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Módulo I

Fundamentos da Fé
IGREJA METODISTA EM NOVA ANDRADINA
Curso de Capacitação de Líderes Módulo I – Crescendo na Vida
Cristã

ÍNDICE

Lição 1 – A CONDIÇÃO DO HOMEM: DA CRIAÇÃOÀ QUEDA........2


Lição 2 – O ARREPENDIMENTO...........................................................16
Lição 3 – A GRAÇA DE DEUS E A SALVAÇÃO..................................30
Lição 4 – O NOVO NASCIMENTO.........................................................48
Lição 5 – A FÉ...........................................................................................60
Lição 6 – O BATISMO.............................................................................76
Lição 7 – A SANTIFICAÇÃO..................................................................89
Lição 8 – A BÍBLIA................................................................................102
Lição 9 – A ORAÇÃO.............................................................................120
Lição 10 – O ESPÍRITO SANTO............................................................137
BIBLIOGRAFIA.....................................................................................150

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Lição 1 – A CONDIÇÃO DO HOMEM: DA


CRIAÇÃOÀ QUEDA
FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA BÁSICA E TEXTOS CHAVES

Gênesis 1:26-27
“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;
tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais
domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus,
pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.”

Romanos 5:12-21
“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a
morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. Porque até
ao regime da lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não
há lei. Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não
pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir.
Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um só,
morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus
Cristo, foram abundantes sobre muitos. O dom, entretanto, não é como no caso em que
somente um pecou; porque o julgamento derivou de uma só ofensa, para a condenação; mas
a graça transcorre de muitas ofensas, para a justificação. Se, pela ofensa de um e por meio
de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da
justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo. Pois assim como, por uma
só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só
ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Porque,
como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também,
por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos. Sobreveio a lei para que
avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça, a fim de que, como
o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna,
mediante Jesus Cristo, nosso Senhor.”

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Saber explicar a condição do homem quando foi criado.


 Descobrir a origem do homem sem a especulação científica, de acordo com a
palavra de Deus, tomar conhecimento da origem do pecado e suas terríveis
consequências.
 Entender a condição humana enquanto em pecado e a quebra da comunhão
com Deus, que traz como consequência um rastro de violência e morte da qual
todos somos vítimas.
 Entender a necessidade da expiação de Jesus na cruz por nós.

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DESENVOLVIMENTO DO TEMA

O primeiro livro da Bíblia começa reconhecendo que a criação, ou seja, o céu, a


terra e tudo que nela se contém é obra de Deus. Na medida que a criação é
descrita, dia após dia, segue-se a expressão: “E viu Deus que isso era bom”. Olhamos
a natureza, e podemos concordar com o autor do Gênesis: o que Deus criou é
muito bom. De acordo com a narrativa da criação, Deus ao criar o homem e a
mulher, os fez à Sua imagem e semelhança (Gênesis 1:27), capazes de pensar,
conhecer Deus, e, como prova desta distinção, Deus colocou os seres humanos
como administradores da criação, em nome de Deus (Gênesis 1:28). Ao chegar a
este ponto, a expressão foi que, ao ver Deus o que havia criado, “Viu Deus tudo
quanto fizera, e eis que era muito bom”. Hoje, nos perguntamos: O que deu errado,
quando foi que estragaram o que era muito bom?

1. A CONDIÇÃO ORIGINAL DO HOMEM

“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher
os criou” (Gênesis 1:27). Deus criou a humanidade coletivamente em uma
pessoa: Adão. Já temos visto o propósito de Deus de estabelecer o seu Reino
sobre a terra. Este propósito será efetivado por meio deste homem coletivo
criado em Adão. O primeiro propósito então é que o homem seja um
instrumento nas mãos de Deus. Mas este instrumento não é um instrumento
qualquer; ele é a própria imagem e semelhança de Deus. O propósito de Deus é
ter esse homem corporativo (a sua Igreja cumpre este propósito) que o expresse
em sua imagem e o represente em sua autoridade. As ordens de Deus a Adão
(Gênesis 1:28) expressam bem esta intenção de Deus.

Nós sabemos que Adão caiu e por isso não correspondeu ao propósito de Deus.
Desde a queda do homem até a vinda de Jesus abriu-se como que um parêntese
no propósito de Deus, mas em Cristo Deus fez uma nova criação. Nós somos
agora uma nova criação. Nesta nova criação, todos nós viemos do segundo
Adão, que é Cristo Jesus (Romanos 5:12-21). Todos nós que fomos gerados do
segundo Adão somos agora os instrumentos de Deus para o estabelecimento do
seu reino sobre a terra e para esmagar a cabeça da serpente.

O segundo propósito de Deus com o homem foi criá-lo como um vaso para,
conter Ele mesmo como vida. Esta palavra vaso é muito boa. É importante
percebermos que nós como homens somos vasos. Em Romanos 9, Paulo
apresenta esta ilustração e em 1 Coríntios 4:7 vemos que dentro desse vaso
existe um tesouro. Quando Deus criou o homem, ele o colocou diante da árvore
da vida. A árvore da vida era para ser comida. Em João 6:35, Jesus disse que ele
era comível, que ele era o pão da vida. A árvore da vida aponta então para o

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próprio Jesus, pois somente ele é a vida. Deus queria que Adão comesse do
fruto da vida e o recebesse dentro de si mesmo. Tendo a vida de Deus dentro
de si, Adão poderia cumprir o propósito de Deus de ser um instrumento. Neste
sentido, nós, vindos do segundo Adão, temos muito mais do que Adão teve.
Nós temos a vida de Deus dentro de nós; Adão nunca teve. Para que esta vida
que está dentro de nós possa fluir, no entanto, é necessário que o vaso seja
quebrado. É interessante que no reino de Deus só os vasos quebrados possuem
valor.

A. O Estado Original

Deus criou o homem à sua imagem e semelhança e o pôs como coroa de


toda a criação. Os dois primeiros capítulos de Gênesis falam da obra da
criação, mas especialmente da condição sublime em que Deus colocou o ser
humano. Esta, aliás, é a vida que Deus sempre desejou que ele gozasse. Eis
as principais marcas que descrevem o seu estado original:

a) Santidade - O homem foi criado à imagem de Deus (Gênesis 1:27). Isso


significa que o caráter e a glória de Deus estavam sobre ele. Seus
pensamentos e seus atos eram absolutamente puros e sua vida era um
reflexo da santidade de Deus.

b) Autoridade - O Senhor revestiu o homem de autoridade e lhe deu poder


para dominar sobre toda a criação (Gênesis 1:26). Isso incluía o mundo
físico e o mundo espiritual. O planeta Terra foi dado a ele como direito
(Salmos 115:16) e toda a natureza estava sob seu comando. Ele deveria
dominar a terra e toda a criatura que a habitasse, como vice-governador
de Deus. O homem era o mordomo que deveriam cuidar de seu meio
ambiente e da criação animal. Além disso, ele tinha autoridade sobre
satanás. Quando Deus lhe incumbiu de guardar o jardim (Gênesis 2:15)
estava lhe dando autoridade para que ele não permitisse a ação satânica
naquele lugar.

c) Comunhão Com Deus - O homem tinha pleno acesso à presença de Deus


e comunhão íntima com Ele. Eram amigos. O homem desfrutava de um
dos maiores privilégios que alguém pode ter: ouvir a voz de Deus. Ele
experimentava diariamente a presença do Senhor. O propósito do Pai
era encher a Terra de homens que tivessem perfeita comunhão com Ele.

d) Prosperidade - Deus colocou o homem numa condição de plena


abundância (física, emocional e espiritual). Tudo deveria servir ao seu
bem-estar (Gênesis 1:29-30). A natureza estava em ordem e era frutífera.
Não havia miséria, seca, enfermidades e nem morte. O corpo do homem

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era perfeito, sua alma tinha plena paz, seu espírito era um com o Senhor.
A felicidade não era um ideal a ser buscado, mas uma realidade
disponível.

e) Eternidade - O ser humano foi criado para a eternidade (Eclesiastes 3:11).


Quando Deus lhe soprou nas narinas o fôlego de vida (no hebraico,
“Ruah”, que é traduzido também como “espírito” - Gênesis 2:7), lhe deu
a condição de viver eternamente. A morte, portanto, não fazia parte de
sua existência.

f) Responsabilidade - O homem recebeu de Deus também


responsabilidades. Ele deveria dominar sobre a criação usando da
autoridade recebida e deveria multiplicar-se e encher toda a Terra
(Gênesis 1:26-28). Além de tudo isso, ele recebeu a incumbência de
defender a criação contra a ação do diabo. Quando o Senhor o mandou
guardar o Jardim do Éden (Gênesis 2:15), certamente se referia ao único
perigo que o poderia ameaçar: a ação de satanás.

g) Livre Arbítrio - Deus criou o homem inteligente e livre. Ele poderia fazer
escolhas e determinar o seu próprio caminho. Por isso mesmo,
responderia por suas decisões. Deus queria ser amado e não apenas
obedecido. Entretanto, havia uma grande condição para que o homem
preservasse seu estado original de benção: que ele se submetesse
completa e voluntariamente a Deus (Gênesis 2:16-17).

2. A QUEDA DO HOMEM

Satanás tentou Eva com uma serpente, fazendo uma pergunta que
invariavelmente punha em dúvida a Palavra de Deus. Se Eva tivesse
completamente se submetido ao controle do espírito, rejeitaria a interrogação
da serpente. Por tentar responder, ela exercitou a mente em desobediência ao
espírito. Sem dúvida que a pergunta de satanás estava cheia de erros, pois seu
motivo principal era simplesmente incitar o esforço mental de Eva. Ele espera
até que Eva o corrigisse, mas lamentavelmente, ela ousou mudar a Palavra de
Deus um sua conversa com satanás. Conseqüentemente o inimigo foi
encorajado a tentá-la no sentido de comer sugerindo que, ao comer, seus olhos
seriam abertos e ela seria como Deus, conhecendo o bem e o mal. Satanás
provocou seu pensamento e a alma primeiro e depois avançou para apoderar-
se de sua vontade. O resultado foi que ela caiu em pecado.

Satanás sempre usa a necessidade física como o primeiro alvo do ataque. Ele
mencionou simplesmente o comer do fruto a Eva, uma coisa totalmente física.
Em seguida, ele prosseguiu para seduzir sua alma, insinuando que pela

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satisfação seus olhos seriam abertos para conhecer o bem e o mal. Não que o
conhecer o bem e o mal seja errado, mas tal atitude brotou de uma má intenção
do coração. A tentação de satanás alcança primeiro o corpo, depois a alma, e,
finalmente, o espírito.

Após ser tentada, foi Eva quem tomou a decisão. Primeiro a árvore era boa para
se comer. Isto é a cobiça da carne. Sua carne foi a primeira a ser despertada.
Segundo era agradável aos olhos. Agora tanto o seu corpo quanto a sua alma
haviam sido seduzidos. Terceiro, a árvore era desejável para dar entendimento,
isto é, a soberba da vida (1 João 2:15-17).

A queda do homem foi ocasionada pela busca de conhecimento, por isso, Deus
usa a loucura da cruz para destruir a sabedoria dos sábios. O intelecto foi a
causa principal da queda, por isso, para alguém ser salvo, é preciso que creia na
loucura da palavra da cruz, em vez de depender de sua inteligência. A árvore
do conhecimento provoca a queda do homem, por isso, Deus emprega a árvore
da loucura para salvar almas (1 Pedro 2:24).

O apóstolo Paulo nos diz que Adão não foi enganado, indicando que a mente
dele não foi confundida no dia da queda. Quem tinha a mente fraca era Eva (1
Timóteo 2:14). Segundo o registro de Gênesis, está escrito que a mulher disse:
“...a serpente me enganou, e eu comi” (Gênesis 3:13). Adão evidentemente não foi
enganado, sua mente estava clara e ele sabia que o fruto era da árvore proibida.
Pelas palavras de Paulo vemos que Adão pecou deliberadamente. Ele amava
mais a Eva do que a si mesmo. Ele fez dela seu ídolo e por amor a ela estava
disposto a rebelar-se contra Deus. Vemos que Eva pecou por causa da mente,
mas Adão por causa da emoção, ambos pecaram por seguirem o curso da alma.

A. O Pecado

“...tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu.” (Gênesis


3:6). O homem, ao incorrer no pecado e ao reagir de acordo com a natureza
pecaminosa, fez-se culpado diante dos olhos de Deus. Seus olhos foram
abertos e, tomando consciência, viu-se em sua triste condição, desprotegido
e nu. Isso se evidencia especificamente na atitude que Adão e Eva tomaram
quando buscaram cobrir sua nudez com folhas de figueira e, no momento
em que escutaram a voz de Deus, esconderam-se de Sua presença.

 O primeiro tipo de pecado é a soberba, a rebeldia - Esse pecado agride


Deus em sua autoridade, atinge o trono de Deus. Satanás disse: “subirei
acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo” (Isaías 14:13). Do
ponto de vista de Deus, esse é o tipo mais grave de pecado, porque ele
atinge diretamente o trono de Sua autoridade.

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 O segundo tipo de pecado é a desobediência - O desobediente é aquele


que mente, rouba, prostitui; é aquele que desobedece ao mandamento de
Deus. O desobediente agride Deus em sua santidade, Deus é santo; Ele
não suporta a sujeira, a impureza e a iniqüidade. Esse tipo de pecado é
terrível, mas, do ponto de vista de Deus, a rebeldia é mais grave ainda.

 O terceiro tipo de pecado é a incredulidade - O incrédulo atinge Deus


em seu caráter. Ele é aquele que faz de Deus um mentiroso. Deus diz:
“em tudo fostes enriquecidos”, mas o incrédulo diz: “eu sou pobre”.
Deus diz: “eu carreguei na cruz a sua enfermidade; o incrédulo diz:
“tenho medo de morrer de câncer”. Deus diz: “eis que vos dou
autoridade sobre serpentes e escorpiões”; o incrédulo diz: “eu não tenho
o dom de expulsar demônios; isso é só para pastores”. Percebe que há
muitas maneiras sutis de dizer que Deus é mentiroso. Nem sempre
somos descarados, na maioria das vezes somos sutis.

3. AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA

O ser humano escolheu o pecado. Ele rebelou-se contra a autoridade de Deus e


optou pelo autogoverno (Isaias 1:2). Quando comeu do fruto proibido (Gênesis
3:1-6), Adão estava virando as costas para Deus e decidindo desobedecê-Lo. É
essa atitude de independência e rebelião que a Bíblia chama de pecado. Vamos
ver quais as principais conseqüências da queda:

a) Morte espiritual - Deus havia deixado claro que a desobediência traria


morte (Gênesis 2:17). Esta morte é, antes de tudo, espiritual. Significa uma
separação, uma ruptura da comunhão com Deus. Sem acesso à Fonte da
Vida, o espírito do homem morre. Note que o Senhor disse: “No dia em que
dela comeres, certamente morrerás”. Ora, Adão e Eva não morreram
fisicamente no dia em que pecaram, mas espiritualmente sim. No exato
momento em que tomaram do fruto proibido, eles perderam a vida de
Deus.

b) Morte Física - Outra conseqüência do pecado foi a morte física. Ao


rebelar-se, o homem perdeu o direito de viver eternamente (Gênesis 3:22) e
recebeu a maldição de voltar ao pó da terra (Gênesis 3:19).

c) Morte eterna - Pior do que tudo isso, o homem perdido passou a


caminhar para a morte eterna, uma terrível e definitiva separação de Deus.
As descrições bíblicas dessa realidade enfrentada por todos os que partem
dessa vida sob a maldição do pecado é assustadora. O inferno (Marcos 9:43),
o lago de fogo ou a segunda morte (Apocalipse 20:14-15) são expressões

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diferentes que definem a mesma verdade: uma eternidade em angústia, dor


e desespero, longe da presença de Deus.

d) Dores e enfermidades - Desde a rebelião no Éden o homem passou a ser


solapado por dores e enfermidades (Deuteronômio 28:22). Desde o seu
nascimento, a dor o acompanha. Não apenas em seu espírito, mas também
na alma e no corpo a maldição do pecado o deixou vulnerável, débil e
indefeso.

e) Miséria e desordem natural - Aquele que havia recebido direito de


governar sobre toda a criação, após a queda viu a terra sendo amaldiçoada
por sua causa (Gênesis 3:17-19). Desde então a pobreza e a desordem se
instalaram e a vida passou a ser difícil. Toda a natureza se desestabilizou e o
caos se estabeleceu no mundo (Romanos 8:20). Satanás passou a governar
sobre a terra, uma vez que o homem que possuía esse direito se sujeitou a
ele.

f) Escravidão espiritual - Quando o homem deixou de obedecer a Deus e


atendeu à voz de satanás, tornou-se seu refém e passou a ser dominado por
ele através do pecado. Da condição autoridade de Deus sobre a terra, o
homem passou a ser escravo (João 8:34; Romanos 6:16). Por ter usado mal o
livre arbítrio que tinha, ele o perdeu e, por mais que se esforçasse, não
encontrou meios de livrar-se dessa escravidão.

g) Contaminação de toda a raça humana - A maldição da queda não atingiu


apenas o primeiro casal, mas toda a raça humana. Adão perdeu a glória de
Deus e gerou filhos nesta condição (Gênesis 5:3). A partir daí, todos os
homens nasceram debaixo da maldição do pecado (Romanos 3:10). Isso quer
dizer que o homem é pecador por herança ou natureza (Salmos 51:5;
Romanos 5:19) e também por conduta (Romanos 3:23; 5:12).

h) A malícia - (Gênesis 3:7) A nudez começou a despertar sentimentos


impuros e constrangedores, que Adão e Eva tentaram encobrir com
medidas paliativas. Folhas de figueira facilmente se rasgariam e
rapidamente secariam.

i) O medo de Deus - (Gênesis 3:8) Diz-se popularmente que “quem não


deve não teme”. O pecado tira do homem a condição de estar na presença
de Deus, até que haja arrependimento (Isaías 59:2; Atos 3:19).

j) A transferência da culpa - (Gênesis 3:12-13) Somente a serpente não


transferiu a culpa. Se tivesse oportunidade, teria posto a culpa em alguém.
A tendência de colocar a culpa em outrem é muito evidente ainda hoje.

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k) Intensificação da dor de parto - (Gênesis 3:16) O sofrimento no parto não


surgiu após a queda. O texto diz que o sofrimento seria “multiplicado”.

l) Sob domínio do marido - (Gênesis 3.16b) Não se trata de subserviência.


