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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

CEP – CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA

ELABORAÇÃO DE DETERGENTE SEM ADIÇÃO DE


TRIETANOLAMINA 85%

Anderson Theves

Lajeado, junho de 2017.


Anderson Theves

ELABORAÇÃO DE DETERGENTE SEM ADIÇÃO DE


TRIETANOLAMINA 85%

Artigo apresentado na disciplina


de estágio, do Curso Técnico em
Química, do Centro Universitário
UNIVATES, como exigência para
obtenção do grau de Técnico em
Química.

Orientador: Josoé Fernando Krüger

Lajeado, junho de 2017.

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ELABORAÇÃO DE DETERGENTE SEM ADIÇÃO DE
TRIETANOLAMINA 85%

Anderson Theves1

Josoé Fernando Kruger 2


Resumo: A história do sabão está ligada às origens da higiene, na história da humanidade. O
sabão surgiu de misturas brutas de materiais alcalinos e matérias graxas. O primeiro grande
passo fabril e comercial do sabão foi em 1791. Detergentes são substâncias inorgânicas ou
orgânicas que apresentam a propriedade de reduzir a tensão superficial da água, favorecendo
o seu espalhamento e emudecimento das superfícies. O detergente é um produto
biodegradável, o que significa que é uma substância que pode ser degradada pela natureza.
Essa possibilidade de degradação das moléculas formadoras do produto muitas vezes é
confundida com o fato de ser poluente ou não. O objetivo deste presente trabalho é a
elaboração de um detergente (lava-louças liquido) sem a adição de trietanolamina 85% em sua
formulação. Para a realização do desenvolvimento da formulação realizou-se 4 testes piloto de
uma nova composição de detergente sem a adição de trietanolamina 85%. Obtendo-se
resultados satisfatórios nas análises de pH, ponto de turvação, viscosidade, espumação e
estabilidade, conclui-se que existe um leque muito grande de matérias-primas que podem ser
utilizadas na formulação e fabricação do detergente.

Palavras-chave: fabricação, detergente, sabão, Trietanolamina.

1. INTRODUÇÃO

Hoje a indústria do sabão se transformou num dos mais importantes


braços da indústria química, utilizado em larga escala como um detergente de
grande poder ativo, um cosmético fino, um produto medicinal, ou ainda como
uma matéria prima e de extrema importância para hospitais, lavanderias,
grandes centros industriais e comerciais, gerando empregos em todo mundo
(FARIAS, 2007).

Nos últimos 30 anos, os detergentes domésticos, apresentaram um


rápido desenvolvimento e mudanças de composição. Além dos tensoativos que
desempenharam um importante papel neste desenvolvimento, a inclusão de
diversos aditivos contribuiu para aumentar o desempenho dos detergentes
(CASTRO, 2009).

1
Aluno do Curso Técnico em Química UNIVATES; Lajeado/RS - theves.anderson@gmail.com
2
Químico industrial, professor do Centro Universitário UNIVATES; Lajeado/RS – josoe_fk@univates.br

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Mesmo apresentando crescimento, a indústria de detergentes e todos os
outros produtos de limpeza, sofre com o mercado informal e seus produtos
clandestinos. Tendo como maiores consumidores a população de baixa
escolaridade e renda, os produtos de limpeza clandestinos apresentam sérios
ricos à saúde. O produto de limpeza mais produzido clandestinamente é a água
sanitária, que em 2001, de acordo com um estudo realizado pela FIPE -
Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, 42,1% da água sanitária
consumida no Brasil é clandestina. No caso dos detergentes em pó e líquido,
os números são bem menores, porém não deixam de atingir uma parcela
desinformada da população e prejudicar o mercado. O detergente em pó
apresenta apenas 0,20% de informalidade no consumo nacional, sendo a
clandestinidade pouco significativa, se comparada com o detergente líquido
que apresenta 7,7% de informalidade (AMARAL et al, 2007).

O não uso da trietanolamina 85% na elaboração do detergente se dá


pelo fato da licença de compra da mesma ter um valor muito alto e pela
burocracia de seu uso na indústria.

O objetivo deste presente trabalho é a elaboração de um detergente


(lava-louças liquido) sem a adição de trietanolamina 85% em sua formulação,
tendo em vista não prejudicar a eficácia na ação do produto final.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

A história do sabão está ligada às origens da higiene, na história da


humanidade. O início da preocupação com a higiene pessoal retrata-se aos
tempos pré-históricos. Como a água é um fator essencial neste processo e
imprescindível para a sobrevivência, provavelmente o homem primitivo tenha
vivido nas proximidades de alguma fonte de água potável e com isto adquiriu
conhecimentos sobre suas propriedades de limpeza (FARIAS, 2007).

A fabricação de sabão é uma das mais antigas atividades industriais da


nossa civilização. Têm-se registros desde o ano 2800 a.C. da Antiga Babilônia
(BORSATO, 2004).

No ano de 1500 a.C. tem-se registros dos egípcios que utilizavam um


material semelhante ao sabão para tratamento de doenças de pele e também

4
para o banho. Nesses mais de 4500 anos de existência, a indústria saboeira
evoluiu, acumulando experiência prática, além de estudos teóricos
desenvolvidos por pesquisadores (BORSATO, 2004).

