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Mª LUÍSA LOPES CHICOTE
MUSSA ABACAR
SÉRGIO S. HUÓ
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(Para Cursos de Bacharelato em Regime Semi-Presencial)
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Universidade Pedagógica - Nampula
Departamento de Ciências Pedagógicas
2007
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ii
IDENTIFICAÇÃO/FICHA
Autores: dra. Mª Luisa Lopes Chicote, dr. Mussa Abacar e dr. Sérgio S. Huó
Ano: 2007
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 5
TEMA 1: A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA......................................................................... 7
Ciência e Senso Comum ....................................................................................................... 7
A CIÊNCIA ........................................................................................................................... 8
Características da Ciência ..................................................................................................... 9
Conceito de Psicologia ........................................................................................................ 10
Importância da Psicologia ................................................................................................... 11
Objecto de Estudo da Psicologia ......................................................................................... 11
Estrutura e Tarefas da Psicologia ........................................................................................ 12
Métodos da Psicologia ........................................................................................................ 13
Relação da Psicologia com outras Ciências ........................................................................ 15
Evolução da Ciência Psicológica ........................................................................................ 17
1. Os Grandes Períodos de Evolução da Psicologia .................................................... 17
2. O Pensamento Psicológico Antes e Depois do Século XVIII ................................. 17
Os primórdios da Psicologia Científica ............................................................................... 17
A Psicologia entre os Gregos .......................................................................................... 17
A Psicologia no Império Romano ................................................................................... 19
A Psicologia no Renascimento ........................................................................................ 20
A PSICOLOGIA CIENTÍFICA .......................................................................................... 22
As Primeiras Abordagens Teóricas da Psicologia............................................................... 22
O Funcionalismo (Escola funcionalista) ......................................................................... 22
O Estruturalismo (Escola estruturalista) ......................................................................... 23
O Associacionismo .......................................................................................................... 23
As Principais Teorias da Psicologia do Século XX ............................................................ 23
O Behaviorismo ou Comportamentalismo ...................................................................... 23
Análise experimental do comportamento ........................................................................ 25
A Psicologia da Forma: A Escola da Gestalt .................................................................. 25
A Psicanálise/Freud ......................................................................................................... 26
A Psicanálise e os Mecanismos de Defesa da Personalidade.......................................... 26
TEMA 2: O DESENVOLVIMENTO PSIQUICO E DA CONSCIÊNCIA HUMANA ........ 29
O Homem como Unidade bio-psico-social ......................................................................... 29
A Vida Antes do Nascimento (o Desenvolvimento Pré-Natal)........................................... 29
Fundamentos Biológicos da Conduta .................................................................................. 30
O Papel da Hereditariedade e do Meio na Conduta ............................................................ 31
Hereditariedade e Meio: o Princípio fundamental da Psicologia ........................................ 32
Psicofisiologia do Sistema Nervoso .................................................................................... 32
Sistema Nervoso Central (SNC) ..................................................................................... 32
Desenvolvimento Filogenético do Psíquico ........................................................................ 34
O Surgimento da Consciência no Processo da Actividade Humana ................................... 34
Teorias de Desenvolvimento do Psíquico ........................................................................... 36
TEMA 3: A PSICOLOGIA EVOLUTIVA OU ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO ...... 37
A Teoria do Desenvolvimento Cognitivo de PIAGET ....................................................... 38
A Teoria do Desenvolvimento Psicossexual segundo FREUD .......................................... 41
A Teoria do Desenvolvimento Psicossocial segundo ERIKSON ....................................... 43
A Teoria do Desenvolvimento Moral segundo KOHLBERG ............................................ 45
TEMA 4: INTRODUCAO AO ESTUDO DA PERSONALIDADE...................................... 48
Génese e Formação da Personalidade ................................................................................. 48
Conceito de Personalidade .................................................................................................. 48
Módulo de Psicologia Geral iv
INTRODUÇÃO
Quando falamos de um curso superior, estamos nos referindo, indirectamente, a uma
Academia de Ciências, já que qualquer Faculdade nada mais é do que o local próprio da busca
incessante do saber científico1. Este trabalho não tem a pretensão de abranger todas as
questões envolvidas em Psicologia. Trata-se, tão-somente, de uma contribuição para consulta
por parte dos estudantes dos cursos de Bacharelato em Regime Semi-presencial, a decorrer na
UP-Nampula, através das Extensões Universitárias distritais. Pode também servir de
instrumento de consulta a outros interessados em saber um pouco mais sobre Psicologia, esta
ciência que se ocupa do estudo do Comportamento humano. Os aprofundamentos teóricos ou
práticos poderão ser buscados nos materiais sugeridos na bibliografia no final deste trabalho,
assim como em outros recursos.
Nossa intenção é apenas facilitar a busca dos estudantes no que diz respeito aos
trabalhos de pesquisa académica. A estrutura deste trabalho, por si só, serve de modelo para
um trabalho realizado em sala de aula. Além disso, procuramos apresentar e explicar as regras
para cada parte de um trabalho científico.
Dada a complexidade dos temas e fenómenos psicológicos, os temas apresentados
neste módulo são abordados de uma maneira sintética visando facilitar a leitura e
interpretação dos mesmos.
O módulo foi elaborado respeitando ao programa curricular de Psicologia, da UP,
orientando-se para o alcance dos seguintes objectivos:
Conhecer a diferença entre a Psicologia do senso comum e a Psicologia Científica:
objecto, métodos, ramos da psicologia, assim como áreas de aplicação dos
conhecimentos psicológicos;
Conhecer a evolução do pensamento psicológico (as três grandes fases da evolução da
Psicologia)
Relacionar a psicologia com outras áreas de conhecimento.
Saber os fundamentos biológicos, sociais, genéticos do comportamento; surgimento da
consciência, teorias do psiquismo;
Definir o conceito de desenvolvimento, seus factores; desenvolvimento psicossexual;
psicossocial; cognitivo e moral;
Compreender as teorias da personalidade e suas propriedades individuais
Conhecer os processos psíquico-cognitivos;
Dominar conhecimentos referentes à esfera emocional, sentimental da personalidade.
Caracterizar o grupo, o colectivo e as relações sociais e interpessoais dentro do grupo
social.
1
J.L. de Paiva Bello. Metodologia científica. 2004
Módulo de Psicologia Geral 6
TEMA 1:
A PSICOLOGIA do
A CIÊNCIA
Características da Ciência
Conceito de Psicologia
Depois desta breve alusão geral à noção de Ciência, iniciemos agora o estudo da
Psicologia.
O termo Psicologia é de origem greco-latino, e etimologicamente pode traduzir-se no
seguinte: psiychè = alma; logia=logos=estudo ou ciência. Assim, a palavra Psicologia
significa estudo da alma ou ciência da alma, ciência que estuda as ideias, sentimentos, e
determinações cujo conjunto constitui o espírito humano.