Trata-se, sim, de uma liderança masculina sobre a mulher, que muitas vezes
é usada indevida mente, como pretexto para o exercício da opressão
machista.

m) O enfado do trabalho - (Gênesis 3:17-18) O trabalho e o cuidado para


com a terra já existiam antes da queda, conforme Gênesis 2:15. Mas, esse
trabalho se tomou causticante e mordaz.

A. As Conseqüências do Pecado

A quebra da comunhão com Deus e do convívio da vida abundante,


simbolizada na vida com Deus no paraíso, foi quebrada pela entrada do
pecado na vida humana. Adão e Eva, e nós seus herdeiros, não somente
perdemos nossa inocência e pureza, mas nos separamos de Deus, porque
“Ele é Santo” (Levítico 11:44-45).

As conseqüências do pecado são muitas, a mais direta e temida é a morte


física e a condenação eterna, conforme sublinhou John Wesley em seu
sermão sobre o pecado original: “Houve assassinatos entre parentes, a
violência, o orgulho, a inveja e tantos sentimentos e atos destruidores da
vida tomou conta do coração dos seres humanos”.

Nossos problemas, hoje, como sociedade tem neste fundamento espiritual


do pecado sua origem: ódio, crimes, lares destruídos, opressão e pobreza,
pornografia, prostituição, violência e guerra, enfim tudo que nega o
propósito de vida abundante e paz que Deus deseja para nós. (João 10:10;
14:27).

Podemos perceber que a própria criação vem sendo severamente afetada


por isto. A destruição da terra, campos transformando-se em desertos, as
águas sendo poluídas, o ar contaminado. Paulo aponta que a criação geme
por sua redenção (Romanos 8:22).

B. Como o pecado se manifesta: A tentação

Temos nos acostumado a ouvir, entre nós, sobre a demonização do pecado.


O que queremos dizer com isso? Que nós, como Adão e Eva, quando
pecamos, atribuímos a culpa ao diabo, que por sua vez não é inocente, mas

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tem o papel de propor e acusar, mas ele não decide por nós. Na verdade
quando pecamos nos tornamos cúmplices dele, que vem pecando desde o
princípio.

Para deixar isso claro vejamos o que nos diz Tiago: “Ninguém, ao ser tentado,
diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo
a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando
esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o
pecado, uma vez consumado, gera a morte.” (Tiago 1:13-15)

Cremos que a tentação surge, mas devemos reagir a ela. Há um ditado


antigo que diz: “Não podemos evitar que os pássaros voem sobre a nossa
cabeça, mas podemos evitar que façam nela seu ninho”. Por isso vale ouvir
os conselhos bíblicos que se seguem: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti
ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros.
Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração.”
(Tiago 4:7-8) e “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em
derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na
fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa
irmandade espalhada pelo mundo.” (1 Pedro 5:8-9). Aí estão vários conselhos de
como vencer as tentações, sublinhamos as palavras chaves destes conselhos.

4. A PROMESSA DA REDENÇÃO

Em Gênesis 3:15, vemos a promessa maravilhosa que Deus fez aos homens
depois da queda: “porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o
seu descendente. Este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”. Esta promessa,
certamente são boas novas.

Em primeiro lugar devemos entender que esta mulher em Gênesis 3:15


certamente se refere a Eva, mas é importante percebermos que Eva está
simbolizando todo o povo de Deus. Veja que a Igreja na Bíblia é uma mulher,
uma noiva. Portanto, a inimizade entre a serpente e a mulher é uma inimizade
entre a Igreja e a serpente, em última análise.

O descendente da mulher é o Senhor Jesus. Veja que o texto diz a descendência


da serpente e o descendente da mulher. O artigo definido nos mostra um
descendente específico da mulher. Foi Jesus que feriu a cabeça da serpente. Foi
ele que nasceu somente da mulher, a Virgem Maria (Isaías 7:14; Mateus 1:23;
Gálatas 4:4). Em Hebreus 2:14 e 1 João 3:8 vemos que de fato Jesus feriu a
cabeça da serpente. O Senhor Jesus destruiu aquele que tem o poder da morte,
a saber: satanás. Enquanto o Senhor Jesus destruiu a serpente na cruz, esta feria
o seu calcanhar. Isto significa o Senhor Jesus cravado na cruz. Além do mais um

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ferimento no calcanhar é simplesmente inofensivo, é, em três dias (Aleluia!),


fica totalmente restabelecido.

Quando Adão caiu em pecado, ele e sua esposa se esconderam por entre as
árvores do jardim para esperarem o juízo de Deus. Deus havia dito que no dia
em que eles comessem da árvore do conhecimento eles morreriam. Adão
certamente estava esperando a morte como condenação. Todavia, Deus veio e
antes de mais nada anunciou boas novas a eles: a mulher teria um descendente
que esmagaria a cabeça da serpente. Certamente Adão e Eva se alegraram com
as boas novas anunciadas por Deus e creram na palavra do Senhor. Como
podemos dizer que Adão creu? Pelo simples fato de ter dado o nome de Eva
(que quer dizer vivente) a sua esposa. Ele sabia que ela iria ter o filho
anunciado por Deus. Eles não iriam mais morrer, antes viveriam para cumprir
o propósito de Deus.

Depois da atitude de fé de Adão vemos uma outra ação de Deus. Deus colocou
vestimentas sobre o homem e a sua mulher. Isto significa que Deus os
justificou. Ser justificado significa ser coberto pela justiça de Deus, que é o
próprio Cristo, não com qualquer coisa feita pelo homem. Gálatas 3:27 diz:
“Porque todos quantos tostes batizados para dentro de Cristo, de Cristo vos revestistes”.
Portanto, quando o homem crê na palavra de Deus recebe a sua justiça como
vestimenta.

Muito embora a Bíblia não diga de que animal foram feitas as vestimentas, é
muito provável que tenha sido de cordeiro, provavelmente em função de que
Abel mais tarde oferecer sacrifício de ovelhas. Certamente ele deve ter
aprendido isto do próprio Deus, por ocasião deste evento.

CONCLUSÃO

O homem, por natureza, é pecador. Desde o momento em que Deus o colocou no


jardim do Éden, o homem se rebelou contra o mandamento divino ainda que Deus
não lhe impusesse uma ordenança pesada, ou impossível de cumprir, estendeu sua
mão e comeu do fruto proibido, vindo, por isso, a morte espiritual para ele e sua
descendência e caindo na fossa profunda da separação completa de Deus.

Em meio a sentenças tão duras, revela-se também a misericórdia divina ao


anunciar a vinda daquele que viria para derrotar o mal. Essa promessa encontra-se
no proto-evangelho, e já tipificada na morte do cordeiro inocente cuja pele
resolveu, de forma duradoura, o problema da nudez de Adão e Eva. A queda do
homem não foi uma surpresa para Deus e Deus não abandonou o homem no
pecado. Poderia fazê-lo, mas não o fez. Ao encontrá-lo caído no Éden, o Senhor

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trouxe a sentença pelos seus atos, mas prometeu ferir satanás através de um
descendente da mulher. Louvado seja Deus que, na ira, lembra-se da misericórdia!

APLICAÇÃO

Examine em seu coração se há algum princípio de rebeldia ou desobediência.


Proponha a confessar estes pecados e deixar que o Espírito Santo age em sua vida
para que estes princípios sejam totalmente extirpados de seu coração.

TAREFA

Elabore uma lista com atitudes e/ou ações que você acha que esteja em rebeldia
e/ou desobediência para com Deus e para com as todas as autoridades que você
esteja sujeito. Peça a Deus para que se livre destas atitudes e/ou ações. Guarde esta
lista com você, e no final do curso verifique se ainda tem tais atitudes e/ou ações.

QUESTIONÁRIO

1. Porque Adão e Eva se esconderam de Deus? (Gênesis 3:9-17)

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2. O que é o pecado original? (Romanos 5:12,19)

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3. Qual a relação entre Adão e Jesus? (Romanos 5:14-17)

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4. Qual a condição do ser humano após a entrada do pecado no


mundo? (Efésios 2:1-3)

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5. Como vencemos o pecado e vivemos para Deus? (Efésios


4:17-24, Romanos 8:9-11 e Tiago 4:7-8)

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6. Leia Gênesis 3:6 e faça um paralelo com 1 João 2:15-16

Gênesis: 1 João:

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7. Quais foram os três argumentos que a serpente apresentou a


mulher? (Gênesis 3:5)

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8. O que levou o homem a pecar?

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9. Quais as consequências da queda do homem?

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10. Como os outros gentios andam? (Efésios 4:17-18)

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11. O que fazem nossas iniqüidades? (Isaías 59:2)

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12. O que Deus fez com Jesus? (Isaías 53:6)

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Lição 2 – O ARREPENDIMENTO

FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA BÁSICA E TEXTOS CHAVES

Lucas 15:17-20
“Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu
aqui morro de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra
o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus
trabalhadores. E, levantando-se, foi para seu pai...”

Salmos 32:5
“Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao
Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado.”

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Compreender o arrependimento como a única forma de restaurar nossa


comunhão com Deus.
 Explicar a atitude que devemos ter diante do pecado.
 Aprender que Deus quer que todo homem tenha um coração quebrantado e
contrito. Só se arrepende quem tem este coração.
 Explicar as diferenças ente o arrependimento e remorso.

DESENVOLVIMENTO DO TEMA

1. IMPORTÂNCIA DO ARREPENDIMENTO

A. Sem Arrependimento Não Há Salvação

Alguns podem até dizer: “Arrepender de quê? Eu sou uma boa pessoa, não
faço mal a ninguém, vou à Igreja todos os domingos, dou esmolas... decerto,
quando morrer vou para o céu”. Mas, para alguém entrar no Reino de Deus
precisa nascer de novo (João 3:3). Uma vez fazendo parte deste Reino, a
pessoa deve renovar a sua mente e costumes de acordo com a Palavra de
Deus. Não é só receber Jesus como Salvador um dia, e continuar a viver
como dantes. O arrependimento não passou, nem passará, de moda.

No início do seu ministério, João Batista pregou que sem arrependimento


ninguém entraria no Reino de Deus. Mateus 3:1-2 diz: “Naqueles dias,
apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizia: Arrependei-vos, porque
está próximo o reino dos céus.”. Jesus também iniciou o seu ministério,
chamando os homens ao arrependimento. Mateus 4:17 diz: “Daí por diante,

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passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos
céus”. Jesus também nos mandou pregar sobre arrependimento. Lucas 24:47
diz: “e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a
todas as nações, começando de Jerusalém”. Marcos 6:12 diz: “Então, saindo eles,
pregavam ao povo que se arrependesse”.

Os apóstolos também pregaram arrependimento: Pedro - Atos 2:38:


“Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de
Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito
Santo”; e Paulo - Atos 26:20: “mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em
Jerusalém, por toda a região da Judéia, e aos gentios, que se arrependessem e se
convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento”.

B. Importância do Arrependimento

 É um mandamento de Deus - Atos 17:30: “Ora, não levou


Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que
todos, em toda parte, se arrependam”.
 Traz refrigério ao interior do homem - Atos 3:19-20a:
“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados,
a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério...”.
 Livra o homem da condenação eterna - Lucas 13:3: “Não
eram, eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente
perecereis. Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé
e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém?
Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente
perecereis”.

2. QUE É O ARREPENDIMENTO?

O arrependimento não é uma emoção e sim uma decisão da vontade seguida


por uma ação subsequente. Segundo o grego, o arrependimento é uma
mudança de mentalidade. Devemos mudar nossos pensamentos, nossas
atitudes, e as nossas emoções. Arrependimento é sentir uma dor profunda por
haver ofendido a Deus. É ver o pecado como Deus o vê, mas é impossível
chegar a um verdadeiro arrependimento a menos que seja o Espírito Santo
quem trate conosco, e nos faça ver a magnitude de nossos pecados e maldades.

O arrependimento é entendido então como “o processo em que um indivíduo,


que tenha cometido algo indevido, quebranta profundamente seu coração e se
humilha diante de Deus, reconhecendo que falhou para com o Todo Poderoso”.
Este processo implica não somente o reconhecimento do erro, mas também
uma firme decisão de não recair nele.

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Trata-se de um ato oriundo da profundeza da alma, no qual o indivíduo decide


deixar de lado tudo o que entristece o Espírito Santo, dando sinal claro de que
não é movido pelas suas emoções, mas determinou firmemente dar um
verdadeiro sentido á sua vida.

O arrependimento bíblico é uma das doutrinas fundamentais tanto no Antigo


Testamento quanto no Novo Testamento. É um passo absolutamente essencial
para o novo nascimento. Está intimamente relacionado com a conversão, visto
que voltar-se do pecado para Deus é parte do arrependimento.

Duas palavras hebraicas são usadas no Antigo Testamento para apontar o


arrependimento. “Nacham”, que quer dizer ansiar, suspirar ou gemer, veio a
significar lamentar, sofrer, lamentar amargamente, arrepender-se (Jó 42:6 e
Jeremias 8:6). O tipo de arrependimento que Deus deseja do pecador é mais
comumente expresso por “shub”, que significa voltar-se ou retornar. Assim, esta
palavra é usada para os termos conversão e arrependimento. No Novo
Testamento, a palavra grega “metanoia” (mudança de mente, arrependimento) é
empregada 23 vezes, e “metanoeo” (mudar de idéia ou propósito) é usada 34
vezes. Dessa forma, o conceito de arrependimento do Antigo Testamento era de
lamentação, sofrimento, arrependimento amargo de uma ação pecaminosa,
abandono dessa prática e retorno a Deus, em cumprimento à sua vontade.

O arrependimento é parte essencial do evangelho. Foi quase todo o conteúdo


da mensagem de João Batista (Mateus 3:2). Foi o início da mensagem de Jesus
(Mateus 4:17). Foi a mensagem inicial da Igreja Primitiva e resultou na salvação
de três mil almas no dia de Pentecostes. Foi a mensagem que Cristo enviou
para ser pregada ao mundo como parte primária do Evangelho (Lucas 24:46-
48). Foi a mensagem de Paulo (Atos 17:30).

3. IMPLICAÇÕES DO ARREPENDIMENTO

O arrependimento bíblico implica três aspectos:

a) Mudança de Pensamentos
b) Mudança de Sentimentos
c) Mudança de Atitudes

A. Arrependimento Implica em Mudança de Pensamento

O significado da palavra “arrependimento” é mudança de direção,


mudança de pensamento. Uma pessoa que passe por um arrependimento
genuíno passa por duas situações: desagradasse do que está a fazer (ou

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pensar) e não volta a fazer (ou pensar). É como alguém que caminha numa
determinada direção e, de repente, tomando consciência de que vai no
sentido errado, retrocede e envereda pelo caminho certo, o do
arrependimento.

Antes de ser salvo, achávamos que nossa vida era boa, e que éramos boas
pessoas, mas quando começamos a ler a Bíblia, vimos que “Mas todos nós
somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia...”
(Isaías 64:6a) e que “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos
3:23).

“Todos”, quer dizer que estamos incluídos também. Concluímos que somos
pecadores, e somos obrigados a mudar a opinião a respeito de nós mesmos.
Agora, reconhecemos que não éramos bons como pensávamos. Passamos a
olhar para nós mesmos como Deus nos vê – pecadores, condenados, e só
merecendo a condenação no inferno. Mudamos o pensamento acerca de
nossa pessoa e do nosso pecado. Também antes pensávamos que Deus seria
injusto se condenasse homens bons, como nós, e os mandasse para o
inferno, mas agora vemos que “... não há quem faça o bem, não há nem um
sequer” (Romanos 3:12b). Ainda mais, aprendemos que “Porque Deus amou
ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê
não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).

Agora, para nós, Deus não é mais um Deus de ira, mas um Deus de justiça e
amor, que fez todo o possível para salvar o homem do inferno. Vejamos
Ezequiel 33:8-12: “Se eu disser ao perverso: Ó perverso, certamente, morrerás; e tu
não falares, para avisar o perverso do seu caminho, morrerá esse perverso na sua
iniqüidade, mas o seu sangue eu o demandarei de ti. Mas, se falares ao perverso,
para o avisar do seu caminho, para que dele se converta, e ele não se converter do
seu caminho, morrerá ele na sua iniqüidade, mas tu livraste a tua alma. Tu, pois,
filho do homem, dize à casa de Israel: Assim falais vós: Visto que as nossas
prevaricações e os nossos pecados estão sobre nós, e nós desfalecemos neles, como,
pois, viveremos? Dize-lhes: Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho
prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e
viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que haveis
de morrer, ó casa de Israel? Tu, pois, filho do homem, dize aos filhos do teu povo: A
justiça do justo não o livrará no dia da sua transgressão; quanto à perversidade do
perverso, não cairá por ela, no dia em que se converter da sua perversidade; nem o
justo pela justiça poderá viver no dia em que pecar.”

No dia de Pentecostes, o Apóstolo Pedro chamou as pessoas ao


arrependimento, isto é, convidou-as a mudar seus pensamentos em relação
a Cristo (Atos 2:14-40). O povo pensava que Jesus era apenas um homem,

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mas Pedro, falando-lhes da ressurreição dos mortos e da Sua ascensão,


evidenciou que Ele era o Filho de Deus e o Salvador do mundo, como o
próprio Jesus afirmara. Conseqüentemente, eles deviam mudar seus
pensamentos a respeito d'Ele e aceitá-Lo como o esperado Messias e
Salvador.

B. Arrependimento Implica em Mudança de Sentimento

Atitudes levianas para com o pecado sempre produzem conversões


superficiais. Quem não compreende quão horrível é o pecado, e que é uma
ofensa contra um Deus justo e santo, sentirá pouca necessidade para uma
mudança de coração. Mas quando o homem encara o seu pecado à luz da
perfeita justiça e santidade de Cristo, então compreende a sua verdadeira
condição. Esta compreensão do pecado e a ausência completa de
merecimento devem fazer com que o homem odeie o pecado.

Algumas pessoas dizem: “Sabe, Pastor, eu nunca fiz mal a ninguém, sempre
fui reto, procuro o bem para todos, sempre paguei as minhas contas...”. Isso
é um conceito errado a respeito de santidade, pois essa declaração
representa o que a pessoa acha. Mas o que é que Deus acha?

O fariseu e o publicano (Lucas 18:9-14; 19:1-10) mostraram duas atitudes


diferentes acerca do pecado. O pecado do fariseu estava tão bem escondido
atrás da sua própria justiça que não o enxergava; mas o pecado do
publicano, patente a si mesmo e a Deus, parecia tão horrível e grande que
ele batia no peito, indicando tristeza de coração por ter pecado contra um
Deus Santo (Lucas 18:13).

