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Esparta e a educação - O código licúrgico 

Templo de Apolo, onde Licurgo inspirou-se para legislar 


Acredita-se, na verdade, que o código licúrgico, tanto no político como no educacional, resultou
de uma gradativa adaptação dos espartanos às circunstâncias crescentemente adversas.
Quanto maior era a resistência a eles na região onde viviam, na Lacedemônia, conhecida por
suas sucessivas rebeliões e amotinamentos, mais os espartanos enrijeciam-se, mais militarizada
tornava-se a maneira deles viverem Enquanto as demais polis gregas passavam por várias e
diversificadas experiências institucionais e por diverso regimes políticos, tais como a oligarquia,
a tirania e a democracia, Esparta aferrou-se num sistema de castas militarizadas e disciplinadas,
dominado superiormente pelos espartacitas, a quem vedavam qualquer atividade que não fosse
exclusivamente as lides castrenses, tendo os periecos como uma classe de colaboracionistas,
ajudando-os na ocupação ou fazendo o papel de intermediários entre eles e os servos, e , no
escalão bem inferior, os hilotas , os escravos da comunidade. Platão, num certo momento,
definiu-a como uma timocracia, isto é governada pela coragem

Agogê, a educação espartana 

Soldado espartano 
Em seu próprio significado, a palavra que os espartanos aplicavam para a educação já dizia
tudo: agogê ( agoge) , isto é, “adestramento”, “treinamento”. Viam-na como um recurso para a
domesticação dos seus jovens. O objetivo maior dela era formar soldados educados no rigor
para defender a coletividade. Assim sendo , temos que entendê-la como um serviço militar
estendido à infância e à adolescência. Sabe-se que a criança até os sete anos de idade era
mantida com a mãe, mas a partir dos 8 anos enviavam-na para participar de uma espécie de
bando que era criado ao ar livre, um tanto que ao deus-dará, onde terminavam padecendo sob
um regime de permanente escassez alimentar para que desenvolvessem a astúcia e o engenho
para conseguir uma ração suplementar. Adestramento muito similar ao que hoje é feito entre
os regimentos especiais de combate contra-insurgente ou dos batalhões da floresta. 

Castigos físicos 

O pancrácio, a luta-livre dos gregos 


Admitiam pois o ardil e o roubo como artifícios válidos na formação das suas crianças e dos
seus jovens. Pegos em flagrante, no entanto, ministravam-lhes castigos violentíssimos, sendo
submetidos a chiamastigosis ( chiamastigosis), às supliciantes provas de flagelação pública .
Dos 12 aos 15 anos instruíam-nos nas letras e nos cálculos e, naturalmente, no canto de hinos
patrióticos do poeta Tirteu que ressaltavam a bravura e a coragem destemida. Na etapa final,
entre os 16 e 20 anos, quando denominados de eirén ( eiren), um pouco antes de entrarem no
serviço da pátria, eram adestrados nas armas, na luta com lanças e espadas, no arco e flecha.
Então aumentavam-lhes a carga dos exercícios e a participação de operações militares
simuladas nas montanhas ao redor da polis. Como observou Plutarco, o objetivo era de que
sempre andassem “como as abelhas que sempre são partes integrantes da comunidade,
sempre juntas ao redor do chefe... parecendo consagradas inteiramente à pátria.” 
Cultivando a excelência da força física, que fazia com que Esparta quase sempre arrebatasse os
louros nos jogos olímpicos, atuavam em bandos liderados por um proteiras, um líder de
esquadra, uma espécie de sargento instrutor, que lhes ensinava as táticas da arte da
sobrevivência. A essa altura do agogê, perfilava-se o que Esparta desejava do seu jovem:
silencioso, disciplinado , antiintelectual e antiindividualista, obediente aos superiores, vigoroso,
ágil, astuto , imune ao medo, resistente às intempéries e aos ferimentos, odiando qualquer
demonstração de covardia, fiel ao esprit de corps e fanaticamente dedicado à cidade.

