exemplo: semáforos, centrais de monitoramento, postos de pesagem,
centros de fiscalização, postos de contagem e postos da Polícia Rodoviária, dentre
outros.

gg
O site do Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (DNIT) tem bastante informação a respeito da
infraestrutura de transporte. Saiba mais acessando o link do
sítio do DNIT disponível a seguir.

http://www.dnit.gov.br/

10
2.2 Modo Ferroviário

Corresponde a todo transporte que


é feito sobre trilhos. Exemplos: trem,
metrô, VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).
No modo ferroviário, são transportados
passageiros e cargas. A infraestrutura é
composta basicamente pelas estradas
de ferro, os trilhos e os equipamentos
de apoio, além das estações, terminais
e centros de controle e monitoramento
das viagens.

hh
De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres
(ANTT), o sistema ferroviário brasileiro tem mais de 29 mil
quilômetros de trilhos. Ele está presente em todas as regiões,
mas se concentra no Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil.

2.3 Modo Aquaviário

Abrange o transporte que é feito por


mar, rios e lagos. No modo aquaviário,
podem ser transportados passageiros e
cargas.

Esse modo pode ser dividido em:

• Transporte hidroviário — no qual


as vias são os rios, lagos e lagoas.

• Transporte marítimo — no qual as


vias são os oceanos e mares.

11
O Brasil possui mais de 40 mil quilômetros de rios que são vias navegáveis, além de mais
de 7 mil quilômetros de costa (litoral) para a navegação de cabotagem (transporte ao
longo da costa).

gg
O site da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq)
tem bastante informação a respeito da malha hidroviária
brasileira. Saiba mais acessando o link do sítio da Antaq
disponível a seguir.

http://www.antaq.gov.br/

2.4 Modo Aeroviário (ou Modo Aéreo)

No modo aéreo, são os aviões que


transportam passageiros e cargas. As
rotas aéreas são as vias pelas quais as
aeronaves trafegam, e são conhecidas
como aerovias. A infraestrutura conta,
ainda, com os aeroportos, que são
terminais de decolagem e aterrissagem
de aviões.

gg
O site da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) tem bastante
informação a respeito do transporte aéreo. Saiba mais acessando
o link do sítio da Anac disponível a seguir.

http://www.anac.gov.br/

12
2.5 Modo Dutoviário

Esse modo é utilizado exclusivamente para movimentar mercadorias. Ele é composto


por dutos (uma espécie de tubulação), que são as vias por onde as cargas são
movimentadas.

Os dutos utilizados neste modo podem ser classificado em:

• Oleodutos: transportam petróleo,


óleo combustível, gasolina, diesel,
álcool, GLP (Gás Liquefeito de
Petróleo), querosene dentre
outros;

• Minerodutos: transportam minério


de ferro, concentrado fosfático e
outros minerais; e

• Gasodutos: transportam o gás


natural e outros gases.

3 Intercâmbio de Cargas entre Regiões

As mercadorias produzidas nos mais variados locais podem ser distribuídas e consumidas
em todo o território nacional — isso é possível graças aos avanços tecnológicos
aplicados ao transporte e à abrangência de suas diversas modalidades nos estados
e regiões brasileiras. A essa troca de mercadorias entre produtores e consumidores
chamamos intercâmbio de cargas.

13
3.1 A Importância da Integração entre as Regiões Brasileiras

O setor de transportes deve ser visto de


forma global. Nesse sentido, não há como
dissociar o planejamento de transportes
do planejamento econômico e social do
país, tema que envolve decisões quanto à
localização das indústrias, ao suprimento
de insumos e à distribuição de produtos,
ou seja, aspectos relacionados ao
planejamento logístico (SCHROEDER E
CASTRO, 1996).

Como sabemos, o desenvolvimento dos diversos setores que compõem a economia de


um país requer a oferta de meios adequados e eficientes de transporte. No entanto,
Galvão (1996) ressalta que os transportes constituem apenas um fator de facilitação, e
não necessariamente funcionam como causa ou pilar do crescimento econômico.

O lento processo de integração dos estados brasileiros e as profundas desigualdades


inter-regionais de desenvolvimento podem ser corrigidos com o desenvolvimento de
sistemas eficientes de transporte que permitam melhor comunicação entre as regiões
e a redução das desigualdades regionais.

Um detalhe importante que deve ser considerado quando falamos em integração


regional e intercâmbio de cargas pelo território nacional é a crescente interiorização
da produção agroindustrial.

hh
Nas últimas décadas, a fronteira agrícola e pecuária vem se
expandindo para as regiões Centro-Oeste e Norte, enquanto a
indústria de base e de bens de consumo cresce bastante na
Região Nordeste.

Segundo Vilaça (2013), essas mudanças fizeram com que a distância média percorrida
para a distribuição de cargas no Brasil aumentasse em 11 % nas ferrovias e em 16
% nas rodovias, entre 2006 e 2012. Ou seja, estamos indo mais longe em busca de
mercadorias e transportando produtos por todo o território nacional.

14
3.2 O Histórico da Integração Nacional

A integração entre os estados e regiões sempre foi uma preocupação no Brasil. Por
ser um país de grandes dimensões e de baixa densidade, os vazios territoriais levaram
ao isolamento econômico e geográfico, dificultando o intercâmbio entre produtores
e consumidores brasileiros. Como ressalta Galvão (1996), essa é uma preocupação
antiga, presente desde os tempos coloniais.

No século XIX, alguns planos de transporte foram elaborados com o propósito de


interligar as distantes e isoladas províncias em busca da constituição de uma nação
verdadeiramente unificada. Galvão (1996) destaca que, décadas mais tarde, no século
XX, o Brasil ainda possuía regiões economicamente isoladas, fato que resultou na
ideologia nacionalista de marcha para o Oeste. Na época, o Governo Federal buscou a
integração nacional por meio de grandes obras rodoviárias e da construção de Brasília.

hh
Na primeira metade do século XX, o Brasil sofria de relativo
isolamento entre as economias regionais, e a produção industrial
se encontrava bastante concentrada em pequena área do
território nacional.

Você sabe como as cargas eram distribuídas pelo Brasil em tal período?

