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CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ

ALICE DE MORAES SANTOS


BEATRIZ VELOSO DE SANTANA
DANIEL ALMEIDA BRITO
PÂMELA CAROLINA GARSON SACCO

METAPLASMOS POR ADIÇÃO

Santo André
2019
ALICE DE MORAES SANTOS
BEATRIZ VELOSO DE SANTANA
DANIEL ALMEIDA BRITO
PÂMELA CAROLINA GARSON SACCO

METAPLASMOS POR ADIÇÃO

Pesquisa entregue à disciplina Filologia


Românica II como atividade a ser avaliada
no 1º semestre de 2019.
Orientador: Profª. Drª. Fernanda Rosa da
Silva.

Santo André
2019
SUMÁRIO

Introdução ......................................................................................................... 4

Fundamentação teórica .................................................................................... 4

Metodologia …………........................................................................................ 6

Apresentação dos resultados ............................................................................ 7

Análise dos resultados ...................................................................................... 11

Considerações finais ......................................................................................... 12

Anexos .............................................................................................................. 13

Referências ....................................................................................................... 15
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INTRODUÇÃO

A presente pesquisa aborda a questão dos metaplasmos – transformações


fonéticas ocorridas desde o Latim até a Língua Portuguesa que conhecemos
atualmente. As mudanças estruturais das palavras promovidas pelos metaplasmos
podem ocorrer por adição, supressão, transposição e transformação.
O texto, precisamente, se valerá dos metaplasmos por adição (ou aumento)
para apresentar a evolução de diversas palavras do Latim e da Língua Portuguesa
que falamos atualmente. Os metaplasmos por adição são divididos em três grupos:
prótese, que é o desenvolvimento de um fonema no início da palavra; epêntese, cujo
desenvolvimento ocorre no interior da palavra; e paragoge (ou epítese), que
configura o aumento fonético no final da palavra.
A pesquisa conta, quanto à metodologia, com a utilização de pesquisa de
cunho quantitativo, com revisão bibliográfica de autores que discorrem sobre os
metaplasmos por adição. Utiliza coleta de dados por questionários direcionados à
comunidade acadêmica do Centro Universitário Fundação Santo André e sua
análise em concordância com os textos utilizados. Neste sentido, têm-se o intuito de
promover uma reflexão, com base nas leis fonéticas, sobre como a adição de
fonemas se desenvolveu através da evolução da língua e como as alterações
aparecem na Língua Portuguesa nos dias atuais, mais precisamente no âmbito oral.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para apresentarmos os metaplasmos, se faz necessária a apresentação das


leis fonéticas, que segundo Coutinho (1977), “são os princípios constantes que
presidem à evolução dos vocábulos”. É através da observação da modificação das
palavras que as leis surgem, já que os fonemas têm um padrão de modificação
amparado pela inflexibilidade e constância das leis. São elas:

Lei do menor esforço


Caracteriza-se pela simplificação dos processos. Como lei fonética, ela atua
na facilitação aos órgãos fonadores para a articulação das palavras.
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Lei da permanência da consoante inicial


Vale-se das modificações nos fonemas mediais e finais, que, em maioria, são
os que mais sofrem alterações. A permanência da consoante inicial pode ter
ocorrido por conta do acento de intensidade no Latim que colocava em evidência a
sílaba inicial.

Lei da persistência da sílaba tônica


É caracterizada pela permanência da mesma sílaba tônica presente no Latim.
O acento tônico, para Coutinho (1977), “foi [...] que guardou a unidade da palavra,
ameaçada de perecer”.

Ao sabermos que as leis fonéticas regem todas as modificações vocálicas,


podemos então conceituar os metaplasmos. Marcos Bagno nos apresenta o
conceito da seguinte forma:
Um metaplasmo é uma mudança na estrutura de uma palavra,
ocasionada por acréscimo, remoção ou deslocamento dos sons de que ela
é composta. [...] Os metaplasmos podem ser de quatro tipos: por acréscimo;
por supressão; por transposição; por transformação. (BAGNO, 2007, p.8).

