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A VOZ DO AGRONEGÓCIO
RETROSPECTIVA
2016
Reveja algumas das
principais reportagens publicadas pela
Revista Terra&Cia ao longo do ano
Feliz 2017!
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3
Arquivo
Editorial
Parceria de Sucesso
Diretor: Plínio César
Contra as
A VOZ DO AGRONEGÓCIO
Parceiros de Mídia:
C omo todos sabemos, 2016 não foi fácil para os brasileiros. Ano de cri-
se econômica e muitas instabilidades políticas, marcadas pela saída
de uma presidente no início de um segundo mandato conturbado e che-
433 AG - larissa@433.ag (41) 3016 0433 gada ao poder de um grupo dissidente do mesmo governo, mas prome-
ARTÉRIA - mídia@arteria.ag (11) 5185 4587 tendo medidas diferentes. Tantas incertezas afetaram a agricultura, tanto
CALIA - bruna@calia.com.br (11) 2122 8600
pelo otimismo em alguns setores quanto pelo pessimismo em outros. A
DOMÍNIO - marcus.lula@dpbr.com.br (31) 3360 0000
E21 - taila.loureiro@e21.com.br (51) 3092 7400 exemplo da maioria dos setores da nossa economia, o agropecuário não
FILADÉLFIA - pedro@filadelfiacom.com.br (31) 3516 0159 via a hora de o calendário anunciar um novo número: 2017 chega trazen-
GUERREIRO - glaucia@guerreiro.agr.br (44) 3026 4457 do, acima de tudo, esperança. De novos dias para o país, de gado gordo
LABCOM - labcom.rp@labcomtotal.com.br (16) 3512 9735 e colheitas fartas.
MCGARRY BOWEN - juliana.berro@mcgarrybowen.com.br
Os primeiros dias de um novo ano são propícios para um
(11) 2173 0354
OXI henrique.miura@oxicomunicacao.com.br (19) 3305 9040 balanço do que foi o período anterior, para uma análise de erros e acertos
PUBLICIS cristina.maria@salleschemistri.com.br e para traçar planos e perspectivas para as futuras safras, em todos os
TUGARE simone.rosa@tugare.com.br (11) 3594 3124 sentidos que essa palavra possa despertar, seja no trato com a terra, seja
em qualquer projeto que assumimos para a vida. Uma reflexão sobre os
Contato: redacao@canamix.com.br principais assuntos que movimentaram o cenário rural nos últimos 12 me-
ses ajuda a entender o contexto que anuncia os próximos 12, permitindo
Outras publicações da Agrobrasil: preparar o terreno para receber as sementes de um amanhã melhor e
Guia Oficial de Compras mais produtivo.
do Setor Sucroenergético Por isso, amigos leitores, apresentamos a você uma retros-
Revista CanaMix pectiva especial, uma viagem pelas principais reportagens publicadas pela
Portal CanaMix Terra & Cia/Canamix no decorrer de 2016. Elas são como as janelas de um
bonde que se dirige novamente aos trilhos do desenvolvimento: oferecem
Publicidade: uma visão geral, um resumo dos desafios enfrentados e das conquistas
Marcelo Dias (16) 99111 0291 alcançadas, o que pode servir como um ponto de partida para a definição
marcelo@canamix.com.br dos novos rumos a serem percorridos.
Marcos Afonso (67) 99189 4425 Terra & Cia/Canamix sempre fez e continua fazendo parte
marcos@canamix.com.br
do vagão ocupado pelos otimistas, os que acreditam na força da agri-
Plínio César (16) 98242 1177
cultura e da pecuária para reverter dificuldades. Força que poderá ser
plinio@canamix.com.br
comprovada nas páginas seguintes: no plantio e na colheita de grãos, na
Assinaturas: redacao@canamix.com.br preocupação dos suinocultores com a crise, na consolidação do Senepol
como raça forte na bovinocultura, na realização de tradicionais eventos,
Grupo AgroBrasil como a Agrishow, a Fenasucro e a Expozebu, nos esforços para resgatar
R. Genoveva Onofre Barban, 495 - 14056-340 a tradição citrícola, na luta contra as pragas e as mudanças climáticas, na
Planalto Verde - Ribeirão Preto - SP preocupação com o bem-estar das pessoas, com o projeto Saúde Móvel,
16 3620 0555 / 3234 6210 / 3446 3993 / 3446 7574 e, finalmente, na expectativa de deci-
www.canamix.com.br sões políticas acertadas.
Você está convidado a
Para assinar, esclarescer dúvidas sobre sua embarcar com a gente, integrando a
assinatura ou adquirir números atrasados: legião de otimistas, esperançosos de
SAC 16 3620 0555 e 3234 6210 que os próximos destinos sejam pai-
2º a 6º feira, das 9h às 12h e das 13h30 às 18h. sagens dignas da pujança do campo. Plínio César
Diretor
Artigos assinados e mensagens publicitárias refletem ponto
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de vista dos autores e não expressam a opnião da revista. É
permitida a reprodução total ou parcial dos textos, desde que
citada a fonte.
Sumário Arquivo
8. SOJA
Safra brasileira deve superar 100 milhões de toneladas
22. SUINOCULTURA
Pecuaristas pedem medidas urgentes contra crise
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30. RAÇA SENEPOL
Raça que aguenta o tranco
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7
Arquivo
Soja
O
Brasil deve produzir 102,1 milhões de toneladas de soja na safra 2015/16. A
estimativa é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que reduziu
sua previsão de dezembro, que era de 102,5 milhões de toneladas do grão, por
conta de problemas climáticos em algumas regiões do País. De qualquer forma, a esti-
mativa é a maior já registrada na história e pela primeira vez deve alcançar três dígitos.
O crescimento é de 6,1% em relação ao ciclo passado, quando o País produziu 96,2
milhões de toneladas de soja.
A produção total de grãos e oleaginosas do País deverá atingir 210,5 milhões
de toneladas, volume 1,4% superior ao registrado na safra anterior, com aumento de 2,8
milhões de toneladas. Na estimativa de dezembro de 2015 a Conab havia divulgado um
número 0,2% maior, mesmo assim a previsão atual é um recorde histórico. A revisão levou
em conta a falta de chuvas e replantio de lavouras de soja em diversas áreas de Mato
Grosso, maior produtor brasileiro com 28,3 milhões de toneladas, 28% da safra nacional.
8
Variedades CTC.
Novas e com 46 anos
de experiência.
Precocidade com
alto teor de açúcar.
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Arquivo
10
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Soja
Embrapa Trigo
A soja no sistema
artigo
de cultivo
*Mercio Luiz Strieder e Paulo Fernando Bertagnolli
A
soja é hoje a maior fonte direta de renda na agricultura de produção de grãos
no verão. O cultivo de soja no Rio Grande do Sul tem expandido nos anos re-
centes, por vezes, para áreas agrícolas marginais ou com menor capacidade
produtiva. O preço do grão é estável e remunera a atividade agrícola, contribuindo
para mudar o cenário agrícola de diversas regiões do estado.
12
Pelas significativas contri- pela microbiota do solo.
buições à sociedade, tanto no meio rural A diversificação dos cultivos
quanto nas cidades, é importante que a de verão com gramíneas como o milho,
soja também contribua para a sustenta- em contraparte ao “mar de soja” hoje
bilidade econômica, ambiental e social predominante, é urgente e necessária
dos sistemas de produção de grãos. para que o período recente de sucesso
Neste contexto, manter e aperfeiçoar a da agricultura seja prolongado e permi-
produção de grãos desta oleaginosa re- ta valorização deste importante setor da
quer encaixe de seu cultivo como um dos economia brasileira e regional.
componentes de espécies agrícolas no O alcance das característi-
sistema de produção de grãos, sempre cas de solo acima mencionadas requer
evitando cultivo isolado e sem diversifica- ainda, além da diversificação de cultivos
ção de espécies de plantas. no verão, o cultivo de toda área do inver-
Embora seja cultura plástica no seguindo indicações técnicas decor-
e com adaptação para ambientes de cul- rentes de pesquisas. A diversificação de
tivo diversos, para alcançar desempenho culturas no inverno e no verão será avan-
agronômico desafiador de 90 a 100 sc/ha ço agronômico expressivo a ser implan-
por exemplo, a soja requer solo fértil e es- tado efetivamente nas próximas safras
truturado, com capacidade de infiltração agrícolas, pois na condição atual do RS
e de armazenamento de água, além da há cerca de 1,2 milhão de hectares culti-
ausência de camada compactada, do- vados com trigo no inverno enquanto no
enças radiculares e nematoides. Prática verão cerca de 6,1 milhões de hectares
agronômica indicada para alcançar estas cultivados com milho e soja dos quais 5,2
características é a diversificação de cul- milhões somente com soja.
tivos, através da rotação e sucessão de Consequência deste novo
culturas no verão e inverno, a qual ainda sistema de produção de grãos a ser es-
propicia alternância na renda da proprie- truturado, como já o foi de forma mais
dade agrícola pela diversificação de pro- equilibrada nos anos 1990 e início dos
dutos colhidos. anos 2000, são solos agrícolas melhor
Diversos estudos conduzidos estruturados e com maior capacidade de
nas últimas três décadas no Sul do Brasil armazenamento de água e de sua dispo-
têm evidenciado que, a cada três ou qua- nibilização às plantas, aos animais e hu-
tro safras de verão, o milho deve compor manos em períodos de chuvas escassas.
a rotação com a soja na safra de verão, Tecnicamente há evidências de que uma
pois este cereal contribui para estrutura- agricultura com maior diversificação nos
ção do solo pelo alto volume de resíduos cultivos de inverno e de verão contribui-
decorrente de seu cultivo. No milho, facil- rá para diminuir os efeitos adversos de
mente obtém-se resíduos de colheita de eventos de El Niño, como tem ocorrido
8-10 t/ha, ao contrário da soja, onde ape- nos meses recentes, e também atenuará
nas cerca de 3 t/ha de palha restam da em muito os efeitos de anos de ocorrên-
colheita de 60 sc/ha, diferença exacerba- cia de La Niña.
da pelo fato dos resíduos de planta da
soja colhida terem alto teor de nitrogênio *Pesquisadores de soja na
e, portanto, rapidamente decompostos Embrapa Trigo
13
Soja
Desde a segunda
O
semana de janeiro o
volume pluviométrico tem s produtores de soja do sul maranhense estão animados com o início do período
aumentado permitindo que
chuvoso. Desde a segunda semana de janeiro o volume pluviométrico tem au-
os agricultores reiniciassem
o plantio do grão mentado permitindo que os agricultores reiniciassem o plantio do grão. O índice
registrado em dezembro de 2015 foi de apenas 50 milímetros, a pior média histórica das
últimas duas décadas na região. O sul do Maranhão é o terceiro maior produtor de grãos
do Matopiba (região formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Bahia e Piauí).
O atraso no plantio da safra na região fez com que muitos agricultores tro-
cassem a soja pelo milho, uma forma de reduzir os prejuízos provocados pelo fenômeno
El Niño. Isso porque no período ideal para o plantio de soja praticamente não choveu no
sul do Maranhão.
A região do Matopiba, formada por 73 milhões de hectares referentes
aos quatro estados, produziu 9,4% das 209,5 milhões de toneladas de grãos na safra
2014/15. O Matopiba foi responsável por 19,7 milhões de toneladas de algodão em plu-
ma, soja, arroz e milho, em uma área de 5,7 milhões de hectares. A região conta com
quase seis milhões de habitantes e 324 mil estabelecimentos agrícolas. Somente na
soja, o Matopiba produziu 8,7 milhões de toneladas na safra 2013/14.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mais 10
milhões de hectares podem ser incorporados à área plantada, o que reforça a posição
14
do Matopiba como nova fronteira agríco- saiu com 1,3 milhão de toneladas. A maior
la do País. Na temporada 2014/15, a pro- produtividade foi registrada no Piauí, com
dução de soja teve aumento de 21,7% e 7.186 kg/ha.
chegou a 10,5 milhões de toneladas, equi- A produção de algodão em
valentes a 11% da produção nacional de pluma do Matopiba, em uma área de 315
soja. mil ha, chegou a 495 mil toneladas na safra
A Bahia se destaca em pro- passada – a maior parte na Bahia. O volu-
dutividade, com 2.940 quilos por hectare me equivale a 32% da produção brasileira.
e 4,2 milhões de toneladas colhidas. E a No cultivo de arroz, Tocantins destaca-se
produção poderia ser maior, não fosse a na produção (605 mil toneladas) e na pro-
lagarta e a mosca branca que atacaram as dutividade (4.745 kg/ha). A região produ-
plantações no início de 2015, além da fal- ziu 986 mil toneladas do cereal na safra
ta de chuva. No ciclo 2013/14, o Matopiba 2014/15, equivalentes a 8% do total nacio-
colheu 4,42 milhões de toneladas de milho. nal. A agricultura no Matopiba tem cresci-
A produção subiu para 4,45 milhões de to- do por conta do baixo preço das terras e
neladas na safra 2014/15, o equivalente a pela uniformidade do clima, solo e relevo, Somente na soja, o
5% do total nacional. O Maranhão sobres- que facilitam a mecanização. Matopiba produziu 8,7
milhões de toneladas na
Shutterstock
safra 2013/14
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16
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Soja
Arquivo
Safra 2015/16 de soja no
Em Mato Grosso
estado de Mato Grosso
do Sul deve alcançar 7,2
milhões de toneladas
18
Arquivo
De acordo com o presidente
da Aprosoja, Christiano Bortolotto, os da-
dos preliminares são positivos, “reflexo
do desempenho do produtor rural que in-
veste em tecnologia e consegue amenizar
os efeitos das intempéries de um super El
Ñino, fortes chuvas e calor intenso”. Bor-
tolotto lembrou que na safra passada o
plantio foi prejudicado pela estiagem e que
na safra que se inicia os produtores aguar-
dam uma redução do índice pluviométrico
para poder iniciar a colheita mecanizada.