Segundo uma antiga lenda romana, o nome “sabão” tem origem no


Monte Sapo, onde se realizavam sacrifícios de animais. A chuva levava uma
mistura de sebo derretido e cinzas para o barro às margens do Rio Tigre e as
mulheres descobriram que lavando a roupa com esta mistura, faziam menos
esforço e as roupas ficavam mais limpas (FARIAS, 2007).

Segundo Borsato (2004), o sabão surgiu de misturas brutas de materiais


alcalinos e matérias graxas. Somente a partir do século XIII que o sabão
começou a ser produzido em quantidades condizentes com a classificação de
indústria. Onde até então se pensava que o sabão fosse uma mistura mecânica
de gordura, nos princípios do século XIX, Chevreul, um químico Francês,
desvendou a estrutura das gorduras e mostrou que a formação de sabão era
uma reação química.

Desde o início da Idade Média a fabricação de sabão é uma atividade


bem estabelecida e regulamentada, e os segredos de sua fabricação muito
bem guardados. Porém, até meados do século XIX, o sabão era taxado como
artigo de luxo, e somente quando os custos de taxas caíram é que o produto
ficou mais acessível à população (CORRÊA, 2005).

O primeiro grande passo fabril e comercial do sabão foi à descoberta,


em 1791, do processo de fabricação do carbonato de sódio (barrilha), o
componente alcalino que se mistura com as gorduras, que era o material que
servia de base no preparo do sabão. Os custos de produção foram ainda mais
reduzidos com a descoberta, na segunda metade do século XIX, do processo
da amônia. No início do século XX, começaram a aparecer os sabões de
toalete, os sabões em escama, os sabões em pó. Os primeiros detergentes
domésticos surgiram no início dos anos 1930, mas foi somente com o fim da
Segunda Guerra Mundial que a sua indústria realmente se desenvolveu
(CORRÊA, 2005).

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Antes disso, por volta de 1918, aparece na Alemanha o primeiro
surfactante, em função da falta de gorduras de origem animal no mercado. Os
surfactantes são produtos químicos orgânicos que modificam as propriedades
da água, ao diminuir a sua tensão superficial e facilitar o processo da lavagem.
Essas substâncias são hoje conhecidas como tensoativos e sua fabricação se
dá pela junção química a partir de uma grande variedade de matérias-primas,
exercendo a função de agente de limpeza nos sabões (CORRÊA, 2005).

Após quase um século de predominância da Europa, a indústria química


migrou para outras regiões do mundo. Entre 1880 e a Primeira Guerra Mundial,
a Alemanha dominava o setor, mas hoje a liderança cabe aos Estados Unidos.
Após a Segunda Guerra Mundial, a indústria química teve grande crescimento
no Japão, que se tornou, nas três últimas décadas do século 20, o segundo
maior produtor mundial (WONGTSCHOWSKI, 2011).

Desde o ano de 1950, o alquil benzeno sulfonato de sódio, utilizado em


detergentes líquidos, em pó e em barras, demonstrou ser muito eficiente, tanto
para diminuir a tensão superficial da água, quanto para a remoção de sujeiras
oleosas e de diversas naturezas. No entanto, demonstrou ser um produto
poluidor de águas residuais despejadas em rios e córregos, uma vez que nelas
ele não se degrada naturalmente. Com o avanço das pesquisas, permitiu que
essa substância fosse modificada, ganhando às suas funções de limpeza a
capacidade de ser biodegradável (CORRÊA, 2005).

No Brasil, a indústria de sabões tem início na segunda metade do séc.


XIX. Na zona rural, ainda hoje, a população produz o sabão de forma artesanal
misturando se todo tipo de óleos e gorduras (animais e vegetais) com um
extrato aquoso de cinzas (FARIAS, 2007).

No início do século 19, já existiam no Brasil substâncias e materiais


produzidos com base em processos químicos, como açúcar, aguardente,
medicamentos, potassa, barrilha, salitre, cloreto de amônio e cal. Esse quadro
mostrava uma expansão de atividades fabris iniciadas desde o período
colonial. Riquezas naturais químicas também eram extraídas, como sal, drogas
medicinais e resinas vegetais. Ainda na primeira metade do século 19, foram

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fundadas no país cinco fábricas de pólvora, 30 fábricas de sabões e velas e 10
fábricas de produtos químicos diversos (WONGTSCHOWSKI, 2011).

De início do século XIX até cerca de 1960 o Brasil ganhou mais de 150
unidades industriais nesse setor. Esses empreendimentos abrangeram os mais
diversos ramos de atividade: extração mineral e vegetal, refino de petróleo e
produção de fertilizantes, produtos químicos inorgânicos, papel, cimento, vidro,
fármacos, explosivos, açúcar e álcool, produtos álcool químicos e outros. A
partir de 1965, a indústria química brasileira se modernizou, em especial com a
implantação de três polos petroquímicos e de unidades fabris com tecnologia
mais avançada (WONGTSCHOWSKI, 2011).

