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Ribeirão Preto SP • Janeiro 2017 • Ano 18 • nº 215

A VOZ DO AGRONEGÓCIO

RETROSPECTIVA
2016
Reveja algumas das
principais reportagens publicadas pela
Revista Terra&Cia ao longo do ano

Feliz 2017!
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2
3
Arquivo
Editorial

Parceria de Sucesso
Diretor: Plínio César
Contra as
A VOZ DO AGRONEGÓCIO

Diretor de Marketing: Marcelo Dias


incertezas,
Diretor de Comunicação: Marcos Afonso
Consultoria e Eventos: Luiz Zanon
esperança!
Editor Chefe: Doca Pascoal
Reportagem: Doca Pascoal e Marcela Falsarella
Colaboradores desta edição: Marcelo Dias
Revisão: Agostinho Francisco Nicolas
Editor Gráfico: Jonatas Pereira

Parceiros de Mídia:
C omo todos sabemos, 2016 não foi fácil para os brasileiros. Ano de cri-
se econômica e muitas instabilidades políticas, marcadas pela saída
de uma presidente no início de um segundo mandato conturbado e che-
433 AG - larissa@433.ag (41) 3016 0433 gada ao poder de um grupo dissidente do mesmo governo, mas prome-
ARTÉRIA - mídia@arteria.ag (11) 5185 4587 tendo medidas diferentes. Tantas incertezas afetaram a agricultura, tanto
CALIA - bruna@calia.com.br (11) 2122 8600
pelo otimismo em alguns setores quanto pelo pessimismo em outros. A
DOMÍNIO - marcus.lula@dpbr.com.br (31) 3360 0000
E21 - taila.loureiro@e21.com.br (51) 3092 7400 exemplo da maioria dos setores da nossa economia, o agropecuário não
FILADÉLFIA - pedro@filadelfiacom.com.br (31) 3516 0159 via a hora de o calendário anunciar um novo número: 2017 chega trazen-
GUERREIRO - glaucia@guerreiro.agr.br (44) 3026 4457 do, acima de tudo, esperança. De novos dias para o país, de gado gordo
LABCOM - labcom.rp@labcomtotal.com.br (16) 3512 9735 e colheitas fartas.
MCGARRY BOWEN - juliana.berro@mcgarrybowen.com.br
Os primeiros dias de um novo ano são propícios para um
(11) 2173 0354
OXI henrique.miura@oxicomunicacao.com.br (19) 3305 9040 balanço do que foi o período anterior, para uma análise de erros e acertos
PUBLICIS cristina.maria@salleschemistri.com.br e para traçar planos e perspectivas para as futuras safras, em todos os
TUGARE simone.rosa@tugare.com.br (11) 3594 3124 sentidos que essa palavra possa despertar, seja no trato com a terra, seja
em qualquer projeto que assumimos para a vida. Uma reflexão sobre os
Contato: redacao@canamix.com.br principais assuntos que movimentaram o cenário rural nos últimos 12 me-
ses ajuda a entender o contexto que anuncia os próximos 12, permitindo
Outras publicações da Agrobrasil: preparar o terreno para receber as sementes de um amanhã melhor e
Guia Oficial de Compras mais produtivo.
do Setor Sucroenergético Por isso, amigos leitores, apresentamos a você uma retros-
Revista CanaMix pectiva especial, uma viagem pelas principais reportagens publicadas pela
Portal CanaMix Terra & Cia/Canamix no decorrer de 2016. Elas são como as janelas de um
bonde que se dirige novamente aos trilhos do desenvolvimento: oferecem
Publicidade: uma visão geral, um resumo dos desafios enfrentados e das conquistas
Marcelo Dias (16) 99111 0291 alcançadas, o que pode servir como um ponto de partida para a definição
marcelo@canamix.com.br dos novos rumos a serem percorridos.
Marcos Afonso (67) 99189 4425 Terra & Cia/Canamix sempre fez e continua fazendo parte
marcos@canamix.com.br
do vagão ocupado pelos otimistas, os que acreditam na força da agri-
Plínio César (16) 98242 1177
cultura e da pecuária para reverter dificuldades. Força que poderá ser
plinio@canamix.com.br
comprovada nas páginas seguintes: no plantio e na colheita de grãos, na
Assinaturas: redacao@canamix.com.br preocupação dos suinocultores com a crise, na consolidação do Senepol
como raça forte na bovinocultura, na realização de tradicionais eventos,
Grupo AgroBrasil como a Agrishow, a Fenasucro e a Expozebu, nos esforços para resgatar
R. Genoveva Onofre Barban, 495 - 14056-340 a tradição citrícola, na luta contra as pragas e as mudanças climáticas, na
Planalto Verde - Ribeirão Preto - SP preocupação com o bem-estar das pessoas, com o projeto Saúde Móvel,
16 3620 0555 / 3234 6210 / 3446 3993 / 3446 7574 e, finalmente, na expectativa de deci-
www.canamix.com.br sões políticas acertadas.
Você está convidado a
Para assinar, esclarescer dúvidas sobre sua embarcar com a gente, integrando a
assinatura ou adquirir números atrasados: legião de otimistas, esperançosos de
SAC 16 3620 0555 e 3234 6210 que os próximos destinos sejam pai-
2º a 6º feira, das 9h às 12h e das 13h30 às 18h. sagens dignas da pujança do campo. Plínio César
Diretor
Artigos assinados e mensagens publicitárias refletem ponto

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de vista dos autores e não expressam a opnião da revista. É
permitida a reprodução total ou parcial dos textos, desde que
citada a fonte.
Sumário Arquivo

8. SOJA
Safra brasileira deve superar 100 milhões de toneladas

22. SUINOCULTURA
Pecuaristas pedem medidas urgentes contra crise
64
30. RAÇA SENEPOL
Raça que aguenta o tranco

44. 23ª AGRISHOW


Negócios crescem 2% Plural Comunicação

48. PECUÁRIA ZEBUÍNA


Sindi, o coringa das raças
114
58. ABCZ
Caderno

Arnaldo Borges vence com 50,9% dos votos

90. CITRICULTURA 62. NOVO GOVERNO


A terra da laranja? É aqui! Setor sucroenergético na expectativa

96. MUDANÇAS CLIMÁTICAS 70. PLANO AGRO +


2016 pode ser o ano mais quente da história Brasil lança ofensiva para desburocratização do agronegócio

114. Saúde Móvel 74. FENASUCRO&AGROCANA


Heróis em movimento Negócios na 24ª Edição do evento devem alcançar R$ 2,9 bilhões

122. ARTIGO MARCELO DIAS 84. FITOSSANIDADE


A busca de si, encontra o mundo Pragas reduzem projeções da safra 16/17

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Arquivo
Soja

Conab estima que o Brasil

Safra de soja deve


produza 102,1 milhões de
toneladas de soja na safra
2015/16

alcançar três dígitos


pela primeira vez
Da Redação

O
Brasil deve produzir 102,1 milhões de toneladas de soja na safra 2015/16. A
estimativa é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que reduziu
sua previsão de dezembro, que era de 102,5 milhões de toneladas do grão, por
conta de problemas climáticos em algumas regiões do País. De qualquer forma, a esti-
mativa é a maior já registrada na história e pela primeira vez deve alcançar três dígitos.
O crescimento é de 6,1% em relação ao ciclo passado, quando o País produziu 96,2
milhões de toneladas de soja.
A produção total de grãos e oleaginosas do País deverá atingir 210,5 milhões
de toneladas, volume 1,4% superior ao registrado na safra anterior, com aumento de 2,8
milhões de toneladas. Na estimativa de dezembro de 2015 a Conab havia divulgado um
número 0,2% maior, mesmo assim a previsão atual é um recorde histórico. A revisão levou
em conta a falta de chuvas e replantio de lavouras de soja em diversas áreas de Mato
Grosso, maior produtor brasileiro com 28,3 milhões de toneladas, 28% da safra nacional.

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Variedades CTC.
Novas e com 46 anos
de experiência.

Força e robustez gerando


mais produtividade.

Precocidade com
alto teor de açúcar.

Power CTC9004M e Sweet CTC9005HP. De um lado produtividade, do outro alto


teor de açúcar. Mas acima de tudo, o conhecimento, a experiência e a visão inovadora
da marca CTC, construídas em mais de quatro décadas de desenvolvimento e
melhoramento genético. O resultado? Variedades com qualidades únicas.

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Arquivo

Área plantada com soja no País


deve alcançar 33,23 milhões de
hectares na temporada 2015/16
De acordo com o relatório da
Conab “é consenso entre os informantes
consultados que a falta de precipitações irá
proporcionar queda de produtividade e que
a soja precoce será a mais afetada”, diz a
nota em relação ao Mato Grosso. O Paraná
é o segundo maior produtor da oleaginosa,
com estimativa de 18,5 milhões de tonela-
das no ciclo 2015/16. Para este estado do
Sul, a Conab informa que há possibilidade,
ainda não confirmada, de redução do po-
tencial produtivo por conta do excesso de
chuvas e proliferação de doenças.
A Conab elevou sua previsão
de área plantada com soja no País para
33,23 milhões de hectares, crescimento de
3,5% - o equivalente a 1,1 milhão de hec-
tares - em relação à estimativa passada.
A companhia reduziu a previsão de pro-
dutividade nacional para 3,073 quilos por
hectare, ante 3,087 quilos na previsão de
dezembro. A área total para grãos e ole-
aginosas no Brasil está estimada em 58,5
milhões de hectares, aumento de 0,9% so-
bre a temporada passada, que foi de 57,9
milhões de hectares.
As outras culturas apresenta-
Arquivo Faeg

A primeira safra de milho apresenta ram decréscimo na área de plantio, com


redução de 7,7%, passando de 30,1 para exceção da mamona, que teve um cresci-
27,8 milhões de toneladas
mento significativo de 56,4%, passando de
82,1 mil para 128,4 mil hectares. A Conab
realizou essa pesquisa entre os dias 13 e
19 de dezembro. Durante o estudo, foram
levantadas informações de área plantada,
produção, produtividade, evolução do de-
senvolvimento das culturas e pacote tec-
nológico usado pelos produtores, entre
outros fatores.
Milho - De acordo com a Co-
nab, a primeira safra de milho apresenta re-
dução de 7,7%, passando de 30,1 para 27,8
milhões de toneladas. A redução foi atribuí-
da à preferência dos produtores em plantar
soja na mesma área do milho. Depois da co-
lheita, eles têm cultivado o milho de 2ª safra.

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Soja

Embrapa Trigo

Mercio Luiz Strieder é


um dos autores deste

A soja no sistema
artigo

de cultivo
*Mercio Luiz Strieder e Paulo Fernando Bertagnolli

A
soja é hoje a maior fonte direta de renda na agricultura de produção de grãos
no verão. O cultivo de soja no Rio Grande do Sul tem expandido nos anos re-
centes, por vezes, para áreas agrícolas marginais ou com menor capacidade
produtiva. O preço do grão é estável e remunera a atividade agrícola, contribuindo
para mudar o cenário agrícola de diversas regiões do estado.

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Pelas significativas contri- pela microbiota do solo.
buições à sociedade, tanto no meio rural A diversificação dos cultivos
quanto nas cidades, é importante que a de verão com gramíneas como o milho,
soja também contribua para a sustenta- em contraparte ao “mar de soja” hoje
bilidade econômica, ambiental e social predominante, é urgente e necessária
dos sistemas de produção de grãos. para que o período recente de sucesso
Neste contexto, manter e aperfeiçoar a da agricultura seja prolongado e permi-
produção de grãos desta oleaginosa re- ta valorização deste importante setor da
quer encaixe de seu cultivo como um dos economia brasileira e regional.
componentes de espécies agrícolas no O alcance das característi-
sistema de produção de grãos, sempre cas de solo acima mencionadas requer
evitando cultivo isolado e sem diversifica- ainda, além da diversificação de cultivos
ção de espécies de plantas. no verão, o cultivo de toda área do inver-
Embora seja cultura plástica no seguindo indicações técnicas decor-
e com adaptação para ambientes de cul- rentes de pesquisas. A diversificação de
tivo diversos, para alcançar desempenho culturas no inverno e no verão será avan-
agronômico desafiador de 90 a 100 sc/ha ço agronômico expressivo a ser implan-
por exemplo, a soja requer solo fértil e es- tado efetivamente nas próximas safras
truturado, com capacidade de infiltração agrícolas, pois na condição atual do RS
e de armazenamento de água, além da há cerca de 1,2 milhão de hectares culti-
ausência de camada compactada, do- vados com trigo no inverno enquanto no
enças radiculares e nematoides. Prática verão cerca de 6,1 milhões de hectares
agronômica indicada para alcançar estas cultivados com milho e soja dos quais 5,2
características é a diversificação de cul- milhões somente com soja.
tivos, através da rotação e sucessão de Consequência deste novo
culturas no verão e inverno, a qual ainda sistema de produção de grãos a ser es-
propicia alternância na renda da proprie- truturado, como já o foi de forma mais
dade agrícola pela diversificação de pro- equilibrada nos anos 1990 e início dos
dutos colhidos. anos 2000, são solos agrícolas melhor
Diversos estudos conduzidos estruturados e com maior capacidade de
nas últimas três décadas no Sul do Brasil armazenamento de água e de sua dispo-
têm evidenciado que, a cada três ou qua- nibilização às plantas, aos animais e hu-
tro safras de verão, o milho deve compor manos em períodos de chuvas escassas.
a rotação com a soja na safra de verão, Tecnicamente há evidências de que uma
pois este cereal contribui para estrutura- agricultura com maior diversificação nos
ção do solo pelo alto volume de resíduos cultivos de inverno e de verão contribui-
decorrente de seu cultivo. No milho, facil- rá para diminuir os efeitos adversos de
mente obtém-se resíduos de colheita de eventos de El Niño, como tem ocorrido
8-10 t/ha, ao contrário da soja, onde ape- nos meses recentes, e também atenuará
nas cerca de 3 t/ha de palha restam da em muito os efeitos de anos de ocorrên-
colheita de 60 sc/ha, diferença exacerba- cia de La Niña.
da pelo fato dos resíduos de planta da
soja colhida terem alto teor de nitrogênio *Pesquisadores de soja na
e, portanto, rapidamente decompostos Embrapa Trigo

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Soja

Início das chuvas


no sul do Maranhão
anima sojicultores
Arquivo

Desde a segunda

O
semana de janeiro o
volume pluviométrico tem s produtores de soja do sul maranhense estão animados com o início do período
aumentado permitindo que
chuvoso. Desde a segunda semana de janeiro o volume pluviométrico tem au-
os agricultores reiniciassem
o plantio do grão mentado permitindo que os agricultores reiniciassem o plantio do grão. O índice
registrado em dezembro de 2015 foi de apenas 50 milímetros, a pior média histórica das
últimas duas décadas na região. O sul do Maranhão é o terceiro maior produtor de grãos
do Matopiba (região formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Bahia e Piauí).
O atraso no plantio da safra na região fez com que muitos agricultores tro-
cassem a soja pelo milho, uma forma de reduzir os prejuízos provocados pelo fenômeno
El Niño. Isso porque no período ideal para o plantio de soja praticamente não choveu no
sul do Maranhão.
A região do Matopiba, formada por 73 milhões de hectares referentes
aos quatro estados, produziu 9,4% das 209,5 milhões de toneladas de grãos na safra
2014/15. O Matopiba foi responsável por 19,7 milhões de toneladas de algodão em plu-
ma, soja, arroz e milho, em uma área de 5,7 milhões de hectares. A região conta com
quase seis milhões de habitantes e 324 mil estabelecimentos agrícolas. Somente na
soja, o Matopiba produziu 8,7 milhões de toneladas na safra 2013/14.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mais 10
milhões de hectares podem ser incorporados à área plantada, o que reforça a posição

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do Matopiba como nova fronteira agríco- saiu com 1,3 milhão de toneladas. A maior
la do País. Na temporada 2014/15, a pro- produtividade foi registrada no Piauí, com
dução de soja teve aumento de 21,7% e 7.186 kg/ha.
chegou a 10,5 milhões de toneladas, equi- A produção de algodão em
valentes a 11% da produção nacional de pluma do Matopiba, em uma área de 315
soja. mil ha, chegou a 495 mil toneladas na safra
A Bahia se destaca em pro- passada – a maior parte na Bahia. O volu-
dutividade, com 2.940 quilos por hectare me equivale a 32% da produção brasileira.
e 4,2 milhões de toneladas colhidas. E a No cultivo de arroz, Tocantins destaca-se
produção poderia ser maior, não fosse a na produção (605 mil toneladas) e na pro-
lagarta e a mosca branca que atacaram as dutividade (4.745 kg/ha). A região produ-
plantações no início de 2015, além da fal- ziu 986 mil toneladas do cereal na safra
ta de chuva. No ciclo 2013/14, o Matopiba 2014/15, equivalentes a 8% do total nacio-
colheu 4,42 milhões de toneladas de milho. nal. A agricultura no Matopiba tem cresci-
A produção subiu para 4,45 milhões de to- do por conta do baixo preço das terras e
neladas na safra 2014/15, o equivalente a pela uniformidade do clima, solo e relevo, Somente na soja, o
5% do total nacional. O Maranhão sobres- que facilitam a mecanização. Matopiba produziu 8,7
milhões de toneladas na
Shutterstock
safra 2013/14

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16
17
Soja

Arquivo
Safra 2015/16 de soja no

Em Mato Grosso
estado de Mato Grosso
do Sul deve alcançar 7,2
milhões de toneladas

do Sul, safra de soja


deve crescer 4,1%
A
safra 2015/16 de soja no estado de Mato Grosso do Sul deve alcançar 7,2 milhões
de toneladas, crescimento de 4,1% em relação ao ciclo anterior, mesmo com as
chuvas acima da média. A projeção é da Associação dos Produtores de Soja e
Milho do estado (Aprosoja/MS), que lançou oficialmente o início da colheita da soja e do
plantio de milho, dia 14 de janeiro, na capital Campo Grande. De acordo com a entidade,
a produtividade deve manter a média de 50 sacas por hectare. O MS é o quinto maior
estado produtor de grão do Brasil.

18
Arquivo
De acordo com o presidente
da Aprosoja, Christiano Bortolotto, os da-
dos preliminares são positivos, “reflexo
do desempenho do produtor rural que in-
veste em tecnologia e consegue amenizar
os efeitos das intempéries de um super El
Ñino, fortes chuvas e calor intenso”. Bor-
tolotto lembrou que na safra passada o
plantio foi prejudicado pela estiagem e que
na safra que se inicia os produtores aguar-
dam uma redução do índice pluviométrico
para poder iniciar a colheita mecanizada.
A torcida pela redução das
chuvas, no entanto, esbarra nos registros
de média histórica. O estado registra mais
que o dobro da média de chuvas para o
período, condição desfavorável para a
fase de enchimento de grãos e também
para a colheita. Neste cenário, o índice
de comprometimento da produção pode
variar de 5% a 25%. Segundo Bortolotto,
a área comprometida corresponde a 1,37 Consórcio Antiferrugem
registrou dezoito
milhão de hectares, 56,7% do total da área ge a soja na fase de formação das vagens ocorrências de ferrugem
plantada em Mato Grosso do Sul. ou no início da granação, pode causar o asiática da soja em MS,
oito casos a mais que no
O presidente da Aprosoja/ aborto e a queda das vagens, resultando mesmo período anterior
MS disse também que as chuvas em ex- em até perda total do rendimento.
cesso afetam estradas e pontes, deixando Milho - Após a colheita da
propriedades isoladas. Os municípios que soja, os produtores do Mato Grosso do
mais sofrem as consequências das chuvas Sul iniciam o plantio do milho safrinha, ou
ficam na região Sul do estado. Entre eles de 2ª safra. Para a temporada 2015/16, a
estão Amambaí, Antônio João, Aral Morei- Aprosoja estima que o estado tenha uma
ra, Caarapó, Coronel Sapucaia, Deodápo- área cultivada de 1,79 milhão de hectares,
lis, Douradina, Dourados, Eldorado, Igua- 4% superior ao ciclo anterior. O volume de
temi, Itaporã, Itaquitaí, Japorã, Jateí, Juti, grãos deve superar, nesta primeira estima-
Laguna Carapã, Mundo Novo, Naviraí, Pa- tiva, os 9,5 milhões de toneladas, cresci-
ranhos, Ponta Porã, Sete Quedas e Tacuru. mento de 4,1% ante a temporada 2014/15.
Praga - Outra preocupação Segundo Bortolotto, se a pro-
dos produtores diz respeito ao controle da dutividade média do milho se mantiver em
ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi) 88 sacas por hectare, mesmo volume re-
no estado. De acordo com informações do gistrado na safra anterior, o estado de Mato
Consórcio Antiferrugem, houve 18 ocorrên- Grosso do Sul continuará em 3º lugar no
cias da doença no MS, oito casos a mais ranking nacional de produção, superado
que no mesmo período do ano passado. apenas pelos estados do Mato Grosso e
Em casos severos, quando a doença atin- Paraná.

