Sei sulla pagina 1di 19

1.

INTRODUÇÃO

As construções históricas guardam, de maneira fiel, há historia de um local, cidade ou


município. Na maioria dos pontos turísticos do mundo o patrimônio histórico arquitetônico se
destaca e chama a atenção dos visitantes, são os prédios ou as construções que trazem pistas
sobre a economia, hábitos de vida e cultura de cada civilização.
Segundo alguns historiadores como Jacques Le Goff (1990), Michael Pollak (1989) e
(1992) e Pedro Paulo Funari (2009), a importância da preservação do patrimônio histórico
pode ser associada à memória coletiva e individual, pois é através da memória que nos
orientamos para compreender o passado, o comportamento de um determinado grupo social,
cidade e nação.
As argamassas de reboco, presentes na grande maioria dessas edificações, tem a
função de criar uma camada superficial que reveste e protege os paramentos, realizando um
acabamento regular e garantindo as funções higiênicas, estéticas e de proteção do ambiente.
Em geral, os requisitos da argamassa são diferentes para os rebocos externos e os internos.
Para os rebocos externos é preponderante a função protetora, embora continue significativa a
função decorativa. Para a formação dos rebocos para exterior, preferem-se cimento e/ou cal
hidráulica como ligante, pelo menos nas primeiras camadas do reboco. (BERTOLINI, 2014).
As argamassas à base apenas de cal aérea, graças às propriedades de baixa absorção e
de rápida restituição da agua, são às vezes utilizadas para a formação de argamassas para
exteriores; todavia, é muito importante garantir que a área permaneça seca nos primeiros
meses depois da colocação, (BERTOLINE, 2014).
Entender as edificações históricas significa também compreender materiais que
perduram durante décadas e séculos e como os novos materiais de reconstrução se comportam
nas obras, é o passo inicial para as intervenções de conservação e restauração terem sucesso
(Kanan, 2008). A busca de uma boa compatibilidade dos materiais novos com o substrato
antigo torna o estudo das argamassas antigas de suma importância para a engenharia, já que
essas construções são à base da cultura das civilizações modernas, e buscar a sua preservação
e tão quanto importante como investir em novas estruturas (FONTE).
Uma edificação histórica é determinada como uma construção que apresenta
características de grande valor arquitetônico, cultural e histórico, que devem ser valorizadas e
preservadas. Sendo assim, a busca pela preservação do patrimônio cultural nacional deve ser
elaborada de forma sistemática com o risco de perder a sua identidade histórica e cultural
(SOUSA, 2014).
Depois da exposição desses fatos, o presente trabalho tem como objeto de estudo a
ponte da Pedra Lavrada, situada no município de Jardim do Seridó RN, sendo o mais
importante ponto turístico da cidade seridoense. É fundamental saber quais foram as
propriedades das argamassas utilizadas em sua construção, proporção agregados e
aglomerantes de suas argamassas, como foi dado seu processo construtivo e as técnicas
construtivas utilizadas? Qual a maneira mais adequada de fazer uma restauração em suas
estruturas? Sem perder suas propriedades originais.
Tais questionamentos são necessários a serem respondidos para que assim possibilite a
viabilização de uma restauração com sua devida importância, através da caracterização dos
materiais utilizados na construção, que no caso do trabalho proposto, as argamassas de
reboco.
2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

O estudo tem como finalidade, através de ensaios realizados em laboratórios,


caracterizar os materiais utilizados na confecção da argamassa da ponte da Pedra Lavrada.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Indicar o aglomerante e caracterizar o agregado utilizado na argamassa de


revestimento;
 Realizar uma análise visual das amostras de argamassas, analisando sua
coloração, textura e resistência a pressão dos dedos;
 Realizar uma reconstituição do traço empregado na produção da argamassa do
revestimento por meio da técnica de ataque químico com ácido clorídrico;
 Procurar mapear possíveis traços diferentes de argamassas ao longo da casa;
 Analisar os índices de absorção das argamassas usadas, e;
 Contribuir para o estudo e conhecimento de argamassas históricas, no que diz
respeito a sua formação e estado de conservação.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.