A cabotagem era o único sistema de


transporte de caráter nacional e, em
muitos casos, a única modalidade
de comunicação entre as regiões. As
ferrovias também chegaram a exercer
um papel relevante, embora em grau
menor, na unificação dos mercados de
certas partes das economias de regiões
diferentes (GALVÃO, 1999).

Já na segunda metade do século XX, foi possível notar uma intensificação das ligações
inter-regionais. Apesar de ainda haver grande concentração industrial, as trocas de
mercadorias entre regiões iniciaram um crescente processo de integração. Galvão
(1999) ressalta que, após a efetivação de um programa nacional de construção de

15
rodovias nas décadas de 1950 e 1960, o Brasil reduziu o isolamento das economias
regionais. Assim, a expansão do comércio inter-regional foi resultado do avanço no
processo da integração econômica do país, com a formação de um mercado nacional
unificado.

3.3 Integração entre as Regiões nos Dias de Hoje

Um estudo da Confederação Nacional da Indústria — CNI (2014) aponta que a baixa


qualidade dos serviços logísticos no Brasil repercute diretamente na competitividade
do produto nacional e na atração de novos investimentos. Dessa forma, estradas de má
qualidade, portos ineficientes, cabotagem pouco expressiva, escassez de ferrovias e
de áreas de armazenagem, entre outros fatores, afetam a indústria e a sua capacidade
de integração às cadeias globais de produção.

Ou seja, as ligações existem, mas elas poderiam estar muito melhores...

A CNI (2014) destaca que a indústria brasileira precisa de redes integradas de


transportes e sistemas logísticos eficientes para possibilitar maior crescimento. Nesse
sentido, Silveira (2013) afirma que as diversas cadeias de produção, de comércio e
de serviços são cada vez mais dependentes dos sistemas de transportes, pois uma
boa conexão entre as redes de transporte e as atividades econômicas resulta em
diminuição significativa de custos. Essa ligação transparece na formação de eixos
territoriais de intenso adensamento de atividades econômicas e populacionais, como
também em expressivas interações espaciais, frutos de movimentações financeiras, de
mercadorias, de pessoas e de informações entre as regiões.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ee – IBGE (2014), a distribuição espacial das redes de transportes


no território brasileiro revela uma predominância do modo
rodoviário, em especial na Região Centro-Sul, com destaque
para o estado de São Paulo.

16
O IBGE destaca que o estado de São Paulo
é o que apresenta melhor infraestrutura
de transportes entre as cidades do
interior e a capital, incluindo rodovias
duplicadas, ferrovias e a hidrovia do Tietê.
Ademais, localizam-se nesse estado o
maior aeroporto do país, Guarulhos,
instalado na região metropolitana da
capital, e o porto organizado com maior
movimentação de cargas, o Porto de
Santos.

Apesar de sua desigual distribuição pelo território brasileiro, a malha rodoviária


possui vascularização e densidade muito superiores aos demais modos de transporte
em praticamente todos os estados. Isso mostra a predominância dessa modalidade
para a circulação de mercadorias e pessoas no país, à exceção da região amazônica,
onde a circulação por vias fluviais tem papel importante, uma vez que a densidade
da rede fluvial é naturalmente propícia a esse tipo de transporte. Estudos do IBGE
(2014) destacam também a alta densidade de ligações de transporte nas Regiões
Metropolitanas do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Você sabe dizer por que essas regiões possuem uma malha de transportes mais
adensada?

Um dos fatores para a concentração está relacionado à produção das mercadorias. São
Paulo abriga a maior parte das indústrias do país. Por esse motivo, muitas rodovias
federais ligam a capital paulista a outras capitais, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte
e Curitiba. Tais rodovias reúnem os maiores fluxos de mercadorias e pessoas, ligando
também o Oeste paulista, o Triângulo Mineiro, o Noroeste paranaense e o estado de
Mato Grosso do Sul, caracterizados pela elevada produção agropecuária associada ao
agronegócio (IBGE, 2014).

Outro fator preponderante está ligado à produção agropecuária. A Região Sul, o


Centro-Oeste e o estado de São Paulo se destacam, o que pode ser confirmado pela
concentração espacial dos principais armazéns de grãos, uma vez que eles tendem a se
localizar próximo às áreas produtoras.

Segundo o IBGE (2014), a ligação entre Recife e João Pessoa, entre Brasília e Goiânia, o
entorno de Salvador e o de São Luís também se destacam pela elevada acessibilidade.
Por outro lado, é interessante notar alguns “vazios logísticos” onde a rede de transporte

17
é mais escassa, como: o interior do Nordeste; a região do Pantanal, excetuando-se a
área de influência da hidrovia do Paraguai; e o interior da floresta amazônica, à exceção
do entorno das hidrovias Solimões-Amazonas e o do Madeira.

As áreas adensadas e os vazios logísticos são resultado da dinâmica de produção e de


distribuição de mercadorias no Brasil. Elas interferem nos fluxos de mercadorias e no
grau de integração entre as regiões.

E como podemos reduzir essas lacunas de integração?

Para ampliar o intercâmbio de mercadorias é importante investir na ampliação das


infraestruturas, bem como no acesso às informações, pois a falta de infraestrutura
eleva o valor dos produtos, fazendo com que eles se tornem menos competitivos no
comércio nacional e internacional.

Glossário

Cabotagem: navegação mercante que se faz na costa ou em águas marinhas limitadas.

18
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. De acordo com o IBGE, o estado
de São Paulo é o que apresenta melhor infraestrutura de
transportes entre as cidades do interior e a capital, incluindo
rodovias duplicadas, ferrovias e a hidrovia do Tietê.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. Nas últimas décadas, a fronteira


agrícola e pecuária vem se expandindo para a região
Nordeste, enquanto a indústria de base e de bens de consumo
cresce bastante nas regiões Centro-Oeste e Norte.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

19
Referências

ANDRADE, R. E. A regulação da concorrência: uma visão panorâmica. In: ______. (Org.).


Regulação pública da economia no Brasil. Campinas: Edicamp, 2003. v. 1, p. 131-151.

