PROJUDI - Processo: 0004936-44.2020.8.16.0035 - Ref. mov. 35.

1 - Assinado digitalmente por Guilherme Correa da Silva

13/04/2020: JUNTADA DE PETIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Arq: Petição

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJDQU KV979 6MH7E HD62K
EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DO
FORO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS – COMARCA DA REGIÃO
METROPOLITANA DE CURITIBA/PR

Autos n. 0004936-44.2020.8.16.0035

SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS

MUNICIPAIS DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS, já qualificado nos autos em epígrafe,
vem, por intermédio de seu procurador que adiante subscreve, opor EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO em face da v. decisão de mov. 34.1.

I - DAS OMISSÕES

Excelência, apenas se requer aclaramento quanto aos

auxílios transporte e refeição, ambos previstos no artigo 96 do Estatuto dos Servidores
deste Município1, bem como do descumprimento da liminar já vigente.

É que embora a decisão retro cite o adicional noturno e o

JIS – Jornada Integral de Serviço, entendendo que podem ser descontos do servidor
durante o período de afastamento citado no §5º do artigo 7º do Decreto Municipal
3726/2020, olvidou a decisão de se esclarecer quanto aos auxílios refeição e
alimentação, objeto do pedido “b.3” da exordial2.

1 Art. 96. Serão concedidos aos servidores, os seguintes auxílios: I -

transporte; e, II - refeição.

2 b.3) que o Município mantenha o (tempestivo) pagamento dos substituídos que

estejam cadastrados no JIS – Jornada Integral de Serviço, e a manutenção dos
adicionais temporários aos substituídos durante o período de SITUAÇÃO DE
EMERGÊNCIA instalado no Município, tais como auxílio-alimentação, transporte
e adicional noturno, independentemente de estar o servidor afastado ou não,
sob pena de multa diária a ser fixada por este Juízo, em tutela inibitória,
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PROJUDI - Processo: 0004936-44.2020.8.16.0035 - Ref. mov. 35.1 - Assinado digitalmente por Guilherme Correa da Silva
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Deveras, estes dois são os de maior preocupação entre os
substituídos, principalmente o de refeição, eis que de natureza obviamente alimentar,
e estendido a todos os servidores ativos do Município, todo mês, desde a nomeação.
Faz-se mea culpa sobre os auxílios, de que deveriam ter sido melhor pontuados, dado
seu valor aos substituídos, mas, não obstante, roga-se o aclaramento para evitar
prejuízo aos milhares de filiados.

Como este Juízo bem sabe, o auxílio refeição é verdadeiro

sucedâneo de salário/vencimento, sendo, historicamente, um meio de concessão ao
trabalhador, seja ele servidor ou trabalhador, de aumento salarial, sem que gere ônus
previdenciário ou fiscal, dada sua natureza indenizatória e isentiva, além de alimentar.
Um meio de negociação salarial, por certo. Há grande receio neste aspecto pelos
substituídos, de que venha a ser descontado na hipótese do parágrafo 5º.

No direito positivado municipal, não se vê previsão de que

referidos auxílios seriam suspensos ao servidor durante o período de eventual
impossibilidade de trabalho em razão de uma força maior, tal como uma pandemia
(§3º, artigo 983, Lei 525/2004); pelo princípio da reserva legal, não poderia, em tese,
o Município invocar sua suspensão em razão da pandemia, até porque, como já dito
d’antes, o §5º do artigo 7º do Decreto Municipal 3726/20204 cita especificadamente

no valor sugerido de R$ 100.000,00/dia, a contar da intimação;

3 § 3º Este auxílio não será devido nos períodos de licenças e afastamentos

do serviço, bem como, no período das licenças e afastamentos do serviço

declinados na seqüência: (Redação dada pela Lei nº 1959/2012) I - nas
licenças: a) para tratamento de saúde própria ou acidente em serviço, por
período superior a 30 (trinta) dias; ) à gestante; c) à adotante; d) por
motivo de doença em pessoa da família, por período superior a 30 (trinta)
dias; e) quando convocado para o serviço militar, se optar pela remuneração
deste; f) para concorrer a cargo eletivo; g) prêmio por assiduidade;
h) para desempenho de mandato classista i) para tratar de interesses
particulares; e, j) para participação em competições esportivas oficiais,
quando não estiver representando o Município, desde que superior a 30 (trinta)
dias; II - nos afastamentos para: a) disposição a outro órgão ou entidade;
e, b) exercer cargo eletivo. (Redação acrescida pela Lei nº 1395/2009)

4 Art. 7º, […] § 5º Na impossibilidade técnica e operacional de conceder

teletrabalho aos servidores relacionados nos parágrafos anteriores, os mesmos
deverão ser afastados de suas atividades sem prejuízo da remuneração ou
subsídio.

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que o afastamento se dá sem prejuízo da remuneração, daqueles que não podem
realizar teletrabalho.

Mas mesmos os substituídos que realizam teletrabalho

também temem seu desconto, posto que não estariam, em tese, utilizando-o para
refeições diárias em estabelecimento comercial, embora empreendam referidos
recursos ainda para este fim, qual seja, subsídio alimentar, no lar.

Assim, roga-se o aclaramento e o consequente

deferimento do pedido neste aspecto, sobretudo o relativo ao auxílio-alimentação,
dada sua indiscutível natureza alimentar.

Por fim, foi anexado, pelo Autor, na manifestação de

mov. 32.1, declaração escrita por servidor, atestando que a liminar não vem sendo
cumprida a contento.

Trata-se de auxiliar de serviços gerais, que foi exposta a

contaminantes biológicos sem possuir os equipamentos de proteção – EPI’s,
conforme se lê, em evidente violação à liminar, posto que labora na Secretaria
Municipal de Saúde – SEMS.

Embora sejam recorrentes no Sindicato relatos de

descumprimento da liminar, tem sido difícil obter mais provas porque as reclamações
vêm ao Sindicato por telefone ou mensagem eletrônica, e os servidores receiam
serem perseguidos ao se exporem. No entanto, e conforme se bem demonstrará
durante a fase de instrução, a liminar não está sendo cumprida.

Assim, requer que o Município seja intimado a

comprovação, nos autos, o cumprimento da liminar, pelos meios possíveis, sob pena
de majoração da multa lhe imposta, pedido este também olvidado.

§ 6° Será considerado falta justificada ao serviço público o período de

ausência decorrente das medidas previstas neste artigo.

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II – DOS PEDIDOS

Assim, atribuindo excepcionais poderes infringentes ao

presente recurso, requer o Embargante aclaramento quanto auxílios do artigo 96 do
Estatuto, citados no pedido “b.3” da exordial, olvidados na decisão retro, e, pugna pelo
seu deferimento, sobretudo o auxílio-refeição, determinando que o Réu se
abstenha de descontá-los durante a vigência da Situação de Emergência e
Calamidade Pública, sob pena de multa diária, tanto aos afastados que não
realizam teletrabalho, quanto aos que o exercem.

Roga-se, ainda, que o Réu comprove nos autos o

cumprimento da liminar, sob pena de majoração da multa-diária.

Pede deferimento.

São José dos Pinhais, data da assinatura digital.

GUILHERME CORRÊA DA SILVA

OAB/PR 49.525