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Cirurgia Experimental
Banco de Questões
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Fabiano Teixeira – MedUERJ 2020
Sumário
Introdução à Técnica Operatória .................................................................................................. 3
Ato Operatório I – Diérese ............................................................................................................ 5
Ato Operatório II – Hemostasia..................................................................................................... 6
Ato Operatório III – Síntese ........................................................................................................... 6
Anastomoses e Estomas no Sistema Digestório ........................................................................... 7
Ética na Experimentação Animal................................................................................................... 8
Acesso Venoso Central .................................................................................................................. 9
Suturas e Anastomoses Vasculares ............................................................................................... 9
Preparação do Paciente Para Cirurgia......................................................................................... 10
Grampeadores............................................................................................................................. 11
Princípios Básicos de Anestesiologia ........................................................................................... 11
Videolaparoscopia ....................................................................................................................... 13
Intubação Traqueal ..................................................................................................................... 13
Suturas Estéticas na Pele............................................................................................................. 14
Traqueostomia e Intubação Orotraqueal ................................................................................... 15
Outros Temas .............................................................................................................................. 15
Considerações: esse material foi feito com base no resumo da Carol Couto (MedUERJ
2015)
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Introdução à Técnica Operatória
1- Diferencie assepsia de antissepsia.
R: Assepsia: é a ausência de matérias sépticas em determinado ambiente.
Antissepsia: é o conjunto de procedimentos e práticas destinadas a atingir a assepsia,
em especial, com o uso de agentes químicos.
PS.: O campo cirúrgico e as luvas são estéreis. Gorro, máscara, pijama e sapatilhas não
são estéreis.
2- Cite 6 fatores que favorecem infecção em cirurgia.
R: Alcoolismo, tabagismo, obesidade, idade, malignidade e uso de esteroides.
3- Como podemos prevenir infecções?
R: No pré-operatório: tricotomia, banho, profilaxia antimicrobiana, retirada de adornos
e esterilização do material cirúrgico.
No per-operatório: preparação do ambiente, vestimentas esterilizadas, uso de luvas e
máscara.
No pós-operatório: proteger incisão e limpar com solução estéril.
4- Quais os diferentes tipos de ferida?
R: Limpa: decorrente de operações eletivas, com fechamento por 1ª intenção, não
traumáticas, sem contato com cavidades corporais colonizadas por microrganismos
(Ex.: tireoidectomias).
Potencialmente contaminada (ou limpa contaminada): não traumática, decorrente de
penetração de cavidade corporal habitual ou frequentemente colonizada por
microrganismos (Ex.: Gastrectomia).
Contaminada: traumática, com extensa contaminação da cavidade corporal (Ex.:
colectomia).
Infectada ou suja: manipulação de afecções supurativas, com abcessos, advinda de
perfuração pré-operatória da cavidade corporal colonizada por microrganismos ou
decorrente de ferida traumática penetrante (Ex.: perfuração de cólon).
5- Defina estratégia e tática cirúrgica.
R: Antes de iniciado o ato cirúrgico, deve-se planejá-lo inteiramente, em cada detalhe
de todos os aspectos pré-, per- e pós-operatórios, com o intuito de prevenir qualquer
complicação. A esse planejamento, denomina-se estratégia cirúrgica, e a sua execução
constitui a tática cirúrgica.
6- A aplicação de produtos químicos ao local a ser operado, visando a redução de
microrganismos que podem causar infecção pós-operatória, implica em dizer que foi
realizado:
R: Antissepsia
7- Antibioticoprofilaxia - critérios, indicações e exemplos.
R: A Antibioticoprofilaxia não substitui os requisitos absolutos da precisa técnica
cirúrgica. Os benefícios de sua administração devem ser maiores que os riscos
oferecidos. Deve-se adotar um antibiótico de acordo com a microbiota responsável
pela provável infecção do campo cirúrgico (por exemplo, se for uma cirurgia urológica,
levar em considerações microrganismos que habitam o trato urinário). Um esquema
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de eficácia comprovada não deve ser substituído por outro que não tenha eficácia
comprovada e nem deve ser adicionado antibióticos a esse esquema eficaz. Deve ser
empregada a dose recomendada do antibiótico escolhido e caso a operação seja
prolongada, o mesmo pode ser administrado novamente de acordo com a meia vida
do medicamento. Antibióticos profiláticos não devem ser administrados no pós-
operatório a não ser que existam outras condições que o determinem.
Caso durante uma operação seja encontrado algum foco infeccioso o antibiótico
profilático deverá ser continuado no pós-operatório. Após algum tempo do uso do
medicamento profilático, podem surgir microrganismos resistentes.
Indicações: procedimentos considerados potencialmente contaminados (orofaríngeo,
gastrointestinal, ginecológico), cirurgias para colocação de próteses e enxertos, lesões
penetrantes em vísceras abdominais ocas e pacientes com comprometimento do
sistema imune, dentre outras indicações.
Exemplos: uso de cefoxitina em operações sobre o trato digestório baixo e
clindamicina em operações ginecológicas extensas, como ressecção de um tumor.
8- Diferencie clorexidina de álcool.