Esta definição permaneceu até aos meados do séc. XIX devido ao seu
desenvolvimento `condicionado´ com a Filosofia.
Como uma ciência autónoma com um objecto de estudo e métodos próprios de
investigação, ela é definida como ciência que estuda o comportamento do homem e dos
outros animais.
A psicologia supõe-se a outras ciências sociais, especialmente a sociologia. Mas,
enquanto a sociologia concentra sua atenção nos grupos, processos grupais e forças sociais os
psicólogos sociais concentram-se nas influências que os grupos e a sociedade exercem sobre
os indivíduos. A ênfase da psicologia está no ser humano a diferença dos fisiólogos
(biologia) que se concentram no sistema nervoso, cérebro, memória, atenção, movimento,
fome, impacto das drogas, etc.
Actualmente a psicologia é definida como a ciência que se concentra no
comportamento e nos processos mentais – de todos os animais.
o Ciência: enquanto a ciência oferece procedimentos disciplinados e racionais para a
condução de investigações válidas e a construção de um corpo de informações
coerentes e coesas.
o Comportamento: abrange tudo o que pessoas e animais fazem: conduta, emoção,
formas de comunicação, processos de desenvolvimento.
Assim, o objecto de estudo da Psicologia é o comportamento dos seres vivos
especificamente homens e animais, isto é, a Psicologia estuda a resposta ou conjunto de
respostas observáveis de um individuo ou de um grupo, a uma situação ou estímulo.
o Processos mentais – incluem formas de cognição ou formas de conhecimento, de
entre elas: perceber, participar, lembrar, raciocinar, ou resolver problemas. Sonhar,
fantasiar, desejar, ter esperança são também processos mentais.
Módulo de Psicologia Geral 11
Importância da Psicologia
Por ser uma ciência multiperspectiva e se aplicar em todas as áreas da vida humana,
tais como no Ensino, na Saúde, na Família, no Comércio, no Desporto, etc., a Psicologia
possui uma vasta importância.
No ensino permite ao professor conhecer as particularidades individuais dos alunos
para melhor planificar e administrar as aulas, identificar e resolver os problemas de
aprendizagem segundo o desenvolvimento dos alunos e fazer uma avaliação do
processo de ensino e aprendizagem.
Métodos da Psicologia
O estudo da Psicologia como ciência pressupõe o uso de métodos, que possa facilitar a
análise do seu objecto de estudo, os fenómenos psíquicos (memória, percepção, a sensação, o
pensamento, assim como a imaginação) que numa só linguagem são reduzidos em
comportamentos.
Método: na perspectiva psicológica é o caminho ou via utilizado para esclarecer as
manifestações ou causas de um comportamento, de manifestações psíquicas.
Em psicologia, o conjunto dos métodos específicos engloba todos aqueles que
frequentemente são usados pelos psicólogos como:
a) Introspecção ou método introspectivo
Descrição cuidadosa dos fenómenos psíquicos que os estados da consciência
acusavam, mas feita pelo próprio indivíduo. Consiste na orientação da consciência reflexiva
para aquilo que se passa em nós, ou seja, concentração do espírito sobre si mesmo para
analisar os fenómenos que o indivíduo experimenta.
É a observação e a descrição que o indivíduo faz dos seus estados psíquicos. Supõe
um desdobramento do sujeito que é ao mesmo tempo observador e observado. O sujeito é o
próprio objecto.
A introspecção pode ser pessoal ou laboratorial. A introspecção pessoal consiste na
auto-análise, isto é na observação interior e análise. Na introspecção laboratorial o
experimentador (sujeito) estabelece as condições de experiência, anota e interpreta os
resultados.
e) Método estatístico
Usa-se para fazer o estudo ao nível dos grupos maiores, isto é, para a compreensão de
fenómenos de massa.
f) Método de entrevista
É uma conversação entre investigador e o sujeito investigado através da qual o
investigador obtém informações sobre o psiquismo. Geralmente se utiliza para enriquecer e
aprofundar a informação obtida a partir da observação e experimentação. Ela permite a
obtenção directa dos dados. O investigador faz a pergunta e o entrevistado apenas responde a
pergunta.
g) Questionário
Consiste num conjunto de perguntas cujo conteúdo e extensão dependem dos
objectivos da investigação e se aplica como substituto da entrevista quando se trabalha com
amostras grandes.
h) Método comparativo
Serve para fazer extrapolação de uma conclusão feita sobre o estudo de um animal
para relacionar ao Homem, permite a formação de um perfil comportamental.
j) Testes psicológicos
Consistem num sistema de tarefas, perguntas, seleccionadas, que tem como objectivo
a avaliação e comparação de sujeitos quanto a qualidade da personalidade, habilidades, nível
de desenvolvimento intelectual, efectuando-se esta comparação sobre a base de normas
estabelecidas previamente.
Existem testes psicológicos para medir tanto aspectos cognitivos como aspectos
afectivos da personalidade.
Os testes psicológicos não consistem em obter dados novos que serão necessários para
o aprofundamento dos conhecimentos científicos, mas sim em estabelecer as qualidades
psicológicas da pessoa submetida à experiência para se analisar se corresponde ou não as
normas ou padrões revelados anteriormente
Módulo de Psicologia Geral 15
l) Métodos longitudinais
É um processo de observação que se faz no sentido de duração. Os estudos
longitudinais têm fornecido informações excelentes e decisivas para a explicação e
compreensão do desenvolvimento humano, quer relativamente ao crescimento físico e
desenvolvimento dos processos cognitivos, quer sobre a evolução da personalidade e a
aquisição da linguagem. Este método procura seguir os sujeitos, em intervalos de tempo
convenientemente escolhidos, para determinar a curva ou lei de crescimento e
desenvolvimento.
O Método longitudinal estuda, no tempo, em períodos mais ou menos espaçados, o
comportamento dos sujeitos ou amostragens de sujeitos.
Filosofia: a correlação que existe entre o corpo e a alma na Filosofia vai permitir de
modo que a psicologia especule e forneça hipóteses empiricamente testados. Neste sentido,
pode-se afirmar que a Filosofia forneceu à psicologia os primeiros quadros conceptuais.
Antropologia: interessa-se pelas formas culturais dos povos. Esses dados são
importantes porque dão ao psicólogo a consciência da relatividade cultural dos valores, dos
motivos, das aspirações dos indivíduos, o que obriga a ter presente a influência da cultura no
comportamento do indivíduo.
História: permite-nos conhecer o desenvolvimento do Homem através dos tempos e
compreender a partir dessa evolução as características actuais das vàrias realidades sociais
que influenciam no comportamento do indivíduo.