19
United Soybean Board
Soja

USDA reduz estimativa


Lavoura de soja em Ohio,
Estados Unidos

para safra de soja dos EUA


A
s lavouras de soja nos Estados Brasil foi mantida igual a de dezembro de
Unidos deverão produzir 106,95 2015, com uma produção de 100 milhões
milhões de toneladas do grão na de toneladas para o ciclo 2015/16. O con-
safra deste ano. A estimativa é do Departa- sumo interno no Brasil deve alcançar 43 mi-
mento de Agricultura dos Estados Unidos lhões de toneladas. As exportações estão
(USDA) que revisou para baixo a sua pre- estimadas em 57 milhões de toneladas e
visão divulgada no relatório de dezembro, os estoques devem encerrar a temporada
que foi de 108,35 milhões de toneladas. A com 19,31 milhões de toneladas do grão.
expectativa de menor oferta também rebai- Na Argentina, o Departamento
xou a estimativa do consumo interno, que de Agricultura dos Estados Unidos prevê
caiu de 55,06 milhões em dezembro para uma safra de 57 milhões de toneladas na
55 milhões de toneladas em janeiro. safra 2015/16, mantendo a estimativa de
Em relação às exportações, a dezembro passado. Os argentinos devem
estimativa da USDA indica uma redução de consumir 47,9 milhões de toneladas de soja
46,68 milhões para 45,99 milhões de tone- no mercado doméstico. As exportações
ladas da oleaginosa. Já a projeção de es- estão estimadas em 11,8 milhões e os esto-
toques finais foi revisada de 12,65 milhões ques devem finalizar ano-safra 2015/2016
para 11,96 milhões de toneladas. De acor- com 28,96 milhões de toneladas.
do com o relatório mensal do departamento A safra global foi estimada
norte-americano, “a produção caiu com me- pela USDA em 319,01 milhões de tonela-
nor produtividade e área colhida. A previsão das, com um consumo interno de 314,04
de preço média da soja na fazenda está milhões e exportações de 129,79 milhões
entre US$ 8,05 e US$ 9,55 por bushel (US$ de toneladas. Os estoques finais da safra
295,78 e US$ 350,90 por tonelada)”. 2015/16 em todo o planeta devem ser de
A estimativa da USDA para o 79,28 milhões de toneladas da oleaginosa.

20
BIOCOMBUSTÍVEL | TERRAS | MECANIZAÇÃO | ALGODÃO | ARROZ | BATATA | CAFÉ | CITROS | HORTIFRUTIS | MILHO | SOJA

Lançamento AGRIANUAL 2017


Como o produtor rural lida
com o seu dinheiro?
O tema central da 22ª edição do Agrianual
abordará a maneira como o produtor lida com
os recursos financeiros do seu negócio.
Pensando nisso, esse ano escolhemos um tema
que ajude o empresário agrícola enxergar além
da sua produção e tenha uma perspectiva
empreendedora, inovadora, criativa e resiliente
as mudanças de mercado.

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/informafnp /iegfnp
21
Suinocultura

Produtores
de suínos pedem
medidas urgentes
contra crise
Produtores de suínos alertam
para os sérios riscos de

A
quebradeira e desemprego caso
o governo federal não intervenha suinocultura é um dos setores que mais sofrem com a falta de um plano bem es-
para minimizar impactos que o
truturado de abastecimento no Brasil, necessário para dar segurança à atividade
segmento já sente
em época de commodities valorizadas pelo fortalecimento do dólar. O setor sofre
com uma combinação de alta no preço do milho e baixa no preço do suíno vivo, e com
a falta de oferta de milho no mercado a preço compatível com um patamar aceitável em
termos de custo de produção. Em razão disso, a Associação dos Suinocultores do Para-
ná (APS) alerta para sérios riscos de quebradeira e desemprego caso o governo federal
não intervenha para minimizar impactos que o segmento já sente.
Em meados de fevereiro, lideranças do setor estiveram reunidas com repre-
sentantes da União, no Palácio do Planalto, em Brasília, DF, para reivindicar uma postura
efetiva do Governo Federal diante do agravamento da crise na suinocultura brasileira. O
grupo de produtores foi recebido pelo assessor especial da presidência, Carlos Eduar-

22
também o pequeno produtor em situações de emergência, como a
verificada agora, com o crescimento das exportações de milho, haja
vista que em época de câmbio favorável às exportações, além do
preço elevado, não há oferta de produto no mercado interno. Tan-
to Dariva quanto Losivanio entendem que de nada adianta colocar
uma pequena quantidade de milho em leilão. Para eles o ideal neste
momento seria venda de milho balcão, em preço que não aumente
ainda mais os custos de produção do suinocultor.
Outra questão reivindicada é que o governo disponibili-
ze, através das suas instituições financeiras, recursos para financiar
estoques de milho, para pagamento num prazo de 18 a 24 meses,
assim como financiamentos para retenção de matrizes e evitar que
plantéis sejam desfeitos, além da criação de uma linha de crédito
para frigoríficos que estão com Inspeção SIM, SIE e SISBI, possibili-
tando que eles ingressem no SIF para também exportar seus produ-
tos, aliviando a concorrência no mercado nacional.
Os produtores também querem que o Governo inclua a
simplificação das exigências do MAPA para modernização de plan-
tas frigoríficas e para a emissão de rótulos de embalagens e o pedi-
do para a imediata liberação da venda de milho em balcão, com a
máxima urgência, num volume de até seis toneladas.
“Se o governo não agir rápido, a cadeia da suinocultura
poderá ir à lona. Precisamos mais do que um leilão de milho esto-
cado pela Conab. Precisamos de uma política que evite situações
como a que vivemos novamente, além de garantia de preço mínimo
para o suíno”, ressalta Jacir Dariva. Para ele, a combinação da alta
do dólar, de uma política ineficiente na questão do abastecimento
e do baixo preço pago ao produtor de suíno vão comprometer a
atividade no Brasil. “Esse câmbio e a falta de uma política eficiente
no que tange ao abastecimento em momentos como o que estamos
Arquivo
vivendo, com o milho, que é o principal composto da ração animal,
sendo exportado em grande escala, atraído pela alta da moeda
do, e pelo secretário direto da presidente americana, coincidindo com mais uma fase de baixa no preço do
Dilma Roussef, Giles Azevedo. Na oportu- suíno vivo, não há como resistir. Os suinocultores vão quebrar e os
nidade, o presidente da APS, Jacir Dariva, pequenos e médios frigoríficos também”, alerta .
e o dirigente da associação dos suinocul- O elevado preço da saca, no entanto, não é o único
tores de Santa Catarina, Losivanio Di Lo- desafio. O alto valor do milho coincide com a baixa oferta do produto
renzi, defenderam medidas urgentes para no mercado interno e, consequentemente, com outra etapa de gra-
evitar que o setor novamente chegue a um dual redução dos preços do suíno vivo. “Poucos ramos têm sido, nos
patamar de “quebradeira”. últimos anos, tão suscetíveis à variação cambial e à inexistência de
A pauta das discussões com uma política consistente e de longo prazo de abastecimento como
o governo contempla a criação de uma po- a suinocultura”, dizem as lideranças do setor. Em contato com o se-
lítica pública que permita à Companhia Na- cretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara, diretores da
cional de Abastecimento (Conab) atender APS pediram para que ele reforce solicitação já encaminhada ao ór-

23
Suinocultura

CM

Arquivo
MY
Presidente da APS, Jacir Dariva,
e o dirigente da associação dos CY

suinocultores de Santa Catarina, gão de garantir a disponibilização de pelo governo federal uma política séria e eficien-
CMY
Losivanio Di Lorenzi
menos 600 mil toneladas de milho para a te de mitigação dos riscos do mercado de
K

suinocultura, emergencialmente. grãos”, diz um dos maiores especialistas


Regularização - A APS quer em cadeia de proteína animal do Brasil, Fa-
que o governo federal lance mão de seu biano Coser, da Coser Consultoria.
estoque regulador em quantidades que, A APS também reclama da
de fato, atendam a necessidade do produ- pouca efetividade das investidas do go-
tor, para que preço e abastecimento sejam verno na tentativa de equilibrar o cenário
regularizados. O temor de suinocultores e de atividades econômicas importantes ao
de todos que de uma forma ou outra es- País. Segundo a associação, se o atual
tão ligados à cadeia da suinocultura é de a quadro persistir sem que nada seja feito,
área ter de enfrentar novamente os graves além dos pequenos e médios produtores,
cenários de passados recentes, como o vi- também os pequenos e médios frigoríficos
vido em 2012. abandonarão a atividade e fecharão seus
A valorização do dólar é bené- negócios, causando grande desemprego
fica às commodities e à balança comercial na área rural e nas cidades onde estão
brasileira, mas apresenta desafios enormes instalados. “Em uma época de crise, de
a outros setores de produção, a exemplo demissão de 1,5 milhão de brasileiros que
dos produtores de proteína animal que es- tinham carteira assinada em 2015, o cená-
tão no fim da cadeia produtiva. “Já passou rio informado exige cautela, discernimento
da hora dos setores de carnes exigirem do e coerência por parte da União.”

24
25
Suinocultura

Arquivo
Certificado das novas zonas

Zona livre da peste


livres da peste suína clássica
no Brasil será formalizado
após votação em assembleia
da OIE, a ser realizada de 22 a

suína será ampliada


27 de maio, em Paris

para 14 estados e DF

A
comissão científica da Organiza- Tocantins e Distrito Federal. Também estão
ção Mundial de Saúde Animal (OIE) nessa lista os municípios de Guajará, Boca
aceitou o pedido do Ministério da do Acre, sul do município de Canutama e
Agricultura, Pecuária e Abastecimento sudoeste do município de Lábrea, no Ama-
(Mapa) para ampliar o status de zona livre zonas.
da peste suína clássica para o Acre, Bahia, Atualmente, apenas Rio Gran-
Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato de do Sul e Santa Catarina têm o certifica-
Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio do de zona livre da peste suína clássica. O
de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe, status foi conquistado ano passado, duran-

26
Divulgação
O chefe do Departamento
de Saúde Animal do Mapa,
Guilherme Marques, afirma te a 83ª Sessão-Geral da OIE, em Paris. A final (22 a 27 de maio, em Paris) e posterior
que o reconhecimento será
doença, causada por um vírus, é altamente entrega do certificado ao Brasil.
garantia de manutenção dos
mercados internacionais para contagiosa e tem notificação compulsória Segundo Marques, o reconhe-
a carne suína brasileira
para a OIE. Provoca febre alta, manchas cimento será uma garantia de manutenção
avermelhadas pelo corpo, paralisia nas dos mercados internacionais para a carne
patas traseiras, dificuldades respiratórias e suína brasileira. “Nós, do Brasil, nos man-
pode levar à morte do animal. Os últimos teremos no topo das condições sanitárias,
casos foram registrados no Brasil em agos- evitando retaliações de outros países e
to de 2009, no Amapá, Pará e Rio Grande ocupando espaço de mercados que, por-
do Norte. ventura, não tenham status de zona livre da
Agora, com o referendo da OIE doença”, avalia.
para os 14 estados e o DF, os 180 países- A ministra Kátia Abreu lembra
-membros da organização terão 60 dias que 99% das indústrias processadoras de
para se manifestar tecnicamente sobre o carne suína estão nos dois estados do Sul
assunto. “Caso haja algum questionamento, que já são livres da peste suína clássica
o ministério vai manter uma equipe de pron- e nos outros que agora devem obter o
tidão para esclarecimentos”, diz o chefe do certificado da OIE. “O desafio daqui para
Departamento de Saúde Animal, Guilherme frente é fazermos com que todos os esta-
Marques. Superada essa etapa, o pedido dos brasileiros tenham o mesmo status”,
vai para a assembleia da OIE para votação projeta a ministra.

27
Suinocultura

Agroceres PIC investe R$ 20


milhões em duas novas UDGs

A
Vista aérea da Unidade de
Agroceres PIC, empresa que atua para atender um plantel comercial de qua- Disseminação de Genes de
no mercado de genética de suínos, se 400 mil fêmeas suínas. Suínos (UDG) Agroceres
PIC, em Fraiburgo, SC,
anunciou investimentos em duas “A construção dessas duas inaugurada em 2013 com um
novas Unidades de Disseminação de Ge- novas UDGs nos permitirá aumentar ex- investimento inicial de R$ 10
milhões
nes (UDGs) no Brasil. As unidades serão pressivamente a eficiência do processo
instaladas nos municípios de Itabirito, em de disseminação de genética líquida de
Minas Gerais, e Laranjeiras do Sul, no Pa- elevado valor genético, potencializan-
raná, estados com grande expressão na do ao máximo o progresso genético nas
produção de suínos no País. O empreen- unidades de produção comercial e con-
dimento tem como foco criar uma estrutura sequentemente agregando maior valor
tecnológica voltada à disseminação de ge- ao negócio de nossos clientes”, afirma
nes superiores que permita maior competi- Alexandre Furtado da Rosa, diretor supe-
tividade à suinocultura brasileira. rintendente da Agroceres PIC. Segundo
Projetada para alojar 400 ma- o executivo, o investimento visa ampliar o
chos de alto valor genético, a unidade de atendimento dos clientes da empresa em
Itabirito terá capacidade para produzir e todo o País, principalmente nas regiões
processar cerca de 600 mil doses insemi- Sul e Sudeste.
nantes por ano. Já a unidade de Laranjei- A comercialização de doses
ras do Sul vai alojar 700 machos e terá po- inseminantes produzidas nas UDGs é uma
tencial de produção de cerca de 1,1 milhão tendência consolidada entre os principais
de doses inseminantes por ano. A unidade players do mercado suinícola mundial. Tec-
paranaense deverá ser a maior da América nologia inovadora, a chamada Genética Lí-
Latina e uma das quatro maiores do mundo quida permite acelerar a disseminação de
em operação. As obras das UDGs foram genes superiores, elevando o padrão ge-
iniciadas em fevereiro. O início das opera- nético dos plantéis e a eficiência produtiva
ções está previsto para daqui 18 meses. do rebanho, recurso que na prática confere
Com estas duas novas unida- mais competitividade aos suinocultores. “A
des, a Agroceres PIC atingirá um total de Genética Líquida, que sairá dessas insta-
quatro UDGs próprias e uma afiliada em lações, vai acelerar o progresso genético
operação em todo o país perfazendo uma dos animais no campo, dando ainda mais
capacidade de produção anual de cerca substância ao compromisso da Agroceres
de 2,5 milhões de doses, volume suficiente PIC para com o crescimento do setor."

28
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Raça Senepol Ale Carolo / alecarolo.com

Senepol se firma como


raça forte no Brasil
Nos pastos do País há apenas 16 anos, o taurino desenvolvido a
partir da mescla de N'Dama e Red Poll ganha notoriedade entre os
produtores, por conta de sua conformidade física, alta rentabilidade,
baixa manutenção e perfeita adaptação ao clima tropical

Os primeiros animais da raça Senepol


foram trazidos ao País no ano 2000,
importados dos melhores rebanhos dos
Estados Unidos e Ilhas Virgens

30
Alexandre Carolo, de Uberlândia, MG Debossan, o Senepol é bem adaptado ao
pastoreio e aproveita bem todos os canti-

T
aurino bom de pasto. Rústico, po- nhos do pasto para se alimentar.
rém, dócil. Animal de carne macia, Aos 38 anos, o técnico em
com ciclo de engorda curto e que, pecuária estuda o Senepol há mais de 10
apesar de musculoso, fornece a cobertu- anos. Em 2004 teve a oportunidade de ir
ra de gordura de carcaça desejada pela aos Estados Unidos onde teve os primeiros
indústria frigorífica. Bovino de manejo sim- contatos com a raça. Percebeu rapidamen-
ples, baixa manutenção nutricional e maior te que se tratava de um taurino que "aguen-
remuneração na venda da carcaça. Carac- ta desaforo", diz ele em bom sotaque mi-
terísticas como essas já seriam suficientes neiro. Quando viu que os animais eram
para chamar a atenção dos pecuaristas muito resistentes, que ficavam expostos
brasileiros, ainda pouco acostumados à ao sol sem incômodo, além de apresenta-
ideia de que uma raça taurina pode se dar rem características comerciais desejadas,
bem em climas tropicais. É o Senepol, que concluiu que o Senepol teria muito sucesso
veio pra ficar. não apenas no Brasil, mas no mundo todo.
O Senepol é uma raça relativa- "Hoje não existe taurino adap-
mente nova no Brasil. Os primeiros animais tado ao Brasil como o Senepol", afirma
foram trazidos ao País no ano 2000, impor- Debossan. O administrador conta que ao
tados dos melhores rebanhos dos Estados retornar ao Brasil, após uma temporada
Unidos e das Ilhas Virgens (Saint Croix), observando o gado Senepol leiteiro nos
locais onde a genética da raça foi desen- EUA, teve a certeza de que sua missão era
volvida de forma eficiente. Os resultados trabalhar duro para ajudar a desenvolver a
do desenvolvimento genético contínuo raça no País. Foi quando recebeu o con-
tornou a raça uma referência de qualida- vite do empresário Leonardo Chaves, hoje
de não apenas nos EUA, mas na Austrália, proprietário da Fazenda Paraíso, para criar
Paraguai, Colômbia, Argentina, Panamá, uma estrutura adequada para o desenvol-
Canadá, República Dominicana, Equador, vimento do Senepol. A fazenda, adquiri-
Nicarágua, Porto Rico, Venezuela, México, da em 2012, passou a ter exclusivamente
Filipinas, Zimbabwe e Brasil, entre outros gado Senepol no ano seguinte.
países de clima tropical. "O Senepol existe há apenas
Programas de pesquisas in- 16 anos no Brasil. Tudo muito novo. As in-
dicam que o Senepol é um animal de alta formações são novas por aqui. A partir de
performance tanto em confinamento como minha experiência nos Estados Unidos,
de terminação a pasto. Na Fazenda Pa- ainda mais com gado leiteiro, que é mais
raíso, a pouco mais de 40 quilômetros de melindroso, passei a desenvolver a raça
Uberlândia, MG, o Senepol é criado solto. para o corte aqui na fazenda", conta o téc-
Lá, 347 animais têm à disposição 52 hec- nico. A partir daí o trabalho tem sido contí-
tares de pasto forrado com capins braquia- nuo em melhoramento genético, pesquisa
rião e mombaça, além de sal mineral. Só das melhores matrizes para acasalamento
em períodos de seca há um suplemento com touros, tudo para chegar a um animal
com ração balanceada (18%). De acordo equilibrado, com a carcaça ideal, que todo
com o administrador da fazenda, Rodrigo frigorifico almeja.

31
Raça Senepol
A Fazenda Paraíso é uma es- do a raça e trazendo os melhores resulta-
pécie de vitrine do Senepol. Enfeitada pela dos para quem cria e para quem compra”,
represa Capim Branco II, no distrito de Cru- observa Debossan.
zeiro dos Peixotos, com mata nativa e gran- As atividades desenvolvidas
de potencial de pasto. Atualmente o carro- na Fazenda Paraíso têm como base a ex-
-chefe dos negócios é a venda de franquias, periência adquirida em outra proprieda-
embriões, touros e matrizes. A realização de de Leonardo Chaves Pimentel no sul
de leilões está nos planos do administrador, do Pará, onde, desde 2009, o empresário
"possivelmente no final de 2016 ou no início mantém uma estrutura que hoje conta com
de 2017". O planejamento está sendo feito aproximadamente 1,7 mil cabeças de gado
para garantir "a melhor estrutura possível Senepol. Na Paraíso, o desenvolvimento da
para a realização de leilões". raça conta com o apoio técnico da Univer-
“Queremos produzir, além da sidade Federal de Uberlândia. A instituição
melhor genética, touros funcionais que se- realiza anualmente uma prova de avaliação
jam muito eficientes na pecuária extensiva. dos animais que é utilizada como parâme-
A fixação de uma raça precisa ser focada tro para os negócios. "É uma chancela para
no biotipo animal e isso está extremamente o nosso trabalho", diz Debossan.
ligado ao genótipo racial das matrizes de Uma empresa que atua na
base. Dessa forma, conseguimos oferecer área de nutrição animal em Uberlândia
um animal que irá transmitir as característi- também colabora com as atividades da
cas que possui as progênies, padronizan- Paraíso. Tudo para garantir o desenvolvi-

Ale Carolo / alecarolo.com

O Senepol possui dimensão equilibrada.


É naturalmente musculoso e possui
grande percentual de carne nas partes
mais nobres

32
33
Ale Carolo / alecarolo.com

Raça Senepol

mento do melhor animal possível. De acordo com Debossan, já é


possível classificar as fêmeas da fazenda como um "animal ideal".
Em relação aos machos, "estão quase lá". O administrador, que se
diz apaixonado pelo trabalho que executa na Fazenda Paraíso, se
emociona ao dizer que está ajudando a construir uma raça. "Não
sei se vou mudar a pecuária, mas uma sementinha eu vou deixar",
conta.
A estrutura da Paraíso é enxuta. Além de Debossan,
três pessoas tocam o negócio - um gerente e dois ajudantes. A divi-
são de atribuições contempla tudo o que a fazenda precisa para o
negócio funcionar. Segundo o administrador, todos trabalham satis-
feitos, estimulados, de forma responsável, e para isso contam com
uma participação nos resultados do negócio. Ampliar a estrutura do
negócio está nos planos de Debossan, no entanto, não se trata de
adquirir outra propriedade. A intenção é aumentar a produtividade.
Segundo ele, as propriedades brasileiras trabalham em
média com 2,5 a 3 animais por hectare. Na Fazenda Paraíso este Rodrigo Debossan: “Queremos
número chega a 14 animais por hectare. Esta condição é justificada produzir, além da melhor
genética, touros funcionais
pelo investimento em adubos para o pasto. "Coloco seis vezes mais que sejam muito eficientes na
adubos do que a média nacional", diz Debossan. E a ideia é futu- pecuária extensiva"

ramente ampliar este número com a instalação de um pivô central


de irrigação. "Eu digo que não criamos gado e sim pasto", brinca o
técnico em pecuária.

