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Apostila de

CONVERSÃO DE
ENERGIA ELÉTRICA

Prof. Dsc. Elenilton Teodoro Domingues

2013
Aracaju, Agosto

i
SUMÁRIO

CAPÍTULO 0 ............................................................................................................................. 1 
0.1.  INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1 
0.1.1.  CAMPO MAGNÉTICO ..................................................................................................... 1 
0.1.2.  MAGNÉTISMO............................................................................................................... 1 
0.1.3.  LINHAS DE CAMPO MAGNÉTICO OU LINHAS DE INDUÇÃO............................................... 2 
0.1.4.  CAMPO MAGNÉTICO DA TERRA ..................................................................................... 3 
0.1.5.  SUBSTÂNCIAS MAGNÉTICAS .......................................................................................... 3 
CAPÍTULO 1 ............................................................................................................................. 4 
1.1.  LEI DE BIOT E SAVART ................................................................................................. 4 
1.2.  FORÇA MAGNÉTICA EM CONDUTORES ......................................................................... 19 
CAPÍTULO 2 ........................................................................................................................... 43 
2.1.  MATERIAIS MAGNÉTICOS............................................................................................ 43 
2.2.  CURVAS DE MAGNETIZAÇÃO ....................................................................................... 43 
2.3.  LAÇO DE HISTERESE, REMANÊNCIA E FORÇA COERCITIVA............................................ 45 
2.4.  FLUXO MAGNÉTICO .................................................................................................... 46 
2.5.  PERMEABILIDADE MAGNÉTICA .................................................................................... 47 
2.6.  CIRCUITOS MAGNÉTICOS ........................................................................................... 48 
CAPÍTULO 3 ........................................................................................................................... 65 
1.4.  INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 65 
1.5.  OBJETIVO .................................................................................................................. 67 
1.6.  PRINCÍPIO DE CONSTRUÇÃO DE UM TRANSFORMADOR 1Ø ........................................... 67 
1.7.  TIPOS DE TRANSFORMADORES ................................................................................... 68 
1.8.  SÍMBOLOS DOS TRANSFORMADORES .......................................................................... 69 
1.9.  PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO ................................................................................. 70 
1.10.  PERDAS NO TRANSFORMADOR .................................................................................... 72 
1.11.  PERDAS NO MATERIAL DOS ENROLAMENTOS ............................................................... 72 
1.12.  PERDAS NO FERRO DO NÚCLEO MAGNÉTICO ............................................................... 73 
1.13.  TIPOS DE LIGAÇÃO DOS ENROLAMENTOS TRIFÁSICOS ................................................. 75 
1.14.  LIGAÇÃO TRIÂNGULO OU DELTA (∆)............................................................................ 75 
1.15.  LIGAÇÃO ESTRELA (Y) ................................................................................................ 77 
1.16.  TRANSFORMADORES COM DERIVAÇÕES NO SECUNDÁRIO ............................................ 78 
1.17.  POTÊNCIA NOS TRANSFORMADORES ........................................................................... 78 
1.18.  CONDIÇÕES ESPECIAIS DE UM TRANSFORMADOR ........................................................ 79 
1.19.  PARTES QUE COMPÕEM UM TRANSFORMADOR ............................................................ 80 
1.20.  NÚCLEO ..................................................................................................................... 80 
1.21.  BOBINAS .................................................................................................................... 82 
1.22.  COMUTADOR.............................................................................................................. 84 
1.23.  ÓLEO ISOLANTE ......................................................................................................... 84 
1.24.  SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO ....................................................................................... 85 
1.25.  JUNTAS DE VEDAÇÃO ................................................................................................. 87 
1.26.  BUCHAS ..................................................................................................................... 87 
1.27.  TANQUES ................................................................................................................... 88 
1.28.  PINTURA .................................................................................................................... 88 
1.29.  PLACA DE IDENTIFICAÇÃO .......................................................................................... 89 
1.30.  ACESSÓRIOS .............................................................................................................. 90 
1.31.  CIRCUITOS EQUIVALENTES ......................................................................................... 93 
1.32.  TRANSFORMADOR MONOFÁSICO IDEAL ....................................................................... 93 
1.33.  TRANSFORMADOR MONOFÁSICO REAL ........................................................................ 94 
1.34.  TESTES EM TRANSFORMADORES ................................................................................. 97 
1.35.  ENSAIO A VAZIO ........................................................................................................ 97 
1.36.  ENSAIO EM CURTO CIRCUITO ....................................................................................100 
1.37.  RENDIMENTO DOS TRANSFORMADORES .....................................................................102 
1.38.  RENDIMENTO EM FUNÇÃO DA CARGA .........................................................................102 
1.39.  REGULAÇÃO DE TENSÃO ............................................................................................103 
1.40.  DIAGRAMA FASORRIAL ..............................................................................................104 

i
CAPÍTULO 4 ..........................................................................................................................116 
4.1.  INTRODUÇÃO ............................................................................................................116 
CAPÍTULO 5 ..........................................................................................................................117 
5.1.  INTRODUÇÃO ............................................................................................................117 
CAPÍTULO 6 ..........................................................................................................................118 
6.1.  INTRODUÇÃO ............................................................................................................118 
CAPÍTULO 7 ..........................................................................................................................119 
7.1.  INTRODUÇÃO ............................................................................................................119 
7.2.  PRIMEIRA LEI DE KIRCHHOFF ....................................................................................119 
CAPÍTULO 8 ..........................................................................................................................120 
9.  BIBLIOGRAFIA ...........................................................................................................120 

ii
Conversão de Energia

CAPÍTULO 0

REVISÃO - CAMPO MAGNÉTICO

0.1. INTRODUÇÃO

O magnetismo é um fenômeno básico no funcionamento de motores elétricos, geradores,


reprodução de voz e imagens, gravação de informações na memória do computador e várias
outras aplicações tecnológicas.

0.1.1. CAMPO MAGNÉTICO

Chama se campo magnético a região do espaço modificada pela presença de um ímã, de um


condutor percorrido por uma corrente elétrica ou de um corpo eletrizado em movimento.
Vetor indução magnética (B) - Caracteriza a intensidade, a direção e o sentido do campo
magnético em um ponto do espaço.
Unidade de indução magnética no S.I. é o tesla (T) , sendo T = N/ (A .m).

0.1.2. MAGNÉTISMO

O magnetismo é uma força invisível de atração e repulsão que incide em alguns materiais
que naturalmente apresentam esta propriedade. Há muitos séculos atrás, uma pedra foi
encontrada na região da Magnésia, esta pedra exercia o efeito de atrair e repelir metais. A essa
pedra deu-se o nome de magnetita e hoje conhecemos como ÍMÃS.
Os ÍMÃS são pedaços de metais ferrosos que têm a propriedade de se atraírem ou repelirem
mutuamente e de atraírem pedaços de ferro. Podem ser naturais ou artificiais. A magnetita é um
ímã natural.

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Conversão de Energia

PÓLOS MAGNÉTICOS DOS ÍMAS: Em qualquer ímã, por menor que ele seja, existem duas
regiões distintas onde as suas propriedades magnéticas se manifestam mais intensamente. Essas
regiões são denominadas pólos magnéticos do ímã. Como eles se orientam no sentido norte e sul,
chamamos pólo norte e pólo sul.

INTERAÇÃO ENTRE PÓLOS DE ÍMÀS: Pólos magnéticos iguais se repelem enquanto pólos
magnéticos diferentes se atraem.

0.1.3. LINHAS DE CAMPO MAGNÉTICO OU LINHAS DE INDUÇÃO

LINHAS DE INDUÇÃO: São linhas que permitem uma visualização do campo magnético. Têm
as seguintes características:
a) são tangentes ao vetor indução magnética em cada ponto;
b) são orientados no sentido deste vetor;
c) são sempre fechadas, isto é, não tem fontes nem sorvedouros;
d) a densidade das linhas de indução permite avaliar a intensidade do campo magnético em
determinada região.

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Conversão de Energia

0.1.4. CAMPO MAGNÉTICO DA TERRA

Em torno da Terra, existe um campo magnético chamado de campo magnético Terrestre.


Uma pequena agulha magnética (ímã de prova) ali colocada se orienta de modo a apontar sempre
a mesma extremidade para um ponto situado nas vizinhanças do Pólo Norte Geográfico.
Pólo Norte Magnético – Quando um ímã está livre para girar em torno do seu centro de
gravidade , num plano horizontal, um dos seus pólos aponta sempre para o norte geográfico da
Terra. Esse pólo é chamado Pólo Norte Geográfico do ímã. O outro pólo, que aponta para o sul
geográfico , é chamado pólo Sul magnético do ímã.

0.1.5. SUBSTÂNCIAS MAGNÉTICAS

PARAMAGNÉTICAS: são aquelas que, na presença de um campo magnético, se imantam


muito fracamente, fazendo com que o valor do campo magnético seja ligeiramente aumentado.
DIAMAGNÉTICAS: em presença de um campo magnético se imantam fracamente, fazendo,
com que o valor do campo magnético se torne ligeiramente menor.
FERROMAGNÉTICAS (ferro, níquel e cobalto e suas ligas) sob a ação de um campo
magnético, estas substâncias se imantam fortemente, fazendo com que o campo magnético
resultante seja muitas vezes maior do que o campo aplicado.
A grande maioria das substâncias na natureza é paramagnética ou diamagnética.

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Conversão de Energia

CAPÍTULO 1

INDUÇÃO MAGNÉTICA

1.1. LEI DE BIOT E SAVART

Seja um condutor filamentar  com corrente elétrica I. Por filamentar entendemos um fio
de espessura muito pequena. Se o condutor tem corrente elétrica, nele há cargas elétricas em
movimento. Seja V a velocidade de escoamento das cargas no interior do condutor. Mas cargas
elétricas em movimento criam campo magnético.

Queremos uma expressão para calculo da indução B em função da corrente I do filamento.

Seja d um diferencial de comprimento do filamento  , seja dq a quantidade de carga


elétrica contida no elemento d , considerando apenas as cargas em movimento (pois somente as
cargas que estão em movimento criam campo magnético). A carga dq pode ser considerada
puntiforme (corpo eletrizado cujas dimensões são desprezíveis em comparação com as distâncias
que o separam de outros corpos eletrizados). Ela cria no ponto P, a intensidade de campo elétrico

dE :
 K dQ
dE  2 ˆr0 (1.1)
r

Onde K = é a constante eletrostática. A constante K depende da permissividade elétrica do


meio. No vácuo K é dado por: K = K0. O valor da constante K0 é 9×109 N.m²/C².
A constante K é dada por:
1
K
4 

No vácuo:
1
K0 
4  0
Onde a constante 0 vale 8,85×10-12 C²/N².m².

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Conversão de Energia

A indução magnética a no ponto P, devido a carga puntiforme dQ, vale:

 1  
dB  2 V ^ dE (1.2)
c

Levando (1.1) em (1.2) vem:

 1   K dQ 
dB  2 V ^  2 ˆr0 
c  r 


 K dQ V ^ ˆr
0
dB  2 2
(1.3)
c r

Temos que:

dQ   d (1.4)

Onde:  (C/m) é a densidade linear de carga em movimento. Ou seja:

d(m) ------- dQ (C)


1 (m) ------- 

dQ   d

Logo: 
 K  d V ^ ˆr
0
dB  (1.5)
c2 r2


Orientando d no sentido da corrente I, teremos d  com a mesma direção e sentido que

os de V . Assim

 
d V  V d  (1.6)

Levando (1.6) em (1.5) temos:


 K  V d  ^ ˆr
0
dB  2 2
(1.7)
c r

Onde:
dQ d
 e V
d dt

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Conversão de Energia

Assim:
dQ d dQ
V  =I
d dt dt

Então:
dQ
=I
dt

Logo:
 VI (1.8)

Substituindo (1.8) em (1.7) temos:


 K I d  ^ ˆr
0
dB  2 (1.9)
c r2

Como:
1
K 4 0 
=  0
c 2 1 4
0 0

K 0
2
= (1.10)
c 4

Onde:
0 :Permeabilidade magnética no vácuo e vale:

 Wb 
0  4  10 7  
 A m

Substituindo (1.10) em (1.9) resulta:


  I d  ^ ˆr
0 0
dB  (1.11)
4 r2


Integrando dB sobre todos os elementos do filamento  , resulta:


  I d  ^ ˆr0
B(p)  0
4 
 r2
[Tesla]

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Conversão de Energia

Exercícios:

01) Determinar a indução magnética num ponto P afastado h de um filamento retilíneo infinito
com corrente elétrica I.

Solução:

Da figura temos que:


d   dx i
r̂0   cos() i + sen() j

Portanto:
 

d  ^ ˆr0  dx i ^  cos() i + sen() j

d  ^ ˆr0  sen() dx k

De acordo com a Lei de Biot e Savart temos:


  I d  ^ ˆr0 0 I  sen() dx 
B(p)  0
4  r 2

4 
 r2
k

  I k  sen()
B(p)  0
4 
 r2
dx (I)

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Conversão de Energia

Cuidado !!!!!

Temos três variáveis: x,  e r. Precisamos encontrar um artificio para deixar a integral com
apenas uma variável.

Da figura temos que

h
tg() 
x  x0

h
x  x0 
tg()

x  x 0  h cotg ()

Derivando x em relação a  temos:

dx
 0  h [-cossec 2 ()]
d

dx  h cossec 2 () d

h
dx  d (II)
sen2 ()

Uma outra relação da figura:

h
sen() 
r

h
r
sen()

h2
r2 
sen2 ()

1 sen2 ()
 (III)
r2 h2

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Conversão de Energia

Substituindo as eqs (II) e (III) em (I) temos:

  I k  sen()
B(p)  0
4   r2
dx

  I k 0  sen2 ()   h 
B(p)  0
4  
sen() 
 h

2


 2
d 
 sen () 

  I k 0
B(p)   0
4 h  
sen() d

Lembrando que:  sen() d  - cos()  c

  I k   I k
 cos()   = 0
0
B(p)   0  cos(0)  cos() 
4 h   4 h 

  I k  I k  I 
B(p)  0 1  (1)  = 0 2   0 k
4 h 4 h 2h

  I 
B(p)  0 k [T]
2h

Podemos generalizar este resultado:

1) Módulo da indução magnética

0 I
B(p)  [T]
2h

2) Direção do vetor indução magnética

Perpendicular ao plano formado pelo condutor e o ponto P

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Conversão de Energia

3) Sentido do vetor Indução

Dada pela regra da mão direita

02) Consideremos uma circunferência de raio h e centro no condutor. Desenhe o vetor indução
em diversos pontos da circunferência.

Solução


Conclusão: A circunferência é em todos os seus pontos tangentes ao vetor indução B , logo
ela é uma linha de campo do campo magnético do filamento retilíneo infinito.

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Conversão de Energia

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Conversão de Energia


03) Determine a indução magnética B no ponto.

Solução:

Da figura temos que:


d   dx i
r̂0  cos() i + sen() j

Portanto
 

d  ^ ˆr0  dx i ^ cos() i + sen() j

d  ^ ˆr0  sen() dx k

De acordo com a Lei de Biot e Savart temos:


  I d  ^ ˆr0 0 I 2 sen() dx 
B(p)  0
4  r 2

4 
1 r2
k

  I k 2 sen() dx
B(p)  0
4 
1 r2
(I)

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Conversão de Energia

Cuidado !!!!!

Temos três variáveis: x,  e r. Precisamos encontrar um artificio para deixar a integral com
apenas uma variável.

Da figura temos que:

h
tg() 
Lx

h
Lx  h cotg()
tg()

x  L  h cotg ()

Derivando x em relação a  temos:

dx
 0  h [- cossec 2 ()]
d

dx  h cossec 2 () d

h
dx  d (II)
sen2 ()

Uma outra relação da figura:

h
sen() 
r

h
r
sen()

h2
r2 
sen2 ()

1 sen2 ()
 (III)
r2 h2

Substituindo as eqs (II) e (III) em (I) temos:

  I k 2 sen() dx
B(p)  0
4 
1 r2

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  I k 2  sen2 ()  h 
B(p)  0
4 1
sen() 
 h2

  sen2 ()
d 

  

  I k 2
B(p)  0
4 h 1
sen() d

Lembrando que:  sen() d  - cos()  c

  I k   I
 cos() 2  = 0

B(p)  0 cos(1 )  cos(2 )  k
4 h  1  4 h 

  I
B(p)  0 cos(1 )  cos(2 )  k [T]
4 h 


04) Determine a indução magnética B no ponto dos filamentos retilíneos infinitos

Vamos considerar o condutor como formado por 2 filamentos retilíneos.