Sociologia: estuda a sociedade, as instituições sociais, a estrutura dos grupos e o seu
funcionamento. Estuda, também, o comportamento humano na perspectiva dos grupos.
Biologia: estuda o funcionamento e a estrutura do Sistema Nervoso, as glândulas
secretoras e o seu funcionamento. O sistema nervoso capta estímulos, os organiza e emite
respostas ou actos de conduta e, a secreção de hormonas permite que Sistema Nervoso fique
estimulado numa determinada direcção.
Um dos principais ramos da Biologia que se relaciona com a Psicologia é a Genética.
A Genética estuda os processos hereditários subjacentes ao comportamento.
Esquematicamente:
FILOSOFIA
Estudo do Homem
BIOLOGIA
HISTÓRIA Estudo do S.N. e glândulas
Importância do factor
PSICOLOGIA
secretoras; Processos
tempo e espaço social Estudo do
hereditários no
comportamento comportamento
ANTROPOLOGIA SOCIOLOGIA
Influência da cultura no Influências sociais no
comportamento comportamento
Módulo de Psicologia Geral 17
A Psicologia no Renascimento
+ 1200 depois da morte de S. Tomás de Aquino, inicia uma época de transformações
radicais no mundo europeu: RENASCIMENTO ou RENASCENÇA – o mercantilismo, e a
descoberta de novas terras (América, Índia, Rota pacífica) propicia a acumulação das riquezas
para a Franca, Itália, Inglaterra, Franca, Espanha. Na transição para o capitalismo emerge
nova forma de organização social e económica, dá-se também um processo de valorização do
Homem.
Foi no período do Renascimento, aproximadamente entre os séculos XV e XVI (anos
1400 e 1500) que, segundo alguns historiadores, os seres humanos retomaram o prazer de
pensar e produzir o conhecimento através das ideias. Neste período as artes, de uma forma
geral, tomaram um impulso significativo. Neste período Michelangelo Buonarrote esculpiu a
estátua de David e pintou o tecto da Capela Sistina, na Itália; Thomas Morus escreveu A
Utopia (utopia é um termo que deriva do grego onde u =não + topos = lugar e quer dizer em
nenhum lugar); Tomaso Campanella escreveu A Cidade do Sol; Francis Bacon escreveu A
Nova Atlântica; Voltaire escreve Micrômegas, Nicholas Maquiavel escreve O Príncipe,
caracterizando um pensamento não descritivo da realidade, mas criador de uma realidade
ideal, do dever ser.
A PSICOLOGIA CIENTÍFICA
O berço da Psicologia moderna foi a Alemanha de final do século 19. Wundt, Weber e
Fechner trabalharam juntos na Universidade de Leipzig – seguiram para aquele País muitos
estudiosos dessa nova ciência; como o inglês Edward B. Titchner e o americano William
James.
Seus status de ciência é obtido a medida que se “liberta” da filosofia, que marcou a
sua história até aqui e atrai novos estudiosos e pesquisadores, que sob novos padrões de
produção de conhecimento, passam a:
Definir seu objecto de estudo (comportamento, a vida psíquica, a consciência)
Delimitar seu campo de estudo, diferenciando-o de outras áreas de conhecimento
como a Filosofia, Fisiologia
Formular métodos de estudo deste objecto
Formular teorias enquanto um corpo consistente de conhecimento na área
A Psicologia científica nasce na Alemanha mas se desenvolve, cresce rapidamente nos
Estados Unidos como resultado de grande avanço económico colocado na vanguarda do
sistema capitalista. É ali que surgem as primeiras abordagens ou escolas em psicologia, as
quais deram origem inúmeras teorias que existem actualmente. Essas abordagens são O
Funcionalismo (por William James, 1842-1910); O Estruturalismo (por Edward Titchner,
1867-1927), O Associacionismo (por Edward Thorndike, 1874-1949).
O Associacionismo
Edward Thorndike (1874-1949), é considerado o primeiro fundador de uma teoria de
aprendizagem na Psicologia de aprendizagem, na preocupação da aplicação pràtica da
psicologia e não só especulação filosófica.
O Associacionismo origina-se da concepção de que a aprendizagem se dá por processo
de associação das ideias mais simples às mais complexas. Assim para aprender algo complexo
precisamos de aprender as ideias simples associadas aquele conteúdo. Thorndike formula a
“lei de efeito” que seria de grande importância na psicologia comportamentalista. De acordo
com essa lei “todo o comportamento de um organismo vivente tende a se repetir, se nós o
recompensarmos (efeito) o organismo assim que repetir/emitir o comportamento. Por outro
lado o comportamento tenderá a não acontecer, se o organismo for castigado (efeito) após a
sua ocorrência. (ex. se apertarmos o botão da rádio formos premiados pela música, em outras
oportunidades apertaremos o mesmo botão, bem como generalizaremos essa aprendizagem
para outros aparelhos, como leitores de discos, gravadores, etc.
O Behaviorismo ou Comportamentalismo
Estimulo(R) Resposta(R)
Processos neurofisiológicos
Processos inconscientes
O quadro negro representa a “black box” ou seja, simboliza tudo aquilo que não é do
interesse para o estudo do psicólogo comportamentalista.
Módulo de Psicologia Geral 25
A B
As leis da percepção visual: são leis sobre a constituição das totalidades perceptivas
que eram chamadas Gestalten ou factores estruturantes. Essas leis afirmam que as partes de
um campo perceptivo tendem a construir outras gestalts (formas unitárias) que são de tal
forma coerentes e unidas, quanto mais os elementos são
1. vizinhos (lei da aproximação)
2. semelhantes (lei da semelhança)
3. tendem a forma formas fechadas (lei do fechamento)
4. dispostos ao longo duma mesma linha (lei da continuação)
A Psicanálise/Freud
TEMA 2:
O DESENVOLVIMENTO PSIQUICO E DA CONSCIÊNCIA HUMANA
Genética do comportamento
A genética do comportamento, um ramo da psicologia e também da genética, estuda
as bases herdadas da conduta e da cognição. Abrange diferenças individuais e de espécie
(evolutivas).
Módulo de Psicologia Geral 31
danos na medula espinal, facto que ressalta o papel crítico que ela representa na transmissão
de sinais do cérebro aos neurónios que movem os músculos do corpo.
O cérebro
Evidentemente, a glória suprema do sistema nervoso central é o cérebro, que,
anatomicamente, é a parte do sistema nervoso central que preenche a porção superior do
crânio. Embora pese apenas cerca de 2 quilos e possa ser carregado em uma das mãos, ele
contém biliões de células que interagem, integram informação de dentro, coordenam as
acções do corpo e nos capacitam a falar, pensar, recordar, planear, criar e sonhar.