A torcida pela redução das
chuvas, no entanto, esbarra nos registros
de média histórica. O estado registra mais
que o dobro da média de chuvas para o
período, condição desfavorável para a
fase de enchimento de grãos e também
para a colheita. Neste cenário, o índice
de comprometimento da produção pode
variar de 5% a 25%. Segundo Bortolotto,
a área comprometida corresponde a 1,37 Consórcio Antiferrugem
registrou dezoito
milhão de hectares, 56,7% do total da área ge a soja na fase de formação das vagens ocorrências de ferrugem
plantada em Mato Grosso do Sul. ou no início da granação, pode causar o asiática da soja em MS,
oito casos a mais que no
O presidente da Aprosoja/ aborto e a queda das vagens, resultando mesmo período anterior
MS disse também que as chuvas em ex- em até perda total do rendimento.
cesso afetam estradas e pontes, deixando Milho - Após a colheita da
propriedades isoladas. Os municípios que soja, os produtores do Mato Grosso do
mais sofrem as consequências das chuvas Sul iniciam o plantio do milho safrinha, ou
ficam na região Sul do estado. Entre eles de 2ª safra. Para a temporada 2015/16, a
estão Amambaí, Antônio João, Aral Morei- Aprosoja estima que o estado tenha uma
ra, Caarapó, Coronel Sapucaia, Deodápo- área cultivada de 1,79 milhão de hectares,
lis, Douradina, Dourados, Eldorado, Igua- 4% superior ao ciclo anterior. O volume de
temi, Itaporã, Itaquitaí, Japorã, Jateí, Juti, grãos deve superar, nesta primeira estima-
Laguna Carapã, Mundo Novo, Naviraí, Pa- tiva, os 9,5 milhões de toneladas, cresci-
ranhos, Ponta Porã, Sete Quedas e Tacuru. mento de 4,1% ante a temporada 2014/15.
Praga - Outra preocupação Segundo Bortolotto, se a pro-
dos produtores diz respeito ao controle da dutividade média do milho se mantiver em
ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi) 88 sacas por hectare, mesmo volume re-
no estado. De acordo com informações do gistrado na safra anterior, o estado de Mato
Consórcio Antiferrugem, houve 18 ocorrên- Grosso do Sul continuará em 3º lugar no
cias da doença no MS, oito casos a mais ranking nacional de produção, superado
que no mesmo período do ano passado. apenas pelos estados do Mato Grosso e
Em casos severos, quando a doença atin- Paraná.
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United Soybean Board
Soja
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BIOCOMBUSTÍVEL | TERRAS | MECANIZAÇÃO | ALGODÃO | ARROZ | BATATA | CAFÉ | CITROS | HORTIFRUTIS | MILHO | SOJA
/informafnp /iegfnp
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Suinocultura
Produtores
de suínos pedem
medidas urgentes
contra crise
Produtores de suínos alertam
para os sérios riscos de
A
quebradeira e desemprego caso
o governo federal não intervenha suinocultura é um dos setores que mais sofrem com a falta de um plano bem es-
para minimizar impactos que o
truturado de abastecimento no Brasil, necessário para dar segurança à atividade
segmento já sente
em época de commodities valorizadas pelo fortalecimento do dólar. O setor sofre
com uma combinação de alta no preço do milho e baixa no preço do suíno vivo, e com
a falta de oferta de milho no mercado a preço compatível com um patamar aceitável em
termos de custo de produção. Em razão disso, a Associação dos Suinocultores do Para-
ná (APS) alerta para sérios riscos de quebradeira e desemprego caso o governo federal
não intervenha para minimizar impactos que o segmento já sente.
Em meados de fevereiro, lideranças do setor estiveram reunidas com repre-
sentantes da União, no Palácio do Planalto, em Brasília, DF, para reivindicar uma postura
efetiva do Governo Federal diante do agravamento da crise na suinocultura brasileira. O
grupo de produtores foi recebido pelo assessor especial da presidência, Carlos Eduar-
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também o pequeno produtor em situações de emergência, como a
verificada agora, com o crescimento das exportações de milho, haja
vista que em época de câmbio favorável às exportações, além do
preço elevado, não há oferta de produto no mercado interno. Tan-
to Dariva quanto Losivanio entendem que de nada adianta colocar
uma pequena quantidade de milho em leilão. Para eles o ideal neste
momento seria venda de milho balcão, em preço que não aumente
ainda mais os custos de produção do suinocultor.
Outra questão reivindicada é que o governo disponibili-
ze, através das suas instituições financeiras, recursos para financiar
estoques de milho, para pagamento num prazo de 18 a 24 meses,
assim como financiamentos para retenção de matrizes e evitar que
plantéis sejam desfeitos, além da criação de uma linha de crédito
para frigoríficos que estão com Inspeção SIM, SIE e SISBI, possibili-
tando que eles ingressem no SIF para também exportar seus produ-
tos, aliviando a concorrência no mercado nacional.
Os produtores também querem que o Governo inclua a
simplificação das exigências do MAPA para modernização de plan-
tas frigoríficas e para a emissão de rótulos de embalagens e o pedi-
do para a imediata liberação da venda de milho em balcão, com a
máxima urgência, num volume de até seis toneladas.
“Se o governo não agir rápido, a cadeia da suinocultura
poderá ir à lona. Precisamos mais do que um leilão de milho esto-
cado pela Conab. Precisamos de uma política que evite situações
como a que vivemos novamente, além de garantia de preço mínimo
para o suíno”, ressalta Jacir Dariva. Para ele, a combinação da alta
do dólar, de uma política ineficiente na questão do abastecimento
e do baixo preço pago ao produtor de suíno vão comprometer a
atividade no Brasil. “Esse câmbio e a falta de uma política eficiente
no que tange ao abastecimento em momentos como o que estamos
Arquivo
vivendo, com o milho, que é o principal composto da ração animal,
sendo exportado em grande escala, atraído pela alta da moeda
do, e pelo secretário direto da presidente americana, coincidindo com mais uma fase de baixa no preço do
Dilma Roussef, Giles Azevedo. Na oportu- suíno vivo, não há como resistir. Os suinocultores vão quebrar e os
nidade, o presidente da APS, Jacir Dariva, pequenos e médios frigoríficos também”, alerta .
e o dirigente da associação dos suinocul- O elevado preço da saca, no entanto, não é o único
tores de Santa Catarina, Losivanio Di Lo- desafio. O alto valor do milho coincide com a baixa oferta do produto
renzi, defenderam medidas urgentes para no mercado interno e, consequentemente, com outra etapa de gra-
evitar que o setor novamente chegue a um dual redução dos preços do suíno vivo. “Poucos ramos têm sido, nos
patamar de “quebradeira”. últimos anos, tão suscetíveis à variação cambial e à inexistência de
A pauta das discussões com uma política consistente e de longo prazo de abastecimento como
o governo contempla a criação de uma po- a suinocultura”, dizem as lideranças do setor. Em contato com o se-
lítica pública que permita à Companhia Na- cretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara, diretores da
cional de Abastecimento (Conab) atender APS pediram para que ele reforce solicitação já encaminhada ao ór-
23
Suinocultura
CM
Arquivo
MY
Presidente da APS, Jacir Dariva,
e o dirigente da associação dos CY
suinocultores de Santa Catarina, gão de garantir a disponibilização de pelo governo federal uma política séria e eficien-
CMY
Losivanio Di Lorenzi
menos 600 mil toneladas de milho para a te de mitigação dos riscos do mercado de
K
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25
Suinocultura
Arquivo
Certificado das novas zonas
para 14 estados e DF
A
comissão científica da Organiza- Tocantins e Distrito Federal. Também estão
ção Mundial de Saúde Animal (OIE) nessa lista os municípios de Guajará, Boca
aceitou o pedido do Ministério da do Acre, sul do município de Canutama e
Agricultura, Pecuária e Abastecimento sudoeste do município de Lábrea, no Ama-
(Mapa) para ampliar o status de zona livre zonas.
da peste suína clássica para o Acre, Bahia, Atualmente, apenas Rio Gran-
Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato de do Sul e Santa Catarina têm o certifica-
Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio do de zona livre da peste suína clássica. O
de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe, status foi conquistado ano passado, duran-
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Divulgação
O chefe do Departamento
de Saúde Animal do Mapa,
Guilherme Marques, afirma te a 83ª Sessão-Geral da OIE, em Paris. A final (22 a 27 de maio, em Paris) e posterior
que o reconhecimento será
doença, causada por um vírus, é altamente entrega do certificado ao Brasil.
garantia de manutenção dos
mercados internacionais para contagiosa e tem notificação compulsória Segundo Marques, o reconhe-
a carne suína brasileira
para a OIE. Provoca febre alta, manchas cimento será uma garantia de manutenção
avermelhadas pelo corpo, paralisia nas dos mercados internacionais para a carne
patas traseiras, dificuldades respiratórias e suína brasileira. “Nós, do Brasil, nos man-
pode levar à morte do animal. Os últimos teremos no topo das condições sanitárias,
casos foram registrados no Brasil em agos- evitando retaliações de outros países e
to de 2009, no Amapá, Pará e Rio Grande ocupando espaço de mercados que, por-
do Norte. ventura, não tenham status de zona livre da
Agora, com o referendo da OIE doença”, avalia.
para os 14 estados e o DF, os 180 países- A ministra Kátia Abreu lembra
-membros da organização terão 60 dias que 99% das indústrias processadoras de
para se manifestar tecnicamente sobre o carne suína estão nos dois estados do Sul
assunto. “Caso haja algum questionamento, que já são livres da peste suína clássica
o ministério vai manter uma equipe de pron- e nos outros que agora devem obter o
tidão para esclarecimentos”, diz o chefe do certificado da OIE. “O desafio daqui para
Departamento de Saúde Animal, Guilherme frente é fazermos com que todos os esta-
Marques. Superada essa etapa, o pedido dos brasileiros tenham o mesmo status”,
vai para a assembleia da OIE para votação projeta a ministra.
27
Suinocultura
A
Vista aérea da Unidade de
Agroceres PIC, empresa que atua para atender um plantel comercial de qua- Disseminação de Genes de
no mercado de genética de suínos, se 400 mil fêmeas suínas. Suínos (UDG) Agroceres
PIC, em Fraiburgo, SC,
anunciou investimentos em duas “A construção dessas duas inaugurada em 2013 com um
novas Unidades de Disseminação de Ge- novas UDGs nos permitirá aumentar ex- investimento inicial de R$ 10
milhões
nes (UDGs) no Brasil. As unidades serão pressivamente a eficiência do processo
instaladas nos municípios de Itabirito, em de disseminação de genética líquida de
Minas Gerais, e Laranjeiras do Sul, no Pa- elevado valor genético, potencializan-
raná, estados com grande expressão na do ao máximo o progresso genético nas
produção de suínos no País. O empreen- unidades de produção comercial e con-
dimento tem como foco criar uma estrutura sequentemente agregando maior valor
tecnológica voltada à disseminação de ge- ao negócio de nossos clientes”, afirma
nes superiores que permita maior competi- Alexandre Furtado da Rosa, diretor supe-
tividade à suinocultura brasileira. rintendente da Agroceres PIC. Segundo
Projetada para alojar 400 ma- o executivo, o investimento visa ampliar o
chos de alto valor genético, a unidade de atendimento dos clientes da empresa em
Itabirito terá capacidade para produzir e todo o País, principalmente nas regiões
processar cerca de 600 mil doses insemi- Sul e Sudeste.
nantes por ano. Já a unidade de Laranjei- A comercialização de doses
ras do Sul vai alojar 700 machos e terá po- inseminantes produzidas nas UDGs é uma
tencial de produção de cerca de 1,1 milhão tendência consolidada entre os principais
de doses inseminantes por ano. A unidade players do mercado suinícola mundial. Tec-
paranaense deverá ser a maior da América nologia inovadora, a chamada Genética Lí-
Latina e uma das quatro maiores do mundo quida permite acelerar a disseminação de
em operação. As obras das UDGs foram genes superiores, elevando o padrão ge-
iniciadas em fevereiro. O início das opera- nético dos plantéis e a eficiência produtiva
ções está previsto para daqui 18 meses. do rebanho, recurso que na prática confere
Com estas duas novas unida- mais competitividade aos suinocultores. “A
des, a Agroceres PIC atingirá um total de Genética Líquida, que sairá dessas insta-
quatro UDGs próprias e uma afiliada em lações, vai acelerar o progresso genético
operação em todo o país perfazendo uma dos animais no campo, dando ainda mais
capacidade de produção anual de cerca substância ao compromisso da Agroceres
de 2,5 milhões de doses, volume suficiente PIC para com o crescimento do setor."
28
sem Sulphur Seed com Sulphur Seed
30
Alexandre Carolo, de Uberlândia, MG Debossan, o Senepol é bem adaptado ao
pastoreio e aproveita bem todos os canti-
T
aurino bom de pasto. Rústico, po- nhos do pasto para se alimentar.
rém, dócil. Animal de carne macia, Aos 38 anos, o técnico em
com ciclo de engorda curto e que, pecuária estuda o Senepol há mais de 10
apesar de musculoso, fornece a cobertu- anos. Em 2004 teve a oportunidade de ir
ra de gordura de carcaça desejada pela aos Estados Unidos onde teve os primeiros
indústria frigorífica. Bovino de manejo sim- contatos com a raça. Percebeu rapidamen-
ples, baixa manutenção nutricional e maior te que se tratava de um taurino que "aguen-
remuneração na venda da carcaça. Carac- ta desaforo", diz ele em bom sotaque mi-
terísticas como essas já seriam suficientes neiro. Quando viu que os animais eram
para chamar a atenção dos pecuaristas muito resistentes, que ficavam expostos
brasileiros, ainda pouco acostumados à ao sol sem incômodo, além de apresenta-
ideia de que uma raça taurina pode se dar rem características comerciais desejadas,
bem em climas tropicais. É o Senepol, que concluiu que o Senepol teria muito sucesso
veio pra ficar. não apenas no Brasil, mas no mundo todo.