Por superposição teremos:

  
B(p)  B1 (p)  B 2 (p)


Vamos calcular B1 (p) :

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Conversão de Energia

Da figura temos que:

1  45o , 2  180 o e ha

0 I
B1 (p)  cos(1 )  cos(2 ) 
4 h 

0 I  2 
B1 (p)    (1) 
4 a  2 

  I  2 
B1 (p)  0 1   k
4 a  2 


Vamos calcular B 2 (p) :

Da figura temos que:

1  0 o , 2  135o e ha

0 I
B 2 (p)   cos(1 )  cos(2 ) 
4 h 

0 I   2 
B 2 (p)  1    
4 a   2  

  I 2 
B 2 (p)  0 1   k
4 a  2 

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Conversão de Energia

Logo:

  
B(p)  B1 (p)  B 2 (p)

  I 2   0 I  2 
B(p)  0 1   k + 1   k
4 a  2  4 a  2 

  I 2 
B(p)  0 1   k
2a  2 


05) Determine a indução magnética B no ponto P

A indução no ponto P vale:

  
B(p)  2  B12 (p)  2  B 23 (p)

Pois são simétricos os lados 12 e 34 e os lados 23 e 41, em relação ao ponto P


Vamos calcular B12 (p) :

Da figura vem:

b
2 b
cos(1 )  
2 2
a b a2  b2
2 2
   

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Temos que: 1  2  180


2  180  1
Logo:
cos(a  b)  cos(a) cos(b)  sen(a)sen(b)
1  0 

cos(180  1 )  cos(180 ) cos(1 )  sen(180 ) sen(1 )   cos(1 )


 

cos(2 )  cos(180  1 )   cos(1 )


cos(2 )   cos(1 )

b
cos(2 )   cos(1 )  
a  b2
2

Assim:
a
h
2

0 I
B12 (p)  cos(1 )  cos(2 ) 
4 h 

0 I  b b 
B12 (p)    
a  a2  b2 a2  b2 
4 
2

0 I  b 
B12 (p)  2 
2a  a2  b2 

  I  b 
B12 (p)  0   k
a  a  b2
2 


Vamos calcular B 23 (p) :

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Conversão de Energia

Da figura vem:

a
2 a
cos(1 )  
2 2
a b a  b2
2

2 2
   

Temos que:
1  2  180
2  180  1
Logo:
cos(2 )  cos(180  1 )   cos(1 )

cos(2 )   cos(1 )

b
h
2

0 I
B 23 (p)   cos(1 )  cos(2 ) 
4 h 

0 I  a a 
B 23 (p)    
b  a2  b2 a2  b2 
4 
2

0 I  a 
B 23 (p)  2 
2b  a2  b2 

  I  a 
B 23 (p)  0   k
b  a  b2
2 

Logo:

  
B(p)  2  B12 (p)  2  B 23 (p)

  I  b    I  a  
B(p)  2   0   k  2 0   k 
 a  a2  b2    b  a2  b2 
       

 20 I b a 
B(p)   +  k
 2
a b 2  a b 

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Conversão de Energia

1.2. FORÇA MAGNÉTICA EM CONDUTORES


Consideremos um condutor  com corrente elétrica I num campo magnético de indução B .
Queremos determinar a força magnética sobre o condutor:

Considerando que o condutor esta uniformemente carregado com densidade de carga 


(C/m), temos que:

d(m)  dq(C)
1 (m)  (C)

dq   d

Onde  (C/m) é a densidade de carga por unidade de comprimento

Seja d um diferencial de comprimento do filamento. Logo dq   d é a carga contida em


d considerando apenas as cargas que estão em movimento, isto é as cargas que formam a
corrente elétrica I.

A força magnética sobre a carga dq ou a força magnética sobre d vale:

  
dfmg  dq u ^ B
Ou
  
dfmg  d u ^ B

   
Mas d u = u d desde que orientemos d no sentido de u , isto é, no mesmo sentido da
corrente elétrica I. Então:

  
dfmg   u d ^ B

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Conversão de Energia

Temos que:
dq d
  e u
d dt
Portanto:
dq d dq
 u 
d dt dt

Como:
dq
 I (valor instantâneo da corrente elétrica I)
dt
Logo:
 uI

Assim:
  
dfmg  I d ^ B

A força resultante sobre o condutor  vale:

  
fmg  I 
d ^ B


Obs: Lembrar que d é sempre orientado no sentido da corrente elétrica I.

Exercícios

01) Dois condutores, retilíneos, infinitos, paralelos, afastados a uma distância h conduzem as
correntes elétricas I1 e I2 de sentidos opostos. Determine a força magnética sobre os dois
condutores por unidade de comprimento.

Solução:

a) A força magnética sobre o filamento com corrente elétrica I1 vale:

  
fmg1  I1 

d ^ B

20
Conversão de Energia


Onde B(p) é a indução magnética nos pontos do filamento 1. A corrente elétrica I1 não cria
campo magnético nos pontos do filamento 1. A corrente I2 cria nos pontos do filamento 1 a
indução:

0 I2
B(p) 
2h

Direção: Perpendicular ao plano formado pelo condutor e o ponto P;


Sentido: Regra da mão direita.

Logo:
  I
B(p)  0 2 k
2h
e

d  dx i Pois o filamento 1 está paralelo ao eixo x

Assim temos:

  
fmg1  I1  d ^ B  p 

  I
fmg1  I1 

dx i ^ 0 2
2h
k

  I I x0
fmg1  0 1 2
2h
 -j 
x 0 1
dx

  I I ˆ x x 0 = 0 I1 I2 (-j)
ˆ  x   x  1 
fmg1  0 1 2 (-j)  0 0 
2h x 0 1 2h

  I I
fmg1  0 1 2
2h
ˆj  [N]

b) A força magnética sobre o filamento com corrente elétricas I2 vale:

  
fmg2  I2  
d ^ B(p)


Onde B(p) é a indução magnética nos pontos do filamento 2. A corrente elétricas I2 não
cria campo magnético nos pontos do filamento 2. A corrente I1 cria nos pontos do filamento 2 a
indução:

21
Conversão de Energia

0 I1
B(p) 
2h

Direção: Perpendicular aso plano formado pelo condutor e o ponto P;


Sentido: Regra da mão direita.

Logo:
  I
B(p)  0 1 k
2h
e

d  dx i Pois o filamento 1 está paralelo ao eixo x

Assim temos:

  
fmg2  I2  d ^ B  p 

  I
fmg2  I2 
dx i ^ 0 2
2h
k

  I I x 0 1

2h
ˆ
fmg2  0 1 2 (-j) 
x0
dx

  I I ˆ x x 0 1 = 0 I1 I2 (-j)
ˆ  x  1   x 
fmg2  0 1 2 (-j)  0 0
2h x0 2h

  I I
fmg2  0 1 2
2h
 ˆj  [N]

 
As forças magnéticas fmg1 e fmg2 tem a mesma intensidade, a mesma direção, porém com
sentidos opostos. É uma ação e uma reação.

22
Conversão de Energia

02) Calcule a força magnética por unidade de comprimento sobre o condutor com corrente elétrica
de 50A. Os três condutores são retilíneos, infinitos e paralelos.

SOLUÇÃO
A indução num ponto P genérico do filamento com corrente elétrica de 50A vale:

  
B(p)  B I1 (p)  B I3 (p)

  I
B(p)  0 1
2h12
k  
0 I3
2h23
 k 
   I I  
B(p)  0  1  3  k
2  h12 h23 

 4 10 7  20 30  
B(p)     k
2  0,10 0, 20 


B(p)  10 5 k [T]

A força magnética sobre o condutor com 50 A de corrente vale:

  
fmg2  I2  d ^ B  p 


fmg2  50  
dx ˆi ^ 10 5 k


   dx
1
fmg2  50 10 5 ˆj
0


 |
1
fmg2  50 10 5 ˆj x
0

23
Conversão de Energia


 
fmg2  50 10 5 ˆj 1  (0) 


fmg2  50 10 5 ˆj  [N/m]

As intensidades de campo magnético e força magnética por unidade de comprimento



( fmg2 ) sobre o condutor com corrente elétrica de 50A estão representados na figura abaixo.

02) Calcule a força magnética sobre cada lado na malha retangular da figura abaixo e a força

resultante sobre a malha. São dados: I = 20 A e B  0,50 i (T).

SOLUÇÃO:

a) Cálculo da força sobre o lado AB


d  dx i Pois o filamento AB está paralelo ao eixo x

  
fmgAB  I 
d ^ B

24
Conversão de Energia

 B
fmgAB  20  A
dx i ^ 0,50 i  0


fmgAB  0

b) Cálculo da força sobre o lado BC


d  dy j Pois o filamento BC está paralelo ao eixo y

  
fmgBC  I 

d ^ B

 C  
fmgBC  I 
B
d ^ B =

 0,1
fmgBC  20  0
dy j ^ 0,50 i


 
fmgBC  10 kˆ y0
0,1


 
fmgBC  10 kˆ 0,1  0 


fmgBC  1, 0 kˆ   [N]

c) Cálculo da força sobre o lado CD


d  dx i Pois o filamento CD está paralelo ao eixo x

  
fmgAB  I 

d ^ B

 D
fmgCD  20  C
dx i ^ 0,50 i  0


fmgCD  0

d) Cálculo da força sobre o lado DA


d  dy j Pois o filamento DA está paralelo ao eixo y

25
Conversão de Energia

  
fmgDA  I 

d ^ B

 A  
fmgDA  I 
D
d ^ B

]
 0
fmgDA  20  0,1
dy j ^ 0,50 i


fmgDA  10 kˆ  0
y 0,1


fmgDA  10 kˆ  0   0,1 
 


fmgDA  1, 0 kˆ  [N]

A força resultante sobre a malha vale:

    
fmgRe s  fmgAB  fmgBC  fmgCD  fmgDA


 
fmgRe s  0  1, 0 kˆ + 0  1, 0 kˆ 

fmgRe s  0 [N]

CONCLUSÃO:
Se a força resultante sobre a malha é nula, logo ela não esta sujeita a um movimento de
translação [f =m x a, onde f =0 e a  0]. Mas as forças sobre os lados BC e DA formam um
binário, logo age sobre a malha um conjugado, ou momento ou torque.

26
Conversão de Energia

03) Calcule o torque sobre a malha do exercício anterior em relação ao seu ponto central.

a) Torque devido ao lado AB

 
T AB  0 , pois fmgAB  0

b) Torque devido ao lado BC


Como o conjugado magnético é uniforme, a força fmgBC esta uniformemente distribuída ao
longo do lado BC. Então esta pode ser considerada como uma resultante aplicada no centro do
lado BC [ponto E da figura acima]. Logo:

 
T BC  E  F  ^ fmgBC

Da figura vem:

E  F   0,1 i

 

T BC  0,1 i ^ 1, 0 kˆ


TBC  0,1 j N.m

c) Torque devido ao lado CD

 
T CD  0 , pois fmgCD  0

d) Torque devido ao lado DA


A força pode ser considerada aplicada no ponto G, médio ao lado AD, pois B é uniforme.

 
T DA   G  F  ^ fmgDA

Da figura vem:

 G  F   0,1  i

 
T DA  0,1 i ^ 1, 0 kˆ


T DA  0,1 j N.m

27
Conversão de Energia

O torque resultante sobre a malha vale:

    
T  T AB  T BC  T CD  T DA


T  0  0,1 j  0  0,1 j


T Re s  0, 2 j N.m

03) Calcule a força magnética sobre os lados das malhas.

São dados: I  10 A

B  5 x 2 kˆ (T)

a) Cálculo da força sobre o lado AB


d  dx i Pois o filamento AB está paralelo ao eixo x

  
fmgAB  I 

d ^ B
 B
fmgAB  10  A
dx i ^ 5 x 2 kˆ

 
0,1
fmgAB  50 ˆj x 2 dx
0
0,1

 
fmgAB  50 ˆj
x3
3
0

fmgAB 
50 ˆ
3
j  0,1 3
 03 

fmgAB 
50
3
10 3 ˆj   N

28
Conversão de Energia

b) Cálculo da força sobre o lado BC


d  dx i  dy j

  
fmgBC  I 

d ^ B

  dx i  dy j ^ 5 x
 C
fmgBC  10 2

B


  
C
fmgBC  50  B
x 2 dx j  x 2 dy i

 C
fmgBC  50  B
x 2 dy i  x 2 dx j

 C C
fmgBC  50 i 
B
x 2 dy  50 j 
B
x 2 dx

Resolvendo a primeira integral:

 C
fmgBC  50 i
1  B
x 2 dy

Cuidado !!!!!
Temos duas variáveis: x, e y. Precisamos encontrar um artificio para deixar a integral com apenas
uma variável. Da figura temos que:

Onde:
B(x 0 , y 0 )
x 0  0,1
y0  0
0, 2
m  tg ()   tg (´)    2
0,1

29
Conversão de Energia

Assim:
(y  y 0 )  m (x  x 0 )
(y  0)  2 (x  0,1)
y  2 x  0, 2

Derivando y em relação a x temos:

dy
 2
dx
Logo:
dy  2 dx

Assim:
 C 0 0
fmgBC  50 i  x 2 dy = 50 i  x 2  2 dx  = 100 i  x 2 dx
1 B 0,1 0,1

0
x3
 
 100  3 100
fmgBC  100 i =  i 0  0,13 = 10 3 i
1
3 3 3
0,1

 100 3 
fmgBC1  10 i (N)
3

Resolvendo a segunda integral:

 C 0
fmgBC  50 j
2  B
x 2 dx = 50 j  0,1
x 2 dx

0
x3
 
 50
fmgBC  50 j = 50 j 03  0,13 =  10 3 j
2
3 3
0,1


fmgBC2 
50
3
10 3  j  (N)

Logo:
 C C
fmgBC  50 i  B
x 2 dy  50 j  B
x 2 dx

  100 3  
fmgBC  
 3
 50
10 i   
 3

10 3 -j 

fmgBC 
50
3
10 3 2 i +j   (N)

30
Conversão de Energia

c) Cálculo da força sobre o lado CA


d  dy j Pois o filamento CA está paralelo ao eixo y

  
fmgCA  I  d ^ B

 A
fmgCA  10  dy j ^ 5 x 2

C
 A
fmgCA  50 i  x dy 2
C

Onde:
B(x 0 , y 0 )
x0  0
y 0  0, 2

m  tg ()  tg (90)  

Se uma reta for vertical então sua inclinação é de 90° consequentemente seu coeficiente
angular não existe, pois tg (90°)  . Neste caso
sua equação é da forma x = constante. Assim:

x0
Logo:
 A
fmgCA  50 i  C
x 2 dy 0


fmgAB  0 N

31
Conversão de Energia

1.3. TORQUE SOBRE UMA MALHA COM CORRENTE EM UM CAMPO MAGNÉTICO


UNIFORME – MOMENTO MAGNÉTICO

Consideremos um malha condutora retangular com corrente elétrica I num campo


magnético uniforme de indução:


B  B x i  B y j  B z k

Onde:
Bx = cte, By = cte e Bz = cte

 Vamos calcular a Força magnética sobre o lado AC


d  dy j Pois o filamento AC está paralelo ao eixo y

  
fmgAC  I  
d ^ B

j ^ B i  B 
 C
fmgAC  I  dy  x y
j  B k
z
A

 I  B (k) 
 C
  B i dy
fmgAC x z
A

 I B i  B k   dy
 a
fmgAC z x
a

 I B i  B k  y|
 a
fmgAC z x
a


fmgAC  I B z i  B x k   a   a  
 



fmgAC  2 a I B z i  B x k  [N]

32
Conversão de Energia


Como o campo magnético é uniforme, fmgAC esta uniformemente distribuído no lado AC,
podemos então considera-lo como aplicado no ponto B, médio a AC.


O braço da fmgAC é (B-O), logo:

B  O   b ˆi


O torque da força fmgAC vale:

 
TAC  (B  O) ^ fmgAC



TAC  b ˆi ^ 2 a I B z i  B x k 

TAC  2 a b I B x ˆj [N.m] [I]

 Vamos calcular a Força magnética sobre o lado CE


d  dx i Pois o filamento CE está paralelo ao eixo x

  
fmgCE  I  
d ^ B

 dx ˆi ^ B i  B 
 E
j  B k
fmgCE  I x y z
C

 I  B k  B (j)  dx
 E
fmgCE y z
C

 I B k  B j   dx
 b
fmgCE y z
b

 I B k  B j  x|
 b
fmgCE y z
b


fmgCE  I B y k  B z j   b   b  
 



fmgCE  2 b I B y k  B z j  [N]


Como o campo magnético é uniforme, fmgCE esta uniformemente distribuído no lado CE,
podemos então considera-lo como aplicado no ponto D, médio a CE.


O braço da fmgCE é (D-O), logo:

D  O   a j

33
Conversão de Energia


O torque da força fmgCE vale:

 
TCE  (D  O) ^ fmgCE


TCE  a j ^  2 b I B y k  B z j 
   

TCE  2 a b I B y  i N.m [II]

 Vamos calcular a Força magnética sobre o lado EG


d  dy j Pois o filamento EG está paralelo ao eixo y

  
fmgEG  I  d ^ B

j ^ B i  B 
 G
fmgEG  I  dy  x y
j  B k
z
E

 I  B (k) 
 G
  B i dy
fmgEG x z
E

 I B i  B k   dy
 a
fmgEG z x
a

 I B i  B k  y|
 a
fmgEG z x
a


fmgEG  I B z i  B x k   a    a  
 



fmgEG  2 a I B z i  B x k  [N]


Como o campo magnético é uniforme, fmgEG esta uniformemente distribuído no lado EG,
podemos então considera-lo como aplicado no ponto F, médio a EG.


