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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS
NATURAIS E MATEMÁTICA
A CIÊNCIA NA ÉPOCA DO EXPANSIONISMO
COLONIALISTA

2020
Universidade Federal de Mato Grosso
Secretaria de Tecnologia Educacional
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS
NATURAIS E MATEMÁTICA
A CIÊNCIA NA ÉPOCA DO EXPANSIONISMO
COLONIALISTA

2020
Universidade Federal de Mato Grosso
Secretaria de Tecnologia Educacional
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

Ministro da Educação
Abraham Weintraub

Reitor UFMT
Evandro Aparecido Soares da Silva

Pró-reitora Administrativa
Lisaiane Bortolini

Pró-reitora de Planejamento
Tereza Mertens Aguiar Veloso

Pró-reitor de Cultura, Extensão e Vivência


Fernando Tadeu de Miranda Borges

Pró-reitora de Ensino de Graduação


Lisiane Pereira de Jesus

Pró-reitora de Pesquisa
Patrícia Silva Osório

Secretário da SETEC/UFMT
Coordenador da UAB/UFMT
Alexandre Martins dos Anjos

Diretor da Educação a Distância UAB/CAPES


Carlos Cezar Modernel Lenuzza

Diretora do Instituto de Física


Iramaia Jorge Cabral de Paulo

Coord. do Curso de Licenciatura em Ciências Naturais e Matemática


Marcelo Paes de Barros
SUMÁRIO
Biblioteca de Ícones 5

Caros acadêmicos 6

Unidade 1 – Século XVI: exploração material e transformação conceitual 7


1.1 A fonte de carboidratos da alimentação no século XVI 7
1.2 Primórdios da indústria do açúcar de cana 8
1.3 Extração e produção de minérios: registro de metalurgia e siderurgia 8

Unidade 2 – Fundamentos bioquímicos e geoquímicos 9


2.1 Alimentação e saúde: o caso do açúcar mascavo e do uso de conservantes como aditivo químico de alimentos 9
2.2 A bioquímica da fermentação 10
2.3 A fermentação como processos oxidativos 12
2.4 Processos físico-químicos na produção do álcool 12
2.5 Processos físico-químicos da extração de minérios 14

Unidade 4 - Igualdades estequiométricas em processos biogeoquímicos 15


3.1 Tipos de fermentação 15
3.2 Estequiometria das reações de fermentação 15
3.3 Estequiometria das reações de combustão 17
3.4 Estequiometria da produção do álcool 18
3.5 Estequiometria da oxidação metálica 18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 19
Biblioteca de Ícones

Reflexão – Sinaliza que uma atividade reflexiva será desenvolvida. Para isso, sugerimos
que leia a questão feita e anote o que você pensa a respeito da abordagem, antes de
qualquer assimilação de novos conhecimentos.

Atividades de Aprendizagem – Indica uma atividade de pesquisa ou exercício propria-


mente dito, elaborada com a finalidade de conferir a sua compreensão sobre um deter-
minado contexto informativo.

Saiba mais – Sugere o desenvolvimento de estudo complementar como textos e vídeos,


que têm por premissa apoiar o seu processo de compreensão dos conteúdos estudados,
auxiliando-o na construção da aprendizagem.
Caros acadêmicos

Sejam bem vindos ao estudo de fundamentos da bioquímica e da mineralogia articulados


entre si pelo contexto histórico do período do expansionismo colonialista, do século
XVI. Um período caracterizado por continuidades e rupturas entre as ciências medieval,
renascentista e moderna (Goldfarb, 1987, p.93).

Enquanto o Brasil produzia minério, açúcar e álcool em meio a transformação gradual e


constante, a Europa mudava o conceito holístico de Universo para uma natureza química
da matéria. E a ciência escolástica se atenta para a produção tecnológica (Goldfarb, p.76).

Problematizados por esses contextos produtivos e pela alimentação no período


vamos estudar fundamentos biogeoquímicos. Com uma abordagem temática vamos
estudar fermentações, combustões, e oxi-reduções ao usar representações de igualdade
estequiométrica em diferentes processos anaeróbios e aeróbios.