O Sistema Nervoso Periférico
O primeiro e mais importante corte que separa o sistema nervoso central (cérebro e
medula espinal) do sistema nervoso periférico. O sistema nervoso periférico é formado por
todos os nervos que ficam fora do cérebro e da medula espinal. Nervos são aglomerados
de fibras de neurónios (axónios) que estão no sistema nervoso periférico. Essa porção do
sistema nervoso é exactamente o que parece, a parte que se estende para a periferia (parte de
fora) do corpo. O sistema nervoso periférico pode ser subdividido em dois: somático e
autónomo.
O Sistema Nervoso Somático é formado por nervos que se conectam aos músculos
esqueléticos voluntários e aos receptores sensoriais. Estes nervos são os cabos que
carregam informação dos receptores na pele, músculos e juntas ao sistema nervoso central e
também ordens do sistema nervoso central aos músculos. Estas funções requerem dois tipos
de fibras nervosas: aferentes, que são axónios que carregam informação para dentro do
sistema nervoso central da periferia do corpo; Os eferentes, que são axónios que carregam
informações para fora do sistema nervoso central para a periferia do corpo. O sistema nervoso
somático permite que nos sintamos e movamos no mundo.
O Sistema Nervoso Autónomo é formado de nervos que se ligam ao coração, aos
vasos sanguíneos, aos músculos lisos, e às glândulas.
Como o próprio nome indica, é um sistema separado (autónomo), embora seja
principalmente controlado pelo sistema nervoso central. O sistema nervoso autónomo controla
funções automáticas, involuntárias, em que normalmente as pessoas não pensam, como a
batida cardíaca, a digestão e a transpiração. Ele intermédia muito do despertar fisiológico, que
ocorre quando as pessoas experimentam emoções. Imagine-se, por exemplo, caminhando para
casa sozinho a noite, quando uma pessoa, de aparência pobre aparece atrás de nós e começa a
seguir-nos. Caso sintamo-nos ameaçados, a nossa batida cardíaca e respiração intensificar-se.
A nossa pressão sanguínea poderá subir, possivelmente sentiremos arrepios, e as palmas das
mãos poderão começar a transpirar. Estas reacções difíceis de controlar são aspectos do
despertar autónomo.
O sistema nervoso autónomo pode ser dividido em dois ramos: simpático e
parassimpático. O Sistema nervoso simpático é o ramo do sistema nervoso autónomo que
mobiliza os recursos do corpo para a emergência. Ela cria a reacção de luta ou fuga. A
activação deste sistema desacelera processos digestivos e drena o sangue da periferia,
diminuindo o sangramento em caso de ferimento. Os nervos simpáticos principais enviam
sinais às glândulas supra-renais, liberando as hormonas que preparam o corpo para o esforço.
O Sistema nervoso parassimpático é o ramo do sistema nervoso autónomo que geralmente
conserva os recursos corporais. Ela activa processos que permitem ao corpo economizar e
armazenar energia. Por exemplo, acções dos nervos parassimpáticos diminuem o ritmo
cardíaco, reduzem a pressão sanguínea e promovem a digestão.
Módulo de Psicologia Geral 34
linguagem pode somente emitir sinais a seus congéneres, em relação a fenómenos limitados
por uma situação imediata, directa, pelo contrario o Homem pode informar a outras pessoas
com ajuda da linguagem, sobre o passado, o presente, o futuro e transmitir aos outros a
experiência social.
Mediante muitas pesquisas os investigadores mostraram que o pensamento pratico e
somente próprio aos animais superiores. Nenhum investigador observou a forma abstracta do
pensamento no estudo da psique dos animais. O animal pode somente actuar dentro das
marcas duma situação visivelmente percebida, da qual não pode abstrair e da qual não pode
assimilar os princípios abstractos. O animal e escravo da situação percebida de forma
imediata. A conduta do Homem caracteriza-se pela sua capacidade de abstrair-se ou
afastar-se duma situação concreta dada e prever as consequências que podem surgir em
relação a dita situação.
Desta forma, o pensamento concreto ou pratico dos animais e somente a sua impressão
directa sobre a situação dada, enquanto que a capacidade do Homem de pensar abstractamente
supera a dependência directa da situação dada.
Algumas características que diferenciam a psique humana da „psíque animal‟:
O Homem é capaz de enfrentar não somente as influências directas do meio, mas
também pode prever aquelas que podem suceder. O Homem tem a capacidade de
abstrair em correspondência com a necessidade conhecida, ou seja
conscientemente. Esta é a primeira distinção entre a psique humana e a psique animal;
A outra diferença e que o Homem tem a capacidade de criar e conservar
ferramentas. O animal cria instrumentos ou ferramentas numa situação concreta. Fora
desta dada situação concreta o animal nunca identifica os instrumentos, nem se
aproveita deles, uma vez que o instrumento joga um papel naquela dada situação, que
mediatamente deixa de existir para as outras situações;
Os homens criam instrumentos de acordo com um plano previsto anteriormente,
utiliza estes instrumentos segundo o fim a que estão destinados, e os conserva; e todo
o homem adquire experiência com os outros homens no uso destes instrumentos;
A transmissão das experiências sociais, caracteriza o homem o qual dispõe duma
experiência acumulada pelas gerações anteriores. As experiências sociais
transmitidas ao homem desenvolvem-se em grande parte na psique. Desde a mais
tenra idade a criança aprende a dominar as formas de utilização dos instrumentos e as
formas de trata-los. As funções psíquicas do homem mudam qualitativamente
graças ao domínio de cada sujeito em particular sobre os instrumentos do
desenvolvimento cultural da humanidade. E no homem se desenvolvem as funções
superiores propriamente humanas (linguagem, memória, pensamento atenção).
A quinta distinção entre a psique humana e animal são os sentimentos: para o homem
e animais superiores o sentimento e mais daquilo que ocorre em seu redor, os objectos
e os acontecimentos podem suscitar nos animais e homens determinados tipos de
reacções dependendo daquilo que os influencia, ou emoções positivas e negativas.
Sem duvidas somente no homem pode existir a capacidade de sentir pena ou alegria
sobre o outro Homem, somente o homem pode experimentar determinados
sentimentos ao tomar consciência de algum aspecto vital nisto.
Módulo de Psicologia Geral 36
Teorias endogénicas
O desenvolvimento psíquico é feito dependentemente de factores biológicos: a
hereditariedade e as predisposições inatas tornam lugar de relevo. O desenvolvimento do
Homem está programado e reformado pelas disposições. Segundo esta teoria, os factores do
meio ambiente são apenas um atributo subordinado, as aptidões e qualidades psicológicas da
personalidade são reduzidas aos instintos inatos de acordo com Mendel, Weisman e Morgan.