O metaplasmo por adição, objeto dessa pesquisa, acontece quando um


fonema é acrescentado no processo de evolução da palavra do Latim à Língua
Portuguesa. Os acréscimos ocorridos são classificados, conforme Coutinho (1977),
da seguinte forma:

Prótese
Acréscimo de um fonema no início da palavra: stare > estar; spiritu > espírito;
scutu > escudo; spongia > esponja; scribere > escrever; nanu > anão. Segundo
Coutinho (1977), a prótese é um possível vestígio do Latim Vulgar, no qual
encontramos formas como istare e ispiritus.
• Aglutinação
Um tipo específico de prótese. Acontece quando um artigo é incorporado ao
início da palavra: lacuna > alagoa; minacia > ameaça; mora > amora.
Na Língua Portuguesa falada atualmente é possível encontrar exemplos
desse metaplasmo nas seguintes palavras: voar > avoar; lembrar > alembrar; pois >
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apois. Muitas dessas formas, segundo Bagno (2007), são permanências do


Português Arcaico conservadas em dialetos regionais.

Epêntese
É o acréscimo de um seguimento sonoro no interior da palavra: stella >
estrela; humile > humilde; úmeru > ombro; gallina > galinha; area > arena > areia.
• Anaptixe ou suarabácti
Aumento de uma vogal entre duas consoantes: planu > prão > porão; blatta >
brata > barata.
No Português atual encontramos exemplos de epêntese e anaptixe nos
seguintes vocábulos: pneu > p[i]neu; ignorante > igu[i]norante; asterisco >
asterís[ti]co; prazerosamente > praze[i]rosamente; glória > g[u]lória.

Epítese ou paragoge
Acréscimo de fonemas no fim da palavra. O único exemplo encontrado de
evolução do Latim para o Português nos é apresentado por Coutinho (1977): ante >
antes.
No processo de aportuguesamento de palavras estrangeiras, normalmente
oriundas da Língua Inglesa, é comum encontrarmos esse acréscimo sonoro: chic >
chique; lunch > lanche; film > filme; club > clube. No Português atual, podemos
encontrar exemplos desse metaplasmo nas palavras: variz > varize; flor > flore;
arroz; arro[i]ze.

METODOLOGIA

De caráter descritivo, com base em bibliografias consultadas, a pesquisa


articula trabalhos e livros a fim de elucidar o fenômeno do metaplasmo por adição. A
partir das leituras de livros e artigos indicados no levantamento bibliográfico inicial,
pretende-se obter o aporte teórico necessário para a reflexão e compreensão dos
metaplasmos e como eles se mantêm na Língua Portuguesa oral.
As concepções de Coutinho (1977) e Bagno (2007) se farão presentes no
enquadramento da questão. A bibliografia foi levantada através de pesquisas na
internet e em bibliotecas e selecionada pela relevância quanto ao tema abordado.
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O levantamento de dados tem caráter qualitativo, com ênfase nos resultados


levantados através de um questionário estruturado por uma sequência de áudios e
um formulário impresso, pensado para a seleção dos áudios em comparação, a fim
de termos uma proximidade maior com a realidade da Língua Portuguesa observada
pelos estudantes do Centro Universitário Fundação Santo André.

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

A pesquisa, feita com 30 estudantes no primeiro semestre das licenciaturas


no Centro Universitário Fundação Santo André, nos possibilitou entender quais são
os metaplasmos mais usados em seu cotidiano. Os universitários estavam
separados igualmente em 15 alunos de Pedagogia e 15 alunos de Letras, homens e
mulheres entre 17 e 56 anos de idade, moradores da região do ABC.

A primeira palavra da pesquisa foi “sentar”, que pode ser pronunciada com
prótese na forma “assentar”, uma grafia já introduzida nos dicionários como
sinônimo da forma padrão e datada do século XIII. O resultado do levantamento de
dados mostrou maior ocorrência da forma “sentar” com uma diferença de 79% para
21%.