Ale Carolo / alecarolo.com

A Fazenda Paraíso é uma espécie


de vitrine do Senepol. Enfeitada pela
represa Capim Branco II, com mata
nativa e grande potencial de pasto

34
O cuidado com a gestão do é adequada, se o capim é de qualidade,
negócio pode ser medido de várias for- enfim, tudo que é necessário para o suces-
mas. Debossan cita uma delas, afirmando so da criação."
que a Fazenda Paraíso registra uma das Rusticidade - O Senepol é
menores taxas de mortalidade de bezerros criado a pasto sem necessidade de manejo
da região. Outro termômetro de que o ne- especial. É um animal de fácil adaptação.
gócio segue o rumo certo é a intensa pro- Problemas com a cria e recria de bezerros
cura pelos animais desenvolvidos no local. são pequenos, uma vez que, ao nascerem,
"Aqui nós damos garantia ao comprador, os bichinhos ficam em pé rapidamente e já
que vai levar um animal de alta qualidade começam a mamar o colostro. Essa con-
capaz de proporcionar o mesmo desempe- dição dá maior segurança ao pecuarista,
nho em outras fazendas", diz. pois o risco de perda do rebanho por qual-
Segundo Debossan, quem quer intempérie, especialmente clima ad-
adquire os touros, matrizes ou embriões verso ou falta de qualidade de manejo, é
da Paraíso leva também uma estrutura de menor se comparado a outras raças.
consultoria para garantir o sucesso do ne- A longevidade funcional é ou-
gócio. "Queremos que o criador fique satis- tra característica da raça. Vacas com 15 a
feito não apenas na hora da compra, mas 20 anos ainda produzem. Touros reprodu-
também com o bom desempenho da raça tores também permanecem aptos à função
em sua propriedade futuramente. Para isso por muitos anos. As matrizes Senepol são
damos consultoria para os clientes e seus boas matriarcas, dóceis, com elevado ins-
funcionários, orientando sobre manejo, tinto de cria e cuidados com a progênie.
Léo Chaves, proprietário
avaliando se a estrutura das propriedades As "mamães" não são agressivas com os
da Fazenda Paraíso
Senepol
Ale Carolo / alecarolo.com
Divulgação

Uma das características importantes da raça


é sua resistência ao calor. Esta foto foi feita
no início da tarde, com sol pleno, quando os
termômetros marcavam 33ºC
35
"Hoje não existe taurino adaptado
ao Brasil como o Senepol", afirma o
administrador da Fazenda Paraíso,
Rodrigo Debossan.

Ale Carolo / alecarolo.com

técnicos que assistem as parições e fazem são abatidos com 18 arrobas, um ano an-
o manejo de cura dos umbigos. As fêmeas tes dos outros animais de corte. "O Senepol
produzem boa quantidade de leite e a des- produz animais com duas arrobas de peso
mama ocorre, em média, aos oito meses, a mais na desmama, que ocorre aos oito
com bezerros pesando de 50% a 60% do meses, em média, com 10 arrobas de peso.
peso corporal da mãe. Isso reduz em um ano ou mais o abate com
Garrotes iniciam vida reprodu- mesmo peso de animais zebuínos abatidos
tiva mais cedo, em relação a outras raças. com 30 a 35 meses. O abate do gado ocor-
É comum as novilhas apresentarem cio e re com idade entre 20 e 24 meses."
estar aptas à reprodução com 14 a 15 me- Abates técnicos realizados
ses de idade, garantindo um lucro mais rá- mostraram resultados surpreendentes nas
pido para o fazendeiro. Já os machos des- cruzas Senepol x Nelore. "Proporcionaram
tinados à cobertura a campo ficam aptos abates precoces, com idade entre 21 e
à atividade com 14 a 16 meses. Estudos 22 meses, tendo em média 21 arrobas de
mostram que machos de 12 meses já co- peso para os machos e 18 arrobas para
meçam a produzir sêmen viável à reprodu- as fêmeas. O aproveitamento de carcaça
ção. As reprodutoras parem aos 24 meses ficou entre 56,7% e 53,9%, o acabamento
com intervalos entre partos de 12 meses. de gordura entre 4,7 e 10,2 mm e a área de
De acordo com Rodrigo De- olho de lombo de 81,21 cm. É tudo o que
bossan, produtos de cruzamento Senepol se espera de uma carne com excelente

36
37
Raça Senepol
qualidade", afirma Debossan. do de R$ 33,6 milhões e 2.650 lotes para
No frigorífico - As caracterís- R$ 50,7 milhões e 3.949 lotes em 2015. No
ticas do Senepol já citadas conferem à raça mesmo período, os eventos realizados pela
um resultado comercial atrativo. Segundo raça aumentaram 61%, subindo de 28 para
Debossan, o Senepol permite ao pecua- 45. “Em princípio, estávamos muito preo-
rista maior remuneração na venda por ren- cupados com 2015. Mas, com confiança e
dimento líquido da carcaça sem couro e planejamento para continuar com o cres-
miúdos, além de ganhos econômicos por cimento sustentável, não deu outra: conti-
premiação. "É genética com conformação nuamos no ritmo de crescimento de anos
racional e moderna para produção de car- anteriores”, disse Gilmar.
ne", diz. O animal possui dimensão equili- “Nossa expectativa para 2016
brada. É naturalmente musculoso e possui é muito otimista. Embora o mercado este-
grande percentual de carne nas partes ja retraído, a cada dia novos pecuaristas
mais nobres. passam a conhecer os benefícios do Sene-
Medições de ultrassom reali- pol e não têm como deixar de investir em
zadas por pesquisadores da Universidade uma raça que tanto tem a contribuir para
de São Paulo (USP) em carcaças com a ge- a melhoria da quantidade e da qualidade
nética Senepol, mostram que a raça apre- da carne brasileira”, pontuou o presidente
senta elevado percentual de AOL (área de da ABCB, entidade que registrou em 2015
olho de lombo), com média de 81,82 cm. um crescimento médio anual de 38% no
As pesquisas também demonstraram que número de associados, saltando de 94, em
as carcaças possuem melhor acabamen- 2011, para 324 em março de 2016 - segun-
to, com espessura de gordura subcutânea do registro no site ABCB.
de 5,6 mm. "Esta genética é que permite Avaliação - A raça Senepol
ao pecuarista ter precocidade nos abates", tem sido acompanhada, avaliada e apri-
observa Debossan. morada pela ABAC com apoio do Progra-
No Brasil - De acordo com ma Embrapa de Melhoramento de Gado de
a Associação Brasileira dos Criadores de Corte - Geneplus. A parceria tem buscado,
Bovinos Senepol (ABCB Senepol), os nú- a partir da variabilidade genética da raça,
meros da raça só crescem no Brasil. Em identificar animais geneticamente superio-
2015 o crescimento médio anual do reba- res capazes de contribuir para a melhoria
nho no país foi de 28%, chegando a 45.899 das características de conformação frigorí-
cabeças, e o volume de sêmen comercia- fica e de desempenho. Esta iniciativa está
lizado aumentou 33%. O valor médio de em sintonia com os sistemas de produção
venda do touro subiu dos R$ 11.526,00 de gado de corte predominantes no Brasil.
registrados em 2012 para R$ 14.457,04 em De acordo com o chefe-geral
2015; já o valor médio da fêmea passou de da Embrapa Gado de Corte, Cleber Oli-
R$ 27.831,00 em 2012 para R$ 33.858,20 veira Soares, a genética Senepol brasileira
em 2015. não é só sinônimo de qualidade e produti-
Segundo o presidente da vidade, mas também de investimentos de
ABCB Senepol, Gilmar Goudard, no ano curto, médio e longo prazos. "Esta raça tem
passado o faturamento dos leilões oficiais um potencial ímpar de contribuir para o for-
cresceu 51% em relação a 2014, passan- talecimento da qualidade e da produção

38
Ale Carolo / alecarolo.com

de carne superior na pecuária nacional,


dados os seus atributos positivos, sua ge-
nética taurina e a maior heterose (vigor do
animal cruzado).”
Gilmar Goudard afirma que a
missão da associação é fortalecer a raça
Senepol, disponibilizando informações
técnico científicas que proporcionem me-
lhor assertividade na seleção dos reba-
nhos, levando ao melhoramento genético
continuo. "Crescemos em uma velocidade
surpreendente o que aumenta nossa res-
ponsabilidade para com a raça. Crescer
utilizando os benefícios de um Programa
como o Geneplus Embrapa é de grande
valia para nós criadores e não vamos dei-
Estudos mostram que machos de 12
xar de utilizá-lo em todas as opções que meses já começam a produzir sêmen
viável à reprodução
ele nos oferece", afirma Goudard.

39
Raça Senepol

O desenvolvimento genético
da raça Senepol começou

N
na paradisíaca ilha de Saint
o início do século XIX, animais da tem aparência de semiárido.
Croix, distrito das Ilhas Virgens
Americanas, no Mar do Caribe. raça N´Dama, espécie Bos tau- A condição climática de Saint
Uma pequena porção de terra de
rus, começaram a ser importados Croix não é favorável às pastagens. Mes-
214.7 km², perto de Porto Rico
do Senegal, país da África Ocidental, por mo assim, o N´Dama mostrou uma grande
fazendeiros da ilha de Saint Croix, distrito habilidade de sobrevivência em pastos
das Ilhas Virgens Americanas, no Mar do pobres, além de uma impressionante resis-
Caribe. O N´Dama se adaptou muito bem tência ao calor, a insetos, parasitas e doen-
ao clima tropical da ilha, que é quente e ças. Em 1889, a maior fazenda de criação
úmido, mas com chuvas abaixo da média de gado N’Dama puro sangue na ilha, com
para os padrões do Caribe. Por conta dis- 250 animais, era a Grenard’s Estates, da fa-
so, a parte oriental da ilha de 214.7 km² mília Nelthropp, de origem dinamarquesa.

40
Divulgação

Do Caribe
para
o mundo
Com a morte do patriarca Henry Christian de, a habilidade materna e dar caráter mo-
Nelthropp, em 1893, um dos filhos (de um cho aos animais. Com o tempo, o animal
total de 11), Henry Bromley Nelthropp, as- passou a apresentar cor avermelhada, boa
sumiu as rédeas da fazenda. conformação e precocidade, ausência de
Em 1918, com a intenção de chifres, docilidade e resistência ao calor.
desenvolver um bovino com aptidões de A configuração genética de-
sobrevivência ainda maiores nas condi- sejada da nova raça, a partir da mescla de
ções da ilha, Bromley adquiriu dois touros N'Dama e Red Poll, foi alcançada em mea-
Red Poll originários da Inglaterra para in- dos da década de 1940. Em 1954 o nome
troduzir no rebanho da fazenda. A ideia era Senepol foi registrado, sendo “Sene” de
mesclar as raças para melhorar a fertilida- Senegal e “Poll” de Red Poll. A partir daí,

41
Raça Senepol

Ale Carolo / alecarolo.com

A configuração genética
desejada da nova raça, com
a cor avermelhada, boa com a raça já dispersa para vários cria- ser encontrado em 21 estados americanos
conformação e precocidade, dores, devidamente registrada, o Senepol e em dezenas de países de climas tropical
ausência de chifres, docilidade e
resistência ao calor, foi alcançada passou por vários testes de desempenho e subtropical, entre eles o Brasil.
em meados da década de 1940 na década de 1970, realizados por pes- A introdução da raça no Bra-
quisadores do programa de extensão da sil ocorreu em 1995, a partir de doses
Faculdade das Ilhas Virgens e do Departa- de sêmen importadas. Em 2000 chega-
mento de Agricultura dos Estados Unidos ram os primeiros animais importados dos
(USDA, na sigla em inglês). melhores rebanhos dos EUA e das Ilhas
Em 1977 um carregamento Virgens. Eram dois líderes genéticos da
aéreo levou, pela primeira vez, 22 animais raça e as melhores fêmeas Senepol. Por
da raça Senepol para os EUA. No anos conta da genética privilegiada, os sele-
1990 o Senepol se espalhou com suces- cionadores brasileiros foram capazes de
so pelo sul do país norte-americano. Em multiplicar a raça de forma eficaz, conse-
2006, o Senepol Cattle Breeders Associa- guindo incorporar excelentes caracterís-
tion (SCBA) já contava com 500 criadores ticas zootécnicas e produtivas. (AC, com
e mais de 60 mil animais em seu sistema informações da ABCB e Senepol Cattle
de registro de dados. Hoje o Senepol pode Breeders Assn.)

42
Ale Carolo / alecarolo.com

Agrishow 2016 registrou


uma movimentação de

Negócios na 23ª Feira negócios estimados em


R$ 1,95 bilhão, crescimento
de 2% em relação ao ano

Internacional de Tecnologia
passado

Agrícola crescem 2%

A
Feira Internacional de Tecnologia de abril.
Agrícola - Agrishow 2016 registrou Os organizadores da feira já
uma movimentação de negócios esperavam um resultado de negócios pa-
estimados em R$ 1,95 bilhão, crescimen- recido com o de 2015, diante do cenário
to de 2% em relação ao ano passado, de crise, mas sempre se mantiveram con-
quando o volume negociado foi de R$ fiantes em relação ao agronegócio como
1,9 bilhão. Os organizadores acreditam, um dos mais importantes pilares da eco-
no entanto, que o valor cresça após o fe- nomia brasileira. Segundo o presidente
chamento das planilhas dos bancos finan- da Agrishow e da Federação da Agricul-
ciadores, além da conclusão efetiva dos tura e Pecuária do Estado de São Paulo,
negócios iniciados em Ribeirão Preto na Fábio Meirelles, o montante de negócios
semana do evento, realizado de 25 a 29 firmados na feira deve alcançar ou até ul-

43
Agrishow 2016
Ale Carolo / alecarolo.com
trapassar os R$ 2 bilhões após a consoli-
dação dos resultados.
De acordo com o presiden-
te da Associação Brasileira da Indústria
de Máquinas e Equipamentos (Abimaq),
Carlos Pastoriza, o resultado "é muito po-
sitivo, muito alvissareiro, porque havia te-
mores de uma queda forte de vendas por
conta do clima de crise econômica. Isso
mostra a pujança desse setor econômico
do agronegócio que, de fato, está susten-
tando a economia do Brasil".
Outro fator que ajudou a Segundo Fábio Meirelles, o montante de
manter o desempenho de negócios na negócios firmados na feira deve alcançar ou até
ultrapassar os R$ 2 bilhões após a consolidação
Agrishow em 2016 foi a expectativa de au- dos resultados
mento dos juros de financiamentos para
a próxima safra, a partir de 1º de julho.
"Na abertura da feira alertamos que os
juros deverão ser mais altos na próxima Ale Carolo / alecarolo.com
safra e que era esta a oportunidade para
os negócios. A notícia da antecipação do
Plano Safra, dada no segundo dia da fei-
ra, foi um fator determinante para as deci-
sões de compra com juros mais baixos e
com taxas fixas", disse o vice-presidente
da Associação Brasileira do Agronegócio
(Abag), Francisco Maturro.
O montante para financia-
mentos definido no Plano Safra 2016/17,
que teve o anúncio antecipado para o
início de maio pela então ministra da
Agricultura, Pecuária e Abastecimen-
to (Mapa), Kátia Abreu, foi fixado em R$
202,88 bilhões, 8% superior ao destinado
ao ciclo atual (R$ 187,7 bilhões). Esse é o
maior valor destinado ao custeio de práti-
cas agrícolas empresariais no Brasil. No
entanto, como já era previsto, as taxas de
juros de financiamento vão subir a partir
de 1º de julho, de 7,5% a 9,5% para 8,5%
a 12,75% ao ano, que variam de acordo
com a renda do agricultor.
O aumento da taxa de juros
foi criticado pela Confederação da Agri- De acordo com Carlos Pastoriza, o resultado da
Agrishow foi "muito positivo, muito alvissareiro,
porque havia temores de uma queda forte de

44
vendas por conta do clima de crise econômica"
cultura e Pecuária do Brasil (CNA). A en-
tidade não compareceu ao lançamento
do plano e justificou a ausência dizendo Larissa Melo
que sempre participa da construção do
planejamento, mas este ano sequer foi
consultada pelo ministério da Agricultura.
De acordo com o presidente da comissão
política da CNA, José Mário Scheiner, o
plano também contempla uma omissão
grave, que é "a ausência de uma proposta
firme de seguro agrícola, instrumento mo-
derno que dará mais segurança ao pro-
dutor no caso de intempéries climáticas",
disse.
A opinião da CNA é compar-
tilhada pela entidade que representa os
produtores de soja. “Nós tivemos um au-
mento de juros em um momento frustran- Sobre o Plano de Safra 2016/17, José Mário
te de safra. A gente sabe de toda crise Scheiner criticou a "ausência de uma proposta
firme de seguro agrícola, instrumento moderno
econômica, mas o juro para a agricultura que dará mais segurança ao produtor no caso
desincentiva a produção. E o Brasil preci- de intempéries climáticas"

sa de produção para continuar crescen-


do. E é a agricultura e a pecuária que têm
segurado a balança comercial brasileira”,
disse o presidente da Aprosoja - MT, En-
drigo Dalcin.
Rodada de Negócios - Com
um recorde de US$ 18 milhões de vendas, parceria entre a Agência Brasileira de
entre contratos fechados e futuros, com Promoção de Exportações e Investimen-
prospecções para os próximos 12 meses, tos (Apex-Brasil) e a Abimaq.
a 17ª edição da Rodada Internacional de Público - O número de visi-
Negócios foi um sucesso. O montante re- tantes da Agrishow caiu em 2016. A esti-
presenta um incremento de 23% em com- mativa era de 160 mil pessoas, no entanto,
paração com a rodada anterior. Também os registros de entrada na feira revelaram
houve um recorde no número de empre- um público de 152 mil visitantes. Mesmo
sas brasileiras inscritas – 46 fabricantes assim, segundo as mais de 800 marcas
brasileiros –, o que exigiu que mais de expositoras nacionais e internacionais
400 reuniões fossem agendadas, com presentes este ano na feira, o público que
compradores vindos da Argélia, Canadá, passou pelos estandes foi altamente qua-
Colômbia, Egito, EUA, Etiópia, México, lificado, composto sobretudo por compra-
Quênia, Senegal, Tailândia e Zimbábue. A dores e produtores rurais de pequeno,
ação de promoção comercial, denomina- médio e grande portes do Brasil e do ex-
da Projeto Comprador, é organizada pelo terior. A próxima edição da Agrishow será
Programa Brazil Machinery Solutions, uma promovida de 24 a 28 de abril de 2017.

45
Pecuária Zebuína

Sindi, o coringa
das raças
A
raça Sindi vem ganhando cada vez Persistência, no qual a raça Sindi também
mais espaço entre os criadores se destaca. Este ano a vaca Paz da Estiva,
brasileiros. Versátil, rústico, dócil, também de Castilho, conquistou o tricam-
boa de leite e carne, a raça ganha força peonato.
não apenas pelas características físicas, Na categoria Persistência são
mas também pelo benefício econômico, consideradas as produções das fêmeas
uma vez que a Sindi está apta a condições que estejam paridas há mais de 180 dias
adversas no campo sem tantos cuidados e prenhes no período da feira. Esse tipo de
especiais. Na Expozebu 2016 a raça foi a concurso tem como objetivo valorizar as
que mais cresceu em número de exposi- fêmeas zebuínas que, mesmo após o pico
tores. de lactação, continuam registrando altas
No torneio de leite tradicional, produções. O limite de inscrições é de
o destaque da raça foi a vaca Belga FIV três animais por expositor, ou seja, vacas
AJCF, de Adaldio José de Castilho Filho, ou novilhas de um mesmo criatório podem
com produção média de 41,06 quilos. "É participar com número independente de
um recorde sobre o próprio recorde, pois CNPJ. É uma forma de premiar uma fêmea,
no ano passado a Belga também foi a ven- independente da categoria, que consiga
cedora, com 37 quilos", comemora Adal- manter boa produção de leite depois de
dio. Outra categoria que vem ganhando seis meses de parida e já carregando outro
espaço na Expozebu é o Torneio de Leite produto no ventre.