R: Clorexidina: apresenta largo espectro contra bactérias gram-positivas, gram-
negativas, fungos e vírus, mas tem pouca ação contra micobactérias. Suas principais
características são: atua mesmo na presença de sangue ou exsudatos, apresenta
atividade por até seis a oito horas, pode ser inativada, tem baixa toxicidade e
irritabilidade, dispõe de efeito cumulativo além de constituir alternativa para pacientes
com irritação a iodo.
Álcool: possui ação contra os principais fungos e vírus. É um dos mais seguros e
efetivos antissépticos, reduzindo rapidamente a contagem microbiana na pele. Tem
como desvantagens ser inflamável, possuir ausência de efeito residual e ter pequena
inativação por matéria orgânica.
9- No intuito de se evitarem complicações infecciosas, qual o melhor momento para
a realização da tricotomia?
R: A tricotomia deve ser realizada imediatamente antes da cirurgia, já na sala cirúrgica.
10- Que fatores podem predispor a ocorrência de corpos estranhos iatrogênicos pós-
operatório? Que aspecto radiológico pode mostrar se for um compressoma?
R: Procedimentos em caráter de emergência, pacientes com índice de massa corporal
elevado, procedimentos muito longos, presença de mais de uma equipe cirúrgica,
intercorrências em operações eletivas, troca de membros da equipe durante o ato
operatório, etc.
Aspecto em miolo de pão, devido as bolhas de ar.
11- Classifique os atos cirúrgicos quanto a necessidade de sua realização.
R: Operação em caráter de emergência: é aquela que deve ser realizada tão logo se
determine a indicação cirúrgica, por se tratar de um problema que ameace a vida do
paciente. Ex.: Intervenções decorrentes da ruptura traumática de vísceras maciças,
como fígado e baço.
Operação em caráter de urgência: é aquela que deve ser realizada nas próximas horas
ou dias após a indicação cirúrgica. A não realização do procedimento em caráter de
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urgência poderá propiciar a piora do quadro clínico do paciente a ponto de passar a
representar risco iminente de vida, o que mudaria o caráter da intervenção cirúrgica,
de urgência para emergência.
Operação eletiva: constitui o tipo de intervenção em que, embora esteja indicada a sua
realização, ela não precisa ser praticada naquele exato momento, ou mesmo nas
próximas horas ou dias. Pode ser programada para uma data que leve em
consideração o desejo do paciente, assim como a sua comodidade e a do cirurgião que
a realizará.
12- Paciente a 48h apresentando quadro de febre, náusea e vômito. Após os exames,
foi diagnosticado com apendicite. Quanto a necessidade da realização da cirurgia,
como pode ser classificada?
R: Urgência.
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17- Qual a tesoura do cirurgião?
R: Tesoura Metzenbaum curva e romba.
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24- Quanto a segurança do nó, o que você espera de um fio com alto coeficiente de
fricção?
R: Uma fixação mais segura do nó.
25- Defina vídia.
R: Revestimento feito com uma fina camada de pó de diamante que confere maior
resistência ao instrumento e uma aderência mais segura, assim como uma melhor
manipulação de agulhas, fios e do próprio tecido.
26- Cite dois fios de sutura que podem ser usados para o fechamento do plano
aponeurótico em uma incisão operatória mediana supraumbilical. Justifique sua
resposta.
R: Poligliconato e Poliéster. Ambos possuem alta força tênsil, integridade duradoura e
provocam pouca reação tecidual.
27- Qual a vantagem do fio agulhado (sertix – o fio já vem montado na agulha) em
relação à agulha “nua” que precisa ter fio montado?
R: A agulha montada apresenta diâmetro muito semelhante ao fio anexado a ela.
Diferentemente, a agulha não fixada ao fio (“nua”), pela necessidade de fazer o nó
para fixar o fio à agulha, torna o buraco de passagem maior que o diâmetro do próprio
fio ou da agulha.
Obs.: Além das questões, é importante reconhecer os instrumentais cirúrgicos (se ater
aos mais “famosos”) , pois ele pode cobrar com imagens (dar algumas imagens e
perguntar qual é a tesoura do cirurgião ou simplesmente pedir o nome dos
instrumentais, por exemplo). Além disso, é importante saber interpretar “embalagem”
de agulha, porque ele também pode colocar uma imagem dessa “embalagem” e
perguntar as características da agulha.
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de 3 camadas de músculo liso. Feita em 2 planos com pontos separados ou contínuos.
Duodeno, jejuno e íleo: diminuição gradual do lúmen; paredes finas, mas resistentes.
Camada interna circular e externa longitudinal. As incisões se alargam e oferecem boa
boca anastomótica. Feita em 1 ou 2 planos com pontos separados ou contínuos.
Cólon e Reto: entre as tênias, a parede colônica é extremamente fina. Existem muitos
organismos patogênicos, sendo primordial a esterilização do cólon com clisteres
evacuadores, manitol e antibióticos. Plano único seromuscular. Fio não absorvível ou
de absorção em médio prazo.
Vesícula biliar: vesícula tem parede fina. Plano único total. Fio não absorvível ou
absorção em médio prazo.