O braço da fmgEG é (F-O), logo:

F  O   
 b ˆi


O torque da força fmgEG vale:

 
TEG  (F  O) ^ fmgEG


 
TEG  b ˆi ^ 2 a I B z i  B x k  

TEG  2 a b I B x ˆj [N.m] [III]

34
Conversão de Energia

 Vamos calcular a Força magnética sobre o lado GA


d  dx i Pois o filamento GA está paralelo ao eixo x

  
fmgGA  I  
d ^ B

 dx ˆi ^ B i  B 
 A
j  B k
fmgGA  I x y z
G

 I  B k  B (j)  dx
 A
fmgGA y z
G

 I B k  B j   dx
 A
fmgGA y z
G

 I B k  B j  x|
 b
fmgGA y z
b


fmgGA  I B y k  B z j   b   b  
 



fmgGA  2 b I B y k  B z j  [N]


Como o campo magnético é uniforme, fmgGA esta uniformemente distribuído no lado GA,
podemos então considera-lo como aplicado no ponto H, médio a GA.


O braço da fmgGA é (H-O), logo:

H  O   a j


O torque da força fmgGA vale:

 
TGA  (H  O) ^ fmgCE


TGA  a j ^ 2 b I B y k  B z j 
   

TGA  2 a b I B y  i N.m [IV]

Somando (I), (II), (III) e (VI) temos:

    
T  TAC  TCE  TEG  TGA


T  2 a b I Bx ˆj  + 2 a b I B  i  2 a b I B ˆj
y x  2 a b I By  i

35
Conversão de Energia


T  4 a b I B x ˆj  - 4 a b I By  i

  
T  4 a b I B x ˆj - B y i 
 [N.m] [V]

A área da malha considerada é:

A  2a  2b = 4ab

A  4ab [VI]

Consideremos um versor n̂ normal a malha com sentido dado pela regra da mão direita
relativamente a corrente I. No caso da malha do exemplo, temos:

n̂  kˆ


Fazendo o produto vetorial n̂ ^ B temos :



n̂ ^ B  kˆ ^ B x i  B y j  B z k 

n̂ ^ B  B x j  B y i [VII]

36
Conversão de Energia

Levando (VI) e (VII) em (V) temos

 
ˆ^B
TAIn [VIII]


ˆ é denominada momento magnético da malha. Então:
A parcela m  A I n

  
T  m^B [IX]

Concluímos que:
 
1- O torque sobre a malha será máximo quando m B , Isto é, quando a malha for //

(paralela) a indução B , ver figura a seguir:

 
2- O torque sobre a malha será nulo quando m // B , Isto é, quando a malha for

(perpendicular) a indução B , ver figura a seguir:

Esta é a posição de equilíbrio da malha [T=0]. Então, Quando a malha com corrente elétrica
I é colocada num campo magnético, sobre ela aparece um torque magnético que tende a leva-la
para uma posição tal que ela resulte perpendicular ao vetor campo magnético.

37
Conversão de Energia

Exercício
01) Consideremos um malha condutora retangular com corrente elétrica I=100 A num campo

magnético uniforme de indução B  3i  2j  5k .

a) Calcule a Força magnética sobre cada lado da malha ?


b) Calcule o Torque em cada lado da malha e o Torque Total ?
c) Calcule o momento magnético da malha ?
  
d) Calcule o Torque pela equação T  m ^ B e compare com o Torque Total do item (b) ?
e) Faça suas conclusões com os resultados obtidos ?

Solução:
a) Calcule a Força magnética sobre cada lado da malha ?

 Vamos calcular a Força magnética sobre o lado AC


d  dy j Pois o filamento AC está paralelo ao eixo y

  
fmgAC  I 
d ^ B

 
C
fmgAC  100 A
dy j ^ 3i  2j  5k

38
Conversão de Energia


 3 k  5 i dy
0,03
fmgAC  100 
0,03

  500 i  300 k  y|
 0,03
fmgAC
0,03

  500 i  300 k  0, 03   0, 03  



fmgAC

  500 i  300 k  6 10 
 2
fmgAC
 



fmgAC  30 i  18 k [N] 
 Vamos calcular o Torque sobre o lado AC


O braço da fmgAC é (B-O), logo:

B  O   2 10 2 i


O torque da força fmgAC vale:



TAC  2 10 2 i ^ 30 i  18 k 

TAC  0,36 j [N.m]

 Vamos calcular a Força magnética sobre o lado CE


d  dx i Pois o filamento CE está paralelo ao eixo x

  
fmgCE  I 
d ^ B

 
E
fmgCE  100  C
dx i ^ 3i  2j  5k

2 k  5 j dx
0,02
fmgCE  100 
0,02

  500 j  200 k  x|
 0,02
fmgCE
0,02

  500 j  200 k   0, 02  (0, 02) 



fmgCE

  500 j  200 k    4 10 
 2
fmgCE
 
  20 j  8 k  [N]
  
fmgCE

 Vamos calcular o Torque sobre o lado CE


O braço da fmgCE é (D-O), logo:

39
Conversão de Energia

B  O   3 10 2 j


O torque da força fmgCE vale:



TCE  3 10 2 j ^ 20 j  8 k 

TCE  0,24 i  [N.m]

 Vamos calcular a Força magnética sobre o lado EG


d  dy j Pois o filamento EG está paralelo ao eixo y

  
fmgEG  I  
d ^ B

 
G
fmgEG  100  E
dy j ^ 3i  2j  5k

 3 k  5 i dx
0,03
fmgEG  100 
0,03

  500 i  300 k  y|
 0,03
fmgEG
0,03

  500 i  300 k   0, 03   0, 03  



fmgEG

  500 i  300 k   6 10 
 2
fmgEG
 
  30 i  18 k  [N]
  
fmgEG

 Vamos calcular o Torque sobre o lado EG


O braço da fmgEG é (F-O), logo:

F  O   2 10 2 i  

O torque da força fmgEG vale:


TEG  2 10 2 i   ^  30 i  18 k 

TEG  0,36 j [N.m]

40
Conversão de Energia

 Vamos calcular a Força magnética sobre o lado GA


d  dx i Pois o filamento GA está paralelo ao eixo x

  
fmgGA  I  
d ^ B

 
E
fmgGA  100  C
dx i ^ 3i  2j  5k

2 k  5 j dx
0,02
fmgGA  100 
0,02

  500 j  200 k  x|
 0,02
fmgGA
0,02

  500 j  200 k  0, 02  (0, 02) 



fmgGA

  500 j  200 k   4 10 
 2
fmgGA
 
  20 j  8 k  [N]

fmgGA

 Vamos calcular o Torque sobre o lado CE


O braço da fmgGA é (H-O), logo:

H  O   3 10 2 -j 

O torque da força fmgGA vale:


TGA  3 10 2 -j  ^  20 j  8 k 

TGA  0,24 i   [N.m]

b) Calcule o Torque em cada lado da malha e o Torque Total ?

    
T  TAC  TCE  TEG  TGA

 
T  0,36 j  0,24  i  0,36  j  0,24  i

 
T  0,48 - i  0,72 j [N.m]
c) Calcule o momento magnético da malha ?

Consideremos um versor n̂ normal a malha com sentido dado pela regra da mão direita
relativamente a corrente I. No caso da malha do exemplo, temos:

n̂  kˆ

41
Conversão de Energia

A = 6 10 2 x 4 10 2  24 10 4 m2

Logo:

mA I n ˆ

m  24 10 4 100 kˆ

m  24 10 2 kˆ

  
d) Calcule o Torque pela equação T  m ^ B e compare com o Torque Total do item (b) ?

  
T  m^B

T 
 24 10 2 kˆ ^ 3i  2j  5k 

T 
 0, 72 j +0,48 - i  

T  0,48  - i  0,72  j 

42
Conversão de Energia

CAPÍTULO 2

CIRCUITOS MAGNÉTICOS

2.1. MATERIAIS MAGNÉTICOS

A habilidade de certos materiais (notadamente o ferro, o níquel, o cobalto e algumas de


suas ligas e compostos) de adquirir um alto e permanente momento magnético, é de grande
importância para a engenharia elétrica. As aplicações de materiais magnéticos são muitas e fazem
uso de quase todos os aspectos do comportamento magnético.
Existe uma variedade extremamente grande de diferentes tipos de materiais magnéticos e é
importante saber primeiro porque estes e somente estes materiais possuem propriedades
magnéticas e em seguida saber o que leva a comportamento diferentes nestes materiais, por
exemplo porque um material carrega um momento permanente enquanto outros não.
As pesquisas por materiais magnéticos com melhores características são motivadas pela
possibilidade de redução nas dimensões dos equipamentos e diminuição de limitações no
desempenho devido à saturação e perdas

2.2. CURVAS DE MAGNETIZAÇÃO

Os materiais ferromagnéticos (ferro, níquel, cobalto) apresentam elevada permeabilidade


magnética (variável), não são lineares e demonstram os fenômenos da histerese e do magnetismo
residual.
Vamos supor uma amostra de um material ferromagnético totalmente desmagnetizada
(B.H=M=0) e vamos nela aplicar um campo magnetizado crescente H. Obtêm-se uma curva B x H
com o aspecto seguinte:

43
Conversão de Energia

Figura 2.1 – Curva de magnetização do aço silício

A curva de magnetização nos mostra:

(1) Uma região onde B varia fortemente em função de H, sendo que a parte central (50 a
200 a/m) dessa região a curva é quase linear.
(2) Uma região de transição bastante não linear, (200 a 400 A/m), denominada joelho da
curva de magnetização
0 . É chamada
(3) Uma região de crescimento muito lento de B, quase linear de inclinação
região de saturação do material ferromagnético.
Normalmente o material ferromagnético é empregado na região anterior a saturação (até o
joelho da curva).
A relação B   H é normalmente empregada nos materiais ferromagnéticos, porém o valor
da permeabilidade  não é constante, definindo-se um valor para cada diferente estado de
magnetização. Por exemplo, para os estados A,B,C,D da figura, teremos:

BA 0.6
A    6 10-3
H A 100

BB 1.0
B    5 10-3
H B 200

BC 1.2
C    3 10-3
H C 400

Um gráfico de  x H tem o seguinte aspecto:

Figura 2.2 – Curva de  x H

44
Conversão de Energia

2.3. LAÇO DE HISTERESE, REMANÊNCIA E FORÇA COERCITIVA

Vamos supor um material ferromagnético, inicialmente desmagnetizado até atingir o estado


correspondente ao ponto x da figura anterior. Em seguida o campo magnetizador H é removido.
Observa-se que o material ferromagnético permanece magnetizado, apresentando um
magnetismo residual ou remanência (Br) (ponto y). Como se vê, a característica B x H que o
material descreve para H decrescente não coincide com a característica B x H que o material
descreve para H decrescente. Este fenômeno é conhecido como histerese magnética.

Figura 2.3 – Laço de histerese

Vamos agora inverter o sentido do campo magnetizador H e aumentá-lo desde zero até –Hx.
Quando H= -Hx têm-se B=-Bx. É importante o estado desmagnetizado (-HC,O) para o qual o
material está totalmente desmagnetizado (B=0). Hc é denominado força coercitiva.
Removendo novamente o campo magnetizador o material descreve o trecho VW resultando
magnetizado com magnetismo residual –Br quando H=0.
Reaplicando o campo magnetizador Hx no sentido original, o material descreve a curva WX,
fechando o laço.
A rigor o laço de histerese só se fecha depois de repetido algumas vezes (4 a 5 vezes). Após
o fechamento ele é simétrico.
O valor do magnetismo residual Br depende do maior valor (Hx) do campo magnetizador.

45
Conversão de Energia

Figura 2.3 – Laço de histerese para diversos valores de B

2.4. FLUXO MAGNÉTICO

O Fluxo Magnético  através de um superfície aberta ou fechada é definido como sendo o



fluxo de B através desta superfície, ou seja:

   
 
s
B . dS  
s
B . n . dS


Sendo n o vetor unitário para fora da área elementar dS da superfície conforme
apresentado na figura abaixo:

Figura 2.4 – Área Elementar dS


Um caso particular de grande interesse é dado pelas seguintes características: B é

constante em magnitude e em qualquer lugar B é também perpendicular à superfície da área dada
por A. Neste caso tem-se que:


 B .A ⇒ B
A

46
Conversão de Energia

Como no SI a unidade do fluxo magnético  é o Weber (Wb), pode-se dizer que a unidade
da densidade de fluxo magnético no SI é também dada por Wb/m2, ou seja:

Wb
1T  1
m2

2.5. PERMEABILIDADE MAGNÉTICA

Permeabilidade Magnética é uma grandeza magnética, representada por µ (letra minúscula


grega, lê-se “miú”), que permite quantificar o “valor” magnético duma substância. A sua unidade é
H / m (henry por metro).
Se uma corrente elétrica passar numa bobina produz um campo magnético com um valor
dado pela excitação magnética ou intensidade do campo magnético H que depende da construção
da bobina. Por exemplo, numa bobina comprida (solenóide), o valor de H é dado por NI / L, em
que N é o número de espiras da bobina e L é o seu comprimento. O valor de H aumenta com N e
diminui com L, para a mesma intensidade de corrente I.
Esta excitação magnética H origina uma indução magnética B com um valor dado por
B  0 H , em que µ0 é a permeabilidade magnética do ar (ou do vazio), pois é de ar o núcleo da
bobina.
Se introduzirmos na bobina um núcleo de material ferromagnético, a indução magnética
obtida é dada por B   H . Este valor da indução é muito maior que o valor obtido na bobina com
núcleo de ar, pois o material ferromagnético apresenta fortes propriedades magnéticas.
Quando um fluxo magnético atravessa um material ferromagnético (por, exemplo, ferro), os
átomos do material, que tendo propriedades magnéticas, se comportam como pequenos ímãs, vão
girar, alinhando-se com as linhas de força do campo magnético. As linhas de força entram pelo
pólo sul do ímã e saem pelo norte.
Desta forma, o fluxo magnético, inicialmente fraco, vai ser reforçado pelo conjunto dos ímas
que são os átomos.
É a permeabilidade magnética a grandeza que exprime a diferença magnética entre os
diversos materiais. Tem um valor muito grande para os materiais ferromagnéticos e um valor
muito baixo para o ar. Note-se que, enquanto µ0 é constante, o valor de µ vai diminuindo com a
corrente, devido à saturação magnética do material.
Para mais facilmente se compararem as propriedades magnéticas dos materiais, chama-se a
este valor de µ permeabilidade absoluta e chama-se permeabilidade relativa ao valor µr que indica
quantas vezes a permeabilidade magnética µ dum material é maior que a do ar µ0, que é tomada
como referência.
Matematicamente, é µ = µr x µ0.

O valor da permeabilidade magnética no vazio é µ0 = 4 p x 10 – 7 H/m.

As substâncias ferromagnéticas têm valores da permeabilidade relativa muito superiores a 1.


O ferro macio tem uma permeabilidade relativa inicial (sem corrente na bobina) de 250, ou
seja, os seus efeitos magnéticos são 250 vezes superiores ao do ar. Com o aumento da

47
Conversão de Energia

intensidade de corrente, o seu valor aumenta e atinge o valor máximo de 6000 a 6500 (quando o
material satura). Aumentando mais a intensidade de corrente, o seu valor diminui.
O permalloy (liga de ferro e níquel) tem um valor inicial de 6000 e máximo de 80 000.
Vejamos agora algumas substâncias não magnéticas.
As substâncias paramagnéticas têm valores da permeabilidade relativa ligeiramente
superiores a 1. Para o ar é de 1,000 000 37. Como se vê, é um valor muito próximo do
correspondente ao vazio.
Para o alumínio é 1,000 02.
As substâncias diamagnéticas têm valores da permeabilidade relativa ligeiramente inferiores
a 1. Para a água é 0,999 991 e para o cobre é 0,999 990.

2.6. CIRCUITOS MAGNÉTICOS

Um circuito magnético é basicamente um caminho de alta permeabilidade magnética,


constituído com a finalidade de orientar o fluxo magnético.
Como em um circuito elétrico, pode ter uma ou mais malhas.
O fluxo magnético é produzido por correntes elétricas que circulam em bobinas montadas
em torno das traves do circuito magnético. Eventualmente a magnetização do C.M. é feita por imãs
permanentes, como por exemplo, nos alto-falantes.
Quando uma parte do circuito magnético processa movimentos em relação ao outro é
preciso deixar um espaço vazio entre essas partes. Tal espaço é denominado entreferro. Por
exemplo, motores, relés .....

Em análise aos circuitos magnéticos, consideramos:

1- Todo o fluxo magnético fica confinado no núcleo ferromagnético.

2- Em cada ramo do C.M. (trecho de C.M entre 2 nós, desde que seja um só material e de
seção reta transversal uniforme), B, H, M são considerados constantes.