Os produtos químicos, presentes hoje em todos os segmentos da


indústria de transformação, na agricultura e no consumo doméstico, são
obtidos principalmente a partir de matérias-primas fósseis, mas insumos
renováveis vêm sendo crescentemente utilizados em sua fabricação. Como a
demanda de produtos químicos no Brasil tem sido cada vez mais atendida por
importações, a indústria química brasileira apresenta grande potencial de
crescimento (WONGTSCHOWSKI, 2011).

A indústria química tem fabricado uma ampla lista de produtos e de


matérias-primas para variados setores industriais. O aproveitamento desses
insumos vem se alterando historicamente, de acordo com o desenvolvimento
tecnológico. No início do século XIX, eram usados materiais oriundos do reino
mineral, principalmente o carvão, os minérios, o cloreto de sódio e o salitre. As
matérias - primas de origem vegetal e animal eram aproveitadas no setor em
menores quantidades (WONGTSCHOWSKI, 2011).

Detergentes por definição são substâncias inorgânicas ou orgânicas que


apresentam a propriedade de reduzir a tensão superficial da água, favorecendo
o seu espalhamento e emudecimento das superfícies, promovendo um contato
mais íntimo entre a água e o objeto a ser limpo (CASTRO, 2009).

Ressalta-se que existem diferenças significativas nos processos usados


para fabricar os detergentes e sabões, e também diferenças marcantes de
composição química que provocam diferenças de atuação (CASTRO, 2009).

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Os sabões são precipitados e, por isso, não são eficientes em presença
de águas duras ou ácidas, ao contrário dos detergentes. Além disso, embora
as composições dos sabões comuns sejam variáveis, são apenas sais de sódio
e de potássio de diversos ácidos graxos. Por outro lado, os detergentes são
misturas complexas de várias substâncias cada qual escolhida para efetuar
uma ação particular durante a limpeza (CASTRO, 2009).

A detergência é um processo que consiste na remoção de sujidades das


superfícies, passando-as para um meio, em geral líquido, que se designa por
banho de lavagem, no qual tais sujidades ficam em suspensão, dissolvidas ou
emulsionadas. As substâncias, como os tensoativos, que conseguem promover
este processo, diz-se que possuem poder detergente e designam-se por
detergentes (SILVA, 1991).

Uma das questões principais, alvo de discussão e polêmicas, é a


questão ambiental. Com o objetivo de melhorar o desempenho, a aparência, ou
simplesmente por questões estéticas comerciais, muitas substâncias
poluidoras e prejudiciais à saúde, são adicionadas aos produtos de limpeza,
sem a preocupação com o mal que elas possam causar a saúde e ao meio
ambiente, trazendo mais problemas que benefícios. Estes produtos são
fabricados por grandes empresas ou por pequenas indústrias de fundo de
quintal, estas funcionando na maioria das vezes, em condições higiênicas
precárias e sem assistência técnica, e que colocam no mercado produtos sem
especificação e de qualidade duvidosa (FARIAS, 2007).

Nos últimos anos, o setor de produtos de limpeza institucional tem


apresentado crescimento. Em 2005, o setor movimentou US$ 4 bilhões e
empregou mais de 600 mil pessoas. Em pesquisa realizada pela Associação
Brasileira do Mercado Institucional de Limpeza, em 2006, aponta-se estimativa
de crescimento contínuo de 2% a 4% ao ano, até 2010. Além da maior
conscientização em relação à limpeza institucional, cresceu também a
preocupação e o consumo de produtos de limpeza domésticos. O detergente
está presente em ambos os setores de limpeza, institucional e doméstico. O
detergente em pó, usado para lavar roupas, representa grande parte das
vendas do segmento, que no Brasil em 2004, representou 51,4% dos gastos

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em limpeza doméstica. Porém além do detergente em pó, o detergente líquido,
usado para lavar louças, também se mostra importante, já que o cuidado com
as louças representou em 2004, 10,3% dos gastos com a limpeza. O
detergente líquido é um produto prático e de baixo custo, que se mostra
bastante presente nas pias das casas brasileiras. Em 2005, em função da
economia estável, os detergentes líquidos ganharam maior espaço no mercado
nacional. Além disso, marcas regionais conseguiram obter um maior espaço na
concorrência com as grandes marcas (AMARAL et al, 2007).

O detergente é um produto biodegradável, o que significa que é uma


substância que pode ser degradada pela natureza. Essa possibilidade de
degradação das moléculas formadoras do produto muitas vezes é confundida
com o fato de ser poluente ou não. Ser biodegradável não significa que o
produto não causa danos ao ecossistema, mas sim que o mesmo é
decomposto por micro-organismos (geralmente bactérias aeróbias), aos quais
serve de alimento, sendo consumido num curto espaço de tempo. Dependendo
do meio, a degradabilidade das moléculas ocorre em ± 24 horas. A não
existência de ramificações nas estruturas das cadeias, facilitam a degradação
realizada pelos micro-organismos (KAWA, 2014).

O produto biodegradável é aquele que é degradado pelos micro-


organismos presentes na natureza, normalmente ocorrendo em duas fases: no
primeiro momento existe a quebra da cadeia hidrofóbica, no segundo momento
os produtos de degradação são transformados em dióxido de carbono, água e
sais minerais (SILVA et al, 2011).

