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72 REVISTA PROTEÇÃO Inclusão em foco

Article  in  Revista cubana de estomatología · January 2011

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3 authors:

Laura Bezerra Martins Béda Barkokébas Junior


Federal University of Pernambuco Universidade de Pernambuco
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Bruno Guimarães
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense (IFC)
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ERGONOMIA

Inclusão em foco
Trabalhadores com deficiência precisam de postos de trabalho adaptados
Laura Bezerra Martins, Béda Barkokébas Júnior e Bruno Maia de Guimarães

BETO SOARES/ESTÚDIO BOOM


A Ergonomia se torna indispensável
tanto para maximizar as capacidades da
pessoa com deficiência, como para que as
ocupações disponíveis para estes traba-
lhadores ofereçam condições ideais de
trabalho em termos de acessibilidade e na
adequação do ambiente (estrutura física
e organizacional), evitando principalmen-
te o agravamento da incapacidade ou defi-
ciência existente e/ou o surgimento de
novas.
Para que haja uma adequada inserção
laboral, deve ser feita uma avaliação preci-
sa e detalhada, enfocando dois importan-
tes aspectos. Um deles é centrado na ava-
liação do indivíduo e se baseia no interesse
pelo trabalho e nas capacidades e incapa-
cidades que poderiam afetar o desempe-
nho deste trabalhador. O outro aspecto é
fundamentado em questões ergonômicas
como as exigências do trabalho e as carac-
terísticas das tarefas.
Dessa forma, é preciso comparar as de-
mandas do trabalho e as capacidades da
pessoa com deficiência, ou seja, avaliar as
habilidades do indivíduo e determinar as
necessidades e requisitos da atividade de
trabalho. A meta é que as demandas não
superem as capacidades funcionais do tra-
balhador com deficiência e o posto seja
acessível e seguro.

ADEQUAÇÃO
A comparação das exigências do posto
com a capacidade funcional do trabalha-
dor com deficiência tem como objetivo
verificar se o trabalho não tem uma exi-
gência menor ou maior do que o traba-
lhador pode desenvolver. Dessa forma, e-
vita-se que a pessoa com deficiência tenha
que se esforçar para se adaptar ao traba-

Laura Bezerra Martins - Designer, professora doutora do


Departamento de Design da UFPE.
laurabm@folha.rec.br
Béda Barkokébas Júnior - Engenheiro civil, professor doutor
do Departamento de Engenharia Civil da UFPE.
barkokebas@folha.rec.br

Bruno Maia de Guimarães - Especialista em Fisioterapeuta


do Trabalho e doutorando em Design/Ergonomia pela UFPE
(Universidade Federal de Pernambuco).
bmguimaraes@hotmail.com

Artigo elaborado a partir de trabalho apresentado no pré-


congresso Abergo (Associação Brasileira de Ergonomia)
durante a 4ª PrevenRio, em agosto de 2010.

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ERGONOMIA
Figura 1 Análise das demandas da tarefa
analisada;
d) propor as adaptações viáveis ao pos-
to de trabalho, se necessário;
e) projetar e implantar adaptações ne-
cessárias para o processo de inclusão la-
boral;
f) reavaliar as adaptações realizadas no
posto de trabalho após o uso pela pessoa
com deficiência, para verificar se estão a-
dequadas, se resolveram os antigos pro-
blemas ou se estão provocando novas ina-
dequações.
Também é importante ao processo de
inclusão laboral da pessoa com deficiên-
cia, verificar a implementação dos princí-
pios da acessibilidade e design universal
nos ambientes de trabalho.
Serão citados e explicados a seguir al-
guns métodos e técnicas utilizadas para
adaptação de postos de trabalho à pessoa
com deficiência, que avaliam ao mesmo
tempo suas capacidades funcionais e as
exigências da tarefa para realizar a ade-
quação ergonômica.