48
Conversão de Energia

3- O comprimento de cada ramo como o comprimento medido no caminho médio do ramo.

  
4- B , H , M , normais a secção reta transversal a cada ponto do ramo.

Exercício 01: Determine a corrente na bobina de 200 espiras para se ter:


a) 0,60 T
b) 1,00 T no núcleo do campo magnético da figura. Nos dois casos determine a auto-indutância

O comprimento médio do circuito magnético (CM) vale:

 as  4  1  5  1  28 cm = 0,28 m

A seção transversal das traves do CM vale:

Sas  2  4  8 cm2 = 8  10 4 m2

O circuito magnético tem (1) malha, (0) nós e (1) ramo. A lei circuital de Ampere aplicada
ao CM resulta:

 
 
H d  i()

 
Como consideremos H constante em todo o ramo e d com direção paralela a linha 
resulta:
 
 
H d  H 

49
Conversão de Energia

Mas:
i()  N I

Portanto:
H  N I

Na curva de magnetização de aço silício, para Bas = 0,60 T obtemos Has = ????

Curva de magnetização do aço silício, aço fundido e ferro fundido

Para Bas = 0,60 T, obtêm-se na curva de magnetização de aço silício Has = 100 A/m
Logo:

Has  as  N I

Has  as 100  0, 28
I   0,14A
N 200

O fluxo magnético através de uma seção qualquer do CM vale:



 B n
s

ˆ ds = B ds = B S
s

Portanto:

  B as  S as

  0, 60  8 10 4  4, 8 10 4 Wb

50
Conversão de Energia

A auto-indutância da bobina vale:

N  200  4, 8 10-4
L   685, 7 10-3H
I 0,14

L  685, 7 mH

Na curva de magnetização de aço silício, para Bas = 1,00 T obtemos Has = ????

Curva de magnetização do aço silício, aço fundido e ferro fundido

Para Bas = 1,00 T, obtêm-se na curva de magnetização de aço silício Has = 200 A/m
Logo:

H  200  0, 28
I   0, 28A
N 200

O fluxo magnético através de uma seção qualquer do CM vale:

  B  S = 1, 00  8 10 4  8 10 4 Wb

A auto-indutância da bobina vale:

51
Conversão de Energia

N  200  8 10-4
L   571, 4 10-3H
I 0, 28

L  571, 4 mH

52
Conversão de Energia

Exercício 02: Repetir o exercício anterior quando um entreferro de 1 mm é aberto no Circuito


Magnético

Sejam Has e Bas a intensidade e a indução no aço silício e Ho e Bo a intensidade e a indução


no ar do entreferro:

     

H d  
 as
H d  
o
H d  Has  as  Ho  o

O circuito magnético tem (1) malha, (0) nós e (2) ramos.

Mas i()  N I , logo:

Has  as  Ho  o  N I

O comprimento médio do circuito magnético no entreferro e no aço silício valem:

 o  1mm  0,001 m
 as  0,28 - 0,001  0,279 m

Como só existe uma malha, logo irá existir somente um fluxo:

  B as  S as  B o  S o

No entanto, ocorre um espalhamento do fluxo magnético no ar da região do entreferro, de


forma que a área efetivamente atravessada pelas linhas do campo magnético, no entreferro, é
maior que a área das sapatas do aço silício vizinhas ao entreferro.

53
Conversão de Energia

Uma regra prática, válida quando se tem entreferros pequenos, consiste em se adicionar a
cada dimensão linear da sapata de aço silício o comprimento do entreferro:

Sas  2  4  8 cm2 = 8  10 4 m2 So  2,1  4,1  8, 61 cm2 = 8,61  10 4 m2

Na curva de magnetização de aço silício, para Bas = 0,60 T obtemos Has = ????

Curva de magnetização do aço silício, aço fundido e ferro fundido

Para Bas = 0,60 T, obtêm-se na curva de magnetização de aço silício Has = 100 A/m

54
Conversão de Energia

Logo da expressão do fluxo temos:

  B as  S as  B o  S o

Sas
B o  B as 
So

8
B o  0, 60   0,5574 [T]
8, 61

Como:
B o  o Ho

Bo
Ho  Onde: 0 é a permeabilidade magnética no vácuo e vale:
o
 Wb 
0  4  10 7  
 A m
Logo:
Bo 0,5574
Ho  
o 4  10 7

Ho  4,4364 105 (A/m)


Da equação:

Has  as  Ho  o  N I

Has  as  Ho  o
I
N

0, 60  0, 279  4,4364 105  0, 001


I
200

I  2,219 A

O fluxo magnético através de uma seção qualquer do CM vale:

  B as  S as  0, 60  8 10 4  4, 8 10 4 Wb

A auto-indutância da bobina vale:

N  200  4, 8 10-4
L   43, 26 10-3H
I 2,219

L  43, 26 mH

55
Conversão de Energia

Na curva de magnetização de aço silício, para Bas = 1,00 T obtemos Has = ????

Curva de magnetização do aço silício, aço fundido e ferro fundido

Para Bas = 1,00 T, obtêm-se na curva de magnetização de aço silício Has = 200 A/m

Temos agora:
  B as  S as  B o  S o

8
B o  1, 00   0, 9291 [T]
8, 61
e
Bo 0, 9291
Ho  
o 4  10 7

Ho  7,394 105 (A/m)

Calculando a corrente:

Has  as  Ho  o
I
N

1, 00  0, 279  7,394 105  0, 001


I
200

I  3,984 A

56
Conversão de Energia

O fluxo magnético através de uma seção qualquer do CM vale:

  B as  S as  1, 00  8 10 4  8 10 4 Wb

A auto-indutância da bobina vale:

N  200  8 10-4
L   43, 26 10-3H
I 3,984

L  43, 26 mH

Comparação entre os resultados dos 2 exercícios:

Exercício 01)
a) Bas = 0,60 T b) Bas = 1,00 T
I =0,14 A I =0,28 A
L = 685,7 mH L = 571,4 mH

1, 00  0, 60
B   100  66, 7%
0, 60

571, 7  685, 7
L   100  16, 7%
685, 7

0, 28  0,14
I   100  100%
0,14

Exercício 02)
a) Bas = 0,60 T b) Bas = 1,00 T
I =2,219 A I =3,984 A
L = 43,26 mH L = 571,4 mH

1, 00  0, 60
B   100  66, 7%
0, 60

XXXX  43, 26
L   100  XXx%
XXX

3,984  2, 219
I   100  44, 30%
3,984

Se o CM fosse linear, Quanto maior for mais não linear é o CM, comparando os resultados dos 2
exercícios concluímos que o entreferro tem a qualidade de linearizar o CM, então tal linearização
não seja de 100%

57
Conversão de Energia

Exercício 03:

a) Determine a corrente na bobina de 500 espiras quando a indução magnética do aço fundido é
de 0,30 T;
b) Determine a auto-indutância da bobina de 500 espiras, na condição (a);
Uma 2ª bobina de 1000 espiras é enrolada em torno de uma das traves do circuito magnético;
c) Determine a indutância mutua;
d) Determine a indutância própria da bobina de 1000 espiras na condição (a);

a)
O comprimento médio do circuito magnético no aço fundido e no aço silício valem:

 af  8a  0,16m
 as  17a  0,34m

A seção transversal das traves do CM do aço fundido e no aço silício vale:

 
2
Saf  3a  2a  6a2  6  2 10 2  24 cm2 = 24  10 4 m2

 
2
Sas  3a  a  3a2  3  2 10 2  12 cm2 = 12  10 4 m2

58
Conversão de Energia

O circuito magnético tem (1) malha, (0) nós e (2) ramo. Como há apenas uma malha, só há
um fluxo. Logo:

  B as  S as  B af  S af

Dado no exercício que B af  0, 30 [T], obtemos então:

Saf
B as  B af 
Sas

24 10 4
B as  0, 30   0, 6 [T]
12 10 4

Na curva de magnetização de aço silício, para Baf = 0,30 T obtemos Haf = ????

Para Baf = 0,30 T, obtêm-se na curva de magnetização de aço silício Haf = 250 A/m

59
Conversão de Energia

Na curva de magnetização de aço silício, para Bas = 0,60 T obtemos Has = ????

Para Bas = 0,60 T, obtêm-se na curva de magnetização de aço silício Has = 100 A/m

Sejam Has e Bas a intensidade e a indução no aço silício e Haf e Baf a intensidade e a indução
no aço fundido:

Calculando a corrente:

Has  as  Haf  af  N I

Has  as  Haf  af
I
N

100  0, 34  250  0,16


I
500

I  0,1480 A

60
Conversão de Energia

b) O fluxo magnético através do núcleo do CM vale:

  B as  S as  B af  S af
  B as  Sas  0, 60  12 10 4  7, 2 10 4 Wb

O fluxo concatenado pela bobina de 500 espiras vale:

1  N1    500  7, 2 10 4  0, 36 Wb

O fluxo é produzido pela corrente I1, que é criado na bobina de N1 espiras. A indutância
própria (auto-indutância) na bobina de N1 = 500 espiras vale:

1 0, 36
L1    2,4324 H
I1 0,1480

L1  2,4324 H

c) O fluxo concatenado pela bobina de N2 = 1000 espiras vale:

 2  N2    1000  7, 2 10 4  0, 72 Wb

Este fluxo concatenado é produzido pela corrente I1. Então a indutância mutua vale:

2 0, 72
M   4, 866 H
I1 0,1480

d) Para calcular a indutância própria da bobina de N2 =1000 espiras precisamos fazer I1=0 e
calcular a corrente da bobina de N2 espiras para se ter Baf = 0,30 T.
Temos que:
Baf = 0,30 T  Haf = 250 (A/m)
Bas = 0,60 T  Has = 100 (A/m)

Se I1 =0 e I2  0 temos:

Has  as  Haf  af  N2 I2

Has  as  Haf  af
I2 
N2

100  0, 34  250  0,16


I2 
1000

I2  0,074 A

61
Conversão de Energia

O fluxo magnético é mesmo:

  B as  S as  B af  S af
  B as  Sas  0, 60  12 10 4  7, 2 10 4 Wb

O fluxo concatenado pela bobina de N2 = 1000 espiras vale:

 2  N2    1000  7, 2 10 4  0, 72 Wb

 2 é o fluxo produzido pela corrente I2 que circula na bobina de N2 espiras. A indutância


própria na bobina de N2 = 1000 espiras vale:

2 0, 72
L2    H
I2 0, 074

L1  9,72 H

A indutância mutua pode ser calculada através desta equação também:

1 0, 36
M   4, 866 H
I2 0, 074

Exercício 04:

Determine a indução magnética no aço fundido quando a corrente na bobina de 500 espiras é de
200 mA.

62
Conversão de Energia

O comprimento médio e seção transversal do circuito magnético do aço silício:

a a a a
 as  5a    5a    5a  17a
2 2 2 2
 
 as  17 2 10 2  34 10 2  0, 34 m

Sas  a  3a  3a2

 
2
Sas  3  2  10 2  12  10 4 m2

O comprimento médio e seção transversal do circuito magnético do aço fundido:

a a
 af  a   5a   a  8a
2 2
 
 af  8 2 10 2  16 10 2  0,16 m

Saf  2a  3a  6a2

 
2
Saf  6  2  10 2  24  10 4 m2

 Fluxo

  B as  S as  B af  S af
B as  12 10 4  B af  24 10 4

B as  2  B af eq(I)

Circuitação

Haf  af  Has  as  N I
0,16  Haf  0, 34  Has  500  0,2

0,16  Haf  0, 34  Has  100 eq(II)

Gráficos
Curva do aço silício eq(III)
Curva do aço fundido eq(IV)

63
Conversão de Energia

B as  2  B af eq(I)
0,16  Haf  0, 34  Has  100 eq(II)

Baf Bas Haf F  0,16  Haf  0, 34  Has

0,3 0,6 250 100 74


0,4 0,8 300 150 99

64
Conversão de Energia

CAPÍTULO 3

TRANSFORMADORES

1.4. INTRODUÇÃO

As exigências técnicas e econômicas impõem à construção de grandes usinas elétricas, em


geral situadas muito longe de centros de aproveitamento, pois devem utilizar a energia hidráulica
dos lagos e rios das montanhas. Surge assim a necessidade de transporte da energia elétrica por
meio de linhas de comprimento notável.
Por motivos econômicos e de construção, as seções dos condutores destas linhas devem ser
mantidas dentro de determinados limites, o que torna necessária a limitação da intensidade das
correntes nas mesmas. Assim sendo, as linhas deverão ser construídas para funcionar com uma
tensão elevada, que em certos casos atinge a centenas de milhares de volts.
Estas realizações são possíveis em virtude de a corrente alternada poder ser transformada
facilmente de baixa para alta tensão e vice-versa, por meio de uma máquina estática, sem partes
móveis, de construção simples e rendimento elevado, que é o transformador.
Os geradores instalados nas usinas geram a energia elétrica com a tensão aproximada de
6.000 volts. Para efetuar o transporte desta energia, eleva-se a tensão a um valor oportuno com
um transformador elevador.
Na chegada da linha, outro transformador executa a função inversa, isto é, reduz a tensão
ao valor necessário para a utilização.
Podem então ser escolhidas as três tensões, isto é, de geração, de transporte e de
distribuição, com plena liberdade, dando-se a cada uma o valor que se apresenta mais
conveniente.
Naturalmente, nestas transformações o valor da intensidade de corrente sofrerá a
transformação inversa à da tensão, pois o produto das mesmas, isto é, potência elétrica, deve ficar
inalterada.

65
Conversão de Energia

Fig. 3.1 - Transmissão de energia elétrica, desde a geração até o consumidor final

66
Conversão de Energia

1.5. OBJETIVO

Um transformador tem funcionamento “dinâmico”, tendo como função principal transformar


níveis de tensão ou corrente para níveis desejados, funcionando apenas quando a corrente elétrica
que percorre seu enrolamento primário sofre alterações em função do tempo, em outras palavras,
não funcionará com corrente contínua e constante.

1.6. PRINCÍPIO DE CONSTRUÇÃO DE UM TRANSFORMADOR 1Ø

O funcionamento do transformador baseia-se nos fenômenos de Indução Mútua entre dois


circuitos eletricamente isolados, mas magneticamente ligados. Para que a ligação magnética entre
os dois circuitos mencionados seja a mais perfeita possível, é necessário que estes estejam
enrolados sobre um núcleo magnético de pequena relutância (pode ser imaginada como um
análogo em circuitos magnéticos à resistência de circuitos elétricos). Este núcleo deverá ter
elevada permeabilidade (é o grau de magnetização de um material em resposta a um campo
magnético) e por isso seus entreferros devem ser muito reduzidos. Por motivos de construção este
núcleo possui a forma indicada na Fig. 3.2, como é destinado a canalizar um fluxo alternado, logo
deve ser construído por um pacote de lâminas de aço-silício oportunamente isolados.

Fig. 3.1 - Transformador monofásico.

Aplicando nos extremos de qualquer destes enrolamentos a tensão alternada que se quer
transformar V1, gera-se nos extremos do outro a tensão transformada V2. A relação entre estas
duas tensões chama-se relação de transformação do transformador.
O enrolamento alimentado pela tensão V1 que se quer transformar chama-se enrolamento
primário e o outro que fornece a tensão transformada V2, chama-se enrolamento secundário.
Analogamente as tensões V1 e V2 são denominadas comumente de tensão primária e secundária.
As correntes I1 e I2 que atravessarão os dois enrolamentos constituem respectivamente a corrente
primária e secundária do transformador. Como se sabe, os fenômenos de mútua indução são
reversíveis, portanto nenhuma distinção pode ser feita entre o circuito primário e secundário, pois
os dois enrolamentos podem funcionar indiferentemente como primário ou secundário, bastando
alimentar um ou outro.

67
Conversão de Energia

Construtivamente os enrolamentos são denominados: enrolamento de alta tensão (A.T.) o


que tem maior número de espiras e enrolamento de baixa tensão (B.T.) o que tem menor número
de espiras.
O transformador funcionará como elevador de tensão quando se alimenta como primário o
enrolamento de B.T, ou seja, o enrolamento com menor número de espiras, e pelo contrário como
abaixador ou redutor de tensão quando se alimenta o enrolamento A.T.
Os transformadores são máquinas de grande eficiência, e os de grandes potências
apresentam comumente 95 a 99% de rendimento.

1.7. TIPOS DE TRANSFORMADORES

Quanto ao número de fases

Monofásicos – Primário alimentado com uma fase e neutro;


Bifásicos – Primário alimentado com duas fases e neutro ou fase e fase;
Trifásicos – Primário alimentado com três fases e neutro ou três fases.

Quanto a Relação entre as Tensões do Primário com Secundário

Transformador Elevador – VP < VS / NP < NS / IP > IS


Transformador Abaixador – VP > VS / NP > NS / IP < IS
Transformador de Isolação (*) – VP = VS / NP = NS / IP = IS
* - Sua função é isolar eletricamente o operador do sistema elétrico.