Ponte da Pedra Lavrada (Ponte de Zé de Bastos) é uma estrutura construída a cerca de


4 km da cidade de Jardim do Seridó. Teve sua construção iniciada no ano de 1924, para
solucionar o problema das grandes enchentes. A cidade de Jardim fica entre os rios Seridó e
Cobra, os primeiros anos da década de vinte foram de grandes invernos, fazendo esses dois
rios transbordarem deixando a cidade ilhada. Tal fato atrapalhava o escoamento do algodão da
região para a cidade de Campina Grande na Paraíba, principal cultivo e renda comercial
daquela época no Seridó (FONTE).
A ponte ligava o município seridoense à cidade paraibana de Santa Luzia, foi
construída nas terras do Sr. Chico Seráfio na gestão do senhor prefeito Heráclio Pires. A obra
ficou estimada em 60 contos de réis, sete milhões de Reais aproximadamente, sendo trinta
contos por parte do município, que assumiu a responsabilidade pela mão de obra, e trinta
contos por parte do estado, que foi utilizado para compra de materiais destinados a
construção. A ponte de Zé de Basto, como é conhecida, foi um empreendimento que utilizou
um minucioso trabalho de engenharia e um grande numero de operários, devido a sua
dimensão e material utilizado, já que sua estrutura é toda de cimento armado e ferro
(FONTE).
A imagem abaixo é de uma fotografia tirada logo após sua construção.
Figura 1 - Ao fundo, Ponte da Pedra Lavrada.

Fonte: Acervo José Modesto (ano ?????).


No dia 26 de agosto de 2019, o Ministério do Turismo, divulgou no Diário Oficial da
União (DOU), O Novo Mapa do Turismo Brasileiro 2019-2021. Totalizando 2.694 cidades de
333 regiões turística do país foram validadas e incluídas na atualização da plataforma. Treze
municípios potiguares passaram a fazer parte desse seleto mapa, entre eles, a cidade de Jardim
do Seridó, que tem como seu principal ponto turístico a Ponte da Pedra Lavrada, já muito
visitada e conhecida na região. À tendência é que depois dessa inclusão, o numero de
visitantes, passe a crescer gradativamente todos os anos (FONTE).
Nas imagens abaixo, pode-se ver toda a exuberância da ponte em tempos de cheias.
Figura 2 - Ponte da Pedra Lavrada

Fonte: desconhecido (ANO ????)

Figura 3 - Ponte da Pedra Lavrada com vários visitantes.

Fonte: desconhecido (ANO ????).


O atual estado da ponte é preocupante, são varias as manifestações patológicas em sua
estrutura. Devido sua importância, principalmente no momento que a cidade de Jardim ganha
destaque nacional no âmbito do turismo, e extremamente necessária uma reforma na ponte, e
essa, têm quer ser feita de tal maneira que mantenha suas características históricas. Esse fato
viabiliza esse trabalho além de torna-lo de grande relevância econômica para aquele
município (FONTE).
Nas imagens a seguir, podemos ver o real estado da ponte nos dias de hoje.
Figura 4 - Ponte da Pedra Lavrada atualmente.

Fonte: Autoria própria (2019).

Figura 5 - Patologia na estrutura da Ponte da P. Lavrada.

Fonte Autoria própria (2019)


3.1 A IMPORTÂNCIA DA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO.

O patrimônio histórico representa os bens materiais ou naturais que possuem


importância na história de determinada sociedade ou comunidade. Em sua maioria, tem
relevante importância para a economia de suas localidades por serem pontos turísticos. Pode
ser qualquer edificação que represente parte da história local de uma cidade ou município. A
primeira coisa que se destaca quando se faz uma visita a algum lugar, são os prédios
históricos ou as construções que de alguma forma representem ou trazem em suas
características pistas sobre a história da localidade visitada e de seus habitantes (FONTE).
Segundo o site do conselho de Arquitetura do Brasil (ANO), podemos dizer que
Patrimônio é o conjunto de bens materiais e/ou imateriais que contam a história de um povo e
sua relação com o meio ambiente. É o legado que herdamos do passado e que transmitimos a
gerações futuras. O Patrimônio pode ser classificado em Histórico, Cultural e Ambiental.
Hoje há uma preocupação mundial em preservá-los, através de leis de proteção e restaurações
que possibilitam a manutenção das características originais.