46
A Paz FIV da Estiva é dona mento criada pelos desertos que rodeiam o
de uma marca incomum. Segundo Adaldio centro de criação desse rebanho.
Castilho, a vaca está produzindo leite inin- No Brasil, a raça ganhou no-
terruptamente desde o dia 10 de setem- toriedade graças ao empenho do produtor
bro de 2013, cerca de 1000 dias. "Ela já paulista José Cezário de Castilho, único
tem quatro partos naturais seguidos e não criador que insistiu no registro do rebanho.
seca. É a maior lactação da raça", afirma Sertãozinho, Nova Odessa e Ribeirão Pre-
o criador. Adaldio é um entusiasta da raça to, foram alguns dos núcleos onde se tra-
Sindi. A Fazendas Reunidas Castilho este balhou o gado Sindi com finalidade leiteira,
ano comemora 80 anos de atividades. Com na década de 50. Com a intensificação do
um desempenho notável em exposições e rebanho zebuíno, o Departamento da Pro-
leilões, a Sindi é considerada a coringa das dução Animal da Secretaria Estadual de
raças. Agricultura resolveu firmar, em 1956, uma
História - O Red Sindhi é um parceria com Castilho, propondo o cruza-
gado de chifres pequenos. Fruto do traba- mento de seu rebanho (linhagem de 1930)
lho de uma das mais velhas civilizações do com a do órgão governamental (linhagem
mundo é a raça zebu leiteira mais nobre de 1952).
entre todas as raças bovinas leiteiras que Mais tarde, em 1980, numa
se criaram nas terras áridas da Ásia, atra- parceria com a Universidade Federal da
vés de cinco mil anos. O Red Sindhi, ou Paraíba (UFPB), Castilho disponibilizou
gado vermelho de Sind, é o gado nacional animais para serem avaliados na ocupa-
do Paquistão, conservado em estado de ção do semiárido nordestino, especifica-
relativa pureza, graças à situação de isola- mente na região de Patos. Em seguida, a

47
Pecuária Zebuína

Empresa Estadual de Pesquisa Agropecu- nova reivindicação dos criadores de Sindi:


ária da Paraíba (Emepa) levou as melhores o reconhecimento de uma variedade mo-
fêmeas (12) e machos (2) de Colina para cha na raça. O documento, de autoria do
o sertão paraibano. Empolgada, a Emepa zootecnista e professor Alberto Alves San-
ainda recebeu, em 1988, mais quatro re- tiago, foi encaminhado, em 1999, para a
produtores, 30 matrizes e quatro crias, des- ABCZ. Em 2001, a aprovação do registro
cendentes diretos da importação de 1952, genealógico dos animais da Emepa e da
que pertenciam ao Centro de Pesquisa Embrapa-CPTAU, por parte do Ministério
Agropecuária do Trópico Úmido (CPATU), da Agricultura, através de seu Departa-
da Embrapa, no Pará. mento de Fiscalização e Fomento da Pro-
De ambos os núcleos, o gado dução Animal, concretizou mais uma vitória
Sindi foi partindo para outros estados como para a zebuinocultura brasileira.
Pernambuco e Alagoas. Sendo assim, a A raça Sindi, além de retor-
década de 1990 foi marcada pela ascen- nar ao quadro técnico da ABCZ, encon-
são de criatórios de Sindi em todo o País trou novamente grandes horizontes pela
e, consequentemente, por pedidos para frente. Seja nos criatórios existentes em
retomar a execução dos serviços de regis- cidades como Ituverava ou Sales, ambas
tro genealógico da raça. Durante dez anos, no interior paulista, ou nos rebanhos do
criadores, a ABCZ e o Mapa, discutiram, Rio de Janeiro ou do Ceará, o criterioso
avaliaram e reavaliaram os documentos trabalho técnico que está sendo empre-
pertencentes aos centros oficiais de pes- gado ao Sindi certamente mostrará que
quisa, que alegavam ser a raça totalmente esse gado é uma boa promessa para a
apropriada para a produção de leite no se- produção de leite - até no Rio Grande do
miárido nordestino. Sul a raça já foi absorvida. (com informa-
Além disso, esse período foi ções da Associação Brasileira de Criado-
reservado para a apresentação de uma res de Sindi)

48
49
Pecuária Zebuína

As fêmeas Guzolando são


uma alternativa viável e

Guzolando desfila pela


rentável aos produtores
leiteiros do Brasil Central

primeira vez na pista


da Expozebu
P
ela primeira vez, exemplares Guzo- cruzamento e seu grande potencial pro-
lando (cruzamento leiteiro de Guze- dutivo. Os animais apresentados na pista
rá com Holandês) entraram na pista concorreram no 1º Concurso Leiteiro de
da Expozebu. A apresentação técnica das Guzolando na Expozebu.
fêmeas Guzolando teve o comando do ju- Os animais Guzolando podem
rado e técnico da ABCZ, Alisson Sampaio. ser de várias composições raciais (1/2 Ho-
Ele abordou as características raciais do landês + 1/2 Guzerá; 1/4 Holandês + 3/4

50
Arquivo Marcos Vinicius

Além do leite, a
Guzerá; 3/4 Holandês + 1/4 Guzerá; 5/8 ções ela terá ao longo de sua vida produ- comercialização de bezerros
Guzolando, bastante
Holandês + 3/8 Guzerá), dependendo do tiva, reduzindo a taxa de reposição do re- valorizados no mercado,
tipo de cruzamento realizado entre as raças banho. Outra característica transmitida pela garante um retorno financeiro
extra para o produtor
Guzerá e Holandês. A ABCZ é a entidade raça zebuína é a rusticidade, garantindo um
responsável pelo registro do Guzolando. manejo mais fácil do Guzolando nas mais
Algumas características dos diversas regiões do Brasil e custos menores
animais Guzolando são longevidade, ferti- de produção relacionados à sanidade.
lidade e precocidade. As fêmeas Guzolan- As vacas Guzolando podem
do produzem por 14 anos ou mais, com au- ser criadas exclusivamente a pasto, atin-
mento progressivo da produtividade desde gindo produção média de mais de 10 qui-
a primeira lactação. Parte dessa longevida- los de leite ao dia. Em confinamento, esse
de do Guzolando vem do úbere herdado volume pode chegar a 40 quilos. O leite do
do Guzerá. Outra vantagem é o pequeno Guzolando tem maior percentual de sóli-
intervalo entre partos. dos totais e kappa caseína. Além do ganho
Na pecuária leiteira, longevida- com a venda do leite, a comercialização de
de é uma característica importante e com bezerros Guzolando, bastante valorizados
grande impacto econômico. Quando mais no mercado, garante um retorno financeiro
longeva for a vaca, mais bezerros e lacta- extra para o produtor.

51
Pecuária Zebuína

Felipe Ulbrich / ABCCC


Imagem da Vendramin

Exposição abre novo


foi eleita Melhor
Exemplar da Raça

mercado para a raça


Crioulo
A
o quebrar um tabu e entrar pela zebu. A partir do Triangulo Mineiro, por-
primeira vez no Parque Fernando tanto, foi aberta uma promissora porta
Costa, em Uberaba, a raça Criou- para promover o Crioulo como um cavalo
lo poderá ir ainda mais longe. Exemplares de serviço brasileiro.
da raça equina estiveram na pista princi- Como selecionar a raça é
pal da Expozebu 2016, com julgamento também difundi-la, Uberaba cumpriu com
ocorrido simultaneamente aos das raças maestria seu papel no fomento da manada.
zebuínas e as premiações principais. Ao Além de arrebatar 44 exemplares do esta-
compartilhar a arena, os cavalos estive- do e também de São Paulo, Paraná e Santa
ram sob a apreciação do mesmo público, Catarina, o passaporte mostrou o potencial
o de selecionadores e admiradores do estratégico de Minas para enviar seus re-

52
presentantes a Esteio, e ao mesmo tempo, Carlos Lopes

ampliar o mercado do cavalo multifuncio-


nal. Soma-se então mais um elemento cru-
cial à estratégia de evidenciá-lo como uma
ótima opção para o esporte: sua excelên-
cia também no manejo bovino.
Promovida pela Associação
Brasileira de Criadores de Cavalos Criou-
los (ABCCC) com o apoio do NCCC de
Minas Gerais e da ABCZ, a primeira orde-
nação de filas mineiras rumo à Expointer
foi julgada pelo criador Carlos Loureiro de
Souza. E para fazer jus à dupla responsabi-
lidade assumida, os concorrentes garanti-
ram muito além da oportunidade de levar o
nome de seus criatórios ao momento mais
esperado da temporada. Fizeram realmen-
te bonito mostrando toda a tipicidade ra-
cial do cavalo multifuncional a potenciais
novos investidores.
No caso da eleita Melhor Expozebu abre uma
promissora porta em Minas
Exemplar da Raça, Imagem da Vendra- porada. Somente em solo mineiro, quatro Gerais para promover o
min, novamente as linhagens produzidas de seus animais garantiram lugar na elite Crioulo como um cavalo de
serviço brasileiro
no estabelecimento paranaense roubaram de finalistas 2016: o Grande Campeão -
a cena. Tanto que a marca garantiu dois Quebra Vento do Recanto Crioulo, a Re-
animais na disputa do Parque Assis Brasil servada Grande Campeã - Percanta do
na mesma ocasião, ao passaportear junto Recanto Crioulo, a 4ª Melhor Fêmea – Que
o macho Johnnie Walker da Vendramin-TE, Flor do Recanto Crioulo, e o 4º Melhor Ma-
o Reservado Campeão da mostra. cho – Poncho Negro do Recanto Crioulo.
De acordo com o administra- Todos filhos do garanhão Mañanero Ma-
dor da Estância Vendramin, Carlos Edu- nicero.
ardo Altenhofen, Uberaba não poderia Entretanto, mais do que mos-
ser um centro de visibilidade melhor para trar sua genética nas exposições, é im-
destacar as apostas deste e do próximo portante ainda assumir seu lugar como
ano, inclusive, um descendente de Hulha fomentador da raça. Este foi também um
Negra da Vendramin, 3ª Melhor Fêmea da dos motivos que levou a cabanha de Bar-
Expointer 2014. “Para nós, termos trazido ra Velha, em Santa Catarina, a encorpar as
nossos animais aqui foi muito gratificante, primeiras fileiras mineiras. “Esta é uma re-
principalmente por ser um mercado novo”, gião muito promissora e o cavalo Crioulo,
salienta. versátil, se adapta a qualquer lugar e por
Quem também viu na cidade isso tem muito a contribuir com a pecuá-
somente motivos para comemoração foi o ria”, observa.
criador Darlei Hess, muito satisfeito com a Unidos em prol de uma es-
conquista do nono passaporte nesta tem- tratégia forte e bem definida, a ABCCC e

53
Pecuária Zebuína

Arquivo

Cavalo Crioulo é uma ótima


opção para o esporte e
também para manejo bovino NCCC de Minas Gerais deram juntos um da ABCCC, Onécio Silveira Prado Júnior,
passo sem precedentes. Após muito em- também enalteceu o momento como uma
penho em conquistar espaço na Expoze- grande oportunidade. “Estamos abrindo
bu, a raça Crioula planta uma semente em uma porta enorme para o cavalo Crioulo”,
um polo logisticamente fundamental - o complementa. Já o criador Carlos Loureiro
coração das raças zebuínas. Agora é tra- de Souza fala do orgulho em ser o primei-
balhar para seguir expandindo a cavalha- ro a avaliar a conformação em uma região
da pelo país e conquistar novos criadores, com um grande futuro e dentro da maior
mas dessa vez, os de gado. “Está só cres- mostra mundial de raças zebuínas. “É um
cendo para a gente (crioulistas) e para a honra. Um prêmio pela doação de ser sele-
raça”, enfatiza o presidente do NCCC, Mar- cionador da raça. É emocionante ser o pri-
celo Moura. meiro jurado a entrar nesta pista que passa
Presente na exposição, o vice- a ser um marco”, diz. (Andressa Barbosa /
-presidente de Comunicação e Marketing ABCCC)

54
1 pag - 5

55
Sob nova direção

Divulgação (ABCZ) em uma acirrada disputa na qual a


chapa “A a Z, ABCZ para Todos” saiu ven-
cedora com 50,9% dos votos. A eleição
que definiu o novo comando da associa-
ção para o triênio 2016/19 aconteceu no
dia 1º de agosto.
Do total de 3.702 votos con-
tabilizados, a chapa vencedora obteve
1.885 votos. Já a chapa "ABCZ Unida", en-
cabeçada por Frederico Cunha Mendes,
o Fred, recebeu 1.734 votos. A posse da
nova diretoria da ABCZ e dos Conselhos
da entidade acontece na noite do dia 31
de agosto, no Centro de Eventos Rômulo
Kardec de Camargos, em Uberaba, MG.
Arnaldo, médico-veterinário
com 37 anos de atuação junto à ABCZ, tra-
balhou na última gestão da entidade como
vice-presidente. Durante a campanha, ele
defendeu a "desburocratização dos servi-
ços e uma ABCZ mais democrática", o que,
segundo ele, são reinvindicações e recla-
mações dos criadores. O novo presidente
também pretende reduzir os custos para
tentar reverter os déficits consecutivos
que, segundo ele, ocorrem desde 2013.
Manuel de Souza Machado Borges toma posse como Arnaldo disse à revista
presidente da ABCZ no dia 31 de agosto
Terra&Cia que a primeira providência a ser
tomada é a pronta formação do conselho
de cada raça zebuína, comissões e grupos

Arnaldinho Borges
de trabalho. "Também será prioridade a
decisão para implantar as ações necessá-
rias para a transparência das atividades e

é o novo presidente contas da ABCZ, esclarecendo aos asso-


ciados a realidade financeira e do desem-
penho dos serviços", disse.

da ABCZ Arnaldinho Borges é titular da


Fazenda Ipê Ouro, em Uberaba. Atua na
consultoria de leilões e é jurado da ABCZ

O
pecuarista Arnaldo Manuel de desde 1983, já tendo realizado mais de
Souza Machado Borges, o Arnal- 300 julgamentos de raças zebuínas no
dinho, foi eleito presidente da As- Brasil, Argentina, Bolívia, Costa Rica, Gua-
sociação Brasileira de Criadores de Zebu temala, México e Paraguai.

56
57
Divulgação

Sob nova direção

T
erra&Cia - A eleição da ABCZ foi mo triênio?
marcada pelo equilíbrio na votação. Arnaldo - No primeiro mo-
Praticamente metade dos votos mento, colocar, de fato, em funcionamento
para cada candidato. Como o senhor pre- os Escritórios Técnicos Regionais (ETRs)
tende atuar para contemplar as expectati- que foram reabertos (Alagoas, Pernambu-
vas de todos? co, Piauí, Rio de Janeiro e Sergipe) e abrir
Arnaldo Manuel de Souza o de Santa Catarina.
Machado Borges - O slogan de nossa Tomaremos iniciativas con-
campanha De A a Z, ABCZ para todos, cretas para maior eficiência dos serviços
resume o que pretendemos. Fazer uma da ABCZ com simplificação da burocracia
gestão atendendo a todos os associados, e custos para os associados. Com certe-
independente se nos apoiaram ou não! za, vamos recuperar as perdas que tive-
Queremos nossa Associação FORTE, bus- mos nestes 3 últimos anos com relação
cando a valorização da classe e atenden- ao período de 2010 à 2012.
do às necessidades de todos os criadores.
T&C – Quais foram as perdas?
T&C - Quais serão os pontos Arnaldo - Houve uma que-
fundamentais de sua gestão para o próxi- da de 177.000 registros de nascimen-

58
tos (RGN) e 56.000 registros definitivos Arnaldo – Vamos estabelecer
(RGD). Estas quedas contribuíram com o parcerias. Durante os 10 meses de cam-
resultado financeiro deficitário. No ano de panha, reunimos com mais de 150 presi-
2013 o foi de déficit de R$ 691.000,00. Em dentes de sindicatos rurais que represen-
2014 o déficit foi de R$ 281.000,00 e em tam principalmente a classe de pequenos
2015 o déficit de R$ 396.000,00. e médios produtores, para que a ABCZ,
através do seu corpo técnico, possa con-
T&C – Como a ABCZ preten- tribuir para um crescimento em qualida-
de ampliar sua atuação? de do rebanho e consequentemente em
Arnaldo – Vamos ampliar a maior lucratividade para o produtor.
atuação da ABCZ nas iniciativas e organi-
zações voltadas para o fomento do Zebu T&C – Qual é a estrutura dire-
no mercado internacional. Também esta- tiva da ABCZ hoje?
mos empenhados em investir na Pecuária Arnaldo - A diretoria De A a
Sustentável através do projeto ILPF e na Z, ABCZ para todos já está formada e é
recuperação de solos degradados. composta por 96 membros, de todas as
raças zebuínas, com 91% de novos direto-
T&C – Como será a relação res, representando 22 estados e o Distrito
da ABCZ com sindicatos e entidades liga- Federal. Estes 96 diretores estarão repre-
das ao agronegócio? sentando os mais de 20.000 associados.

Diretoria da ABCZ - Gil Pereira


- Luiz Antônio Felippe
- Marcelo Antônio Neto Breijão Ártico
- Triênio 2016/19 - Marcos Antônio Astolphi Gracia
- Rivaldo Machado Borges Júnior
Presidente - Valdecir Marin Júnior
- Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges
Conselho fiscal
Vices - Membros efetivos
1° vice - Carlos Viacava - Andre Gonçalves Ferreira
2° vice - Marco Antônio Andrade Barbosa - Arnaldo de Campos
3° vice - Ronaldo Andrade Bichuette - Eduardo Nogueira Borges
- Eduardo Rodrigues da Cunha
Diretores - Geraldo Ferreira Porto
- Ana Claudia Mendes Souza
- Arnaldo Prata Filho Membros suplentes
- Cícero Antônio de Souza - Luiz Carlos Borges Ribeiro
- Claudia Irene Tosta Junqueira - Oscar José Caetano de Castro
- Eduardo Falcão de Carvalho - Paulo Roberto Andrade Cunha
- Fabiano França Mendonça Silva - Rodrigo Abdanur Carvalho
- Gabriel Garcia Cid - Romeu Borges de Araújo Júnior

59
Arquivo

Glorious Nandi

Pecuaristas brasileiros são


Adaldio Castilho e família são
homenageados na Índia

homenageados na Índia
Glorious Nandi importado da Índia (Guarujá). Adaldio Filho
recebeu a homenagem pelo trabalho de se-

O
Glorious Nandi, tributo indiano que destaca criadores que con- leção do Sindi nas Reunidas Castilho.
tribuem para a evolução das raças zebuínas no mundo, ho- Dos importadores brasileiros
menageou pecuaristas brasileiros em uma cerimônia realizada de Zebu da Índia, uma homenagem signi-
dia 11 de julho, em Hyderabad, capital dos estados de Andhra Pradesh ficativa para a família de Celso Garcia Cid,
e Telangana, na Índia. A premiação, que reuniu mais de mil pessoas, representado pelo neto do patriarca, Guilher-
aconteceu durante o The Dream Bull Show, primeiro evento voltado me. Outros criadores brasileiros homenage-
para a valorização dos touros naquele país, berço das raças zebuínas. ados foram: Flávio Lisboa Peres, da Fazenda
Considerado o "Oscar" da pecuária zebuína, o Glorious Brasília (Gir); Leo Machado Ferreira, da Fa-
Nandi foi entregue ao então vice-presidente da Associação Brasileira zenda Mutum (Gir); Paulo Roberto Miranda
de Criadores de Zebu (ABCZ) Arnaldo Manuel de Souza Machado Bor- Leite (Sindi); Família Penteado Cardoso (Ne-
ges, que foi representado pelo conselheiro Antônio José Dourado. Tam- lore); e Paulo Lemgruber (Nelore).
bém foram homenageados o diretor da ABCZ, Adaldio José de Castilho A Empresa Brasileira de Pes-
Filho, e o secretário de Agricultura de Minas Gerais, João Cruz Reis quisa Agropecuária (Embrapa), a Empresa
Filho. O evento contou com a participação do prefeito de Hyderabad, de Pesquisa Agropecuária de Minas Ge-
Banthu Rammohan, e do ministro da Agricultura de Telangana, Jaga- rais (Epamig) e a Secretaria de Relações
dish Reddy. Internacionais do Ministério da Agricultura,
A ABCZ recebeu o mérito por ser a primeira entidade do Pecuária e Abastecimento (Mapa) tam-
mundo a registrar o gado zebu e ter um programa de melhoramento bém foram agraciadas na categoria insti-
exclusivo para a espécie. Arnaldo, que no início de agosto foi eleito tucional. O Glorious Nandi foi criado pela
presidente da ABCZ, foi lembrado como “o maior divulgador das raças instituição indiana Ankush Environmental
zebuínas” nas condições de técnico e criador. Ele é descendente do Protection Organisation, ONG que trabalha
primeiro criador a ter um Grande Campeão Nacional Nelore, um touro com a preservação animal.