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______. Lei nº. 9.611, de 19 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre o Transporte
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______. Lei nº. 10.233, de 5 de junho de 2001. Dispõe sobre a reestruturação dos
transportes aquaviário e terrestre, cria o Conselho Nacional de Integração de Políticas
de Transporte, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a Agência Nacional de
Transportes Aquaviários e o Departamento Nacional de Infraestruturas de Transportes
e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 5 jun. 2001.

20
CADE – CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA. Perguntas gerais
sobre defesa da concorrência. Disponível em: <http://www.cade.gov.br/Default.
aspx?9d9061a878ad42c154e172c599bf >. Acesso em: set 2015.

CNI – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA. Eixos logísticos: os projetos


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CNT – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE. Boletim Estatístico. Brasília,


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DNIT – DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Quadro


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22
UNIDADE 2 | TIPOS DE CARGAS,
CARROCERIAS E VEÍCULOS

23
Unidade 2 | Tipos de Cargas, Carrocerias e Veículos
O transporte de cargas pode ser efetuado por diferentes tipos de veículos. No
transporte rodoviário, o principal veículo é o caminhão, que pode apresentar diferentes
composições. Nesta unidade, vamos conhecer os principais tipos e suas aplicações na
movimentação de cargas.

1 Classificação dos Caminhões

Você sabe que existem diversos modelos de caminhões, e que cada um é utilizado
para um serviço de transporte específico. Existem algumas maneiras para classificar
os caminhões de carga. Uma delas consiste em dividi-los entre veículos rígidos e
articulados.

Mas, o que são veículos rígidos?

São aqueles que trazem o motor e a unidade de transporte em um só veículo. São os


caminhões chamados de “tocos ou trucks”.

Caminhão - toco

24
E os articulados?

São aqueles que têm a cabine com o motor separada do reboque. Em geral, são
formados por um cavalo mecânico e uma carreta.

Caminhão-reboque

Os veículos também podem ser classificados em função do peso máximo transmitido ao


pavimento. Essa classificação é apresentada pela Associação Nacional dos Fabricantes
de Veículos Automotores (Anfavea):
Tabela 1: Classificação dos veículos

TIPO DE VEÍCULO PESO TRANSMITIDO


Semileves 3,5 t < PBT < 6 t
Leves 6 t < PBT < 10 t
Médios 10 t < PBT < 15 t
Semipesados
PBT > 15 t e CMT < 45 t
• Caminhão-chassi
PBT > 15 t e PBTC < 40 t
• Caminhão-trator
Pesados
PBT > 15 t e CMT > 45 t
• Caminhão-chassi
PBT > 15 t e PBTC > 40 t
• Caminhão-trator

25
LEGENDA:
PESO BRUTO TOTAL (PBT) – peso máximo que o veículo transmite ao pavimento,
constituído da soma da tara mais a lotação.
PESO BRUTO TOTAL COMBINADO (PBTC) – peso máximo transmitido ao pavimento
pela combinação de um caminhão-trator mais seu semirreboque, ou do caminhão
mais o seu reboque ou reboques.
CAPACIDADE MÁXIMA DE TRAÇÃO (CMT) – É o peso que a unidade de tração é
capaz de tracionar, indicado pelo fabricante, com base em condições sobre suas
limitações de geração e multiplicação de momento de força e resistência dos
elementos que compõem a transmissão.

Fonte: adaptado de Anfavea, 2014.

gg
A Portaria do Denatran nº 63/2009 homologa os veículos e as
combinações de veículos de transporte de carga e de passageiros,
com seus respectivos limites de comprimento, peso bruto total
– PBT e peso bruto total combinado – PBTC para circulação nas
vias públicas. Saiba mais acessando o link disponível a seguir.

www.denatran.gov.br

Outra classificação é a apresentada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura


de Transportes (DNIT) na qual os veículos são classificados de acordo com seus eixos
(DNIT, 2012). As variações são muitas, sendo que atualmente os caminhões podem ter
entre dois e nove eixos!

gg
Para conhecer os modelos em função da distribuição dos eixos,
acesse a classificação proposta pelo DNIT no documento
“Quadro de fabricantes de veículos” no link disponível a seguir.

http://www.dnit.gov.br/rodovias/operacoes-rodoviarias/
pesagem/qfv-2012-abril.pdf.

26
2 Tipos de Carroceria

Os caminhões podem apresentar diferentes tipos de carroceria, sendo que cada modelo
é usado para transportar cargas específicas. A variedade é grande, mas existem alguns
que são mais utilizados.

Veja a seguir uma lista, com exemplos de caminhões, organizada em função do tipo de
carroceria. Certamente você já dirigiu pelo menos um deles!
Tabela 2: Caminhões por tipo de carroceria

Tipo de Definição e tipos de cargas


Ilustração
Carroceria transportadas

Usados para mercadorias que não


estragam nem perdem a qualidade
Caminhões
quando transportadas ao ar livre.
abertos
Em caso de chuva, são usadas lonas
para proteger a carga.

Em geral apresentam o formato de


Caminhões
um vagão para proteger as cargas
cobertos
das condições climáticas adversas.
A carroceria possui um refrigerador
para conservar a temperatura
Caminhões
interior. Utilizados no transporte
refrigerados
de carne, derivados do leite,
medicamentos, dentre outros.
A carroceria tem o formato de
Caminhões- um tanque. Utilizados para o
tanques transporte de produtos líquidos,
como combustível.
A carroceria cilíndrica tem estrutura
Caminhões-
reforçada para suportar a pressão
tanques para gás
dos gases transportados, como GLP
a granel
e amônia.

27
Usados para transportar
Caminhões de
contêineres, engradados amarrados
plataforma ou
com cordas ou correntes, entre
estrado
outros produtos.

Caminhões- Utilizados para o transporte de


cegonheiros diversos tipos de veículos.

São caminhões basculantes,


Caminhões de
utilizados no transporte de
caçamba
entulhos, terra, cascalho.
Caminhões para
Usados no transporte de botijões
transporte de
de gás.
botijões de gás

Caminhões Usados para o transporte de cana-


canavieiros de-açúcar.

Caminhões para
Usados para o transporte de
transporte de
bovinos, equinos e outros animais.
animais vivos
Caminhões para Usados para o transporte
transporte de de bebidas, geralmente
bebidas acondicionadas em engradados.