Quanto ao Uso Específico

Transformador Elevador: É usado nas subestações elevadoras de energia (subestação de


geração), tem a função de elevar o nível de energia para a transmissão. Seu núcleo é feito com
chapas de aço-silício, que tem baixas perdas, em baixas frequências, por isto, é muito eficiente.
Transformador Abaixador: É usado nas subestações abaixadoras e de distribuição de
energia, com a função de abaixar o nível de energia para a distribuição. Seu núcleo é feito com
chapas de aço-silício, que tem baixas perdas, em baixas frequências, por isto, é muito eficiente.
Transformador de Distribuição: Encontrado nos postes e entradas de força em alta tensão
(industriais). Seu núcleo também é com chapas de aço-silício, e pode ser monofásico ou trifásico
(três pares de enrolamentos). Podendo ser de 15; 30; 45; 75 e 112,5 kVA.
Transformadores de Potencial (TP): Encontra-se nas cabines de entrada de energia,
fornecendo a tensão secundária de 220V, em geral, para alimentar os dispositivos de controle da
cabine - relés de mínima e máxima tensão (que desarmam o disjuntor fora destes limites),
iluminação e medição. A tensão do primário é alta, 13.8 kV ou maior. O núcleo é de chapas de
aço-silício. Podem ser mono ou trifásicos.

68
Conversão de Energia

Transformador de Corrente (TC): Usado na medição de corrente em cabines de entrada de


energia e painéis de controle de máquinas, motores e outros. A corrente é medida por um
amperímetro ligado ao secundário do TC. É especificado pela relação de transformação de corrente
do primário, com a do medidor sendo esta padronizada em 5A, variando apenas a escala de leitura
do amperímetro e o número de espiras do TC.
Autotransformador: Possui estrutura magnética semelhante aos transformadores normais,
diferenciando-se apenas na parte elétrica. A relação entre a tensão superior e inferior não deve ser
superior a 3. É reversível, pode ser abaixador ou elevador.
Transformador de Áudio: Usado em aparelhos de som à válvula e certas configurações a
transistor, no acoplamento ente etapas amplificadoras e saídas ao alto-falante. Sua resposta de
frequência dentro da faixa de áudio, 20 a 20.000 Hz, não é perfeitamente plana, mesmo usando
materiais de alta qualidade no núcleo, o que limita seu uso.
Transformador de RF: Empregam-se em circuitos de rádio-frequência (RF, acima de 30 kHz),
no acoplamento entre etapas dos circuitos de rádio e TV. Sua potência em geral é baixa, e os
enrolamentos têm poucas espiras. O núcleo é de ferrite, este se caracteriza por ter alta
permeabilidade, que se mantém em altas frequências (o que não acontece com chapas de aço-
silício). Costumam ter blindagem de alumínio, para eliminar interferências, inclusive de outras
partes do circuito.

Cuidado: O Transformador de Corrente nunca deverá permanecer com o seu secundário


em aberto enquanto o seu primário estiver energizado, pois desta forma, será desenvolvida uma
alta tensão no secundário e não haverá f.c.e.m., no entanto haverá um aumento de fluxo
causando uma perda excessiva no núcleo, por aquecimento. A elevada tensão no secundário e o
fluxo magnético poderá danificar totalmente o TC e colocará em risco a vida dos operadores.

1.8. SÍMBOLOS DOS TRANSFORMADORES

Transformador Monofásico:

ou

Transformador Trifásico:

ou

69
Conversão de Energia

Autotransformador:

ou

Transformador de Corrente:

ou

1.9. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

O fenômeno da transformação é baseado no efeito da indução mútua. – Fig. 3.3 - onde


temos um núcleo constituído de lâminas de aço prensadas e dois enrolamentos.

Fig. 1.2 - Efeito da indução mútua

Onde:
V1 = tensão aplicada nos terminais da entrada (primária);
E1 = tensão induzida no primário;
N1 = número de espiras do primário;
I1 = corrente no primário;
V2 = tensão nos terminais de saída (secundário);
E2 = tensão induzida no secundário;
N2 = numero de espiras do secundário;
I2 = corrente no secundário.

70
Conversão de Energia

Enunciaremos agora a lei de Lenz, que é de fundamental importância para o perfeito


entendimento dos fenômenos eletromagnéticos.
A lei de Lenz diz o seguinte: Em todos os casos de indução eletromagnética uma força
eletro-motriz (f.e.m.) induzida fará com que a corrente circule em um circuito fechado, num
sentido tal que seu efeito magnético se oponha à variação que a produziu. Portanto se aplicarmos
uma tensão V1 alternada ao primário circulará por esse enrolamento uma corrente I1 alternada
que por sua vez dará condições ao surgimento de um fluxo magnético também alternado.
A maior parte desse fluxo ficará confinado no núcleo, uma vez que é este o caminho de
menor relutância. Esse fluxo originará uma força eletro-motriz (f.e.m.) E1 no primário e E2 no
secundário proporcional ao número de espiras dos respectivos enrolamentos, segundo a relação.

E1 N1
 a
E2 N2

Onde a é a razão de transformação ou relação entre espiras.

As tensões terminal de entrada e saída (V1 e V2) diferem muito pouco das f.e.m. induzidas
(E1 e E2) e para fins práticos podemos considerar:

V1 N1
 a
V2 N2

Podemos também provar que as correntes obedecem a seguinte relação:

N1 I2
 a
N2 I1

Onde:
I1 = corrente no primário;
I2 = corrente no secundário.

Quando a tensão do primário V1 é superior a do secundário V2 temos um transformador


abaixador. Caso contrário terá um transformador elevador de tensão.
Cabe ainda fazer nota que sendo o fluxo magnético proveniente de corrente alternada, este
também será alternado, tornando um fenômeno reversível, ou seja, podemos aplicar uma tensão
em qualquer dos enrolamentos que teremos a f.e.m. no outro.
Baseando-se neste princípio, qualquer dos enrolamentos poderá ser primário ou secundário.
Chama-se de primário o enrolamento que recebe energia e secundário o enrolamento que alimenta
a carga.

71
Conversão de Energia

Exemplo 01: Se a tensão de entrada for 115 VRMS, a corrente de saída de 1,5 ARMS e a relação de
espiras 9:1. Qual a tensão no secundário em valores de pico a pico? E a corrente elétrica no
primário?
Solução:

V1 N1 115 9
 a  V2  12, 8 VRMS
V2 N2 V2 1

VP  12, 8  2 = 18 V

VPP  18  2= 36 V

N1 I2 9 1,5
 a  I1  0,167 ARMS
N2 I1 1 I1

Obs.: A potência elétrica de entrada e de saída num transformador ideal monofásico é igual,
podendo ser calculada como descrita abaixo:

PP  PS

VP  IP = VS  IS

115  0,167= 12, 8  1,5  19, 2 W

1.10. PERDAS NO TRANSFORMADOR

1.11. PERDAS NO MATERIAL DOS ENROLAMENTOS

 Perdas no cobre
São perdas que surgem pela passagem de uma corrente (I) por um condutor de
determinada resistência (R), estas perdas são representadas pela expressão R I 2 e dependem da
carga aplicada ao transformador.

 Perdas parasitas no condutor dos enrolamentos


São perdas produzidas pelas correntes parasitas induzidas, nos condutores das bobinas, pelo
fluxo de dispersão; são perdas que dependem da corrente (carga), do carregamento elétrico e da
geometria dos condutores das bobinas.

72
Conversão de Energia

1.12. PERDAS NO FERRO DO NÚCLEO MAGNÉTICO

Estas perdas são as perdas calculadas com o transformado a vazio.

 Perdas por histerese


Qualquer núcleo magnético sujeito a magnetizar-se percorre um ciclo de histerese todas as
vezes que o campo magnetizante varia de + Bm a - Bm e deste novamente para + Bm, sendo a
potência perdida proporcional à área do ciclo, como mostrado na Fig.3.4. Esta perda foi
interpretada como sendo necessária para vencer os atritos entre os magnetos elementares de que
o núcleo se compõe, e foi chamada de perda por histerese magnética.

Fig. 1.3 - Curva de M x H de um material ferromagnético

Em outras palavras, podemos dizer que: quando o sentido da corrente é invertido, o


alinhamento magnético do núcleo também é invertido, mas há um retardo por parte dos domínios
magnéticos. Se gasta energia para alinhar os domínios magnéticos e inverter o alinhamento. Essa
energia, não disponível no secundário, corresponde às perdas por histerese. Alguns
transformadores que funcionam em altas frequências (telecomunicações) geralmente utilizam
núcleo de ferro pulverizado (ferrite) para reduzir essas perdas.
A potência em watts perdida por efeito da histerese pode ser calculada pela fórmula:

WK  10 7.  . B1,6
m . f . V

Onde: μ é o coeficiente que depende da natureza do material, Bm valor máximo da indução


à qual o núcleo é solicitado, f é a frequência de variação do fluxo, expressa em ciclos por
segundos, V é o volume do material expresso em centímetros cúbicos.

73
Conversão de Energia

 Perdas por correntes parasitas ou de foucault

Perdas por correntes parasitas vêm a ser o consumo de energia pela corrente que é induzida
no ferro do transformador pelo alternamento do fluxo que o atravessa.
Assim como no caso das perdas parasitas no material condutor dos enrolamentos, o fluxo
indutor variável induz no ferro forças eletromotrizes que por sua vez farão circular correntes
parasitas em circuitos elétricos fechados; estas são proporcionais ao quadrado da indução.
A fim de se reduzir esta perda de potência é necessária construir-se o núcleo com lâminas
de ferro. Com esta construção, o valor da f.e.m. produzida em cada lâmina é pequeno e atua
sobre um circuito elétrico de pequena seção, o que reduz consideravelmente o valor das correntes
parasitas e a correspondente perda de potência.
As perdas dependem do quadrado da espessura da chapa, motivo este que exige que esta
seja a menor possível. São diretamente proporcionais ao quadrado da indução e da frequência, por
cuja razão estas perdas fixam valores limites para a indução magnética, não permitindo usar
valores elevados.
A perda de potência produzida pelas correntes parasitas é expressa em watts pela seguinte
equação:

2
WP  10 12. . B 2 . f 2 . 2 .  . s
8

Onde: ρ é a resistividade do material das lâminas em micro-ohms-centímetro, BM é o valor


máximo da indução nas lâminas, f é a frequência da variação do fluxo, δ é a espessura em mm das
lâminas, (  . s ) é o volume em cm3 das lâminas.

 Perdas por saturação

À medida que aumenta a corrente no primário, aumenta o fluxo no núcleo. Finalmente, é


atingido um limite, e qualquer corrente adicional não aumenta o fluxo. Quando isto acontece,
dizemos que o núcleo está saturado, e para aumentar o fluxo seria necessário um aumento do
núcleo, ou seja, um núcleo maior. Na maioria das vezes este aumento do núcleo não é realizado
devido a questões construtivas, sendo assim, esta perda não costuma ser evitada, mas sim
minimizada.

74
Conversão de Energia

1.13. TIPOS DE LIGAÇÃO DOS ENROLAMENTOS TRIFÁSICOS

Para transformar a tensão de uma fonte trifásica, pode ser utilizada uma bancada de
transformadores monofásicos (de mesma potência em KVA, mesma relação de transformação e
tensões defasadas de 120°), como indicado na Fig. 3.5.

Fig. 3.4 - Banco de transformadores monofásicos

Chamamos “tensões e correntes de fase” as tensões e correntes de cada um dos três


sistemas monofásicos considerados, indicados por Vf e If.

Tal sistema de aproveitamento não é, entretanto, usado na prática, pois, é preferível usar-
se o sistema agrupado, como veremos nas Figs. 3.6 e 3.7. Em primeiro lugar devemos observar
que o aproveitamento com as fases separadas requer 6 condutores, já com o sistema agrupado
será necessário 3 ou 4 condutores.
Os transformadores trifásicos podem ser encontrados com dois tipos de ligação: estrela (Y)
e/ou triângulo () com as diversas combinações no primário e no secundário. No entanto, o mais
comum nos sistemas de distribuição, é o transformador com o primário ligado em triângulo e o
secundário ligado em estrela, pois a presença do condutor “neutro”, permite a utilização de dois
níveis de tensões para atender o consumidor.

1.14. LIGAÇÃO TRIÂNGULO OU DELTA (Δ)

Se ligarmos os três sistemas monofásicos entre si, como indicado na Fig. 3.6, podemos
eliminar três fios, deixando apenas um em cada ponto de ligação, e o sistema trifásico ficará
reduzido a três fios A, B e C. Temos assim um sistema triângulo ().
A tensão de qualquer destes três fios chama-se tensão de linha (VL = VAB = VBC = VCA),
que é a tensão nominal do sistema trifásico. A corrente em qualquer um dos fios chama-se
corrente de linha (IL).

75
Conversão de Energia

Examinando o esquema da Fig. 3.6, vê-se que:

 A tensão de linha VL é a própria tensão do sistema monofásico, também chamado


de tensão nominal, ou seja, VL = Vf.

 A corrente em cada fio de linha, ou corrente de linha é a soma das correntes das
duas fases ligadas a este fio, lembrado que esta soma deverá ser fasorialmente. Em módulo:
IL  3 . If  1, 732 . If .

Fig. 3.5 - Ligação triângulo (∆)

Onde:
IL = IA = IB = IC
VL = Vf = VAB = VBC = VCA

Exemplo:
Em um sistema trifásico equilibrado em ∆ de tensão nominal 220 V, a corrente de linha
medida é de 10 A. Ligando a este sistema uma carga trifásica composta de três cargas iguais
ligadas em triângulo, qual a tensão e a corrente ligada em cada uma das cargas?

Temos:

Vf  VL  220 V Entre duas fases quaisquer

IL  3 . If  1, 732 . If

1 1
If  IL  I  0,577 IL  0,577  10  5, 77 A
3 1, 732 L

76
Conversão de Energia

1.15. LIGAÇÃO ESTRELA (Y)

Ligando um dos fios de cada sistema monofásico a um ponto comum aos três restantes,
forma-se um sistema trifásico em estrela, como indicado na figura 1.7, e o ponto comum forma o
neutro.
O quarto fio é ligado ao ponto comum às três fases. A tensão de linha é a tensão
nominal do sistema trifásico, e a corrente de linha é a corrente em qualquer um dos fios.
Examinando o esquema da Fig. 3.7, observa-se que:

 A corrente em cada fio da linha, ou corrente da linha é: IL = If.

 A tensão entre dois fios quaisquer do sistema trifásico é a soma fasorial das tensões
de duas fases às quais estão ligados os fios. Em módulo:
VL  3 . Vf  1, 732 . Vf .

Fig. 3.6 - Ligação em estrela (Y).

Exemplo:
Três cargas iguais, sendo elas feita para ser ligada a uma tensão de Vf = 220V, absorvendo
5,77 A. Qual a tensão nominal do sistema trifásico que alimenta esta carga em suas condições
normais (220V e 5,77A) e qual a corrente de linha ?

Temos:

Vf  220 V Em cada uma das cargas

VL  3 . Vf  1, 732 . Vf  1, 732 . 220  380 V

IL  If  5, 77 A

77
Conversão de Energia

1.16. TRANSFORMADORES COM DERIVAÇÕES NO SECUNDÁRIO

Parece evidente que um transformador pode ter mais de um enrolamento secundário. Em


certas ocasiões é desejável a ligação em série dos enrolamentos secundários, para que a tensão
seja aumentada ou diminuída. Quando os enrolamentos ligados em série se ajudam mutuamente,
a tensão é a soma das tensões nos enrolamentos. Quando os enrolamentos ligados em série se
opõem, a tensão é a diferença entre as tensões dos mesmos. Algumas vezes usa-se um ponto ou
marca semelhante para indicar os terminais de mesma fase.

1.17. POTÊNCIA NOS TRANSFORMADORES

Em um sistema elétrico, temos três tipos de potência: potência aparente, ativa e reativa.
Estas potências estão intimamente ligadas de tal forma que constituem um triângulo, o chamado
triângulo das potências, como indicado na Fig. 3.8.

Fig. 3.7 - Triângulo das potências.


Onde:
S = Potência aparente, expressa em VA (volt-ampére);
P = Potência ativa, expressa em W (watt);
Q = Potência reativa, expressa em Var (volt ampére reativo);
Ø = ângulo que determina o fator de potência (f.p.).

Potência Aparente é a soma vetorial da potência ativa e a reativa, que define o


dimensionamento dos condutores, transformadores, equipamentos de proteção e de manobra,
como mostrado no exemplo abaixo.

Exemplo:
Cálculo da potência aparente requerida por dois equipamentos com fator de potência.

Aparelho 1  P = 1.000 W; cos   0,5 ;


Aparelho 2  P = 1.000 W; cos   0, 92 .

P 1000
Aparelho 1  cos     2000 VA
S 0, 5
P 1000
Aparelho 2  cos     1087 VA
S 0, 92

78
Conversão de Energia

Conclusão:
Verificamos que o equipamento 2, que possui o maior fator de potência, requer apenas
1.087 VA, enquanto que o equipamento 1 requer 2.000 VA de potência aparente.
Um transformador é dimensionado pela potência aparente (S), e por aí nota-se a
importância da manutenção em um fator de potência elevado em uma instalação elétrica. As
potências de um transformador monofásico e de um trifásico esta mostrado na tabela 3.1.