60
Marcelo Camargo / Agência Brasil

NOVO Patrocinador:

GOVERNO
Esperança e cautela
(16) 3605-1979 www.controlrisc.com.br

Plano Agro + Fenasucro Fitossanidade


Brasil lança ofensiva &Agrocana 2016 Pragas reduzem
para desburocratização Negócios devem projeções da
do agronegócio alcançar R$ 2,9 bi safra 16/17
61
Política Setorial

Setor sucroenergético
vê novo governo com
esperança e cautela
Da Redação ggi, que assumiu a pasta prometendo rigor
no controle das contas. Ele chegou a dizer,

A
s sensações de esperança e receio por exemplo, que os subsídios destinados
se misturam no setor sucroenergéti- ao setor sucroenergético dão margem à "in-
co. Se por um lado a mudança de competência". Maggi também se mostrou
comando no Executivo nacional traz melho- inclinado a não prorrogar a isenção de PIS-
res perspectivas para o etanol, o açúcar e a -Cofins para o setor.
geração de bioenergia, por outro há a figura O ministro questionou a perda
do novo ministro da Agricultura, Blairo Ma- de produtividade canavieira, dizendo que

Marcelo Camargo / Agência Brasil

Blairo Maggi afirmou que os subsídios


destinados ao setor sucroenergético dão
margem à "incompetência"

62
para se ter eficiência na produção do etanol ministro para conhecer de perto as usinas
é preciso alcançar mais de 100 toneladas e fazendas de cana-de-açúcar. "Estamos
por hectare. "Não tem ninguém que dê con- à disposição para receber a visita dele",
ta de um processo como este. Como você disse.
vai subsidiar um setor que vai continuar pro- De acordo com o presiden-
duzindo 60 toneladas?", disse Maggi. Mes- te da consultoria Datagro, Plinio Nastari,
mo sem polemizar as declarações do novo o setor precisa de regras mais claras. "Os
ministro, a presidente da União da Indústria investimentos só voltarão quando ficar cla-
de Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Fa- ra a definição da regra de competitividade
rina, deu seu recado dizendo que "em 40 entre etanol e gasolina e ainda qual será a
anos, os ganhos de produtividade foram de regra seguida pela Petrobras para o preço
3% ao ano". da gasolina na refinaria? Não existe ainda
Diante da postura de Maggi, uma clareza da política fiscal, federal e es-
a presidente da Unica questionou a políti- tadual", disse Nastari. "Enquanto essa políti-
ca de controle de preços da gasolina para ca não ficar conhecida e definida de forma
frear a inflação, que atingiu o etanol por transparente, não haverá segurança para a
causa da paridade entre os dois combus- retomada de investimentos."
tíveis. "O setor sofreu com o resultado da Enquanto as regras não forem
política de controle de preços dos com- definidas, Nastari acredita que os investi-
bustíveis. A retração da receita do setor mentos para o setor serão destinados para
atinge, desde 2005, R$ 10 bilhões por sa- o aumento da capacidade de moagem e
fra", afirmou Farina, que convidou o novo para a produção de açúcar, etanol anidro

/ Perfect Welding / Solar Energy / Perfect Charging

A FEIRA
A ESTA NOVIDADE N
CONFIR & AGROCANA 2016 I
O IN
FENASUCR E EXPOSIÇÕES ZAN
CENTRO D o | Sertãozinho - SP g
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Política Setorial
e ainda mecanização nas lavouras. Para o
Ale Carolo / alecarolo.com
presidente da Datagro, o aumento da pro-
dução de açúcar será utilizado, desde que
haja a oferta de matéria-prima, para que o
Brasil tente suprir o déficit mundial da com-
modity, que ultrapassará 15 milhões de to-
neladas entre 2015 e 2017.
Meio ambiente - Após as crí-
ticas feitas pelo ministro da Agricultura que
tem em mente a ideia de acabar com a
isenção fiscal para o etanol, especialistas
em biocombustíveis e mudanças climáticas
questionaram qual será a partir de agora o
posicionamento do Brasil, que se compro-
meteu, no Acordo de Paris assinado em de-
zembro de 2015, na capital francesa, a qua-
se dobrar a produção do biocombustível da
Plinio Nastari: "Os investimentos só voltarão cana para reduzir as emissões de carbono
quando ficar clara a definição da regra de
competitividade entre etanol e gasolina" na atmosfera.
O Brasil se tornou, no dia 12
Ale Carolo / alecarolo.com de setembro, o terceiro grande emissor de
gases de efeito estufa a ratificar o Acordo
de Paris. O documento, que prevê limitar o
aumento da temperatura do planeta em até
2ºC (com esforços para deter o aumento
em 1,5°C), foi assinado pelo presidente Mi-
chel Temer (PMDB), em cerimônia realizada
no Palácio do Planalto. No início do mês,
durante o encontro do G20, EUA e China
anunciaram juntos a ratificação do texto.
No Acordo de Paris, o Brasil
anunciou que vai aumentar a parcela de
etanol de cana e biodiesel na matriz ener-
gética para 18% até 2030. Segundo espe-
cialistas, isso exigirá uma produção anual
de 50 bilhões de litros de etanol em 2030.
A decisão foi tomada devido aos ganhos
ambientais do biocombustível da cana,
aclamado como de alta qualidade inclusi-
ve por órgãos governamentais dos Estados
Unidos.
"O Estado não precisa gas-
tar um centavo conosco. Ele só precisa
mostrar que quer mais biocombustíveis e
Elizabeth Farina: "O setor sofreu com o resulta- adotar políticas que reconheçam que nem
do da política de controle de preços dos com-
bustíveis. A retração da receita do setor atinge,

64 desde 2005, R$ 10 bilhões por safra"


65
Política Setorial
todos os custos estão refletidos no preço O secretário destacou, no en-
cobrado nas bombas", disse a presidente tanto, que as coisas estão mudando. A no-
da Unica, Elizabeth Farina. De acordo com vidade agora, segundo Jardim, é a mudan-
o presidente da consultoria e corretora Bio- ça política com reiteradas manifestações
agencia, Tarcilo Rodrigues, "se o governo do ministro de Minas e Energia, Fernando
não reconhecer os benefícios ambientais e Bezerra Coelho Filho, de que um ajuste ne-
econômicos de uma indústria forte de bio- cessário virá. "É uma nova disposição e uma
combustíveis, a alternativa será importar ga- nova postura”. Esta nova visão política, para
solina, dada a falta de capacidade de refino Arnaldo Jardim, multiplicará o entusiasmo
no País". dos profissionais envolvidos na cadeia pro-
Diálogo - A esperança do se- dutiva da cana.
tor é que haja um ajuste na comunicação Receptividade - No dia 13 de
com o governo e que ambos possam dia- setembro, representantes da indústria de
logar a partir de argumentos técnicos. De Mato Grosso do Sul estiveram reunidos
acordo com o secretário de Agricultura do com o presidente Michel Temer, em Brasí-
Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, “as lia, DF, para apresentar propostas do se-
coisas patinaram durante um bom período", tor industrial para a melhoria do ambiente
pois "nos dois governos federais anteriores econômico e recuperação da atividade no
o fomento ao setor não era uma prioridade, Estado. Na oportunidade, o presidente da
com, inclusive, ações contra o desenvolvi- Biosul, Roberto Hollanda, destacou dois
mento sucroenergético" – como leilões de temas, entre os vários que foram aborda-
bioenergia sem condições justas de com- dos, como a convalidação dos benefícios
petitividade com a hidroeletricidade e artifi- fiscais e a manutenção dos créditos pre-
cialismo no preço da gasolina em detrimen- sumidos do PIS/Cofins. "É uma demanda
to do etanol. muito importante e também um perigo que
Ale Carolo / alecarolo.com

Arnaldo Jardim: "Nos dois governos federais


anteriores o fomento ao setor não era uma

66 prioridade, com, inclusive, ações contra o


desenvolvimento sucroenergético"
Biosul

o nosso setor está correndo, porque em


dezembro esses créditos deixam de exis-
tir", disse Hollanda, que elogiou a recep-
tividade e a disposição do governo em
dialogar.
O secretário de Petróleo, Gás
Natural e Combustíveis Renováveis do
Mapa, Márcio Félix, já sinalizou que o Mi-
nistério vai dar a atenção devida à cadeia
produtiva da cana. “Vejo no Brasil vibrante
e pujante, uma cana-de-açúcar que está
esperando para germinar. Nós do Minis-
tério estamos comprometidos com esse
desafio”, disse. Félix anunciou que espe-
ra, até o fim do ano, “discutir e definir um
conjunto de medidas que orientem o setor
sobre seu papel, que é extremamente re-
levante”. Roberto Hollanda, que esteve reunido em setembro com o
presidente Michel Temer, juntamente com representantes
Energia estratégica - Elisabe- da indústria de Mato Grosso do Sul, elogiou a receptivida-
de e a disposição do Governo em dialogar
th Farina destaca a capacidade do setor em
gerar até 100% da demanda brasileira com
a bioenergia vinda dos canaviais. Segundo
Governo / ES
a presidente da Unica, apenas 16% des-
te potencial é utilizado. "Precisamos ago-
ra tirar do papel o potencial da biomassa.
Podemos ir muito além”. Dados da Unica
mostram que em 2015 a biomassa gerou
20 terawatts para o setor sucroenergético,
representando uma economia de 14% de
água (usada para a produção de hidroele-
tricidade) em tempos de seca.
De acordo com a Unica, o
Brasil é capaz de gerar com a biomassa
da cana nada menos do que duas vezes
a capacidade da hidrelétrica de Itaipu, a
maior do mundo. Mas para isso, segundo
Farina, falta incentivo do Governo Federal
com medidas que facilitem a produção, a
transmissão e a venda deste tipo de ener-
gia. De acordo com o presidente do Ceise
Br, Paulo Roberto Gallo, "a questão ener-
gética tem que ser trabalhada em nível de
Governo Federal, mas a conversa com o
governo anterior não era amistosa”, disse.
Márcio Félix: “Vejo no Brasil vibrante e pujante,
uma cana-de-açúcar que está esperando para
germinar. Nós do Ministério estamos compro-
metidos com esse desafio”

67
Ale Carolo / alecarolo.com

sionar a economia. Segundo ele, o setor


gera R$ 45 bilhões, respondendo por 12%
do volume de exportação do estado de São
Paulo e pela produção de dois terços da
produção de etanol nacional. “Este é um
ano positivo para o setor sucroenergético,
que é responsável por cerca de 1,1 milhão
de empregos diretos e que possui uma fun-
ção estratégica na área ambiental por meio
da produção de energia limpa e renovável”,
disse Alckmin.
O governador paulista tam-
bém reafirmou a importância de medidas
de estabilidade para estimular o investimen-
to e o crescimento de toda cadeia produtiva
do setor. O Estado de São Paulo pratica o
menor Imposto sobre Circulação de Merca-
dorias e Prestação de Serviços (ICMS) do
Brasil para o etanol, apenas 12%. Também
desonera o lastro do etanolduto que percor-
re o território paulista, além de ter 65% de
sua matriz energética baseados em fontes
renováveis como o combustível produzido
pela cana.
Alckmin defende também que
o governo federal adote regras claras e es-
Geraldo Alckmin: Este é "Agora respiramos novos ares. Com este táveis para que a indústria sucroenergética
um ano positivo para o novo governo, há uma luz vinda de Brasília." possa retomar os investimentos suspensos
setor sucroenergético,
que é responsável por De acordo com o diretor da após, ao menos, cinco anos de crise. "Um
cerca de 1,1 milhão consultoria Archer Consulting, Arnaldo setor dessa importância não pode ficar de-
de empregos diretos e
que possui uma função Luiz Corrêa, o novo governo de Michel Te- pendendo da boa vontade do governante.
estratégica na área mer precisará dar "transparência" à política Primeiro congela a gasolina, depois libera;
ambiental por meio da
produção de energia energética para que o investimento no setor cobra a Cide (Contribuição de Interven-
limpa e renovável” de cana, principalmente aquele vindo do ção no Domínio Econômico), depois tira",
exterior, volte a ocorrer. Pelos cálculos de exemplificou. "Regras estáveis devem de-
Corrêa, a indústria sucroenergética teria po- finir a participação do etanol na matriz de
tencial de consumir adicionais 225 milhões combustível e da cogeração na matriz de
de toneladas de cana nos próximos cinco energia."
anos. Otimismo - O ex-ministro da
Exemplo - O governador do Agricultura, Roberto Rodrigues, coordena-
Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, res- dor do Centro de Agronegócio da Funda-
saltou, durante 24ª Fenasucro & Agrocana, ção Getulio Vargas (GVAgro), disse que o
em Sertãozinho, SP, a importância da reto- retorno do otimismo ao agronegócio é moti-
mada do crescimento do setor para impul- vado por questões políticas, especialmente

68
com a ascensão do presidente em exercí-
cio Michel Temer (PMDB) ao cargo efetivo.
"O novo governo gera o otimismo, mesmo
que as condições econômicas não sejam
diferentes do ano passado", disse. Rodri-
gues citou desafios, além da crise econômi-
ca, a serem enfrentados pelo agronegócio,
como a logística, o seguro rural, a abertura
de novos mercados e as legislações que
continuam "obsoletas e precárias".
Mesmo assim, o ex-ministro
afirma que o novo governo se mostra dis-
posto a resolver essas questões sem inter-
ferência no setor. Ele elogiou a integração
entre os três ministros que considera mais
importantes para o agronegócio: Blairo Ma-
ggi (Mapa), José Serra (Relações Exteriores)
e Henrique Meirelles (Fazenda). "Há o senti-
mento que o novo governo mostra disposi-
ção e trabalha integrado para corrigir essas
questões todas, sem a interferência no mer-
cado", disse.
Confiança - De acordo com Ale Carolo / alecarolo.com

o presidente da Copercana e do Conselho Roberto Rodrigues


citou desafios, além
Administrativo da Sicoob Cocred, Antonio
da crise econômica,
Eduardo Tonielo, a mudança no Governo é a serem enfrentados
pelo agronegócio,
um fato importante que vai estimular investi-
como a logística, o
dores estrangeiros e as indústrias nacionais to, assinado por mais de 40 entidades do seguro rural, a abertura
de novos mercados
a recuperarem a confiança no Brasil e vol- segmento, afirma que o ministério montado
e as legislações que
tar a investir para gerar empregos, tributos por Temer é reconhecido pela "capacidade continuam "obsoletas e
precárias"
e recursos, contribuindo para a retomada do técnica e larga experiência para as pastas
desenvolvimento. Ele defende maior diálogo da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e
entre os ministérios e afirma que o presidente Relações Exteriores".
Michel Temer possui uma equipe experiente "Confiamos que a liderança
capaz de restabelecer a segurança financei- do Presidente Michel Temer será capaz
ra que o País precisa. de pacificar e unificar todos os brasileiros
Esperança - As entidades para que seja possível construirmos um
do agronegócio brasileiro esperam, enfim, novo amanhã para o nosso país", destaca
que o atual governo federal corresponda o manifesto, que também enaltece a impor-
às expectativas dispostas no "manifesto de tância de dar "espaço a uma visão eficiente
confiança" ao governo do presidente Michel de gestão pública, ancorada no contínuo
Temer, divulgado em julho, na ocasião do avanço tecnológico, na força e no empre-
Global Agribusiness Forum 2016 (GAF 16), endedorismo do empresário moderno, prin-
realizado em São Paulo, SP. O documen- cipalmente do empresário rural brasileiro".

69
Plano Agro +

SNA
Lançamento do Plano

Governo lança ofensiva


Agro +, dia 24 de
agosto, em Brasília, DF

para desburocratização
do agronegócio

O
Governo Federal lançou em agos- (Mapa), Blairo Maggi. “Queremos um Bra-
to o Plano Agro +, voltado para o sil mais simples para quem produz e mais
aumento de eficiência e redução forte para competir”, destacou Maggi, re-
da burocracia no agronegócio brasileiro. forçando o propósito do governo federal de
Entre as medidas a serem implementadas colocar em prática 69 medidas destinadas
imediatamente está o fim da reinspeção a modernizar e desburocratizar normas e
em portos e carregamentos vindos de uni- processos do Mapa.
dades com Serviço de Inspeção Federal Para o ministro, o plano vai
(SIF). Com a eliminação desses entraves, transferir dinheiro da ineficiência para a efi-
o setor privado e o governo devem ter um ciência, trazendo benefícios para a socie-
ganho de eficiência estimado em R$ 1 bi- dade. O plano, acrescentou Maggi, busca
lhão ao ano, valor que representa 0,2% do justamente otimizar os recursos para pro-
faturamento anual do agronegócio brasilei- porcionar ganhos ao setor produtivo, que
ro, calculado em cerca de R$ 500 bilhões. poderá assim gerar mais emprego e renda
A cerimônia de lançamento ao longo da cadeia do agronegócio. Os
do Plano Agro + contou com a presença principais obstáculos burocráticos exis-
do presidente Michel Temer e do ministro tentes no Mapa foram identificados por um
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento grupo de trabalho criado pela Portaria nº

70
Noaldo Santos / Mapa

109, de 2006.
Os técnicos do ministério ana-
lisaram 315 demandas do setor produtivo e
estabeleceram 69 medidas para implantar
nesta primeira fase do Plano Agro +. Com
isso, o governo atenderá reivindicações de
88 entidades representativas do agronegó-
cio brasileiro. “O plano será ampliado em
60 e em 120 dias, quando novas normas e
processos deverão ser simplificados”, dis-
se o secretário-executivo do Mapa, Eumar
Novacki. Desburocratização do Mapa é uma das
metas do novo secretário-executivo do
Eixos - Com medidas de cur- Mapa, Eumar Novacki
to, médio e longo prazos, o Agro + tem dois
eixos: Modernização e Desburocratização
e o Marco Regulatório do Plano de Defesa da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)
Agropecuária. O foco é a redução da buro- para desenvolver ferramentas capazes de
cracia, que hoje interfere na execução dos agilizar a troca de informações entre as
serviços. O Mapa acelerou a implementa- autoridades sanitárias e os países impor-
ção do Manual de Boas Práticas Regula- tadores do agronegócio brasileiro. Entre
tórias de Defesa Agropecuária, priorizou as medidas do Plano Agro + estão: Fim da
as demandas de automação desta área e reinspeção nos portos e carregamentos
deu celeridade à revisão de normativas da vindos de unidades com SIF; Lançamento
Defesa Agropecuária. Isso está sendo feito do sistema de rótulos e produtos de ori-
por meio de portarias e instruções normati- gem animal; Alteração da temperatura de
vas para reorganizar e fortalecer a tramita- congelamento da carne suína (-18ºC para
ção de normas. -12ºC); Revisão de regras de certificação
O Mapa também vai estabe- fitossanitárias; e Aceite de laudos digitais
lecer cooperação com a Confederação também em espanhol e inglês.

71
Plano Agro +

Maggi quer mais


agilidade nas atribuições
do Mapa MAPA

O
ministro da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa), Blairo
Maggi, reuniu 27 superintenden-
tes federais da pasta no final de agosto
para discutir o planejamento de ações de
modernização e diretrizes para 2017 e o
alinhamento com a atual gestão. Na opor-
tunidade Maggi incentivou os superinten-
dentes a não terem receio de tomar deci-
sões. “Quando a gente toma as decisões
dentro da normalidade das regras e com
bom senso é muito difícil que você seja Ministro da Agricultura, Pecuária e
atropelado.” Abastecimento (Mapa),
Blairo Borges Maggi
A reunião foi motiva pelo fato
de muitas superintendências esperarem
por determinações de Brasília para adotar rintendências, a desburocratização de
medidas que poderiam solucionar proble- processos e aproximação entre esses ór-
mas locais. O ministro lembrou ainda que gãos. A coordenadora-geral de Apoio às
o papel do Mapa é equilibrar e regular o Superintendências, Lizane Soares Ferreira,
sistema e precisa ser ágil nessa atribuição. disse que a postura favorável do Mapa em
A ideia do ministro está em relação à autonomia possibilita agilidade e
sintonia com o conceito do Plano Agro +, redução de custo. “Assuntos e ações que,
voltado à desburocratização, moderniza- eventualmente, estão centralizados no
ção e maior eficiência do Mapa. “O bom Mapa podem ser decididos por meio dos
de trabalhar é ver as coisas funcionarem. superintendentes e suas equipes. Desbu-
Ver as coisas andarem. Vocês não são im- rocratizar esses processos permite melho-
portantes porque dizem não, mas sim por- rias na gestão em cada estado”, salientou.
que dizem sim, porque buscam soluções, No planejamento de diretri-
buscam alternativas”, disse Maggi aos su- zes para 2017 estiveram na pauta a redu-
perintendentes. ção de custos por meio da terceirização
No encontro foram analisados de frotas de veículos que vão a campo e
pontos em comum de cada região com o também a simplificação de procedimen-
objetivo de alinhar ações que permitam tos realizados entre as superintendências
a modernização e autonomia das supe- e o Mapa. (com Mapa)

72
73
Fenasucro&Agrocana 2016

Ale Carolo / alecarolo.com


Abertura da 24ª edição

Negócios na 24ª edição


da Fenasucro&Agrocana

do evento devem alcançar


R$ 2,9 bi
Maior e principal feira do segmento realizada no final
de agosto em Sertãozinho cresceu 3,5%

C
onsiderada o termômetro do setor retomada. O balanço final divulgado no iní-
sucroenergético e atraindo com- cio de setembro pela organização do even-
pradores do mundo todo que bus- to apresenta um crescimento de 3,5% em
cam soluções e novas tecnologias, a 24ª volume de negócios, o que equivale a R$
Fenasucro&Agrocana confirma o cenário de 2,9 bilhões, e supera a expectativa que era