3 Classificação das Mercadorias

Veja algumas formas de agrupar conceitualmente as mercadorias.

Carga Geral

Carga embarcada, com marca de identificação e contagem de unidades, podendo ser


soltas ou unitizadas:

• Soltas (não unitizadas) – itens avulsos, embarcados separadamente em


embrulhos, fardos, pacotes, sacas, caixas, tambores etc.; e

• Unitizadas – agrupamento de vários itens em unidades de transporte.

28
Carga a Granel

Carga líquida ou seca (sólida) embarcada e transportada sem acondicionamento, sem


marca de identificação e sem contagem de unidades. Exemplos: petróleo, minérios,
trigo, farelos, grãos etc.

Carga Frigorificada

Carga que necessita ser refrigerada ou congelada para conservar as qualidades


essenciais do produto durante seu transporte e sua armazenagem. Exemplos: frutas
frescas, laticínios, pescados, carnes etc.

29
Neogranel

Carregamento formado por conglomerados homogêneos de mercadorias de carga


geral sem acondicionamento específico, cujo volume ou quantidade possibilita o
transporte em lotes, em um único embarque. Exemplo: transporte de veículos.

Produto Perigoso

Carga composta por produtos que, por sua natureza físico-química, podem provocar
acidentes, danificar outras cargas ou os meios de transporte ou, ainda, gerar riscos
para as pessoas.

30
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. De acordo com a Anfavea, o
caminhão classificado como leve, tem peso transmitido de 6
t < PBT < 10 t.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. Os caminhões cegonheiros são


usados para transportar contêineres, engradados amarrados
com cordas ou correntes, entre outros produtos.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

31
Referências

ANDRADE, R. E. A regulação da concorrência: uma visão panorâmica. In: ______. (Org.).


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34
UNIDADE 3 | EMBALAGENS E
SÍMBOLOS DE SEGURANÇA

35
Unidade 3 | Embalagens e Símbolos de Segurança
Cada produto deve ter a embalagem que se adapte melhor a ele. É preciso observar
a maneira como o produto será transportado e os danos que podem ocorrer. A seguir
vamos compreender melhor o papel da embalagem.

1 Importância da Embalagem

A principal função da embalagem é proteger contra danos. Mas ela tem outras funções,
como: conter o produto para ele não vazar; facilitar o transporte e o consumo; tornar
o produto mais atraente.

Para a maioria dos produtos, a embalagem deve funcionar como uma barreira contra
fatores como: temperatura, odores, animais, luz, oxigênio e umidade. Se a embalagem
não for corretamente projetada, podemos ter a qualidade do produto comprometida,
principalmente se ele for perecível.

Além da função de proteção ao produto, as embalagens permitem a inclusão de


tecnologias de rastreamento do produto.

Você sabe o que é rastreamento?

É um serviço que permite acompanhar o histórico do produto ao longo da cadeia


logística. É possível conhecer suas características, saber por onde ele passou e qual
sua localização exata no momento da consulta.

hh
O rastreamento é um serviço que disponibiliza as informações
necessárias para o acompanhamento completo do processo de
fabricação, desde a aquisição e análise das matérias-primas, até
o processamento e destino final de cada item.

36
2 Classificação das Embalagens

Tabela 3: Classificação das embalagens

REFAZER AS FIGURAS TIPO DESCRIÇÃO


Embalagem que entra em
contato direto com o produto.
Embalagem de
Deve haver compatibilidade
contenção ou
entre os materiais do produto
primária
e os da embalagem, para que o
produto não seja comprometido.
Embalagem de Embalagem utilizada para
apresentação apresentar o produto ao
ou secundária usuário, no ponto de venda.
Embalagem que tem a função
de proteger várias unidades
Embalagem de de produtos. As embalagens
comercialização de comercialização, agrupadas
ou terciária em quantidades predefinidas,
formam uma unidade de
movimentação.
Formada por um conjunto de
embalagens de comercialização,
Embalagem de
para que possa ser
movimentação
movimentada por equipamentos
ou quaternária
mecânicos, como paleteiras e
empilhadeiras.
Embalagem utilizada para
dar maior agilidade à carga,
descarga e transporte de
Embalagem longa distância. Importantes
para o na arrumação das cargas
transporte ou em armazéns e veículos,
quintenária pois oferecem segurança na
movimentação, proteção contra
avarias e melhor ocupação dos
espaços de armazenagem.
Fonte: adaptado de Moura e Banzato, 1990.

37
As embalagens quaternárias e quintenárias são muito utilizadas para a unitização de
cargas.

Você sabe o que é a unitização?

A unitização é o processo de agrupamento de embalagens ou


volumes em uma carga maior, ou seja, é a arrumação de pequenos
volumes de mercadorias em unidades maiores e padronizadas,
para que possam ser movimentadas mecanicamente.

Os equipamentos de unitização mais utilizados são os paletes e os contêineres.


Tabela 4: Paletes e contêineres

O palete pode ser feito de madeira,


aço, alumínio, plástico ou papelão.

Já o contêiner é uma estrutura


sempre metálica, muito utilizada para
o transporte rodoviário, ferroviário e
aquaviário.

O processo de unitizar cargas traz muitas vantagens para o transporte:

• Permite a movimentação de cargas maiores;

• Reduz o tempo de carga e descarga;

• Permite melhor ocupação dos armazéns e veículos; e

• Reduz a probabilidade de danos nos materiais estocados.

38
3 Tipos de Embalagem

Existe grande variedade de tipos, formas e modelos de embalagem que podem ser
utilizadas para envolver, conter ou proteger produtos.

Para cada tipo de produto são indicadas embalagens específicas, que devem ser
projetadas e fabricadas da maneira mais compatível possível com as características
das mercadorias: forma, peso, dimensões, material, perecibilidade, fragilidade, dentre
outras.
Tabela 5: Tipos de embalagens

EMBALAGEM TIPO DESCRIÇÃO


Recipiente geralmente fabricado
Barril em madeira, alumínio ou plástico,
destinado a conter produtos líquidos.

Recipiente cilíndrico usado para


Botijão
armazenagem de gás.

Recipiente normalmente utilizado


para produtos maiores e mais pesados,
Caixa de madeira
que não podem ser transportados em
caixas de papelão ou plástico.