3.2 SURGIMENTO DAS PRIMEIRAS ARGAMASSAS.

As argamassas acompanham a evolução humana das primeiras civilizações, é de


conhecimento cientifico a utilização primitiva de materiais argilosos misturados com água nas
construções de abrigos. Possivelmente com a utilização do fogo, no Paleolítico, os efeitos do
calor nas propriedades das argilas e dos calcários permitiriam a descoberta das características
aglutinantes destes materiais em contato com a água (FONTE).
O trabalho com argamassas e o conhecimento de seu poder construtivo, espalha-se
pelo mundo antigo e por varias civilizações. Indícios arqueológicos apontam para a utilização
da cal em algumas zonas da atual Turquia que remontam a um período entre 12000 a 5000
a.C (Miller, 1999; Elsen,2006). Boynton, (1980) e Zacharopoulou, (1998), referem casos
concretos de utilização da cal que datam de 4000 a.C. A presença de cal em revestimentos
presentes nas câmaras e nas juntas de blocos calcários em algumas pirâmides egípcias aponta
também para a sua utilização e para o conhecimento da sua fabricação Cowan (1977). A
utilização da cal com propriedades hidráulicas na Grécia Antiga, relacionada com a utilização
de cinzas vulcânicas (associadas aos materiais piroclásticos que ocorrem nesta zona
vulcanicamente ativa), oportunamente utilizadas na confecção de argamassas, teria sido
largamente utilizada no desenvolvimento das construções portuárias (FONTE).
Vitrúvio elogia na sua conhecida obra “Tratado de Arquitetura” as argamassas feitas
pelos Gregos: “nem a água as dissolvia, nem as ondas as quebravam” (Alvarez, 2007; Coelho
et al., 2009). As primeiras grandes aplicações da cal, no atual conceito de geotécnica,
remontam à civilização Romana, nomeadamente com o objetivo de estabilizar os terrenos
sobre os quais se aplicaria um ligante de fixação das lajes às plataformas por onde passavam
algumas das suas vias (FONTE).
No desenvolvimento dos ligantes, o uso de certas rochas vulcânicas que eram
adicionadas à argamassa, permitiu a descoberta que aquelas lhe conferiam propriedades
hidráulicas. Vitrúvio (séc. I a. C.) e Plínio (séc. I d. C.) atestaram, na sua altura, a utilização
de argamassas com aquelas características. A atividade vulcânica do Vesúvio contribuiu
fortemente para a utilização de pozolanas naturais para a fabricação de argamassas romanas.
Contudo os Romanos já conheciam a influência das pozolanas artificiais, não estando por isso
as suas obras condicionadas à abundância local de pozolanas naturais. Vitrúvio refere a este
propósito: “a utilização de cerâmica cozida em forno, moída e passada em crivo”, no sentido
da obtenção de argamassas resistentes e duráveis (MARGALHA, 2008; COELHO et al.,
2009).
Com o fim do Império Romano e durante a Idade Média o uso de argamassas à base
de cal espalhou-se pelo mundo. Com o domínio árabe na Península Ibérica assistiu-se à
introdução de argamassas à base de gesso, o que permitiu, em conjunto com a cal, reduzir a
retração associada à cal e aumentar o baixo tempo de presa associada ao gesso. Também eram
utilizados nas argamassas aditivos à base de gorduras animais e vegetais (ALVAREZ et al.,
2005).
Os métodos e técnicas construtivas das argamassas sofreram pouca modificação por
muito tempo, mas a revolução industrial conduziu a um desenvolvimento e melhoramento das
metodologias de transformação dos materiais que resultou na fabricação corrente de novos
materiais de construção, em particular do cimento Portland, mas também de outros ligantes
hidráulicos artificiais (FONTE).
A necessidade de construir em espaços próximos ao mar e em ambientes fluviais
promoveu várias experiências realizadas por diversos pesquisadores que resultaram na
descoberta de novos ligantes hidráulicos. No séc. XVIII, o engenheiro britânico John Smeaton
(1756-1790), responsável pela construção de uma estrutura sólida para o Farol Eddystone na
costa da Cornualha, em Inglaterra, desenvolveu inúmeras experiências com argamassas em
água doce e salgada, tendo descoberto um cimento à base de calcário, que, com uma
determinada proporção de argila, endurecia debaixo de água. Na verdade não passava de uma
argamassa romana melhorada. Seguiu-se Parker (1796), que fabricou um produto obtido pela
cozedura a temperatura moderada de cais provenientes de calcários com elevado teor em
argila, muito ricas em sílica e alumina (TÉBAR, 1998). No entanto, o desconhecimento das
causas de hidraulicidade das argamassas perdurou até ao séc. XIX.
Em 1830, o inglês Joseph Aspdin regista a patente do processo de fabrico de um ligante
hidráulica intitulada “uma melhoria nos modos de produção de uma pedra artificial”, cujo
método consistia em juntar proporções bem definidas de calcário e argila, efetuando a sua
cozedura a temperaturas elevadas. A este material chamou-se cimento Portland. O nome
deriva da ilha britânica de Portland, cujas rochas apresentavam uma coloração semelhante ao
produto resultante depois de moído (FONTE).