Quem verdadeiramente contempla o seu pecado face a face, há de sentir


tristeza de coração e este sentimento é bíblico. 2 Coríntios 7:10 diz: “Porque a
tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz
pesar; mas a tristeza do mundo produz morte”. O sentimento da “tristeza
segundo Deus” o levará a uma mudança de pensamento e a um desvio do
pecado. Porém, nem toda a tristeza pelo pecado é tristeza segundo Deus.

Um homem, surpreendido enquanto rouba uma loja, mata o proprietário


para conseguir escapar. Depois é preso, processado e sentenciado à morte.
Encarando a morte, ele diz que está arrependido, mas o que
verdadeiramente ele sente é tristeza (remorso) por ter sido capturado e
condenado. Isto não é arrependimento.

Certa jovem vivia no pecado com muitos homens por causa da sua
sensualidade (concupiscência da carne). Quando a conseqüência do pecado

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à apanha e está quase morrendo, ela diz que está arrependida e desejaria
começar a sua vida de novo; mas na realidade, ela só está triste por ter de
colher aquilo que semeou. Mas, o certo é que, se ela tivesse oportunidade,
venderia de novo o seu corpo para satisfazer os seus sentimentos sensuais,
porque é adúltera de coração.

Tristeza, segundo Deus, é compreender que quando pecamos, quebramos os


mandamentos de Deus e pecamos contra Ele. Por exemplo, Davi quebrou o
mandamento de Deus (2 Samuel 11), mas arrependeu-se em lágrimas, de
coração bem triste (leia o Salmo 51). Porém, Saul teve uma atitude bem
diferente em relação à sua transgressão (1 Samuel 15:24). Considerou o seu
pecado de ânimo leve, de pequena conseqüência e quis escondê-lo do povo
para poder continuar como rei, como se nada tivesse acontecido.

Podemos então dizer que o arrependimento genuíno consiste em nós


sentirmos tão tristes por causa do pecado e resolvermos abandoná-lo e
virarmo-nos para Deus, que nos ajuda a vivermos para Ele e como Ele quer.

C. Arrependimento Implica em Mudança de Atitude

A mudança de atitude envolve confissão do pecado a Deus, abandono do


pecado e conversão a Deus. Apenas uma ou duas destas coisas não chega. É
necessário acontecerem as três.

O filho pródigo disse: “Levantar-me-ei... e levantando-se, foi...” (Lucas


15:18-20). Assim, arrependimento não é apenas ter um coração contristado
por causa do pecado cometido, mas também um coração resolvido a deixar
o pecado.

Em 1 João 1:8-9 nos diz: “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós
mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos
pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda
injustiça”. A atitude correta diante do pecado é:

a) Confessar para admitir o seu pecado diante de Deus – A tendência de


muitas pessoas é esconder os seus erros, querendo, assim, apresentar aos
outros uma coisa que não é na realidade. Outros reconhecem que
erraram, mas vêm com evasivas diante de Deus: “Oh Deus, eu pequei,
mas sabes, a culpa não é minha...”. Assim, Deus não lhe perdoará coisa
alguma. Não adianta esconder nada dos outros ou mesmo de Deus.
Quem não desenvolve é precisamente aquele que esconde o seu pecado.
A Bíblia ensina que Deus vê e sabe todas as coisas. “Os olhos do Senhor
estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons” (Provérbios 15:3). Por

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vezes, transgredimos a lei de Deus, pecamos contra Deus, ofendendo


nossos irmãos. Nesse caso, devemos confessar os nossos pecados, isto é,
admitir nossos erros, perante as pessoas que ofendemos. Foi mesmo
Jesus quem ensinou. Mateus 5:23-24 diz: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua
oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa
perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então,
voltando, faze a tua oferta”.

b) Deixar o pecado, voltar as costas ao seu erro – Por vezes, há pessoas


que parecem ter prazer em confessar os seus pecados repetidas vezes, e
de tal modo que chegam a reviver a experiência do pecado cometido.
Mas, pela Palavra de Deus, aprendemos que o pecado, uma vez
confessado com sinceridade, foi enterrado com Cristo e deve ser
esquecido. Devemos colocar longe da nossa memória aquilo que o
próprio Deus já afastou da Sua lembrança. “Deixe o perverso o seu
caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se
compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar”
(Isaías 55:7). “O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o
que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Provérbios 28:13).
Abandonar o pecado significa deixá-lo para nunca mais voltar. Se
conseguíssemos ver o pecado como uma serpente astuta que é, não
hesitaríamos em abandoná-lo de uma vez para sermos purificados pelo
sangue de Jesus, “que nos purifica de todo o pecado” (1 João 1 :7).

c) Converter-se a Deus – Deixar o pecado não adianta nada se não nos


voltarmos para Deus. Na carta de Paulo aos Tessalonicenses, lemos que
ele lembrou-lhes que se haviam convertido “... deixando os ídolos, vos
convertestes a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro” (1
Tessalonicenses 1:9). Também em Atos 26:18, lemos o que Paulo falou ao
rei Agripa, aquilo que Jesus lhe houvera falado em visão no caminho
para Damasco: “para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a
luz e da potestade de satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de
pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim”.

4. A NECESSIDADE DE ARREPENDIMENTO

A necessidade de arrependimento baseia-se nos seguintes fatos:

a) A Palavra de Deus o ordena (Atos 17:30; Ezequiel 18:30-31; Mateus 4:17;


Marcos 1:15; Lucas 13:3 e Atos 3:19).

b) Pecados não perdoados e não abandonados separam o homem de Deus e


de todos os seres santos. Deus é amor santo. Somente os puros de coração

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podem ver agora ou eternamente a Deus (Mateus 5:8; Hebreus 12:14).


Santidade e pecado são coisas opostas. Nada é mais abominável a Deus do
que o pecado (Deuteronômio 18:12 e 25:16; Provérbios 12:22 e 15:9).

c) O arrependimento é essencial para entrar no céu. Todo o pecado mancha


e é abominável a Deus (Tito 1:15; Tiago 3:6). Nenhuma pessoa maculada ou
impura entrará no céu. Foi o pecado que transformou a harmonia e a
perfeição do Éden em sofrimento, injustiça, conflito e caos do mundo atual.
Pecado sem arrependimento significa pecado não confessado e não
perdoado, e ele barra totalmente o acesso ao céu e à misericórdia divina
(Apocalipse 22:15).

d) O arrependimento é necessário para receber a misericórdia perante o


trono do julgamento de Deus. Todo o pecado não confessado pode ser
contabilizado para essa ocasião (Atos 17:31). Todos são destinados a encarar
o julgamento depois da morte (Hebreus 9:27; 2 Coríntios 5:10). Todo o
pecado será encarado, tanto na cruz como no dia do julgamento.

5. OS RESULTADOS DO ARREPENDIMENTO

a) Produz alegria no céu – “Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por
um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam
de arrependimento... Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de
Deus por um pecador que se arrepende” (Lucas 15:7,10).

b) Traz refrigério e convicção do perdão de Deus – “Arrependei-vos, pois, e


convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados, a fim de que, da presença do
Senhor, venham tempos de refrigério...” (Atos 3:19-20a). “Deixe o perverso o seu
caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá
dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar” (Isaías 55:7).

c) Traz o derramamento do Espírito Santo – “Respondeu-lhes Pedro:


Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para
remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2:38).
Quando alguém obstinadamente se recusa a arrepender, impede a entrada
do Espírito Santo no seu coração, na plenitude do Seu poder.

6. DIFERENÇA ENTRE ARREPENDIMENTO E REMORSO

A. Remorso

 Não confrontar a sua vida passada, sentindo dor por seus


pecados. Não haver humilhação e quebrantamento diante de Deus.

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 Não tomar a decisão de voltar-se para Deus. Sentir pesar


e angústia profunda sem um mudança de rumo.
 A palavra latina por detrás de remorso é “remorsus”,
“morder de volta”. “Remordere” é termo latino que significa “remorder”,
“continuar mordendo”. Todos estamos familiarizados com o remorder
da consciência.
 O remorso é uma espécie de angústia mental, devido às
coisas erradas que temos praticado. Trata-se de um desassossego de que
fizemos algo errado, que precisa ser corrigido. Trata-se também de um
agudo auto-reprimenda. Muitas pessoas têm chegado ao ponto de
cometer suicídio, devido ao espicaçar de um profundo remorso.
 O remorso, entretanto, fica a meio do caminho
palmilhado pelo arrependimento. Por isso mesmo, os teólogos
geralmente distinguem entre o remorso e o arrependimento, porquanto
o primeiro pode existir sem o segundo.
 Presumivelmente, quando Judas Iscariotes sentiu
remorso, por haver traído ao inocente Jesus, nem por isso
verdadeiramente arrependeu-se. De outra sorte não teria suicidado
(Mateus 27:3). Por outra parte, para nós é difícil dizer qual o resultado
final do seu remorso. Pedro vem em nosso socorro, e diz: “... Judas se
transviou, indo para o seu próprio lugar” (Atos 1:25). E o trecho de 2
Coríntios 7:10 acena-nos com a esperança de que a “tristeza segundo
Deus” termina em arrependimento. Todavia, há uma tristeza mundana
que só resulta em malefício para a alma.

B. Arrependimento

 Decidir dar novo sentido à vida. Não é uma emoção, mas


uma decisão seguida de uma atitude de mudança. Voltar-se. “Quando se
está conduzindo por uma estrada e descobre-se que errou o caminho,
decide regressar em U”. O arrependimento genuíno é conhecido porque
há frutos, mudança de pensamento e conduta.
 Arrependimento é um ato divino que transforma o
homem, mas que depende da reação positiva do homem, uma vez
inspirado pela fé.
 É o começo do processo da santificação.
 Juntamente com a fé completa a conversão. É
determinado por Deus (Atos 17:30), e é conferido por Ele (2 Timóteo
2:25).
 Foi determinado por Cristo (Apocalipse 2:5,16 e 3:3). É
uma operação do Espírito Santo (Zacarias 12:10).

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 A bondade de Deus nos leva ao arrependimento


(Romanos 2:4). A tristeza segundo Deus fomenta o arrependimento (2
Coríntios 7:10). Conduz à vida eterna (Atos 11: 18).
 É necessário para o perdão dos pecados (Atos 2:38; 3:19 e
8:22).

7. O ARREPENDIMENTO NA PERSPECTIVA DO FILHO PRÓDIGO

Este é um dos quadros mais completos e de grande impacto acerca do


arrependimento. É narrado em Lucas 15:11-32. Conta a história de um pai de
família, economicamente estável, que tinha dois filhos, o menor dos quais lhe
pediu, certo dia, a parte de seus bens para ir gastá-los e esbanjá-los com seus
amigos, até que ficou sem nada, vendo-se na necessidade de trabalhar
diariamente, cuidando de porcos. No meio desta sua humilhante situação,
refletiu dizendo:

“Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e
eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei
contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um
dos teus trabalhadores. E, levantando-se, foi para seu pai...” (Lucas 15:17-20).

O que fez este jovem, mais conhecido como Filho Pródigo foi tomar uma
decisão interior. E logo como resultado dessa decisão, assumiu uma conduta
externa diferente. Este é o ato de arrependimento que o impulsionou a retratar-
se com Deus, consigo mesmo, e com todos aqueles que haviam sido afetados
por sua conduta.

A. Análise da Atitude do Filho

Há quatro aspectos se destacam na atitude deste jovem, os quais integram o


processo do verdadeiro arrependimento.

 Fez uma parada no caminho para refletir sobre a sua condição atual.
 Renovou a sua mente e decidiu buscar uma segunda oportunidade.
 Decidiu em sua vontade regressar ao pai.
 Propôs confessar seu pecados.

B. Análise da Atitude do Pai

Este quadro tipifica a atitude do Pai Celestial, que está com os braços
estendidos para nos receber, uma vez que tenhamos tomado o caminho de
volta, nos dando entrada no lar celestial (Ver Lucas 15:20-24).

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 Vê de longe (“vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou”).


 É movido de misericórdia (“...e, compadecido dele...”).
 Sai a seu encontro (“...correndo, o abraçou, e beijou”)
 Prepara-lhe um traje de justiça (“O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei
depressa a melhor roupa, vesti-o...”).
 Restaura sua autoridade (“...ponde-lhe um anel no dedo…”).
 Confia-lhe o maior ministério: pregar o evangelho (“...e sandálias nos pés”)
 Restaura-lhe o gozo (“...comamos e regozijemo-nos”).

CONCLUSÃO

Todo aquele que deseje relacionar-se com o Pai celestial e gozar as Suas bênçãos
deve passar pelo processo do verdadeiro arrependimento, o qual consiste em sentir
em contrição uma dor interior profunda por haver ofendido a Deus pelo pecado, e
estar disposto de coração a dar um novo sentido à vida, com uma mudança de
pensamento e de conduta.

APLICAÇÃO

Faça uma lista de todas aquelas ações pecaminosas que creia ter superado, mas que
ainda constituem um obstáculo na sua vida. Experimente contrição profunda por
havê-las cometido, confesse-as ao Senhor e renuncie a esses pecados, cortando toda
a maldição em nome de Cristo Jesus.

Explique a uma pessoa qualquer em que consiste o verdadeiro arrependimento e


ajude-a, com sua experiência, a aplicar os passos necessários para que também
passe a gozar a bênção do perdão de Deus.

TAREFA

Analise estes dois casos e responda:

1. Como chegaria ao arrependimento uma pessoa que não é cristã? (anote um caso
específico, mas não cite nomes).
2. Como chegaria ao arrependimento uma pessoa que, sendo cristã, peca? (anote
um caso específico, mas não cite nomes).

QUESTIONÁRIO

1. Diga três coisas que acontecem a quem está em Cristo. (2 Coríntios 5:17)

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2. Diga as três coisas que todo o homem deve fazer. (Isaías 55:6-8)

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3. Qual é o mandamento de Deus para todos os homens? (Atos 17:30)

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4. Quais eram as promessas que Pedro declarou que receberiam, se eles se


arrependessem e fossem batizados? (Atos 2:37-38)

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5. O que crer e for batizado será salvo, mas o que não crer será condenado
(Marcos 16:16). Quem seriam os salvos?

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6. Quem pode perdoar? (Marcos 2:7)

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7. O que acontece se confessamos nossos pecados? (1 João 1:9)

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8. Além de confessar nossos pecados, de quem mais devemos confessar os


pecados? (Levítico 26:40)

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9. Mencione três coisas que fez Davi para que o Senhor lhe perdoasse? (Salmos
32:5)

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10. Explique os seguintes versículos: Mateus 3:2 e 2 Coríntios 12:21.

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11. Como Deus opera o arrependimento no coração humano? (Atos 2:37-38)

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12. Qual a importância do arrependimento?

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13. Qual a diferença entre arrependimento e remorso?

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Lição 3 – A GRAÇA DE DEUS E A SALVAÇÃO

FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA BÁSICA E TEXTOS CHAVES

João 3:16 e 1:17


“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo
o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque a lei foi dada por intermédio de
Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”.

Efésios 2:8-10
“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de
obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para
boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.”

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Compreender a importância da salvação e a obra expiatória de Cristo.


 Explicar o que é graça e através dela seja transformado.
 Explicar porque o ser humano necessita da salvação.
 Conscientizar de que a graça de Deus nos é suficiente para a salvação e uma
vida de vitória.

DESENVOLVIMENTO DO TEMA

1. A GRAÇA ABUNDANTE

A salvação não pode ser negociada, nem se compra, nem se vende (Efésios 2:8-
9). Quando Simão, o mago, ofereceu dinheiro a Pedro para receber a unção que
este possuía, a resposta de Pedro foi: “...O teu dinheiro seja contigo para perdição,
pois julgaste adquirir, por meio dele, o dom de Deus” (Atos 8:20).

A. Mas, o que é a Graça?

É a misericórdia que Deus dá a quem não a merece. A graça é o grandioso


presente concedido por Deus a todos os que a querem receber, e não tem
preço.

Falar sobre a graça é retornar ao Jardim do Éden, ali encontramos o


propósito áureo de Deus, seu ideal de amor a todo o ser humano: Dar-lhe
vida plena, liberdade e fartura de bens. A condição é obediência e fidelidade
a Deus. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou;
homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos,

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multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as


aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. E disse Deus ainda: Eis que
vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a
terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para
mantimento.” (Gênesis 1:27-29)

O propósito de Deus é dar graciosamente ao ser humano o melhor da


criação. Todas as alianças que Deus propôs ao ser humano eram centradas
no convite a desfrutar das bençãos de Deus graciosamente. “Ora, disse o
Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a
terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te
engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e
amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da
terra.“ (Gênesis 12:13). O convite a Abrão é um convite a experimentar a
graça, ele e sua família, e dele Deus construiria uma nação de abençoados
pela dadivosa graça de Deus. Sempre quem interrompe isto é o pecado, a
desobediência e a infidelidade do ser humano.

No Novo Testamento Deus apresenta uma solução definitiva de oferta pelo


pecado do ser humano, interrompendo o processo de oferta de sacrifício
pelo pecado da Religião de Israel. A carta aos Hebreus ensina claramente
acerca desta dádiva preciosa de Deus. “Ora, todo sacerdote se apresenta, dia
após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios,
que nunca jamais podem remover pecados; Jesus, porém, tendo oferecido, para
sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus.” (Hebreus
10:11-12).

Esta graça misericordiosa estava no coração de Jesus, quando substitui as


pedras que os judeus queriam jogar na mulher adúltera, pela frase: “...
mulher; onde estão os teus acusadores? Ninguém te condenou? Ela respondeu:
Ninguém, Senhor. Então lhe disse Jesus: Nem eu tão pouco te condeno; vai, e não
peque mais.” (João 8:10-11).

B. Descrição da Graça

Graça vem do grego CÁRIS que significa “beleza ou atrativo”. A graça


começa em Deus. Ele não nos vê em nossa lamentável condição pecaminosa,
e sim nos vê de um modo favorável através de Seu filho Jesus Cristo, pois
assim como O castigou pelo pecado de toda a humanidade, do mesmo
modo redimiu toda a humanidade em Jesus Cristo.

Um grande exemplo, encontramos na época antediluviana, quando Deus


tomou a decisão de destruir a terra com o dilúvio, por causa da maldade do

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homem, uma vez que toda a carne havia se corrompido e a única exceção foi
Noé, que achou graça diante dos olhos de Deus (Gênesis 6:5-8).

O que fez com que Noé achasse graça diante dos olhos de Deus?