Teorias exogénicas
O Homem seria no momento do nascimento uma tábua rasa, pelo adestramento e
hábito poder-se-ia fazer-se tudo quando são aplicados os métodos respectivos. Este grupo de
teorias acentua o meio ambiente em que decorre o desenvolvimento comparativamente aos
outros factores como força determinante de desenvolvimento psíquico.
O desenvolvimento é mais ou menos directamente reduzido à educação e formação.
Contudo a criança e o jovem são considerados como objectos positivos das influências
externas e deste modo expostos a métodos mecânicos de educação, segundo Watson.
Teorias de convergências
O desenvolvimento do psíquico é resultado de uma convergência de factores
hereditários e factores ambientais. Logo, o desenvolvimento do psíquico da criança e do
jovem é resultado de forças desiguais da hereditariedade e do meio ambiente. Significa que, o
desenvolvimento do psíquico é determinado pela cooperação de dois factores principais:
hereditariedade e meio ambiente (Stern).
Estas teorias defendem que, no desenvolvimento do psíquico deve-se distinguir os
processos de maturidade e os processos de aprendizagem. Os processos de maturidade são
biologicamente condicionados. Enquanto que os factores de aprendizagem estão sujeitos a
regularidades sociais. Portanto, o desenvolvimento psíquico seria condicionado pelos factores
biológicos e de assimilação.
Módulo de Psicologia Geral 37
TEMA 3:
A PSICOLOGIA EVOLUTIVA OU ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO
criança de 3 anos pode ter um repertório verbal muito maior do que a média das crianças de
sua idade, mas, ao mesmo tempo, pode não subir e descer com uma facilidade uma escada,
porque esta situação pode não ter feito parte de uma experiência de vida.
Aspectos do desenvolvimento humano
O desenvolvimento humano deve ser entendido com uma globalidade, mas, para efeito
de estudo, tem sido abordado a partir de 4 aspectos básicos.
Aspecto fisico-motor
Refere-se ao crescimento orgânico, a maturação neurofisiológica, a capacidade de
manipulação de objectos e de exercício do próprio corpo. (ex: a criança aos 7 meses consegue
levar a chupeta a boca porque já tem uma certa concordância no movimento das mãos).
Aspecto intelectual
É a capacidade de pensamento, raciocínio. Por exemplo, a criança de 2 anos, que usa
um cabo de vassoura para puxar um brinquedo que esta debaixo de um móvel ou o jovem que
planeja seus gastos a partir de sua mesada ou salário.
Aspecto afectivo-emocional
É o modo particular de o indivíduo integrar as suas experiências. E‟ o sentir. A
sexualidade faz parte deste aspecto. Exemplos: a vergonha que sentimos em algumas
situações, o medo em outras, a alegria de rever um amigo querido, etc.
Aspecto social
É a maneira como o indivíduo reage diante das situações que envolvem outras
pessoas. Por exemplo, em um grupo de crianças, no parque, e possível observar que algumas
espontaneamente buscam outras para brincar, e algumas que permanecem sozinhas.
Embora Freud tenha dado tanta importância, nunca estudou directamente a criança. A
sua teoria foi desenvolvida a partir de observações feitas no decurso de tratamento de
pacientes adultos em sessões de psicoterapia. Piaget, pelo, contrario, passou, a maior parte da
sua vida observando o comportamento de bebes, crianças e adolescentes. Baseou-se muito do
seu trabalho em observações minuciosas de um número limitado de indivíduos, mais do que
no estudo de grandes amostras. Não obstante, defendia que a maioria das suas das suas
principais descobertas eram validas para o desenvolvimento das crianças de todas as culturas.
O desenvolvimento cognitivo (desenvolvimento do pensamento)
De acordo com Piaget, o desenvolvimento cognitivo é produto do equilíbrio entre o
organismo e o meio, porque a aquisição ou assimilação de conhecimentos e um processo
evolutivo de construção, na teoria epistemológica de conhecimento ou epistemologia
genética.
No desenvolvimento cognitivo colocam-se as questões como: “como é possível o
conhecimento”? como é que os conhecimentos aumentam, (compreensão? extensão)?
quer dizer em quantidade como em qualidade.
Um conhecimento e construído com base nos conhecimentos anteriores organizando-
se em processos cognitivos segundo a adaptação do organismo ao meio. A ideia piagetiana é
estrutural ou construcionista quando evidencia a construção ou organização de estruturas
mentais ou processos cognitivos. Por outro lado, é funcional ou psicobiologica devido a
adaptação orgânica e intelectual ao meio como condições funcionais no sentido de surgir uma
organização das estruturas cognitivas. Assim, o desenvolvimento cognitivo surge das
funções de organização e de adaptação.
O desenvolvimento leva as mudanças progressivas e sequenciais na estrutura da
organização dos processos cognitivos por causa da dialéctica ou interacção a organização e
adaptação. A progressiva adaptação orgânica e intelectual ao meio conduz ou leva a uma
progressiva mudança na sequência das estruturas cognitivas, tendo um estado mutável e não
rígido.
Assim, o processo de adaptação realiza-se por meio de equilíbrio entre assimilação e
acomodação. O equilíbrio leva a aquisição de estruturas cognitivas (o desenvolvimento
cognitivo). As estruturas cognitivas se resumem em dois tipos: esquemas e conceitos.
Um esquema e um conjunto de regras que define um género especifico de
comportamento (actividades de chuchar, apalpar, olhar, etc.) como parte da estrutura
cognitiva da criança. Quando mais cresce, vai conhecendo o seu meio, também vai
desenvolvendo estruturas mentais (conceitos segundo Piaget), referindo aquelas normas que
descrevem acontecimentos ambientais, relações entre conceitos, seus efeitos. Pois, a
adaptação ao meio ambiente faz-se através do processo de assimilação e acomodação.
Assimilação como processo espontâneo da criança consiste em integrar ou interiorizar
a experiência do meio ambiente onde esta inserido (processo). Consiste em acrescentar novos
elementos a um conceito ou a um esquema. Enquanto, a acomodação refere o ajustamento
desses elementos a nova situação. O ajustamento que o indivíduo faz ao incorporar a realidade
externa. Se a assimilação consiste na capacidade do sujeito interiorizar e conceptualizar as
suas experiências do meio, a acomodação e a resposta do sujeito as exigências imediatas e
constrangedoras do meio, e o grau de adaptação aos estímulos externos, mediante a
reorganização cognitiva, em vez de respostas mecânicas.
Os estádios do desenvolvimento cognitivo em PIAGET
Módulo de Psicologia Geral 40
A criança não entende que o outro não vê); as crianças falam ao mesmo tempo mas
não com a outra, como os adultos fazem; não tem categorias de pensamento que os adultos
tem, as crianças não tem conceitos de causalidade, velocidade, peso ou numero (mesmo se a
criança observar alguém a deitar agua num recipiente alto e estreito para o outro mais baixo e
largo, não entende que o volume continua o mesmo – mas conclui que há mais agua no
segundo recipiente, porque o nível da agua esta mais abaixo.