Na água existem micro-organismos que possuem enzimas capazes de


quebrar as moléculas de cadeias lineares. Essas enzimas, porém, não
reconhecem as moléculas de cadeias ramificadas, fazendo com estes
detergentes permaneçam na água sem sofrer degradação (não-biodegrádavel)
(QUÍMICA, 2017).

A Figura 1 apresenta as cadeias de sabões e detergentes


biodegradáveis e não biodegradáveis:

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Figura 1: Cadeias Biodegradáveis e não biodegradáveis

Fonte: BOSCO, 2008.

2.1 Análise de pH
O pH (potencial hidrogeniônico) é uma grandeza físico-química que
indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer. Sua escala
varia entre 0 e 14, sendo que o pH 7 a 25°C, indica um pH neutro, abaixo
desse valor refere-se a um meio ácido e acima de 7 indica um meio alcalino
(básico). As leituras de pH são realizadas através de potenciômetro analógico
ou digital (pHmetro) que mostra diretamente os resultados (PILCH et al, 2017).

Segundo ANVISA, 2007, para os produtos incluídos na categoria de


detergentes líquidos específicos para lavar louças manual de venda livre, o pH
deve estar compreendido entre 5,5 e 9,5.

2.2 Ponto de turvação

O produto possui um limite de saturação e caso esse limite for


ultrapassado, o eletrólito causa a desestabilização das micelas, acarretando
perda de viscosidade e turvação, com posterior precipitação (NEVES, 2017).

2.3 Viscosidade

A viscosidade Copo Ford é medida pelo tempo que um volume fixo de


líquido gasta para escoar através de um orifício existente no fundo de um
recipiente (FARMACOPEIA, 2010).

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2.4 Espumação

A formação de espuma é dada através da queda, a partir de uma altura


fixa, de um volume da solução formadora de espuma para um cilindro contendo
um volume fixo da mesma solução formadora Tem por objetivo medir o volume
e a estabilidade da espuma de tensoativos (AZEVEDO et al, 2014).

2.5 Estabilidade

A estabilidade é um parâmetro de validação muito pouco descrita em


normas de validação de metodologia analítica, mas necessária para assegurar
a qualidade, desde a fabricação até a expiração do prazo de validade.
Variáveis relacionadas à formulação, ao processo de fabricação, ao material de
acondicionamento e às condições ambientais e de transporte, assim como
cada componente da formulação seja ativo ou não, podem influenciar na
estabilidade do produto (ISAAC et al, 2008).

2.1.1 COMPOSIÇÃO DO DETERGENTE

2.1.1.1 Alcalinizante (Hidróxido de sódio 50%)

Os alcalinizantes podem ser de origem orgânica ou inorgânica, sendo


utilizados em cosméticos para conferir alcalinidade às soluções, para
neutralizar ácidos graxos e obter os sabões, os umectantes (lactatos,
glicolatos), os géis de carbômeros e para corrigir o pH, entre outras aplicações.
São exemplos de bases orgânicas as alcanolaminas, o amino metil propanol e
de bases inorgânicas o hidróxido de sódio, potássio ou amônio (PEDRO,
2004).

O hidróxido de sódio (NaOH), também conhecido como soda cáustica, é


um hidróxido cáustico usado na indústria (principalmente como uma base
química) na fabricação de papel, tecidos, detergentes, alimentos e biodiesel.

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Também usado para desobstruir encanamentos e sumidouros pelo fato de ser
corrosivo. É produzido por eletrólise de uma solução aquosa de cloreto de
sódio (salmoura) (SOUZA, 2017).

A Soda Cáustica Líquida Comercial é produzida em um tipo de célula


eletrolítica onde a salmoura flui de um compartimento para outro através de
uma camada porosa (Diafragma). A soda cáustica produzida na eletrólise está
junto com essa salmoura (Licor de célula). Esse Licor é então enviado para
uma unidade de evaporação, onde é concentrado até a obtenção da Soda
Cáustica 50% m/m e seu teor de cloreto de sódio é reduzido para
aproximadamente 1% (em peso). Essa é a grande diferença em comparação
aos outros dois processos: as sodas produzidas nos processos Mercúrio (Soda
Rayon) e Membrana (Soda Membrana), são praticamente isentas de Cloreto de
Sódio (< 0,015% NaCl) (SOUZA, 2017).

É utilizado em detergentes como alcalinizante para neutralizar o Linear


dodecil benzeno sulfonato de sódio (LASNa) na dosagem de 0,6% a 0,8%. Por
ser uma reação muito exotérmica, é conveniente diluir o alcalinizante em água
antes de adicionar o LASNa (QUÍMICA, 2017).

2.1.1.2 Tensoativo aniônico (Ácido sulfônico 90%)

Qualquer substância ou composto que seja capaz de reduzir a tensão


superficial ao estar dissolvido em água, ou que reduz a tensão interfacial por
adsorção preferencial de uma interfase líquido-vapor e outra interfase
(AMARAL et al, 2007).