lho ou então que o trabalho seja muito trabalho, como participantes ativos na EAM
aquém de suas qualificações profissio- obtenção de um bom resultado. Desenvolvido pela Fundación Ertomis
nais. Um posto não adaptado ao trabalhador de Wuppertal, na Alemanha, o EAM (Erto-
Outro enfoque ergonômico muito im- com deficiência, assim como a qualquer mis Assessment Method) tem a finalida-
portante utilizado no processo de inclu- trabalhador, trará prejuízos à empresa, de de avaliar e reinserir profissionais adul-
são laboral consiste na adaptação dos pos- como queda da produtividade, aumento tos incapacitados. O método utiliza dois
tos de trabalho, pois é por meio deles que do absenteísmo, e da probabilidade de formulários: um do perfil da capacidade
se garante a independência do trabalha- ocorrência de acidentes de trabalho e er- do sujeito e outro do perfil dos requisitos
dor para a realização de suas tarefas. Os ros. Prejudicará também o trabalhador, do trabalho, com os mesmos critérios
postos de trabalho das pessoas com defi- pois irá levá-lo a um maior esforço para elementares de avaliação, mas amplos,
ciência devem permitir ou facilitar o de- se adaptar ao posto de trabalho, aumen- que depois serão comparados (descrição
senvolvimento de suas capacidades e ha- tando a fadiga, o estresse, as posturas ina- em manual específico).
bilidades individuais, evitando a progres- dequadas e o risco de lesões musculoes- a) Perfil da capacidade do sujeito:
são de deficiências que já existam ou a queléticas. descreve as capacidades da pessoa com
aparição de outras novas. relação ao trabalho. É preenchido pelo
No campo do trabalho, a deficiência é PROCESSO médico e outros profissionais relaciona-
muito mais determinada pela ausência de Verifica-se, assim, que a Ergonomia é dos com a temática, sem a presença do
um ambiente adequado do que pela pre- uma ferramenta essencial para o proces- empregador. Em tese, busca-se que o tra-
sença de uma limitação pessoal. A defici- so de inclusão da pessoa com deficiência balhador finalize seu processo de reabili-
ência deve ser vista apenas como um fa- no mercado de trabalho. Por meio de seus tação com seu perfil em mãos, para depois
tor secundário se comparado às capacida- métodos e técnicas, pode-se conseguir as procurar emprego.
des e habilidades das pessoas com defici- adequadas adaptações dos postos de tra- b) Perfil de requisitos do trabalho: se
ência. balho ao trabalhador com deficiência. Pa- refere às demandas particulares que o tra-
A adaptação dos postos de trabalho po- ra tanto é necessário: balho exige da pessoa. Não se trata de
de variar tanto na complexidade de cada a) avaliar as capacidades funcionais da habilidades profissionais adquiridas ou
caso, quanto nos recursos necessários. pessoa com deficiência, definindo um per- destrezas próprias de uma profissão. Re-
Consequentemente, o planejamento de fil de suas capacidades e habilidades; comenda-se que o entrevistador não co-
cada adaptação também varia com o tem- b) definir as exigências físicas, organiza- nheça o candidato ao cargo, para não inter-
po, o esforço e os profissionais envolvi- cionais e cognitivas dos postos de traba- ferir na avaliação da tarefa, e possua um
dos, sendo importante a presença de fisio- lho por meio da análise da tarefa; conhecimento amplo acerca do trabalho
terapeutas, engenheiros, arquitetos, de- c) analisar os dados da avaliação da ca- em questão. A coleta é feita por meio de
signers e outros profissionais. O processo pacidade funcional e das exigências da observação complementada por entrevis-
de adaptação deve envolver a pessoa com tarefa para definir quais postos de traba- ta.
deficiência, o empregador e os colegas de lho poderão ser ocupados pela pessoa Estes perfis são avaliados em 64 itens,

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ERGONOMIA
os quais são divididos em 7 grupos: Tabela 1 Escala de classificação das capacidades e requisitos utilizados no método Ertomis
Grade Perfil das capacidades do sujeito Perfil dos requisitos do trabalho
” Grupo 1: movimentos corporais in- 0 Capacidade completa (normal) Requisito completo (normal)
dividuais dos membros superiores e infe- 1-2 Capacidade limitada Requisito limitado
3 Capacidade ausente Requisito ausente
riores, da cabeça, tronco e coordenação Fonte: Tortosa et al (1997)
de movimentos;
Tabela 2 Exemplo da superposição manual dos itens do método Ertomis
” Grupo 2: posturas básicas e movi- Número Critério Grade Comentário
0 1 1,5 2 3
mentos complexos, como sentar, ficar de
1 Movimento dos dedos (um lado) X 0
pé, ajoelhado, agachado, postura forçada, 2 Movimento dos dedos (ambos) X 0
andar, subir, levantar, transportar e resis- 3 Movimento da mão (um lado) X 0
tência corporal; 4 Movimento da mão (ambas) 0 X
Fonte: Tortosa et al (1997)