 Era justo: era equilibrado e nunca atuou com parcialidade.


 Era perfeito em sua geração: instituiu em sua casa, e com sua
descendência, uma disciplina fundada no temor de Deus.
 Noé caminhou com Deus: ele renunciou sua própria vontade e
aceitou fazer incondicionalmente a vontade de Deus em tudo que Ele
mandasse (Gênesis 6:9)

O caráter de Noé moveu a mão misericordiosa de Deus, de tal forma que o


mesmo Senhor lhe confiou à preservação de toda a raça humana.

Podemos notar que a graça está no coração amoroso de Deus, para que ela
se desenvolva, foi necessário um ponto de contato: a vida íntegra de Noé,
conforme o Senhor lhe expressou quando mandou que entrasse com toda a
sua casa na arca: “...porque reconheço que tens sido justo diante de mim no meio
desta geração.” (Gênesis 7:1).

Embora Deus tenha estendido Sua misericórdia a toda a humanidade, o


homem perseverou em seu pecado, e para que Deus não destruísse o ser
humano, Ele mesmo se fez homem, Jesus, depositando nEle o pecado de
todos nós, fazendo com que desse modo, a fé em Jesus em a única fonte de
salvação para a humanidade.

C. Pela Graça e Não por Obras

Afinal, somos salvos pelas obras, ou somos salvos pela graça de Deus? No
catolicismo romano a salvação é dom de Deus que, como Deus justo, a
confere aos que fazem por merecer, eles crêem que se uma pessoa é
obediente a Deus e faz boas obras ela vai merecer a salvação. Mas a Palavra
de Deus nos diz:

“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;
não de obras, para que ninguém se glorie”. (Efésios 2:8-9)

“E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça”.
(Romanos 11:6)

Deus deu uma lei ao povo de Israel, que como nação, deveria cumpri-la. Se
obedecessem aos estatutos e mandamentos do Senhor, Ele o confirmaria

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como Seu povo, e seria Seu Deus. Mas se o povo quebrasse os diferentes
mandamentos divinos, então o Senhor estaria contra ele, dispersá-lo-ia pelas
diversas nações e o afligiria com diferentes pragas até distruí-lo. Ele disse:
“Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do Senhor, teu Deus, não cuidando
em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos que, hoje, te ordeno,
então, virão todas estas maldições sobre ti e te alcançarão: Maldito serás tu na
cidade e maldito serás no campo” (Deuteronômio 28:15-16).

Todos os que não viveram de acordo com a lei, teriam a maldição. Para os
judeus foi praticamente impossível guardar a lei, porque quiseram fazê-lo
sem fé, e sem fé é impossível agradar a Deus. Também hoje existem
algumas correntes religiosas que pretendem fazer o que os judeus não
puderam, submetendo seus fiéis a uma religiosidade baseada em normas
novamente externas e deixando de lado o poder da fé. O apóstolo Paulo
escreveu: “Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição”
(Gálatas 3:10).

“Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por
meio de Jesus Cristo” (João 1:17).

Em sua carta aos Romanos, Paulo disse: “visto que ninguém será justificado
diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do
pecado”. (Romanos 3:20). E acrescenta: “sendo justificados gratuitamente por
sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:24).

Paulo também reitera aos Romanos: “Porque o fim da lei é Cristo, para justiça
de todo aquele que crê” (Romanos 10:4).

A este respeito John Wesley diz: “Somos reputado justos perante Deus
somente pelos merecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, por fé
não por obras ou merecimentos nossos; portanto, a doutrina de que somos
justificados somente pela fé é mui sã e cheia de conforto. Posto que as boas
obras, que são o fruto da fé e seguem a justificação, não possam tirar os
nossos pecados, nem suportar a severidade do juízo de Deus, contudo são
agradáveis e aceitáveis a Deus em Cristo, e nascem de uma viva e
verdadeira fé, tanto assim que uma fé viva é por elas conhecida como a
árvore o é pelos seus frutos.”

Deixando claro o Apóstolo Paulo ensina na carta aos Efésios a dimensão


salvadora e definitiva da salvação pela graça mediante a fé: “Porque pela
graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras,
para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para
boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.”

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(Efésios 2:8-10). Sendo assim concluímos que a salvação não é resultado das
obras, mas pela graça, conforme a fé, as obras são resultados da vida cristã.

D. Justificação pela Graça

Ainda que a Lei faça parte da Palavra de Deus, esta expôs a justiça divina ao
povo de Israel. Mas com a morte de Cristo na Cruz, a lei culmina o seu
trabalho, para que chegasse a Graça. O salmista disse: “Encontraram-se a
graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram. Da terra brota a verdade, dos céus a
justiça baixa o seu olhar” (Salmo 85:10-11).

A justiça de Deus é severa, exata, precisa, imparcial, objetiva, e esta verdade


não permite constatação de nenhuma índole. Porém na cruz se encontraram
a justiça de Deus que diz: “A alma que pecar morrerá” e a misericórdia divina
que diz: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo
morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5:8). Deus, em Sua
justiça, tinha que castigar o pecador. No entanto, em Sua misericórdia,
preferiu castigar Seu próprio Filho, para assim poder salvar toda a
humanidade, que por si só já estava perdida.

Paulo disse: “concluímos pois que o homem é justificado pela fé,


independentemente das obras da lei” (Romanos 3:28).

“Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida.
Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é
atribuída como justiça” (Romanos 4:4-5).

Alguns pensam que, antes de entregar suas vidas ao Senhor, devem ser
melhores do que são, e deixam passar os dias pensando que mudarão no
amanhã. O interessante é que na fé, o Senhor não exige esforço algum de
nossa parte, já que essa permite dizer: Todo o castigo que eu como pecador
merecia, recaiu sobre Aquele homem chamado Jesus, que não cometeu
pecado algum. E todo o bem que Jesus deveria receber, veio sobre mim,
somente por crer n’Ele. Deus vê-nos através de Jesus, e comunicamos com
Ele também por meio do Senhor Jesus.

Nesta graça entregamos a Jesus nossas fraquezas para que Ele as leve e
aceitamos toda Sua fortaleza dentro de nós.

 Entregamos nossos pecados: Aceitamos dEle Sua salvação.


 Entregamos nossas enfermidades: Aceitamos dEle Sua saúde.
 Entregamos nossas necessidades: Aceitamos dEle Sua provisão.
 Entregamos nossas angústias: Aceitamos dEle Sua infalível paz.

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 Entregamos nossa vontade: Aceitamos dEle a direção de Seu Santo


Espírito.
 Entregamos nosso conhecimento humano: Aceitamos dEle Sua Divina
Sabedoria.

Pela graça confiamos de uma maneira plena no Senhor Jesus Cristo e


dizemos como Paulo: “Tudo posso nAquele que me fortalece” Filipenses 4:13.

E. A Graça e o Pecado

Paulo disse: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal,
vendido à escravidão do pecado” (Romanos 7:14). Ora, a lei, sendo espiritual,
não é o problema, mas sim nós, que somos carnais. E, dada essa natureza
carnal, fomos feitos escravos do pecado.

Em Roma, os escravos eram colocados sobre um estrado de madeira, e sobre


sua cabeça cravava-se uma lança em um poste: a lança simbolizava que o
escravo estava à venda, e aquele que o comprasse teria todo o direito sobre
ele. O escravo não podia escolher nada, nem seu trabalho, nem nenhuma de
suas habilidades; quem o governava era seu amo.

Nós também, por causa do pecado, fomos exibidos no mercado de satanás,


cuja lança sobre as nossas cabeças era o dedo acusador do adversário contra
cada um de nós. Necessitávamos que alguém nos comprasse, e Jesus Cristo
fê-lo por cada um de nós.

Paulo disse: “Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que
constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente,
encravando-o na cruz” (Colossenses 2:14). Esse escrito de dívidas são as
acusações do adversário contra o indivíduo que pisa seu terreno. Em geral o
inimigo prende cada pessoa com uma palavra, um pensamento, ou alguma
experiência negativa no passado. Se nós não destruímos todos os
argumentos do adversário na cruz do Calvário, satanás terá todo o direito
sobre nós por causa do pecado.

A cruz é tão poderosa que Paulo disse: “Mas longe esteja de mim gloriar-me,
senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para
mim, e eu, para o mundo” (Gálatas 6:14).

2. O QUE SE ENTENDE POR SALVAÇÃO?

O termo salvação equivale a “resgate”, e implica libertar uma pessoa da


escravidão de alguém, ou de algo, seja um sistema, ou uma situação que

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oprima. Nesse sentido, a salvação associa-se com a redenção, e neste aspecto


sugere o pagamento de um preço para que a liberdade se concretize e a
escravidão desapareça. De acordo com isto, a salvação é então “o processo
através do qual o homem é resgatado da escravidão do pecado, mediante a
obra expiatória de Jesus Cristo na cruz do Calvário”.

O homem pecou ao desobedecer ao mandamento de Deus e ficou debaixo da


condenação de Deus. Agora ele também possui dentro de si uma natureza
pecaminosa que o faz pecar. O homem nessas condições é incapaz de salvar-se
a si mesmo ou a outros do julgamento vindouro. O seu destino final seria o
inferno, preparado para satanás e seus seguidores. Mas a misericórdia de Deus
alcançou o homem (Efésios 2:4-8). O homem não é salvo por coisa alguma que
ele tenha em si mesmo, pois a salvação não é pelas obras, mas pela fé em Jesus
Cristo. Pela fé somos salvos e isto nos leva a amar a Deus e a testemunhá-lo
diante dos homens (1 João 5:18).

A. A Justiça de Cristo (2 Coríntios 5:21)

Deus é justo. Ele amava o homem, mas não podia deixar de condená-lo, pois
havia pecado. Como perdoar o homem que ama, sem violar a Sua justiça?

Exemplo: Houve um homem que estava passando por uma situação


financeira difícil. Este homem resolveu pedir um empréstimo a seu amigo.
O seu amigo era generoso e justo, e prontamente lhe atendeu. Emprestou-
lhe o dinheiro e fizeram um contrato marcando o dia do pagamento. Porém,
no dia do pagamento, o que pedira emprestado não tinha dinheiro para
pagar a dívida. E agora? O seu amigo poderia simplesmente dizer-lhe:
“Tudo bem, eu perdôo a dívida, não precisa me pagar”, contudo, se fizesse
assim, não estaria sendo justo, pois a justiça manda-o receber. Então, o que
ele fez? Pegou a quantia emprestada e deu para seu amigo e lhe disse:
“Agora, sim, este dinheiro eu estou dando a você para pagar-me o que lhe
foi emprestado”.

Tínhamos uma dívida para com Deus. Essa dívida só poderia ser quitada
por preço de sangue. Então, o que fez Deus? Deu seu único filho por amor
de nós (João 3:16). Para que Deus pudesse perdoar-nos, Cristo, o Filho de
Deus, tornou-se carne (Romanos 8:3). Deus enviou o seu próprio Filho em
semelhança da carne do pecado e, na carne, identificou-Se com os
pecadores. Nele não havia pecado, mas Ele se fez pecado para que nós
fôssemos feitos justiça de Deus (2 Coríntios 5:21).

Somente por meio de Jesus podemos ser livres da condenação.

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B. Redenção

Deus, por amar o homem, prometeu salvá-lo (Gênesis 3:15). O homem foi
feito para ter Deus na sua vida. Porém, enganado por satanás, desobedeceu
a Deus; o pecado entrou nele e assim perdeu o seu direito de receber Deus
como vida. Isto significa que todo homem nasce do pecado e é pecador
(Romanos 3:10-11).

Como pode um pecador parar de pecar? Isso não é possível. Seria como
dizer para um cachorro parar de latir e começar a miar. Só podemos parar
de pecar recebendo a vida de Deus, ou seja, sendo participantes da Sua
própria natureza (2 Coríntios 5: 17).

A salvação, como foi projetada, está associada diretamente à redenção do


homem, a qual equivale ao pagamento de um resgate por alguém
escravizado. Ao não encontrar na terra quem pudesse pagar, com a própria
vida o preço, do resgate (redimir) do homem, de seus pecados, Deus enviou
o Seu único Filho para que o fizesse, livrando, assim, a humanidade da
condenação eterna. ”Mas Deus prova o Seu próprio amor para conosco, pelo fato
de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5:8). “No
qual temos a redenção, pelo sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da
Sua graça” (Efésios 1:7).

A redenção foi feita mediante o sangue de Jesus, que nos garante a salvação.

C. A Promessa

Deus deu ao homem, após a queda, duas grandes promessas: 1) Que o


resgataria do controle de satanás; 2) Que lhe daria Sua própria vida para
cumprir o Seu propósito. Como?

Em Gênesis 3:15 Deus disse: “... o descendente da mulher viria para ferir a cabeça
da serpente...” A semente da mulher é Cristo, o qual nasceu de uma virgem
(Isaías 7:14 e Mateus 1:23). Quem crê em Jesus é liberto das garras de
satanás e recebe para dentro de si a Vida de Deus.

Veio, então, Jesus, cem por cento homem (João 1:1). Como Homem-Deus,
Ele nasceu de uma virgem e viveu uma genuína vida humana, sem pecado
(Hebreus 4:15).

D. A Crucificação e a Ressurreição

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A morte de Cristo realizou coisas maravilhosas por nós. Fomos redimidos,


perdoados, lavados, justificados e reconciliados com Deus. Quando Jesus
morreu na cruz, morreu em nosso lugar. A sua morte foi substitutiva e
inclusiva.

 Substitutiva: Porque Jesus morreu em lugar do homem. Quem


deveria morrer? O homem, pois este pecou e o salário do pecado é a
morte (Romanos 6:23). Aqui Ele trata com os nossos pecados. Salva o
homem da punição dos pecados cometidos.

 Inclusiva: Porque na sua morte Ele nos incluiu, bem como na Sua
ressurreição, e nos deu uma nova vida com Ele (Efésios 2:6). Se a morte
de Cristo tivesse apenas o primeiro aspecto, seu sacrifício seria em vão,
pois perdoados os pecados e não extinto o pecado, arrancaria os frutos,
mas permaneceria a árvore que produz pecados, a fábrica de todos os
males. Quando Jesus ressuscitou, nós ressuscitamos com Ele, pois
estávamos incluídos na sua morte, a partir de então fomos feitos filhos
de Deus como Ele (João 1:12). Aqui Ele trata com o pecador. Salva o
homem do poder do pecado.

3. JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ

“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus
Cristo” (Romanos 5:1) “Sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a
redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:24)

Estes dois textos não deixam dúvida, nossa fé em Jesus Cristo é que nos livra da
ira vindoura, pois é o seu sangue que serviu de propiciação, oferta pelos nossos
pecados. É um ato de Deus, através do sacrifício do seu filho na cruz. Ali Ele
nos aponta a sua justiça ou misericórdia para a remissão dos pecados passados,
na linguagem do apóstolo Paulo: “...estávamos mortos em nossos delitos e
pecados...” (Efésios 2:1).

Esta é a descrição fácil e natural feita por Paulo através de toda a epístola.
Assim ele mesmo a explica, mais particularmente neste e no capítulo seguinte.
Assim nos versículos seguintes: “Bem-aventurados são aqueles cujas iniqüidades são
perdoadas e cujos pecados são cobertos: bem-aventurado o homem a quem o Senhor não
imputa pecado.” (Salmos 32:1). Aquele que é justificado ou perdoado, Deus “não
imputa pecado” para sua condenação. Ele não o condenará por isso quer neste
mundo quer no vindouro. Todos os seus pecados passados, por pensamentos,
palavras ou obras, são cobertos, são apagados, não serão mencionados ou
lembrados contra ele, são como se não tivessem existido. Deus não aflige àquele
pecador o que ele merecia sofrer porque o Filho do seu amor sofreu por ele. E

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desde a hora em que “somos aceitos através do bem-amado, reconciliados com


Deus através do seu sangue. Ele nos ama, abençoa e guarda para o bem como
se nunca tivéssemos pecado.”

A. Consequências da Justificação Pela Fé

a) “... temos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”
(Romanos 5:1).

A conseqüência direta da justificação pela fé é que somos reconciliados


com Deus, saímos do salário do pecado, que é a morte (Romanos 6:23),
para o dom gratuito de Deus, a reconciliação com Deus e com as demais
pessoas, enfim temos paz.

A busca por paz move as nações, empresas, organizações não


governamentais, movimentos religiosos, que prometem paz; alguns a
dão na forma de um chá relaxante, outros em posições físicas, outros em
esforço de escalar montanhas, outros com drogas, outros, ainda, com
armas e sangue. Mas todos não conseguem segurar a paz, porque ela
cessa quando acaba o efeito do chá, da tal música, das escaladas, ou do
sangue dos inimigos. Enfim, são receitas que iludem um tempo, mas não
resolvem.

Paz mesmo só Jesus pode dar: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou: não
vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se
atemorize.”(João 14:27). Ele fez a promessa, e Ele a cumpriu. Nosso
encontro com Ele, nossa fé nEle, muda o nosso passado, muda o nosso
presente e mudará o nosso futuro.

b) “... pelo qual temos acesso a esta graça, na qual estamos firmes.”
(Romanos 5:2)

A outra conseqüência da justificação é a vida na graça de Deus. Assim


como a paz nos revela uma reconciliação com Deus e nos reporta ao
nosso passado de pecado, que já foi apagado, a justificação nos dá
ingresso a promessa de Deus descrita em Isaías 55:1-3; o tempo da graça
anunciado pelo Profeta chegou a nós por meio de Jesus Cristo, vivemos
o tempo da graça de Deus.

Neste sentido de que este é o tempo da graça, devemos usufruir e


anunciar, de graça recebemos e de graça damos (Mateus 10:8). Este
conceito é novidade na igreja evangélica. Especialmente quando existe
uma ética do sacrifício. “Vocês precisam sacrificar”, dizem alguns. Não

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acabou o tempo do sacrifício, foi vencido pela graça mediante a fé. Isto
não anula que assim como temos recebido abundante graça, é nossa
alegria dar, oferecer o máximo de nossos recursos e dons para a
expansão do Evangelho.

c) ”... e gloriemo-nos na esperança da glória de Deus”. (Romanos


5:2)

A outra conseqüência da justificação pela fé é que recebemos, ou temos


esperança. Vivemos num mundo onde tudo custa caro, se oferece
esperança, mas tem preço, ou depende de políticos, ou de quem indique.
Emprego, bolsas de estudo, para todo lado se aponta a esperança que
depende dos homens.