Ao finalizar esta disciplina você deve ser capaz de:

• compreender o processo de fermentação, assim como os minérios e seus processos


reacionais;

• compreender representações estequiométricas;

• identificar questões sociais e ambientais dos processos fermentativos e da explora-


ção de minérios;

• identificar a bioquímica e a geoquímica como integradoras das disciplinas no Ensino


de Ciências.

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Unidade 1 – Século XVI: exploração material e
transformação conceitual

Nesta unidade nos dedicaremos a aspectos históricos das Ciências Naturais marcada pelo
mercantilismo capitalista e sua influência na biotecnologia dos processos fermentativos.

1.1 A fonte de carboidratos da alimentação no século XVI

Ao considerarmos a relação entre a Europa colonizadora e Américas colonizadas,


encontraremos práticas culturais e intercâmbio de produtos de origem européia, indígena
e africana.

Mas diante da diversidade de plantas e animais, os alimentos novos causaram


desconfiança e curiosidade. O milho foi comparado com o grão de bico, as tortilhas com o
pão e bebidas com o vinho. No início não se instalaram e somente ressurgem nos cultivos
da Europa em metade do século XVIII (Montanari, 2003, p. 137).

A aguardente é um expoente do consumo de bebidas alcoólicas entre os séculos XV e


XVI. Nos anos de 1600 já é considerada uma bebida. Para certas funções chega a concorrer
com o vinho. Foram associados aos destilados de melaço (rum), de frutas (calvados), de
cereais (vodka, whisky, gim) e licores (Montanari, 2003, p. 157).

SAIBA MAIS: No Brasil o destaque era a mandioca e a produção de farinha


que davam origem ainda ao mingau, um "comer visguento", e ao pirão. O
pirão é sinônimo da própria comida brasileira de subsistência (Cascudo,
2003, p. 103). Os indígenas brasileiros conheciam o fogo e os processos de
assar caças e pescas assim como preparar farinhas e beijus pelo calor das
chamas.

A alimentação indígena nas Américas é marcada pela presença de alimentos ricos


em carboidratos. A mandioca, a macaxeira, o milho e a batata são alimentos de primeira
ordem. Em segundo plano estavam o cará e os palmitos. O milho com incontáveis variedades
é presença menos marcante na alimentação no Brasil e soberano na orla do Pacífico, no
interior da América Central e do Norte, sendo consumido tanto assado como bebida.

Outro importante registro histórico é o da banana. Há um tipo mencionado por viajante


a Mato Grosso conhecida por banana da terra (aquela que não se come crua). Mas espécies
vindas da África foram as mais comumente consumidas. Etnias do Alto Paraguai, em Mato
Grosso, faziam uma sopa de bananas verdes registrada em estudos etnográficos (Cascudo,

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2003, p.117).

Todas as populações da África Ocidental compuseram o conjunto de africanos que


estiveram nos engenhos de açúcar, na mineração e lavouras brasileiras. Muitos de seus
padrões alimentares foram capturados e trazidos em cereais, gulodices e vinhos (Cascudo,
2003, p. 163). Um deles foi o inhame, marcante mais tarde na alimentação brasileira. Os
vinhos, todos fermentados, eram feitos de mel de abelhas, do sorgo e da palmeira.

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM: De acordo com seus conhecimentos sobre


alimentos responda qual o grupo de compostos orgânicos constitui o
principal componente da alimentação neste recorte histórico? Com quais
evidências alimentícias podemos identificar o componente destacado?

1.2 Primórdios da indústria do açúcar de cana

O Brasil foi ocupado do litoral para seu interior. Foi uma ocupação caracterizada por
diversos ciclos econômicos vinculados a produção agrícola e mineral. Nos primórdios
da época colonial registraram-se dentre outros o ciclo do cultivo de cana-de-açúcar e da
indústria canavieira. As terras brasileiras eram apropriadas por serem fecundas e densas.
Por ser grosseira em termos agrícola a cana evoluiu de forma satisfatória em territórios
repletos de areia e menos abundantes de recursos. Foi inicialmente cultivada no nordeste e
interiorizada para o centro oeste, ou seja, ocupando o solo do cerrado. Em cada um desses
centros surgiram as indústrias de processamento.