O Senepol é uma raça relativa- "Hoje não existe taurino adap-
mente nova no Brasil. Os primeiros animais tado ao Brasil como o Senepol", afirma
foram trazidos ao País no ano 2000, impor- Debossan. O administrador conta que ao
tados dos melhores rebanhos dos Estados retornar ao Brasil, após uma temporada
Unidos e das Ilhas Virgens (Saint Croix), observando o gado Senepol leiteiro nos
locais onde a genética da raça foi desen- EUA, teve a certeza de que sua missão era
volvida de forma eficiente. Os resultados trabalhar duro para ajudar a desenvolver a
do desenvolvimento genético contínuo raça no País. Foi quando recebeu o con-
tornou a raça uma referência de qualida- vite do empresário Leonardo Chaves, hoje
de não apenas nos EUA, mas na Austrália, proprietário da Fazenda Paraíso, para criar
Paraguai, Colômbia, Argentina, Panamá, uma estrutura adequada para o desenvol-
Canadá, República Dominicana, Equador, vimento do Senepol. A fazenda, adquiri-
Nicarágua, Porto Rico, Venezuela, México, da em 2012, passou a ter exclusivamente
Filipinas, Zimbabwe e Brasil, entre outros gado Senepol no ano seguinte.
países de clima tropical. "O Senepol existe há apenas
Programas de pesquisas in- 16 anos no Brasil. Tudo muito novo. As in-
dicam que o Senepol é um animal de alta formações são novas por aqui. A partir de
performance tanto em confinamento como minha experiência nos Estados Unidos,
de terminação a pasto. Na Fazenda Pa- ainda mais com gado leiteiro, que é mais
raíso, a pouco mais de 40 quilômetros de melindroso, passei a desenvolver a raça
Uberlândia, MG, o Senepol é criado solto. para o corte aqui na fazenda", conta o téc-
Lá, 347 animais têm à disposição 52 hec- nico. A partir daí o trabalho tem sido contí-
tares de pasto forrado com capins braquia- nuo em melhoramento genético, pesquisa
rião e mombaça, além de sal mineral. Só das melhores matrizes para acasalamento
em períodos de seca há um suplemento com touros, tudo para chegar a um animal
com ração balanceada (18%). De acordo equilibrado, com a carcaça ideal, que todo
com o administrador da fazenda, Rodrigo frigorifico almeja.
31
Raça Senepol
A Fazenda Paraíso é uma es- do a raça e trazendo os melhores resulta-
pécie de vitrine do Senepol. Enfeitada pela dos para quem cria e para quem compra”,
represa Capim Branco II, no distrito de Cru- observa Debossan.
zeiro dos Peixotos, com mata nativa e gran- As atividades desenvolvidas
de potencial de pasto. Atualmente o carro- na Fazenda Paraíso têm como base a ex-
-chefe dos negócios é a venda de franquias, periência adquirida em outra proprieda-
embriões, touros e matrizes. A realização de de Leonardo Chaves Pimentel no sul
de leilões está nos planos do administrador, do Pará, onde, desde 2009, o empresário
"possivelmente no final de 2016 ou no início mantém uma estrutura que hoje conta com
de 2017". O planejamento está sendo feito aproximadamente 1,7 mil cabeças de gado
para garantir "a melhor estrutura possível Senepol. Na Paraíso, o desenvolvimento da
para a realização de leilões". raça conta com o apoio técnico da Univer-
“Queremos produzir, além da sidade Federal de Uberlândia. A instituição
melhor genética, touros funcionais que se- realiza anualmente uma prova de avaliação
jam muito eficientes na pecuária extensiva. dos animais que é utilizada como parâme-
A fixação de uma raça precisa ser focada tro para os negócios. "É uma chancela para
no biotipo animal e isso está extremamente o nosso trabalho", diz Debossan.
ligado ao genótipo racial das matrizes de Uma empresa que atua na
base. Dessa forma, conseguimos oferecer área de nutrição animal em Uberlândia
um animal que irá transmitir as característi- também colabora com as atividades da
cas que possui as progênies, padronizan- Paraíso. Tudo para garantir o desenvolvi-
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Ale Carolo / alecarolo.com
Raça Senepol
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O cuidado com a gestão do é adequada, se o capim é de qualidade,
negócio pode ser medido de várias for- enfim, tudo que é necessário para o suces-
mas. Debossan cita uma delas, afirmando so da criação."
que a Fazenda Paraíso registra uma das Rusticidade - O Senepol é
menores taxas de mortalidade de bezerros criado a pasto sem necessidade de manejo
da região. Outro termômetro de que o ne- especial. É um animal de fácil adaptação.
gócio segue o rumo certo é a intensa pro- Problemas com a cria e recria de bezerros
cura pelos animais desenvolvidos no local. são pequenos, uma vez que, ao nascerem,
"Aqui nós damos garantia ao comprador, os bichinhos ficam em pé rapidamente e já
que vai levar um animal de alta qualidade começam a mamar o colostro. Essa con-
capaz de proporcionar o mesmo desempe- dição dá maior segurança ao pecuarista,
nho em outras fazendas", diz. pois o risco de perda do rebanho por qual-
Segundo Debossan, quem quer intempérie, especialmente clima ad-
adquire os touros, matrizes ou embriões verso ou falta de qualidade de manejo, é
da Paraíso leva também uma estrutura de menor se comparado a outras raças.
consultoria para garantir o sucesso do ne- A longevidade funcional é ou-
gócio. "Queremos que o criador fique satis- tra característica da raça. Vacas com 15 a
feito não apenas na hora da compra, mas 20 anos ainda produzem. Touros reprodu-
também com o bom desempenho da raça tores também permanecem aptos à função
em sua propriedade futuramente. Para isso por muitos anos. As matrizes Senepol são
damos consultoria para os clientes e seus boas matriarcas, dóceis, com elevado ins-
funcionários, orientando sobre manejo, tinto de cria e cuidados com a progênie.
Léo Chaves, proprietário
avaliando se a estrutura das propriedades As "mamães" não são agressivas com os
da Fazenda Paraíso
Senepol
Ale Carolo / alecarolo.com
Divulgação
técnicos que assistem as parições e fazem são abatidos com 18 arrobas, um ano an-
o manejo de cura dos umbigos. As fêmeas tes dos outros animais de corte. "O Senepol
produzem boa quantidade de leite e a des- produz animais com duas arrobas de peso
mama ocorre, em média, aos oito meses, a mais na desmama, que ocorre aos oito
com bezerros pesando de 50% a 60% do meses, em média, com 10 arrobas de peso.
peso corporal da mãe. Isso reduz em um ano ou mais o abate com
Garrotes iniciam vida reprodu- mesmo peso de animais zebuínos abatidos
tiva mais cedo, em relação a outras raças. com 30 a 35 meses. O abate do gado ocor-
É comum as novilhas apresentarem cio e re com idade entre 20 e 24 meses."
estar aptas à reprodução com 14 a 15 me- Abates técnicos realizados
ses de idade, garantindo um lucro mais rá- mostraram resultados surpreendentes nas
pido para o fazendeiro. Já os machos des- cruzas Senepol x Nelore. "Proporcionaram
tinados à cobertura a campo ficam aptos abates precoces, com idade entre 21 e
à atividade com 14 a 16 meses. Estudos 22 meses, tendo em média 21 arrobas de
mostram que machos de 12 meses já co- peso para os machos e 18 arrobas para
meçam a produzir sêmen viável à reprodu- as fêmeas. O aproveitamento de carcaça
ção. As reprodutoras parem aos 24 meses ficou entre 56,7% e 53,9%, o acabamento
com intervalos entre partos de 12 meses. de gordura entre 4,7 e 10,2 mm e a área de
De acordo com Rodrigo De- olho de lombo de 81,21 cm. É tudo o que
bossan, produtos de cruzamento Senepol se espera de uma carne com excelente
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37
Raça Senepol
qualidade", afirma Debossan. do de R$ 33,6 milhões e 2.650 lotes para
No frigorífico - As caracterís- R$ 50,7 milhões e 3.949 lotes em 2015. No
ticas do Senepol já citadas conferem à raça mesmo período, os eventos realizados pela
um resultado comercial atrativo. Segundo raça aumentaram 61%, subindo de 28 para
Debossan, o Senepol permite ao pecua- 45. “Em princípio, estávamos muito preo-
rista maior remuneração na venda por ren- cupados com 2015. Mas, com confiança e
dimento líquido da carcaça sem couro e planejamento para continuar com o cres-
miúdos, além de ganhos econômicos por cimento sustentável, não deu outra: conti-
premiação. "É genética com conformação nuamos no ritmo de crescimento de anos
racional e moderna para produção de car- anteriores”, disse Gilmar.
ne", diz. O animal possui dimensão equili- “Nossa expectativa para 2016
brada. É naturalmente musculoso e possui é muito otimista. Embora o mercado este-
grande percentual de carne nas partes ja retraído, a cada dia novos pecuaristas
mais nobres. passam a conhecer os benefícios do Sene-
Medições de ultrassom reali- pol e não têm como deixar de investir em
zadas por pesquisadores da Universidade uma raça que tanto tem a contribuir para
de São Paulo (USP) em carcaças com a ge- a melhoria da quantidade e da qualidade
nética Senepol, mostram que a raça apre- da carne brasileira”, pontuou o presidente
senta elevado percentual de AOL (área de da ABCB, entidade que registrou em 2015
olho de lombo), com média de 81,82 cm. um crescimento médio anual de 38% no
As pesquisas também demonstraram que número de associados, saltando de 94, em
as carcaças possuem melhor acabamen- 2011, para 324 em março de 2016 - segun-
to, com espessura de gordura subcutânea do registro no site ABCB.
de 5,6 mm. "Esta genética é que permite Avaliação - A raça Senepol
ao pecuarista ter precocidade nos abates", tem sido acompanhada, avaliada e apri-
observa Debossan. morada pela ABAC com apoio do Progra-
No Brasil - De acordo com ma Embrapa de Melhoramento de Gado de
a Associação Brasileira dos Criadores de Corte - Geneplus. A parceria tem buscado,
Bovinos Senepol (ABCB Senepol), os nú- a partir da variabilidade genética da raça,
meros da raça só crescem no Brasil. Em identificar animais geneticamente superio-
2015 o crescimento médio anual do reba- res capazes de contribuir para a melhoria
nho no país foi de 28%, chegando a 45.899 das características de conformação frigorí-
cabeças, e o volume de sêmen comercia- fica e de desempenho. Esta iniciativa está
lizado aumentou 33%. O valor médio de em sintonia com os sistemas de produção
venda do touro subiu dos R$ 11.526,00 de gado de corte predominantes no Brasil.
registrados em 2012 para R$ 14.457,04 em De acordo com o chefe-geral
2015; já o valor médio da fêmea passou de da Embrapa Gado de Corte, Cleber Oli-
R$ 27.831,00 em 2012 para R$ 33.858,20 veira Soares, a genética Senepol brasileira
em 2015. não é só sinônimo de qualidade e produti-
Segundo o presidente da vidade, mas também de investimentos de
ABCB Senepol, Gilmar Goudard, no ano curto, médio e longo prazos. "Esta raça tem
passado o faturamento dos leilões oficiais um potencial ímpar de contribuir para o for-
cresceu 51% em relação a 2014, passan- talecimento da qualidade e da produção
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Ale Carolo / alecarolo.com
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Raça Senepol
O desenvolvimento genético
da raça Senepol começou
N
na paradisíaca ilha de Saint
o início do século XIX, animais da tem aparência de semiárido.
Croix, distrito das Ilhas Virgens
Americanas, no Mar do Caribe. raça N´Dama, espécie Bos tau- A condição climática de Saint
Uma pequena porção de terra de
rus, começaram a ser importados Croix não é favorável às pastagens. Mes-
214.7 km², perto de Porto Rico
do Senegal, país da África Ocidental, por mo assim, o N´Dama mostrou uma grande
fazendeiros da ilha de Saint Croix, distrito habilidade de sobrevivência em pastos
das Ilhas Virgens Americanas, no Mar do pobres, além de uma impressionante resis-
Caribe. O N´Dama se adaptou muito bem tência ao calor, a insetos, parasitas e doen-
ao clima tropical da ilha, que é quente e ças. Em 1889, a maior fazenda de criação
úmido, mas com chuvas abaixo da média de gado N’Dama puro sangue na ilha, com
para os padrões do Caribe. Por conta dis- 250 animais, era a Grenard’s Estates, da fa-
so, a parte oriental da ilha de 214.7 km² mília Nelthropp, de origem dinamarquesa.