Neste Evangelho da justificação pela fé em Cristo Jesus, você e eu somos


introduzidos na paz de Deus, na graça de Deus, e por isso nos alegramos
na esperança da glória de Deus. Sim, temos futuro, pois servimos agora
o Deus da história, o mesmo que nos deu salvação nos justificando de
nossos delitos e pecados, e que também há de nos suprir, através de
Jesus Cristo, cada uma das nossas necessidades (Filipenses 4:19).

B. Confiando somente em Cristo

Observe-se, porém, que o verdadeiro sentido da expressão “somos


justificados somente pela fé em Cristo”, não que este ato nosso de “crer em
Cristo” ou a fé que está dentro de nós nos justifiquem, pois isto seria atribuir
a justificação a algum ato ou virtude existentes em nós, pois embora
tenhamos fé, esperança e amor e pratiquemos muitas boas obras, ainda
assim, precisamos renunciar o mérito de todos: da fé, da esperança e do
amor e todas as virtudes e boas obras que tenhamos feito, faremos ou
possamos praticar como demasiadamente fracos para merecer a nossa
justificação. Temos, portanto, de confiar somente na misericórdia de Deus e
nos méritos de Cristo para consegui-la. Pois Ele foi o único a tirar nossos
pecados. Temos de ir somente a Ele para isto, esquecendo as nossas
virtudes, boas obras, pensamentos, palavras e confiando somente em Cristo.

4. O PLANO DA SALVAÇÃO

O plano de salvação estabelecido por Deus contempla os seguintes aspectos:


justificação, regeneração, santificação e a redenção propriamente dita.

“Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e
justiça, e santificação, e redenção” (1 Coríntios 1:30).

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 Justificação (Romanos 3:24 e 6:18).


 Santificação (1 Tessalonicenses 5:23 e 6:22).
 Regeneração (Romanos 6:6,14). Para receber a regeneração requer-se:
 A palavra viva e permanente de Deus (1 Pedro 1:23).
 A obra do Espírito Santo (João 3:5-8).
 A fé em Jesus (Atos 3:16).

A. Justificação

Justificação significa “declarar justo”: é o ato mediante o qual Deus declara


o pecador que crê em Jesus e confessa sua fé, aceitando Seu sacrifício pelo
pecado na cruz, passa a ser justo e aceitável diante dEle. “Sendo justificados
gratuitamente por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus”
(Romanos 3:24).

A justificação é o ato de Deus aprovar as pessoas de acordo com o Seu


padrão de justiça. Não obstante quão justos nos julgamos ser, a nossa justiça
está muito longe do padrão de Deus. A única forma de Deus nos justificar é
pela fé, porque esta justificação é baseada na redenção de Cristo (Romanos
3:28 e 5:1-2). Vejamos:

 Somos justiça de Deus em Cristo Jesus. O propósito da morte de Jesus foi


que o homem, pela fé nEle, fosse feito justiça de Deus; para que o
homem tornasse o que Ele era: filho de Deus, podendo chegar na Sua
presença sem qualquer condenação ou sentimento de culpa, como se
nunca houvesse pecado. Agora, todas as vezes que Deus olha para nós,
Ele vê Jesus. Assim como Ele olhou para a cruz e viu nela o pecado, Ele
olha para o pecador redimido e vê nele Seu filho.

 A justiça de Deus em nós é uma dádiva. Não é um estágio de crescimento


espiritual, mas uma posição que nos foi outorgada (presenteada) pela
graça. Deus lança sobre seus filhos o manto de justiça, independente de
seus feitos, de suas obras ou frutos (Romanos 5:15). O crente recebeu a
justiça do Senhor Jesus para que viva como Ele viveu. Mas, se
porventura cair, aí está o remédio: confessar, porque Ele é fiel e justo não
só para perdoar os nossos pecados, como para realizar uma obra de
purificação em nossa natureza, a fim de que não voltemos a praticar o
pecado. Isto pode ser visto em 1 João 2:1 e 3:9. Confessar significa
“concordar com Deus”. Concordar quanto ao fato de que a transgressão
é transgressão e concordar com a solução de Deus para o problema. O
perdão de pecados é uma provisão para o crente, em caso de queda, mas
não é carta branca para pecar.

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B. Regeneração

Regeneração é a recriação do espírito humano. Ela provoca uma mudança


de pensamento em relação ao pecado, proporcionando que nossa mente se
abra a tudo quanto é relacionado com Deus, especialmente em relação ao
Seu Filho, a Sua obra redentora. É o Espírito Santo que permite a
regeneração, tanto moral como espiritual, no interior do homem. “Ora, o
homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e
não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (l Coríntios 2:14).

Regeneração significa que, além da vida recebida ao nascer, recebemos


outra vida, a vida de Deus. Isto é o que a Bíblia (João 3:5-7) quer dizer
quando fala de nascer de novo. A regeneração é o centro da nossa
experiência de salvação. É o ponto de partida de nossa relação de vida com
Deus (1 Pedro 1:23).

Através da regeneração podemos expressar a Deus em Sua imagem e


representá-Lo com Sua autoridade aqui na terra (Gênesis 1:26). Mesmo que
o homem tivesse sido perdoado e reconciliado com Deus, ele ainda não
poderia expressar a Deus sem receber Sua vida.

Após receber a vida de Deus, a natureza maligna dentro do homem é


expulsa gradativamente. Homens inferiores e pecaminosos como nós, agora
podem crescer na vida de Deus para tornarem-se os filhos de Deus a fim de
expressá-lo (2 Coríntios 3:18).

Na regeneração, recebemos duas coisas maravilhosas:

 Recebemos um novo coração. Um “coração de carne” para substituir


nosso velho “coração de pedra” (Ezequiel 36: 26,27).

 Recebemos o Espírito do próprio Deus para habitar em nós. Que salvações


maravilhosas recebem os que crêem no Senhor. A regeneração é o centro
e o início desta salvação (1 Coríntios 6:19).

C. Santificação

Ser santo significa estar separado para Deus, o que se consegue por meio da
graça. Santificar-se equivale a consagrar-se plenamente em Deus, tanto
moral quanto espiritualmente. A santidade é uma expressão da essência
divina e é produzida no crente pela operação do Espírito Santo. “O mesmo
Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam

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conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1


Tessalonicenses 5:23).

A santificação é o sorver da nossa natureza pecaminosa pelo trabalhar da


natureza de Deus em nós. Na Bíblia, a palavra santificação significa
principalmente separação, ser separado daquilo que é comum (Levítico
10:10).

A santificação tem dois processos:

 Posicional – Essa santificação ocorre mediante a oferta única de Cristo


(Hebreus 10:10), pelo sangue de Jesus e por termos sido chamados (1
Coríntios 1:2). Através do sangue, os nossos pecados são perdoados e
nos tornamos santificados em Cristo. Isto é um fato! Em Cristo eu sou
santo!

 Experimental – O Espírito santificador está tornando santa cada parte


do nosso ser, e isso ocorre pelo trabalho de transformação, dia a dia. É
um processo que começou na regeneração, mas que precisa ser
continuado no decorrer da vida cristã (Hebreus 12:14 e 1 Pedro 1:15).
Neste processo de santificação você é o responsável (1 Tessalonicenses
4:3).

Santidade é o próprio Deus (Levítico 19:2), e em todo o universo só Deus é


Santo. A Sua vida e natureza são Santas. Não conseguiremos nenhuma
santidade fora dEle. Não é por praticarmos algumas coisas que
consideramos santas que temos a santidade, mas por estarmos saturados do
próprio Deus Santo é que somos santificados e conseguimos viver uma vida
de santidade. Quando nos achegamos à Palavra de Deus, vivemos uma vida
de oração, tocamos no Espírito Santo, tocamos no próprio Senhor, e isso nos
santifica. Se o fizermos todos os dias, permitiremos que o nosso Deus nos
santifique com a Sua vida santa. O resultado da santificação vai gerar em
nós a transformação da nossa natureza interior, segundo a vontade de Deus.
Não é apenas uma transformação exterior, é algo interior que vai
transbordar e fluir de dentro para fora.

A santidade é a nossa arma para enfrentar o pecado. Devemos ser a


reprodução de Jesus Cristo aqui na terra:

 No seu caráter. Um caráter aprovado, que segue o modelo de Cristo.


Ser separado para Deus. Ele é santo, assim devemos ser (Efésios 4:25-32).
Para enfrentar o princípio do orgulho, temos que ir com humildade e,
assim, para combater o pecado é com a santidade (Malaquias 3:1-3), só

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com o fogo refinador poderemos limpar das impurezas no nosso


coração. Para a Igreja completar Cristo como noiva, ela tem que ser
moldada com o caráter de Cristo. O nosso caráter será moldado através
do fogo refinado. Deus jogará a potassa (hidróxido de potássio) em nós
para derretermos e só aparecer o ouro. Como você sabe que Deus já o
refinou? Através da provação. E como saber se já é humilde? Sendo
humilhado. Se não julgamos a nós mesmos, seremos julgados. Qual é a
nossa posição em Deus?

 Na sua missão (1 Coríntios 6:17-20). Se o nosso corpo é santuário, nós


não podemos desfilar, expondo-nos. As escrituras mencionam a
santidade de Deus como a soma de todos os atributos de Deus: perfeito,
moral (Deuteronômio 4:7 e 1 Samuel 2:2). Conduta, comportamento, de
acordo com os princípios bíblicos, modo de vestir, falar... onde quer que
eu vá, devo expressar uma vida de santidade. A santidade expulsa a
imoralidade.

CONCLUSÃO

É tão valiosa a graça salvadora que Deus, com todo o Seu poder, não encontrou
outra forma de redimir-nos, senão através do bendito sangue de Seu próprio Filho.
Por meio de Jesus, tudo o que o homem perdeu no paraíso, lhe foi restituído
através da fé. Nenhum homem poderá voltar a desfrutar da vida e das riquezas
espirituais, se antes não reconhecer sua condição de pecador e aceitar o sacrifício
de Cristo na cruz, depositando sua fé nEle.

APLICAÇÃO

Examine integralmente sua vida e observe se nela há alguma situação de pecado


que não tenha sido confessada diante de Deus. Renuncie a isto e procure gozar da
santificação que traz consigo o plano de salvação.

TAREFA

Faça uma lista de pessoas próximas a você (familiares ou conhecidos) que não
tenham aberto seu coração a Jesus. Ore por elas e peça ao Senhor que lhe dê a
oportunidade de compartilhar o plano de salvação, para que também sejam
resgatadas de seus delitos e pecados.

QUESTIONÁRIO

1. A necessidade de salvação do homem existe desde que o primeiro casal


___________________ a exigência de Deus, exposta em Gênesis 2:16-17. Segundo

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este texto, eles podiam _______________________, mas não deviam


____________________; o desobedecer acarretaria a ____________do homem.

2. O papel de Jesus como Salvador se identifica como “obra expiatória”. Examine


o que significa o termo “expiação”. Segundo Hebreus 9:12, a obra expiatória de
Jesus se concretizou através de ____________________________ .

3. Justificação significa “declarar alguém justo”. Segundo Romanos 3:24, somos


justificados pela _________________; e segundo Tito 3:7 somos justificados pela
graça para passarmos a ser _______________________________ .

4. A salvação é conservada na medida em que permanecemos em santidade, ou


seja, separados para Deus e separados do mundo. Complete o seguinte texto de
1 João 2:15-17, que fala a respeito.

“Não ameis o mundo __________________________________. Se alguém ama o


mundo ___________________________. Porque tudo o que há no mundo, a
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos, e a soberba da vida,
___________________________. O mundo passa, e seus desejos; mas o que faz a
vontade de Deus ___________________ _________________.”

5. 1 Tessalonicenses 5:23 nos dá a entender que a santidade é produzida em nós por


obra de
______________________________________________________________________
___.

6. O ser completamente santificados inclui as seguintes áreas:


______________________, _____________________ e ______________________.
1 Tessalonicenses 5:23.

7. Um dos efeitos da salvação é a “regeneração”. Com base em João 3:3-5, explique


com suas próprias palavras como se dá esta regeneração.

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

8. Por que se diz que Jesus foi feito maldição por nós? Enuncie sua resposta
fundamentado em Gálatas 3:13.

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______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

9. A redenção é o outro aspecto incluso no plano de salvação. Enumere as três


áreas em que se dá esta redenção, tendo em conta as seguintes referências
bíblicas:

 Romanos 6:20-22; Isaías 53:6


_________________________________________________
 Isaías 53:4-5
_______________________________________________________________
 2 Coríntios 8:9
_____________________________________________________________

10. De que modo você entende a justificação pela fé baseado em Romanos 3:23-25?

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

11. Existe algum mérito nosso na justificação pela fé? Por que? (Romanos 5:6-11)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

12. De que modo a graça de Deus substitui o sacrifício pelos pecados? (Hebreus
9:23-28 e 10:10-14)

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______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

13. Como se relacionam a graça e a fé? (Efésios 2:4-10)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

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Lição 4 – O NOVO NASCIMENTO

FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA BÁSICA E TEXTOS CHAVES

João 3:3
“A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de
novo, não pode ver o reino de Deus.”

2 Coríntios 5:17
“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que
se fizeram novas.”

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Compreender e experimentar o novo nascimento.


 Definir o que é a nova natureza.
 Explicar como se nasce de novo.
 Apropriar-se da esperança, das riquezas e do grande poder que Deus nos deu
por meio do de seu Filho, através do novo nascimento.

DESENVOLVIMENTO DO TEMA

O diálogo de Jesus com Nicodemos dá origem a um dos fundamentos da doutrina


bíblica da salvação, que é o novo nascimento. Nicodemos teve dificuldade de
entender, o que é comum as pessoas não convertidas, o evangelho como um todo.

Vejamos a bela analogia que John Wesley fez no seu sermão sobre o tema: “Antes
de nascer, a criança tem olhos, mas não vê, tem ouvidos, mas não ouve. Pode usar
os outros sentidos de maneira muito imperfeita. Não tem conhecimento de nada
do mundo nem entendimento natural. Nem mesmo damos o nome de vida àquele
tipo de existência.”

Dizemos que um homem começa a viver somente quando nasce, pois logo que
nasce, começa a ver a luz e os vários objetos com que entra em contato. Seus
ouvidos são então abertos e ele ouve os sons que recebe sucessivamente. Todos os
outros órgãos dos sentidos começam, ao mesmo tempo, a ser exercitados. Do
mesmo modo ele respira e vive de maneira inteiramente diversa da anterior.
Enquanto o homem está num estado meramente natural, antes de nascer de Deus,
no sentido espiritual:

 Tem olhos mas não vê, e um véu espesso e impenetrável paira sobre eles;

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 Tem ouvidos mas, não ouve, é totalmente surdo ao que ele mais devia ouvir.
Todos os outros sentidos estão fechados; está na mesma condição que estaria se
não os tivesse. Daí o não ter ele nenhum conhecimento de Deus, nenhuma
relação com Ele;
 Não tem amizade com Ele. Não tem conhecimento verdadeiro das coisas de
Deus nem das coisas espirituais ou eternas; embora seja, portanto, um homem
vivo, é um cristão morto.

Mas logo que ele nasce de Deus, há uma mudança total em todos estes aspectos.
“Os olhos do seu entendimento são abertos.” (tal é a linguagem do grande
Apóstolo), e aquele que desde a Antigüidade, “ordenou que a luz brilhasse nas
trevas brilhando no seu coração. vê a luz da glória de Deus”, o seu glorioso amor,
no rosto de Jesus Cristo. Seus ouvidos são abertos, e é agora capaz de ouvir
internamente a voz de Deus que diz: “Tem bom ânimo, os teus pecados te são
perdoados”; “vai e não peques mais”. Este é o sentido daquilo que Deus diz ao seu
coração, embora talvez não nestas mesmas palavras.

1. O QUE SE ENTENDE POR NOVO NASCIMENTO?

O novo nascimento é a experiência que vive o ser humano quando Cristo é


aceito no seu coração como único e suficiente Salvador e Senhor. Quando o ser
humano se distancia de Deus por causa do pecado, ainda que permaneça em
contato com o mundo exterior e esteja consciente de todas as coisas, a sua
natureza espiritual está morta. Mas ao abrir a porta do seu coração para Jesus a
vida espiritual começa a fluir porque Jesus disse: “...Eu vim para que tenham vida
e a tenham em abundância” (João 10:10).

O Novo Nascimento deve ser entendido também como uma regeneração


espiritual que dá ao homem a garantia de ser admitido no reino de Deus. Por
outras palavras, ninguém pode ser chamado cristão, e muito menos poderá
entrar no reino de Deus através dos seus esforços pessoais se primeiro não
nascer de novo.

2. EM QUE CONSISTE O NOVO NASCIMENTO?

Jesus certa vez teve uma conversa com um doutor da lei chamado Nicodemos,
um homem de padrão moral e vida religiosa invejáveis. O Senhor o
surpreendeu com uma afirmação: “Em verdade, em verdade te digo que, se alguém
não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3:3).

a) Definição de novo nascimento - Quando Nicodemos ouviu isso,


ficou confuso. Tentou entender sob uma perspectiva natural e perguntou:
“Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre

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materno e nascer segunda vez?” (João 3:4). Mas Jesus não estava falando de
reencarnação ou coisa parecida. Estava falando de um nascimento
espiritual. Por isso, lhe disse: “Quem não nascer da água e do Espírito não pode
entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do
Espírito é espírito” (João 3:5-6).

b) A dinâmica do novo nascimento - O novo nascimento ocorre


quando nos arrependemos, cremos em Cristo e lhe entregamos nossas
vidas. Imediatamente o Espírito Santo, que é Deus, vem habitar em nós e
nos regenera (Tito 3:5), fazendo com que o nosso espírito que estava
separado, morto (Efésios 2:1-5), seja vivificado. Trata-se de um ato divino (o
homem não pode produzi-lo por si mesmo) e espiritual (não é físico, mas
interior), através do qual somos regenerados no espírito para uma nova
vida.

Quando Jesus morreu na cruz do Calvário, ofereceu-Se em sacrifício pela


restauração e redenção integral do homem, abrindo para este a porta para que
vivesse a experiência de ingressar numa nova vida longe da contaminação do
mundo, das maldições, da pobreza espiritual, física e material, e de todo peso
que pudesse angustiá-lo. Jesus deu a entender a Nicodemos que todo o ser
humano, sem importar a sua condição social, educacional ou econômica, para
poder gozar das bênção que Deus tem destinado para ele, deve permitir que o
Senhor, com a direção do Espírito Santo, transforme a sua velha natureza em
nova, planejada segundo o propósito de Deus.

