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TEORIAS DA HISTÓRIA

Prof. Me. Giselle Rodrigues


gisellepalacio@yahoo.com.br 1
UNIDADE I

O CONCEITO DE HISTÓRIA E A
FUNÇÃO DO HISTORIADOR
Objetivos de Aprendizagem

Abordar o conceito de História, discutindo


seus diversos sentidos.

Analisar o trabalho do historiador na produção


do conhecimento histórico.

Discorrer sobre os fatos históricos e as fontes


históricas em diferentes abordagens
historiográficas, a fim de mostrar como elas
atuam no conceito de História e no ofício de
historiador.
Plano de Estudo

Estes objetivos aparecerão nos seguintes


tópicos:

O conceito de História e trabalho do


historiador.

Os fatos históricos.

As fontes históricas.
Introdução

• Nesta unidade, discutiremos o conceito de História e


o trabalho de historiador.

• Ao estudar esse conteúdo, notar-se-á que o conceito


de História se relaciona a outros conceitos – como:
homem, investigação, conhecimento, explicação,
passado e presente – e que o historiador
desempenha seu trabalho com base em diversas
ferramentas, como os fatos e os documentos.

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• Notar-se-á ainda que há existentes perspectivas
diferenciadas de construção histórica, sendo que
cada uma delas apresenta uma visão peculiar sobre o
conceito de História e o trabalho de historiador,
conforme o contexto em que foram produzidos.

• Nesse sentido, traremos ao nosso estudo algumas


das concepções apresentadas por três grandes
correntes historiográficas: Escola Positivista, Escola
Marxista e Escola dos Annales.
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O CONCEITO DE HISTÓRIA E O
TRABALHO DE HISTORIADOR

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• A palavra “História”, conforme Marc Bloch
(2001, p.51), é bastante antiga, pois surgiu há
mais de dois milênios.

• Por ser milenar, ao longo dos séculos, vários


estudiosos tentaram definir seu significado, na
medida em que buscaram responder a
pergunta: “O que é História?”.

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• Na Antiguidade, o considerado Pai da História, Heródoto
(484-425 a.C), ao expor o objetivo principal de sua
célebre obra, intitulada História, dizia que a História era
sinônimo de “investigação”.

“Esta é a exposição das investigações de Heródoto de


Halicarnasso, para que os feitos dos homens não se
desvaneçam com o tempo, nem fiquem sem renome as
grandes e maravilhosas empresas, realizadas quer pelos
Helenos, quer pelos Bárbaros; e, sobretudo, a razão
porque entraram em guerra uns com os outros”
(HERÓDOTO, 1994, p.53 apud PRIORI, 2010, p.12).
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• Com o passar dos séculos e despertar da
modernidade, notamos a aparição de vários conceitos
sobre História.

• O historiador francês Henri-Irénée Marrou (1904-


1977) afirmava que “história é o conhecimento do
passado humano” (1978, p.28).

• Benedetto Croce (1866-1952) dizia que a História é


a “história contemporânea” (apud CARR, 2006, p.56).
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• Já o historiador britânico Edward Hallet Carr (1892-
1982) dizia que a História “se constitui de um
processo contínuo de interação entre o historiador e
seus fatos, um diálogo interminável entre o presente e
passado” (2006, p.65).

• Marc Bloch (1886-1944), historiador francês,


destacava que a História é “senão uma ciência dos
homens no tempo e que incessantemente tem a
necessidade de unir o estudo dos mortos ao dos
vivos” (2001, p.67).
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• Das definições apresentadas, é possível
considerarmos que a História se relaciona aos
seguintes termos:

• Investigação.
• Conhecimento.
• Homem.
• Presente.
• Passado.
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• Para melhor esclarecer essas definições,
discutiremos os pontos a seguir:

• História enquanto conhecimento cientificamente


elaborado.
• História enquanto pesquisa documental.
• História enquanto investigação seletiva.
• História enquanto explicação.
• História enquanto relação entre presente e passado.

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História enquanto conhecimento
cientificamente elaborado
• Na definição de História sugerida por Marrou (1904-
1977) notamos que a “história é o conhecimento do
passado humano” (1978, p.28).

• Mas será que esse passado humano pode ser revisto de


qualquer maneira?

• A resposta é não.