1.3 Extração e produção de minérios: registro de metalurgia e


siderurgia

Na fase inicial da colonização a origem de povoamentos no interior do país foi em função


da extração de metais e pedras preciosas. Essa extração foi acanhada diante da cultura
açucareira, mas constante desde o inicio devido à visão mercantilista do período. O ciclo da
mineração somente se instalou no final do século XVII.

Há indicação de desenvolvimento metalúrgico na região metropolitana de São Paulo e


de ferro em minerais de hematita (Fe2O3) e limonita (FeO(OH).nH2O). Há também o registro
da primeira instalação siderúrgica com dois fornos com capacidade para 100 Kg de ferro
por dia.

Diferente de outras colônias no Brasil o ouro era encontrado na superfície ou em pequenas

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profundidades. As técnicas de extração eram rudimentares, nômades e conhecidas desde
muito tempo motivadas pela produção da vida material (ANDERY, 1996).

Haviam duas formas de extração aurífera: a lavra e a faiscação. A primeira organizada


em grandes jazidas, com uso de ferramentas especializadas e escravos africanos. A última
era feita pelos próprios garimpeiros.

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM: Segundo estudos antropológicos quais


aspectos motivam o cultivo e processamento da cana-de-açúcar, assim
como a extração e metalurgia dos minérios e minerais? Faça uma lista dos
cultivos agrícolas e recursos minerais explorados em seu local ou região?

Unidade 2 – Fundamentos bioquímicos e geoquímicos

As transformações de oxi-redução1 são uma constante nos sistemas naturais2. Duas


condições são fundamentais para tais reações: ocorrem em presença de solução aquosa
e produzem energia. Condições que se aplicam aos alimentos em eventos fermentativos
assim como com a corrosão de metais.

A bioquímica pode ser definida como a ciência relacionada com as bases químicas da
vida (em grego, bios – vida). Seus estudos visam o entendimento em nível molecular dos
processos químicos associados com as células vivas e tratam das biomoléculas (proteínas,
carboidratos, lipídeos e nucleotídeos) e sua interação no meio celular (aquoso) e as suas
vias de metabolismo.

A Geologia é a ciência que estuda a estrutura e dinâmica do planeta. Tem por objeto de
estudo a litosfera. Estuda os minerais e rochas3 e os processos de mineração, de extração
e processamento dos metais a partir das rochas.

2.1 Alimentação e saúde: o caso do açúcar mascavo e do uso de


conservantes como aditivo químico de alimentos

Do ponto de vista da bioquímica a saúde pode ser considerada aquela situação na qual
todas as reações intra e extra celulares ocorrem no organismo em velocidades compatíveis

1. Reação de Oxi-redução trata dos processos reacionais de constituição de pares redox entre os quais ocorrem perda de
elétrons (reação de oxidação) e ganho de elétrons (reação de redução) (Atkins, 2006).
2. Os alimentos são em termos físico-químicos considerados sistemas naturais.
3. Mineral é um composto químico formado em processos geológicos. Rochas são agregados naturais formados por
minerais.

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com o máximo do estádo fisiológico (Murray, 2006, p. 102).

O açúcar mascavo atende aos interesses de pessoas que buscam a minimização


de impactos da produção de alimentos para a saúde ou para o ambiente. E buscam
distanciarem-se dos aditivos químicos4, ou alimentares.

O açúcar mascavo difere do açúcar branco pela sua coloração e menor teor de sacarose
segundo Generoso (2009). É rico em cálcio, ferro e potássio e diversas vitaminas que não
se encontram no refinado. Devido a tal composição, seu consumo moderado diminui
a obesidade, diabete, doenças dentárias e contribui com o sistema digestório e com as
funções hepáticas e renais.

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM: Adaptado do GEPEC. Uma dona de


casa resolveu preparar um bolo de laranja e utilizou 2 colheres de açúcar
mascavo, pois afirmava que era um açúcar isento de química. A dona de
casa está certa na sua afirmação?

2.2 A bioquímica da fermentação5

Os produtos naturais geralmente são atacados pelos microorganismos, que os modificam


bioquimicamente, a fim de prover a sua alimentação, a qual promove sua estrutura e
capacidade de reprodução. Essas alterações espontâneas são chamadas de fermentação.