3. Estádio de operações concretas (7-12 anos de idade)
Existe um equilíbrio estável entre assimilação e acomodação. Durante esta fase as
crianças dominam noções lógicas e abstractas. São capazes de, sem grandes dificuldades, lidar
com ideias como a de causalidade. Uma criança nesta fase de desenvolvimento e capaz de
reconhecer o raciocínio falso implícito na ideia de que o recipiente mais largo continha menos
água do que o mais estreito, mesmo que os níveis da água sejam diferentes. Torna-se capaz de
efectuar operações matemáticas, como a multiplicação, a subtracção ou divisão. As crianças
neste período são muito menos egocêntricas. Se perguntar a criança quantas irmãs tem ela dirà
uma, mas se perguntar quantas irmãs tem a tua irmã ela provavelmente dirá “nenhuma”
porque não e capaz de se colocar na posição da irmã, não e capaz de raciocinar em termos
hipotéticos.
4. Estádio das operações formais (12-18 anos de idade)
Desenvolvimento das capacidades lógicas, de representação simbólica. Criação de
hipóteses e sua verificação. Pensamento abstracto, dedutivo (processo de transição do geral ao
particular) e indutivo. Raciocínio formal segundo a cultura. Quando deparam com um
problema, as crianças nesta fase são capazes de rever todas as formas possíveis de resolver,
examinando-o teoricamente de maneira a chegar a uma solução.
De acordo com Piaget os primeiros três estádios de desenvolvimento são universais;
mas nem todos os adultos alcançam o estádio operacional formal. O desenvolvimento deste
tipo de pensamento esta dependente, em parte, dos processos de escolaridade. Os adultos com
uma educação limitada tendem a continuar a pensar em termos mais concretos e reter largos
traços de egocentrismo.
Nos primeiros meses da vida ate cerca de 2 anos de vida, a libido esta concentrada na zona
oral (boca): o bebe tira prazer através da zona erótica da boca, dos lábios e da língua, e nos
actos de sucção, mordedura e mastigação. No adulto, a fixação formas da sexualidade oral
pode exprimir-se em comportamentos com a sucção do próprio dedo, comer-se as unhas,
comer excessivamente, etc.
2. Fase anal (2-3anos)
Nesta fase o ponto focal da libido desloca-se e as principais fontes de prazer sexual
tornam as actividades esfintéricas. Esta presente seja a exigência de satisfação da necessidade
(defecar) seja de aprender o controlo fisiológico em relação as regras ditadas pelos pais e as
convenções sociais. Conter as fezes significa, duma parte, bloquear a satisfação de uma
necessidade e da outra parte, significa realizar ou cumprir as regras dos pais, que a sua volta
são fonte de gratificação quando a norma vem respeitada pela criança. A co-presença de
exigências contrastantes, o conflito, relacionado a fase anal poderá manifestar-se no adulto em
comportamentos de excessiva limpeza, pontualidade, obstinação, etc.
3. Fase fálica (3-5 anos)
Entre 3 a 5 anos a libido desloca-se para as zonas genitais a procura do prazer. O rapaz
e a menina tocam os próprios órgãos genitais, tornam-se curiosas em relação às diferenças
entre os dois sexos. Os pais muitas vezes proíbem o comportamento sexual das crianças desta
idade pensando ou considerando que são formas adultas da actividade sexual, enquanto
normalmente exprimem a exigência das crianças de conhecer o próprio e o outro aparato
sexual. Nesta fase manifesta-se o assim chamado complexo de Édipo2, ou Electra para casos
de preferência na denominação do complexo para o feminino. O menino chegando nesta fase
do desenvolvimento psicossexual, experimenta um desejo de hostilidade para o pai e um
desejo de amor para com a mãe. Estes dois desejos co-presentes, numa forma geralmente
inconsciente, são vividos como um conflito. Por outro lado, o pai representa para o menino a
fonte da punição (vivida como castração dos próprios órgãos) por causa do amor dirigido a
mãe. O menino pode superar este conflito através de um processo de identificação com o pai,
mediante o qual ele assimila e faz seu o comportamento paterno. Durante o processo de
identificação, os meninos introjectam no Super-ego grande parte das regras sociais e dos
valores partilhados e derivados da figura dos pais. Na menina verifica-se um processo em
parte análogo, primeiro de hostilidade para com a mãe e amor para com o pai e, portanto, em
seguida, de identificação com a figura materna.
4. Fase da latência (6-inicio da adolescência)
Durante esta fase a actividade da libido perde intensidade, consentindo ao “Eu” uma
trégua para consolidar o desenvolvimento anterior enquanto a criança orienta ou dirige os
próprios interesses no ambiente.
5. Fase genital (fim da adolescência)
O culminar do desenvolvimento psicossexual verifica-se no fim da adolescência, na
fase genital. O rapaz e a rapariga completam o desenvolvimento psicossexual e orientam o
próprio comportamento sexual aos parentes. Elemento característico desta fase e o surgimento
de um interesse de relação reciprocamente gratificante com os outros. O indivíduo que se
encontra nesta fase genital, esta em grau de manifestar o interesse para com os outros, desejo
de partilhar as experiências significativas e solicitude para o seu bem-estar: este empenho a
reciprocidade não e alcançado por todos.
2
Do nome da personagem da tragédia grega Édipo, rei de Sofocle. Na tragédia grega, Édipo mata o
pai sem conhecer a identidade e casa-se com a mãe.
Módulo de Psicologia Geral 43
inibitório (a criança pode perder a capacidade de tomar novas iniciativas e sente-se em culpa
pelos seus falimentos).
4. Estádio de latência (de 6 anos – a puberdade)
Crise da diligencia e complexo de inferioridade. Nesta fase adquirem as regras
fundamentais sobre o mundo externo e as primeiras regras de comportamento social graças ao
facto de frequentar a escola e o grupo dos pares. As próprias competências podem ser
desenvolvidas e reforçadas, ou então podem ser bloqueadas. O insucesso na escola ou nas
relações sociais em geral podem gerar um sentido de inferioridade que bloca ulteriormente o
desenvolvimento cognitivo e emotivo.
5. Estádio da Adolescência
A crise por superar é entre a identidade e confusão a cerca do papel a desempenhar
(confusão de identidade). O adolescente deve desenvolver o sentido de identidade de si
mesmo, tornar-se um indivíduo com a sua própria personalidade distinta daquela dos
parceiros e dos adultos, com próprias normas sociais e próprios valores morais. O falimento
na construção da identidade manifesta-se na “confusão de papeis”, facto pelo qual o
adolescente não consegue encontrar um papel adequado para a sua personalidade no contexto
social.
que não fez nada que valesse a pena, logo surge um sentimento de desgosto pela vida e de
desespero perante a morte.