Tabela 3.1 - Tabela das potências nos sistemas monofásicos e trifásicos.

Potência Transformador Monofásico Transformador Trifásico

P  3  VF  IF  cos   
Potência Ativa P  V  I  cos   
(W) P  3  VL  IL  cos   

Q  3  VF  IF  sen   
Potência Reativa Q  V  I  sen   
(Var) Q  3  VL  IL  sen   

Potência Aparente S  P 2  Q2 S  P 2  Q2
(VA) S  V I S  3  VF  IF  3  VL  IL

Q Q
  arctg     arctg  
P P
Fator de Potência
P P
fp  cos       fp  cos      
S S

Nos pequenos transformadores a potência é expressa em Watts (W). Já os de maior


potência são determinados em Volt-Ampères (VA) ou Kilovolt-Ampères (kVA).
Quando o transformador está fornecendo sua potência máxima dizemos que ele está à plena
carga. No entanto, quando não há carga no secundário e o primário está alimentado, dizemos que
o transformador está trabalhando a vazio.
Por serem máquinas estáticas os transformadores apresentam ótimos rendimentos (95% a
99%), motivo pelo qual são estudados como máquinas ideais, valendo, portanto a relação:
Potência Primária = Potência Secundária.
Considerando-se as perdas, anteriormente citadas para um transformador real, teremos:

PP = PS + PPERDAS (determinada com o transformador a vazio).

1.18. CONDIÇÕES ESPECIAIS DE UM TRANSFORMADOR

São consideradas condições especiais de serviço, transporte e instalação, as que podem


exigir construção especial, ou revisão de alguns valores nominais, ou cuidados especiais de
transporte, instalação ou operação do transformador, e que devem ser levadas ao conhecimento
do fabricante. Dentre outras, são condições especiais as seguintes:

79
Conversão de Energia

a) Instalações em altitudes superiores a 1.000 m;


b) Exposição à umidade excessiva, ar excessivamente salino, vapores, gases ou fumaças
prejudiciais;
c) Exposição à sujeira ou pós prejudiciais;
d) Exposição a materiais explosivos na forma de gases ou pós;
e) Sujeição a vibrações anormais;
f) Sujeição a condições precárias de transporte e instalação;
g) Limitação de espaço na sua instalação;
h) Possibilidade de submersão em água;
i) Exigência de redução dos níveis de ruído e/ou de rádio-ruído;
j) Exigências especiais de isolamento;
k) Necessidade de proteção especial de pessoas contra contatos acidentais com partes
vivas do transformador;
l) Dificuldade de manutenção;
m) Funcionamento em condições não usuais, tais como, em regime ou frequência não
usuais, ou com forma de onda distorcida, ou com tensões desequilibradas.

1.19. PARTES QUE COMPÕEM UM TRANSFORMADOR

1.20. NÚCLEO

O núcleo é a parte do transformador por onde vai fechar-se o circuito magnético, é


constituído por um material ferromagnético, que contém em sua composição o silício, que lhe
proporciona características excelentes de magnetização, ou seja, é um material com grande
permeabilidade magnética e baixa relutância.
Porém, este material é condutor e estando sob a ação de um fluxo magnético alternado, dá
condições de surgimento de correntes parasitas. Para minimizar este problema, o núcleo, ao invés
de ser uma estrutura maciça, é construído pelo empilhamento de chapas finas, como indicado na
Fig. 3.9.

Fig. 3.8 - Chapas de aço-silício.

80
Conversão de Energia

Sendo o material do núcleo de grande permeabilidade magnética consequentemente as


perdas do núcleo serão pequenas.
No Brasil a fábrica mais importante de chapas para núcleos de transformadores é a Cia.
Aços Especiais Itabira - ACESITA.
O núcleo pode ser:

a) Aberto
Este tipo de núcleo é o mais barato, pois o primário e o secundário são enrolados sobre um
núcleo cilíndrico, como mostrado na fig. 1.10. Parte do circuito magnético é constituída pelo
núcleo, e outra parte pelo ar. Como o ar se opõe ao campo magnético, o acoplamento magnético é
diminuído. O transformador com núcleo aberto é, portanto ineficiente e nunca é usado para
transmissão de energia.

Fig. 3.9 - Transformador de núcleo aberto.

b) Envolvido
O núcleo envolvido, ver Fig. 3.11, melhora a eficiência do transformador por oferecer mais
ferro e menos ar ao campo magnético, aumentando assim o acoplamento magnético.

Fig. 3.10 - Transformador de núcleo envolvido.

81
Conversão de Energia

c) Envolvente
O núcleo envolvente aumenta ainda mais o acoplamento magnético, e, portanto a eficiência
do transformador, pois proporciona dois caminhos magnéticos paralelos, permitindo assim, o
máximo acoplamento entre o primário e o secundário, ver Fig. 3.12.

Fig. 3.11 - Transformador de núcleo envolvente.

1.21. BOBINAS

Qualquer que seja o tipo de construção do transformador, os dois enrolamentos de alta


tensão (A.T.) e baixa tensão (B.T.) da mesma fase são em geral colocados sobre a mesma coluna.
Nos transformadores monofásicos de colunas, é possível dispor o enrolamento de A.T. sobre uma
coluna e enrolamento B.T. sobre outra. Este critério, porém, não é aplicado pelo fato de dar
origem a dispersões magnéticas notáveis, pois uma grande parte do fluxo gerado pelo
enrolamento primário se fecha no ar sem chegar a concatenar-se com o secundário. Nos
transformadores industriais há várias maneiras de se disporem as bobinas a fim de se diminuir a
dispersão magnética. Conforme a posição relativa em que são dispostas as bobinas A.T. e B. T.,
obtem-se os tipos de enrolamentos que são: bobinas concêntricas ou tubulares e de bobinas
alternadas ou de discos.

a) Enrolamentos concêntricos ou tubulares


Esta construção realiza-se dispondo sobre cada coluna os dois enrolamentos de A.T. e B.T.,
concêntricos, separados entre si por meio de material isolante.
Para maior segurança, perto da coluna coloca-se sempre o enrolamento de B.T. separado da
mesma por meio de um tubo de material isolante. Os enrolamentos adquirem a forma indicada na
Fig. 3.13.a, na qual os enrolamentos de A.T. são divididos em várias bobinas sobrepostas e
devidamente distanciadas, enquanto o enrolamento de B.T. é geralmente constituído em forma de
um solenóide contínuo.
Às vezes, porém, o enrolamento B.T. é subdividido em dois solenóides concêntricos,
dispondo-se um deste próximo da coluna e o outro externamente ao enrolamento de A.T., como
indicado na Fig. 3.13.b. Esta disposição diminui consideravelmente a dispersão.

82
Conversão de Energia

Fig. 3.12 - Enrolamentos concêntricos

b) Enrolamentos com bobinas alternadas ou de discos


Esta construção é realizada executando-se ambos os enrolamentos de A.T. e B.T. com várias
bobinas de comprimento axial pequeno (discos) e sobrepondo-se as bobinas de A.T. e B.T.
alternadamente, como indicado na figura 1.14. Para tornar mais fácil o isolamento contra a cabeça
do núcleo, as bobinas são divididas de maneira que as extremas pertençam ao enrolamento de
B.T.. Para diminuir a dispersão, estas duas bobinas devem possuir metade da espessura das
bobinas B.T.. O isolamento entre as bobinas sobrepostas é obtido com a interposição de coroas
isolantes.

Fig. 3. 13 - Enrolamentos com bobinas alternadas ou de discos

Os enrolamentos de A.T. e B.T. requerem uma técnica de construção diferente. No A.T., o


problema fundamental é o do isolamento, enquanto no B.T. surgem dificuldades de execução,
quando é necessário empregar condutores com seção muito grande.
O enrolamento A.T. tem em geral elevado número de espiras com seção relativamente
pequena, enquanto o enrolamento B.T., pelo contrário, tem poucas espiras com grande seção.
Para seções de até 10mm2 empregam-se fios redondos, para seções maiores empregam-se
condutores com seção retangular. Estes condutores devem possuir isolamento próprio,
proporcional à tensão induzida em cada espira. Para fios redondos usa-se em geral um isolamento
de esmalte ou algodão em duas camadas. Para condutores em barra usa-se algodão em duas ou
três camadas, papel ou cadarço de algodão. Os condutores de seção muito grande são enrolados
geralmente nus, interpondo-se entre as espiras contíguas diafragmas de papel.

83
Conversão de Energia

1.22. COMUTADOR

Para adequar a tensão primária do transformador à tensão de alimentação e fornecimento, o


enrolamento primário é dotado de derivações (taps), conforme mostrado na Fig. 3.15, que podem
ser escolhidos mediante a utilização de um painel de ligações ou comutador, conforme projeto e
tipo construtivo, instalados junto à parte ativa, dentro do tanque.
Este aparato, na maioria dos transformadores de baixa potência, deve ser manobrado com o
transformador desconectado da rede de alimentação.

Fig. 3.14 - Comutador do tipo painel de posições

1.23. ÓLEO ISOLANTE

a) Objetivos
Todos os transformadores de potência acima de 20 kVA e tensão acima de 6 kV são
construídos de maneira a trabalhar imerso em óleos isolantes, como indicado na Fig. 3.16. O óleo
tem como objetivo atender duas finalidades: garantir um perfeito isolamento entre os
componentes do transformador; e dissipar para o exterior o calor proveniente do efeito Joule nos
enrolamentos, assim como do núcleo.
Para que o óleo possa cumprir satisfatoriamente as duas condições acima, ele deve ser
testado e apresentar boas condições de trabalho.

Fig. 3.15 - Óleo isolante

84
Conversão de Energia

b) Generalidades
Os óleos usados em transformadores correspondem aos minerais, que são obtidos da
refinação do petróleo. Esses óleos podem ser conseguidos com uma grande gama de variação em
suas propriedades físicas.
O óleo deve ser testado quanto aos seguintes aspectos:
 Comportamento químico: O óleo deve ser testado em condições as mais parecidas
possíveis com as de trabalho. Justifica-se esse ensaio pelo fato de o comportamento químico
do óleo ser alterado por condições externas, tais como, aquecimento, oxidação,
envelhecimento, etc.

 Ponto de inflamação e ponto de combustão: Aquecendo-se o óleo até uma determinada


temperatura, ele se inflama em presença de uma chama, este é o ponto de inflamação. Se a
temperatura for elevada até outro valor determinado, o óleo se inflamará espontaneamente
em contato com o ar, este é o ponto de combustão.

 Viscosidade: É um teste importante, pois da viscosidade depende a capacidade de


circulação do óleo, dentro do transformador, para seu resfriamento.

 Perdas por evaporação: Visa determinar o quanto de óleo escapa do transformador em


forma de gás, devido a seu aquecimento. A quantidade perdida deve ser nula ou a menor
possível.

 Rigidez dielétrica: Todos os ensaios anteriores devem ser feitos periodicamente nos
transformadores em uso, mas facilmente pode-se notar que a importância e a necessidade
do teste de rigidez dielétrica são bem grandes. Vale dizer que, sob o efeito de oxidação,
retenção de umidade, elevadas temperaturas, etc., o óleo vai perdendo suas qualidades
isolantes. Geralmente, formam-se produtos lamacentos escuros, conhecidos por lama, que
alteram as propriedades do óleo. Analisador de rigidez dielétrica é o nome do aparelho
utilizado para medir a rigidez dielétrica do óleo isolante.

1.24. SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO

As perdas que se produzem no ferro e no cobre de um transformador geram calorias que


provocam a elevação de temperatura das partes ativas do aparelho.
Os transformadores de grande potência requerem geralmente refrigeração adicional, porque
a natural é insuficiente. O volume do transformador não aumenta linearmente com a potência,
sendo que o faz em menor escala.
A superfície exterior do núcleo e enrolamentos aumenta menos ainda, por razões
geométricas. Para aumentar a superfície de contato com o ar, em transformadores submersos em
óleo, costuma-se dobrar as paredes do tanque, como indicado na Fig. 3.17, que em lugar de ter
forma cilíndrica ou prismática regular, adquirem assim um aspecto aleteado. Consegue-se desta

85
Conversão de Energia

maneira aumentar muito a superfície de contato com o ar exterior, com o que se melhora a
transmissão por convecção e por radiação.

Fig. 3. 16 - Dobras nas paredes de um tanque.

Abaixo citamos os tipos de resfriamento de um transformador:


 Resfriamento Natural – SN – Figs. 3.17 e 3.18;
 Resfriamento com ventilação forçada – SVF;
 Resfriamento por circulação natural do líquido isolante – LN – Figs. 3.17e 3.18;
 Resfriamento por circulação natural do líquido isolante e ventilação forçada sobre o tanque
e radiadores - LN – VF – Fig. 3.19;
 Refrigeração em óleo com serpentina de água interna - LN –ACF;
 Refrigeração em óleo com serpentina de água externa - LCF – ACF.

Fig. 3. 17 - Resfriamento natural

86
Conversão de Energia

Fig. 3. 18 - Sistema de refrigeração forçada.

1.25. JUNTAS DE VEDAÇÃO

Devem ser feitas de elastômero resistente à do óleo aquecido à temperatura de 105 C, à
ação da umidade e dos raios solares.

1.26. BUCHAS

As buchas aos que se sujeitam os terminais de conexão estão sobre a tampa do


transformador e em sua lateral (nos transformadores de distribuição), como indicado na Fig. 3.20.
Seu tamanho e tipo dependem da tensão de trabalho do enrolamento, ou mais corretamente, da
tensão entre bornes. O tipo de bucha difere muito em transformadores para uso em interior de
locais e para intempéries. No caso de transformadores para intempéries devemos considerar os
efeitos das chuvas, neves, etc.. Nestes casos se especifica a tensão que deve suportar o isolador
em função da tensão de serviço em V (volts).

Fig. 3. 19 - Transformador de distribuição

87
Conversão de Energia

1.27. TANQUES

O tanque do transformador, como indicado na Fig 3.20, além de ser o recipiente que contém
as partes ativas, isoladores, e óleo, é o elemento que transmite para o ar, o calor produzido pelas
perdas.
O formato do tanque varia de redondo para os transformadores de distribuição de baixa
potência, a oval e retangular para os transformadores de médias e grandes potências.
De acordo com a quantidade de calor que deve ser liberada, os transformadores têm o
tanque liso, nervurado ou equipado com radiadores. Os radiadores podem ser tubulares ou em
forma de câmara plana.

A NBR rege que:


 O tanque e a respectiva tampa devem ser de chapas de aço, laminadas a quente;
 O tanque não deve apresentar impurezas superficiais;
 As superfícies internas do tanque devem receber um tratamento que lhes confira uma
proteção eficiente contra a corrosão e o material utilizado não afetar nem ser afetado pelo
óleo.

1.28. PINTURA

O serviço de pintura de transformadores é uma especialidade que exige bons conhecimentos


sobre: preparo da superfície a ser pintada; agressividade do meio em que se encontra o
transformador; tipos de tinta de fundo e acabamento adequados para cada situação; métodos e
mão-de-obra de aplicação; e condições econômicas.
A escolha de tintas para pintar transformadores não é tarefa das mais fáceis. Ao selecionar
as tintas, deve-se ter em mente:

 A agressividade do meio ambiente em que está o transformador. O meio ambiente


pode ser úmido, de natureza ácida ou alcalina, e conter substâncias abrasivas que são lançadas
sobre o transformador pelos ventos.

 A tinta de fundo deve preencher as seguintes condições:


 Ter boa adesão à superfície metálica;
 Ter resistência química adequada;
 Ser compatível com a tinta de acabamento;
o
 Resistir a uma temperatura de 90 C;
 Ter boa dureza;
 Resistir a óleo isolante

 A tinta de acabamento deve ter as seguintes qualidades:


 Resistência a água;
 Resistência ao óleo isolante;

88
Conversão de Energia

 Resistência a ácidos, álcalis e solventes;


 Resistência à poluição marítima;
o
 Resistência a temperatura de 90 C;
 Retenção de brilho e cor;
 Muito boa aderência e dureza.

Tanto a tinta de fundo como a de acabamento devem resistir às variações de temperatura,


pois a parte inferior do transformador em operação tem uma temperatura mais baixa que sua
parte superior, e essas temperaturas são variáveis.