Os tensoativos constituem uma importante classe de compostos


químicos amplamente utilizados em diversos setores. A maior parte dos
tensoativos disponíveis comercialmente são sintetizados a partir de derivados
de petróleo (BALAN, 2006).

Os tipos de detergentes estão em correspondência direta com o tipo do


tensoativo utilizado como princípio ativo. A maioria dos agentes tensoativos
tem molécula com um grupo hidrófilo numa das extremidades e um grupo

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hidrófobo na outra. A parte hidrófoba é uma cadeia de hidrocarbonetos, com 8
a 18 carbonos, linear ou ligeiramente ramificada, e em alguns casos um anel
benzênico substitui alguns átomos da cadeia. A extremidade hidrófila, ou seja,
solúvel em água é a parte polar da molécula e pode ser aniônica, catiônica e
não iônica, em função do grupo associado: carboxílico, sulfato, hidroxílico, ou
sulfonato, sempre usados como sais de sódio ou de potássio (AMARAL et al,
2007).

O Linear dodecilbenzeno sulfonato de sódio (LASNa) é o tensoativo


mais utilizado, comumente chamado de ácido sulfônico. Praticamente, todos,
os detergentes são formulados a partir dele (DALTIN, 2011).

Os tensoativos são moléculas bastante especiais no mundo da Química.


Apresentam afinidade por óleos, gorduras e superfícies das soluções com
sólidos, líquidos ou gases, mas também pela água, podendo pertencer aos dois
meios. Essas características permitem que os tensoativos sejam utilizados
como conciliadores dessas fases imiscíveis, formando emulsões, espumas,
suspensões, microemulsões ou propiciando a umectação, formação de filmes
líquidos e detergência de superfícies. Essas propriedades fazem com que os
tensoativos sejam utilizados em aplicações tão diversas como detergentes,
agroquímicos, cosméticos, tintas, cerâmica, alimentos, tratamento de couros e
têxteis, formulações farmacêuticas, óleos lubrificantes (DALTIN, 2011).

O conceito moderno de agentes tensoativos, ou surfactantes inclui os


sabões, os detergentes, os emulsificadores, os agentes umectantes e os
agentes penetrantes. Esta atividade de modificar as propriedades de uma
camada superficial que separa duas fases em contato está relacionada com a
estrutura dos tensoativos que possuem na mesma molécula uma parte polar,
solúvel em água (hidrofílica) e uma parte não polar, insolúvel em água
(hidrofóbica) (CASTRO, 2009).

Portanto, os tensoativos são compostos constituídos de uma longa


cadeia carbônica, sensivelmente insolúvel em água (hidrofóbica), porém
solúvel em óleos e gorduras, acompanhadas de um maior ou menor grupo de
átomos com poderosa atração pela água (CASTRO, 2009).

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Na superfície do líquido, a parte hidrofílica da substância tensoativa
adere às moléculas da água, quebrando suas atrações intra-moleculares,
reduzindo desta forma, a tensão superficial. Neste momento, a estrutura
esférica da gota de água entra em colapso, expandindo a área de contato com
a superfície. Além de solucionar o problema de tensão superficial, os
tensoativos exercem outras funções muito importantes na lavagem, como por
exemplo, ajudam a deslocar a sujeira e dispersam as partículas de sujeira
(CASTRO, 2009).

Segue figura da estrutura molecular do tensoativo aniônico:

Figura 2: Estrutura molecular do tensoativo aniônico.

Fonte: MOREIRA, 2014.

De acordo com Macêdo (2000), a fração hidrofóbica do tensoativo


interage com os resíduos de gordura enquanto a hidrofílica apresenta afinidade
com a água. O conjunto formado é denominado de micela, conforme
apresentado na Figura 3:

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Figura 3: Estrutura da micela.

Fonte: FOGAÇA (2010).

O ácido sulfônico (LASNa) atua em sinergia com o laurel éter sulfato de


sáodio 70% (LESS) conferindo a formulação final maior poder de detergência,
espumante e excelente estabilidade, além de diminuir significativamente a
irritabilidade da formulação (QUÍMICA, 2017).

2.1.1.3 Tensoativo aniônico (Lauríl éter sulfato de sódio 70%)

O aurel éter sulfato de sódio (LESS) apresenta uma baixa capacidade


de remoção das gorduras de constituição da pele, sendo por isso menos
agressivo no uso humano (MERCADANTE, 2010).

É aquele que em solução aquosa se ioniza produzindo íons orgânicos


negativos, os quais são responsáveis pela atividade superficial (AMARAL et al,
2007).

Obtido através da reação de álcoois graxos etoxilados (Álcool graxo +


óxido de eteno) com agentes sulfatantes como o SO3 (Trióxido de enxofre).
(MISIRLI,2017).
A associação entre o LESS e o LASNa, acarreta numa melhoria do
poder de espessamento, diminuição da irritabilidade dérmica e melhoria da
performance de limpeza (MISIRLI, 2017).

Possui alto poder detergente, umectante e espumógeno. Em virtude de


seu baixo custo, facilidade de uso e baixo índice de toxicidade, é muito utilizado

15
em formulações de xampus, banhos de espuma, sabonetes líquidos e
detergentes (QUÍMICA, 2017).