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Divulgação
Do Caribe
para
o mundo
Com a morte do patriarca Henry Christian de, a habilidade materna e dar caráter mo-
Nelthropp, em 1893, um dos filhos (de um cho aos animais. Com o tempo, o animal
total de 11), Henry Bromley Nelthropp, as- passou a apresentar cor avermelhada, boa
sumiu as rédeas da fazenda. conformação e precocidade, ausência de
Em 1918, com a intenção de chifres, docilidade e resistência ao calor.
desenvolver um bovino com aptidões de A configuração genética de-
sobrevivência ainda maiores nas condi- sejada da nova raça, a partir da mescla de
ções da ilha, Bromley adquiriu dois touros N'Dama e Red Poll, foi alcançada em mea-
Red Poll originários da Inglaterra para in- dos da década de 1940. Em 1954 o nome
troduzir no rebanho da fazenda. A ideia era Senepol foi registrado, sendo “Sene” de
mesclar as raças para melhorar a fertilida- Senegal e “Poll” de Red Poll. A partir daí,
41
Raça Senepol
A configuração genética
desejada da nova raça, com
a cor avermelhada, boa com a raça já dispersa para vários cria- ser encontrado em 21 estados americanos
conformação e precocidade, dores, devidamente registrada, o Senepol e em dezenas de países de climas tropical
ausência de chifres, docilidade e
resistência ao calor, foi alcançada passou por vários testes de desempenho e subtropical, entre eles o Brasil.
em meados da década de 1940 na década de 1970, realizados por pes- A introdução da raça no Bra-
quisadores do programa de extensão da sil ocorreu em 1995, a partir de doses
Faculdade das Ilhas Virgens e do Departa- de sêmen importadas. Em 2000 chega-
mento de Agricultura dos Estados Unidos ram os primeiros animais importados dos
(USDA, na sigla em inglês). melhores rebanhos dos EUA e das Ilhas
Em 1977 um carregamento Virgens. Eram dois líderes genéticos da
aéreo levou, pela primeira vez, 22 animais raça e as melhores fêmeas Senepol. Por
da raça Senepol para os EUA. No anos conta da genética privilegiada, os sele-
1990 o Senepol se espalhou com suces- cionadores brasileiros foram capazes de
so pelo sul do país norte-americano. Em multiplicar a raça de forma eficaz, conse-
2006, o Senepol Cattle Breeders Associa- guindo incorporar excelentes caracterís-
tion (SCBA) já contava com 500 criadores ticas zootécnicas e produtivas. (AC, com
e mais de 60 mil animais em seu sistema informações da ABCB e Senepol Cattle
de registro de dados. Hoje o Senepol pode Breeders Assn.)
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Ale Carolo / alecarolo.com
Internacional de Tecnologia
passado
Agrícola crescem 2%
A
Feira Internacional de Tecnologia de abril.
Agrícola - Agrishow 2016 registrou Os organizadores da feira já
uma movimentação de negócios esperavam um resultado de negócios pa-
estimados em R$ 1,95 bilhão, crescimen- recido com o de 2015, diante do cenário
to de 2% em relação ao ano passado, de crise, mas sempre se mantiveram con-
quando o volume negociado foi de R$ fiantes em relação ao agronegócio como
1,9 bilhão. Os organizadores acreditam, um dos mais importantes pilares da eco-
no entanto, que o valor cresça após o fe- nomia brasileira. Segundo o presidente
chamento das planilhas dos bancos finan- da Agrishow e da Federação da Agricul-
ciadores, além da conclusão efetiva dos tura e Pecuária do Estado de São Paulo,
negócios iniciados em Ribeirão Preto na Fábio Meirelles, o montante de negócios
semana do evento, realizado de 25 a 29 firmados na feira deve alcançar ou até ul-
43
Agrishow 2016
Ale Carolo / alecarolo.com
trapassar os R$ 2 bilhões após a consoli-
dação dos resultados.
De acordo com o presiden-
te da Associação Brasileira da Indústria
de Máquinas e Equipamentos (Abimaq),
Carlos Pastoriza, o resultado "é muito po-
sitivo, muito alvissareiro, porque havia te-
mores de uma queda forte de vendas por
conta do clima de crise econômica. Isso
mostra a pujança desse setor econômico
do agronegócio que, de fato, está susten-
tando a economia do Brasil".
Outro fator que ajudou a Segundo Fábio Meirelles, o montante de
manter o desempenho de negócios na negócios firmados na feira deve alcançar ou até
ultrapassar os R$ 2 bilhões após a consolidação
Agrishow em 2016 foi a expectativa de au- dos resultados
mento dos juros de financiamentos para
a próxima safra, a partir de 1º de julho.
"Na abertura da feira alertamos que os
juros deverão ser mais altos na próxima Ale Carolo / alecarolo.com
safra e que era esta a oportunidade para
os negócios. A notícia da antecipação do
Plano Safra, dada no segundo dia da fei-
ra, foi um fator determinante para as deci-
sões de compra com juros mais baixos e
com taxas fixas", disse o vice-presidente
da Associação Brasileira do Agronegócio
(Abag), Francisco Maturro.
O montante para financia-
mentos definido no Plano Safra 2016/17,
que teve o anúncio antecipado para o
início de maio pela então ministra da
Agricultura, Pecuária e Abastecimen-
to (Mapa), Kátia Abreu, foi fixado em R$
202,88 bilhões, 8% superior ao destinado
ao ciclo atual (R$ 187,7 bilhões). Esse é o
maior valor destinado ao custeio de práti-
cas agrícolas empresariais no Brasil. No
entanto, como já era previsto, as taxas de
juros de financiamento vão subir a partir
de 1º de julho, de 7,5% a 9,5% para 8,5%
a 12,75% ao ano, que variam de acordo
com a renda do agricultor.
O aumento da taxa de juros
foi criticado pela Confederação da Agri- De acordo com Carlos Pastoriza, o resultado da
Agrishow foi "muito positivo, muito alvissareiro,
porque havia temores de uma queda forte de
44
vendas por conta do clima de crise econômica"
cultura e Pecuária do Brasil (CNA). A en-
tidade não compareceu ao lançamento
do plano e justificou a ausência dizendo Larissa Melo
que sempre participa da construção do
planejamento, mas este ano sequer foi
consultada pelo ministério da Agricultura.
De acordo com o presidente da comissão
política da CNA, José Mário Scheiner, o
plano também contempla uma omissão
grave, que é "a ausência de uma proposta
firme de seguro agrícola, instrumento mo-
derno que dará mais segurança ao pro-
dutor no caso de intempéries climáticas",
disse.
A opinião da CNA é compar-
tilhada pela entidade que representa os
produtores de soja. “Nós tivemos um au-
mento de juros em um momento frustran- Sobre o Plano de Safra 2016/17, José Mário
te de safra. A gente sabe de toda crise Scheiner criticou a "ausência de uma proposta
firme de seguro agrícola, instrumento moderno
econômica, mas o juro para a agricultura que dará mais segurança ao produtor no caso
desincentiva a produção. E o Brasil preci- de intempéries climáticas"
45
Pecuária Zebuína
Sindi, o coringa
das raças
A
raça Sindi vem ganhando cada vez Persistência, no qual a raça Sindi também
mais espaço entre os criadores se destaca. Este ano a vaca Paz da Estiva,
brasileiros. Versátil, rústico, dócil, também de Castilho, conquistou o tricam-
boa de leite e carne, a raça ganha força peonato.
não apenas pelas características físicas, Na categoria Persistência são
mas também pelo benefício econômico, consideradas as produções das fêmeas
uma vez que a Sindi está apta a condições que estejam paridas há mais de 180 dias
adversas no campo sem tantos cuidados e prenhes no período da feira. Esse tipo de
especiais. Na Expozebu 2016 a raça foi a concurso tem como objetivo valorizar as
que mais cresceu em número de exposi- fêmeas zebuínas que, mesmo após o pico
tores. de lactação, continuam registrando altas
No torneio de leite tradicional, produções. O limite de inscrições é de
o destaque da raça foi a vaca Belga FIV três animais por expositor, ou seja, vacas
AJCF, de Adaldio José de Castilho Filho, ou novilhas de um mesmo criatório podem
com produção média de 41,06 quilos. "É participar com número independente de
um recorde sobre o próprio recorde, pois CNPJ. É uma forma de premiar uma fêmea,
no ano passado a Belga também foi a ven- independente da categoria, que consiga
cedora, com 37 quilos", comemora Adal- manter boa produção de leite depois de
dio. Outra categoria que vem ganhando seis meses de parida e já carregando outro
espaço na Expozebu é o Torneio de Leite produto no ventre.
46
A Paz FIV da Estiva é dona mento criada pelos desertos que rodeiam o
de uma marca incomum. Segundo Adaldio centro de criação desse rebanho.
Castilho, a vaca está produzindo leite inin- No Brasil, a raça ganhou no-
terruptamente desde o dia 10 de setem- toriedade graças ao empenho do produtor
bro de 2013, cerca de 1000 dias. "Ela já paulista José Cezário de Castilho, único
tem quatro partos naturais seguidos e não criador que insistiu no registro do rebanho.
seca. É a maior lactação da raça", afirma Sertãozinho, Nova Odessa e Ribeirão Pre-
o criador. Adaldio é um entusiasta da raça to, foram alguns dos núcleos onde se tra-
Sindi. A Fazendas Reunidas Castilho este balhou o gado Sindi com finalidade leiteira,
ano comemora 80 anos de atividades. Com na década de 50. Com a intensificação do
um desempenho notável em exposições e rebanho zebuíno, o Departamento da Pro-
leilões, a Sindi é considerada a coringa das dução Animal da Secretaria Estadual de
raças. Agricultura resolveu firmar, em 1956, uma
História - O Red Sindhi é um parceria com Castilho, propondo o cruza-
gado de chifres pequenos. Fruto do traba- mento de seu rebanho (linhagem de 1930)
lho de uma das mais velhas civilizações do com a do órgão governamental (linhagem
mundo é a raça zebu leiteira mais nobre de 1952).
entre todas as raças bovinas leiteiras que Mais tarde, em 1980, numa
se criaram nas terras áridas da Ásia, atra- parceria com a Universidade Federal da
vés de cinco mil anos. O Red Sindhi, ou Paraíba (UFPB), Castilho disponibilizou
gado vermelho de Sind, é o gado nacional animais para serem avaliados na ocupa-
do Paquistão, conservado em estado de ção do semiárido nordestino, especifica-
relativa pureza, graças à situação de isola- mente na região de Patos. Em seguida, a
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Pecuária Zebuína
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49
Pecuária Zebuína
50
Arquivo Marcos Vinicius
Além do leite, a
Guzerá; 3/4 Holandês + 1/4 Guzerá; 5/8 ções ela terá ao longo de sua vida produ- comercialização de bezerros
Guzolando, bastante
Holandês + 3/8 Guzerá), dependendo do tiva, reduzindo a taxa de reposição do re- valorizados no mercado,
tipo de cruzamento realizado entre as raças banho. Outra característica transmitida pela garante um retorno financeiro
extra para o produtor
Guzerá e Holandês. A ABCZ é a entidade raça zebuína é a rusticidade, garantindo um
responsável pelo registro do Guzolando. manejo mais fácil do Guzolando nas mais
Algumas características dos diversas regiões do Brasil e custos menores
animais Guzolando são longevidade, ferti- de produção relacionados à sanidade.
lidade e precocidade. As fêmeas Guzolan- As vacas Guzolando podem
do produzem por 14 anos ou mais, com au- ser criadas exclusivamente a pasto, atin-
mento progressivo da produtividade desde gindo produção média de mais de 10 qui-
a primeira lactação. Parte dessa longevida- los de leite ao dia. Em confinamento, esse
de do Guzolando vem do úbere herdado volume pode chegar a 40 quilos. O leite do
do Guzerá. Outra vantagem é o pequeno Guzolando tem maior percentual de sóli-
intervalo entre partos. dos totais e kappa caseína. Além do ganho
Na pecuária leiteira, longevida- com a venda do leite, a comercialização de
de é uma característica importante e com bezerros Guzolando, bastante valorizados
grande impacto econômico. Quando mais no mercado, garante um retorno financeiro
longeva for a vaca, mais bezerros e lacta- extra para o produtor.
51
Pecuária Zebuína
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presentantes a Esteio, e ao mesmo tempo, Carlos Lopes
53
Pecuária Zebuína
Arquivo
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1 pag - 5
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Sob nova direção
Arnaldinho Borges
de trabalho. "Também será prioridade a
decisão para implantar as ações necessá-
rias para a transparência das atividades e
O
pecuarista Arnaldo Manuel de desde 1983, já tendo realizado mais de
Souza Machado Borges, o Arnal- 300 julgamentos de raças zebuínas no
dinho, foi eleito presidente da As- Brasil, Argentina, Bolívia, Costa Rica, Gua-
sociação Brasileira de Criadores de Zebu temala, México e Paraguai.
56
57
Divulgação
T
erra&Cia - A eleição da ABCZ foi mo triênio?
marcada pelo equilíbrio na votação. Arnaldo - No primeiro mo-
Praticamente metade dos votos mento, colocar, de fato, em funcionamento
para cada candidato. Como o senhor pre- os Escritórios Técnicos Regionais (ETRs)
tende atuar para contemplar as expectati- que foram reabertos (Alagoas, Pernambu-
vas de todos? co, Piauí, Rio de Janeiro e Sergipe) e abrir
Arnaldo Manuel de Souza o de Santa Catarina.
Machado Borges - O slogan de nossa Tomaremos iniciativas con-
campanha De A a Z, ABCZ para todos, cretas para maior eficiência dos serviços
resume o que pretendemos. Fazer uma da ABCZ com simplificação da burocracia
gestão atendendo a todos os associados, e custos para os associados. Com certe-
independente se nos apoiaram ou não! za, vamos recuperar as perdas que tive-
Queremos nossa Associação FORTE, bus- mos nestes 3 últimos anos com relação
cando a valorização da classe e atenden- ao período de 2010 à 2012.
do às necessidades de todos os criadores.
T&C – Quais foram as perdas?