74
Ale Carolo / alecarolo.com
manter o mesmo número da edição passa-
da (R$ 2,8 bilhões).
As rodadas de negócios na-
cionais e internacionais impulsionaram os
negócios na feira gerando cerca de US$
390 milhões e mais de US$ 130 milhões em
prospecções. As reuniões comerciais foram
fruto das rodadas de negócio internacionais
promovidas pelo Projeto Brazil Sugarcane
Bioenergy Solution, uma parceria entre o
Arranjo Produtivo Local do Álcool (Apla) e a
Agência Brasileira de Promoção de Expor-
tações e Investimentos (Apex-Brasil) e das
rodadas nacionais, promovidas pelo Ceise
BR e Reed Exhibitions Alcantara Machado.
Em apenas quatro dias foram
gerados, oficialmente, 562 encontros de
negócios para promoção de toda a ca-
deia produtiva da cana-de-açúcar brasilei- Segundo Flavio Castelar, diretor executivo do Apla, a feira atraiu
ra. "Nesta oportunidade, atraímos clientes clientes em potencial vindos de vários países das Américas, "o que
mostra o interesse global nos produtos, soluções, tecnologias e
em potencial vindos da Argentina, Bolívia, serviços ofertados pelo mercado brasileiro"
Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador,
México, Nicarágua, Peru, Uruguai e Vene- fundamental para desenvolver negócios.
zuela, o que mostra o interesse global nos "Com a diminuição da atividade interna no
produtos, soluções, tecnologias e serviços Brasil, as empresas estão em busca da ex-
ofertados pelo mercado brasileiro", avaliou portação, assim elas ficam mais protegidas
o diretor executivo do Apla, Flavio Castelar. das sazonalidades e isto só trará benefícios
Pela primeira vez no evento, para a própria empresa e para o País", dis-
Franklin Esperon, superintendente do En- se.
genho Presidente Benito Juarez, do Mé- Mais do que vendas imedia-
xico, participou das rodadas de negócios tas, o Projeto Brazil Sugarcane Bioenergy
em busca de novas tecnologias na área de Solution tem a finalidade de aumentar os
produção de açúcar. "Buscamos continuar destinos da exportação brasileira, construir
projetando a planta e incrementar nossa mercado externo e ampliar o relacionamen-
moenda, temos a meta de aumentar de 12 to com potenciais clientes. "O processo
mil para 15 mil toneladas de cana por dia, de compra de nossos produtos e serviços
aqui no Brasil queremos assessoria da tec- é de médio prazo, neste primeiro momen-
nologia brasileira para aumentar nossa pro- to a intenção é mostrar nossa tecnologia,
dução", disse. inovação e eficiência em produção e pro-
Presente no espaço de negó- cessamento da cana-de-açúcar", declarou
cios, Guilherme Pfisterer, gerente da área Castelar.
de Comércio Exterior do Banco Nacional Na ação comercial do Projeto
do Desenvolvimento (BNDES), acredita que Brazil Sugarcane, os compradores estran-
a iniciativa do Projeto Brazil Sugarcane é geiros fizeram visitas técnicas na região de

75
Ale Carolo / alecarolo.com
Fenasucro&Agrocana 2016
Ribeirão Preto. Os visitantes internacionais conheceram as insta-
lações da Usina Viralcool - Unidade Castilho e do Instituto Agro-
nômico Campinas (IAC) onde acompanharam palestras proferidas
por pesquisadores e também visitaram os campos de pesquisa em
cana-de-açúcar da unidade.
Crescimento - Segundo o gerente geral da
Fenasucro&Agrocana, Paulo Montabone, o aumento do volume
de negócios demonstra a força do evento para o setor. “Os nú-
meros refletem aquilo que vimos antes e durante os dias de feira.
Muitas empresas apostaram e vieram pela primeira vez porque
acreditaram que o evento seria o ponto de partida da retomada”,
comenta. “Esta edição foi marcada por um clima bastante positivo
e realmente acreditamos que a feira representou a ponte para a
retomada do setor sucroenergético”, completou Paulo Gallo, pre-
sidente do Ceise Br.
A feira também se consolida como plataforma de al-
Paulo Montabone: "Os números refletem aquilo
ternativas, soluções e inovações tecnológicas, reunindo mais de mil que vimos antes e durante os dias de feira. Muitas
marcas que apresentaram produtos voltados para toda cadeia pro- empresas apostaram e vieram pela primeira vez
porque acreditaram que o evento seria o ponto de
dutiva canavieira. Este ano, 35 mil visitantes compradores passa- partida da retomada”
ram pela feira – em 2015 o número foi de 33 mil – vindos de todos os
estados brasileiros e 46 países de todos os continentes do mundo.
Ale Carolo / alecarolo.com

Qualificação - Um dos principais atrativos deste ano


foi grade de eventos de conteúdo, que passou de 90 para mais de
200 horas nesta edição. Passaram pelo Espaço de Conferências
José Felix Silva Junior cerca de cinco mil pessoas – três mil a mais
que na edição passada. Palestras, workshops, debates, encontros
e seminários disseminaram novos conhecimentos e tendências
para que o setor sucroenergético se prepare para entrar em uma
"nova era".
Os eventos de conteúdo discutiram, por exemplo, as
perspectivas de mercado, inovações em automação industrial, co-
municação para o setor, transporte e logística, custos agrícolas, ir-
rigação e fertirrigação, entre outros. “Todos os visitantes encontra-
ram diversos conteúdos para enriquecerem e se aprimorararem=
profissionalmente. O setor está diante de um novo ciclo marcado
por crescimento e, por isso, apostamos na qualificação para que os
profissionais do setor estejam preparados para enfrentar os novos
desafios que vêm por aí”, destacou Igor Tavares, diretor do portfólio
de energia da Reed Exhibitions Alcantara Machado.
A 25ª edição da Fenasucro&Agrocana já tem data de-
finida: 22 a 25 de agosto de 2017. A feira é realizada pelo Ceise Br
(Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocom- Paulo Gallo: “Esta edição foi marcada por um clima
bustíveis) e organizada pela Reed Exhibitions Alcantara Machado. bastante positivo e realmente acreditamos que a
feira representou a ponte para a retomada do setor
Mais informações pelo site: http://www.fenasucro.com.br. sucroenergético”

76
77
Fenasucro&Agrocana 2016

Números da 24ª Fenasucro & Agrocana


- Público de 35 mil visitantes/compradores
- R$ 2.9 bilhões em volume de negócios a serem concluídos até o final de 2016
- Mais de 1.000 marcas em exposição
- Presença de representantes de 100% dos estados brasileiros
- 31% dos visitantes compostos por sócios e proprietários de usinas
- O NPS (índice que correlaciona a satisfação dos expositores com a intenção em retornar ao evento na próxima
edição) subiu em 5% e passou de 16% para 21%
- Representantes de usinas e indústrias de mais de 46 países
- Área de exposição de 70 mil m²
- Mais de 200 horas de eventos de conteúdo
- Espaço de Conferências com presença de 5 mil pessoas
- Rodadas Internacionais Apla/Aplex com negócios previstos em cerca de US$ 390 mi
- Setores da Feira: Agrícola, Fornecedores Industriais, Processos Industriais, Transporte e Logística e Energia

JAGUAR Bombas Especiais

HCI GROUP KROMINOX

78
LALLEMAND Biofuels MECAT

PARKER PROTENDIT

RIBERMAN Plásticos Industriais SCHAEFFLER

SENIOR FLEXONICS Brasil SEW Eurodrive Brasil 79


SIEMENS TECNIPLAS

TEXACO TREFITA

VULKAN DRIVE TECH CANAMIX - TERRA&CIA

80
Negócios

Network CanaMix comemora


retomada do setor
O Grupo AgroBrasil teve a honra de receber representantes de
empresas fornecedoras e profissionais de usinas e destilarias de todo o
Brasil, no tradicional Network CanaMix, realizado dia 25 de agosto, na
Fazenda São Geraldo, em Sertãozinho, SP. O evento reuniu cerca de 200
pessoas em uma confraternização que contou com a animação do cantor,
compositor e humorista Cristiano Matilles. Como sempre, o famoso porco
no rolete, drinks, chope e outras delícias, fizeram a alegria dos convida-
dos. Veja algumas fotos.

81
82
Agradecemos a todos os nossos Patrocinadores que estiveram mais um ano conosco!

83
Arquivo

Fitossanidade

Pragas são desafios para


produtores de cana, pois
reduzem a produtividade e
muitas vezes são de difícil
controle
Pragas reduzem
projeções da safra
2016/17
Mundialmente a cana-de-açúcar contabiliza
perdas de aproximadamente 20% ao ano,
considerando somente o ataque de insetos

O
efeito da maior infestação de pra- foi incorporado ao modelo de projeção da
gas e doenças nos canaviais do Job com um impacto negativo de 2,5 %.
Centro-Sul do Brasil alterou as Sendo assim, a estimativa de produção de
projeções da Job Economia para a produ- cana foi reduzida em aproximadamente 16
ção de açúcar e etanol na safra 2016/17. milhões de toneladas, para 602 milhões de
De acordo com a consultoria, este cenário toneladas, queda de 15,7% em relação à

84
Arquivo

temporada passada.
A produção de açúcar pelas
usinas do Centro-Sul foi estimada em 34,8
milhões de toneladas, 800 mil toneladas
abaixo da previsão anterior. Mesmo as-
sim, a projeção indica aumento de 3,6 %
na comparação com a safra passada, por
conta do incremento do volume de produ-
ção das usinas em um cenário de preços
favoráveis. Já a produção de etanol foi es-
timada em 25,4 bilhões de litros, ante 26,2
bilhões na previsão anterior, uma queda de
2,8% em relação à safra 2015/16.
De acordo com a Job, a pro-
dução de etanol anidro (misturado à gaso-
Sphenophorus levis
lina na proporção de 27%) deve girar em Algumas delas, como besouros e cupins, (bicudo da cana-de-
torno de 10,7 bilhões de litros, praticamen- muitas vezes são observadas no canavial açúcar)

te estável ante a temporada passada. Já somente após terem causado danos, uma
a fabricação de etanol hidratado (usado vez que são pragas de solo e, por isso, de
em motores flex) pode sofrer uma queda difícil detecção.
de 2,9% na comparação anual, para 14,7 Para uma produtividade de
bilhões de litros. 80 toneladas por hectare, as perdas oca-
Pragas e doenças da cana, sionadas pela broca para cada 1% de in-
portanto, são desafios constantes para tensidade de infestação são de 616 quilos
os produtores, especialmente diante de de cana, 28 quilos de açúcar e 16 litros
um cenário econômico desfavorável, com de etanol, aproximadamente. Os prejuízos
queda de receita e de investimentos, di- causados pela cigarrinha-da-folha, por
ficuldade para se obter financiamentos, exemplo, têm chegado a 17,5% de perda
entre outros entraves. De acordo com o no processo industrial, quando a popula-
Instituto Agronômico (IAC) de Campinas, ção de adultos chega a 0,7 indivíduo por
SP, órgão ligado ao Governo do Estado de colmo. Já a espécie Heterotermes tenuis
São Paulo, os nematoides podem reduzir chega a causar perdas da ordem de dez
a produtividade da cana do primeiro corte toneladas por hectare, por ano, sobretudo
de 20% a 30%, além de diminuir a produ- em solos arenosos. A cigarrinha-da-raiz é
tividade das soqueiras de 10% a 20% por responsável por perdas de 11% na pro-
corte e reduzir a longevidade do canavial dutividade agrícola e 1,5% na produção
em cerca de um corte. de açúcar.
De acordo com a Agência Controle - Os produtores con-
de Informação Tecnológica da Embrapa tam com alguns métodos para controlar a
(Ageitec), mundialmente a cana-de-açúcar incidência de pragas nos canaviais. Vale
contabiliza perdas de aproximadamen- lembrar que um inseto só pode ser con-
te 20% ao ano, considerando somente o siderado praga quando atinge um deter-
ataque de pragas. A planta pode ser ata- minado índice de dano econômico para a
cada por mais de 80 espécies de pragas. cultura plantada. Dependendo da espécie,

85
Embrapa

Fitossanidade
do tamanho populacional da praga, da
fase de desenvolvimento, estrutura vege-
tal atacada e da duração do ataque, pode
haver maior ou menor prejuízo, em quanti-
dade e em qualidade.
Uma das formas de controle
utiliza métodos culturais, que se baseiam
na utilização dos conhecimentos ecológi-
cos e biológicos das pragas, empregando
Método biológico
práticas culturais. As mais comuns são: ro- permite o controle de
tação de culturas; aração do solo; época suas presas. pragas por meio de
inimigos naturais
de plantio e colheita; destruição de restos O método químico constitui-se
de cultura; cultura no limpo; poda; aduba- no uso de inseticidas – compostos químicos
ção e irrigação; e plantio direto entre outros e biológicos – que são aplicados, direta ou
sistemas de cultivo. indiretamente, para matar insetos. O con-
Há também o método de re- trole de pragas é regulamentado por leis e
sistência de plantas, a partir do emprego portarias federais e estaduais, distribuídas
de plantas resistentes a insetos, conside- em diversas modalidades. O cumprimento
rado por muitos o sistema ideal de controle dessas leis proporciona um controle em ní-
devido à possibilidade de permitir a manu- vel nacional, o que ajuda a diminuir a inci-
tenção da praga em níveis inferiores ao de dência das diferentes pragas.
dano econômico, sem causar prejuízos ao Manejo integrado - Spheno-
ambiente e sem ônus adicional ao agricul- phorus levis (bicudo da cana-de-açúcar),
tor. É ideal para ser utilizado em qualquer Metamasius hemipterus (besouro-rajado-
programa de manejo de pragas. -da-cana), Migdolus fryanus (broca-da-
Existem os métodos de con- -cana) são pragas que atacam a cana-
trole por comportamento, a partir de estu- -de-açúcar. De acordo com o engenheiro
dos de fisiologia dos insetos. Esses méto- agrônomo José Francisco, da Global Cana,
dos não apresentam riscos de intoxicação um dos empecilhos no manejo é a iden-
para o homem e para animais domésticos, tificação correta dessas pragas. "Em São
não geram resíduos tóxicos e evitam de- Paulo, 150 municípios têm foco do Sphe-
sequilíbrios ecológicos. Uma das formas nophorus. Em Mato Grosso do Sul, é preci-
de controle por comportamento é o uso de so monitorar. Produzem de quatro a cinco
hormônios de inseto. gerações por ano. Na seca, tem acúmulo
Os métodos de controle fí- de larva e no [período] úmido, de adulto",
sico envolvem processos como queima, alertou Francisco.
drenagem, inundação e temperatura. Já Um dos problemas do besou-
o método biológico permite o controle de ro-rajado-da-cana é que, segundo Fran-
pragas por meio de inimigos naturais, que cisco, o inseto tem se comportado como
se dividem em entomopatógenos: organis- o bicudo da cana. "É importante conhecer
mos causadores de doenças em seus hos- as adaptações das pragas, como vêm se
pedeiros; parasitoides: organismos que se comportando para conseguir fazer o con-
desenvolvem no interior dos hospedeiros; trole", disse. Já para a broca-da-cana,
e predadores: organismos que matam Francisco falou que "o manejo deve ser

86
87
Embrapa

Fitossanidade

Aplicação de inseticidas é um dos


métodos de controle de pragas

mais pesado. É uma praga de difícil visualização, porque sai para Para Leandro Béber, enge-
acasalar e volta rapidamente para o colmo". nheiro agrônomo da Syngenta, a aplica-
A indicação é realizar o monitoramento das pragas em ção de produtos é necessária para con-
quatro pontos por hectare (30% de cada talhão em 100% do talhão). trolar a praga. Mas um dos problemas
No caso de barreira química, ele aconselha o uso de equipamentos averiguados é que muitas vezes as apli-
com robustez, que atinjam de 30 cm a 60 cm de profundidade para cações são malfeitas (aplicações em área
realizar as aplicações de inseticidas. total; bicos entupidos/desregulados; etc);
Outra praga que acomete a cana-de-açúcar é a cigar- com baixa dose de inseticidas; problema
rinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata). "Hoje, um dos grandes na qualidade da água de aplicação, entre
problemas, principalmente em áreas de expansão, é que há banco outros. "A aplicação malfeita diminui a efe-
de ovos por causa das pastagens anteriormente cultivadas também tividade do controle", afirmou.
com pastagens. Mas se fizer um controle bem feito, é possível con- Béber concorda que a amos-
viver tranquilamente", afirma José Francisco, engenheiro agrônomo tragem nas usinas é um gargalo. "Tem que
da Global Cana. haver uma equipe para fazer a avaliação
Entre as ações recomendadas por Francisco estão o a cada 15 dias no período de maior inci-
desenleiramento da palha na linha para permitir que a insolação dência. O primeiro controle deve ser feito
chegue até os ovos da cigarrinha (não é em toda região que isso é na 1ª geração da cigarrinha. A gente sabe
possível), e o uso de variedade de cana precoce e o recolhimento que a equipe nas usinas atualmente está
da palha em excesso. reduzida, mas o ideal é ter uma equipe
"A metodologia de amostragem da cigarrinha é um desa- específica para o controle de pragas".
fio. Orientamos fazer a amostragem em quatro pontos de 2 metros por Controle biológico - O chefe
hectare, sendo 30% de cada talhão em 100% do talhão. Se o número adjunto de P&D da Embrapa Agropecuá-
de ninfas for acima de 2 ninfas por metro é necessário fazer a zona de ria Oeste, Harley Nonato de Oliveira, des-
manejo", disse o engenheiro agrônomo José Francisco. taca a importância de se conhecer a qua-

88
Ourofino Agrociência

lidade dos parasitoides para o controle


biológico de pragas a serem utilizados,
inclusive os processos da criação deles.
Tal importância recai também sobre as
usinas que têm ou vão montar o próprio
laboratório, porque precisam conhecer
todos os procedimentos para desenvol-
ver e melhorar o desempenho dos orga-
nismos benéficos.
"Quem produz cana e utiliza
o controle biológico deve ficar atento às
recomendações da pesquisa quanto a di-
versos fatores, como a qualidade e a ida-
de do parasitoide, a forma de transporte
e sua distribuição, o horário de liberação Os estragos causados pela cigarrinha, que
mede cerca de um centímetro, podem chegar
desses inimigos naturais na lavoura, a se- a 60% de perda de produtividade
leção de produtos fitossanitários quando
se faz o controle químico, entre outros." às condições climáticas conseguem melhor desempenho.
Entre as maneiras de se Fitonematoides – Segundo a pesquisadora Lei-
melhorar o desempenho de organismos la Dinardo, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), análises
benéficos no controle de pragas estão de solos cultivados com cana-de-açúcar mostram que 97% das
a qualidade dos parasitoides criados amostras analisadas têm o nematoide Pratylenchus zeae, 35% o
em laboratório; cuidado no transporte Meloidogyne javanica; 20% o M. incognita e 35% o P. brachyurus.
e nas liberações; período que a praga São pragas que comprometem a produtividade da cana-de açúcar,
está apta a ser controlada pelo parasi- especialmente no solo arenoso, onde os danos são mais severos
toide; uso de produtos fitossanitários do que em solos argilosos, "provavelmente devido à diferença de
seletivos, entre outras. Oliveira também capacidade de armazenamento de água que nos arenosos é me-
ressaltou que é de suma importância que nor. Mas a população pode ser alta nos dois tipos de solo", afirmou.
sejam criados laboratórios de qualidade A população de nematoides flutua com o tempo, de
em Mato Grosso do Sul (atualmente, não acordo com a deficiência hídrica no solo. Em tempo de seca, a
existem laboratórios no Estado) e que os população cai, em tempo de maior umidade, aumenta. Para obter
parasitoides a serem trabalhados sejam amostragens, a pesquisadora recomenda realizá-las nas épocas
adaptados à região. chuvosas do ano: novembro a abril, em 1 ou 2 pontos por hectare.
Pesquisas realizadas pela Para saber o nível de danos econômicos, é preciso fazer experi-
Embrapa Agropecuária Oeste, com apoio mentações com cana planta e cana soca de diferentes variedades,
da Universidade Federal da Grande Dou- tipos de solo, espécies e populações de nematoides, misturas de
rados (UFGD), avaliaram efeito de stress espécies, entre outros dados.
por temperatura sob diferentes parasi- A partir dos resultados, o controle deve ser feito em áreas
toides de Diatraea saccharalis em labo- com média e alta infestação de nematoides. Mesmo com outras for-
ratório. Resultados mostram diferentes mas de controle, como a rotação de culturas a partir da renovação de
comportamentos de inimigos naturais em canaviais, uso de torta de filtro e torta de mamona, por exemplo, é ne-
relação às variações de temperaturas en- cessário usar nematicida. "A cana é muito sensível. Em qualquer época
contradas na região produtora de Doura- de plantio, quando a população de nematoide é média ou alta, a cana
dos, MS. Os inimigos naturais adaptados deve receber nematicida no plantio", afirma a pesquisadora do IAC.