Embalagem não retornável com


laterais coladas, grampeadas ou
Caixa de papelão fixadas. Utilizada para mercadorias de
ondulado consumo e bens industriais variados,
para estocagem, movimentação e
transporte.
Geralmente reutilizável, encaixável e
confeccionada em polietileno de alta
Caixa plástica resistência. Seu uso mais frequente
é para produtos agrícolas, pesca e
avicultura.

39
Recipiente geralmente fabricado em
vidro, com boca estreita, destinado
Frasco
a acomodar líquidos (medicamentos,
perfumes).

Engradado de madeira ou material


Garrafeira
plástico destinado a conter garrafas.

Normalmente possuem corpo


cilíndrico, com tampa e fundo.
Latas
Utilizadas para acomodar líquidos,
pastas ou sólidos em conserva.

Moldados em diferentes formas e


tamanhos, utilizados principalmente
Potes plásticos
para armazenar alimentos, tais como
iogurtes e margarinas.

Embalam materiais de construção


Sacos de papel
(cimento, cal), produtos químicos,
multifolhados
açúcar, café, farelos, cacau, sal.

Utilizados para embalar produtos


agrícolas que necessitam de
Sacos têxteis
ventilação. Embalam também produtos
industrializados como açúcar e farinha.
Utilizados para embalar principalmente
cereais. Fabricados de polipropileno
em diversos tamanhos, possuem
Sacos plásticos resistência superior à de outros sacos.
Muito utilizados para acondicionar
fertilizantes, rações e produtos
granulados, dentre outros.
Utilizado para acondicionar materiais
líquidos ou sólidos, em grãos ou em
Tambor pó. Adequado para acondicionar
tintas, sólidos, pastas, pós e produtos
químicos.

Fonte: adaptado de Moura e Banzato, 1990.

40
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. A unitização é o processo de
agrupamento de embalagens ou volumes em uma carga
maior.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. Para cada tipo de produto são


indicadas embalagens específicas, que devem ser projetadas
e fabricadas da maneira mais compatível possível com as
características das mercadorias.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

41
Referências

ANDRADE, R. E. A regulação da concorrência: uma visão panorâmica. In: ______. (Org.).


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44
UNIDADE 4 | NOÇÕES DE LIVRE
CONCORRÊNCIA E MERCADO
REGULADO

45
Unidade 4 | Noções de Livre Concorrência e
Mercado Regulado
Um dos importantes aspectos que devem ser conhecidos pelos profissionais e pelas
empresas de transporte está relacionado ao funcionamento do mercado em que
atuam. É importante compreender as diferenças entre mercados de livre concorrência
e mercados regulados, além de compreender as dinâmicas dos mercados de transporte
de cargas.

1 O Princípio da Livre Concorrência

Você sabe o que significa dizer que existe livre concorrência?

A livre concorrência é imprescindível para o funcionamento do sistema capitalista. Ela


existe quando se pode verificar a presença de diversos produtores ou fornecedores de
um mesmo produto ou serviço concorrendo entre si (PANTONI, 2011).

E por que a livre concorrência pode ser benéfica?

Quando duas ou mais empresas concorrem entre si, elas são

cc forçadas a aprimorar seus métodos e técnicas, impactando


positivamente nos custos e nos preços cobrados dos
consumidores. Em situações assim como esta, em geral os
consumidores são beneficiados e a economia de mercado
alcança maior êxito.

A concorrência é um dos alicerces da economia liberal e tem por finalidade assegurar


o regime de economia de mercado. Segundo Pantoni (2011), um dos pressupostos da
concorrência é a não existência de monopólio ou qualquer outra forma de distorção do
mercado livre, como os oligopólios ou monopsônios. A livre concorrência traz consigo
a ideia de competição entre pessoas e empresas na busca de um do mesmo objetivo ou
vantagem, desde que estejam atuando em condições de igualdade.

46
Para Pantoni (2011), na área econômica, esse conceito representa a disputa entre
as empresas para atender a uma maior quantidade de consumidores, e assim fazer
crescer e obter maior e melhor espaço no mercado. Bagnoli (2005, p. 61) esclarece
que o mercado com livre concorrência é aquele que apresenta condições para que os
agentes econômicos (empresas, fornecedores, vendedores) tenham oportunidade de
competir de forma justa no mercado, destacando-se por sua qualidade e eficiência.

No entanto, nem sempre o fato de ter um mercado com muitos competidores faz dele
um mercado livre. Nesse sentido, devemos diferenciar a livre concorrência da livre
iniciativa.

A livre iniciativa significa a possibilidade de os agentes


econômicos entrarem no mercado sem que o Estado crie
obstáculos. Já a livre concorrência significa que os agentes
econômicos competem entre si em condições de igualdade.

Portanto, é muito mais simples garantir a livre iniciativa do que a livre concorrência!

Pantoni (2011) ressalta que, apesar


de distintos, a livre iniciativa e a
livre concorrência são conceitos
complementares. Só há livre concorrência
quando existe livre iniciativa (BASTOS,
2004, p. 144). Segundo esta autora, a livre
iniciativa caracteriza-se pela liberdade
individual de ação no plano da economia.
Já a livre concorrência se apresenta como
o “princípio econômico” pelo qual o livre
jogo das forças determina os preços
praticados.

Como assim?

Ora, em um mercado de livre concorrência os preços são estabelecidos de acordo com


uma concorrência entre as empresas. Quanto maior a concorrência, menores tendem
a ser os preços.

47
Segundo Andrade (2003, p. 131-151), em um mercado ideal, ou seja, onde ocorre
concorrência, as empresas têm dimensão pequena em relação ao tamanho do
mercado em que atuam. Por este motivo, nenhuma empresa tem condições de definir
isoladamente os preços no mercado.

2 Concentração na Oferta ou na Demanda

Nem todos os mercados funcionam em ambientes de concorrência perfeita, sendo,


alguns, imperfeitos (monopólios, oligopólios, monopsônios, oligopsônios). Nesses
casos, existe apenas uma ou poucas empresas que abastecem o mercado ou apenas
um ou poucos consumidores para um mesmo produto.