T&C - Quais serão os pontos Arnaldo - Houve uma que-
fundamentais de sua gestão para o próxi- da de 177.000 registros de nascimen-
58
tos (RGN) e 56.000 registros definitivos Arnaldo – Vamos estabelecer
(RGD). Estas quedas contribuíram com o parcerias. Durante os 10 meses de cam-
resultado financeiro deficitário. No ano de panha, reunimos com mais de 150 presi-
2013 o foi de déficit de R$ 691.000,00. Em dentes de sindicatos rurais que represen-
2014 o déficit foi de R$ 281.000,00 e em tam principalmente a classe de pequenos
2015 o déficit de R$ 396.000,00. e médios produtores, para que a ABCZ,
através do seu corpo técnico, possa con-
T&C – Como a ABCZ preten- tribuir para um crescimento em qualida-
de ampliar sua atuação? de do rebanho e consequentemente em
Arnaldo – Vamos ampliar a maior lucratividade para o produtor.
atuação da ABCZ nas iniciativas e organi-
zações voltadas para o fomento do Zebu T&C – Qual é a estrutura dire-
no mercado internacional. Também esta- tiva da ABCZ hoje?
mos empenhados em investir na Pecuária Arnaldo - A diretoria De A a
Sustentável através do projeto ILPF e na Z, ABCZ para todos já está formada e é
recuperação de solos degradados. composta por 96 membros, de todas as
raças zebuínas, com 91% de novos direto-
T&C – Como será a relação res, representando 22 estados e o Distrito
da ABCZ com sindicatos e entidades liga- Federal. Estes 96 diretores estarão repre-
das ao agronegócio? sentando os mais de 20.000 associados.
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Arquivo
Glorious Nandi
homenageados na Índia
Glorious Nandi importado da Índia (Guarujá). Adaldio Filho
recebeu a homenagem pelo trabalho de se-
O
Glorious Nandi, tributo indiano que destaca criadores que con- leção do Sindi nas Reunidas Castilho.
tribuem para a evolução das raças zebuínas no mundo, ho- Dos importadores brasileiros
menageou pecuaristas brasileiros em uma cerimônia realizada de Zebu da Índia, uma homenagem signi-
dia 11 de julho, em Hyderabad, capital dos estados de Andhra Pradesh ficativa para a família de Celso Garcia Cid,
e Telangana, na Índia. A premiação, que reuniu mais de mil pessoas, representado pelo neto do patriarca, Guilher-
aconteceu durante o The Dream Bull Show, primeiro evento voltado me. Outros criadores brasileiros homenage-
para a valorização dos touros naquele país, berço das raças zebuínas. ados foram: Flávio Lisboa Peres, da Fazenda
Considerado o "Oscar" da pecuária zebuína, o Glorious Brasília (Gir); Leo Machado Ferreira, da Fa-
Nandi foi entregue ao então vice-presidente da Associação Brasileira zenda Mutum (Gir); Paulo Roberto Miranda
de Criadores de Zebu (ABCZ) Arnaldo Manuel de Souza Machado Bor- Leite (Sindi); Família Penteado Cardoso (Ne-
ges, que foi representado pelo conselheiro Antônio José Dourado. Tam- lore); e Paulo Lemgruber (Nelore).
bém foram homenageados o diretor da ABCZ, Adaldio José de Castilho A Empresa Brasileira de Pes-
Filho, e o secretário de Agricultura de Minas Gerais, João Cruz Reis quisa Agropecuária (Embrapa), a Empresa
Filho. O evento contou com a participação do prefeito de Hyderabad, de Pesquisa Agropecuária de Minas Ge-
Banthu Rammohan, e do ministro da Agricultura de Telangana, Jaga- rais (Epamig) e a Secretaria de Relações
dish Reddy. Internacionais do Ministério da Agricultura,
A ABCZ recebeu o mérito por ser a primeira entidade do Pecuária e Abastecimento (Mapa) tam-
mundo a registrar o gado zebu e ter um programa de melhoramento bém foram agraciadas na categoria insti-
exclusivo para a espécie. Arnaldo, que no início de agosto foi eleito tucional. O Glorious Nandi foi criado pela
presidente da ABCZ, foi lembrado como “o maior divulgador das raças instituição indiana Ankush Environmental
zebuínas” nas condições de técnico e criador. Ele é descendente do Protection Organisation, ONG que trabalha
primeiro criador a ter um Grande Campeão Nacional Nelore, um touro com a preservação animal.
60
Marcelo Camargo / Agência Brasil
NOVO Patrocinador:
GOVERNO
Esperança e cautela
(16) 3605-1979 www.controlrisc.com.br
Setor sucroenergético
vê novo governo com
esperança e cautela
Da Redação ggi, que assumiu a pasta prometendo rigor
no controle das contas. Ele chegou a dizer,
A
s sensações de esperança e receio por exemplo, que os subsídios destinados
se misturam no setor sucroenergéti- ao setor sucroenergético dão margem à "in-
co. Se por um lado a mudança de competência". Maggi também se mostrou
comando no Executivo nacional traz melho- inclinado a não prorrogar a isenção de PIS-
res perspectivas para o etanol, o açúcar e a -Cofins para o setor.
geração de bioenergia, por outro há a figura O ministro questionou a perda
do novo ministro da Agricultura, Blairo Ma- de produtividade canavieira, dizendo que
62
para se ter eficiência na produção do etanol ministro para conhecer de perto as usinas
é preciso alcançar mais de 100 toneladas e fazendas de cana-de-açúcar. "Estamos
por hectare. "Não tem ninguém que dê con- à disposição para receber a visita dele",
ta de um processo como este. Como você disse.
vai subsidiar um setor que vai continuar pro- De acordo com o presiden-
duzindo 60 toneladas?", disse Maggi. Mes- te da consultoria Datagro, Plinio Nastari,
mo sem polemizar as declarações do novo o setor precisa de regras mais claras. "Os
ministro, a presidente da União da Indústria investimentos só voltarão quando ficar cla-
de Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Fa- ra a definição da regra de competitividade
rina, deu seu recado dizendo que "em 40 entre etanol e gasolina e ainda qual será a
anos, os ganhos de produtividade foram de regra seguida pela Petrobras para o preço
3% ao ano". da gasolina na refinaria? Não existe ainda
Diante da postura de Maggi, uma clareza da política fiscal, federal e es-
a presidente da Unica questionou a políti- tadual", disse Nastari. "Enquanto essa políti-
ca de controle de preços da gasolina para ca não ficar conhecida e definida de forma
frear a inflação, que atingiu o etanol por transparente, não haverá segurança para a
causa da paridade entre os dois combus- retomada de investimentos."
tíveis. "O setor sofreu com o resultado da Enquanto as regras não forem
política de controle de preços dos com- definidas, Nastari acredita que os investi-
bustíveis. A retração da receita do setor mentos para o setor serão destinados para
atinge, desde 2005, R$ 10 bilhões por sa- o aumento da capacidade de moagem e
fra", afirmou Farina, que convidou o novo para a produção de açúcar, etanol anidro
A FEIRA
A ESTA NOVIDADE N
CONFIR & AGROCANA 2016 I
O IN
FENASUCR E EXPOSIÇÕES ZAN
CENTRO D o | Sertãozinho - SP g
st in
23 à 26 Ago talpine Böhler Weld
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Estande vo
ARCING
CHAPISCO, LATERAL, BASE, SOBREBASE E PICOTE
EM UM SÓ EQUIPAMENTO É POSSÍVEL
ESPECIALMENTE DESENVOLVIDO PARA REVESTIMENTO EM
FRISOS DOS ROLOS DE MOENDAS DAS USINAS DE AÇÚCAR.
67
Ale Carolo / alecarolo.com
68
com a ascensão do presidente em exercí-
cio Michel Temer (PMDB) ao cargo efetivo.
"O novo governo gera o otimismo, mesmo
que as condições econômicas não sejam
diferentes do ano passado", disse. Rodri-
gues citou desafios, além da crise econômi-
ca, a serem enfrentados pelo agronegócio,
como a logística, o seguro rural, a abertura
de novos mercados e as legislações que
continuam "obsoletas e precárias".
Mesmo assim, o ex-ministro
afirma que o novo governo se mostra dis-
posto a resolver essas questões sem inter-
ferência no setor. Ele elogiou a integração
entre os três ministros que considera mais
importantes para o agronegócio: Blairo Ma-
ggi (Mapa), José Serra (Relações Exteriores)
e Henrique Meirelles (Fazenda). "Há o senti-
mento que o novo governo mostra disposi-
ção e trabalha integrado para corrigir essas
questões todas, sem a interferência no mer-
cado", disse.
Confiança - De acordo com Ale Carolo / alecarolo.com
69
Plano Agro +
SNA
Lançamento do Plano
para desburocratização
do agronegócio
O
Governo Federal lançou em agos- (Mapa), Blairo Maggi. “Queremos um Bra-
to o Plano Agro +, voltado para o sil mais simples para quem produz e mais
aumento de eficiência e redução forte para competir”, destacou Maggi, re-
da burocracia no agronegócio brasileiro. forçando o propósito do governo federal de
Entre as medidas a serem implementadas colocar em prática 69 medidas destinadas
imediatamente está o fim da reinspeção a modernizar e desburocratizar normas e
em portos e carregamentos vindos de uni- processos do Mapa.
dades com Serviço de Inspeção Federal Para o ministro, o plano vai
(SIF). Com a eliminação desses entraves, transferir dinheiro da ineficiência para a efi-
o setor privado e o governo devem ter um ciência, trazendo benefícios para a socie-
ganho de eficiência estimado em R$ 1 bi- dade. O plano, acrescentou Maggi, busca
lhão ao ano, valor que representa 0,2% do justamente otimizar os recursos para pro-
faturamento anual do agronegócio brasilei- porcionar ganhos ao setor produtivo, que
ro, calculado em cerca de R$ 500 bilhões. poderá assim gerar mais emprego e renda
A cerimônia de lançamento ao longo da cadeia do agronegócio. Os
do Plano Agro + contou com a presença principais obstáculos burocráticos exis-
do presidente Michel Temer e do ministro tentes no Mapa foram identificados por um
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento grupo de trabalho criado pela Portaria nº
70
Noaldo Santos / Mapa
109, de 2006.
Os técnicos do ministério ana-
lisaram 315 demandas do setor produtivo e
estabeleceram 69 medidas para implantar
nesta primeira fase do Plano Agro +. Com
isso, o governo atenderá reivindicações de
88 entidades representativas do agronegó-
cio brasileiro. “O plano será ampliado em
60 e em 120 dias, quando novas normas e
processos deverão ser simplificados”, dis-
se o secretário-executivo do Mapa, Eumar
Novacki. Desburocratização do Mapa é uma das
metas do novo secretário-executivo do
Eixos - Com medidas de cur- Mapa, Eumar Novacki
to, médio e longo prazos, o Agro + tem dois
eixos: Modernização e Desburocratização
e o Marco Regulatório do Plano de Defesa da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)
Agropecuária. O foco é a redução da buro- para desenvolver ferramentas capazes de
cracia, que hoje interfere na execução dos agilizar a troca de informações entre as
serviços. O Mapa acelerou a implementa- autoridades sanitárias e os países impor-
ção do Manual de Boas Práticas Regula- tadores do agronegócio brasileiro. Entre
tórias de Defesa Agropecuária, priorizou as medidas do Plano Agro + estão: Fim da
as demandas de automação desta área e reinspeção nos portos e carregamentos
deu celeridade à revisão de normativas da vindos de unidades com SIF; Lançamento
Defesa Agropecuária. Isso está sendo feito do sistema de rótulos e produtos de ori-
por meio de portarias e instruções normati- gem animal; Alteração da temperatura de
vas para reorganizar e fortalecer a tramita- congelamento da carne suína (-18ºC para
ção de normas. -12ºC); Revisão de regras de certificação
O Mapa também vai estabe- fitossanitárias; e Aceite de laudos digitais
lecer cooperação com a Confederação também em espanhol e inglês.
71
Plano Agro +
O
ministro da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa), Blairo
Maggi, reuniu 27 superintenden-
tes federais da pasta no final de agosto
para discutir o planejamento de ações de
modernização e diretrizes para 2017 e o
alinhamento com a atual gestão. Na opor-
tunidade Maggi incentivou os superinten-
dentes a não terem receio de tomar deci-
sões. “Quando a gente toma as decisões
dentro da normalidade das regras e com
bom senso é muito difícil que você seja Ministro da Agricultura, Pecuária e
atropelado.” Abastecimento (Mapa),
Blairo Borges Maggi
A reunião foi motiva pelo fato
de muitas superintendências esperarem
por determinações de Brasília para adotar rintendências, a desburocratização de
medidas que poderiam solucionar proble- processos e aproximação entre esses ór-
mas locais. O ministro lembrou ainda que gãos. A coordenadora-geral de Apoio às
o papel do Mapa é equilibrar e regular o Superintendências, Lizane Soares Ferreira,
sistema e precisa ser ágil nessa atribuição. disse que a postura favorável do Mapa em
A ideia do ministro está em relação à autonomia possibilita agilidade e
sintonia com o conceito do Plano Agro +, redução de custo. “Assuntos e ações que,
voltado à desburocratização, moderniza- eventualmente, estão centralizados no
ção e maior eficiência do Mapa. “O bom Mapa podem ser decididos por meio dos
de trabalhar é ver as coisas funcionarem. superintendentes e suas equipes. Desbu-
Ver as coisas andarem. Vocês não são im- rocratizar esses processos permite melho-
portantes porque dizem não, mas sim por- rias na gestão em cada estado”, salientou.
que dizem sim, porque buscam soluções, No planejamento de diretri-
buscam alternativas”, disse Maggi aos su- zes para 2017 estiveram na pauta a redu-
perintendentes. ção de custos por meio da terceirização
No encontro foram analisados de frotas de veículos que vão a campo e
pontos em comum de cada região com o também a simplificação de procedimen-
objetivo de alinhar ações que permitam tos realizados entre as superintendências
a modernização e autonomia das supe- e o Mapa. (com Mapa)
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73
Fenasucro&Agrocana 2016
C
onsiderada o termômetro do setor retomada. O balanço final divulgado no iní-
sucroenergético e atraindo com- cio de setembro pela organização do even-
pradores do mundo todo que bus- to apresenta um crescimento de 3,5% em
cam soluções e novas tecnologias, a 24ª volume de negócios, o que equivale a R$
Fenasucro&Agrocana confirma o cenário de 2,9 bilhões, e supera a expectativa que era
74
Ale Carolo / alecarolo.com
manter o mesmo número da edição passa-
da (R$ 2,8 bilhões).