• Deve ser retomado de maneira científica, por meio da


investigação e pesquisa. Pelo contrário, a História seria
fruto da imaginação; um conto de fadas.
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• Portanto, a pesquisa científica acerca do “passado”
dos “homens” implica na adoção de um rigor
metodológico e pressupostos teóricos bem definidos.

• Além disso, “para fazer ciência (pesquisa científica)


não basta apenas reunir aquilo que já conhecemos e
organizá-lo; é preciso buscar mais, descobrir aquilo
que não conhecemos” (PRIORI, 2010, p.13).

• Isso significa que o historiador, ao olhar para o


passado, deve buscar o desconhecido; deve ser
curioso. 15
História enquanto pesquisa
documental

• O conhecimento do passado humano se faz


apenas com documentos (fontes históricas).

• Sem documentos ou materiais de pesquisa é


impossível investigar o passado.

• Mas o que são documentos para o


historiador?

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• A historiografia tradicional considerava como
documentos apenas os escritos e oficiais.
• Contraditoriamente, a historiografia mais recente, do
século XX, considera que todos os vestígios deixados
pelos homens (que contemplem suas ações,
realizações, ideias, experiências, etc.) são
documentos.
• Desse modo, podem ser de qualquer espécie, desde
que tragam informações: escritas, estatísticas,
imagéticas, arquitetônicas, esculturais, sonoras, orais,
gestuais, digitais.
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• Contudo, o historiador precisa saber
interpretar esses documentos.

• Formular perguntas adequadas para obter


respostas adequadas.

• O documento não fala por si mesmo. Fala


apenas quando o historiador o trabalha.

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História enquanto investigação
seletiva

• A investigação sobre os acontecimentos humanos


envolve seleção, ou melhor, escolhas, já que o historiador
não dá conta de estudar todo o passado humano.

• “Face à imensa e confusa realidade, o historiador é


necessariamente levado a nela recortar o ponto de
aplicação particular de suas ferramentas; em
consequência, a nela fazer uma escolha que, muito
claramente, não é a mesma que a do biólogo, por
exemplo; que será propriamente uma escolha do
historiador” (BLOCH, 2001, p.52).
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• Segundo essa perspectiva, o profissional da História
apresenta o poder de definir o assunto, a temporalidade e
os documentos os quais propõe a abordar.
• “É o historiador quem decide por suas próprias razões
que o fato de César atravessar aquele pequeno riacho, o
Rubicão, é um fato da história, ao passo que a travessia
do Rubicão, por milhares de outras pessoas antes ou
desde então não interessa a ninguém em absoluto”
(CARR, 2006, p.47).
• Por essa atuação, podemos concluir que o historiador
apresenta uma cumplicidade com seus objetos de
pesquisa.
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História enquanto explicação
• Para saber ler os documentos é necessário saber interpretá-
los e explicá-los.

• A explicação histórica se diverge da realizada pelos jornais,


revistas, TV, Internet e manuais que apenas informam o que
aconteceu.

• A História, enquanto ciência, vai além da informação.


Constitui uma explicação, ou melhor, uma interpretação.

• E essa explicação se dá mediante documentos e um modelo


teórico metodológico bem definido.
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História enquanto relação entre
presente e passado

• O olhar científico e interpretativo que o historiador


lança sobre o passado (fatos históricos) é,
necessariamente, um olhar do presente.

• Isso ocorre porque o historiador não pertence ao


passado, mas sim ao tempo presente, cujos valores
são diferentes do contexto estudado.

• Por pertencer à sua época, as indagações do


historiador acerca do passado partem do seu
presente.
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• Entretanto, embora o presente interfira na
elaboração de perguntas para entender os
acontecimentos históricos, não devemos (enquanto
historiadores) olhar para os homens do passado,
propondo que pensassem ou agissem da maneira
como acreditamos ser correta.

• Entre o nosso presente e o passado estudado


existem diferenças.

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OS FATOS HISTÓRICOS

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• No dicionário da língua portuguesa, encontramos vários
sinônimos para a palavra “Fato”, tais como: realidade
vivida, evento e acontecimento.

• Na produção histórica, o fato é a matéria prima do


historiador e aponta a temática a qual ele se propõe a
estudar, como a Revolução Francesa, a chegada dos
europeus à América ou a independência dos Estados
Unidos.

• Porém, desde o momento em que a História tornou-se


ciência, no século XIX, a concepção em relação aos fatos
históricos se transformou. 25
• Para os autores positivistas da segunda metade do
século XIX, como Fustel de Coulanges, os fatos
falavam por si mesmo, ou seja, não necessitavam da
explicação do historiador.