Os picles, queijos são obtidos por fermentação ou processos enzimáticos de maturação.


Na alimentação os produtos naturais resultantes dessas alterações constituem em geral
alimento ao ser humano e podem ser conservados em melhores condições (Reguly, 1996 p.
51). Como consequência da fermentação há disponibilização de combustível6 para reações
de combustão7 o que constitui sua importância para as atividades humanas de geração de
energia.

4. Conforme a Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, aditivo alimentar é qualquer produto adicionado
intencionalmente, sem o propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as propriedades físicas, químicas biológicas e
sensoriais durante a fabricação e outras etapas de fornecimento ao consumo. Substâncias que retardam ou impedem a
alteração dos alimentos provocada por microrganismos ou enzimas são considerados conservantes ou conservadores.
Ler portaria nº 540 da SVS/MS.
5. A fermentação que é definida como aquela na qual ambos os agentes, oxidante e redutor, são materiais orgânicos
(Baird, 2002, p.449). A fermentação alcoólica, por exemplo, é bioquimicamente a degradação de carboidratos com
produção de etanol (álcool etílico) e gás carbônico. Daí resultar que a fermentação tem sido usada para gerar alimentos,
combustíveis e biorremediação.
6. Combustíveis fósseis são os resíduos parcialmente decompostos da vida vegetal e marinha (principalmente carvão,
óleo e gás natural) (Atkins, 2006, p.913).
7. Combustão refere-se à reação em que um elemento ou composto queima em oxigênio. (Atkins, 2006, p. 913).

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SAIBA MAIS: Dado que o metano (CH4) produzido é praticamente insolúvel
em água, ele forma bolhas que exalam na superfície da água em zonas
pantanosas e por isso foi inicialmente chamado de gás do pântano. Ler em
Baird (2002, p. 449).

SAIBA MAIS: Quando as bactérias apropriadas estão presentes, a matéria


orgânica dissolvida na água decompõe-se sob condições anaeróbicas
(ausência de oxigênio). Isso ocorre também, por exemplo, na natureza em
águas estagnadas. As bactérias atuam sobre o carbono e modificam, uma
parte do carbono é oxidada (para CO2) e a parte restante é reduzida (para
CH4) (Baird, 2002, p.449).

BACTÉRIAS
CH4 + CO2
metano | dióxido de carbono

Nos processos reacionais há quebras de ligações existentes e formação de novas


ligações. Levando a novos arranjos moleculares. Durante a quebra de ligações há consumo
de energia do sistema. Durante a formação de novas ligações há liberação de energia para o
sistema. Tais cisões e formações acontecem paralelamente no sistema em transformação.

• Tais reações são consideradas energéticas


As trocas de energia são uma constante nas atividades reacionais espontâneas com
geração de trabalho.

As fermentações aeróbicas estão associadas a liberação de gases e energia. E são


responsáveis por liberação de adenosina trifosfato (ATP), moléculas com alto conteúdo
energético liberado na quebra de ligações entre fósforo. A energia derivada da oxidação é
utilizada para sintetizar um composto rico em energia, a adenosina trifosfato (ATP), a partir
de adenosina difosfato (ADP) e o fosfato inorgânico (HPO4 2- a pH 7,4). (Marzzoco, 2007, p.
110).

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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM: Considerando os modelos teóricos de
consumo e fornecimento de energia pelos sistemas químicos responda em
qual etapa da reação química cada um ocorre?
Segundo estudos nutricionais a alimentação é fonte de calorias e massa
muscular, discuta tais pressupostos com base no metabolismo como fluxo
de massa e energia.

2.3 A fermentação como processos oxidativos

O processo fermentativo também é conhecido pela transferência de elétrons. Assim como


muitas das reações do metabolismo processam com redução e oxidação dos compostos
participantes. As reações de oxidação e redução podem ser descritas como abaixo:

A oxidação de um composto consiste na perda de elétrons levando-o a sua forma oxidada.