2.1.1.4 Tensoativo anfótero (côco amido propil betaína)

É aquele que tem dois ou mais grupos funcionais que, dependendo das
condições do meio, podem ser ionizados em solução aquosa e dão as
características de surfactante aniônico ou catiônico. Sua estrutura possui,
geralmente, um ânion carboxilato ligado a uma amina ou cátion quaternário de
amônio (AMARAL et al, 2007).

Dependendo do pH da solução e da estrutura do detergente podem


prevalecer as espécies aniônica, catiônica ou neutra (BALAN, 2006).

Reduz a irritabilidade dos alquil sulfatos, alquil éter sulfatos e alquil


sulfonados. Proporciona aumento de viscosidade e estabilização da espuma
(MISIRLI, 2017).

Não são adequados para serem utilizados como tensoativo principal,


devido ao seu alto custo e performance insuficiente como detergente (MISIRLI,
2017).

2.1.1.5 Sequestrante (EDTA)

Agentes quelantes ou sequestrantes aparecem praticamente em todas


as fórmulas de produtos de limpeza. Estes compostos retiram íons que estão
presentes na água e que podem reduzir a ação do detergente como os íons
cálcio e magnésio, componentes que tornam a água dura e prejudicam a ação
dos tensoativos aniônicos (sabões e detergentes) (AMARAL et al, 2007).

Os agentes sequestrantes têm a função de complexar íons responsáveis


pela dureza da água, principalmente os íons Cálcio (Ca+2), Magnésio (Mg+2) e
Ferro(Fe+3)(MISIRLI, 2017).

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São responsáveis pelo aumento da estabilidade dos sistemas onde os
mesmos são empregados (MISIRLI, 2017).

Entre os principais sequestrantes utilizados na formulação de um


detergente lava-louças, destacam-se o EDTA(ácido etilenodiaminotetracético),
o EHDP (ácido etidrônico) e o Heptanoato de Sódio (MISIRLI, 2017).

O sequestrante também exerce outro papel muito importante, que é o da


potencialização do sistema conservante. Este fato ocorre, pois, retirando os
íons do meio, essenciais ao crescimento das bactérias dificultam mais ainda o
aparecimento das mesmas (MISIRLI, 2017).

2.1.1.6 Conservante (Mistura de isotiazolinonas)

A grande presença de água e a associação de diversos produtos


orgânicos tornam o detergente suscetível ao ataque de fungos e bactérias. Os
micro-organismos podem ser transmitidos pelas matérias primas, embalagens
ou durante o processo industrial. As características dos produtos contaminados
são a descoloração, mudança de cor, separação de fases e a floculação
(QUÍMICA, 2017).

Desenvolvido por estudos realizados nos anos 1960’s pela empresa


norte americana Rohm & Haas. O produto comercial é normalmente vendido
como uma mistura na proporção 3:1 de: metilcloroisotiazolinona (MCI) e
metilisotiazolinona (MI), e a concentração do material ativo é de 1,5%. O
produto clorado é mais ativo que a outra molécula. O produto é miscível em
água e propilenoglicol e insolúvel em óleo, apresenta um largo espectro de
atividade contra vários microrganismos, e é eficaz a baixas concentrações
(OLIVEIRA, 2008).

As misturas de isotiazolinonas apresentam excepcional atividade anti-


microbiana contra bactérias gram-positivas, gram-negativas, fungos e
leveduras. Apresentam também boa compatibilidade com surfactantes e
emulsionantes, sem restrições quanto a natureza iônica e é efetivo em todas as

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faixas de pH, não contribui com cor e/ou odor aos produtos onde for utilizado
(QUÍMICA, 2017).

As recomendações de uso do isotiazolinonas, de acordo com a


legislação vigente, emitidas pelos organismos controladores, é de no máximo
1%(0,0015% ppm) (OLIVEIRA, 2008).

No Brasil o uso de preservantes é regulamentado pela Resolução RDC


nº 162, de 11 de setembro de 2001, que substituiu o Anexo II da Resolução nº
79, de 28 de agosto de 2000, ambos da ANVISA; que apresenta uma lista de
substâncias permitidas para uso em formulações e também apresenta a
seguinte definição para o preservante (a ANVISA se refere ao preservante
como “substância de ação conservante”), que é reproduzida a seguir:
“CONSERVANTES”: São substâncias adicionadas aos Produtos
de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes com a finalidade
primária de preservá - los de danos e / ou deteriorações
causadas por micro – organismos durante sua fabricação e
estocagem, bem como proteger o consumidor de
contaminação inadvertida durante o uso do produto
(ANVISA, 2001).

2.1.1.7 Corante

Os corantes utilizados em formulações, como os de detergentes


líquidos, servem mais como um apelo de marketing e normalmente estão
vinculados ao odor. Deve-se sempre verificar se o corante tem seu uso
permitido por lei e se o mesmo não interfere nas aplicações finais do produto
(AMARAL et al, 2007).

Pigmentos e corantes são substâncias que quando aplicadas a um


material lhe conferem cor (MENDA, 2011).