Cada vez mais está a crescer o numero de anciãos que fica inactivo depois da reforma
e marginalizados em relação as decisões da colectividade. A psicologia deve ser em grau de
afrontar esta nova problemática para a integração dos anciãos na sociedade.
TEMA 4:
INTRODUCAO AO ESTUDO DA PERSONALIDADE
Teorias da Personalidade
Behaviorismo
O termo “Behaviorismo” que em Inglês “behavior” significa comportamento, foi
inaugurado pelo americano John Watson. Watson postulava o comportamento como objecto
de estudo da psicologia e defendia que este (comportamento) devia ser estudado em função de
certas variáveis do meio.
Para entender a personalidade (comportamento) deve-se analisar as relações
funcionais entre acções visíveis e suas consequências também visíveis.
A essência de todo o behaviorismo é ser a ciência do par Estimulo-Resposta. Todo o
comportamento pode ser modificado pelo meio ambiente, de tal forma que o controle das
condutas é possível e os fenómenos psíquicos são previsíveis.
A influência do meio ambiente predetermina o comportamento. Não se interessa pelos
fenómenos como a consciência, a hereditariedade, o prazer e a dor.
O homem é considerado vítima passiva do meio ambiente. O ensino e a experiência
são blocos de construção da personalidade.
O Gestaltismo
Os fundadores da escola da Gestalt foram WERTHEIMER (1880-1943), KURT
KOFFKA (1886-1941) e WOLFGANG KOHLER (1887-1967). Todos eles negam a
fragmentação entre acções e processos humanos, defendendo o principio de determinação
relacional, isto é, que as propriedades das partes dependem do lugar, papel e função que têm
no todo. Sustentam ainda que a maior parte das configurações, o todo não é igual à soma das
partes demonstrando-se que o estímulo deve ser considerado como uma totalidade. A Gestalt
Orienta-se pelos seguintes princípios:
O todo é percebido antes das partes que o compõe;
O todo é definido pelas interacções e interdependências das partes;
As partes de uma configuração não mantêm sua identidade quando estão
separadas da sua função e lugar no todo
O Ego (Eu)
O Ego é a consciência propriamente dita. É a personalidade enquanto actua no
momento presente. Caracteriza-se pela actividade consciente (percepções exteriores e
elaboração de processos intelectuais) e a capacidade para estar em contacto com a realidade
exterior. O Ego é dominado pelo princípio da realidade (pensamentos objectivos, actos
socializados, actividade racional e verbal). Também caracteriza-se pelo estabelecimento de
mecanismos de defesa contra as invasões da pulsão. As funções básicas do ego são:
percepção, memória, sentimento, pensamento. Em suma, o ego tem a função de ajustar o
homem ao meio da realidade física e social em que vive. É um instrumento de adaptação do
indivíduo ao meio. O Ego é baseado no princípio do Realidade.
O Ego, orientado à realidade do mundo que o circunda, é a chave da adaptação que
procura de mediar as pressões ditadas pelo princípio de prazer, a busca do prazer e da
gratificação imediata, com as exigências impostas pelo princípio da realidade, provenientes
do mundo externo. O ego utiliza a angústia como sinal de alarme diante dos perigos do
mundo interno (pulsional), por outro lado, organiza mecanismos de defesa que consentem de
moderar as exigências do Id com aquelas do mundo externo.
O Super-Ego (super-eu)
O super-ego é o resultado da interiorização de censuras que a criança faz suas
(identificação) e que lhe vêm dos pais ou do meio ambiente. O conteúdo do super-ego refere-
se a exigências sociais e culturais. Representa o ideal do que é real. É defensor dos impulsos
rumo a perfeição. Origina-se com o complexo de Édipo, a partir da interiorização das
proibições, dos limites e da autoridade. O super-ego é o depósito das normas morais e
modelos de conduta. As suas funções são a consciência, a auto-observação e a formação das
ideias. Podemos afirmar que o Super-Ego é baseado no princípio da Moralidade/sociabilidade.
A combinação das três camadas, segundo Freud constitui factor importante para a
formação e estruturação da Personalidade.
As investigações sobre os conteúdos do Id, conduziram Freud à formulação duma
doutrina geral das pulsões nas quais a libido exprime-se percorrendo as zonas eróticas, cada
uma das quais representa uma determinada fase de evolução (os estádios do desenvolvimento
psicossexual). O desenvolvimento da libido pode acontecer naturalmente ou enfrentar
bloqueios por interferência da fixação ou da regressão que bloqueiam o desenvolvimento
psíquico e o reconduzem a fases precedentes, com consequências na formação de sintomas
nevróticos. Esta postulação chamou-se de teoria das pulsões.
Arquétipos
São determinantes inatos da vida mental que dispõe a pessoa a se comportar de modo
semelhante ao dos ancestrais que se viram diante da situação análoga. Referem-se a símbolos
que tem características semelhantes independentemente das diferenças culturais: mãe terra,
herói, luta contra o bem e o mal. São formas universais de pensamento dotadas de conteúdo
afectivo que cria determinada imagem de cada indivíduo.
Persona
É a máscara da personalidade que usamos no contacto com os outros, representando-
nos tal com o queremos aparecer na realidade. A persona pode não corresponder a verdadeira
personalidade. Inclui nossos papéis pessoais, o tipo de roupa que usamos, o nosso estilo de
expressão pessoal, etc.
Sombra
É a parte mais primitiva e animalesca da pessoa. É o núcleo do material reprimido na
consciência. Ou seja, é a parte da personalidade que se ignora, geralmente contém material
desagradável, ela contem todos os desejos e actividades imorais e inaceitáveis. A sombra nos
impele a emitir comportamentos que normalmente não nos permitiríamos.
Anima/animus
Reflectem a ideia de que cada pessoa de um sexo exibe algumas características do
outro. Anima se refere as características femininas presentes no homem e animus as
características masculinas presentes na mulher. Estas características estão ligadas à imagem
ideal do homem ou mulher que cada um de nós tem em si.
Self
É o arquétipo responsável pela integridade ou estabilidade da personalidade. O Self é o
processo central, um impulso para a individuação (realização de si mesmo) ou aspiração a
auto-realização.
Individuação/integração
Antes de tudo temos que considerar que segundo Jung todo o indivíduo possui a
libido, ou seja esta energia fundamentalmente biológica, mas é neutra, ela tende à integração
dos elementos conscientes e inconscientes. Neste caso emerge a aqui a concepção finalística
da libido em vez da função causal.