Gráfico 1 - Ocorrência de metaplasmo na palavra "sentar" em porcentagem

A palavra “mostrar” apresenta prótese na forma “amostrar”, grafia também


reconhecida pelos dicionários e datada do século XIII. Identificamos maior
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ocorrência da forma “mostrar”. Entre os que responderam o questionário, apenas


31% ouve mais frequentemente a forma “amostrar”, enquanto 69% dizem ouvir mais
a palavra “mostrar”.

Gráfico 2 - Ocorrência de metaplasmo na palavra "mostrar" em porcentagem

Entre as articulações “advogado” e “adevogado”, tipo especial de epêntese


conhecido como anaptixe, a forma com maior ocorrência foi “adevogado”. A
pesquisa indica incidência de 67% da forma “adevogado” e 33% da forma
“advogado”.

Gráfico 3 - Ocorrência de metaplasmo na palavra "advogado" em porcentagem

A palavra “beneficência” também apresenta uma epêntese na forma


“beneficiência”. A pesquisa mostra que a ocorrência do metaplasmo é mais
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frequente do que a forma padrão. O resultado foi 70% de incidência para articulação
“beneficiência” e 30% para “beneficência”.

Gráfico 4 - Ocorrência de metaplasmo na palavra "beneficência" em porcentagem

Entre as formas “mártir” e “mártire”, o maior número de ocorrências está na


primeira opção. O resultado da pesquisa mostra que 60% dos entrevistados
relataram “mártir” como a forma que mais ouvem e 40% relatam “mártire”.

Gráfico 5 - Ocorrência de metaplasmo na palavra "mártir" em porcentagem

A última palavra da pesquisa é “amor”. É possível encontrar a adição por


epítese na pronúncia “amore”. Os resultados dos questionários mostram maior
incidência da palavra “amor” com a diferença de 53% para 47% em relação a
“amore”.
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Gráfico 6 - Ocorrência de metaplasmo na palavra "amor" em porcentagem

Para a análise dos dados é importante ressaltar a diferença de resultados


entre os entrevistados entre 17 e 23 anos e os que estão entre 24 e 56 anos.
Comparando o resultado das duas faixas etárias, percebemos uma divergência entre
eles. Enquanto, entre os mais velhos a forma “amor” foi registrada como mais
recorrente, entre os mais novos a palavra com o metaplasmo foi a com maior
incidência.

Ocorrência de metaplasmo na palavra "amor"


entre o público de 26 a 56 anos (%)
"amor" "amore"

44%
56%

Gráfico 7 - Ocorrência de metaplasmo na palavra "amor" entre o público de 17 a 25 anos (%)


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Ocorrência de metaplasmo na palavra "amor" entre o


público de 26 a 56 anos (%)
"amor" "amore"

29%

71%

Gráfico 8 - Ocorrência de metaplasmo na palavra "amor" entre o público de 26 a 56 anos (%)

ANÁLISE DOS RESULTADOS

A partir da fundamentação teórica, podemos concluir algumas ideias a fim de


efetuarmos a análise de dados. A primeira é que toda língua está em constante
mudança e nenhuma língua perdura exatamente como está na contemporaneidade.
Outra ideia importante é a influência do local, do conhecimento e das experiências
de vida do falante que afetam o seu uso da língua.
Ao observar o resultado dos questionários, é possível perceber que mesmo
grafias já aceitas pela norma padrão há muito séculos, como “assentar” e “amostrar”,
sofrem resistência de aceitação como integrante da língua por parte do falante
nativo. Isso pode se dar por muitos fatores, como o medo do erro e o preconceito
linguístico, já que essas formas são culturalmente atribuídas aos falantes com pouco
conhecimento gramatical.
Os metaplasmos por adição do tipo epêntese foram os mais marcados em
relação à forma padrão. Nesses casos, o acréscimo do fonema no interior da palavra
tende a manter a sequência de consoante seguida por vogal, padrão comum na
Língua Portuguesa. Percebemos também a adição do fonema por similaridade com
outra palavra, como no caso de “beneficência”, que acaba virando “beneficência” por
aproximação a “ciência”.
A palavra “amor”, perante os resultados, teve a forma padrão como a mais
ouvida entre os entrevistados. Entretanto, analisada a diferença entre as repostas do
grupo entre 17 e 25 anos e o grupo entre 26 e 56 anos, é possível perceber uma
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divergência nos resultados. Entre os entrevistados mais jovens, a forma “amore” é