” Grupo 3: funções dos sentidos, como dos no método Ertomis. A seção interme- nores que a capacidade do sujeito, como
acuidade visual, visão espacial, visão de diária (capacidade e requisito limitado, na pode ser observado na Tabela 2, Exem-
cores, campo visual, audição, olfato, pala- capacidade do sujeito e requisitos do tra- plo de super exposição manual dos itens
dar, tato e equilíbrio; balho, respectivamente) se subdivide, por do Método Ertomis. Há também um espa-
sua vez, em 1, 1,5 e 2 para poder interpre- ço para comentários a respeito, por exem-
” Grupo 4: critérios mentais, como ini- tar uma tendência de ambas as extremi- plo, das ajudas técnicas necessárias ou
ciativa, motivação, atenção, compreensão, dades da escala: o 0 (capacidade completa outros aspectos, o que confere também
concentração, memória, pensamento abs- do sujeito e requisito completo do traba- um olhar qualitativo aos dados.
trato, independência, resolução de proble- lho) e 3 (capacidade ausente no sujeito e
mas, criatividade, trabalho em equipe, no requisito do trabalho). AMAS
crítica, responsabilidade, tolerância ao es- Embora seja possível tratar os dados O AMAS (Activity Matching Ability Sys-
tresse mental, resistência mental, veloci- com software específico, principalmente tem) é um sistema informatizado desen-
dade de reação, tempo de resposta e ritmo em empresas com muitos postos de traba- volvido na Inglaterra em 1984, por mem-
de trabalho; lho, é possível comparar os dois perfis bros do Institute for Consumer Ergono-
também de forma manual, tendo em vista mics. A idéia foi criar um sistema de co-
” Grupo 5: comunicação oral e escrita; que tem os mesmos itens e mesmas estru- locação para empregados com incapaci-
turas. É só colocar um formulário (trans- dades que fosse capaz de avaliar e ajus-
” Grupo 6: condições ambientais, co- parente) em cima do outro. Quando os tar o trabalhador e a atividade de produ-
mo iluminação, clima, ruído, gases/vapo- “x” do perfil das capacidades do sujeito ção existente na indústria siderúrgica.
res, umidade, vibrações e radiação; ficarem sobre os “0” dos requisitos do tra- Isto é, capaz de avaliar a demanda do tra-
balho, haverá a situação ideal. balho e a capacidade funcional do funcio-
” Grupo 7: capacidade de direção. Quando as respostas “0” ficarem do lado nário.
Para avaliar os perfis se utiliza uma es- esquerdo, em relação a “x”, quer dizer que Esta técnica de avaliação da atividade
cala com três grades, como pode ser ob- os requisitos do trabalho são superiores à foi desenvolvida para descrever o trabalho
servado na Tabela 1, Escala de classifica- capacidade da pessoa. Já se o contrário segundo níveis de demanda para os aspec-
ção das capacidades e requisitos utiliza- ocorrer, os requisitos do trabalho são me- tos relevantes à área da incapacidade, e