Normalmente pigmentos e corantes são fornecidos em pó, cabendo à


indústria fazer sua moagem, dispersão ou dissolução até o ponto desejado
para a aplicação no material ou substrato. Eles também podem ser adquiridos
pré-dispersos, prontos para o uso, já beneficiados com aditivos, estabilizantes
e outros componentes. São os concentrados comercializados na forma líquida
ou em pasta (MENDA, 2011).

18
2.1.1.8 Espessante sintético (Polihidróxietileno)

Os polímeros modificados começaram a ser usados como espessantes


no final dos anos 80, em produtos variados como tintas e géis para o cabelo,
novos champôs, cremes de limpeza facial, entre outros. Estes polímeros com
propriedades espessantes formam uma rede tridimensional, potenciada pelas
associações hidrofóbicas entre grupos dos polímeros, que origina um aumento
de viscosidade do produto final. Uma outra propriedade requerida por parte
deste tipo de indústria é facto de os polímeros serem usados como agentes
estabilizantes (DUARTE, 2011).

Os polímeros modificados hidrofobicamente, pelas características


anfifílicas que possuem, interagem com vários componentes das formulações,
através de associações entre cadeias do polímero, de ligações de hidrogénio e,
especialmente, interações hidrofóbicas, tornando as formulações mais estáveis
(DUATE, 2011).

2.1.1.9 Espessante (Sulfato de magnésio 9%)

Se o detergente for aniônico ou catiônico, e não havendo preocupação


com ferrugem, pode-se utilizar eletrólitos do tipo sais como cloreto de sódio,
sulfato de magnésio ou sódio e uréia. Deve-se somente tomar o cuidado de
introduzi-los na mistura quando o pH desta estiver em torno de 6,5 a 7,5
(neutro), pois caso contrário, pode ocorrer a turvação do detergente com
possível separação de fases (AMARAL et al, 2007).

A viscosidade do detergente é um dos principais apelos de marketing


utilizados neste segmento de mercado, visto que o consumidor entende que,
quanto mais viscoso for o detergente, maior sua “concentração” e
consequentemente maior o seu rendimento, proporcionando uma maior
economia do produto (SANTOS, 2016).

Quando adicionamos o sal, o mesmo interage com a água e com as


micelas dos tensoativos, formando uma espécie de enlaçamento que dificulta a
mobilidade das moléculas, resultando no efeito visual que temos, que é o do

19
aumento de viscosidade. O espessamento depende diretamente da estrutura
micelar dos tensoativos, da formulação e da sua interação com o eletrólito e a
água (SANTOS, 2016).

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a realização do desenvolvimento da formulação realizou-se 4


testes piloto de uma nova composição de detergente sem a adição de
trietanolamina 85%. Entre o primeiro e o segundo teste, aumentou-se a
concentração de lauril éter sulfato de sódio 70%, entre o segundo e o terceiro
teste, aumentou-se a concentração de espessante sintético (polihidróxietileno),
e entre o terceiro e quarto teste, aumentou-se a concentração do espessante
sulfato de magnésio 9%. Após as alterações de concentração realizadas, o
produto ficou pronto. Entre todos os testes piloto foram realizadas análises para
o melhoramento do aspecto, ponto de turvação, viscosidade, pH e estabilidade,
sendo a estabilidade realizada somente no produto pronto.

O quadro 1 apresenta a composição química do detergente formulado:

Quadro 1- Composição Química do Detergente.


NOME COMERCIAL FUNÇÃO

Água Veículo
Hidróxido de Sódio 50% Alcalinizante
Ácido sulfônico 90% Tensoativo Ânionico
Lauril Éter Sulfato de Sódio 70% Agente Espumogêno
Côco Amido Propil Betaína Estabilizante da Espuma
EDTA Sequestrante
Mistura de Isotiazolinonas Conservante
Corante Dar Cor ao Produto
Polihidróxietileno Espessante
Sulfato de Magnésio 9 % Espessante
Fonte: Do Autor, 2017.

20
3.1 Análise de pH

Nesta análise, retirou-se o eletrodo da solução de cloreto de potássio


(KCl), lavou-se o eletrodo do pHmetro com água destilada, secou-se o mesmo
com papel neutro e macio, mergulhou-se o eletrodo no detergente ainda sem
espessante, deixou-se o pH estabilizar, retirou-se o eletrodo, lavou-se o
mesmo, secou-se e mergulhou-se em solução de cloreto de potássio (KCl).

Para a realização desta análise utilizou-se um pHmetro portátil,


conforme figura 4:

Figura 4- pHmetro portátil

Fonte: Do Autor, 2017.

3.2 Ponto de turvação

Pra realizar esta análise, utilizou-se 1 copo de bécker contendo gelo,


cloreto de sódio e água, 1 tubo de ensaio, 1 termômetro e 2 mL do produto
pronto. Colocou-se o produto no tubo de ensaio juntamente com o produto
colocou-se o termômetro e, inseriu-se o tubo de ensaio dentro do copo de

21
bécker, agitou-se o tubo de ensaio e observou-se em qual temperatura o
produto turvou, conforme figura 5:

Figura 5- Análise de ponto de turvação.

Fonte: Do Autor, 2017.