“Como pode um homem nascer, sendo velho?” Esta pergunta de Nicodemos nos
ajuda a pensar em como se dá o novo nascimento, Pois assim como:

 Na justificação pela fé aprendemos o que Deus, por meio de Cristo, faz


por nós; perdoando nossos pecados;
 No novo nascimento reconhecemos, a obra que Deus faz em nós, por
meio de seu Espírito, renovando-nos de nossa natureza decaída.

A verdade é que no momento que cremos em Jesus e somos justificados pela


graça de Deus, pela expiação do sacrifício de Jesus, somos também nascidos do
Espírito, uma nova visão, sensibilidade é plantada por Deus em nós (1
Coríntios 2:11-13). Por isso o nascer da água e do Espírito, visto que a água de
batismo torna-se um sinal visível, de uma graça invisível, que opera em nosso
interior, tornando-nos uma “nova criatura” (Tiago 1:18).

É esta operação interior, no mais profundo da alma humana que só o Espírito


perscruta, é onde se dá o nascer de um filho de Deus, pelo novo nascimento.
Muitos experimentam uma alegria indizível e cheia de glória, chora e não

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consegue dizer tudo que está se passando dentro dele. Sente uma paz interior
jamais experimentada, sente o testemunho interno do Espírito de Deus
(Romanos 8:16), testificando que os seus pecados foram de fato perdoados. Não
tem mais dúvida da salvação, mas segurança e certeza, passa ter sensibilidade
em relação ao pecado, pelo Espírito que nele opera para a salvação.

Nosso velho homem precisa ser crucificado a todo tempo. Novo nascimento
não é uma postura estática, passiva, mas uma experiência de renovo a cada dia
até que Cristo seja formado em nós.

3. QUEM PROPICIA O NOVO NASCIMENTO

O Apóstolo Tiago escreve: “Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da
verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas” (Tiago 1:18).
Quando uma pessoa recebe a mensagem contida na Palavra de Deus, esta
produz um novo sopro que vem pelo Espírito Santo. Há um poder na Palavra
de Deus, o poder renovador, o poder doador da vida, da ressurreição,
proporcionador de mudanças profundas e verdadeiras na vida do homem.
Jesus Cristo declarou: “E conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará” (João
8:32). A Verdade é Jesus; Ele mesmo disse: “Eu Sou o caminho, a Verdade e a
Vida” (João 14:6). “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras
que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (João 6:63).

E é a Palavra de Deus que produz um efeito concreto de limpeza no interior de


cada pessoa, concedendo uma nova essência em seu ser, uma nova vida
(Efésios 5:26 e João 15:3).

Junto à Palavra, no processo do novo nascimento, intervém de maneira


específica o Espírito Santo. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de
serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram
do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (João
1:12-13). Quando nascemos de novo, o Espírito Santo planta em nós a vida de
Cristo, e Ele mesmo se encarrega de selá-la, para que não seja revogada,
garantindo-nos a vida eterna (2 Coríntios 1:22 e Efésios 1:13)

O novo nascimento só acontece graças ao Espírito Santo; assim mesmo, para


recebê-Lo, deve-se morrer para o pecado. O Espírito Santo é Santo. Só habitará
em um corpo igualmente santo. O profeta Ezequiel declarou: “Dar-vos-ei coração
novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei
coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus
estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis” (Ezequiel 36:26-27).

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Esse novo nascimento é produzido diretamente pelo Espírito Santo, que,


através da fé, gera o espírito de vida no novo crente.

4. VANTAGENS DO NOVO NASCIMENTO

Somente o homem espiritual tem a capacidade de ver o reino de Deus. Seus


olhos espirituais são abertos para perceber todas as coisas que estão ocultas ao
homem natural. Paulo declarou: “Mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem
ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado
para aqueles que o amam” (1 Coríntios 2:9). Em geral, podemos sintetizar as
vantagens do novo nascimento nos seguintes aspectos:

 Abrem-se os olhos. O pecado cega os olhos, porém, ao aceitar a Jesus,


nossos olhos espirituais são abertos.
 As trevas convertem-se em luz. O pecado conduz por caminho de
obscuridade; a conversão leva-nos a dar-lhe as costas, dirigindo nos os
passos a um caminho novo, que é o caminho da luz.
 Saímos do domínio de satanás para o de Deus. O pecado escravizou-nos por
isso ficamos debaixo do domínio de satanás, mas ao converter-nos a Cristo,
ficamos sob o governo de Deus.
 Pela fé em Jesus, recebe-se o perdão de pecados. Fé é crer que nossos
pecados merecem um castigo, mas que Jesus, em Seu corpo carregou os
nossos pecados.
 Recebemos herança entre os santificados. Paulo declarou: ”Aquele que não
poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos
dará graciosamente com ele todas as coisas?” (Romanos 8:32).

5. NOVA NATUREZA OU NOVO HOMEM

A. A Nova Vida em Cristo

Quando nascemos de novo, somos introduzidos numa nova vida. Uma


espécie de “metamorfose” acontece em nosso interior (2 Coríntios 5:17) e
somos liberados do poder do pecado para viver segundo Deus (Romanos
6:22). Isso não significa que nos tornamos perfeitos ou impecáveis, mas que
não estamos mais debaixo do domínio do pecado como antes. A presença
do Espírito Santo em nosso interior libera virtudes que não tínhamos e nos
conduz num processo de santificação pelo qual vamos sendo transformados
mais e mais na imagem de Cristo (2 Coríntios 3:18).

B. As Marcas da Nova Vida

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Uma pessoa que nasceu de novo traz evidências disso em seu


comportamento. Embora o novo nascimento não produza perfeição
automática na vida do homem. ele deflagra mudanças importantes e
perceptíveis:

 Sensibilidade - A nova criatura em Cristo recebe um coração sensível à


vontade e à presença de Deus (Ezequiel 11:19 e 36:26). A comunhão com
Deus é restabelecida e o homem passa a relacionar-se com Ele de
maneira real.

 Entendimento espiritual - Antes vivíamos sem entendimento das coisas


espirituais (2 Coríntios 2:14). Satanás havia cegado a nossa mente (2
Coríntios 4:4) para não compreendermos o evangelho. Quando
nascemos de novo, esse véu é tirado e somos liberados para discernir as
verdades espirituais (1 Coríntios 2:9-12).

 Obediência - A nova vida é uma vida de obediência ao Senhor. Aquele


que professa fé em Cristo, mas não busca submeter-se à sua Palavra, não
nasceu de novo, pois tem uma fé morta, ineficaz (Efésios 3:26 e Lucas
6:46). Na verdade, a presença do Espírito Santo na vida do crente
provoca nele uma rejeição pelo pecado. É uma questão de natureza.
Assim como uma ovelha não se sentirá à vontade no meio da lama,
aquele que se tornou participante da natureza divina (2 Pedro 1:4) não se
sente bem na prática ou no ambiente do pecado.

 Fé - O justo vive pela sua fé (Gálatas 3:11). Isso quer dizer que a vida do
verdadeiro cristão não se baseia nas coisas visíveis, mas na Palavra de
Deus, nas verdades espirituais. Poderíamos dizer que os olhos do novo
homem são a fé. É através dela que percebemos as realidades invisíveis
do reino espiritual.

6. O PRINCÍPIO DA CRUZ NO NOVO HOMEM

Enquanto o velho homem está relacionado à morte, o novo homem está


relacionado à vida; enquanto o velho homem se relaciona com o pecado e
escravidão, o novo homem se relaciona com santidade e liberdade no Espírito.

Efésios 4:22-24 diz: “no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho
homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no
espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus,
em justiça e retidão procedentes da verdade”.

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Quando Deus vem habitar em nós mediante o seu Espírito, a sua vida e o Seu
poder entram em nosso espírito, que estamos chamando de novo homem ou
homem interior. Fora deste homem interior há a alma, na qual funcionam
nossos pensamentos, emoções e vontades. O homem periférico é nosso corpo
físico, assim falaremos do novo homem como sendo o espírito.

Devemos entender que aquele que pode servir a Deus é a pessoa cujo o novo
homem pode ser liberado. A dificuldade básica de um servo de Deus acha-se
no fracasso do novo homem sobressair ao velho homem. Por isso falaremos da
crucificação do velho homem, pois só assim o novo homem será liberado.

A. O Princípio da Cruz (Gálatas 2:20)

A cruz reduz o velho homem à morte; racha a casca humana e a abre. Todo
o velho homem deve permanecer na cruz, as opiniões, os modos,
habilidades, amor próprio, tudo. Deus quer dar-nos algo novo. O velho
homem deve morrer.

O sangue de Jesus lava os pecados e não o velho homem. O velho homem


não é crucificado por perceber ou sentir. O velho homem experimenta a
crucificação por meio do considerar. Que é considerar? Considerar é um ato
de fé, ou melhor, aplicação da fé. Considerar é o julgamento e a execução da
vontade.

Portanto, é errado dizer: “Eu não sinto que o meu velho homem esteja
morto”. Não depende do seu sentimento; depende de você considerá-lo
morto (crucificado). Romanos 6:11 diz: “Assim também vós considerai-vos
mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus”. Considerar é crer e
praticar, ou seja, continuamente manter uma atitude de estar morto para o
pecado. Essa posição deve ser mantida dia a dia e hora após hora. Sempre
que um crente deixa de considerar-se morto para o pecado e vivo para Deus
ele peca.

É necessário saber que:

1. Eu devo tomar a minha cruz (Lucas 9:23).

Quando o Senhor Jesus estava na cruz, Ele tinha o poder de descer dela
se assim quisesse. O mesmo é verdade para aqueles que são crucificados
com o Senhor. Sempre que alguém permitir, seu velho homem descerá
da cruz.

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O diabo vai tentar o homem como fez com Jesus, dizendo: “Desça da
cruz”. Imagine você se Jesus tivesse descido da cruz, pois naturalmente
Ele poderia ter descido. Contudo, Ele optou em fazer a vontade do Pai,
para assim trazer salvação ao homem que tanto amava.

2. A operação da cruz sobre o “eu”

Contudo, não podemos parar na vitória sobre o pecado. Devemos saber


que este é o primeiro passo da regeneração de um cristão. Mas ainda há
um longo caminho diante de nós. Após vencer os pecados, o problema
imediato que se apresenta aos cristãos é como vencer o “eu”.
Naturalmente o “eu” e o pecado têm muito a ver um com o outro, mas o
“eu” não é o pecado. Nosso “eu” é a nossa personalidade, opinião
pessoal, gostos, desejos, preconceitos, sentimentos, etc.

“Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia
tome a sua cruz e siga-me” (Lucas 9:23).

Além da cruz, certamente não há outro caminho para levar o “eu” à


morte. A crucificação do “eu” deve ser junto com Cristo e em conjunção
com Cristo. Isto significa que Cristo já cumpriu este fato, e agora eu creio
na sua realidade. Essa é a razão de dizermos: Estou crucificado com
Cristo. (Gálatas 2:20). Somente morrendo com Cristo podemos
experimentar o poder da Sua ressurreição. (Filipenses 3:10).

Morrer com o Senhor simplesmente significa não mais permitir que o


“eu” seja o comandante, não agir mais segundo a vontade própria, ou
emoções e pensamentos, mas permitir que o Senhor governe sobre tudo,
obedecendo à direção de Deus.

B. A Cruz e o Quebrantamento

Diferentemente da totalidade das ocupações humanas, ministrar no reino


depende mais daquilo que eu sou do daquilo que eu sei.

Quando acompanhamos os relatos do Novo Testamento sobre a vida de


Jesus, encontramos a cruz a todo instante: no trabalho árduo como
carpinteiro; no ministério cansativo pelas estradas poeirentas da Judéia e
Galiléia; no contato diário com a dor alheia, com a morte, com as doenças,
com o pecado – a ponto de um dia, mostrando plenamente sua
humanidade, o Senhor ter suspirado: “...Ó geração incrédula e perversa! Até
quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei?...” (Mateus 17:17).

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As cenas da crucificação – os julgamentos, os açoites, a caminhada


humilhante até o Calvário, os pregos que furam as mãos e pés, a agonia da
separação de Deus, o peso sobre si dos pecados de todos os homens, a morte
– eram a finalização de um processo de crucificação que tinha tido seu início
muito, muito antes (Lucas 22:42). Jesus já havia consentido em tomar a cruz.

CONCLUSÃO

A vida cristã é a melhor maneira de viver sobre a Terra e nela se experimenta a


genuína felicidade. Devemos somente cumprir um requisito: não fazer o jogo do
inimigo. Ainda que Deus nos dê tudo, da mesma maneira Ele nos exige que Lhe
entreguemos tudo o que somos. Se alguém aspira ser reconhecido como cristão e
ingressar no reino de Deus, para gozar da herança da vida eterna, deve
experimentar o Novo Nascimento, que consiste em renunciar o ser dirigido pelos
desejos da carne para começar a ser guiado pelo Espírito Santo, através da fé na
Palavra de Deus.

APLICAÇÃO

Tome consciência de ter experimentado o Novo Nascimento, tendo em conta as


palavras de Jesus a Nicodemos, ou seja, destacando a importância de ser inspirado
pela Palavra de Deus, e conte com a direção do Espírito Santo.

Compartilhe com algumas pessoas sobre o tema do novo nascimento. Fale de sua
experiência pessoal quando se encontrava sob a influência do velho homem, e
demonstre que possui o Fruto do Espírito na sua vida.

TAREFA

Elabore uma lista de aspectos de sua vida que ainda fazem parte da velha
natureza, e confronte-a com a Palavra. O que Deus diz a respeito disso?

QUESTIONÁRIO

1. Segundo Efésios 4:17-19 escreva seis características do velho homem.

 Andam em
_______________________________________________________________
 Tendo o
__________________________________________________________________
 Estão distantes do __________________________ Por
___________________________

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 Sendo ignorantes por


______________________________________________________
 Ao perderem a sensibilidade entregaram-se a
________________________________
 E cometeram
_____________________________________________________________

2. Por que temos que nos despojar do velho homem? (Efésios 4:22)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

3. Como é o novo homem? (Efésios 4:24)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

4. Faça uma lista das obras da carne: (Gálatas 5:19-21)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

5. Enumere o fruto do Espírito: (Gálatas 5:22)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

6. Como devemos apresentar nossos corpos? (Romanos 12:1)

______________________________________________________________________
_______

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______________________________________________________________________
_______

7. Ao renovarmos nosso entendimento o que comprovamos? (Romanos 12:2)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

8. Quantos justos, entendidos e que buscam a Deus há? (Romanos 3:10-11)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

9. Para que serve o que se desvia? (Romanos 3:12)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

10. Marque com um X a resposta correta

a) Em Romanos 3:12-13 a garganta dos maus é comparada a:

Um navio mercante que vem de longe ( )


Uma tocha acesa ( )
Um sepulcro aberto ( )

b) Que há debaixo dos lábios dos que enganam:

Palavras de lisonja ( )
Um pouco de malícia ( )
Veneno de víboras ( )

11. De que está cheia a boca dos maus? (Romanos 3:14)

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______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

12. Em que sentido 2 Coríntios fala do novo nascimento?

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

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Lição 5 – A FÉ

FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA BÁSICA E TEXTOS CHAVES

Hebreus 11:1
“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem.”

Hebreus 11:6
“De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se
aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam”.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Compreender o conceito bíblico da fé e sua importância para uma vida de


crescimento e vitória.
 Definir bíblica e teoricamente o que é a fé.
 Declarar os tipos de fé.
 Aprender a viver na fé.

DESENVOLVIMENTO DO TEMA

1. O CHAMADO A VIVER PELA FÉ

“Todavia, o meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não se compraz a minha
alma” (Hebreus 10:38).

Está claro que a única maneira de vivermos vitoriosamente é pela fé. O crente
não pode basear sua vida nas circunstâncias, na aparência ou nos seus
sentimentos. Você precisa confessar: sou cidadão do céu. Vivo pelas leis do céu.
Não vivo pelo que vejo, vivo pelo que creio (2 Coríntios 5:7).

2. O QUE É FÉ?

“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem”
(Hebreus 11:1). A fé é a certeza. A fé é a convicção. A fé não dá lugar à dúvida.
Pois aquele que duvida peca (Romanos 14:23) e vive oscilando como as ondas
do mar (Tiago 1:6).

Esta é a definição que nos dá a própria Bíblia. Em termos de conteúdo, não


podemos acrescentar muita coisa. O que vamos mostrar, na realidade, são
situações em que a fé foi usada, e o resultado que produziu.

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O primeiro grande exemplo do que é fé, usado diversas vezes na Bíblia, é a


história de Abraão. Ele vivia com seus familiares numa região chamada Harã,
até o dia em que Deus se revelou a ele e lhe fez uma promessa: “Ora, disse o
SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a
terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei
o nome. Sê tu uma bênção!” (Gênesis 12:1-2). Abraão tinha uma vida razoável e
em segurança com todos os seus familiares. Mas creu na promessa de Deus, e
aceitou o desafio de ir para uma nova terra que ele não conhecia. Deus, como
sabemos, cumpriu o que prometera a Abraão. Muitos outros exemplos de fé são
mencionados na bíblia.

A. O Que Não é Fé:

 Fé não é sentimento. Os sentimentos estão no nível da alma. A fé


está no nosso espírito. A fé não pode se basear em nossos sentimentos
circunstanciais. Foi pela fé que Abraão ofereceu o seu Isaque a Deus
(Hebreus 11:19).

 Fé não é razão. A fé racional precisa de evidências, de provas


para crer que Deus vai agir. Ora, onde precisa haver evidências não há
necessidade de fé. A fé racional é semelhante à de Tomé, que precisa ver
para crer. Mas a fé espiritual, a fé que vem de Deus, crê para ver. Foi isto
que Jesus disse a Marta, irmã de Lázaro: “Se creres, verás a glória de
Deus”. Para Jesus “felizes são os que não viram e creram”, porque os que
crêem não vivem em ansiedade.

 Fé não é esperança. Embora a esperança seja uma grande virtude


cristã, não devemos confundir fé e esperança. O apóstolo Paulo faz essa
diferença (1 Coríntios 13:13). A esperança crê numa possibilidade futura,
enquanto a fé agarra-se ao poder de Deus agora. Um exemplo: se alguém
recebe uma oração pela sua cura e depois diz no seu coração: “Eu creio
que Deus poderá me curar”, está manifestando esperança e não fé. A fé
dirá: “Em nome de Jesus Cristo Deus já me curou, ainda que eu sinta os
sinais da enfermidade”.