89
Citricultura

A terra da lar

Mesmo tendo perdido boa parte da produção da


fruta, região de Bebedouro busca resgatar tradição
ao fazer parte de projeto que visa reunir dados e
histórias da cadeia produtiva de mais duas cidades:
Araraquara e Matão

Objetivo da websérie é
mostrar os benefícios da
cultura da laranja para o Gabriela Brack, de Bebedouro sa Agropecuária (Embrapa), dos 40 mil
campo e para a cidade
hectares de laranjais bebedourenses em

B
ebedouro já foi conhecida como 1988, sobraram pouco mais de 13 mil em
a “Cidade da Laranja”. Muitos dos 2014. No entanto, ainda é possível respirar
extensos pomares responsáveis por o cheiro da fruta. E quem se mantém na
este título até o final da década de 1990 atividade tem a esperança de resgatar a
não existem mais. De acordo com levan- tradição.
tamento da Empresa Brasileira de Pesqui- Prova disso é que a Asso-

90
Divulgação CitrusBR

anja? É aqui!

ciação Nacional dos Exportadores de Su- tende criar um banco de dados sobre a
cos Cítricos (CitrusBR) incluiu Bebedouro citricultura em três polos: Bebedouro, Ara-
e mais duas cidades num projeto que visa raquara e Matão.
chamar a atenção dos Governos Estadual O diretor executivo da Citrus-
e Federal e pessoas ligadas ao setor para BR, Ibiapaba Netto, explica que a websé-
a importância da cadeia produtiva. Com a rie vai abordar a relevância e os impactos
websérie “Laranja: Patrimônio de São Pau- econômicos da laranja para a economia
lo, Patrimônio do Brasil”, a entidade pre- paulista e do país. “Hoje, com as ferramen-

91
Citricultura
Divulgação CitrusBR
momento em que os aspectos positivos
são mostrados. “Primeiramente, queremos
que o setor se enxergue com a mesma
relevância que nós enxergamos e, num
segundo passo, que as classes políticas
tenham mais informações sobre todos os
benefícios que a laranja e o suco trazem
para a sociedade”.
Bebedouro foi escolhida por
ter sido considerada um dos berços da ci-
tricultura no país. “E ainda pela importân-
cia que tem, não só por continuar havendo
muitos produtores na região, mas também
pelas fábricas de suco instaladas”. A ideia
da CitrusBR é, também, apresentar o ta-
manho do “efeito multiplicador” da laranja,
que gera empregos nas zonas rural e urba-
na, na indústria e no comércio, e influencia
na arrecadação de impostos. “E nada me-
lhor do que a gente das próprias cidades
para mostrar isso”.
A websérie é filmada parale-
lamente nas três localidades. “Não quere-
mos mostrar uma cidade por capítulo, mas
um diferente aspecto comum para cada
uma delas”. Até esta primeira quinzena de
outubro, o projeto havia captado cerca de
80% das imagens e depoimentos. Estão
confirmadas as participações do ex-minis-
tro da Agricultura Roberto Rodrigues, do
ex-secretário da Agricultura de São Paulo
João Sampaio e do economista José Ro-
berto Mendonça de Barros.
A previsão de lançamento é
Carregamento de laranja
em pomar da região
para o fim do mês. O teaser, divulgado no
de Bebedouro: área de
tas digitais, é possível produzir esse tipo dia 8 de setembro, antecipou parte do que
cultivo passou de 40 mil de conteúdo sem estar atrelado a outros vem pela frente. “A proposta é surpreender
hectares para 13 mil
canais de distribuição, como a televisão”. o mercado com um produto bem bacana
Ele acredita que a iniciativa irá e, acima de tudo, que represente o setor”.
sensibilizar os grupos políticos sobre a si- Importância - O presidente
tuação da cultura, vista como um “enorme do Sindicato Rural de Bebedouro, José
patrimônio, que às vezes fica um pouco Oswaldo Junqueira Franco, destaca a rele-
escondido”. Segundo o diretor, o resgate vância do projeto para a valorização da ca-
da cadeia produtiva é possível a partir do deia produtiva. “A citricultura foi muito im-

92
Divulgação CitrusBR portante para o Estado de São Paulo e
para Bebedouro”. Ele analisa o impacto
provocado pela laranja na economia da
região, que não envolve apenas donos
de terras, mas distribuidores, colhedo-
res e confecção de peças para máqui-
nas agrícolas. “Tudo isso contribui para
a renda do município”.
Para Franco, a iniciativa
deve ser ainda mais celebrada por não
ser direcionada apenas aos citriculto-
res. “Doenças como o cancro cítrico, o
greening e a pinta preta têm provoca-
do a destruição de pomares, e não vai
adiantar enquanto o produtor não tiver
perspectivas para plantar e colher”,
diz, apontando, como solução, maior
investimento em pesquisas. “A campa-
nha da CitrusBR é válida no sentido de
despertar a atenção do governo para o
investimento no controle sanitário desta
cultura”.
O citricultor Benedito Ruiz
Gamito também considera fundamental
a realização desse tipo de ação. “Neste
país, quando se fala em poder público,
as coisas são muito complicadas. É
tudo muito demorado, burocrático. Mas
alguém tem que tentar”. Gamito avalia o
momento enfrentado pela cadeia. “Está
ficando cada vez mais caro. E estamos
produzindo pouco. Estou até pensan-
do em trocar de cultura. Vou ‘teimar’ só
mais um pouco”.
Continuidade - O diretor
executivo da CitrusBR conta que o pro-
jeto pode ser considerado uma continui-
dade de outra websérie, “A Ciência do
Suco de Laranja”, produzida pela asso-
ciação em parceria com a Universidade
Estadual Paulista (Unesp) e divulgada
de março a julho. Foram oito capítulos,
Bebedouro foi escolhida para a websérie com o objetivo de informar sobre os
porque foi um dos berços da citricultura no
país e pelas fábricas de suco que mantém
benefícios do consumo da fruta para a

93
Divulgação CitrusBR

Citricultura

Projeto está sendo filmado


paralelamente em Bebedouro,
Araraquara e Matão, com saúde, além de desmistificar alguns tabus. tima estimativa para o parque citrícola de
previsão de lançamento para
“Informar a sociedade e lutar São Paulo e Minas Gerais, que engloba
o fim de outubro
pelos interesses da citricultura são algu- 349 municípios e no qual está Bebedouro,
mas das missões da CitrusBR enquanto as- é uma produção de 249,04 milhões de cai-
sociação setorial. Espero que seja possível xas de 48,08 quilos. O número, apurado na
sempre ter um tema relevante para mostrar primeira quinzena de setembro, representa
não só à cadeia citrícola, mas à toda a so- um aumento de 1,3% em relação ao primei-
ciedade paulista. Sem dúvida, esse mode- ro levantamento, feito em maio. Mas apon-
lo de websérie é muito bom”, declara Netto ta uma redução de 17,16% na comparação
Entre os resultados desse tipo com a colheita anterior (2015/2016), que foi
de produção online, o principal ponto des- de 300,65 milhões de caixas.
tacado pelo diretor é a criação de conteú- Diante desses dados, se-
do relevante e que ficará disponível para gundo relatório publicado em agosto pela
quem quiser usar. “Muitas vezes, sabemos CitrusBR, esta será a menor safra em 28
que um setor é importante, mas, por alguma anos. Devido a condições climáticas, a en-
razão, certos dados não estão disponíveis. tidade estima rendimento industrial médio
Por isso, é interessante criar esse grande de 291,8 caixas necessárias para a fabri-
banco de histórias sobre a citricultura para cação de uma tonelada de suco de laranja
que ela seja mais bem compreendida”. concentrado congelado (Frozen Concen-
E a safra? - Desde 2015, os trated Orange Juice – FCOJ) equivalente,
citricultores têm à disposição uma nova o que, se for confirmado, será o segundo
ferramenta. A Pesquisa de Estimativa de índice pior da história.
Safra (PES), realizada pelo Fundo de Defe- No caso da demanda de suco
sa da Citricultura (Fundecitrus), com apoio se manter estável, os estoques previstos
da Markestrat Consultoria, da FEA/RP-USP para 30 de junho de 2017 devem somar 2066
(Faculdade de Economia e Administração toneladas, os níveis mais baixos de toda a
da USP-Ribeirão) e da Unesp, oferece a história. “Esse será, sem sombra de dúvidas,
dimensão da cadeia e contribui para o pla- um período desafiador para que nossas em-
nejamento do futuro do setor. presas mantenham seu ritmo de exportação
Para a safra 2016/2017, a úl- ao longo de toda a safra”, conclui Netto.

94
95
Mudanças Climáticas

2016
pode ser o ano
mais quente
da história

O
ano de 2016 caminha para ser o riores aos níveis pré-industriais e 0,88°C
mais quente já registrado, com acima da média de 14ºC do período de
temperaturas globais superiores referência 1961-1990.
aos recordes de 2015. Dados prelimina- De acordo com o secretário-
res da Organização Meteorológica Mun- -geral da OMM, Petteri Taalas, a tendência
dial (OMM) indicam que as temperaturas de aquecimento aumentou em 2015 e 2016
anotadas de janeiro a setembro deste por conta do fenômeno meteorológico El
ano foram aproximadamente 1,2ºC supe- Niño, que afeta o Oceano Pacífico Tropical

96
Arquivo
Arquivo

Fenômeno El Niño do ano


(próximo à linha do Equador) nos primei- passado foi o mais forte
dos últimos 20 anos com
ros meses do ano. A cada cinco anos, recordes de temperatura
aproximadamente, este efeito climático
provoca aumento das temperaturas atra-
vés de correntes de ar quente. O rastro
do El Niño já indica que o recorde de ano
mais quente seja batido.
Caso seja mesmo confir-
mado, 16 dos 17 anos mais quentes da
história vão ser registrados neste século.
A exceção será o ano de 1998. O relató-
rio da OMM aponta que algumas áreas
árticas registraram temperaturas de 7ºC
acima da média de longo prazo. Outras
regiões árticas e subárticas em toda a
Rússia, no Alasca e no noroeste do Ca-
nadá registraram pelo menos 3ºC acima
da média.
Segundo Petteri Taalas, os
aumentos da temperatura são mais pro-
nunciados no Hemisfério Norte, onde
Dados da OMM indicam que as temperaturas mais de 90% das áreas registraram tem-
anotadas de janeiro a setembro deste ano
foram aproximadamente 1,2ºC superiores aos peraturas de mais de 1ºC acima da mé-
níveis pré-industriais dia. Essa mesma tendência foi observa-
da também em grande parte na África do
Sul e várias outras regiões do Hemisfério
Sul. As temperaturas dos oceanos tam-
bém ficaram acima do normal, afetando
ecossistemas em várias regiões tropicais.
Na Austrália, por exemplo,
a elevação da temperatura do oceano

97
Mudanças Climáticas

Aquecimento global causa o degelo


do Ártico e compromete a vida em
todo o planeta
Divulgação OMM

contribuiu para um branqueamento sig-


nificativo da Grande Barreira de Corais,
onde a morte dos organismos marinhos
atingiu 50%. O aumento global dos níveis
dos oceanos chegou a 15 milímetros entre
novembro de 2014 e fevereiro de 2016 —
cinco vezes maior que a média de 3 a 3,5
milímetros por ano registrada após 1993.
O sinal mais evidente da ace-
leração do aquecimento global é a con-
centração de gases de efeito estufa na at-
mosfera. A calota polar do Ártico encolheu
até níveis desconhecidos e regiões inteiras
da Groenlândia sofrem longas épocas de
degelo. Até agora, o pior evento natural
registrado este ano foi o furacão Matthew,
que assolou o Haiti em outubro. Houve
também tufões e ciclones, inundações na
Ásia e África, além de grandes ondas de
Petteri Taalas afirma que a tendência de calor e secas pelo globo.
aquecimento aumentou em 2015 e 2016
por conta do fenômeno meteorológico El
Niño, que afeta o Oceano Pacífico Tropical
98
(próximo à linha do Equador)
Arquivo
Monitoramento - A OMM
elabora relatórios climáticos periódicos
com o objetivo de ajudar os países a
tomar medidas eficazes para reduzir as
emissões do efeito estufa, além de aju-
dar setores estratégicos como agricultu-
ra, gestão da água e sistemas de saúde
e energia a se adaptarem para o futuro. E
isso pode ajudar a salvar vidas. “Há uma
grande necessidade de reforçar os aler-
tas de desastres e as capacidades dos
serviços de clima, especialmente dos
países em desenvolvimento. Esta é uma
maneira poderosa de se adaptar às mu-
danças climáticas”, declarou Taalas.

Grande Barreira de Coral


perde 50% de sua cobertura
em menos de 30 anos
IHU

99
Mudanças Climáticas

Ritmo de emissões
Arquivo

de CO2 desacelera
A
s emissões globais de gases CO2 na atmosfera, grandes respon-
sáveis pelo efeito estufa, parecem estar estabilizadas. De acordo
com pesquisadores da Universidade de East Anglia (UEA) e do
Global Carbon Project - que reúne cientistas do mundo inteiro - em 2015
foram emitidas 36,3 gigatoneladas de CO2 (GtCO2), um aumento de
apenas 0,2% em relação a 2014. O relatório projeta o aumento de apenas
0,2% para 2016 em relação ao ano passado.
Para os cientistas, é uma ruptura clara em relação ao rápido
crescimento das emissões de 2,3% ao ano registrados na década até
2013, com apenas 0,7 % de crescimento observado em 2014. Os novos
dados mostram que o crescimento das emissões ficou abaixo de 1%,
apesar do crescimento do PIB ter excedido os 3%. A queda no uso de
carvão na China é a principal razão. Essa desaceleração, no entanto, Corinne Le Quéré: "As emissões globais
agora precisam diminuir rapidamente e não
ainda é insuficiente para deter as mudanças climáticas. apenas parar de crescer"
De acordo com Corinne Le Quéré, diretora do Centro Tyn-
dall da UEA, que liderou a análise de dados, este terceiro ano de quase
Arquivo
nenhum crescimento nas emissões é sem precedentes em um momento
de forte crescimento econômico. "Embora contribua para combater as
alterações climáticas, não é suficiente. As emissões globais agora preci-
sam diminuir rapidamente e não apenas parar de crescer", disse. Corin-
ne defende cortes mais drásticos nas emissões.
Análise do Global Carbon Budget mostra que, apesar da
estabilização das emissões, a concentração atmosférica de CO2 foi re-
corde em 2015 e poderá ser maior em 2016 por conta dos fracos sumi-
douros de carbono. Isso porque parte das emissões de CO2 é absorvi-
da pelo oceano e pelas árvores e com as altas temperaturas de 2015 e
2016, menos CO2 foi absorvido devido às condições quentes e secas
relacionadas ao El Niño.
"Os níveis atmosféricos de CO2 excederam 400 partes por
milhão (ppm) e continuarão a subir e fazer com que o planeta aqueça, a
menos que as emissões sejam reduzidas para perto de zero", alerta Co-
rinne. Para Glen Peters, pesquisador do Center for International Climate
and Environmental Research, da Noruega, o crescimento das emissões
nos próximos anos dependerá do quanto as políticas energéticas e cli- Para Glen Peters, o crescimento das
emissões nos próximos anos dependerá do
máticas podem impedir novas tendências. "O mais importante é elevar quanto as políticas energéticas e climáticas
a ambição de promessas de cortes nas emissões para que sejam mais podem impedir novas tendências

consistentes com os objetivos de temperatura do Acordo de Paris”, disse.

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Arquivo

Mudanças Climáticas

Acordo de Paris
é insuficiente para frear
aquecimento global

C
Mesmo com as evidências
científicas incontestáveis, aso não sejam adotadas medi- se todas as metas para 2030 forem cum-
iniciativas para minimizar a das mais drásticas para reduzir pridas não será suficiente para evitar o
mudança do clima têm sido
postergadas e as emissões a emissão de gases do efeito es- aquecimento acima de 2°C. E parte dos
de GEE continuam a tufa do que as estabelecidas no âmbito compromissos assumidos pelos países
crescer
do Acordo de Paris, o teto considerado depende de condições externas, como
seguro para o aquecimento global – de financiamento”, disse Goldemberg.
2ºC acima dos níveis pré-industriais até De acordo com Watson, além
o final do século – pode ser alcançado de pressionar governos e empresas para
já em 2050. A conclusão está no relatório adotarem medidas para reduzir as emis-
"The Truth About Climate Change" (A ver- sões, cada cidadão deve rever seus há-
dade sobre a mudança climática). bitos e dar sua contribuição. “Precisamos
A análise foi coordenada por avaliar como estamos usando a energia
Robert Watson, ex-presidente do Painel em nosso dia a dia, aumentar a eficiência
Intergovernamental de Mudanças Climá- energética de nossa casa, preferir formas
ticas (IPCC) da Organização das Nações alternativas de transporte em detrimento
Unidas (ONU). Entre os autores do docu- dos carros individuais”, afirmou.
mento está José Goldemberg, professor No relatório, os especialistas
emérito da Universidade de São Paulo disseram haver ainda muitos mal-enten-
(USP) e presidente da Fapesp. didos sobre o tema – e também muita de-
“O documento é um alerta de sinformação disseminada de forma deli-
que não podemos ficar confortáveis ape- berada –, o que leva um grande número
nas com os compromissos assumidos no de pessoas a entender as mudanças cli-
Acordo de Paris. Mostramos que mesmo máticas como algo “abstrato, distante e

102
Unesp

de longo prazo é manter o aquecimento global abaixo de 2ºC – o


mais perto possível de 1,5ºC – até o final do século. Acima des-
se teto, segundo estimativas feitas pelo IPCC, cresceriam rapi-
damente os riscos associados a eventos climáticos extremos e à
elevação do nível dos oceanos.
Em 2015, a temperatura média do planeta já superou
a marca de 1°C acima dos níveis registrados na época pré-indus-
trial. Para não extrapolar o limite proposto para o fim do século,
seria necessário reduzir em 22% a emissão de gases de efeito
estufa até 2030.
O relatório ressalta, contudo, que, no melhor dos
cenários, se todas as metas propostas pelos 195 países forem
totalmente cumpridas, as emissões devem se manter nos níveis
atuais: 54 gigatoneladas de dióxido de carbono equivalente (ou
CO2eq, medida usada para comparar as emissões de diversos
gases de efeito estufa baseada na quantidade de CO2 que teria o
Goldemberg: "Mostramos que mesmo mesmo potencial de causar aquecimento global) por ano.
se todas as metas para 2030 forem Se apenas forem cumpridos os compromissos assu-
cumpridas não será suficiente para evitar
o aquecimento acima de 2°C" midos de forma incondicional pelos países, ou seja, aqueles que
não dependem de financiamento externo, transferência de tecno-
logia ou capacitação, as emissões devem crescer 6% até 2030.
até mesmo controverso”.
Sem o Acordo de Paris seria ainda pior: o aumento seria de 30%.
Para os cientistas, no entan-
to, não restam dúvidas de que o planeta
está aquecendo – e ainda mais rápido
Análise foi coordenada por Robert
do que se previa. Apesar das evidên- Watson, ex-presidente do Painel
cias científicas incontestáveis, afirmam, Intergovernamental de Mudanças
Climáticas (IPCC) da ONU
iniciativas para minimizar a mudança do
clima têm sido postergadas e as emis-
sões de GEE continuam a crescer, o que
torna o combate ao problema cada vez
mais caro e difícil.
“O apoio da sociedade será
crucial para acelerar as medidas de
combate ao aquecimento global. Por-
tanto, as questões seguintes têm como
objetivo esclarecer mal-entendidos so-
bre as mudanças climáticas e sobre o
Acordo de Paris”, apontaram os cientis-
tas no relatório.
O documento reconhece
que o Acordo de Paris foi bem-sucedido
e representa um “passo decisivo para
que sejam tomadas medidas coletivas Arquivo
relacionadas ao clima global”. O objetivo

103
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105
Mudanças Climáticas

Amazônia na Rede

Entre as metas brasileiras

Brasil ratifica
no Acordo de Paris
estão a restauração e
reflorestamento de uma
área de 12 milhões de

compromisso de reduzir
hectares

emissões
E
m setembro, o presidente Michel Te- 197 países integram a Convenção Quadro
mer entregou ao secretário-geral da das Nações Unidas sobre Mudança do Cli-
ONU, Ban Ki-Moon, documento no ma (UNFCCC, na sigla em inglês).
qual o Brasil ratifica o Acordo de Paris. O Pelo acordo, o Brasil assume
país se comprometeu, de forma incondicio- oficialmente o compromisso de manter o
nal, a reduzir as emissões de gases causa- aumento da temperatura média global em
dores do efeito estufa em 37% até 2025, na menos de 2°C acima dos níveis pré-indus-
comparação com os níveis registrados em triais e de limitar o aumento da temperatura
2005; e em 43% até 2030. a 1,5°C acima de tais níveis até 2100.
Para entrar em vigor, o acordo Na agricultura, a meta brasi-
precisa ser ratificado (transformado em lei) leira é restaurar e reflorestar uma área de
por pelo menos 55 países responsáveis por 12 milhões de hectares. Os planos incluem
55% das emissões de carbono. Ao todo, ainda a restauração de mais 15 milhões de