3.3 Viscosidade

Para esta análise, utilizou-se viscosímetro do tipo Copo Ford número 4,


calibrado, medindo, portanto, a viscosidade elástica do produto analisado.
Homogeneizou-se a amostra e averiguou-se a temperatura. Fechou-se o
orifício do viscosímetro e preencheu-se o copo com a amostra, nivelando a
mesma com o auxílio de uma placa de vidro. Abriu-se o orifício do viscosímetro
e acionou-se o cronômetro. Parou-se o cronômetro quando houve a primeira
interrupção do fluxo e anotou-se os segundos transcorridos, obtendo-se o
resultado em tempo (segundos ou minutos).

22
A Figura 6 apresenta um modelo de Viscosímetro Copo Ford:

Figura 6 – Copo Ford nº 4

Fonte: DMBRASIL, 2017.

3.4 Espumação

Para a análise de determinação da espumação iniciou-se com a


pesagem de 5 g de amostra de detergente em um béquer de 100 mL.
Dissolveu-se em água destilada e transferiu-se a solução para um balão
volumétrico de 500 mL. Avolumou-se o balão com água destilada e agitou-se
para total homogeneização. Transferiu-se a solução para uma bureta com
titulante de 100 mL. Colocou-se uma proveta de 200 mL abaixo da bureta.
Elevou-se a bureta a uma determinada altura, abriu-se o registro de saída,
deixou-se sair 40 mL da solução e após, iniciou-se a marcação da altura da
espuma formada, sendo que o zero da escala coincide com o início da espuma.
Anotou-se os resultados da altura da espuma no tempo 0 e 5 minutos.

23
3.5 Estabilidade

Para determinação da estabilidade do detergente, colocou-se uma certa


quantidade de detergente sob refrigeração em geladeira, no período de 24
horas, controlando a temperatura, e em outro teste, colocou-se uma certa
quantidade, em forno industrial, também no período de 24 horas, controlando a
temperatura.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após realizadas as análises físico-químicas do detergente desenvolvido,


obtiveram-se os resultados apresentados na tabela 1 que segue abaixo:

Tabela 1: Resultados físico-químico e de estabilidade obtidos.


ANÁLISES RESULTADOS

pH 7,0

Ponto de turvação - 1ºC

Copo Ford nº 4 3 minutos e 29 segundos

Espumação 0 minutos: 6 centímetros


5 minutos: 4,5 centímetros
Em geladeira, à 0°C:
sem alterações
Estabilidade Em forno, à 40°C:
Sem alterações
Fonte: Do Autor, 2017.

É no controle de qualidade que o conceito pH tem uma das suas mais


relevantes aplicações, em virtude da importância na saúde humana. Para se
ter um manuseio seguro, optou-se por um pH neutro (7) na formulação do
detergente.

24
O ponto de turvação de um produto é importante na aparência do
mesmo, uma vez que se espera que o produto tenha uma aparência límpida. O
detergente formulado apresentou um ótimo resultado quanto ao ponto de
turvação, começando a turvar à -1°C, tendo em vista que no transporte e nas
prateleiras dos estabelecimentos, é muito difícil alcançar temperaturas
negativas.

Para determinar a viscosidade dos produtos fabricados, utilizou-se o


viscosímetro de orifício, Copo Ford, instrumento que avalia a viscosidade de
líquidos Newtonianos, ou quase Newtonianos, através da determinação do
tempo de escoamento. Esta análise foi realizada com produto já estabilizado,
após alguns dias da sua formulação final. Nesta análise foi utilizado o Copo
Ford de n° 4, que resultou no tempo de 3 minutos e 29 segundos, o que
demonstrou um ótimo resultado, mostrando um produto viscoso para a
utilização como lava - louças doméstico.

A espumação do produto desenvolvido apresentou valores bons, sendo


que a percepção do consumidor quanto a maior espumação remete a ideia de
maior limpeza.

O estudo da estabilidade fornece indicações sobre o comportamento do


produto, em determinado intervalo de tempo, frente a condições ambientais a
que possa ser submetido, desde a fabricação até o término da validade. Para
os testes de estabilidade, utilizou-se uma geladeira comum (convencional),
controlando a temperatura em 0°C, e um forno industrial, controlando a
temperatura em 40°C, no período de 24 horas cada procedimento, não
apresentando nenhuma alteração no produto, o que é muito importante tendo
em vista as temperaturas tanto no transporte, quanto na estocagem do mesmo.

5. CONCLUSÃO

A não utilização da trietanolamina 85% na formulação de detergentes


não tem impacto na qualidade do produto final do produto, podendo – se assim
optar por produtos que não incidam em burocracia e altos custos para a
indústria, buscando sempre atingir bons resultados e procurando melhor

25
atender o consumidor que esta sempre em busca produtos com melhor eficácia
e rendimento.

Conclui-se que existe um leque muito grande de matérias-primas que


podem ser utilizadas na formulação e fabricação do detergente, sendo que
caberá a cada formulador a sensibilidade da junção das matérias-primas,
buscando atender a demanda de um mercado cada vez mais exigente, em
qualidade, preço competitivo e preservação do meio ambiente.

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