2.1 Monopólios e Oligopólios

No monopólio, existe apenas uma empresa que vende determinado produto ou


serviço. Ela atua sem qualquer tipo de concorrência, ou seja, ela tem maior poder
de estabelecer seus preços, pois os consumidores só possuem uma alternativa para
a compra. Por esta razão, o preço será em geral mais alto, e a produção, menor, o
que resulta em situação de ineficiência. Nesses casos, o monopolista pode optar por
diminuir sua produção para elevar os preços até atingir o ponto em que a quantidade
produzida gere à empresa o lucro máximo (CADE, 2015).

Apesar de trabalhar sem concorrentes, não é incorreto dizer que

ee a empresa pode colocar qualquer preço. Segundo Varian (2006),


mesmo em situação de monopólio, ela sempre dependerá da
existência de consumidores dispostos a pagar o preço desejado
pela empresa.

48
Além dos preços mais elevados, o monopólio tem outros efeitos negativos. Mayer
(2009) ressalta que, por dominar o mercado, o monopolista não possui interesse em
buscar ou implementar inovações tecnológicas, seja para reduzir seus custos, seja para
melhorar o serviço que oferece ou o produto vendido a seus consumidores.

Mas não é apenas o consumidor que sai perdendo...

No longo prazo, o monopolista permanece estagnado e afeta sua própria capacidade


de monopólio. Por não acompanhar as constantes evoluções na produção, ele abre
espaço para que empresas mais modernas entrem no mercado e acabem com o
monopólio.

Talvez você já tenha ouvido falar, também, dos monopólios naturais. Nesse tipo de
mercado, os investimentos iniciais necessários são muitos elevados e os custos
marginais são muito baixos. O alto valor dedo investimento inicial faz com que apenas
uma ou poucas empresas tenham força e capacidade para implementar a infraestrutura
mínima necessária. Uma vez construída a rede de fornecimento, que representa o
maior investimento, os custos de uma unidade adicional (uma expansão, por exemplo)
são proporcionalmente baixos.

Os monopólios naturais são caracterizados, por serem bens exclusivos, e com muito
pouca ou nenhuma rivalidade. Esses mercados são geralmente regulamentados
pelos governos e possuem prazos de retorno muito grandes, por isso funcionam
melhor quando são protegidos, ou seja, quando o governo concede exclusividade na
exploração de determinado serviço durante um longo tempo, com a finalidade de
garantir o retorno dos investimentos. Geração e distribuição de energia elétrica e
fornecimento de água são exemplos clássicos de monopólios naturais.

Em geral, o monopólio natural é a forma mais eficiente de se produzir um bem ou


serviço. Essa situação é geralmente observada quando existem elevadas economias de
escala ou de escopo em relação ao tamanho do mercado (CADE, 2015).

Nos mercados do tipo oligopólio não há exclusividade. Nesses casos, existem poucas
empresas relativamente grandes, sendo que cada uma delas representa um percentual
elevado do mercado. No entanto, mesmo que não exista exclusividade, essas poucas
empresas possuem grande poder de mercado e uma grande fatia de consumidores
garantida.

49
É importante ressaltar que existem diferenças entre o oligopólio

ee e o cartel. Ambas as formas são combatidas, pois o oligopólio


tende a levar o mercado a uma situação de ineficiência e preços
mais elevados. Mas, o Cartel é crime!

O oligopólio é algo espontâneo e se caracteriza pela junção de alguns produtores que


têm a percepção de que é mais lucrativo agir de maneira interdependente do que de
forma solitária. Ele prejudica os consumidores por não terem muitas alternativas de
escolha e deve ser evitado.

A Constituição Federal protege a livre iniciativa, os direitos dos consumidores e a


liberdade de trabalho, combatendo o monopólio e o oligopólio por serem prejudiciais
para os consumidores, mas entende que estas não são situações ilegais. Por outro lado,
a Constituição Federal (CF) criminaliza práticas de dumping, e cartéis, entre outras, que
incidem de forma negativa sobre a ordem econômica, — situações previstas no artigo
4 da Lei nº 8.137/1990 (Brasil, 1990).

O dumping se caracteriza por ser a venda de um produto por um


valor menor que o de mercado e o de custo, de forma a eliminar
a concorrência. O cartel é uma união de empresas que tem como
objetivo aumentar o preço dos produtos ou restringir a oferta
para os consumidores, dominando assim o mercado e suprimindo
a livre iniciativa.

2.2 Monopsônios e Oligopsônios

Uma quantidade pequena de empresas e a falta de concorrência afetam o funcionamento


do mercado. Além disso, são ainda consideradas estruturas de concorrência imperfeita
os casos em que a quantidade de consumidores é pequena e capaz de influenciar
fortemente os preços de mercado. Essas estruturas são chamadas monopsônios e
oligopsônios e foram explicadas pela primeira vez por Robinson (1960).

50
Monopsônios são as estruturas de mercado que possuem
inúmeros vendedores, mas apenas um comprador, chamado de
monopsonista.

O monopsônio é inverso ao caso do monopólio, no qual existe apenas um vendedor e


vários compradores. Um comprador monopsonista tem grande poder de mercado e
pode influenciar os preços de um determinado bem, variando apenas a quantidade
comprada.

Esta tal situação ocorre, por exemplo,


quando uma grande empresa de molho
de tomate compra sozinha toda a
produção de tomates de uma localidade.
Se ela for a única empresa de molho da
região, os produtores são praticamente
obrigados a vender toda a sua produção
pelo preço que a empresa oferece. Eles
até poderiam vender para outra empresa,
localizada mais distante, mas, os custos
da operação e do transporte acabariam
inviabilizando o negócio e trazendo riscos de perda da safra.

Condição semelhante também pode ser encontrada em mercados com mais de um


comprador (mais de uma empresa que compre os mesmos produtos), mas cuja
quantidade de compradores seja suficientemente pequena o suficiente para lhes
garantir o poder de compra. O conjunto de poucas empresas compradoras acaba sendo
mais forte do que o conjunto de muitos produtores. Nesse caso, o mercado é chamado
de oligopsônio.