3.3 PRINCIPAIS FUNÇÕES DAS ARGAMASSAS

As argamassas têm funções primordiais nas edificações, é uma parte fundamental das
construções, tanto na proteção como na arquitetura das obras. As argamassas a base de cal
possuem boa plasticidade, elasticidade e condições favoráveis de endurecimento, além de
facilitar o acabamento, dando condições para que fique plano e regular, (ANTÔNIO JSI,
2009).
SEGUNDO FULANO DE TAL (ANO), O revestimento de argamassa deve cumprir
importantes funções:
 Proteger os elementos de vedação da edificação da ação direta dos agentes agressivos.
 Auxiliar das vedações nas suas funções de isolamento térmico e acústico,
estanqueidade à água e gases.
 Regularizar a superfície dos elementos de vedação, servindo de base regular para outro
revestimento ou constituir-se no acabamento final.
 Contribuir para a estética de vedações e fachadas.

3.4 IMPORTÂNCIA DA CARACTERIZAÇÃO DAS ARGAMASSAS HISTÓRICAS

É cada vez mais forte a preocupação com a preservação e recuperação de construções


antigas, um fenômeno recente na historia brasileira, mas em países europeus como Portugal e
Espanha, por exemplo, já vem de muitos anos esse cuidado com a historia arquitetônica das
civilizações passadas (FONTE).
Segundo Souza (2014), o estudo da caracterização das argamassas antigas, começou a
ganhar importância quando a necessidade de preservação do patrimônio cultural que essas
edificações representam começou a ganhar importância, já que para uma intervenção benéfica
na edificação é preciso o conhecimento profundo dos materiais em sua composição.
Preservar e conservar o patrimônio construído, é permitir que as gerações futuras
possam aproveitar da diversidade cultural. Visto isso, o conhecimento quanto aos materiais e
técnicas tradicionais utilizadas é uma questão importante para que se obtenham um critério de
seleção (MENEZES, 2019).
Com isso, vem à importância da caracterização das Argamassas históricas, já que além
de suas funções químicas e físicas na conservação das construções, tem grande importância
também na estética, e quando se fala em restauração, o conhecimento dos materiais utilizados
na sua confecção é de grande relevância. Essa caracterização também nos permite a avaliação
do estado de degradação da argamassa e a elaboração de uma argamassa se reparo compatível
(FONTE).
A caracterização também é responsável por fornecer informações importantes, as
tecnologias de construção utilizadas no passado, características dos materiais e as fases de
construção, questões de procedência, avaliação do traço (relação aglomerante/agregado), entre
outros aspectos que podem ser identificados (MENEZES, 2019). Além disso, é preciso
compreender também toda a composição e mineralogia, a textura, a microestrutura e a
distribuição do tamanho dos grãos, para chegar a um produto final.
As argamassas passam por transformações no decorrer do tempo dificultando o
processo de caracterização, é uma espécie de evolução dos materiais, principalmente no que
diz respeito ao seu processo de cristalização, deterioração e recristalização, sofrendo assim
um desgaste e a deterioração dos seus componentes, o que torna mais difícil determinar, por
exemplo, o aglomerante utilizado (GODINHO, 2014).
Por isso sua caracterização é feita por um conjunto de testes, começando por
observação a olho nu e chegando a ensaios mais sofisticados como difração de raios-X,
análise termogravimétrica, microscopia óptica e eletrônica de varredura, análise química e
física, absorção, entre outros (MENEZES, 2019).