Auto-realização
Integrando as componentes conscientes e inconscientes, segundo Jung a vida psíquica
é racional que irracional. A energia libidica dà aquele estimulo para procurar sintetizar os
elementos que são em contradição. Segundo Jung, a libido tem uma direcção que tende a
realizar o indivíduo mas quando a libido encontra um obstáculo que bloqueia o seu fluir a
pessoa percebe um certo tipo de mal estar psíquico, ou seja, desequilíbrio, mesmo se este
bloqueio pode ser positivo no sentido de que ajuda a pessoa a enfrentar o momento e
sintetizar a sua vida.
Por outro lado, a actualização de si realiza-se através deste processo de individuação
(tornar-se a pessoa própria, o actuar-se como pessoa, mesmo como dever moral de cada
Módulo de Psicologia Geral 53
pessoa). A meta ideal para tornar-se “humano” é alcançar a conciliação entre o consciente e o
inconsciente mesmo se, obviamente, um desequilíbrio pode criar dinamismo no próprio
crescimento.
Jung desenvolveu um trabalho sobre atitudes que constituem o modo como a pessoa
reage aos estímulos que chegam, são modalidades de acção e existem dois modos
fundamentais: introversão e extroversão. Na primeira atitude o sujeito dirige a sua energia
para seu o próprio interior, tende a ser introspectivo, é guiado por referências de tipo interior
enquanto que o extrovertido dirige a sua energia para o fora do eu, para eventos e pessoas do
mundo exterior.
Os Psicólogos humanista:
Consideram os seres humanos fundamentalmente bons e as psicopatologias
subentram quando ao Homem é impedido de seguir as inclinações naturais;
Negam a teoria freudiana segundo a qual o comportamento adulto é
inevitavelmente o produto das experiências passadas.
Defendem que a personalidade pode modificar-se também, na idade adulta;
Afirmam que as pessoas possuem a liberdade e a capacidade de modelar o próprio
futuro, sobretudo se aceitam as experiências do aqui e agora.
TEMA 5:
PROCESSOS PSÍQUICOS/COGNITIVOS INTRODUCAO AO
Processos Cognitivos são processos que tem como característica mais saliente
representar o sujeito, um objecto ou fenómeno, em geral, exterior ao próprio sujeito. O seu
conjunto constitui a vida cognitiva ou intelectual. Os processos cognitivos possibilitam o
Homem realizar a actividade mental como a inteligência, capacidades, habilidades, etc. O seu
mau funcionamento compromete a actividade mental.
Alguns processos cognitivos:
Sensação
Fenómeno elementar da consciência resultante da excitação de um órgão dos sentidos
provocados por um estimulo interno ou externo. Consiste em reflectir as características
(propriedades) isoladas dos objectos.
Importância: Tomamos conhecimento do mundo em redor (sons, cores, cheiro,
tamanho), graças aos órgãos dos sentidos. São os primeiros elementos que nos põem em
contacto com a realidade e facilitam a apreensão da mesma. Os órgãos dos sentidos recebem,
seleccionam e acumulam a informação e, transmitem ao cérebro, surgindo o reflexo adequado
do mundo circundante e ao próprio organismo.
Percepção
Acto de organização de dados sensoriais pelo qual conhecemos “a presença actual de
um objecto exterior”: temos consciência da existência do objecto e suas qualidades.
Importância: A percepção no PEA está relacionada com a compreensão e
interpretação, análise intelectual do aprendido. A percepção ajuda a compreensão, análise
aprofundada do fenómeno e a chegar a conclusão sobre o mesmo.
A percepção está ligada a atenção. A atenção constitui a fase inicial da percepção e a
principal forma de organização da actividade cognitiva. A atenção é indispensável à
percepção, interpretação, compreensão, imaginação, assimilação, recordação e reprodução.
Durante a aula, a atenção ajuda a compreensão da essência das tarefas, ajuda a sua resolução e
verificação.
Memória
Capacidade de lembrar o que foi de algum modo vivido. Ela corresponde as seguintes
operações ou processos: a aquisição, a fixação, a evocação, o reconhecimento e a localização
das informações resultantes de percepções e aprendizagem. A memória facilita a organização,
fixação e retenção do aprendido, assim como a sua evocação., quando essa informação for
necessària. Não haveria evolução dos nossos conhecimentos se na medida que os
adquirissemos, os perdessemos. A memória conserva o passado e permite incorporà-lo na
estrutura cognitiva do sujeito.
Processos da Memória
Aquisição: consiste no contaco com a informação.
Fixação: para a fixação exige além da edequada aquisição, a repetição.
Evocação ou reprodução: consiste na lembrança do material fixado. É a reaparição na
consciência de um fenómeno passado. As informações armazenadas tentam a ser evocadas
junto das informações falsas.
Módulo de Psicologia Geral 59
Pensamento
Processo cognitivo que permite a resolução de tarefas (processo de análise e síntese).
Permite reflectir de forma generalizada a realidade objectiva sob a forma de conceitos, leis,
teorias e suas relações.
Importância:
Ajuda o indivíduo a superar as suas dificuldades desde as mais triviais até as mais
complexas;
Planificação e organização lógica dos procedimentos a ter em conta na aula;
Reflexão sobre uma tarefa para encontrar as mais adequadas soluções;
Mudança de métodos habituais de resolução de tarefas colocadas;
Avaliação de diversas variantes de resolução para encontrar um resolução mais
racional;
É um factor de ligação entre o concreto e o abstracto.
O Pensamento e Linguagem
O pensamento está socialmente condicionado e ligado indissoluvelmente com a
linguagem, a fala. O pensamento humano é impossível sem a língua. Qualquer pensamento
Módulo de Psicologia Geral 60
Imaginação
É o processo psíquico cognitivo, exclusivo ao homem, mediante o qualse criam
(elaboram) imagens e noções que não existiam na experiência anterior, ou seja, a habilidade
que os indivíduos possuem de formar representações, costruir imagens mentais a cerca do
mundo real ou mesmo de situações não directamente vivenciadas.
A base da imaginação são noções da memória que se completam por novas
percepções, transformando-se em novas percepções e noções.
Importância:
a. Permite conceber o resultado do trabalho antes do início;
b. Alarga os horizontes da memória e percepção;
c. Permite antecipar e construir o futuro e o nível de desenvolvimento da capacidade
inventiva. É parte do processo técnico-científico, literário.
d. Permite ao aluno estudar processos, fenómenos inacessíveis para a observação
directa, sua interpretação no quadro de diversas ligações e relações;
e) Desenvolve nos alunos a atitude criadora através e da análise e compreensão do
actual estado da ciência
Módulo de Psicologia Geral 61
TEMA 6:
ESFERA EMOCIONAL, SENTIMENTAL E VOLITIVA DA PERSONALIDADE
BIBLIOGRAFIA