O oligopsônio é inverso ao caso do oligopólio, este caracterizado pela existência de


apenas alguns vendedores e vários compradores. Os oligopsonistas têm poder de
mercado e podem influenciar os preços de determinado bem, variando apenas variando
a quantidade comprada. Essa estrutura é intermediária entre a de monopsônio e a de
mercado plenamente competitivo.

51
3 Mercado Regulado

O princípio da livre concorrência está previsto no artigo 170, inciso IV da Constituição


Federal (CF) e baseia-se no pressuposto de que a concorrência não pode ser restringida
por agentes econômicos com poder de mercado (CADE, 2015). Nesse sentido, a
Regulação dos mercados tem como principal intuito garantir a livre concorrência,
ou seja, garantir que todos os agentes econômicos possam atuar em condições de
igualdade.

É importante esclarecer que a Constituição não condena o exercício do poder econômico.


Ela busca evitar situações de abuso, as quais devem ser alvo de intervenção estatal,
coibindo excessos, tais como os cartéis e monopólios de fato, que possam atrapalhar o
livre funcionamento das estruturas do mercado.

Na década de 1990, o Brasil passou por uma Reforma Administrativa que alterou
algumas relações do Estado com a sociedade. Um dos aspectos principais foi a criação
de Agências Reguladoras, que têm a atribuição de fiscalizar e regularizar setores da
economia no Brasil. Com a criação das agências, a prestação direta de alguns serviços
públicos foi repassada à iniciativa privada, ficando estas com as agências a tarefa
de monitorar o funcionamento dos serviços, e de regular o setor quando necessário
(FERNANDES, 2003).

O Estado preservou a atuação direta em algumas atividades, como o poder de polícia


e a regulação econômica. Nas demais atividades, o Estado repassou transferiu a tarefa
de prestar o serviço para a iniciativa privada e passou a aprimorar a regulação em
diversos setores por meio da atuação das Agências Reguladoras (SILVA, 2002).

O CADE (2015) pontua algumas vantagens do mercado regulado. Segundo o Conselho,


em um mercado em que há concorrência entre os produtores de um bem ou serviço,
os preços praticados tendem a manter-se nos menores níveis possíveis. Portanto, para
conseguirem permanecer no mercado, as empresas precisam buscar constantemente
formas de se tornarem mais eficientes, e assim para que possam aumentar os seus
lucros. À medida que tais ganhos de eficiência são conquistados e difundidos entre os
produtores, ocorre uma readequação de preços, que beneficia o consumidor.

52
A livre concorrência não garante apenas que os consumidores

ee sejam beneficiados com preços menores. Mercados nos quais as


empresas são obrigadas a competir estimulam a criatividade e a
inovação das empresas .

No entanto, nem toda norma dirigida aos agentes econômicos pode ser considerada
uma atividade regulatória. As Agências precisam assegurar a prestação de serviços
adequados, de qualidade, não se limitando a normas negatórias, e devendo ser
prescritivas, identificando especificamente o que a empresa regulada pode e deve
fazer (SILVA, 2002).

Fernandes (2003) ressalta que a atividade econômica não precisa apenas ser regulada. É
necessário que existam mecanismos regulatórios que garantam a adequada prestação
de serviços públicos. Assim, percebe-se a nítida intervenção estatal regulatória a partir
das prescrições de normas, processos técnicos, e padrões mínimos a que os agentes
econômicos, que desejem atuar no respectivo setor econômico regulado, devem
obedecer (SILVA, 2002).

Glossário

Agências Reguladoras: são órgãos governamentais que exercem o papel de


fiscalização, regulamentação e controle de produtos e serviços de interesse público
tais como telecomunicações, energia elétrica, serviços de planos de saúde, entre
outros.

53
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Monopsônios são as estruturas
de mercado que possuem inúmeros vendedores, mas apenas
um comprador, chamado de monopsonista.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. A livre concorrência não


garante apenas que os consumidores sejam beneficiados
com preços menores.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

54
Referências

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57
UNIDADE 5 | ENTIDADES
ENVOLVIDAS NA PRESTAÇÃO
DO SERVIÇO DE TRANSPORTE

58
Unidade 5 | Entidades Envolvidas na Prestação do
Serviço de Transporte
No Brasil, diversas instituições estão envolvidas direta ou indiretamente com a
operação, o uso ou a regulação dos diferentes modos de transporte disponíveis para
mercadorias. A seguir, vamos conhecer as principais entidades, suas características e
sua participação nas operações de transporte rodoviário de mercadorias.

1 Entidades e Agentes Públicos

Vamos começar esta unidade falando dos diversos agentes públicos que estão
envolvidos com a prestação dos serviços de transporte de cargas, tanto no
planejamento de sistemas e da infraestrutura, quanto na regulamentação, fiscalização
e normatização dos variados fatores que regem a atividade.

1.1 Agente Público Responsável pelo Planejamento dos


Transportes

O Ministério dos Transportes (MT), o Ministério da Defesa (MD) e o Ministério do


Orçamento Planejamento e Gestão (MPOG) são as entidades públicas envolvidas no
planejamento dos transportes brasileiros.

O MT ocupa o mais alto nível da organização da área de transporte, sendo responsável


por determinar a política nacional de transporte. A preocupação maior do Ministério
centra-se na formulação, coordenação e supervisão de políticas e participação no
planejamento estratégico (ANTT, 2011).

59
1.2 Agente Público Responsável pela Infraestrutura de
Transportes

hh
No transporte rodoviário, a responsabilidade pela infraestrutura
de transportes, de acordo com a legislação vigente, está sob a
custódia do Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (DNIT).

O DNIT foi criado com o objetivo de


implementar, em sua esfera de atuação,
a política formulada para a administração
da infraestrutura do Sistema Federal de
Viação, compreendendo sua operação,
manutenção, restauração ou reposição,
adequação de capacidade, e ampliação
mediante construção de novas vias e
terminais (ANTT, 2011).