bem mais observada do que entre os mais velhos. Isso pode significar uma maior
aceitação da juventude para com a forma não padrão e uso recorrente da linguagem
utilizada na Internet, onde encontramos um uso significante da palavra “amor” com o
acréscimo.
Com base em todos os resultados, podemos perceber que em todos os casos
as palavras modificadas pelos metaplasmos foram observadas, confirmando a
premissa da existência do metaplasmo na Língua Portuguesa falada pela
comunidade entrevistada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir das análises feitas com base nos resultados dos questionários, é
possível concluir que os metaplasmos responsáveis por derivar palavras do Latim
para o Português, tal como o conhecemos, continuam exercendo o papel de alterar
a quantidade dos fonemas de uma palavra. Assim, é possível compreender que a
língua, sendo mutável e variável, como demonstrado na apresentação dos
resultados, sofre diferentes transformações de acordo com o contexto na qual está
inserida.
Concluímos que a lei fonética predominante em todos os tipos de
metaplasmos por adição é a da persistência da sílaba tônica. A lei da permanência
da consoante inicial aparece em um único exemplo de epêntese dado por Bagno
(2007): “flor > fulô”.
A pesquisa bibliográfica feita para a execução deste trabalho apresenta um
maior número de exemplos com a ocorrência de epêntese, adição de um fonema no
meio da palavra. O resultado pode ser comprovado, já que palavras que sofrem
esse tipo de alteração possuem, comprovadamente, usos mais frequentes na fala da
comunidade analisada.
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ANEXOS

Questionário (com o registro dos áudios)

Idade: _____________________________ Sexo: ______________________

Endereço (cidade): ___________________ Curso: ______________________

De acordo com as frases ouvidas qual é a forma com a qual você tem mais contato
no dia a dia?

Frase 1  - A criança se sentou contrariada.

ou

Frase 2  - Até tudo se assentar ainda ouviremos muitas reclamações.

Frase 3  - Os professores gostaram do projeto que ela mostrou.

ou

Frase 4  - Eles apenas estão se amostrando para você.

Frase 5  - O réu, depois de condenado, ameaçou seu advogado.

ou

Frase 6  - Os adevogados recusaram o caso por causa do risco.

Frase 7  - Seus trabalhos com beneficência ajudaram centenas de pessoas.

ou

Frase 8  - Beneficiência Portuguesa é um hospital muito conhecido na região do


ABC.

Frase 9  - Ela foi o mártir para as perseguições.

ou

Frase 10  - Ele era o mártire perfeito.

Frase 11  - O amor dos dois era incontestável.

ou

Frase 12  - Ela era o amore que eu não podia ter.


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Questionário (para o público)

Idade: _____________________________ Sexo: ______________________

Endereço (cidade): ___________________ Curso: ______________________

De acordo com as frases ouvidas qual é a forma que você mais ouve?

Frase 1 

ou

Frase 2 

Frase 3 

ou

Frase 4 

Frase 5 

ou

Frase 6 

Frase 7 

ou

Frase 8 

Frase 9 

ou

Frase 10 

Frase 11 

ou

Frase 12 
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REFERÊNCIAS

BAGNO, Marcos (org.). Gramática histórica do latim ao português brasileiro. Brasília:


2007. Disponível em: <www.gpesd.com.br/baixar.php?file=100> Acesso em 10 de
maio de 2019.

COUTINHO, Ismael de Lima. Pontos de gramática histórica. 7 ed. Rio de Janeiro:


Ao Livro Técnico, 1977.

HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro:


Objetiva, 2001.

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