As rodadas de negócios na-
cionais e internacionais impulsionaram os
negócios na feira gerando cerca de US$
390 milhões e mais de US$ 130 milhões em
prospecções. As reuniões comerciais foram
fruto das rodadas de negócio internacionais
promovidas pelo Projeto Brazil Sugarcane
Bioenergy Solution, uma parceria entre o
Arranjo Produtivo Local do Álcool (Apla) e a
Agência Brasileira de Promoção de Expor-
tações e Investimentos (Apex-Brasil) e das
rodadas nacionais, promovidas pelo Ceise
BR e Reed Exhibitions Alcantara Machado.
Em apenas quatro dias foram
gerados, oficialmente, 562 encontros de
negócios para promoção de toda a ca-
deia produtiva da cana-de-açúcar brasilei- Segundo Flavio Castelar, diretor executivo do Apla, a feira atraiu
ra. "Nesta oportunidade, atraímos clientes clientes em potencial vindos de vários países das Américas, "o que
mostra o interesse global nos produtos, soluções, tecnologias e
em potencial vindos da Argentina, Bolívia, serviços ofertados pelo mercado brasileiro"
Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador,
México, Nicarágua, Peru, Uruguai e Vene- fundamental para desenvolver negócios.
zuela, o que mostra o interesse global nos "Com a diminuição da atividade interna no
produtos, soluções, tecnologias e serviços Brasil, as empresas estão em busca da ex-
ofertados pelo mercado brasileiro", avaliou portação, assim elas ficam mais protegidas
o diretor executivo do Apla, Flavio Castelar. das sazonalidades e isto só trará benefícios
Pela primeira vez no evento, para a própria empresa e para o País", dis-
Franklin Esperon, superintendente do En- se.
genho Presidente Benito Juarez, do Mé- Mais do que vendas imedia-
xico, participou das rodadas de negócios tas, o Projeto Brazil Sugarcane Bioenergy
em busca de novas tecnologias na área de Solution tem a finalidade de aumentar os
produção de açúcar. "Buscamos continuar destinos da exportação brasileira, construir
projetando a planta e incrementar nossa mercado externo e ampliar o relacionamen-
moenda, temos a meta de aumentar de 12 to com potenciais clientes. "O processo
mil para 15 mil toneladas de cana por dia, de compra de nossos produtos e serviços
aqui no Brasil queremos assessoria da tec- é de médio prazo, neste primeiro momen-
nologia brasileira para aumentar nossa pro- to a intenção é mostrar nossa tecnologia,
dução", disse. inovação e eficiência em produção e pro-
Presente no espaço de negó- cessamento da cana-de-açúcar", declarou
cios, Guilherme Pfisterer, gerente da área Castelar.
de Comércio Exterior do Banco Nacional Na ação comercial do Projeto
do Desenvolvimento (BNDES), acredita que Brazil Sugarcane, os compradores estran-
a iniciativa do Projeto Brazil Sugarcane é geiros fizeram visitas técnicas na região de
75
Ale Carolo / alecarolo.com
Fenasucro&Agrocana 2016
Ribeirão Preto. Os visitantes internacionais conheceram as insta-
lações da Usina Viralcool - Unidade Castilho e do Instituto Agro-
nômico Campinas (IAC) onde acompanharam palestras proferidas
por pesquisadores e também visitaram os campos de pesquisa em
cana-de-açúcar da unidade.
Crescimento - Segundo o gerente geral da
Fenasucro&Agrocana, Paulo Montabone, o aumento do volume
de negócios demonstra a força do evento para o setor. “Os nú-
meros refletem aquilo que vimos antes e durante os dias de feira.
Muitas empresas apostaram e vieram pela primeira vez porque
acreditaram que o evento seria o ponto de partida da retomada”,
comenta. “Esta edição foi marcada por um clima bastante positivo
e realmente acreditamos que a feira representou a ponte para a
retomada do setor sucroenergético”, completou Paulo Gallo, pre-
sidente do Ceise Br.
A feira também se consolida como plataforma de al-
Paulo Montabone: "Os números refletem aquilo
ternativas, soluções e inovações tecnológicas, reunindo mais de mil que vimos antes e durante os dias de feira. Muitas
marcas que apresentaram produtos voltados para toda cadeia pro- empresas apostaram e vieram pela primeira vez
porque acreditaram que o evento seria o ponto de
dutiva canavieira. Este ano, 35 mil visitantes compradores passa- partida da retomada”
ram pela feira – em 2015 o número foi de 33 mil – vindos de todos os
estados brasileiros e 46 países de todos os continentes do mundo.
Ale Carolo / alecarolo.com
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Fenasucro&Agrocana 2016
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LALLEMAND Biofuels MECAT
PARKER PROTENDIT
TEXACO TREFITA
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Negócios
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Agradecemos a todos os nossos Patrocinadores que estiveram mais um ano conosco!
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Arquivo
Fitossanidade
O
efeito da maior infestação de pra- foi incorporado ao modelo de projeção da
gas e doenças nos canaviais do Job com um impacto negativo de 2,5 %.
Centro-Sul do Brasil alterou as Sendo assim, a estimativa de produção de
projeções da Job Economia para a produ- cana foi reduzida em aproximadamente 16
ção de açúcar e etanol na safra 2016/17. milhões de toneladas, para 602 milhões de
De acordo com a consultoria, este cenário toneladas, queda de 15,7% em relação à
84
Arquivo
temporada passada.
A produção de açúcar pelas
usinas do Centro-Sul foi estimada em 34,8
milhões de toneladas, 800 mil toneladas
abaixo da previsão anterior. Mesmo as-
sim, a projeção indica aumento de 3,6 %
na comparação com a safra passada, por
conta do incremento do volume de produ-
ção das usinas em um cenário de preços
favoráveis. Já a produção de etanol foi es-
timada em 25,4 bilhões de litros, ante 26,2
bilhões na previsão anterior, uma queda de
2,8% em relação à safra 2015/16.
De acordo com a Job, a pro-
dução de etanol anidro (misturado à gaso-
Sphenophorus levis
lina na proporção de 27%) deve girar em Algumas delas, como besouros e cupins, (bicudo da cana-de-
torno de 10,7 bilhões de litros, praticamen- muitas vezes são observadas no canavial açúcar)
te estável ante a temporada passada. Já somente após terem causado danos, uma
a fabricação de etanol hidratado (usado vez que são pragas de solo e, por isso, de
em motores flex) pode sofrer uma queda difícil detecção.
de 2,9% na comparação anual, para 14,7 Para uma produtividade de
bilhões de litros. 80 toneladas por hectare, as perdas oca-
Pragas e doenças da cana, sionadas pela broca para cada 1% de in-
portanto, são desafios constantes para tensidade de infestação são de 616 quilos
os produtores, especialmente diante de de cana, 28 quilos de açúcar e 16 litros
um cenário econômico desfavorável, com de etanol, aproximadamente. Os prejuízos
queda de receita e de investimentos, di- causados pela cigarrinha-da-folha, por
ficuldade para se obter financiamentos, exemplo, têm chegado a 17,5% de perda
entre outros entraves. De acordo com o no processo industrial, quando a popula-
Instituto Agronômico (IAC) de Campinas, ção de adultos chega a 0,7 indivíduo por
SP, órgão ligado ao Governo do Estado de colmo. Já a espécie Heterotermes tenuis
São Paulo, os nematoides podem reduzir chega a causar perdas da ordem de dez
a produtividade da cana do primeiro corte toneladas por hectare, por ano, sobretudo
de 20% a 30%, além de diminuir a produ- em solos arenosos. A cigarrinha-da-raiz é
tividade das soqueiras de 10% a 20% por responsável por perdas de 11% na pro-
corte e reduzir a longevidade do canavial dutividade agrícola e 1,5% na produção
em cerca de um corte. de açúcar.
De acordo com a Agência Controle - Os produtores con-
de Informação Tecnológica da Embrapa tam com alguns métodos para controlar a
(Ageitec), mundialmente a cana-de-açúcar incidência de pragas nos canaviais. Vale
contabiliza perdas de aproximadamen- lembrar que um inseto só pode ser con-
te 20% ao ano, considerando somente o siderado praga quando atinge um deter-
ataque de pragas. A planta pode ser ata- minado índice de dano econômico para a
cada por mais de 80 espécies de pragas. cultura plantada. Dependendo da espécie,
85
Embrapa
Fitossanidade
do tamanho populacional da praga, da
fase de desenvolvimento, estrutura vege-
tal atacada e da duração do ataque, pode
haver maior ou menor prejuízo, em quanti-
dade e em qualidade.
Uma das formas de controle
utiliza métodos culturais, que se baseiam
na utilização dos conhecimentos ecológi-
cos e biológicos das pragas, empregando
Método biológico
práticas culturais. As mais comuns são: ro- permite o controle de
tação de culturas; aração do solo; época suas presas. pragas por meio de
inimigos naturais
de plantio e colheita; destruição de restos O método químico constitui-se
de cultura; cultura no limpo; poda; aduba- no uso de inseticidas – compostos químicos
ção e irrigação; e plantio direto entre outros e biológicos – que são aplicados, direta ou
sistemas de cultivo. indiretamente, para matar insetos. O con-
Há também o método de re- trole de pragas é regulamentado por leis e
sistência de plantas, a partir do emprego portarias federais e estaduais, distribuídas
de plantas resistentes a insetos, conside- em diversas modalidades. O cumprimento
rado por muitos o sistema ideal de controle dessas leis proporciona um controle em ní-
devido à possibilidade de permitir a manu- vel nacional, o que ajuda a diminuir a inci-
tenção da praga em níveis inferiores ao de dência das diferentes pragas.
dano econômico, sem causar prejuízos ao Manejo integrado - Spheno-
ambiente e sem ônus adicional ao agricul- phorus levis (bicudo da cana-de-açúcar),
tor. É ideal para ser utilizado em qualquer Metamasius hemipterus (besouro-rajado-
programa de manejo de pragas. -da-cana), Migdolus fryanus (broca-da-
Existem os métodos de con- -cana) são pragas que atacam a cana-
trole por comportamento, a partir de estu- -de-açúcar. De acordo com o engenheiro
dos de fisiologia dos insetos. Esses méto- agrônomo José Francisco, da Global Cana,
dos não apresentam riscos de intoxicação um dos empecilhos no manejo é a iden-
para o homem e para animais domésticos, tificação correta dessas pragas. "Em São
não geram resíduos tóxicos e evitam de- Paulo, 150 municípios têm foco do Sphe-
sequilíbrios ecológicos. Uma das formas nophorus. Em Mato Grosso do Sul, é preci-
de controle por comportamento é o uso de so monitorar. Produzem de quatro a cinco
hormônios de inseto. gerações por ano. Na seca, tem acúmulo
Os métodos de controle fí- de larva e no [período] úmido, de adulto",
sico envolvem processos como queima, alertou Francisco.
drenagem, inundação e temperatura. Já Um dos problemas do besou-
o método biológico permite o controle de ro-rajado-da-cana é que, segundo Fran-
pragas por meio de inimigos naturais, que cisco, o inseto tem se comportado como
se dividem em entomopatógenos: organis- o bicudo da cana. "É importante conhecer
mos causadores de doenças em seus hos- as adaptações das pragas, como vêm se
pedeiros; parasitoides: organismos que se comportando para conseguir fazer o con-
desenvolvem no interior dos hospedeiros; trole", disse. Já para a broca-da-cana,
e predadores: organismos que matam Francisco falou que "o manejo deve ser
86
87
Embrapa
Fitossanidade
mais pesado. É uma praga de difícil visualização, porque sai para Para Leandro Béber, enge-
acasalar e volta rapidamente para o colmo". nheiro agrônomo da Syngenta, a aplica-
A indicação é realizar o monitoramento das pragas em ção de produtos é necessária para con-
quatro pontos por hectare (30% de cada talhão em 100% do talhão). trolar a praga. Mas um dos problemas
No caso de barreira química, ele aconselha o uso de equipamentos averiguados é que muitas vezes as apli-
com robustez, que atinjam de 30 cm a 60 cm de profundidade para cações são malfeitas (aplicações em área
realizar as aplicações de inseticidas. total; bicos entupidos/desregulados; etc);
Outra praga que acomete a cana-de-açúcar é a cigar- com baixa dose de inseticidas; problema
rinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata). "Hoje, um dos grandes na qualidade da água de aplicação, entre
problemas, principalmente em áreas de expansão, é que há banco outros. "A aplicação malfeita diminui a efe-
de ovos por causa das pastagens anteriormente cultivadas também tividade do controle", afirmou.