1.3 Agente Público Responsável pela Regulação

As Agências Reguladoras distinguem-se pela independência administrativa, autonomia


financeira e funcional e mandato fixo de seus dirigentes. A ANTT é o órgão responsável
pela regulação e fiscalização dos transportes terrestres em território nacional. Suas
atribuições estão relacionadas à concessão, permissão e autorização. A ANTT possui
competências para atuar nos seguintes seguimentos de transporte (ANTT, 2011):

• Ferroviário: exploração da infraestrutura ferroviária concedida; prestação do


serviço público de transporte ferroviário de cargas e de passageiros;

• Rodoviário: exploração da infraestrutura rodoviária concedida; prestação do


serviço público de transporte rodoviário de cargas e de passageiros;

• Dutoviário: cadastro de dutovias;

60
• Multimodal: promoção do transporte multimodal e habilitação do Operador de
Transportes Multimodal (OTM); e

• Terminais e vias: concessão da exploração.

1.4 Agente Público Responsável pela Fiscalização de Normas


Agropecuárias

A missão conferida ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é a


formulação e a implementação de políticas para o desenvolvimento do agronegócio,
integrando os aspectos de mercado tecnológicos, organizacionais e ambientais com o
atendimento dos consumidores do país.

hh
No contexto do sistema de transporte de cargas, o Ministério
determina a exigência de diversos documentos específicos, a
depender da carga a ser transportada.

São exemplos de documentos exigidos: o documento para o


controle do trânsito de animais — Guia de Trânsito Animal (GTA)
e o controle do trânsito de produtos de origem animal, que
pode ser o Certificado de Inspeção de Produtos, a Guia de
Trânsito de Produtos ou o Certificado de Inspeção Sanitária
(CIS).

2 Entidades e Agentes Privados

Vamos conhecer agora quais são as principais entidades privadas envolvidas com a
prestação dos serviços de transporte rodoviário de mercadorias.

61
2.1 Embarcador ou Expedidor

O embarcador é normalmente o dono das mercadorias. Em geral, ele representa a


empresa que necessita do deslocamento de produtos entre dois pontos em uma
cadeia de suprimentos. Também conhecido como expedidor ou remetente de cargas,
é ele quem está despachando a carga, ou seja, quem está expedindo a nota fiscal.

Podemos dizer que o expedidor é o responsável pela entrega da carga ao transportador,


a qual deverá estar devidamente acondicionada/embalada, acompanhada dos
documentos necessários ao cumprimento das formalidades legais perante a fiscalização
tributária, alfandegária, de polícia e de saúde, nos âmbitos Federal, Estadual ou
Municipal. Portanto, o expedidor é a pessoa física ou jurídica que celebra o contrato de
transporte com o transportador.

O expedidor é responsável pela exatidão das indicações ou declarações constantes nos


documentos necessários à emissão do Conhecimento de Carga, bem como pelos danos
resultantes de declarações ou indicações inexatas, irregulares e/ou incompletas.

2.2 Transportador

O transportador é aquele responsável pelo transporte da carga, ou seja, empresas


ou autônomos que possuem transporte a oferecer. Portanto, os transportadores
rodoviários são aqueles que realizam movimentação de cargas por meio do modo
rodoviário, seja a carga a transportar própria ou não (ANTT, 2011).

De acordo com a legislação brasileira, o exercício da atividade de transporte rodoviário


de cargas por conta de terceiros é efetuada mediante remuneração e o transportador
deve estar previamente inscrito e habilitado no Registro Nacional de Transportadores
Rodoviários de Cargas (RNTRC).

62
2.3 Operadores Logísticos

Segundo a ANTT (2011), os operadores


logísticos são empresas especializadas
que prestam serviços que integram
atividades de armazenagem,
processamento de pedidos,
movimentação de cargas, gerenciamento
de estoques, sistemas de distribuição e
de gerenciamento de transporte, entre
outras atividades.

Para facilitar a vida das empresas, os


operadores são contratados para realizar funções de gestão e distribuição dos materiais
e, em alguns casos, também fornecem suporte físico e a infraestrutura necessária para
a realização das operações.

2.4 Estações Aduaneiras de Interior (EADI)

Os Portos Secos, como são conhecidas as EADI, são recintos alfandegados de uso
público, nos quais são executadas as operações de movimentação, armazenagem e
despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem.

Como ressalta a ANTT (2011), alguns portos secos apresentam maior importância
para o transporte intermodal, já que servem de plataformas de integração dos modos
de transporte. As características inerentes dos portos secos que agregam também
serviços como armazéns, pátios para contêineres, sistemas informatizados, agilidade
nas operações, trâmites alfandegários e outros, representam um atrativo para os
usuários de transporte, bem como para os operadores.

63
2.5 Despachante Aduaneiro

É o profissional que representa o importador ou exportador na intermediação dos


serviços aduaneiros. Deve estar credenciado pela Secretaria da Receita Federal para o
exercício das atividades, órgão que dispõe sobre a forma de investidura nas funções de
despachante aduaneiro e de ajudante de despachante aduaneiro.

2.6 Operador de Transporte Multimodal (OTM)

A figura do OTM foi definida na Lei n° 9.611, de 19 de fevereiro de 1998. Esse operador é
a pessoa jurídica contratada como principal para a realização do Transporte Multimodal
de Cargas da origem até o destino, por meios próprios ou por intermédio de terceiros.
O Operador de Transporte Multimodal poderá ser transportador ou não transportador,
sendo que o exercício de suas atividades depende de prévia habilitação na ANTT. Cabe
a ele emitir o Conhecimento de Transporte Multimodal de Carga.

Quando o OTM puder habilitar-se para operar em outros países, ele deverá atender,
além das normas estabelecidas pela ANTT, todos os requisitos que forem exigidos
em tratados, acordos ou convenções firmadas pelo Brasil com o país de destino da
mercadoria.

Glossário

Multimodal: diz-se do transporte integrado em que se utilizam múltiplos meios ou


modais.

64
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. O expedidor é o responsável
pela entrega da carga ao transportador, a qual deverá estar
devidamente acondicionada/embalada, acompanhada dos
documentos necessários ao cumprimento das formalidades
legais perante a fiscalização tributária, alfandegária, de
polícia e de saúde, nos âmbitos Federal, Estadual ou
Municipal.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. O despachante aduaneiro é o


profissional que representa o importador ou exportador na
intermediação dos serviços aduaneiros.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

65
Referências

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68
Gabarito

Questão 1 Questão 2

Unidade 1 V F

Unidade 2 V F

Unidade 3 V V

Unidade 4 V V

Unidade 5 V V

69

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