106
áreas degradadas e o aumento de 5 mi- de hectares da Amazônia. Mas não se sabe
lhões de hectares no sistema de integra- quem vai plantar as árvores e com qual di-
ção lavoura pecuária e floresta. nheiro. Há insegurança de como isso será
No setor energético, o objetivo feito”, disse.
é elevar para 18% o uso de biocombustí- Ainda segundo Goldemberg,
veis sustentáveis. O Brasil pretende atin- no caso brasileiro, o maior impacto caso
gir 45% de energias renováveis na matriz o limite de 2°C seja ultrapassado é a sa-
energética, dos quais entre 28% e 33% são vanização da Amazônia. “Esse fenôme-
de fonte não hídrica, incluída a energia eó- no alteraria o clima em todo o país, com
lica e a solar. O país ainda pretende ter ga- grande prejuízo para a agricultura. A
nhos de eficiência energética no setor em chuva que cai aqui no centro-sul vem da
torno de 10%. Amazônia”, ressaltou.
Para o Doutor em Ciências Fí- Goldemberg lembrou ainda
sicas - Universidade de São Paulo - José os prejuízos associados à inundação de
Goldemberg, a meta é “adequada”. Ele cidades costeiras, como Santos, no litoral
ressalta, no entanto, que por enquanto paulista, onde está um dos maiores portos
trata-se apenas de uma “manifestação de brasileiros. Um estudo apoiado pela Fa-
intenção”, pois não se especificou de que pesp estimou que o nível do mar na cidade
forma os objetivos serão alcançados. pode aumentar entre 18 e 30 centímetros
“Faz parte da INDC (Contri- até 2050 e entre 36 centímetros e 1 metro
buição Nacionalmente Determinada Pre- em 2100. Sem medidas de mitigação e
tendida, na sigla em inglês) brasileira, por adaptação, os danos econômicos podem
exemplo, o reflorestamento de 12 milhões chegar a R$ 2 bilhões, diz o estudo.
HidroMares

Área alagada em Santos após


ressaca do mar em agosto deste
ano. Situação pode ser mais
drástica nas próximas décadas

107
Gage Skidmore
Donald Trump, presidente

Trump é uma ameaça


eleito dos Estados Unidos

aos esforços contra


mudanças climáticas?
A
julgar pelo discurso de campanha to da temperatura média do planeta cau-
em que Donald Trump, eleito pró- sado pela ação humana, terá a caneta na
ximo presidente norte-americano, mão para decidir o futuro da participação
chama as mudanças climáticas de uma norte-americana no Acordo de Paris. Todo
"farsa" criada pela China, a resposta é sim. acordo diplomático tem um dispositivo que
No entanto, ainda é cedo afirmar se o posi- permite aos países signatários desistirem
cionamento controverso do magnata repu- da participação. Mas para isso há regras.
blicano pode refletir na saída dos Estados No caso do Acordo de Paris,
Unidos do Acordo de Paris. O tratado foi os EUA teriam de esperar três anos após a
assinado ano passado, na capital france- entrada do tratado em vigor e mais um ano
sa, por 193 países, incluindo os EUA. de "aviso prévio" para se retirar, o que seria
Trump, que durante a cam- possível apenas no final de 2020. Mas há
panha eleitoral americana contestou os atalhos tecnicamente possíveis. O futuro
resultados científicos atestando o aumen- presidente teria três alternativas para en-

108
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109
Mudanças Climáticas

curtar esse tempo. Uma delas seria notificar a ONU sobre a saída do EUA, segundo maior emissor de CO2, com
país da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança 15% das emissões globais, diminuíram o uso
do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) de 1992, tratado que deu de carvão reduzindo suas emissões em 2,6%
origem ao Acordo de Paris. Se um país não está na convenção, ele no ano passado. Para este ano as emissões
não pode estar no Acordo. dos EUA devem cair 1,7%.
Outra alternativa seria encerrar o envolvimento dos EUA A China, acusada por Trump de
com o UNFCCC e com o Acordo de Paris dentro de um ano. Trump promover uma "farsa" em relação às mudan-
poderia também emitir uma ordem presidencial simplesmente apa- ças climáticas, continua como maior país po-
gando a assinatura do país do acordo firmado na capital francesa. luidor, com 29% das emissões. Mesmo assim,
De qualquer forma, sair do UNFCCC causaria reações internacio- os tigres asiáticos registraram uma redução
nais e dentro do próprio partido Republicano, uma vez que a inclu- de emissões por volta de 0,7% em 2015, em
são dos EUA no UNFCCC foi assinada pelo ex-presidente George H. comparação com o crescimento de mais de
W. Bush e aprovada pelo Senado. 5% ao ano na década anterior. Uma nova re-
Na hipótese de Trump decidir não interromper as trata- dução para este ano está estimada em 0,5%.
tivas estabelecidas no Acordo de Paris, há ainda a ameaça do não Os 28 estados membros da
cumprimento das metas de redução de emissões. Ou seja, os EUA União Europeia (UE) são responsáveis
podem simplesmente não fazer nada. Isso porque não há, no texto pelo terceiro lugar no ranking dos poluido-
do acordo, nenhuma medida punitiva contra países que não atinjam res, causando 10% das emissões globais.
as metas estabelecidas no tratado. Ao contrário de China e EUA, as emissões
Por conta da personalidade polêmica e impositiva, além da de CO2 da UE aumentaram 1,4% em 2015.
pouca afeição às questões climáticas globais, Trump vai enfrentar opo- Já a Índia contribuiu com 6,3% de todas as
sições em todos os cantos do planeta. Por outro lado, o magnata pode emissões globais de CO2, com aumento
colocar a mão na consciência e seguir um caminho ambiental menos de 5,2% em 2015 e tendência de continuar
destrutivo para dar sequência a um dado, no mínimo, considerável. Os um período de forte crescimento.
Arquivo

China, EUA, UE e Índia são os maiores


emissores de CO2 do planeta

110
Sistema FAEP
Estudos do Laboratório

Aquecimento do planeta de Fisiologia Ecológica de


Plantas da USP mostram
que a cultura do trigo em
alta concentração de CO2

pode comprometer
tem menos proteínas

qualidade dos alimentos


A
piora na qualidade dos alimentos, trás das mudanças climáticas globais", dis-
assim como a perda de espécies se Buckeridge. Os estudos indicam ainda
da biodiversidade, são apenas al- que, devido à própria inércia do sistema de
guns dos impactos previstos por conta da mudanças climáticas, não é mais possível
elevação dos níveis de CO2 (gás carbôni- evitar que a temperatura no mundo suba
co) na atmosfera e aumento da tempera- até 2°C, o que significa que a temperatu-
tura global. De acordo com o pesquisador ra em algumas regiões do planeta poderá
Marcos Silveira Buckeridge, um dos auto- chegar a 60°C.
res do relatório 5 do IPCC - Painel Intergo- "Mesmo se parássemos de
vernamental de Mudanças Climáticas, o emitir CO2 a partir de hoje, a temperatura
excesso de produção de CO2 é causado global continuaria aumentando até 2050",
principalmente pela queima de combus- disse. Algumas consequências desse au-
tíveis fósseis e mudanças no uso da terra mento de temperatura já podem ser vis-
causadas pelo homem, como por exemplo tas e poderão se intensificar nos próximos
a agricultura. anos, a exemplo dos furacões, inundações
"Calculamos que há 97% de e seca extrema. A queda na produção e
possibilidade de que o homem esteja por qualidade dos alimentos é um dos princi-

111
Buckeridge: "Mesmo se
parássemos de emitir CO2 a partir
de hoje, a temperatura global
continuaria aumentando até 2050"

IEA/USP

pais alertas previstos no relatório do IPCC Comunicação - Estabelecer


Na América, cinco riscos principais foram elencados um fluxo de informação científica e ideias
no relatório: o aumento do nível do mar/alagamentos causados pelo que tenham o potencial de serem transfor-
desgelo nos Andes; o aumento da ocorrência de secas; o branque- madas em políticas públicas é, segundo
amento dos corais (em geral, os ecossistemas marinhos são mais Marcos Buckeridge, fundamental para que
sensíveis ao aumento da temperatura); o aumento da incidência de os países adotem ações de mitigação e
doenças infecciosas causadas por vetores; e a queda na produção adaptação às mudanças climáticas. "Quan-
e na qualidade dos alimentos. do os cientistas não conseguem alcançar
No caso específico do trigo, por exemplo, o professor os fazedores de políticas públicas, eles po-
afirma que estudos feitos no Laboratório de Fisiologia Ecológica de dem tentar influenciá-los indiretamente, e
Plantas da USP mostraram que a cultura em alta concentração de uma das maneiras mais efetivas de se fazer
CO2 tem menos proteínas. "Algumas plantas poderão até ter um isso é alcançando a mídia global", afirma.
pico de crescimento com a elevação do gás carbônico na atmos- No entanto, para que isso
fera, mas após atingirem o ápice (Tiping Point) desse pico haverá aconteça, o professor da USP afirma que
perda da biodiversidade", prevê o pesquisador. os cientistas devem fazer melhor o traba-
Buckeridge, que é professor da USP, destaca a impor- lho de explicar para a população e para os
tância de se realizar mais estudos sobre recursos genéticos de plan- fazedores de políticas públicas aquilo que
tas e animais que afetam a biodiversidade e também de se guardar fazem. "Isso exige que a gente relaxe um
as espécies em bancos de germoplasma para que seja possível re- pouco o nosso rigor para que a informação
generar biomas em caso de grandes perdas. "Precisamos produzir passe e com isso os fazedores de políticas
mais dados para que possamos fazer as modelagens e projeções públicas tomem decisões no sentido cer-
para o futuro", avisa. to", conclui Buckeridge.

112
113
Plural Comunicação

Saúde Móvel

Palhaço Chevrolet e o dentista


Antônio Oscar Ré (Tom Ré)

Heróis em
Foi nesse clima de
descontração, alegria e
de muito profissionalismo
que foi realizado o primeiro
atendimento do Projeto

movimento
Saúde Movel

Projeto disponibiliza consultórios odontológicos e


oftalmológicos dentro de carretas para atendimentos a
empresas em Ribeirão Preto Fotos: Marcela Falsarella


Se as condições da minha família fos- mento em uma das unidades do Projeto
sem outras e minha mãe pudesse ter Saúde Móvel.
me proporcionado um atendimento Pioneiro em instalar consultó-
desses na vida, aos 22 anos eu não pre- rios odontológicos e oftalmológicos dentro
cisaria ter arrancado todos meus dentes de carretas, o projeto, realizado em par-
por dor”, relata, emocionado, José Mar- ceria com a revista Terra&Cia/CanaMix,
cos Souza, 50 anos, ao finalizar atendi- aproveitou de seus trucks e experiência

114
Manutenção Web
Estar entre os primeiros nos resultados de busca do Google faz
toda a diferença para os seus negócios. Hoje, diversos clientes da
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buscadores representa para os negócios das empresas.
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115
para levar saúde até as grandes empre-
sas. A ideia é facilitar aos funcionários
o acesso a cuidados pessoais básicos.
Segundo dados da Organização Inter-
nacional do Trabalho (OIT), a cada 15
segundos um trabalhador morre vítima
de acidente ou doenças relacionadas às
suas atividades profissionais.
Alan Gatti, gerente do CEAGESP
de Ribeirão Preto e o empresário Para estrear em grande es-
Doreedson Pereira
tilo, parte da estrutura da qual o Saúde
Móvel dispõe, estacionou nos pátios da
Companhia Entrepostos e Armazéns Ge-
rais de São Paulo, o CEAGESP de Ribei-
rão Preto, SP. Com uma área total de 242
mil m² e volume anual de 238,7 mil tone-
ladas de alimentos, a cidade comporta a
maior unidade interiorana da rede, aten-
dendo 190 cidades da região e o sul de
Minas Gerais. “Nossa função é garantir e
administrar o espaço para atender as ne-
Ademir Cipriano da Silva, técnico administrativo, José Camilo
Gava Neto, gerente dos entrepostos do interior da CEAGESP, cessidades de trabalho dos produtores,
Tom Ré, dentista e Allan Gatti, gerente Ceagesp
além do abastecimento das cidades”, ex-
plica Alan Gatti, gerente do CEAGESP de
Ribeirão Preto.
De segunda à sexta-feira as
variedades de frutas e flores atraem cer-
ca de 30 mil visitantes para os 755 boxes.
Por conta disso muita força e empenho
começam a surgir às quatro horas da ma-
nhã, por homens que se encubem de su-
bir e descer mercadorias, em meio a um
considerável trânsito de carrinhos.
Mas com tanto trabalho, es-
forços físicos e horários não convencio-
nais, quando os trabalhadores arrumam
tempo para cuidar da saúde? É aí que
entra o projeto Saúde Móvel, que oferece
atendimento durante três dias a funcioná-
rios e seus familiares.
Pouco a pouco, os permissio-
nistas passaram a incentivar e liberar seus
funcionários em horário de serviço, além
de descontar o valor dos procedimentos
Incentivado pelo patrão, o motorista
Warley Pereira Arantes levou a esposa na folha de pagamento e de maneira faci-
Franscilene Figueira Parros e os dois
filhos do casal para participar da

116
ação Saúde Móvel
litada. A vendedora responsável por oito
boxes no Ceagesp, Vilma Chichitostti Pe-
droci, ficou satisfeita com a ação realiza-
da. “Meu pai ajudou a fundar o Ceagesp.
Começamos há 40 anos com uma porta e
hoje temos oito. É bom ver uma oportuni-
dade dessa para pessoas que precisam.”
Ex-jogador de futebol e fluen-
O haitiano Elie aproveitou a unidade
te em quatro idiomas, o haitiano Elie Villard de oftalmologia

veio ao Brasil há três anos em busca de


oportunidade para oferecer uma vida
melhor para a esposa, filhos e netos que
ficaram em seu país de origem. Amante
declarado de uma boa leitura, Elie sen-
tia dificuldade para ler pequenas letras
e aproveitou o projeto para examinar os
olhos. “Tenho um filho diplomata e sempre
mantive uma biblioteca em casa, no Haiti.
Levamos a educação muito a sério e ler é
um dos hábitos mais prazerosos.”
“O projeto Saúde Móvel nas-
ceu da nossa experiência com os Volun-
tários do Sertão e da dificuldade que en-
frentávamos para montar os consultórios,
que na época eram emprestados e sem
espaço adequado, com ligações hidráu-
licas e de esgoto improvisadas. Apesar
das dificuldades, o resultado já era ex- Os oftalmologistas Severino Ramos
celente. Em 2008 apresentamos nosso Souza e Yara Baldin Mesquita, na
unidade móvel
trabalho voluntário ao governo da Bahia,
que resultou no programa estadual Saú-
de em Movimento. Várias especialidades
médicas eram atendidas em veículos iti-
nerantes. Hoje, uma vez por ano, empres-
tamos a nossa estrutura de consultórios
itinerantes aos Voluntários do Sertão e
fazemos uma grandiosa ação de saúde
e cidadania, que acontece há 16 anos”,
conta Cristiane Mantuan, diretora do Saú-
de Móvel.
Oftalmologia - No consultó-
rio de atendimento os pacientes passam
por exames e, caso necessário, são en-
caminhados para a unidade ótica, onde

117 Laboratório ótico


cômodos na visão, “Atendi um homem
de 50 anos que veio buscar atendimen-
to pela primeira vez na vida”, conta. Já
o entregador Rodrigo de Azevedo Souza
faz parte do seleto grupo que busca pre-
venção. “Procurei o atendimento mais por
prevenção, pois não preciso de óculos.
Geralmente faço exames para renovar a
carteira de habilitação, porque depender
do SUS (Sistema Único de Saúde) exige
muito tempo.”
“O mais importante é a aces-
sibilidade que o Saúde Móvel propõe.
Atendi um paciente com catarata que
não sabia do problema. A evolução da
é feita a escolha de um dos mais de 80 doença nos olhos pode causar perda de
modelos para confecção dos óculos, tudo visão por evolução ou desorientação”,
de maneira rápida. relata a médica.
Para a doutora em oftalmolo- Odontologia – As unidades
gia Yara Badin Mesquita, a procura pelo móveis dispõem de sala de esterilização
atendimento vem acompanhada por in- e estrutura que acomoda sete dentistas,

Unidade móvel de Odontologia

118
por unidade, trabalhando simultaneamen-
te para atender 100 pacientes por dia. O
material instrumental de primeira linha, o
tratamento é indolor, rápido e eficiente e,
além disso, é um dos poucos consultórios
que conta com aparelho digital de Raio-X.
Os procedimentos mais procurados são
as limpezas, tratamentos de canais e ex-
trações dentárias.
Com 36 anos de profissão, o O dentista Antônio Oscar Ré, o Tom Ré,
na unidade móvel de odontologia
dentista Antônio Oscar Ré ressalta a im-
portância de levar a ação para a empresa.
“O trabalhador do CEAGESP tem horário
diferenciado, inverso ao comercial, e che-
ga em casa cansado. A saúde veio atrás
dele assim que estacionamos a carreta,
com liberação ponderada dos funcioná-
rios, sem prejudicar a produção. Cuidado
com a saúde bucal é essencial, pois a
boca afeta o corpo e seus órgãos”.
AposentFácil – Em parceria
com o Saúde Móvel, o projeto conta com
uma tenda que oferece educação previ-
denciária e planejamento de aposentado-
ria. É comum que as pessoas não pensem
em um planejamento em longo prazo ou Hilário Bocchi Júnior, do AposentFácil

se a vida previdenciária está devidamen-


te organizada, com tempo de serviço já
prestado, anos restantes para a chegada
da aposentadoria ou se a empresa está AGESP conheci o Carlão “consertador
recolhendo corretamente os tributos tra- de coluna”. Quando algum colega sente
balhistas. O correto é fazer o planejamen- dor no meio do expediente, o Carlão dá
to desde o primeiro dia de contratação, um abraço apertado e estica o corpo da
pois a aposentadoria é calculada com pessoa, possibilitando seu retorno as ati-
base na contribuição da vida profissional vidades rotineiras. Quem tem limitações
inteira, além de garantir os direitos como no trabalho, tem direito a 50% da média
afastamento em caso de necessidade, salarial de indenização do INSS.”
auxílio acidente e auxílio maternidade. O serviço orienta também so-
Trabalhos que exigem esfor- bre a melhor forma de contribuição para
ço físico intenso e desgastante, com movi- os empresários, de acordo com o valor
mentos que podem ocasionar problemas que cada um pode pagar mensalmente.
de coluna, merecem atenção redobrada, “Conseguimos promover uma economia
como explica Hilário Bocchi Júnior, es- de 70% do gasto habitual, obtendo os
pecialista em previdência. “Aqui no CE- mesmos benefícios”, comenta Hilário.

119
A revista Terra&Cia | CanaMix e o
Projeto Saúde Móvel se uniram para
promover responsabilidade social,
levando saúde às grandes empresas,
visando o bem estar dos funcionários e
seus familiares. Funcionários saudáveis
e motivados é sinônimo de produção
qualificada. Entre em contato conosco
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plinio@canamix.com.br
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Equipe do Projeto
Sáude Móvel

120 Equipe AposentFacil


121
Opinião

A busca de si,
*Marcelo Dias
encontra o mundo
E
Victor Cabral
m meu último artigo escrevi sobre a importância da ener-
gia interior de um líder. Saber qual é o seu ecossistema
de ação, como potencializar seu pessoal e criar um equi-
líbrio entre ações estratégicas e metas globais para equipe. A
importância que é construir um objetivo em que todos ajudem
a construir.
Para este artigo que encerra o ano de 2016, baseei-
-me no livro “Comunicação não Violenta”, de autoria de Marshall
B. Rosemberg, a fim de uma reflexão sobre a comunicação não
violenta (C.N.V.). Vamos a ela então.
A (C.N.V.) - comunicação não violenta, tem como
foco a necessidade do outro, o que as partes precisam, e não
os gatilhos que dispararam os conflitos. Assim, quando en-
tendemos o ponto de vista do outro, juntamente com nossas
necessidades e expectativas, criamos um circulo virtuoso de Empatia, encorajamento, ho-
sinceridade e abertura para diálogos positivos. nestidade, proximidade, respeito, segu-
A seguir, algumas necessidades básicas que po- rança emocional.
dem lhe ajudar nas relações pessoais, profissionais e sociais.
São apenas sugestões para que você melhore seu diálogo no LAZER:
dia a dia de suas relações e ações. - Diversão (Riso).
COMUNHÃO ESPIRITUAL:
AUTONOMIA: - Beleza, harmonia, inspiração, ordem
- Escolher seus próprios sonhos, objetivos e valores. e paz.
- Escolher seu próprio plano para realizar esses sonhos, ob- NECESSIDADES FÍSICAS:
jetivos e valores. - Abrigo, água, alimento, ar, descanso,
CELEBRAÇÃO: expressão sexual, movimento, exercícios,
- Celebrar a criação da vida e os sonhos realizados. proteção contra formas de vidas ameaça-
- Elaborar as perdas: entes queridos, sonhos etc. (Luto). doras (Bactérias, vírus, etc.), toque.
INTEGRIDADE:
- Autenticidade, autovalorização, criatividade, significados. Desejo um feliz natal e um ex-
INTERDEPENDÊNCIA: celente 2017 a todos!
- Aceitação, amor, apoio, apreciação, calor humano, com-
preensão, comunhão, confiança, consideração, contribuir para *Marcelo Dias é diretor de Marketing do
o enriquecimento da vida. Grupo AgroBrasil

122
A maioria das pessoas tem necessidade de adquirir
um Seguro, tanto para automóveis e bens, quanto
para a família. Esse serviço deixou de ser complemen-
tar, para se tornar essencial.

O mercado de seguros cresceu 8,7% no segundo


semestre de 2016, segundo dados da Confederação

É BOM ESTAR
Nacional das Seguradoras (CNseg), principalmente no
ramo de pessoas, onde atingiu mais de 12% de cresci-

SEGURO
mento em comparação a 2015.

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