O cultivo da coragem 

O jovem deus estrangulando a serpente 


Platão, ao comentar a educação espartana, observou que sua principal falha era exatamente a
ênfase excessiva nos exercícios físicos , conquanto que a boa educação resultava de um
composto da ginástica e da música, aqui entendida como a educação humanística em geral.
Além disso, a obsessão militarista impedia-os de saberem conduzir-se em tempos de paz e
mesmo em administrar sociedades conquistadas por eles que não tinham os mesmos valores
deles. A ausência de elasticidade os fazia perder. A crítica maior, porém, dirige-se ao objetivo
final disso tudo que era a de desenvolver exclusivamente a coragem ( thimos). O jovem,
transformado num menino-soldado, não teria receio de nada que envolvesse as artes militares,
as manobras em campos de batalha ou as ameaças dos inimigos da coletividade. A coragem,
antes de tudo, era uma obsessão espartana. Por conseqüência não apreciavam nenhum tipo de
tolerância, nem desenvolveram sensibilidades outras que os tornassem mais humanos e
cordatos. 
Esparta e a educação - Intolerância 

O guerreiro ferido 
Qualquer fraqueza demonstrada era vista como pusilanimidade, algo veemente repelido do seio
daquela sociedade. Para corrigir eventuais defeitos de comportamento e possíveis hesitações,
os instrutores recorriam à sinistra presença do mastigáphoroi (mastigaphoroi), o “portador do
látego”, encarregado em aplicar chibatadas e suplícios outros que eram estendidos inclusive às
mulheres, paradoxalmente consideradas as mais livres e as mais endurecidas da Grécia Antiga.
A fim de dotar de coragem os seus infantes, os legisladores espartanos criaram a críptia
( kryptia), um “esquadrão de extermínio”, que estimulava os jovens selecionados a caçarem,
sozinhos ou em grupos, os hilotas , os escravos que por acaso andassem desgarrados ou que,
de alguma forma, representassem pelo seu vigor físico uma ameaça à segurança deles.
Localizados, eram vitimados pela espada ou pela lança, armas que o bando de jovens sempre
traziam consigo. Na verdade, as operações da críptia não passavam de assassinatos
legitimados. Foi essa liberalidade homicida, este direito dos mais forte matarem a quem bem
entendessem, que fez com que dissessem que os “espartanos livres eram completamente
livres, e os escravos, escravos até os limites.” 
Influências 

Um gladiador, exposição máxima da coragem 


Tal sistema educacional, na verdade um adestramento para as armas, graças ao seu
conservadorismo e tradicionalismo, que se somavam a uma ausência de crítica e à completa
cegueira patriótica, fez as delícias dos pensadores aristocratas da Grécia Antiga, que tomaram-
no como um regime perfeito, um modelo ( arkê) a ser seguido por todos.. Modernamente, os
regimes fascistas e nazista abertamente nele se inspiraram para a montagem das balilas
fascistas e da Hitlerjügen, a juventude hitlerista nacional-socialista, nos anos 20 e 30 do século
XX. Até mesmo Rousseau, identificado como o mentor da pedagogia liberal dos nossos tempos,
não se poupou em render homenagens ao agogê por estimular o ardor patriótico e a
valorização da coletividade bem acima do interesse privado.
Mas também se projetou, num sentido bem mais amplo, por outra razão: a defesa da idéia
básica de que a educação era um assunto de interesse coletivo e que não havia ninguém
melhor do que o Estado para promovê-la. Ele era o único instrumento coletivo capaz de poder
integrar ou sublimar as vocações privadas, submetendo-as ao bem geral. Essa era a admiração
maior que Platão devotou ao sistema educacional espartano, cujo modelo não se encerrará
apenas nas preferências do filósofo, mas também renascerá com toda a força no Iluminismo ,
no século XVIII. A partir de então, a educação estatizada, pública e gratuita, tornou-se moeda
corrente em todos as políticas educacionais modernas, não importando qual a sua ideologia. 

II. A Educação em Esparta


É tema de discussão se as primeiras instituições docentes de carácter oficial
apareceram em Creta ou em Esparta, mas parece fora de dúvida que foi Esparta a
primeira cidade do território continental helénico em que o Estado chamou a si a
organização e a direção da educação, confiando-as a um magistrado especial, o
paidónomo e consignando-lhes uma finalidade análoga à de Creta.

Das fontes e relatos da educação espartana, nos quais se destacam escritos de


Xenofonte, de Platão e de Aristóteles e fragmentos das poesias de Tirteu, depreende-
se que em Esparta não houve propriamente escolas, no sentido de instituições
sedentárias destinadas ao ensino de um currículo de estudos. Os jovens eram como
que arregimentados em formações que se sucediam segundo a idade e se organizavam
em função da homogeneidade e da uniformidade, pelo que o ideal educativo
espartano não só se tornou característico dos dórios como alcançou uma particular
significação histórico-pedagógica, a que Plutarco deu relevo com a Vida de Licurgo e
que atingiu ainda o nosso tempo.