• Se os fatos falavam por si, o papel do historiador


não era explicá-los, mas reuni-los e organizá-los,
segundo um processo minucioso e desprendido de
julgamentos.

• A união entre os fatos, organizados


cronologicamente, possibilitava a explicação histórica.
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• Essa concepção apresentada pelos historiadores
positivistas era legitimamente aceitável, uma vez que,
na segunda metade do século XIX, a História buscava
atingir o status de ciência objetiva, tal qual o
apresentado pelas ciências exatas.

• Para isso, precisava se desprender das


interpretações e buscar incessantemente os fatos,
pois esses mostravam o que realmente se passou.

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• Contraditoriamente, as abordagens historiográficas
que surgiram no século XX, baseadas no Marxismo e
nas discussões efetuadas pela Escola dos Annales,
mostram que os fatos transmitem apenas informações
que não dão conta de explicar uma realidade.

• Desse modo, os fatos históricos não devem ser


estudados de maneira artificial, mas de maneira
profunda, pois somente a análise, a investigação e a
avaliação detalhada possibilita o entendimento do que
se passou.
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AS FONTES HISTÓRICAS

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• Dentro da produção histórica, a palavra fonte é sinônima
de documento que, como vimos anteriormente, representa
todos os sinais deixados pelos homens e que expressa
suas ações, ideias e experiências.

• Desse modo, as fontes históricas ou documentos podem


ser de várias espécies.

• Contudo, essa definição de documento é particular e


moderna, tendo em vista que até o início do século XX os
historiadores se divergiam quanto a essa colação.
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Positivismo

• As fontes valorizadas pelos historiadores positivistas


no século XIX foram as escritas, as quais eram
submetidas a um a rígido controle metodológico, pois
neste período a História buscava se afirmar como
disciplina acadêmica.

• As temáticas expressas por essas fontes escritas se


ligavam a área política (como acordos diplomáticos) e
aos feitos dos grandes personagens (como reis,
rainhas e heróis).

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Marxismo

• Novas fontes se colocaram a disposição do


historiador a partir das concepções desenvolvidas por
Karl Marx e Friedrich Engels no século XIX.

• Esse dois intelectuais diziam que as ideias surgiam


graças às condições socioeconômicas e não políticas,
como antes se assentava.

• Graças a estas proposições, a História ganhou um


novo rumo e também novas fontes relacionadas às
atividades econômicas e sociais.
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Escola dos Annales

• Com o surgimento da Escola dos Annales,


nas primeiras décadas do século XX, novas
fontes de pesquisa foram incorporadas à
pesquisa histórica.

• Houve, assim, uma ampliação do campo


documental, a partir da inclusão de
documentos de várias espécies: imagéticos,
sonoros, escritos, orais, arqueológicos,
arquitetônicos, literários, etc.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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• Nesta primeira unidade, procuramos esclarecer o
conceito de História, bem como a função do
profissional que lida com essa ciência.

• Vimos que o conceito de História se relaciona a


diversos outros conceitos – entre eles investigação,
seleção, pesquisa, passado e presente, conhecimento
e homem – e que também se transformou ao longo do
tempo.

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• Também notamos que a produção histórica
incorpora fato e fonte histórica, cujo levantamento
obedece os padrões específicos da corrente
historiográfica ao qual o historiador se filia.
• Desse modo, o trabalho do historiador segue as
tendências historiográficas, que também sofrem
modificações no transcorrer do tempo.
• O “tempo”. Esse termo tão difícil de esclarecer será
objeto de discussão na próxima unidade. Além dele,
abordaremos a questão da memória e da teoria na
História.
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Referências
• BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício do
historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.
• CARR, Edward. Hallet. O historiador e seus fatos. In:
Que é história? 9 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006.
• CROCE, Benedetto. A História: pensamento e ação.
Trad. Darcy Damasceno. 6ª ed. Rio de Janeiro: Zahar
Editores, 1962.
• MARROU, Henri-Irénée. Sobre o conhecimento
histórico. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978.
• PRIORI, Angelo. A história e o ofício do historiador. In:
_____. Introdução aos estudos históricos. Maringá:
Eduem, 2010. p.11-18.
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TEORIAS DA HISTÓRIA

Prof. Me. Giselle Rodrigues


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