A redução é a conversão de um composto para sua forma reduzida por ganho de elétron.
E a equação geral pode ser descrita:

Ou seja, descreve-se a tendência de formação de um par redox (Ared/Aox) e um outro


par redox (Box/Bred). Um exemplo bioquímico é a relação (NAD+/NADH)8 considerada de
formação um par redox assim como a relação Piruvato/Lactato, ou seja, com tendência a
perder e ganhar elétrons.

NADH + H+ NAD+ + 2e- + 2H+ (reação de oxidação)


CH3-CO-COO- + 2e- + 2H+ CH3-HCOH-COO- (reação de redução)
Nas etapas da oxidação da glicose, os (H+ + e-) são produzidos em reações catalisadas
por desidrogenase (Marzzoco, 2007, p. 116).

2.4 Processos físico-químicos na produção do álcool

O etanol pode ser preparado a partir de diversas fontes de sacarose sendo mais comum a
da cana-de-açúcar. O processamento do etanol caracteriza-se por três etapas estratégicas:
a trituração da cana, a fermentação e a destilação.

8 NAD refere-se à nicotinamida adenina dinucleotídeo que é uma molécula capaz de receber elétrons. NADH é uma
molécula formada pela redução do NAD e a aceitação de um próton (H+).

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Figura 1. Esquema demonstrativo da produção de etanol. Fonte: Olimpíadas de Ciência, São Paulo, 2001

O esquema demonstra o processamento da cana e a produção final do etanol, com o


qual podemos avaliar que os processos são mecânicos e físico-químicos.

Durante a fermentação o material oriundo da moagem é aquecido e mantido em ebulição


por horas. Durante esta etapa ocorre a inativação completa de enzimas, eliminação de
compostos voláteis indesejáveis e precipitação de proteínas.

Durante a destilação9 a temperatura de ebulição10 varia de 78ºC a 80°C.

PONTOS DE EBULIÇÃO DE ALGUMAS SUBSTÂNCIAS


Substâncias Pontos de Ebulição
Água 100ºC
Álcool 78ºC
Cobre 2.595ºC
Mercúrio 357ºC
Nitrogênio -196ºC
Oxigênio -183ºC
Tabela 1. Fonte: Projovem Urbano, 2008

9 A destilação é considerada um processo de separação de substância tanto quanto a filtração e a decantação, na primeira
o material será aquecido até seu ponto de ebulição.
10 Temperatura de ebulição, ou Ponto de Ebulição é definida com a temperatura em que a pressão de vapor do líquido
excede a pressão atmosférica e há passagem do estado líquido para o estado gasoso.

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Podemos observar que há substâncias com ponto de ebulição mais alto assim como
aquelas com ponto de ebulição mais baixo que o etanol.

2.5 Processos físico-químicos da extração de minérios

Os compostos químicos de que são constituídos os minerais se organizaram por


afinidades reativas e sua presença na natureza é sob a forma de substância composta.

A mineração requer processos mecânicos de retirada do material da crosta terrestre e


depende do local onde o minério está depositado. São atividades mais fáceis na superfície
do que para aqueles de ocorrência subterrânea, devido a solidificação no interior da crosta.

Já o processo de obtenção de metais são mecânico e químico. Começa pela extração


do mineral e irá exigir várias transformações químicas de oxi-redução e eletrólise na
finalização. Esquematicamente podemos apresentar o processo de obtenção de metais da
seguinte forma:

Figura 2. Metalurgia: do minério ao metal. Fonte: Projovem Urbano, 2008

SAIBA MAIS: Mato Grosso é um estado fornecedor de minérios, madeira e


recursos florestais. O uso do solo tem seguido o modelo de produção de
alimentos em grandes monoculturas, baseada no pasto, na soja, no milho,
no arroz no algodão e na cana-de-açúcar. (Alves, 2006).

Comumente a purificação do metal a partir do minério deverá recorrer a metalurgia11.

11 Os historiadores indicam que cerca de seis mil anos antes de Cristo o ser humano já produzia operações
metalúrgicas. Inicialmente com fundição em buracos no solo e posteriormente em cera para fazer peças mais polidas.