Jesus disse: “Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que
recebestes, e será assim convosco” (Marcos 11:24). Veja a ordem: Primeiro eu
creio e depois eu recebo. É assim na caminhada com Deus.

3. A FÉ FAZ-NOS VENCEDORES

Ninguém quer ser um derrotado. Todos querem vencer. Vencer na profissão.


Vencer na vida familiar. Vencer no casamento. Vencer na vida financeira. E

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principalmente vencer na vida cristã. O livro de Apocalipse está repleto de


bênçãos celestiais para os vencedores. Mas onde está a nossa vitória? Na fé em
Deus. Diga em alto e bom som: A nossa fé é a vitória.

Nenhum filho de Deus é um fracassado, porque ainda que tenhamos que


passar por diferentes adversidades, somos mais que vencedores em Cristo, mas
é você mesmo quem decide o tipo que de fé terá. João disse: “porque todo o que é
nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1
João 5:4).

Quem é o que vence o mundo senão o que crer que Jesus é o Filho de Deus?

Quando o ancião Policarpo foi levado ao circo romano para ser julgado por sua
fé em Jesus Cristo, o pró-consul lhe disse: “maldiz a Cristo e te devolverei a
liberdade!” E Policarpo respondeu: “Faz 86 anos que O sirvo e Ele não me fez
nenhum dano. Como poderei maldizer ao meu Rei e Salvador? Já que pareces
ignorar quem sou, direi com franqueza que sou cristão!” Não teve temor nem
da ira do imperador, nem da multidão que enraivecida gritava: “Queima-o!
Queima-o!” Nem as feras selvagens, nem a fogueira, nem a morte, porque para
Ele Cristo era O tudo e em todos.

A. Pela Fé Vencemos o Mundo

O apóstolo João disse: “Sabemos que somos de Deus, e que o mundo inteiro jaz no
Maligno” (1 João 5:19). Existem poderes da maldade nos ares, que buscam
controlar e manipular indivíduos, famílias, organizações, poderes políticos e
eclesiásticos, etc., sendo necessário desenvolver uma fé ativa, que possa
trazer a presença de Deus para nossas famílias, para que a seguir se estenda
às nossas cidades e nações. O apóstolo Paulo escreveu aos Coríntios:
“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para
destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o
conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2
Coríntios 10:3-5).

B. Pela Fé Vencemos Todo Argumento que Nos é Contrário.

A área do ser humano que mais preocupa o nosso adversário é a nossa


mente, pois é nela que se desenvolve a fé e todos os esforços que ele faz é
para escravizar-nos mentalmente, a fim de que não tenhamos tempo para
pensar nas coisas de Deus e possa manter-nos isolados de qualquer contacto
com a Palavra de Deus. O homem de Deus deve, por seu lado, com a
autoridade espiritual que recebeu, identificar e derrubar qualquer fortaleza
que o adversário levante em sua mente e anular todos os argumentos que o

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inimigo lançou contra ele, cancelando-os na cruz do Calvário. Qualquer


pensamento fora de ordem deve ser simplesmente amarrado e submetido à
autoridade de Jesus.

Contamos a ajuda de Deus, e ainda que o mundo inteiro se encontre sob o


controle do maligno, temos as armas que o Senhor nos entregou para vencer
o inimigo e todos os seus exércitos. Paulo disse: “...porque maior é Aquele que
está em vós do que aquele que está no mundo” (1 João 4:4).

A fé é o motor que impulsiona o homem ao longo da vida cristã, e vem


como consequência de uma dependência total pela Palavra de Deus. A
Bíblia diz: “A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus” (Romanos
10:17). A vida cristã implica manter-nos em sujeição e obediência aos
princípios divinos, os quais se encarregam de ir fortalecendo a nossa
confiança em Deus. D.L.Moody disse: “Antes eu fechava minha Bíblia e
orava pedindo a Deus que me desse fé, até que entendi que a fé vem pelo
ouvir e o ouvir pela palavra de Deus, desde então abro minha Bíblia e leio e
isto aumenta minha fé”.

C. Pela Fé Vencemos o Reino das Trevas.

“Embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos
inflamados do Maligno” (Efésios 6:16). Ao lutarmos contra um sistema de
pecados, estamos lutando contra o Diabo. Mas, pelo poder da fé, podemos
desfazer toda obra do reino das trevas contra nós.

D. Pela Fé Liberamos o Poder Sobrenatural de Deus.

“Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão
demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera
beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão
curados” (Marcos 16:17-18). Preste atenção às palavras “aqueles que crêem”.
Elas não estão aí por acaso. É através da fé que podemos ver manifestos o
poder sobrenatural do Espírito Santo em nossas vidas e na vida de outros.

4. DIFERENTES TIPOS DE FÉ

1. A Fé Criadora.

“Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira
que o visível veio a existir das coisas que não aparecem” (Hebreus 11:3). Deus
dotou-nos da Sua própria natureza e através da fé chamamos as coisas que
não são como se já fossem. Do mesmo modo Abraão creu que Deus lhe

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daria um filho ainda que as circunstâncias lhe fossem contrárias. A fé tem a


capacidade de ver o que a vista física não percebe.

Gerando fé por meio da palavra: Maria creu nas palavras do anjo e sem
conhecer varão concebeu do Espírito Santo. Se o crente crer em Deus e
deixar que a Sua Palavra se converta em “Rhema” para sua vida, notará que
esta Palavra concebe o milagre no intimo de sua vida e depois verá os
resultados.

2. A Fé Salvadora

Abraão foi chamado de pai na fé em Deus para a redenção. Pois, ele não
tinha descendência, e nem podia ter, já que Sara, sua esposa, era estéril, mas:
“Abraão creu em Deus e isto lhe foi imputado para Justiça” (Gênesis 15:16 e
Romanos 4:3); ou seja, ele creu na Palavra de Deus, na Sua promessa de que
ele haveria de ser pai de uma grande nação, ele que não tinha filhos e nem
esperança. Esta fé de Abraão é usada no Novo Testamento como estímulo a
crermos em Cristo para a nossa redenção: “Porque pela graça sois salvos,
mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus.” (Efésios 2:8)

Não se deve confundir a fé para a salvação com a crença em uma coisa, em


doutrina ou em instituições. A fé salvadora é a fé em Jesus Cristo; envolve a
aceitação de Cristo como Senhor e Salvador e o reconhecimento do poder e
eficácia da Sua obra para salvar o homem. A palavra grega “pistis” (fé)
significa persuasão, convicção firme, baseada no ouvir (Hebreus 11:1). A fé é
a condição de salvação ordenada por Deus. O Senhor escolheu salvar-nos
com a condição da fé. Não se trata de ter fé na fé. É ter fé em Cristo como
Salvador (Efésios 2:8 e Atos 16:31).

A fé salvadora em Cristo como Salvador baseia-se na Palavra de Deus. O


evangelho é poder de Deus para a salvação de todos que crerem em Cristo
(Romanos 1:16). A fé vem pela Palavra (João 17:20), pelo ouvir a Palavra
(Romanos 10:17). A Palavra é escrita para que possamos crer e ter vida
espiritual ao acreditarmos nela (João 20:31). Deus nos escolheu para que
fôssemos salvos através da fé na verdade (2 Tessalonicenses 2:13).

A fé é tão essencial à salvação quanto o arrependimento. Pode-se dizer que


são os dois pólos da conversão: o primeiro é o pólo negativo, o segundo é o
positivo. Só quando se juntam é que acionam a força para o pecador se
converter. Se ocorrer apenas o arrependimento, o homem entra em
desespero; se só tem fé, e não se arrepende, é rejeitado por Deus. A
mensagem de Jesus é: “o tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo;
arrependei-vos e crede no evangelho” (Marcos 1:15).

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Sobre a fé como ato de confiança para a salvação, assim expressou John


Wesley: “Mas é esta a fé que envolve certeza ou a que implica adesão?”

A Escritura não menciona tal distinção. O Apóstolo diz: Há uma fé e uma


esperança da nossa vocação uma fé cristã e salvadora; pois há um Senhor
em quem cremos e um Deus e pai de todos nós.

É certo que esta fé implica necessariamente certeza, que é aqui apenas uma
outra palavra ao invés de evidência, sendo difícil dizer qual a diferença
entre elas, que Cristo me amou e deu-se a si mesmo por mim, Pois “aquele
que crê” com a fé verdadeira e viva tem o testemunho em si mesmo – o
espírito testemunha com o seu espírito de que ele é filho de Deus. Mas
observe-se que, na sua verdadeira natureza, a certeza vem antes da
confiança, pois um homem não pode ter uma confiança em Deus como a da
criança, enquanto não sabe que é filho de Deus. Portanto, a confiança,
dependência, adesão, ou seja qual for o nome que se lhe dê, não é o primeiro
ramo ou ato de fé, como muitos têm suposto, mas o segundo. É por esta fé
que somos salvos, justificados e santificados, tomando-se aquela palavra no
seu sentido mais elevado.

3. Fé Para Curar a Alma

“O coração alegre aformoseia o rosto, mas com a tristeza do coração o espírito se


abate” (Provérbios 15:13).

Uma das áreas que mais nos impele a nos movermos na dimensão da fé é a
que se relaciona com a cura interior, ou cura da alma. Requer-se uma dose
especial de fé para que a alma das pessoas seja restaurada.

4. Fé Para Ofertar.

“Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual
obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas.
Por meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala” (Hebreus 11:4)

O Senhor exalta a fé de Abel acima da de Caim, ainda que este também


apresentasse uma oferenda. Deus não se agradou dela já que vinha
acompanhada de mesquinharia, indiferença, egoísmo e desinteresse em
reconhecer Deus como seu Criador. A fé para ofertar é a própria fé que
enriquece.

5. Fé Para Cura (Física)

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“Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou


sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi
traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo
que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías
53:4-5).

A fé é determinante para obter cura física. É questão de ter convicção da


restauração da área afetada, como uma realidade conquistada por Jesus
Cristo na cruz.

5. CARACTERÍSTICAS DA FÉ

Ao longo das Sagradas Escrituras encontramos uma ampla lista de


características que destacam a fé como um Dom de Deus. As seguintes são
algumas destas:

 A fé é crer nas palavras do Senhor (Lucas 5:4-5)


 A fé está acima dos sentidos (Isaías 1:19-20).
 A fé supera a dúvida e a incredulidade (1 Pedro 1:7).

6. A PRÁTICA DA FÉ

“A fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus” (Romanos 10:17). Veja a
seqüência: primeiro Deus fala pela sua Palavra, eu ouço, então a fé vem. A fé
depende de uma Palavra liberada por Deus. Muitos se decepcionam porque
não ouvem a voz de Deus.

Há dois termos gregos traduzidos como “palavra” no Novo Testamento:


“Logos” e “Rhema”. “Logos” é a Palavra de Deus escrita e “Rhema” é a Palavra de
Deus revelada. Quando estamos lendo a Bíblia estamos em contato com
“Logos”. Quando, porém, ao ler, a voz de Deus ecoa em nosso interior, mexendo
conosco, ela se transforma em “Rhema”. Com “Rhema”, a palavra revelada,
estamos prontos a agir em fé. “Rhema” opera em nosso espírito. Então para nos
movermos em fé precisamos ouvir Deus. Pedro andou sobre as águas porque
ouviu de Jesus uma palavra de ordem (Mateus 14:25-29).

A. A Ação da Fé

“Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta” (Tiago 2:17).

Seja para dar assistência a um necessitado, para receber ou ministrar uma


cura, operar nos dons espirituais, etc, precisamos agir pela fé. A fé exige

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atitudes concretas. Não adianta você dizer: Eu creio. É mister que você
prove a sua fé. O apóstolo Pedro creu e deu um passo de fé em direção às
águas do mar. A mulher que tinha um fluxo de sangue creu e tocou na orla
dos vestidos de Jesus. Não há uma caso na Bíblia de alguém que recebeu
alguma bênção de Deus que não tenha sido pela fé. A fé é demonstrada em
ações, que chamo de “ações da fé” (veja ainda Marcos 2:1-12; Mateus 9:2;
Marcos 2:5 e Lucas 5:20).

B. A Confissão da Fé

“Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a
este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível.”
(Mateus 17:20).

Não podemos ter uma fé intimista e passiva. Precisamos verbalizar a nossa


fé. Eis a fórmula do milagre para nossa vida: fé + confissão + ação =
operação do milagre de Deus em nossa vida.

Quando falamos algo, precisamos falar de acordo com a nossa fé. Se você
crer, Deus cura você. Então não murmure para que a sua fé não seja anulada
por suas palavras. Se suas palavras são liberadas pela fé no poder de Deus e
debaixo da unção do Espírito, então suas palavras são um decreto.

C. Perseverar na Fé

Embora a fé nos faça crer para o agora e imediatamente nos leve a agir como
quem já alcançou a bênção, muitas vezes só veremos seu fruto algum tempo
depois. Por isso, temos de perseverar na fé. Judas usa a expressão “batalhar
diligentemente pela fé“ (Judas 1:3) e Paulo testemunha que conseguiu “guardar
a fé” (2 Timóteo 4:7). Ambas as expressões indicam que não devemos abrir
mão daquilo que cremos.

Quando as evidências e o tempo agem contra a bênção que buscamos, temos


de apresentar a virtude da perseverança. A Bíblia nos apresenta, entre
outros exemplos, o de Abraão: “Abraão, esperando contra a esperança, creu,
para vir a ser pai de muitas nações, segundo lhe fora dito: Assim será a tua
descendência” (Romanos 4:18). O patriarca nunca deixou de crer e o milagre
aconteceu.

7. COMO AUMENTAR A NOSSA FÉ?

“Então, disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé” (Lucas 17:5). A fé não é


um pacote fechado. Cada crente tem uma medida dela (Romanos 12:3), porém

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mais fé pode ser acrescentada a essa medida. Além de pedir ao Senhor que
acrescente a nossa fé, há também outros fatores que cooperam para aumentar a
nossa fé.

a) Aumentando a fé pela Palavra de Deus. Se a fé vem pelo ouvir a


Palavra de Deus, então é mister que nos dediquemos mais ao estudo
minucioso da Bíblia Sagrada. A Palavra de Deus é o alimento da sua fé.

b) Aumentando a fé pelas experiências. Escrevendo aos irmãos de


Roma, o apóstolo Paulo disse que a tribulação gera a paciência, a paciência
produz a esperança, e a esperança tem como resultado a experiência. Então,
nossa fé pode ser aumentada à medida que crescemos na experiência com
Deus. A exemplo de Davi, que se sentia desafiado a lutar com Golias
baseado na experiência de Deus tê-lo ajudado a derrotar um urso e um leão
(1 Samuel 17:36-37).

c) Aumentando a nossa fé - Orando no Espírito. “Vós, porém,


amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo” (Judas
1.20). Paulo disse que “pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a
Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios” (1 Coríntios 14:2).
“Orar no Espírito” é orar inspirado pelo Espírito de Deus. Essa oração pode
ser manifestada através do “falar em línguas”. Nessa comunicação perfeita,
a pessoa é edificada em sua fé.

8. VIVENDO PELA FÉ EM CRISTO JESUS

Paulo, num dos mais bonitos de seus depoimentos (pregações), declara estar
crucificado com Cristo; e Cristo viver nele, e ele viver pela fé no Filho de Deus.
(Gálatas 2:19-20). Vejamos, agora, de modo prático, como chegarmos a viver
esse nível de fé cristã que Paulo alcançou.

A. Como Nos Vem a fé?

“E assim, a fé vem pela pregação e a pregação pela Palavra de Cristo.“ (Romanos


10:17). Diante do que Paulo ensina, há pelo menos duas coisas importantes
que Deus usa para nos passar a experiência de fé:

 A primeira é o culto, onde tudo gira em torno da fé, preparando-nos


para receber a pregação da Palavra; Palavra que nos traz ensino,
exortação e desafios para o crescimento na fé, enfrentarmos tribulações,
lutas, dúvidas e mesmo perseguições. A tentação posta pelo inimigo é de
que “a igreja é bobagem, lugar de gente tão pecadora quanto as demais
pessoas. Desiste disso!” Somo tentados a deixar de freqüentar os cultos e

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outras reuniões da igreja. O inimigo sabe que isso vai esfriar nossa fé,
porque vamos parar de ouvir a pregação da Palavra de Cristo, meio pelo
qual Deus nos fala e fortalece a fé.

 A segunda é a leitura da Palavra de Cristo. Se queremos receber mais fé,


devemos ler a Palavra de Deus, que é a reunião de escritos diversos que
testemunham a fé e a experiência de um povo que andou com Deus e de
como Deus atuou na vida desse povo, a estudo da Bíblia deve ser diário,
para podermos crescer na fé.

B. Crescendo na Fé

Depois que nos convertemos, aceitando Jesus como Salvador e Senhor,


devemos experimentar um crescimento diário e constante na nossa fé; isso
nos vem pela prática da fé. Paulo, escrevendo aos Romanos, nos dá uma
orientação de como isso ocorre. Vejamos o que ele diz:

 Alcançando paz, graça e esperança – “Justificados, pois, mediante a fé,


tenhamos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio
de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos
firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus.“ (Romanos 5:1-2).
Paulo está afirmando que mediante a fé temos três coisas:
1. Paz - porque fomos reconciliados com Deus pela fé através de Jesus
Cristo.
2. Graça - porque vivendo com Cristo, e em Cristo, estamos sob a graça
de Deus que permanentemente opera sobre nós.
3. Esperança - porque cremos na soberania e poder de Deus; o futuro
será de vitória (mesmo nas dificuldades e apesar delas!) para aqueles
que têm fé em Deus.

 Vencendo as lutas pela fé (Romanos 5:3-5) - A seguir, Paulo mostra que


na nossa vida com Cristo, as tribulações e lutas já não são motivos de
desespero. Primeiro porque nós podemos nos gloriar nessas tribulações.
Em Cristo somos vencedores, mais que vencedores (Romanos 8:37), pois
nada pode nos separar do amor de Deus (Romanos 8:38-39). Sabemos,
também, que as tribulações e dificuldades nos estimulam a confiar em
Deus (Tiago 1:2-4); Deus continua sendo Senhor dos céus e da terra, e
nossa fé nele não é vã. Desse modo, nós somos desafiados e estimulados
a perseverar. E quando perseveramos, estamos tendo uma atitude de fé.
Podemos dizer, então, que Deus se alegra e põe a mão na nossa luta.
Assim, mesmo em tribulação, vemos uma luz no meio de tanta confusão:
é Deus nos amparando.