A sua característica peculiar consiste na formação de servidores dedicados ao Estado,


mediante uma educação militar e comunitária e um regime de vida sóbrio e frugal, de
disciplina severa, dura e rigorosa. Toda a orgânica estatal se orientava para esta
finalidade e, como é óbvio, em correlação com a constituição política, ou seja a
constituição chamada de Licurgo (século IX a.C.).

O governo de Esparta foi essencialmente oligárquico, sendo a população constituída


por uma minoria de dominadores (espartanos), que detinha o poder, por
descendentes dos antigos habitantes, trabalhadores e rurais, sem direitos políticos
(periecos) e por servos desprovidos de direitos (hilotas). Interna, como externamente,
Esparta constituía como que um exército de ocupação e em pé de guerra, tanto mais
que o governo da cidade e a vida militar se consideravam as únicas ocupações próprias
dos «espartanos». Consequentemente, a educação espartana tornou-se
essencialmente militar e comunitária, visando a formar no cidadão um soldado
disciplinado, obediente, forte, enérgico e resistente.

Coerente com este objetivo, a educação espartana, limitada aos jovens da classe
dominadora, foi considerada serviço público, visto coincidirem a organização política
com a ordem educativa, e desenvolvia-se com dois objetivos capitais: a educação
física, preparatória da educação militar, e a educação moral, preparatória das virtudes
militares e cívicas. A marcha educativa pode esquematizar-se em três ciclos
educativos: dos 7 aos 12 anos, dos 12 aos 15 e dos 15 aos 20.

Até aos sete anos, a criança pertencia à família. Os recém-nascidos portadores de


defeitos físicos que os tornassem inaptos para a vida militar eram sentenciados pelo
conselho dos anciãos a jazerem expostos nos Apotetas, desfiladeiro do Taigeto, até
morrerem de fome.

Os que nasciam fisicamente viáveis recebiam uma educação dura e severa, sem mimos
nem comodidades, para o que as mães eram preparadas por uma educação viril.

Depois dos sete anos, as crianças eram subtraídas à família, pois nos termos da
constituição de Licurgo pertenciam ao Estado. Consequentemente, a educação fazia-se
em estabelecimentos públicos, sob a direção de monitores e funcionários, levando em
comum uma vida de caserna. Presidia à organização, o paidónomo, designado pelos
éforos, tendo sob a sua dependência, dentre outros funcionários, os «flageladores»
encarregados de aplicar os castigos. A educação desenvolvia-se:

Sob o ponto de vista físico, em ordem à resistência e vigor do corpo e da vontade, com
exercícios ginásticos e danças guerreiras. A corrida, a natação, os jogos do pentatlo,
etc., eram ensinados metodicamente. Nas classes superiores, dos doze anos em
diante, aos exercícios ginásticos vinham juntar-se os exercícios propriamente militares,
de manejo das armas, treinos de marcha e de combate, etc.

Sob o ponto de vista moral, tendia inteiramente para a formação das virtudes
militares: resistência de ânimo, sentido da comunidade, obediência, disciplina,
respeito aos velhos, etc.
O ensino moral não tinha o sentido atual, mas sim o da resistência ao sofrimento e
domínio da vontade.

Sob o ponto de vista intelectual, a educação era escassa. A leitura e a escrita não eram
consideradas essenciais, mas a música tinha grande importância.

Sob o ponto de vista espiritual atribuía-se à música um papel análogo ao da ginástica


na formação física; o seu objeto consistia na aprendizagem do canto coral e na
execução de instrumentos. Os cantos tinham sentido patriótico e guerreiro, tendo-se
tornado famosos os de Tirteu. A concisão foi muito prezada (laconismo), assim como a
conversação com os anciãos.

Aos trinta anos de idade, os espartanos tinham acesso á vida pública, como membros
das assembleias, podendo constituir família, continuando, no entanto, a prestar
serviço militar, que durava até aos sessenta anos. Com esta idade, o cidadão espartano
tornava-se membro do conselho dos anciãos.

A educação das raparigas também era considerada serviço público, e visava a torná-las
fortes, física e moralmente, em ordem a poderem vir a ser boas mães.

Os espartanos ficaram na história pelas suas virtudes guerreiras, e não pelas criações
intelectuais — o que bem se compreende por esta rápida exposição do plano
educativo. A educação realizava-se plenamente na e pela comunidade, mediante um
guia, ou monitor, sem intervenção da família. Daqui, o valor educativo atribuído à
camaradagem íntima, em condições antinaturais e ofensivas da sensibilidade moral.

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