3.5 MÉTODOS PARA A CARACTERIZAÇÃO DE ARGAMASSA HISTÓRICA

Com o efeito do tempo e das intempéries as construções sofrem degradações, isso


ocorre principalmente nas que não são mais utilizadas por algum motivo, mas a importância
cultural e histórica dessas edificações só aumenta ao passar dos anos, preserva-las e fazer
intervenções reparatórias significa resguardar uma parte da historia das civilizações e entender
o processo da evolução humana em determinada região. São muitos os monumentos
espalhados pelo mundo, alguns com milhares de anos de sua construção, que são importantes
historicamente e economicamente para o local onde foram construídas, podemos citar como
exemplos as Pirâmides do Egito e a muralha da china (FONTE).
Para que essas intervenções sejam feitas de maneira correta e sem causar danos às
configurações originais das construções antigas, é preciso conhecer não só os materiais
utilizados, mas como as técnicas construtivas implementadas nessas edificações, por isso,
foram desenvolvidos inúmeros meios de caracterizar as argamassas históricas, a fim de
conhecer suas estruturas físicas e químicas, para melhor preservação e reparo sem que as
mesmas percam suas características originais (FONTE).
Fazer uma inspeção visual na argamassa estudada é o primeiro passo, essa inspeção
pode ser a olho nu ou com a utilização de instrumentos simples, como lupa, a fim de buscar
informações complementares referentes às amostras, essa etapa serve para uma avaliação
preliminar da conservação e origem das argamassas da edificação analisada (MENEZES,
2019; KANAN, 2008).
A próxima etapa e mais trabalhosa e importante, faz uma analise mais detalhado da
amostra para determinar suas características físicas, microestrutura e distribuição dos poros,
características mineralógicas e químicas com a identificação dos componentes da argamassa
para assim obter resultados completos (KANAN, 2008).
Segundo MOTTA (2004), um conjunto de ensaios é utilizado para melhor caracterizar
as argamassas, são ensaios produzidos em laboratório e por isso precisa da extração de
amostras da edificação estudada, são eles:

I- Análise através da observação no Microscópio Ótico (MO): sua finalidade detectar


fibras de materiais, camadas diferentes e aspecto do agregado.
II- Difração de Raios – X (DRX): determinação dos componentes minerais.
III- Análise térmica termogravimétrica (TG), e térmica diferencial (DTA), para determinar
o tipo e teor da cal.
IV- Análise química, ataque ácido em ácido clorídrico (HCl): responsável por determinar
o teor de areia e a reconstituição do traço . É uma das análises mais utilizadas devido a sua
facilidade, tem como objetivo a determinação das proporções dos componentes da
argamassa, agregado e aglomerante. A amostra de argamassa é submetida a uma solução
ácida, com isso transforma-se em duas soluções, uma solúvel o aglomerante e outra
insolúvel que são os agregados, dessa forma, é possível descobrir a relação dos materiais.

Esse método mesmo muito utilizado tem suas desvantagens, Kanan (2008), afirma que
uma das desvantagens do método é que todo carbonato presente na amostra é dissolvido com
o ataque acido e na formação de alguns agregados pode-se conter uma parcela solúvel, por
exemplos os que possuem conchas, assim podendo influenciar no resultado. A solução de
acido clorídrico HCL a 14% dissolve o carbonato de cálcio ou magnésio (CaCO3 OU
MgCaO3) presentes na argamassa deixando apenas o agregado, parte insolúvel, quando o
HCL entra em contato com o CaCO3 reage liberando CaCL2CO2 e água, já o agregado
permanece integro. A proporção do agregado e aglomerante é definida através da diferença
entre a massa inicial e a massa final da amostra mais os finos, (ALMEIDA, 2019).

V- Microscopia eletrônica de varredura (MEV): atrelado com EDS para verificar a


estrutura dos constituintes e detectar processos de deterioração microestruturas;
VI- Espectroscopia no infravermelho: para reconhecer compostos de natureza orgânica;
VII- Distribuição granulométrica da areia para conhecer sua granulometria: essa análise
granulométrica dos agregados proporciona a classificação das partículas de uma amostra
pelos respectivos tamanhos dos grãos, podendo-se medir as frações equivalentes a cada
tamanho.