com pastagens. Mas se fizer um controle bem feito, é possível con- Béber concorda que a amos-
viver tranquilamente", afirma José Francisco, engenheiro agrônomo tragem nas usinas é um gargalo. "Tem que
da Global Cana. haver uma equipe para fazer a avaliação
Entre as ações recomendadas por Francisco estão o a cada 15 dias no período de maior inci-
desenleiramento da palha na linha para permitir que a insolação dência. O primeiro controle deve ser feito
chegue até os ovos da cigarrinha (não é em toda região que isso é na 1ª geração da cigarrinha. A gente sabe
possível), e o uso de variedade de cana precoce e o recolhimento que a equipe nas usinas atualmente está
da palha em excesso. reduzida, mas o ideal é ter uma equipe
"A metodologia de amostragem da cigarrinha é um desa- específica para o controle de pragas".
fio. Orientamos fazer a amostragem em quatro pontos de 2 metros por Controle biológico - O chefe
hectare, sendo 30% de cada talhão em 100% do talhão. Se o número adjunto de P&D da Embrapa Agropecuá-
de ninfas for acima de 2 ninfas por metro é necessário fazer a zona de ria Oeste, Harley Nonato de Oliveira, des-
manejo", disse o engenheiro agrônomo José Francisco. taca a importância de se conhecer a qua-
88
Ourofino Agrociência
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Citricultura
A terra da lar
Objetivo da websérie é
mostrar os benefícios da
cultura da laranja para o Gabriela Brack, de Bebedouro sa Agropecuária (Embrapa), dos 40 mil
campo e para a cidade
hectares de laranjais bebedourenses em
B
ebedouro já foi conhecida como 1988, sobraram pouco mais de 13 mil em
a “Cidade da Laranja”. Muitos dos 2014. No entanto, ainda é possível respirar
extensos pomares responsáveis por o cheiro da fruta. E quem se mantém na
este título até o final da década de 1990 atividade tem a esperança de resgatar a
não existem mais. De acordo com levan- tradição.
tamento da Empresa Brasileira de Pesqui- Prova disso é que a Asso-
90
Divulgação CitrusBR
anja? É aqui!
ciação Nacional dos Exportadores de Su- tende criar um banco de dados sobre a
cos Cítricos (CitrusBR) incluiu Bebedouro citricultura em três polos: Bebedouro, Ara-
e mais duas cidades num projeto que visa raquara e Matão.
chamar a atenção dos Governos Estadual O diretor executivo da Citrus-
e Federal e pessoas ligadas ao setor para BR, Ibiapaba Netto, explica que a websé-
a importância da cadeia produtiva. Com a rie vai abordar a relevância e os impactos
websérie “Laranja: Patrimônio de São Pau- econômicos da laranja para a economia
lo, Patrimônio do Brasil”, a entidade pre- paulista e do país. “Hoje, com as ferramen-
91
Citricultura
Divulgação CitrusBR
momento em que os aspectos positivos
são mostrados. “Primeiramente, queremos
que o setor se enxergue com a mesma
relevância que nós enxergamos e, num
segundo passo, que as classes políticas
tenham mais informações sobre todos os
benefícios que a laranja e o suco trazem
para a sociedade”.
Bebedouro foi escolhida por
ter sido considerada um dos berços da ci-
tricultura no país. “E ainda pela importân-
cia que tem, não só por continuar havendo
muitos produtores na região, mas também
pelas fábricas de suco instaladas”. A ideia
da CitrusBR é, também, apresentar o ta-
manho do “efeito multiplicador” da laranja,
que gera empregos nas zonas rural e urba-
na, na indústria e no comércio, e influencia
na arrecadação de impostos. “E nada me-
lhor do que a gente das próprias cidades
para mostrar isso”.
A websérie é filmada parale-
lamente nas três localidades. “Não quere-
mos mostrar uma cidade por capítulo, mas
um diferente aspecto comum para cada
uma delas”. Até esta primeira quinzena de
outubro, o projeto havia captado cerca de
80% das imagens e depoimentos. Estão
confirmadas as participações do ex-minis-
tro da Agricultura Roberto Rodrigues, do
ex-secretário da Agricultura de São Paulo
João Sampaio e do economista José Ro-
berto Mendonça de Barros.
A previsão de lançamento é
Carregamento de laranja
em pomar da região
para o fim do mês. O teaser, divulgado no
de Bebedouro: área de
tas digitais, é possível produzir esse tipo dia 8 de setembro, antecipou parte do que
cultivo passou de 40 mil de conteúdo sem estar atrelado a outros vem pela frente. “A proposta é surpreender
hectares para 13 mil
canais de distribuição, como a televisão”. o mercado com um produto bem bacana
Ele acredita que a iniciativa irá e, acima de tudo, que represente o setor”.
sensibilizar os grupos políticos sobre a si- Importância - O presidente
tuação da cultura, vista como um “enorme do Sindicato Rural de Bebedouro, José
patrimônio, que às vezes fica um pouco Oswaldo Junqueira Franco, destaca a rele-
escondido”. Segundo o diretor, o resgate vância do projeto para a valorização da ca-
da cadeia produtiva é possível a partir do deia produtiva. “A citricultura foi muito im-
92
Divulgação CitrusBR portante para o Estado de São Paulo e
para Bebedouro”. Ele analisa o impacto
provocado pela laranja na economia da
região, que não envolve apenas donos
de terras, mas distribuidores, colhedo-
res e confecção de peças para máqui-
nas agrícolas. “Tudo isso contribui para
a renda do município”.
Para Franco, a iniciativa
deve ser ainda mais celebrada por não
ser direcionada apenas aos citriculto-
res. “Doenças como o cancro cítrico, o
greening e a pinta preta têm provoca-
do a destruição de pomares, e não vai
adiantar enquanto o produtor não tiver
perspectivas para plantar e colher”,
diz, apontando, como solução, maior
investimento em pesquisas. “A campa-
nha da CitrusBR é válida no sentido de
despertar a atenção do governo para o
investimento no controle sanitário desta
cultura”.
O citricultor Benedito Ruiz
Gamito também considera fundamental
a realização desse tipo de ação. “Neste
país, quando se fala em poder público,
as coisas são muito complicadas. É
tudo muito demorado, burocrático. Mas
alguém tem que tentar”. Gamito avalia o
momento enfrentado pela cadeia. “Está
ficando cada vez mais caro. E estamos
produzindo pouco. Estou até pensan-
do em trocar de cultura. Vou ‘teimar’ só
mais um pouco”.
Continuidade - O diretor
executivo da CitrusBR conta que o pro-
jeto pode ser considerado uma continui-
dade de outra websérie, “A Ciência do
Suco de Laranja”, produzida pela asso-
ciação em parceria com a Universidade
Estadual Paulista (Unesp) e divulgada
de março a julho. Foram oito capítulos,
Bebedouro foi escolhida para a websérie com o objetivo de informar sobre os
porque foi um dos berços da citricultura no
país e pelas fábricas de suco que mantém
benefícios do consumo da fruta para a
93
Divulgação CitrusBR
Citricultura
94
95
Mudanças Climáticas
2016
pode ser o ano
mais quente
da história
O
ano de 2016 caminha para ser o riores aos níveis pré-industriais e 0,88°C
mais quente já registrado, com acima da média de 14ºC do período de
temperaturas globais superiores referência 1961-1990.
aos recordes de 2015. Dados prelimina- De acordo com o secretário-
res da Organização Meteorológica Mun- -geral da OMM, Petteri Taalas, a tendência
dial (OMM) indicam que as temperaturas de aquecimento aumentou em 2015 e 2016
anotadas de janeiro a setembro deste por conta do fenômeno meteorológico El
ano foram aproximadamente 1,2ºC supe- Niño, que afeta o Oceano Pacífico Tropical
96
Arquivo
Arquivo
97
Mudanças Climáticas
99
Mudanças Climáticas
Ritmo de emissões
Arquivo
de CO2 desacelera
A
s emissões globais de gases CO2 na atmosfera, grandes respon-
sáveis pelo efeito estufa, parecem estar estabilizadas. De acordo
com pesquisadores da Universidade de East Anglia (UEA) e do
Global Carbon Project - que reúne cientistas do mundo inteiro - em 2015
foram emitidas 36,3 gigatoneladas de CO2 (GtCO2), um aumento de
apenas 0,2% em relação a 2014. O relatório projeta o aumento de apenas
0,2% para 2016 em relação ao ano passado.
Para os cientistas, é uma ruptura clara em relação ao rápido
crescimento das emissões de 2,3% ao ano registrados na década até
2013, com apenas 0,7 % de crescimento observado em 2014. Os novos
dados mostram que o crescimento das emissões ficou abaixo de 1%,
apesar do crescimento do PIB ter excedido os 3%. A queda no uso de
carvão na China é a principal razão. Essa desaceleração, no entanto, Corinne Le Quéré: "As emissões globais
agora precisam diminuir rapidamente e não
ainda é insuficiente para deter as mudanças climáticas. apenas parar de crescer"
De acordo com Corinne Le Quéré, diretora do Centro Tyn-
dall da UEA, que liderou a análise de dados, este terceiro ano de quase
Arquivo
nenhum crescimento nas emissões é sem precedentes em um momento
de forte crescimento econômico. "Embora contribua para combater as
alterações climáticas, não é suficiente. As emissões globais agora preci-
sam diminuir rapidamente e não apenas parar de crescer", disse. Corin-
ne defende cortes mais drásticos nas emissões.
Análise do Global Carbon Budget mostra que, apesar da
estabilização das emissões, a concentração atmosférica de CO2 foi re-
corde em 2015 e poderá ser maior em 2016 por conta dos fracos sumi-
douros de carbono. Isso porque parte das emissões de CO2 é absorvi-
da pelo oceano e pelas árvores e com as altas temperaturas de 2015 e
2016, menos CO2 foi absorvido devido às condições quentes e secas
relacionadas ao El Niño.
"Os níveis atmosféricos de CO2 excederam 400 partes por
milhão (ppm) e continuarão a subir e fazer com que o planeta aqueça, a
menos que as emissões sejam reduzidas para perto de zero", alerta Co-
rinne. Para Glen Peters, pesquisador do Center for International Climate
and Environmental Research, da Noruega, o crescimento das emissões
nos próximos anos dependerá do quanto as políticas energéticas e cli- Para Glen Peters, o crescimento das
emissões nos próximos anos dependerá do
máticas podem impedir novas tendências. "O mais importante é elevar quanto as políticas energéticas e climáticas
a ambição de promessas de cortes nas emissões para que sejam mais podem impedir novas tendências
100
CORRENTE PINO OCO
KMC CT-2HPX
PARA COLHEITA DE CANA-DE-AÇÚCAR
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UT FO RA
IV RM BIL
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T-2HP
KMC C
E
Mudanças Climáticas
Acordo de Paris
é insuficiente para frear
aquecimento global
C
Mesmo com as evidências
científicas incontestáveis, aso não sejam adotadas medi- se todas as metas para 2030 forem cum-
iniciativas para minimizar a das mais drásticas para reduzir pridas não será suficiente para evitar o
mudança do clima têm sido
postergadas e as emissões a emissão de gases do efeito es- aquecimento acima de 2°C. E parte dos
de GEE continuam a tufa do que as estabelecidas no âmbito compromissos assumidos pelos países
crescer
do Acordo de Paris, o teto considerado depende de condições externas, como
seguro para o aquecimento global – de financiamento”, disse Goldemberg.
2ºC acima dos níveis pré-industriais até De acordo com Watson, além
o final do século – pode ser alcançado de pressionar governos e empresas para
já em 2050. A conclusão está no relatório adotarem medidas para reduzir as emis-
"The Truth About Climate Change" (A ver- sões, cada cidadão deve rever seus há-
dade sobre a mudança climática). bitos e dar sua contribuição. “Precisamos
A análise foi coordenada por avaliar como estamos usando a energia
Robert Watson, ex-presidente do Painel em nosso dia a dia, aumentar a eficiência
Intergovernamental de Mudanças Climá- energética de nossa casa, preferir formas
ticas (IPCC) da Organização das Nações alternativas de transporte em detrimento
Unidas (ONU). Entre os autores do docu- dos carros individuais”, afirmou.
mento está José Goldemberg, professor No relatório, os especialistas
emérito da Universidade de São Paulo disseram haver ainda muitos mal-enten-
(USP) e presidente da Fapesp. didos sobre o tema – e também muita de-
“O documento é um alerta de sinformação disseminada de forma deli-
que não podemos ficar confortáveis ape- berada –, o que leva um grande número
nas com os compromissos assumidos no de pessoas a entender as mudanças cli-
Acordo de Paris. Mostramos que mesmo máticas como algo “abstrato, distante e
102
Unesp
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105
Mudanças Climáticas
Amazônia na Rede
Brasil ratifica
no Acordo de Paris
estão a restauração e
reflorestamento de uma
área de 12 milhões de
compromisso de reduzir
hectares
emissões
E
m setembro, o presidente Michel Te- 197 países integram a Convenção Quadro
mer entregou ao secretário-geral da das Nações Unidas sobre Mudança do Cli-
ONU, Ban Ki-Moon, documento no ma (UNFCCC, na sigla em inglês).
qual o Brasil ratifica o Acordo de Paris. O Pelo acordo, o Brasil assume
país se comprometeu, de forma incondicio- oficialmente o compromisso de manter o
nal, a reduzir as emissões de gases causa- aumento da temperatura média global em
dores do efeito estufa em 37% até 2025, na menos de 2°C acima dos níveis pré-indus-
comparação com os níveis registrados em triais e de limitar o aumento da temperatura
2005; e em 43% até 2030. a 1,5°C acima de tais níveis até 2100.