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ERGONOMIA
pessoas com deficiências físicas, mentais
e/ou sensoriais. A ferramenta foi validada
em vários países e vários profissionais fo-
ram treinados para usá-la. Quando aplica-
da, devem ser seguidos três importantes
passos: aplicação de formulários padro-
nizados junto aos trabalhadores, visando
buscar informações pessoais e sobre o tra-
balho; observação direta do desempenho
dos trabalhadores e entrevistas com tra-
balhadores, supervisores e pessoas en-
volvidas, além de gravação de vídeo da ta-
refa, com verificação dos riscos; e o pro-
cessamento dos dados e das tomadas de
decisão.
O software permite analisar o trabalho
e o trabalhador, utilizando os critérios e
níveis de avaliação similares para facili-
tar a comparação dos dados e a identifi-
cação do grau de ajuste ou desajuste en-
tre as demandas do trabalho e a capaci-
dade funcional de uma determinada pes-
soa. Permite também avaliar e prevenir
os riscos derivados da atividade laboral
tal como realiza o sujeito, com a finalida-
de de evitar o agravamento de deficiênci-
as já existentes e a aparição de deficiên-
cias novas. Ele inclui a opinião do próprio
trabalhador na hora de analisar a situa-
também como uma técnica de avaliação como pode ser observado na Tabela 3, ção e na busca de soluções para resolver
da capacidade do sujeito. Ambos são ava- Combinações possíveis entre os 3 níveis os possíveis problemas detectados du-
liados usando os mesmos itens e níveis de atividade e da capacidade do sujeito rante a análise. O software pode ser
de codificação, podendo relacioná-los di- no sistema AMAS. utilizado em diversos contextos e objeti-
retamente. Os mesmos autores esclare- vos, como seleção de emprego, desenho/
cem que a atividade laboral é avaliada me- ERGODIS/IBV redesenho do posto de trabalho, avaliação
diante formulário que contempla aspec- O método ERGODIS/IBV foi desenvolvi- do retorno ao trabalho de uma pessoa
tos sociais e organizacionais do trabalho, do pelo IBV (Instituto de Biomecânica de com deficiência. Deve ser implementado
entorno físico, fatores de risco, carac- Valência), que é um centro tecnológico implementa em um programa informa-
terísticas ambientais, equipamentos e que estuda o comportamento do corpo tizado, para facilitar o processamento
mobiliários usados ou presentes e a de- humano e sua relação com os produtos, dos dados e incorporar uma base de dados
manda física, intelectual e sensorial do serviços e ambientes utilizados pelas pes- com recomendações sobre soluções de
trabalho. soas para prevenir riscos, promover e adaptações.
Da mesma forma, a avaliação da capaci- manter a saúde, melhorar a autonomia e Dessa forma, realiza-se a coleta de infor-
dade do sujeito utiliza os mesmos itens a participação social das pessoas com defi- mações referentes ao trabalho e ao sujei-
citados, porém em ordem diferente, tendo ciência e melhorar o conforto e a satisfa- to, por meio de programa informatizado,
em vista que a informação procede de di- ção das pessoas em relação aos produtos, seguido da análise e tratamento dos da-
ferentes fontes (trabalhador, profissionais serviços e ambientes que utilizam. dos e decisão sobre o caso, em função dos
de saúde, funcionário de recursos huma- O método é um software destinado à resultados obtidos. O software estimará
nos). Cada um dos itens também é classifi- adaptação de estações de trabalho para também o nível de risco ergonômico de-
cado seguindo uma escala das capacida-
des do sujeito para realizar a atividade Tabela 3 Combinações possíveis entre os 3 níveis de atividade e da capacidade do sujeito no sistema AMAS
Atividade de Trabalho Capacidade do sujeito Ajuste
(capacidade normal, limitada e incapaz). Importante Capacidade normal Ideal
Por fim, realiza-se a comparação, de forma Importante Limitação Possível
manual ou informatizada, entre as carac- Importante Incapaz Inadequado
Ocasional Capacidade normal Ideal
terísticas da atividade e trabalho, e a capa- Ocasional imitação Possível
cidade do trabalhador. Para cada um dos Ocasional Incapaz Possível
itens avaliados, os três níveis da atividade Nenhuma Capacidade normal Ideal
Nenhuma Limitação Ideal
de trabalho e da capacidade da pessoa de- Nenhuma Incapaz Ideal
terminam nove combinações possíveis, Fonte: Tortosa et al (1997)

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ERGONOMIA
corrente da carga de trabalho física e am- É importante destacar que o método rá indicar incompatibilidades que indi-
biental, a fim de identificar quais aspectos inclui uma base de dados de recomenda- quem o abandono do projeto.
do posto de trabalho e/ou da tarefa preci- ções sobre soluções de adaptações (am- Após obtenção dos perfis do trabalha-
sam ser modificados. Para ambos os tipos bientais, arquiteturais, organizacionais, dor, do trabalho e do ambiente, é realiza-
de carga de trabalho, física ou ambiental, comunicacionais), com possibilidade de da a comparação entre eles através de
o método ERGODIS/IBV (veja Figura 1, realizar pesquisas combinadas segundo uma grade, em que serão determinados
Análise das demandas da tarefa) consi- diferentes critérios e adicionar as reco- quais itens do trabalho estão ou não ade-
dera cinco níveis de risco, sendo o último mendações encontradas aos resultados do quados ao indivíduo e os que precisam
aquele que requer prioridade na interven- caso. de adaptação. Três situações são possí-
ção ergonômica. veis: as aptidões do sujeito são semelhan-
Ao final do processo, uma decisão é ela- ESAP tes às exigências do trabalho, as capaci-
borada sobre a adequação de um traba- O método ESAP (Evaluation Systémi- dades do trabalhador são superiores às
lhador com deficiência para determinado que dês Aptitudes Professionnelles) foi demandas do trabalho ou o trabalho tem
trabalho, considerando a situação como desenvolvido pelo Groupe Pluridiciplinire uma exigência maior que as aptidões da
um todo. A situação ideal ocorre quando de Recherche et de Développement de pessoa.
há uma adequada exigência e capacidade Modèles Holistiques de Réadaptation, de As características da tarefa são relacio-
em todos os itens analisados (isto é, o su- Bruxelas na Bélgica, para avaliar o traba- nadas, independente do trabalhador, com
jeito é capaz de fazer tudo o que é neces- lhador e o posto de trabalho, reciproca- as suas características no posto de traba-
sário) e/ou quando não há risco detecta- mente, contando inclusive com versão lho em questão. O resultado será a ade-
do. Entretanto, é muito provável que al- informatizada. quação total do trabalhador ao posto, ou
guma inadequação ou risco esteja presen- O ESAP sugere uma análise do perfil a inadequação entre eles, sendo necessá-
te. do trabalhador, do trabalho e do ambiente rias alterações em alguns itens analisados
A quantidade e a natureza dos proble- físico em questão. São detectadas as atitu- ou o abandono dessa atividade, de acor-
mas detectados determinarão a decisão a des do trabalhador, as exigências do pos- do com a Figura 2, Esquema estrutural
ser tomada: tentar medidas adaptativas to de trabalho e as barreiras e/ou facilita- traduzido do Método ESAP.
ou procurar outro trabalho. Recomenda- dores do meio. Assim, é obtido o perfil
se que, uma vez com os resultados, se to- da situação existente que poderá indicar MAECES
me uma decisão final considerando a situ- adequação total do trabalhador ao posto O método MAECES (Método de Análi-
ação em conjunto e contando com a opi- ou necessidade de redefinições em algum se Ergonômica das Capacidades de um
nião de todos os interessados. dos quesitos analisados, ou ainda, pode- Trabalhador e das Exigências de uma Si-