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Unidade 4 - Igualdades estequiométricas12 em
processos biogeoquímicos

A manutenção do metabolismo, em adequadas condições fisiológicas, é tida como


um balanço de reações químicas que podem ser descritas utilizando equações químicas
balanceadas, ou seja:

A + B P + Q13

Na equação acima a seta unidirecional indica a irreversibilidade da reação que é uma


tendência das reações nas células vivas. A equação indica que A ao reagir com B pode
formar P e Q sendo estes últimos chamados de “produtos” cuja formação é termodinamente
favorecida. Em termo de balanço a equação de demonstra que um mol de moléculas de
cada substrato, A e B, são necessários para formar um mol de moléculas de cada produto,
P e Q (Murray, 200).

3.1 Tipos de fermentação

As fermentações em geral, levam o nome do principal produto que elas geram (Marzzoco,
2007). Podemos agrupar e fazer as classificações das fermentações segundo Bruchmann
(1980):

• a) processos fermentativos de cisão molecular ou demolíticos puros, anaeróbicos ou


microaeróbicos;

• b) processos fermentativos oxidativos aeróbios.

3.2 Estequiometria das reações de fermentação

Para melhor compreensão do agrupamento de distintos tipos e classes de fermentações


pode ser feito em termos de equação químicas das reações com uso de igualdades
estequiométricas, mas a realidade bioquímica da célula necessita de muito mais igualdades
estequiométricas serem expressas (REGULY, 1996, p. 47).
12 Estequiometria da reação refere-se a relação quantitativa entre as quantidades de reagentes consumidos e as
quantidades de produtos formados nas reações químicas expressas pela equação química balanceada da reação. Em uma
equação química balanceada o mesmo número de átomos de cada elemento aparece em ambos os lados da equação.
(Atkins, 2006, p.920)
13 Uma equação química balanceada relaciona as espécies químicas iniciais (substratos) e as espécies químicas formadas
(produtos) em suas proporções previstas ou estequiométricas.

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15
A) Processos fermentativos de cisão molecular ou demolíticos puros, anaeróbicos
ou microaeróbicos.

Fermentação Alcoólica: C6H12O6 + 2ADP + 2 Pi 2 C2H5OH + 2 CO2 + 2 ATP


GLICOSE ETANOL

A leitura da equação estequiométrica da fermentação alcoólica apresenta a produção


de dois mols14 de moléculas de etanol, dois mols de dióxido de carbono e dois mols de
adenosina trifosfato (ATP) a partir da cisão molecular de um mol de moléculas de glicose na
presença de dois mols de moléculas de adenosina fosfato (ADP) e dois mols de fosfato (Pi).

Fermentação láctica: C6H12O6 + 2ADP + 2Pi 2CH3-CHOH-COOH + 2 ATP


GLICOSE ÁCIDO LÁCTICO

na última etapa: CH3-CO-COOH + NADH + 2H+ CH3-HCOH-COOH + NAD


ÁCIDO PIRÚVICO ÁCIDO LÁCTICO

SAIBA MAIS: A distinção para com a fermentação anterior está no produto


da reação.

A produção de dois mols de moléculas de ácido pirúvico, e dois mols de adenosina


trifosfato depende da cisão molecular de um mol de moléculas de glicose na presença de
dois mols de moléculas de adenosina fosfato e dois mols de fosfato.

Fermentação propiônica e butírica:


3C6H12O6 + 8ADP + 8Pi 4CH3-CH2-COOH + 2CH3COOH + 2CO2 + 2H2O + 8ATP
GLICOSE ÁCIDO PROPIÔNICO

3C6H12O6 + 10ADP + 10Pi 4CH3-CH2-CH2-COOH + 2CO2 + 2H2O + 10ATP


GLICOSE ÁCIDO BUTANÓICO

Podemos fazer mensurações de igualdades estequiométricas para a produção de quatro


mols de moléculas de ácido propiônico ou de ácido butanóico, originários de glicose em

14 Mol é uma unidade do Sistema Internacional de Medidas. É definido como sendo a quantidade de matéria de
um sistema que contém tantas entidades elementares quantos são os átomos contidos em 0,012 Kg de carbono
12. Quando se utiliza a unidade mol, as entidades elementares deverão ser especificadas (Rocha-Filho, 1992)

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16
condições reacionais na presença de oito ou dez mols adenosina fosfato e oito ou dez mols
de fosfato.

B) Processos fermentativos oxidativos, aeróbios.