A análise de suas dimensões permite deduzir sobre algumas de suas características,


como a sua origem, o transporte, resistência das partículas e sua composição (DIAS, 2004).
Considerada uma das análises mais importantes, sendo muito utilizada na
caracterização de argamassas históricas e em obras de restauro. O fato de se utilizar mais essa
técnica é devido à capacidade de oferecer diversas informações acerca dos agregados como
percentual dos diâmetros dos grãos na distribuição analítica dos agregados (GODINHO,
2014).
É um método considerado simples, mas a existência de vários métodos pode ser um
problema na escolha de qual deles utilizar, outra preocupação é a quantidade da amostra a ser
ensaiada, deve-se considerar o número das partículas ou o peso delas (DIAS, 2004). Essa
quantidade de material pode influenciar nos estudos de argamassas antigas porque há uma
limitação quanto a quantidade de material ser a mínima possível, devido a extração das
amostras em edificações antigas serem limitadas (FONTE).
VIII- Análise de Absorção de água por imersão: regido pela NBR 9778, esse ensaio busca
determinar a absorção de água pela argamassa, determina também o índice de vazios e
massa específica, que tem por finalidade descobrir a quantidade de água que será
absorvida pelas amostras por meio de seus poros.

Essa capacidade de absorção pela argamassa é importante porque influencia o


desempenho efetivo dos constituintes que a compõem que podem interferir nas condições de
aplicação, influenciando também quanto à escolha da argamassa buscando facilitar a
aplicação e garantindo mais durabilidade do material (RODIGUES, 2004).
A boa capacidade de absorção de agua por parte da cal viabiliza a realização desse
ensaio em argamassas antigas, segundo (RODRIGUES 2013), essa grande capacidade de
retenção de agua das argamassas, concentra um aumento no volume de agua em seu interior,
podendo interferir na sua resistência as tensões que forem submetidas.

3.6 INTERVENÇÕES EM EDIFICAÇÕES ANTIGAS

Essas intervenções têm configuração deferente das tradicionais, pois além de buscar a
recuperação de um patrimônio histórico, precisam atender especificamente algumas
solicitações baseadas em um tripé, os valores sociais, ambientais e econômicos (SILVA,
2017).
O patrimônio histórico e artístico nacional é definido, no decreto-lei n° 25, de 30 de
novembro de 1937, como “o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja
conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história
do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou
artístico” (FONTE).
Essas intervenções só são viáveis a serem realizadas em casos que sejam a ultima
opção, buscar a preservação e a manutenção dessas edificações sempre é primordial para
garantir que mantenham suas características construtivas intactas, por isso, é importante o
conhecimento de todo e qualquer material e técnicas construtivas utilizadas. Em relação as
argamassa, é primordial o conhecimento profundo de suas propriedades físicas e químicas,
para que posse ser produzida e utilizada uma argamassa com as mesmas características
(KANAN, 2008).
O gral de intervenção depende diretamente das condições de degradação que as
argamassas se encontram, o quadro abaixo mostra critérios gerais para cada uma delas.
Figura 6 - Critérios gerais sobre o tipo de intervenção a realizar.

Fonte: Fonseca (2026)

O cuidado para manter o máximo do revestimento original tem que ser prioridade
nessas intervenções, sendo feita a reposição apenas em locais que a argamassa já tenha
perdido suas propriedades e não consiga exercer suas funções, devendo buscar sempre reparos
pontuais e de consolidação. Se for preciso a substituição completo ou parcial dessa argamassa,
e importante que a de substituição mantenha as características da antiga a fim de evitar
possíveis patologias (FONTE).
Alguns fatores são importantes e tem que ser levados em conta na elaboração das
argamassas utilizadas nessas edificações, buscando a adaptação para cada tipo de edificação e
situação que serão submetidas, a época de construção, clima da região e exposição à
intempereis mais agressivas e mão de obra qualificada são alguns desses fatores(FONTE).
É através da análise em loco e ensaios laboratórios, e possível determinar as
características das argamassas antigas e viabiliza a convecção da nova argamassa utilizada na
restauração. Ensaio em amostras desenvolvidas em laboratório permite se conhecer as
propriedades e o comportamento da argamassa, proporcionando a produção de uma
argamassa para intervenções com características similares a argamassa original (KANAN,
2008).
Vale ressaltar que todos esses cuidados devem ser considerados para que se tenha uma
intervenção eficaz e de sucesso, ainda é comum a utilização de argamassas em restauração
sem as devidas analises cientificas, o cuidado e o conhecimento são primordiais quando o
assunto é patrimônio histórico e cultural e essas intervenções devem ser cada vez mais
elaboradas.
4. METODOLOGIA