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tuação de Trabalho) foi desenvolvido para ” Perfil das exigências do posto de ” Perfil da situação de trabalho: com-
facilitar o processo de inserção profissio- trabalho: é a segunda etapa e diz respei- pila os resultados das duas entrevistas e
nal dos trabalhadores com limitações fun- to às expectativas do meio de trabalho, do período de observação da situação real
cionais. aos problemas vivenciados pelo trabalha- de trabalho, originando um gráfico compa-
O método pode ser utilizado para análi- dor durante a execução da tarefa e no am- rativo. Assim, é possível determinar com
se ergonômica de todas as situações de biente, bem como às principais restrições precisão as necessidades de adaptação do
trabalho. Ele permite uma análise simul- encontradas. A coleta ocorre por meio de posto ou de qualificação do trabalhador
tânea das capacidades físicas e mentais entrevista ao trabalhador, com resultados com limitações funcionais.
do trabalhador e das exigências físicas e “sim ou “não”. Diante do exposto, verifica-se que quan-
mentais do posto de trabalho, utilizando to melhores forem as congruências entre
a mesma terminologia e pontuação e evi- ” Grade de comparação das capaci- as habilidades do indivíduo e as demandas
denciando de forma precisa as compatibi- dades do trabalhador mediante as exi- do posto de trabalho, melhores serão o con-
lidades e diferenças entre as capacidades gências do posto de trabalho: pode ser forto, a segurança e a eficácia do traba-
do trabalhador e as exigências do posto utilizada tanto para descrever as capaci- lhador.
de trabalho. Possui quatro instrumentos dades de um trabalhador quanto para de- Verifica-se que a Ergonomia é uma fer-
distintos e complementares: terminar as exigências de um posto de tra- ramenta essencial para o processo de a-
balho. Pode-se aplicar um formulário para daptação de postos de trabalho à pessoa
” Perfil das capacidades do trabalha- análise em três níveis, que são processos com deficiência. A utilização dos métodos
dor: os dados são recolhidos por meio de (reflexos da função humana - motricida- e técnicas discutidos neste artigo pode
entrevista e é realizada uma avaliação sub- de, percepção, cognição, comunicação, facilitar o processo de inclusão laboral
jetiva das sensações dolorosas. As ques- emoção, comportamento social e atitu- do trabalhador com deficiência, uma vez
tões mostram as ações necessárias para de no trabalho), atividades (descreve ca- que os mesmos realizam a avaliação das
execução da tarefa, motivação e interes- da uma das funções citadas, como estar capacidades funcionais dos trabalhado-
se em relação ao meio de trabalho, na- de pé ou sentado, aprender uma informa- res e das exigências da tarefa para deter-
tureza das tarefas e importância das di- ção, elaborar uma estratégia, etc) e com- minar se o trabalho está adequado ao
ficuldades para realizá-las, capacidade portamentos (descreve cada atividade e usuário.
para tomar iniciativa e gerar um conjunto o processo de forma específica, quan-
de ações. Os resultados são “sim” ou tificando). No total, são 7 processos, 22
“não”, e correspondem a um valor numé- atividades e 105 comportamentos dis-
rico. tintos.

DEZEMBRO / 2011 REVISTA PROTEÇÃO 81


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