Fermentação Acética: C6H12O6 + 2ADP + 2Pi 2C2H5OH + 2CO2 + 2ATP


GLICOSE

O2 2CH3-COOH + 2H2O
ÁCIDO ACÉTICO

Um mol de glicose na presença de dois mols de adenosina fosfato e dois mols de fosfato
levou a produção de dois mols de ácido etanóico (produto conhecido por ácido acético) ao
passar por uma etapa intermediária, onde dois mols de etanol foi submetido a oxidação
diante de um mol de gás oxigênio. O processo também gera dois mols de dióxido de carbono
e dois mols de ATP.

Fermentação Cítrica: C6H12O6 + 2ADP + 2Pi + 1 ½ O2 C6H8O7 + 2H2O


GLICOSE ÁCIDO CÍTRICO

A reação gerou como produto um mol de ácido cítrico e dois mols de água a partir da
oxidação de um mol de glicose que reagiu com um mol e meio de moléculas de gás oxigênio
envolvendo ainda dois mols de ADP e dois mols de P.

3.3 Estequiometria das reações de combustão15

A capacidade de gerar energia está associada a rearranjos moleculares desencadeados


por cisão molecular do álcool. A reação química de combustão usada para gerar energia
também pode ser expressa por igualdades estequiométricas.

C2H5OH + 3O2 2CO2 + 3H2O + CALOR


ETANOL

A equação estequiométrica demonstra a geração de dois mols de dióxido de carbono


e três mols de água, a partir da oxidação de um mol de etanol com sete mols e meio de
moléculas de gás oxigênio.
15 Tais reações também são conhecidas como oxidação.

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3.4 Estequiometria da produção do álcool

A fermentação da glicose gera álcool etanol segundo a equação de Gay-Lussac:

C6H12O6 + 2ADP + 2Pi + 1 ½ O2 C6H8O7 + 2H2O

A equação estequiométrica demonstra a geração de dois mols de etanol e dois mols de


dióxido de carbono a partir um mol de glicose.

3.5 Estequiometria da oxidação metálica

A metalurgia refere-se às etapas de redução química do metal e seu refino. Exemplo de


redução química de metal:

Minério de Calcopirita Cobre no estado metálico + gases


ENERGIA TÉRMICA

O minério aquecido em alta temperatura, 1220ºC no caso da calcopirita, sofre várias


transformações químicas. Dizemos que o processo reacional é de oxi-redução onde o cobre
no estado oxidado (minério) ganha elétrons e passa a cobre de estado reduzido (metálico).

Cu2+ + 2e Cu0
REDUÇÃO

A equação estequiométrica demonstra a geração de um mol de cobre metálico a partir


de um mol de cobre catiônico e dois mols de elétrons.

O ferro também pode ser encontrado em uma pedra cinza escura ou preta, como
substância composta de óxido de ferro III. E sua redução exigirá carvão e aquecimento a
1600ºC, pode ser demonstrada na equação:

Fe3+ + 3e Fe0
HEMATITA FERRO METÁLICO

A equação estequiométrica demonstra a geração de um mol de ferro metálico a partir


um mol de ferro III e três mols de elétrons.

O processo de fundição de metais também pode ser demonstrado estequiometricamente:

cobre (sólido) CALOR


cobre (líquido)
ANTES DEPOIS

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18
O aquecimento do cobre leva a transformação do estado sólido em condições ambientais
para o estado líquido em temperatura alta.

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM: Indicar a medida, em termos de mols,


de ATP sintetizadas para cada mol de glicose consumida na reação de
fermentação alcoólica. Indicar, também, os substratos e produtos da reação
de redução do alumínio. Por último, escreva a equação geral da reação de:

a) Fermentação alcoólica da sacarose (C12H22O11);


b) Combustão do metano (CH4);

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDERY, M. A., et. al. Para Compreender a Ciência: Uma Perspectiva Histórica. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo,
São Paulo: EDUC, 1996. p. 133-144 .

ATKINS, P. JONES, L. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3ª edição. Porto
Alegre, Editora Bookman. 2006, 968p.

BAIRD, C. Química Ambiental. Editora Bookman, 2002, 622 p.

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