31- Defina enterectomia, esofagostomia e ileotomia.
R: Enterectomia é a retirada cirúrgica de um segmento do intestino. Esofagostomia é a
abertura de uma comunicação entre a porção luminal do esôfago e a superfície da
pele. Ileotomia é a secção cirúrgica do íleo.
32- Como podem ser classificadas as anastomoses no sistema digestório em relação
aos seus eixos?
R: Término-terminal (eixos ficam longitudinais), latero-lateral (eixos paralelos) e
termino-lateral (formam um ângulo reto).
33- Paciente apresenta um tumor obstrutivo irresecável do piloro. Cite duas cirurgias
que poderiam ser realizadas, identificando qual é a mais correta.
R: Gastrostomia e gastrojejunostomia (mais correta).
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pelo uso de um animal não-vertebrado ou pelo uso de células ou tecidos em cultura,
evitando assim, a utilização animal.
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46- Qual o fio utilizado para anastomoses vasculares?
R: Polipropileno monofilamentar é o mais usado (com grande resistência, durabilidade
e baixa reação tecidual). Em vasos de calibre pequeno ou crianças, usamos pontos
separados. No resto, usamos chuleio simples.
47- Defina manobra de Flush.
R: Ao final do reparo, abre e fecha-se rapidamente os clampes, um de cada vez,
permitindo sangramento para eliminar qualquer coágulo ou debris.
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53- Nas operações em regime de urgência, a incisão abdominal preferida é?
R: Mediana.
Grampeadores
54- De acordo com seu formato, como podem ser classificados os grampeadores
cirúrgicos?
R: Lineares não cortantes, lineares cortantes e intraluminais.
55- Em relação aos grampeadores mecânicos, qual a explicação para a forma final em
“B” do grampo?
R: O formato em B final do grampo cirúrgico evita que capilares sejam obliterados e
que o tecido sofra isquemia.
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60- Anestésicos locais podem ser classificados ou como aminoésteres ou
aminoácidos. Cite dois anestésicos locais que fazem parte da classe dos aminoácidos.
R: Lidocaína e bupivacaína.
61- Quais são os níveis de sedação?
R: Leve: paciente responde ao comando verbal.
Moderada: responde ao estímulo verbal isolado ou acompanhado de estímulo tátil.
Profunda: dificilmente despertado por comandos verbais, mas responde a dolorosos.
Ventilação espontânea pode ser insuficiente.
Sedação: para procedimentos desconfortáveis ou manutenção da posição.
62- Defina o bloqueio do neuroeixo (peridural e subaracnóideo).
R: Realizado no neuroeixo com administração de anestésico local nas proximidades da
medula espinhal e suas raízes nervosas, alterando ou impedindo transmissão de
impulso nervoso. Indicado para procedimentos no andar inferior do abdome, pele,
parede torácica e abdominal, mama e membros inferiores. Causa vasodilatação com
hipotensão e bradicardia.
63- Diferencie bloqueio peridural de bloqueio subaracnóideo.
R: Bloqueio Peridural: não perfura as meninges. É feito entre a dura-máter e as
estruturas que delimitam e fecham o canal vertebral.
Bloqueio Subaracnóideo: perfura as meninges. Passa a dura-máter e a aracnoide,
atingindo o líquor. Pode causar hipotensão severa, anestesia do tronco cerebral e
apneia, sendo necessário intubar o paciente.
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68- Defina anestesia balanceada.
R: Agente hipnótico + opióide + bloqueador neuromuscular + agentes inalatórios
voláteis (com ou sem óxido nitroso).
Videolaparoscopia
69- Quais as vantagens da videocirurgia?
R: Pós-operatório menos doloroso, recuperação mais rápida, melhor preservação da
atividade imunológica e diminuição das complicações infecciosas pós-operatórias.
Intubação Traqueal
75- Dê os fatores que dificultam a ventilação por máscara facial.
R: Face emagrecida, barba, posicionamento inadequado da cabeça, macroglossia e
obesidade.
76- Quais as indicações para a intubação orotraqueal?
R: Insuficiência respiratória e proteção da via aérea.
77- Cite os critérios de Mallampati.
R: Classificação baseada na avaliação das estruturas da orofaringe, com paciente em
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posição neutra e sem fonação.
Mallampati 1: úvula, pilares, palato duro e mole visíveis.
Mallampati 2: base da úvula, parte dos pilares, palato duro e mole visíveis.
Mallampati 3: palato duro e mole visíveis.
Mallampati 4: somente palato duro visível.
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Traqueostomia e Intubação Orotraqueal
83- Dê a classificação de traqueostomias.
R: Quanto à urgência: urgência ou eletiva.
Quanto ao anel traqueal seccionado: alta, média ou baixa.
Quanto ao tempo de permanência: temporária ou definitiva.
Outros Temas
87- Descreva a principal diferença entre retalho e enxerto.
R: Enxerto: segmento de tecido com derme e epiderme, desprendida de suprimento
sanguíneo. Já o retalho é o transplante constituído de pele com irrigação provinda de
pedículo vascular.
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