O trabalho tem como objetivo caracterizar a argamassa da Ponte da Pedra Lavrada,


identificar as configurações de seus agregados e aglomerantes, assim como mensurar o traço
utilizado, para isso, a pesquisa foi desenvolvida em duas etapas importantes.
A primeira foi uma visita em loco para avaliar o estado de conservação da ponte
devidamente registrado em fotografias digitais, nessa etapa também foram recolhidas
amostras dessas argamassas.
Na segunda foi a parte laboratorial, com o intuito de caracterizar as amostras de
argamassas, foram feitos analise visual, ensaio de ataque acido, granulometria e absorção de
agua por imersão.

4.1 ANÁLISE VISUAL DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DA PONTE DA PEDRA


LAVRADA

Nessa etapa foi feito uma visita in loco com duração de quatro horas (4h), foi
observada toda a estrutura da ponte e das argamassas que a reveste e seus estados de
conservação, assim como as condições que a edificação se encontra em relação às
intempéries, já que se trata de uma ponte sobre um rio intermitente e tem contado periódico
com água.
Foi realizado também um registro fotográfico para melhor analise do estado da obra e
das patologias já existentes e visíveis a olho nu, além disso, na mesma visita foram coletadas
cindo amostras das argamassas em pontos diferentes.
Com o intuído de ter mais proveito na analise visual, uma pesquisa preliminar foi
realizada, buscando informações da data de construção da ponte, os motivos que se atribui a
sua construção, o valor gasto na obra na moeda vigente na época, de maneira geral o tipo de
material utilizado e a importância da construção para a cidade de Jardim do Seridó.

4.2 COLETA DAS AMOSTRAS

Foi feita levando em como base a metodologia de Kannan (2008), que orienta que se
extraia amostras representativas, com o menino de danos tanto para a estrutura da amostra
quando para ao patrimônio histórico, a coleta foi realizada na parte inferior da ponte, pilares e
base, que tem mais contato com a agua, quanto na parte superior.
Para a retirada das amostras das argamassas, usou-se uma talhadeira e um martelo,
depois de coletadas, foram armazenadas em recipientes limpos e secos devidamente
identificados. O transporte foi feito de maneira cuidadosa para evitar choques mecânicos,
assim preservando a integridade de cada uma delas.
No quadro a segui, temos a nomenclatura e local de extração das amostras.
Tabela 1 - Nomenclatura e local de Extração

Fonte: Autoria Própria, (2020).

Já nas instalações do laboratório, a amostras foram limpas com uma lixa, para retirada
de possíveis pigmentos de tinta e poeira, depois foi pesado 200 gramas de cada a mostra e
colocado na estufa por 24h a temperatura de 100° C, depois desses procedimentos estavam
prontas para os ensaios.

4.3 ATAQUE ÁCIDO/ ANALISE QUÍMICA

As amostras foram submetidas a ataque ácido, foi utilizado o ácido clorídrico HCL,
que ao entrar em contato com a argamassa dissolve o aglomerante, parte solúvel da amostra,
separando do agregado que não reage ao ataque, essa técnica e descrita por Kanan (2008).
Foi separado 100g de cada amostra, depois 100 ml do acido clorídrico, colocados em
um recipiente de vidro e misturados com uma palheta de acrílico para facilitar a solubilização
pela agitação das partículas, deixou-se a mistura em repouso ate que de maneira visual, não
nota-se mais efervescência, sinalizando que a reação tinha sido completamente finalizada.
Essas etapas podem ser vista nas figuras a seguir.
Figura 7 -

Fonte: ???? (Ano)

Após esse processo, foi feito uma filtração na mistura, utilizando um filtro de papel
com peso de 2g para impedir a passagem dos finos, e depois uma lavagem com água em
temperatura ambiente, para a retirada do Acido ainda presente. A figura a seguir mostra como
foi feita essa etapa.
Figura 8 -

Fonte: ???? (Ano)


Depois de a filtração ser concluída e a amostra ser submetida a uma rigorosa lavagem
com água para a retirada completa do ácido, o filtro contendo a parte da amostra não
dissolvida, foi levado a estufa por um período de 24h com temperatura de 100ºC

Potrebbero piacerti anche