1.29. PLACA DE IDENTIFICAÇÃO

O transformador deve ser provido de uma placa de identificação metálica, como indicado na
Fig. 3.21, à prova de tempo, em posição visível, sempre que possível do lado de baixa tensão. A
placa de identificação deve conter, no mínimo, as seguintes informações:

 A palavra "Transformador" ou "Autotransformador" ou "Transformador de reforço" ou


"Transformador regulador", etc;
 Nome do fabricante e local de fabricação;
 Número de série de fabricação;
 Mês e ano de fabricação;
 Designação e data da norma brasileira (especificação);
 Tipo (segundo a classificação do fabricante);
 Número de fases;
 Potência ou potências nominais em kVA;
 Designação do método de resfriamento;
 Tensões nominais do primário e secundário;
 Correntes nominais do primário e secundário;
 Diagrama de ligações dos enrolamentos do primário e secundário com identificação
das derivações;
 Frequência nominal;
 Polaridade ou diagrama fasorial;
 Impedância de curto-circuito, em percentagem;
 Volume total do liquido isolante em litros ou peso em kilogramas;
 Massa total aproximada, em quilogramas.

89
Conversão de Energia

Fig. 3.20 - Placa de identificação

1.30. ACESSÓRIOS

 Indicador externo de nível do óleo:


Deve ser colocado em local visível no transformador. Deve ter referência para os níveis de óleo
mínimo, máximo e a 25C.
 Válvula de drenagem do óleo:
Deve ser colocada na parte inferior da parede do tanque. Todas as válvulas de drenagem do
óleo devem ser providas de bujão.
 Meios de ligação para filtro:
Deve ser feita por meio de um tubo, provido de bujão, localizado na parte superior da parede
do tanque ou na tampa.

90
Conversão de Energia

 Dispositivo para a retirada de amostra do óleo:


Deve ser colocado na parte inferior do tanque, para transformadores imersos em óleo.
 Meios de aterramento do tanque:
Devem ter na parte exterior do tanque, sempre que possível perto do fundo, um dispositivo de
material não ferroso ou inoxidável que permita fácil ligação a terra.
 Meios para suspensão da parte ativa:
Os transformadores devem dispor de meios (alças, olhais, ganchos, etc.) para seu
levantamento completamente montado, inclusive com óleo.
 Abertura para inspeção:
Os transformadores devem ter, quando necessário, uma ou mais tampas auxiliares na tampa
principal, para permitir o desligamento dos terminais internos para as buchas, mudanças de
derivações e inspeção.
 Apoios para macacos:
Podem ser feitos sob a forma de ressaltos ou de alojamentos, devendo ser adequados tanto
para a colocação como para o acionamento de macacos.
 Provisão para a instalação de termômetro para óleo:
Consiste de um alojamento estanque, para a instalação de um termômetro e colocado em
posição que forneça a temperatura mais elevada do óleo.
 Dispositivo para alívio de pressão:
Deve operar de maneira que o valor de sobrepressão não ultrapasse o valor máximo admissível.
 Meios de locomoção:
Os transformadores devem dispor de meios de locomoção, como base própria para
arrastamento ou rodas orientáveis.
 Secador de ar de Sílica Gel:
O secador de ar de sílica gel é usado nos transformadores providos de conservador de óleo,
funcionando como um desumidificador de ar do transformador.
 Manômetro e Manovacuômetro:
O manômetro é um instrumento utilizado para medir a pressão interna do tanque de óleo. E o
manovacuômetro, mede pressão e vácuo.
 Sistema de Ventilação Forçada (Fig. 3.19):
Alguns transformadores são constituídos de radiadores mais um conjunto de ventiladores. Esses
ventiladores podem ser acionados manualmente ou automaticamente por um sistema
digital. Em transformadores pequenos (menor que 5 MVA) pode ser usado o termômetro de
óleo.

91
Conversão de Energia

Fig. 3.21 - Partes de um transformador de distribuição

92
Conversão de Energia

1.31. CIRCUITOS EQUIVALENTES

1.32. TRANSFORMADOR MONOFÁSICO IDEAL

Hipóteses:
Não há perdas ôhmicas – a resistência dos enrolamentos é nula.
Não há perdas no núcleo – não há histerese nem correntes parasitas.
Não há dispersão de fluxo magnético – todo o fluxo Ø esta confinado no núcleo e é
concatenado com ambas as bobinas.

Um circuito equivalente de um transformador monofásico ideal é mostrado na Fig. 3.23.

Fig. 3.22 - Circuito equivalente de um transformador ideal.

   
Tensões e correntes são senoidais  V 1 ; V 2 ; I 1 ; I 2 são fasores.
Relações:

V1 N I
 1  2  a
V2 N2 I1

Onde: a  relação de espiras.

Potências:

S1  S2  V1  I1  V2  I 2

Pois não há perdas (potência de entrada é igual à potência de saída).

93
Conversão de Energia

1.33. TRANSFORMADOR MONOFÁSICO REAL

Um transformador real, de núcleo de ferro, é representado na Fig. 3.24. Embora


hermeticamente acoplado pelo núcleo de ferro, uma pequena porção de fluxo disperso é produzida
nos enrolamentos primário e secundário 1 e 2, respectivamente, além do fluxo mútuo, M.
O fluxo disperso do primário, 1, produz uma reatância indutiva primária XL1. O fluxo
disperso do secundário, 2, produz uma reatância indutiva secundária, XL2. Além disto, o
enrolamento primário e secundário são constituídos de condutores de cobre, que têm certa
resistência. A resistência interna do enrolamento primário e secundário é representada por R1 e
R2, respectivamente.

Portanto são consideradas:


Perdas ôhmicas nos enrolamentos;
Perdas no núcleo (histerese e correntes parasitas);
Dispersão de fluxo;
Corrente de magnetização.

Um circuito equivalente de um transformador monofásico real é mostrado na Fig. 3.24.

Fig. 3. 23 - Circuito equivalente de um transformador real.

Onde:
R1 e R2  Resistências que representam as perdas ôhmicas nos enrolamento (perdas no
cobre) primário e secundário, respectivamente;
X1 e X2  Reatâncias que representam à dispersão de fluxo no primário e secundário,
respectivamente;
R0  As correntes de Foucalt e de histerese são provocados no núcleo e por isso são
representadas por R0;
X0  A reatância esta no modelo devido à corrente magnetizante Iμ. O ramo que contem
esta bobina é percorrido por esta corrente que será necessária para criação do fluxo e em nada
conta para a alimentação da carga.
a  Razão de espiras;
V1  Tensão terminal no primário;
V2  Tensão terminal no secundário;

94
Conversão de Energia

E1  Tensão induzida no primário;


E2  Tensão induzida no secundário;
I1  Corrente no primário;
I2  Corrente no secundário;
R1  Resistência do enrolamento do primário;
R2  Resistência do enrolamento do secundário;
X1  Reatância de dispersão do primário;
X2  Reatância de dispersão do secundário;
R0  Resistência para levar em conta as perdas no núcleo;
X0  Reatância de magnetização.

1.13.3. Circuito referido ao primário

Fig. 3. 24 - Circuito equivalente de um transformador real referido ao primário.

Como:

 V2
Z2  
I2 (1)
e
l 
V2 N1 I2

 
l
V2 N2 I2 (2)
Logo:
 l N2
V2  V2 *
N1 (3)
e
 l N1
I2  I2 *
N2 (4)
Levando (3) e (4) em (1), vem:

95
Conversão de Energia

• l
N2
V2 * 2
• N1 • • l N 22 • l •  N1 
Z2   Z2  Z2 * 2  Z2  Z2 *  
•l
I2 *
N1 N1  N2 
N2
• l •
Z 2  Z 2 * a2
Para a tensão e corrente referenciada ao primário, de (2) vem:
• l • N1 • l •
V2  V2 *  V2  a * V2
N2 e

l  N2 l I2
I2  I2 *  I2 
N1 a

1.13.4. Circuito referido ao secundário

Fig. 3. 25 - Circuito equivalente de um transformador real referido ao secundário.

Neste caso:

l Z1
Z1  2
a

l V1
V1 
a
e
l 
I1  I1 * a

96
Conversão de Energia

1.34. TESTES EM TRANSFORMADORES

As características de desempenho do transformador podem ser obtidas dos circuitos


equivalentes. Os parâmetros do circuito equivalente são determinados, ou pelos dados do projeto,
ou pelos dados de teste. São dois os ensaios:
 Ensaio em vazio
 Ensaio em curto-circuito

Para a determinação dos parâmetros, vamos considerar:

Figura 3.26- Representação do lado de alta e baixa de um transformador

1.35. ENSAIO A VAZIO

Inicialmente utiliza-se o lado de BT, no qual é inserida a tensão de operação deste lado
(tensão nominal do enrolamento), mantendo o lado de Alta Tensão (A.T.) em aberto. Determina-se
a temperatura do trafo e do liquido isolante (se existir).
São utilizados ainda um wattímetro um amperímetro e um voltímetro, para determinar a
tensão, corrente e potência ativa do lado de baixa tensão (B.T.).
Assim como mostra a figura a seguir, obteremos as seguintes medidas:

 Tensão à Vazio: V0
 Potência à Vazio: P0
 Corrente à Vazio: I0

Figura 3.27 - Ensaio em vazio de um transformador

97
Conversão de Energia

O modelo referido ao lado 2, lado de baixa tensão (B.T.) e dado por:

Figura 3.28 - Modelo do trafo referido para o lado de baixa tensão (B.T.)

Sabendo-se que I2’=0 e considerando que v <<< V0, teremos que:

Figura 3.29 - Modelo do trafo referido para o lado de baixa tensão (B.T.) com I2’=0

Logo os valores obtidos referenciados pra o lado de B.T. será:

V0 2
Rp 
P0
e
V0 V0
Xm  
Im I0 2  Ip 2

V0
Xm 
2
P 
I0   0 
2

 I0 

98
Conversão de Energia

De outra forma, temos que

P0 P0
c os   
S0 V0  I0

Onde:

S0  V0  I0

Logo, a corrente de perda no ferro é:

I p  I0  C os 

A corrente de magnetização:

I m  I0  Sen

Assim, tem- se então que:

V0 V0
Rp  
I p I0  Cos
e
V0 V0
Xm  
I m I0  Sen

O digrama fasorial de um transformador a vazio de dado pela figura a seguir:

Figura 3.30 - Digrama fasorial de um transformador a vazio

OBS.: Usualmente, é interessante aplicar a tensão de teste ao enrolamento que tiver uma
tensão nominal igual àquela da fonte de potência disponível. Nos transformadores elevadores de
tensão, isto significa que a tensão de circuito aberto do segundo enrolamento será maior do que a
tensão aplicada, algumas vezes até muito elevada. Cuidados então devem ser tomados para isolar
os terminais deste enrolamento, tanto para segurança do pessoal que executa o teste, quanto para

99
Conversão de Energia

prevenir que estes terminais não se fechem por meio de outros circuitos elétricos, instrumentos,
terra, etc.
A perda de potência a vazio é igual à leitura no Wattímetro neste teste; a perda do núcleo é
obtida subtraindo-se desta leitura as perdas ôhmicas no primário, a qual é usualmente pequena e
pode ser desprezada em muitos casos. Assim, de P0, I0 e V0 são: a potência, a corrente e a
tensão de entrada, então a perda no núcleo será dada por:

PC = P0 - I02 R1

1.36. ENSAIO EM CURTO CIRCUITO

O ensaio em curto-circuito consiste em alimentar, geralmente, o enrolamento de alta tensão


do transformador com corrente (Icc) e frequência nominais, mantendo-se o enrolamento de baixa
tensão curto-circuitado e mede-se a tensão (Vcc) e a potência (Pcc) fornecida ao transformador.
Com este ensaio determinam-se os parâmetros R1, R´2, X1 e X´2.

Figura 3.31 - Ensaio em vazio de um transformador

O modelo referido ao lado 1, lado de alta tensão (A.T.) e dado por:

Figura 3.32 - Modelo do trafo referido para o lado de alta tensão (A.T.)

100
Conversão de Energia

Simplificando, temos:

Figura 3.33 - Modelo do trafo referido para o lado de alta tensão (A.T.)

Onde:
Zcc  Zeq  R cc  jX cc

Vcc
Zcc 
Icc
e
R cc  R eq  R 1  R '2

jX cc  jX eq  jX1  jX '2

Pcc
R cc  2
Icc

Vcc
Zcc 
Icc

X cc  Zcc
2
 R cc
2

2 2
V  P 
X cc   cc    2cc 
 Icc   Icc 

OBS.: A potência medida pelo wattímetro (Pcc) corresponde aproximadamente à potência


dissipada nos enrolamentos. A tensão medida pelo voltímetro (Vcc) corresponde aproximadamente
à queda de tensão interna.

101
Conversão de Energia

1.37. RENDIMENTO DOS TRANSFORMADORES

Vamos nos deter apenas no rendimento em potência. Esse rendimento por unidade é
definido como:

Potência Ativa de Saída


  100 %
Potência Ativa de Entrada

Psaida P  Perdas Perdas


  entrada 1 
Pentrada Pentrada Pentrada
ou:
Psaida Psaida
 
Pentrada Psaida  PPerdas

Esta última equação é aplicada para motores e geradores e também para transformadores.
Sendo que:

PPerdas  PCobre  PFerro

Onde:
V 
2

PFerro  R eq   I'2 
2
Pcobre  1 e
Rp

Sendo que:

PEntrada  V1I1 cos 1

PSaida  V2 I 2 cos 2

Logo:

Psaida V2 I 2 cos 2
  100%
Pentrada V2 I 2 cos 2  PCobre  PFerro

1.38. RENDIMENTO EM FUNÇÃO DA CARGA

Vamos determinar para qual valor de carga [I2] o transformador tem máximo rendimento.

Psaida Psaida V2 I 2 cos 2 V2 I 2 cos 2


   
Pentrada Psaida  Perdas V2 I2 cos 2  Pnucleo  PJoule V2 I 2 cos 2  Pnucleo  R e2 I 2 2

102
Conversão de Energia

Onde:
Re2 = resistência dos enrolamentos referida para o lado da carga  Re2 = R2 + R`1

d
Teremos o máximo rendimento quando: 0
dI 2

d V2 cos 2 [V2 I 2 cos 2  Pnucleo  R e2 I 2 2 ]  (V2 I 2 cos 2 ) (V2 cos 2  2R e2 I 2 )



 V I cos   P  R I 2 
2
dI 2
2 2 2 nucleo e2 2

Portanto:

V2 cos 2 [V2 I 2 cos 2  Pnucleo  R e2 I 2 2 ]  (V2 I 2 cos 2 ) (V2 cos 2  2R e2 I 2 )  0

V2 cos 2 [V2 I 2 cos 2  Pnucleo  R e2 I 2 2  V2 I 2 cos 2  2R e2 I 2 2 ]  0

Pnucleo  R e2 I 2 2  0

Para se ter o máximo rendimento as perdas variáveis (Joule) devem ser iguais às perdas
fixas (núcleo).

Pnucleo
Pnucleo  R e2 I 2 2 I2 
R e2

1.39. REGULAÇÃO DE TENSÃO

Existem inevitáveis “quedas” de tensão devido a circulação de corrente nos enrolamentos


dos transformadores. Essas quedas são distribuídas nos enrolamentos. São quedas não só de
natureza resistiva, devido à resistência ôhmica dos condutores, como também de natureza reativa,
devida aos fluxos de dispersão.
Por esse motivo, a tensão de saída V2 de um transformador em vazio é normalmente
diferente da tensão em carga V2. Para a maioria das cargas (resistivas e indutivas), a tensão em
carga é menor que em vazio, ou seja, há realmente uma queda de tensão. Somente em cargas
fortemente capacitivas pode ocorrer tensão em carga maior que em vazio. Isso se prende ao fato
de as “quedas” de tensão em elementos reativos (capacitivos e indutivos), em regime senoidal,
dependerem não só dos módulos das correntes alternadas, mas também dos seus ângulos de fase.
Define-se a regulação de tensão como sendo:

Vvazio  Vcarg a
R 100%
Vcarg a

103
Conversão de Energia

1.40. DIAGRAMA FASORRIAL

Para determinar a regulação de tensão de um transformador, é necessário compreender a


queda de tensão dentro dele. Considere o circuito equivalente simplificado do transformador na
figura a seguir.

Figura 3.34 - Modelo do trafo referido para secundário

Os efeitos da regulação da tensão do transformador no ramo da excitação podem ser


ignorados, assim somente as impedâncias em série necessitam ser consideradas. A regulação de
tensão de um transformador depende do valor das impedâncias em série e do ângulo de fase da
corrente fluindo através do transformador. A maneira mais fácil para determinar o efeito das
impedâncias e do ângulo da corrente de fase na regulação da tensão do transformador é examinar
um diagrama fasorial, ou seja um esboço dos fasores de tensão e corrente no transformador. Em
todos os diagramas fasoriais a seguir, o fasor da tensão Vs é considerado com um a ângulo de 0º,
e todas as outras tensões e correntes são comparados a essa referência. Aplicando lei da tensão
de Kirchhoff ao circuito equivalente do transformador a tensão primária pode ser encontrada
como:

VP
 Vs  R eq Is  jX eq Is
a

Um diagrama do fasorial do transformador é apenas uma representação visual desta


equação. A figura a seguir mostra um diagrama fasorial de um transformador operando com um
fator de potência indutivo. É fácil ver que Vp/a > Vs para cargas indutivas, dessa forma a
regulação de tensão de um transformador com cargas indutivas deve ser maior que zero.