Para entrar em vigor, o acordo Na agricultura, a meta brasi-
precisa ser ratificado (transformado em lei) leira é restaurar e reflorestar uma área de
por pelo menos 55 países responsáveis por 12 milhões de hectares. Os planos incluem
55% das emissões de carbono. Ao todo, ainda a restauração de mais 15 milhões de
106
áreas degradadas e o aumento de 5 mi- de hectares da Amazônia. Mas não se sabe
lhões de hectares no sistema de integra- quem vai plantar as árvores e com qual di-
ção lavoura pecuária e floresta. nheiro. Há insegurança de como isso será
No setor energético, o objetivo feito”, disse.
é elevar para 18% o uso de biocombustí- Ainda segundo Goldemberg,
veis sustentáveis. O Brasil pretende atin- no caso brasileiro, o maior impacto caso
gir 45% de energias renováveis na matriz o limite de 2°C seja ultrapassado é a sa-
energética, dos quais entre 28% e 33% são vanização da Amazônia. “Esse fenôme-
de fonte não hídrica, incluída a energia eó- no alteraria o clima em todo o país, com
lica e a solar. O país ainda pretende ter ga- grande prejuízo para a agricultura. A
nhos de eficiência energética no setor em chuva que cai aqui no centro-sul vem da
torno de 10%. Amazônia”, ressaltou.
Para o Doutor em Ciências Fí- Goldemberg lembrou ainda
sicas - Universidade de São Paulo - José os prejuízos associados à inundação de
Goldemberg, a meta é “adequada”. Ele cidades costeiras, como Santos, no litoral
ressalta, no entanto, que por enquanto paulista, onde está um dos maiores portos
trata-se apenas de uma “manifestação de brasileiros. Um estudo apoiado pela Fa-
intenção”, pois não se especificou de que pesp estimou que o nível do mar na cidade
forma os objetivos serão alcançados. pode aumentar entre 18 e 30 centímetros
“Faz parte da INDC (Contri- até 2050 e entre 36 centímetros e 1 metro
buição Nacionalmente Determinada Pre- em 2100. Sem medidas de mitigação e
tendida, na sigla em inglês) brasileira, por adaptação, os danos econômicos podem
exemplo, o reflorestamento de 12 milhões chegar a R$ 2 bilhões, diz o estudo.
HidroMares
107
Gage Skidmore
Donald Trump, presidente
108
Regent 800 WG. ®
109
Mudanças Climáticas
curtar esse tempo. Uma delas seria notificar a ONU sobre a saída do EUA, segundo maior emissor de CO2, com
país da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança 15% das emissões globais, diminuíram o uso
do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) de 1992, tratado que deu de carvão reduzindo suas emissões em 2,6%
origem ao Acordo de Paris. Se um país não está na convenção, ele no ano passado. Para este ano as emissões
não pode estar no Acordo. dos EUA devem cair 1,7%.
Outra alternativa seria encerrar o envolvimento dos EUA A China, acusada por Trump de
com o UNFCCC e com o Acordo de Paris dentro de um ano. Trump promover uma "farsa" em relação às mudan-
poderia também emitir uma ordem presidencial simplesmente apa- ças climáticas, continua como maior país po-
gando a assinatura do país do acordo firmado na capital francesa. luidor, com 29% das emissões. Mesmo assim,
De qualquer forma, sair do UNFCCC causaria reações internacio- os tigres asiáticos registraram uma redução
nais e dentro do próprio partido Republicano, uma vez que a inclu- de emissões por volta de 0,7% em 2015, em
são dos EUA no UNFCCC foi assinada pelo ex-presidente George H. comparação com o crescimento de mais de
W. Bush e aprovada pelo Senado. 5% ao ano na década anterior. Uma nova re-
Na hipótese de Trump decidir não interromper as trata- dução para este ano está estimada em 0,5%.
tivas estabelecidas no Acordo de Paris, há ainda a ameaça do não Os 28 estados membros da
cumprimento das metas de redução de emissões. Ou seja, os EUA União Europeia (UE) são responsáveis
podem simplesmente não fazer nada. Isso porque não há, no texto pelo terceiro lugar no ranking dos poluido-
do acordo, nenhuma medida punitiva contra países que não atinjam res, causando 10% das emissões globais.
as metas estabelecidas no tratado. Ao contrário de China e EUA, as emissões
Por conta da personalidade polêmica e impositiva, além da de CO2 da UE aumentaram 1,4% em 2015.
pouca afeição às questões climáticas globais, Trump vai enfrentar opo- Já a Índia contribuiu com 6,3% de todas as
sições em todos os cantos do planeta. Por outro lado, o magnata pode emissões globais de CO2, com aumento
colocar a mão na consciência e seguir um caminho ambiental menos de 5,2% em 2015 e tendência de continuar
destrutivo para dar sequência a um dado, no mínimo, considerável. Os um período de forte crescimento.
Arquivo
110
Sistema FAEP
Estudos do Laboratório
pode comprometer
tem menos proteínas
111
Buckeridge: "Mesmo se
parássemos de emitir CO2 a partir
de hoje, a temperatura global
continuaria aumentando até 2050"
IEA/USP
112
113
Plural Comunicação
Saúde Móvel
Heróis em
Foi nesse clima de
descontração, alegria e
de muito profissionalismo
que foi realizado o primeiro
atendimento do Projeto
movimento
Saúde Movel
“
Se as condições da minha família fos- mento em uma das unidades do Projeto
sem outras e minha mãe pudesse ter Saúde Móvel.
me proporcionado um atendimento Pioneiro em instalar consultó-
desses na vida, aos 22 anos eu não pre- rios odontológicos e oftalmológicos dentro
cisaria ter arrancado todos meus dentes de carretas, o projeto, realizado em par-
por dor”, relata, emocionado, José Mar- ceria com a revista Terra&Cia/CanaMix,
cos Souza, 50 anos, ao finalizar atendi- aproveitou de seus trucks e experiência
114
Manutenção Web
Estar entre os primeiros nos resultados de busca do Google faz
toda a diferença para os seus negócios. Hoje, diversos clientes da
Websites Responsivos E-mail Marketing RGB estão colhendo os frutos que uma boa colocação nos
buscadores representa para os negócios das empresas.
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página na área gratuita do Google, quando buscarem pelos seus
produtos e serviços. Para isso, possui todas as ferramentas,
Google Marketing Publicidade e Impressos conceitos e serviços que são fundamentais para se obter a posição
tão desejada: a primeira página no Google.
115
para levar saúde até as grandes empre-
sas. A ideia é facilitar aos funcionários
o acesso a cuidados pessoais básicos.
Segundo dados da Organização Inter-
nacional do Trabalho (OIT), a cada 15
segundos um trabalhador morre vítima
de acidente ou doenças relacionadas às
suas atividades profissionais.
Alan Gatti, gerente do CEAGESP
de Ribeirão Preto e o empresário Para estrear em grande es-
Doreedson Pereira
tilo, parte da estrutura da qual o Saúde
Móvel dispõe, estacionou nos pátios da
Companhia Entrepostos e Armazéns Ge-
rais de São Paulo, o CEAGESP de Ribei-
rão Preto, SP. Com uma área total de 242
mil m² e volume anual de 238,7 mil tone-
ladas de alimentos, a cidade comporta a
maior unidade interiorana da rede, aten-
dendo 190 cidades da região e o sul de
Minas Gerais. “Nossa função é garantir e
administrar o espaço para atender as ne-
Ademir Cipriano da Silva, técnico administrativo, José Camilo
Gava Neto, gerente dos entrepostos do interior da CEAGESP, cessidades de trabalho dos produtores,
Tom Ré, dentista e Allan Gatti, gerente Ceagesp
além do abastecimento das cidades”, ex-
plica Alan Gatti, gerente do CEAGESP de
Ribeirão Preto.
De segunda à sexta-feira as
variedades de frutas e flores atraem cer-
ca de 30 mil visitantes para os 755 boxes.
Por conta disso muita força e empenho
começam a surgir às quatro horas da ma-
nhã, por homens que se encubem de su-
bir e descer mercadorias, em meio a um
considerável trânsito de carrinhos.
Mas com tanto trabalho, es-
forços físicos e horários não convencio-
nais, quando os trabalhadores arrumam
tempo para cuidar da saúde? É aí que
entra o projeto Saúde Móvel, que oferece
atendimento durante três dias a funcioná-
rios e seus familiares.
Pouco a pouco, os permissio-
nistas passaram a incentivar e liberar seus
funcionários em horário de serviço, além
de descontar o valor dos procedimentos
Incentivado pelo patrão, o motorista
Warley Pereira Arantes levou a esposa na folha de pagamento e de maneira faci-
Franscilene Figueira Parros e os dois
filhos do casal para participar da
116
ação Saúde Móvel
litada. A vendedora responsável por oito
boxes no Ceagesp, Vilma Chichitostti Pe-
droci, ficou satisfeita com a ação realiza-
da. “Meu pai ajudou a fundar o Ceagesp.
Começamos há 40 anos com uma porta e
hoje temos oito. É bom ver uma oportuni-
dade dessa para pessoas que precisam.”
Ex-jogador de futebol e fluen-
O haitiano Elie aproveitou a unidade
te em quatro idiomas, o haitiano Elie Villard de oftalmologia
118
por unidade, trabalhando simultaneamen-
te para atender 100 pacientes por dia. O
material instrumental de primeira linha, o
tratamento é indolor, rápido e eficiente e,
além disso, é um dos poucos consultórios
que conta com aparelho digital de Raio-X.
Os procedimentos mais procurados são
as limpezas, tratamentos de canais e ex-
trações dentárias.
Com 36 anos de profissão, o O dentista Antônio Oscar Ré, o Tom Ré,
na unidade móvel de odontologia
dentista Antônio Oscar Ré ressalta a im-
portância de levar a ação para a empresa.
“O trabalhador do CEAGESP tem horário
diferenciado, inverso ao comercial, e che-
ga em casa cansado. A saúde veio atrás
dele assim que estacionamos a carreta,
com liberação ponderada dos funcioná-
rios, sem prejudicar a produção. Cuidado
com a saúde bucal é essencial, pois a
boca afeta o corpo e seus órgãos”.
AposentFácil – Em parceria
com o Saúde Móvel, o projeto conta com
uma tenda que oferece educação previ-
denciária e planejamento de aposentado-
ria. É comum que as pessoas não pensem
em um planejamento em longo prazo ou Hilário Bocchi Júnior, do AposentFácil
119
A revista Terra&Cia | CanaMix e o
Projeto Saúde Móvel se uniram para
promover responsabilidade social,
levando saúde às grandes empresas,
visando o bem estar dos funcionários e
seus familiares. Funcionários saudáveis
e motivados é sinônimo de produção
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Plural Comunicação
Equipe do Projeto
Sáude Móvel
A busca de si,
*Marcelo Dias
encontra o mundo
E
Victor Cabral
m meu último artigo escrevi sobre a importância da ener-
gia interior de um líder. Saber qual é o seu ecossistema
de ação, como potencializar seu pessoal e criar um equi-
líbrio entre ações estratégicas e metas globais para equipe. A
importância que é construir um objetivo em que todos ajudem
a construir.
Para este artigo que encerra o ano de 2016, baseei-
-me no livro “Comunicação não Violenta”, de autoria de Marshall
B. Rosemberg, a fim de uma reflexão sobre a comunicação não
violenta (C.N.V.). Vamos a ela então.
A (C.N.V.) - comunicação não violenta, tem como
foco a necessidade do outro, o que as partes precisam, e não
os gatilhos que dispararam os conflitos. Assim, quando en-
tendemos o ponto de vista do outro, juntamente com nossas
necessidades e expectativas, criamos um circulo virtuoso de Empatia, encorajamento, ho-
sinceridade e abertura para diálogos positivos. nestidade, proximidade, respeito, segu-
A seguir, algumas necessidades básicas que po- rança emocional.
dem lhe ajudar nas relações pessoais, profissionais e sociais.
São apenas sugestões para que você melhore seu diálogo no LAZER:
dia a dia de suas relações e ações. - Diversão (Riso).
COMUNHÃO ESPIRITUAL:
AUTONOMIA: - Beleza, harmonia, inspiração, ordem
- Escolher seus próprios sonhos, objetivos e valores. e paz.
- Escolher seu próprio plano para realizar esses sonhos, ob- NECESSIDADES FÍSICAS:
jetivos e valores. - Abrigo, água, alimento, ar, descanso,
CELEBRAÇÃO: expressão sexual, movimento, exercícios,
- Celebrar a criação da vida e os sonhos realizados. proteção contra formas de vidas ameaça-
- Elaborar as perdas: entes queridos, sonhos etc. (Luto). doras (Bactérias, vírus, etc.), toque.
INTEGRIDADE:
- Autenticidade, autovalorização, criatividade, significados. Desejo um feliz natal e um ex-
INTERDEPENDÊNCIA: celente 2017 a todos!
- Aceitação, amor, apoio, apreciação, calor humano, com-
preensão, comunhão, confiança, consideração, contribuir para *Marcelo Dias é diretor de Marketing do
o enriquecimento da vida. Grupo AgroBrasil
122
A maioria das pessoas tem necessidade de adquirir
um Seguro, tanto para automóveis e bens, quanto
para a família. Esse serviço deixou de ser complemen-
tar, para se tornar essencial.
É BOM ESTAR
Nacional das Seguradoras (CNseg), principalmente no
ramo de pessoas, onde atingiu mais de 12% de cresci-
SEGURO
mento em comparação a 2015.
• SEGURO AUTO;
• SEGURO RESIDENCIAL;
• SEGURO EMPRESARIAL;
• SEGURO VIDA MULHER;
• SEGURO VIDA INDIVIDUAL;
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E MAQUINÁRIOS;
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