104
Conversão de Energia

Figura 3.35 - Diagrama fasorial - transformador com carga indutiva

Um diagrama do fasorial com fator de potência unitário é mostrado na figura a seguir. Aqui
outra vez, a tensão no secundário é menor do que a tensão no primário, dessa forma a regulação
de tensão é maior do que zero. Entretanto, esta vez o regulação de tensão é um número menor do
que era com uma corrente indutiva.

Figura 3.36 – Diagrama fasorial - transformador com fator de potência unitário

Se a corrente secundária for capacitiva, a tensão secundária pode ser mais elevada do que a
tensão no primário. Se isto acontecer, o transformador tem uma regulação de tensão negativa.
Veja a figura a seguir.

Figura 3.37 – Diagrama fasorial - transformador com carga capacitiva

105
Conversão de Energia

EXERCÍCIOS

01) Um transformador monofásico de 20 kVA, 60 Hz, 8000/240 V, foi ensaiado com os


instrumentos localizados no primário e os seguintes dados foram obtidos:

Tipo de Ensaio Tensão (V) Corrente (A) Potência Ativa (W)


Circuito Aberto 8000 0,214 400
Curto-Circuito 489 2,5 240

a) Determine os parâmetros do circuito equivalente do transformador referente ao primário e faça


o desenho
b) Referir o circuito equivalente para o secundário

Solução:

Teste de circuito aberto


O fator de potencia durante o teste de circuito aberto é:

Po Po
FPo  cos o  
So Vo  Io

400
FPo  cos o  
8000  0, 214

FPo  cos o  0, 234 (indutivo)

Logo, a corrente de perda no ferro é:

I p  Io  C os o

I p  0, 214  0, 234 

I p  0, 050 A

A corrente de magnetização:

I m  I0  Sen

I m  0, 214  0,9723 

I m  0,2081 A

106
Conversão de Energia

Assim, tem- se então que:

V0 V0
Rp  
I p I0  Cos

8000
Rp   160000 
0, 050

R p  160 k

e
V0 V0
Xm  
I m I0  Sen

8000
Xm   38447 
0.2081

8000
Xm   38,447 k
0.2081

Teste de curto circuito


O fator de potencia durante o teste de circuito aberto é:

Pcc
FPcc  cos cc 
Vcc

400
FPo  cos o  
8000  0, 214

FPo  cos o  0, 234 (indutivo)

Logo, a corrente de perda no ferro é:

Pcc Pcc
FPcc  cos cc  
Scc Vcc  Icc

240
FPcc  cos cc 
489  2,5

FPcc  0,1963 (indutivo)

107
Conversão de Energia

Temos que

Vcc
Zcc 
Icc

489
Zcc   195,60 
2,5

Pcc
R cc  2
Icc

240
R cc   38,40 
2,52

R cc  38,40 

X cc  Zcc
2
 R cc
2

X cc  195,60    38,40   191,79 


2 2

X cc  191,79 

108
Conversão de Energia

02) Um transformador de 15 kVA, 60 Hz, 2300:230 V, foi testado para determinar os componentes
do ramo de excitação, a impedância em serie e a regulação de tensão. Os seguintes dados dos
testes foram obtidos no lado primário do transformador:

Tipo de Ensaio Tensão (V) Corrente (A) Potência Ativa (W)


Circuito Aberto 2300 0,21 50
Curto-Circuito 47 6,00 160

A partir dos resultados dos ensaios, determine o circuito elétrico equivalente para o referido
transformador colocando o ramo de excitação e os demais elementos referenciados ao lado de alta
tensão. Considere que R1=R’2 e X1=X’2;

a) Determine o circuito elétrico equivalente para do transformador referenciado para o lado de


alta tensão
b) Determine o circuito elétrico equivalente para do transformador referenciado para o lado de
baixa tensão.

Calcule a regulação de tensão a plena carga para um fator de potencia de 0.8 indutivo, fator de
potencia 1.0 e fator de potencia de 0.8 capacitivo.
Trace o diagrama fasorial para as condições do item c)
Qual é a eficiência do transformador operando a plena carga com fator de potencia 0,8 indutivo ??

Solução:

Teste de circuito aberto


O fator de potencia durante o teste de circuito aberto é:

Po Po
FPo  cos o  
So Vo  Io

50
FPo  cos o  
2300  0, 21

FPo  cos o  0,1035

Logo, a corrente de perda no ferro é:

I p  Io  C os o

I p  0, 21 0,1035 

I p  0,0217 A

109
Conversão de Energia

A corrente de magnetização:

I m  I0  Sen

I m  0, 21  0,9946 

I m  0,2089 A

Assim, tem- se então que:

V0 V0
Rp  
I p I0  Cos

2300
Rp   105800 
0,0217

R p  105,80 k

e
V0 V0
Xm  
I m I0  Sen

2300
Xm   11012 
0,2089

X m  11,012 k

Teste de curto circuito


O fator de potencia durante o teste de circuito aberto é:

Pcc
FPcc  cos cc 
Vcc

400
FPo  cos o  
8000  0, 214

FPo  cos o  0, 234 (indutivo)

Logo, a corrente de perda no ferro é:

110
Conversão de Energia

Pcc Pcc
FPcc  cos cc  
Scc Vcc  Icc

240
FPcc  cos cc 
489  2,5

FPcc  0,1963 (indutivo)

Temos que

Vcc
Zcc 
Icc

489
Zcc   195,60 
2,5

Pcc
R cc  2
Icc

240
R cc   38,40 
2,52

R cc  38,40 

X cc  Zcc
2
 R cc
2

X cc  195,60    38,40   191,79 


2 2

X cc  191,79 

111
Conversão de Energia

01) Um transformador de 50 kVA, 60 Hz, 2400:240 V, é utilizado na conexão entre uma linha de
transmissão e um sistema de distribuição. Considere o transformador ideal e determine:

a) Que impedância de carga conectada nos terminais de baixa tensão corresponderá a carga
máxima? Resp. Z= 1,15 .
b) Qual o valor desta impedância referenciada ao lado de alta tensão do transformador?
Resp. Z’= 115 .
c) Qual é a corrente nos enrolamentos de alta tensão ? Resp. I= 20,8 A.

02) Um sistema monofásico de potência contem um gerador de 480V e 60 Hz, alimentando uma
carga de impedância ZC= 4 +j3 , através de uma linha de transmissão de impedância ZL= 0,18
+ j0,24 . Pergunta-se:
a) Qual a tensão nos terminais da carga ? Resp. VC= 453,8 Volts
Quanto vale as perdas na linha de transmissão ? Resp. PL= 1482,73 Watts
Qual é o rendimento do sistema ? Resp. = 95,59 %
b) Suponha-se que um transformador elevador de relação 1:10 seja colocado nos terminais do
gerador e que um transformador abaixador de relação 10:1 seja colocado nos terminais da carga.
Calcule:
A tensão nos terminais da carga ? Resp. VC= 479,7 Volts
A perda de potência na linha de transmissão ? Resp. PL= 16,57 Watts
E o rendimento do sistema ? Resp. = 99,95 %

03) O circuito equivalente de um transformador de 8000/240 Volts possui os seguintes valores


RP= 160 K, Xm= 38,5 K, R1= 20 , X1= 100 , R’2= 18,4 , X’2= 90,8 . Determinar:
a) A corrente a vazio ? Resp. Io = 213 mA
b) A corrente de curto circuito ? Resp. Icc = 41,15 A
c) A corrente com uma carga Rc’= 200  ? Resp. Ic = 26,24 A

04) Um transformador monofásico de 20 kVA, 60 Hz, 8000:240 V, foi ensaiado com os


instrumentos localizados no primário e os seguintes dados foram obtidos:
Tipo de Ensaio Tensão (V) Corrente (A) Potência Ativa (W)
Circuito Aberto 8000 0,214 400
Curto-Circuito 489 2,5 240

a) Determine os parâmetros do circuito equivalente do trafo referente ao primário e


faça o desenho. Resp. RP ==160 K, Xm = 8,45 K, Rcc= 38,4 , Xcc= 191,79 
b) Referir o circuito equivalente para o secundário

112
Conversão de Energia

05) Um transformador de 60 Hz, tendo um enrolamento primário com 480 espiras, consome a
vazio 80 W de potência, com uma corrente de 1,4 A e uma tensão de entrada de 120 V. Se a
resistência do enrolamento primário é 0,25 . Determine:
a) Perda do núcleo? Resp. Pn= 79,51 W
b) O fator de potência a Vazio Resp. cos = 0,476
c) O máximo fluxo no núcleo ( despreze as quedas na resistência e na reatância do primário) ?
Resp. m= 0,94 Wb

06) Um transformador de 15 kVA, 60 Hz, 2300:230 V, foi testado para determinar os


componentes do ramo de excitação, a impedância em serie e a regulação de tensão. Os
seguintes dados dos testes foram obtidos no lado primário do transformador:
Tipo de Ensaio Tensão Corrente Potência Ativa
(V) (A) (W)
Circuito Aberto 2300,00 0,21 50,00
Curto-Circuito 47,00 6,00 160,00

A partir dos resultados dos ensaios, determine o circuito elétrico equivalente para o
referido transformador colocando o ramo de excitação e os demais elementos
referenciados ao lado de alta tensão. Considere que R1=R’2 e X1=X’2;
Determine o circuito elétrico equivalente para do transformador referenciado para o
lado de alta baixa.
Calcule a regulação de tensão a plena carga para um fator de potencia de 0.8 indutivo,
fator de potencia 1.0 e fator de potencia de 0.8 capacitivo.
Trace o diagrama fasorial para as condições do item c)
Qual é a eficiência do transformador operando a plena carga com fator de potencia 0,8
indutivo ??

07) Uma carga monofásica é suprida através de um alimentador de 33,0 kV (tensão nominal), cuja
impedância é (105,0 +j.360,0) , conectado a um transformador de 33000/2400 V, 60Hz, cuja
impedância equivalente é (0,26+j.1,08) , referenciada ao lado de baixa tensão. Despreze o ramo
de excitação no circuito equivalente para o transformador. A carga solicita 180,0 kW com fator de
potência 0,85 capacitivo, na tensão de 2250 V.
Calcular a tensão no alimentador no lado do gerador.
Calcular as potências ativas e reativas de entrada no alimentador do lado do gerador.
Quais as perdas no sistema de alimentação (alimentador + transformador)?
Nestas condições de operação, qual o rendimento do transformador?

08) Um transformador de 1000VA - 230/115-V foi testado para determinar seu circuito
equivalente. Os resultados dos testes são mostrados abaixo:

113
Conversão de Energia

Tabela 01 – Resultados dos ensaios de circuito aberto e curto circuito.


Tipo de Ensaio Tensão (V) Corrente (A) Potência Ativa (W)
Circuito aberto 230.00 0.45 30.00
Curto circuito 13.20 6.00 20.11

a) Determine o circuito elétrico equivalente (valores de R1, R2 X1, X2, Xm e Rf) para o referido
transformador colocando o ramo de excitação e os demais elementos referenciados ao lado de
baixa tensão. Considere que R1=R’2 e X1=X’2 ;

b) Calcule a regulação de tensão deste transformador para:


1) Fator de potencia 0.8 indutivo;
2) Fator de potencia 1.0;
3) Fator de potencia 0.8 capacitivo'
c) Determine a eficiência deste transformador'
d) Determine a corrente nos enrolamentos de alta tensão quando o trafo esta operando com 50%
de carga e fator de potencia 0.75 capacitivo ? Calcule a regulação de tensão e trace um diagrama
fasorial para esta situação ?

09) Um transformador monofásico de 20 KVA, 2200:220 V, 60 Hz, tem os seguintes parâmetros


no circuito equivalente referenciado ao lado de alta tensão:
R1= 2,51 , X1= 10,9 , R’2= 3,11 , X’2= 10,9 , Xm= 25100 .
O transformador está fornecendo 15 KVA em 220 Volts com fator de potência 0,85 reativo.
Determine a diferença de potencial nos terminais de alta tensão do transformador.

10) Testes de circuito à vazio e curto-circuito foram executados em um transformador de 10kVA,


220/110 V, 60 Hz. Ambos os testes foram feitos com os instrumentos no lado de A.T., e os
seguintes dados foram:
Teste à Vazio: 500 W 220 V 3,16 A
Teste de Curto-Circuito: 400 W 65 V 10 A
Determine os parâmetros do circuito aproximado referido para:
a) Primário b) Secundário

11) Um transformador de 10 kVA, 60 Hz, 4800/240 V é ensaiado a vazio e a curto-circuito:


Ensaio à Vazio: 60 W 240 V 1,5 A (lado da B.T.)
Ensaio em Curto-Circuito: 180 W 180 V corrente nominal ( lado da A.T.)
Utilizando estes dados, calcule:
a) O circuito equivalente referido para o primário e secundário
b) A regulação de tensão do transformador à plena carga e F.P. da carga unitário

114
Conversão de Energia

12) Um transformador de 100 kVA, 60 Hz, 12000/240 V é ensaiado a vazio e a curto-circuito:


Ensaio à Vazio: 480 W 240 V 8,75 A (lado da B.T.)
Ensaio em Curto-Circuito: 1200 W 600 V corrente nominal ( lado da A.T.)
Utilizando estes dados, calcule:
a) A regulação de tensão para carga com F.P. = 0,8 em atraso
b) Rendimento para F.P = 0,8 em atraso a ½ , ¾ e 5/4 da carga nominal
c) A fração da carga para qual ocorre rendimento máximo
d) O rendimento máximo para uma carga de F.P = 0,8 em atraso

13) Um transformador de 20 kVA, 1200/120 V, que está permanentemente ligado, é carregado


com cargas de F.P. unitário durante um período de 24 horas, como segue:
- 5 horas à plena carga
- 5 horas à meia carga
- 5 horas a ¼ de carga
O rendimento máximo ocorre à plena carga e é 97%. Calcule o rendimento diário.

115
Conversão de Energia

CAPÍTULO 4

1º LEI DE OHM

4.1. INTRODUÇÃO

Em meados de 1800, na Alemanha, Georg Simon Ohm pesquisou a relação entre a tensão
existente sobre um simples circuito elétrico e a corrente através deste circuito. Ele descobriu que,
num circuito em que a resistência não variava com a temperatura quando ocorria aumento na
tensão, a corrente variava em proporção direta; Isto é, a relação entre a tensão e a corrente era
constante. Uma vez que a característica da tensão versus corrente é uma linha reta. Ver figura

116
Conversão de Energia

CAPÍTULO 5

POTÊNCIA ELÉTRICA

5.1. INTRODUÇÃO

A passagem da corrente elétrica através de uma carga instalada em um circuito elétrico


produz efeitos tais como calor, luz, movimento. Ver figuras abaixo.
j

117
Conversão de Energia

CAPÍTULO 6

2º LEI DE OHM

6.1. INTRODUÇÃO

Ao adquirir energia cinética suficiente, um elétron se transforma em um elétron livre e se


desloca até colidir com um átomo. Colidindo com um átomo, o elétron perde parte ou toda a
energia cinética que possuía, sendo que esta energia poderá excitar outros elétrons. Ela poderá
também ser absorvida na forma de energia térmica pelos átomos que estão em um movimento
vibratório. Se um potencial elétrico é aplicado em um condutor, os elétrons têm um aumento em
sua energia cinética e colidem mais freqüentemente com os átomos, o que aumenta a temperatura
do condutor. Desta forma, quando a corrente elétrica flui em um condutor, parte da energia
potencial elétrica é convertida em energia térmica; assim, sua resistência não está associada

118
Conversão de Energia

CAPÍTULO 7

LEIS DE KIRCHHOFF

7.1. INTRODUÇÃO

As leis de Kirchhoff, formuladas pelo físico alemão Gustav Kirchhoff (1824-1887), constituem
as bases para a análise de circuitos elétricos complexos. Entenda-se por circuitos complexos
aqueles cuja análise não pode ser feita recorrendo apenas à lei de Ohm (V = RI) e às regras de
combinação de resistências em série e em paralelo.
As duas leis de Kirchhoff para análise de circuitos são conhecidas pelas Lei dos nós e Lei
as malhas. A primeira lei é uma aplicação da lei da conservação da carga elétrica à corrente
elétrica no circuito e a segunda lei é uma aplicação do princípio de conservação de energia ao
potencial elétrico existente em várias partes do circuito.

7.2. PRIMEIRA LEI DE KIRCHHOFF

119
Conversão de Energia

CAPÍTULO 8

BIBLIOGRAFIA

9. BIBLIOGRAFIA

GUSSOWE, MILTON; Eletricidade Básica, 1ª Edição, Editora Schaum Mc Graw Hill.


BARTKOWIAK, ROBERT A.; Circuitos elétricos, 2ª Edição Revisada, Editora Makron Books.
ALBUQUERQUE, ROMULO O.; Análise de circuitos em corrente contínua, 7ª Edição revisada e
atualizada, Editora Érica.
EDMINISTER, JOSEPH A.; Circuitos Elétricos, 2ª Edição, Editora Schaum Mc Graw Hill.

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