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Paulo chama esse momento de experiência resultado da nossa


perseverança conjugada com a atuação de Deus. Diante dessa
experiência, onde era só tribulação. Deus nos dá o sinal e bênção de sua
presença e favor. Ele nos diz: “Oi, eu estou aqui”. Nós recebemos
imediatamente a esperança de que Deus está atuando e vai nos dar a
vitória. E Paulo qualifica essa esperança como fruto da fé: “Ora, a
esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nossos
corações pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Romanos 5:5).

9. INIMIGOS DA FÉ

A. Incredulidade

A incredulidade é duvidar do que Deus diz. Assim aconteceu com Eva, no


jardim do Éden (Gênesis 3:1-6), ela duvidou. “Em quem vou crer? Em Deus
ou na serpente?”

Em Hebreus 11:6 lemos: “... sem fé é impossível agradar a Deus.” Em Romanos


8:8 lemos: “Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus”.
Observamos que a incredulidade é inimiga da nossa fé e nos faz desagradar
a Deus. Se queremos agradar a Deus, não podemos duvidar do que a Sua
palavra diz, pelo contrário, devemos crer e confiar sempre em Deus. Se tudo
à sua volta está parecendo contrário à Palavra de Deus, abandone as
circunstâncias e fique com a Palavra de Deus. A incredulidade nos faz
indiferentes e insensíveis, ou seja, ficamos totalmente apartados da vontade
de Deus, distantes do próprio Deus. (Hebreus 3:12)

B. Esforço Próprio

Quando andamos em fé, abrimos mão do nosso esforço próprio, pois


passamos a depender de Deus e não precisamos nos esforçar, nos afadigar
em coisas que Deus não aprova. Hebreus 4:3 diz: “nós, porém, que cremos,
entramos no descanso…”; é o mesmo que dizer: “não sou eu quem faz, és tu
Senhor.” A obra de Deus não se faz no cansaço, não se faz na fadiga e nem
com suor, se faz na dependência Dele.

Muitas pessoas se esforçam e se dedicam mais à obra de Deus do que ao


próprio Deus. Esquecem que o Deus da obra é mais importante que a obra e
por isso se cansam, pois agem no esforço próprio, sem comunhão com Deus.
Veja o exemplo de Marta em Lucas 10:38-42. Marta estava agindo no seu
esforço próprio, preocupada com muitos afazeres. No entanto, Maria sabia
que ouvir de Jesus era uma oportunidade extraordinária demais para dar
preferência a outros tipos de preocupações.

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C. Andar por vista

2 Coríntios 5:7: ”visto que andamos por fé e não pelo que vemos.” As
circunstâncias irão facilmente nos desanimar e nos fazer prostrar. Por isso,
jamais devemos colocar os olhos nas circunstâncias e viver apenas pelo que
vemos. Por exemplo, o governo diz que a situação econômica do nosso país
está um caos e os incrédulos concordam e até afirmam com suas palavras,
porém o crente olha para a Palavra de Deus e vive segundo o que a Palavra
diz. Precisamos ter um olhar profético, viver e andar por fé e não por vista.

Exemplo de Pedro: Mateus 14:27-33. Pedro andava por sobre as águas, ou


seja, ele estava experimentando o sobrenatural de Deus para a sua vida, no
entanto, quando reparou na força do vento, teve medo. O que é isso?
Quando Pedro olhou para o vento (circunstâncias), começou a afundar.
Assim acontece conosco. Está dando tudo certo, aí o diabo lança um vento
(circunstância) para nos intimidar, se olharmos para a situação,
afundaremos!

Não podemos duvidar do poder de Deus, pois Ele pode fazer-nos andar por
sobre as águas, ou seja, em todas as coisas somos mais que vencedores por
meio do Senhor Jesus.(Romanos 8:37).

CONCLUSÃO

A fé é a confiança plena que o crente deposita em Deus e em cada uma das Suas
promessas e que lhe permite declarar o que não é como se já fosse. A fé é um fator
que difere da esperança pois age no presente. Fé é o principal requisito que Deus
exige para nos aproximarmos dEle. Este fator opera em todas as áreas de nossa
vida, ajudando-nos a experimentar o sobrenatural.

APLICAÇÃO

Que emblema tem você tatuado na sua mente? Lembre-se que como filho de Deus,
o Senhor gravou no seu coração “Nascido para triunfar”.

Trate de zelar diligentemente por cada pensamento que chega à sua mente e
proponha no seu coração que durante todo um dia que não vai aceitar um
pensamento negativo sequer. Quando conseguir isto, estenda-o por uma semana, e
depois por um mês e notará que todos os pensamentos que cruzam sua mente
passarão a vir do Espírito de Deus.

TAREFA

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Investigue sobre dois casos nos quais se demonstre na Bíblia a fé verdadeira e a


falta de fé.

QUESTIONÁRIO

1. A palavra fé aparece cerca de 128 vezes no Novo Testamento. Selecione seis


textos alusivos a fé que tenham impactado sua vida.

a) ___________________________________ b) ___________________________________
c) ___________________________________ d) ___________________________________
e) ___________________________________ f) ____________________________________

2. A fé é uma condição para _______________________ e crer que há, e que é


_____________________ (Hebreus 11:6).

3. Andamos por ___________________ e não ________________________ (2


Coríntios 5:7).

4. Defina os termos “certeza” e “convicção” expostos em Hebreus 11:1 e associados


a fé.

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

5. Baseado em Hebreus capítulo 11, relacione o que aconteceu ou o que fizeram os


seguintes personagens guiados pela fé:

ABEL
_______________________________________________________________________

ENOQUE
___________________________________________________________________

NOÉ
_______________________________________________________________________

ABRAÃO
___________________________________________________________________

SARA
______________________________________________________________________

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ISAQUE
____________________________________________________________________

JACÓ
______________________________________________________________________

JOSÉ
_______________________________________________________________________

MOISÉS
____________________________________________________________________

RAHAB
____________________________________________________________________

6. Quando o anjo visitou Maria, mostrando-lhe que havia sido escolhida como a
mãe de Jesus, ela liberou uma expressão que resume sua crença e aceitação pela
fé. Qual foi essa expressão? (Lucas 11:38)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

7. Complete o seguinte texto que concretiza o ato de fé de Pedro:

Quando terminou de falar, disse a Simão:


_______________________________________ Respondendo Simão lhe disse:
Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos,
______________________________________________________ (Lucas 5:4-5).

8. Algumas forças invisíveis trabalham para debilitar nossa fé por meio da


incredulidade, mas o apóstolo João ensina algo a respeito. Explique-o com suas
próprias palavras (1 João 5:10)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

9. A fé é um elemento que distingue o guerreiro espiritual. Descreva os outros


detalhes que integram a armadura de Deus, segundo Efésios 6:10-18.

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______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

10. Relacione os seguintes textos com o ato de fé correspondente:

A. O homem dá mão atrofiada Marcos 5:28-29


_________
B. O paralítico de Cafarnaum Marcos 7:26-30
_________
C. A filha de Jairo Mateus 12:13
_________
D. A mulher siro-fenícia Lucas 8:40-42; 50
_________
E. A mulher que tocou o manto Marcos 2:11-12
_________

11. Olhando a história de Abrão, o que aprendemos sobre a fé? (Gênesis 12:1-2)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

12. O que é a fé Salvadora? (Efésios 2:8-9)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

13. Como nos vem a fé? (Romanos 10:14-17)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

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Lição 6 – O BATISMO

FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA BÁSICA E TEXTOS CHAVES

Mateus 28:19
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho,
e do Espírito Santo.”

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Conhecer a importância do batismo para o novo convertido e, tomar a


decisão de obedecer este mandamento.
 Mencionar o significado, os requisitos e o benefício de ser batizado.
 Explicar o fundamento bíblico e a importância do batismo.
 Mostrar os resultados que são manifestados na vida da pessoa que se
integra na família de Deus, no batismo.

DESENVOLVIMENTO DO TEMA

1. SEGUINDO O EXEMPLO E O MANDAMENTO DE JESUS

A. Porque foi Cristo Batizado?

Cristo foi batizado por João Batista quando este batizava no Jordão (Mateus
3:13-15). Mas o batismo que João administrou a Cristo não foi o mesmo que
administrava aos pecadores de Jerusalém e de além do Jordão. Porque estes
foram batizados com o batismo do arrependimento (Mateus 3:11 e Marcos
1:4). Ora, Cristo não tinha de que se arrepender; portanto, tal batismo não
podia ser administrado a Ele. Então, porque foi ele batizado?

A explicação que o próprio Cristo deu, foi, que Ele queria ser batizado para
“cumprir toda a justiça.” Mas que justiça foi esta? A justiça da lei Mosaica,
ordenada por Deus, que mandou consagrar ao seu ofício todo o sacerdote
de Israel (Êxodo 29 e Levítico 8 e 9). Onde Deus manda que Aarão e seus
filhos fossem lavados com água e ungidos com óleo. A água da consagração
simbolizava a pureza que eles não tinham, mas que deviam ter para servir
no altar do Senhor Deus. O óleo simbolizava o batismo do Espírito Santo.

No batismo de Cristo a água da consagração simbolizava a pureza que Ele


tinha. O símbolo do óleo foi substituído pela realidade – o próprio Espírito
Santo desceu sobre Ele (Mateus 3:16). Cristo é o grande Sumo Sacerdote da
nossa salvação; e o profeta João, por esse batismo, o consagrou ao seu

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sacerdócio na Igreja de Deus. Mas, por que modo foi administrado esse
batismo?

 Ele conhecia muito bem o ritual da sinagoga,


ordenado na lei. Ele podia ter visto vasos, e altares, e utensílios para o
uso no templo, e tendas, e muitas outras coisas consagradas e
purificadas pela aspersão de água viva (Números 19:18).
 Podia ter visto levitas e sacerdotes consagrados ao
seu ofício pela aspersão da água de separação (Números 7:7).
 Muitas vezes devia ter visto pessoas e coisas
consagradas, e purificadas pela aspersão de sangue, e da água de
purificação.
 De certo, muitas vezes tinha ouvido, ou lido em
Isaías 52:15: “Assim espargirá muitas nações”, e em Ezequiel 36:25: “E
aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados”.

Queremos apenas deixar claro que consideremos válidas e bíblicas as três


formas de batismo: imersão; derramamento e aspersão.

B. Mandamento de Jesus

Jesus não tinha nenhum pecado do qual se devia arrepender, e no entanto


desceu às águas do batismo, dando um testemunho de obediência. Depois
de ter ressuscitado dentre os mortos Ele disse aos discípulos: “Ide, portanto,
fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E
eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mateus 28:19-
20).

Podemos ver que o mandamento do Senhor é que aqueles que se convertem


em Seus discípulos selem esta condição através do batismo em água, já que
isto substitui o passar pelo castigo da morte eterna que merecíamos por
causa de nossos pecados. Os judeus que ficaram comovidos no seu coração
depois do discurso de Pedro, perguntaram ao apóstolo “que faremos?” ao
que ele respondeu: “...arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de
Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo”
(Atos 2:38).

Note que o apóstolo faz um apelo ao arrependimento e ao batismo, como


testemunho público de que os pecados são perdoados e que a natureza
pecaminosa foi sepultada juntamente com Cristo (Atos 2:37-38).

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O apóstolo Paulo disse: “Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos
batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados
com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os
mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida”
(Romanos 6:3-4).

O batismo simboliza sepultamento. O Senhor já não nos pede o suplício da


cruz. Na cruz, Jesus carregou nossa culpa, nosso pecado, nossa maldição. A
única coisa que Ele mandou foi que descêssemos às águas do batismo, o que
equivale a morrer na cruz e a deixar toda nossa velha natureza
completamente crucificada.

2. NASCER DA AGUA E DO ESPIRITO

Quando Jesus ministrou sobre o novo nascimento a Nicodemos, usou a


expressão “...nascer da água e do Espírito...” (João 3:5) para definir essa
experiência. O que Ele estava querendo dizer? Já aprendemos que o novo
nascimento se dá quando o espírito do homem é vivificado pelo Espírito de
Deus. Então é fácil entender o que significa “nascer do Espírito”. Mas por que
“nascer da água”? Provavelmente Jesus estava se referindo ao batismo nas
águas, ordenança que Ele confirmou várias vezes em seu ministério e que tem
sido obedecida pelos cristãos através dos séculos.

A. Batismo e Salvação

Certamente o batismo por si mesmo não salva, caso contrário, Jesus não
poderia prometer o Paraíso ao malfeitor que se converteu na cruz, visto que
ele não teve oportunidade de batizar-se (Lucas 23:39-43). Entretanto, esta
exceção não coloca o batismo na condição de mero ritual. Ele tem poder,
assim como a Santa Ceia (a outra ordenança deixada por Cristo) também o
tem. Ao deixar a grande comissão para os seus seguidores após a
ressurreição, Jesus falou enfaticamente: “Quem crer e for batizado será salvo;
quem, porém, não crer será condenado” (Marcos 16:16). Pedro também, após
sua famosa pregação no dia de Pentecostes, ao ser argüido pela multidão
sedenta acerca da salvação, respondeu: “...arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados...” (Atos 2:38).
Parece claro que a importância do batismo no processo de conversão é
muito grande. Se ele não tem valor quando não é precedido pelo
arrependimento e a fé, funciona como uma espécie de confirmação
necessária dos mesmos. Em outras palavras, ser batizado sem arrepender-se
e crer não salva ninguém, mas o arrependimento e a fé são confirmados e
completados pelo batismo.

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B. Comissionados a Batizar

Ao designar a nossa missão, após sua ressurreição, Jesus ordenou: “Ide,


portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo” (Mateus 28:19). Note que o discipulado está intima
e profundamente ligado ao batismo. Os apóstolos ensinaram e praticaram
assim, de maneira que, no começo da igreja, levar os novos crentes o quanto
antes a confirmar a fé descendo às águas era um objetivo de todo cristão.

3. AS IMPLICAÇOES DO BATISMO

A ordenança do batismo é riquíssima em seu significado e implicações. Este


simples ato de obediência está revestido de muita profundidade, de acordo
com as Escrituras.

A. Identificação Com a Obra da Cruz

O batismo é uma declaração pública de fé. Jesus disse: “Portanto, todo aquele
que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai,
que está nos céus” (Mateus 10:32). Ao descer às águas, o novo crente está
confessando que crê na obra redentora de Cristo, em sua encarnação, morte
e ressurreição. Está dizendo também que se identifica com ele em sua morte
e ressurreição (Romanos 6:3-5).

B. Decisão de Morrer Para o Pecado

A conversão é uma decisão de morrer para o pecado e viver uma nova vida
para Deus. O ato do batismo traz essa conotação de sepultamento e novo
nascimento. Paulo diz: “fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo;
para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim
também andemos nós em novidade de vida” (Romanos 6:4); e ainda: “assim
também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo
Jesus” (Romanos 6:11). Por isso mesmo, só faz sentido batizar aqueles que
tomaram uma firme decisão de romper com a velha maneira de viver.

C. Confissão da Fé na Trindade

Jesus ordenou que fizéssemos discípulos “...batizando-os em nome do Pai, e do


Filho, e do Espírito Santo” (Mateus 28:19). Ora, aqueles que aceitam esse
batismo estão confessando sua fé na Trindade Santa, a existência de um só
Deus manifestado na unidade de três Pessoas distintas. Não por
coincidência, quando Jesus foi batizado no Jordão, ocorreu uma das
manifestações mais claras da Trindade registradas na Bíblia. O único e

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verdadeiro Deus se manifestou ao mesmo tempo nas três pessoas distintas:


enquanto o Filho saia das águas do Jordão, o Espírito Santo desceu sobre Ele
em forma corpórea de pomba e o Pai se revelou através de uma voz vinda
dos céus (Mateus 3:16-17).

D. Senhorio Exclusivo de Cristo

Outra séria implicação do batismo é a aceitação do senhorio exclusivo de


Cristo. Os apóstolos costumavam batizar os novos convertidos invocando o
nome do Senhor Jesus (Atos 8:16 e 19:5). Muitos, no decorrer da História
Cristã, têm pagado com o próprio sangue, tornando-se mártires por
assumirem Jesus como Senhor absoluto de suas vidas, renegando todos os
outros deuses e ídolos.

E. Revestimento Espiritual

Há um poder no batismo. Paulo afirma: “porque todos quantos fostes batizados


em Cristo de Cristo vos revestistes” (Gálatas 3:27). Esse revestimento fala de
uma confirmação da identidade de filho de Deus. Há um testemunho dos
céus sobre alguém que se batiza, tendo crido de todo o coração, assim como
aconteceu com o homem Jesus ao ser batizado, quando o Pai falou: “...Este é
meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mateus 3:17). Um paralelo muito
interessante é traçado por Paulo entre a circuncisão de um israelita e o
batismo de um cristão. Eis suas palavras: “Nele, também fostes circuncidados,
não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a
circuncisão de Cristo, tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no
qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o
ressuscitou dentre os mortos” (Colossenses 2:11-12). Assim como um israelita
de sangue ou um estrangeiro convertido ao judaísmo tinha essa identidade
interior confirmada visivelmente pela circuncisão, o cristão nascido de novo
tem sua identidade espiritual chancelada pelo batismo.

F. Inserção na Igreja

Ao ser batizado nas águas, o novo crente é também batizado no corpo de


Cristo, ou seja, é inserido como membro da igreja do Senhor (1 Coríntios
12:13). No dia de Pentecostes, após a pregação de Pedro, uma multidão se
converteu. A Bíblia diz: “Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados,
havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas” (Atos 2:41). Note
que os que eram contados na igreja primitiva eram os que davam o passo de
obediência do batismo. Portanto, ao descer às águas, a pessoa não está
apenas confirmando seu compromisso com o Senhor, mas também com a
igreja, seu corpo na terra.

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4. REQUISITOS PARA SER BATIZADO

“Seguindo eles caminho fora, chegando a certo lugar onde havia água, disse o eunuco:
Eis aqui água; que impede que seja eu batizado? Filipe respondeu: É lícito, se crês de
todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.
Então, mandou parar o carro, ambos desceram à água, e Filipe batizou o eunuco.
Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, não o vendo mais o
eunuco; e este foi seguindo o seu caminho, cheio de júbilo” (Atos 8:36-39).

Ser batizado em água, é um sinal público, de que todos os nossos pecados


foram lavados pelo sangue de Cristo e fomos sepultados em Sua morte para
andar em novidade de vida. Para chegar a esta experiência se faz necessário
cumprir vários requisitos:

A. Crer. “Quem crer e for batizado...” (Marcos 16:16).

A crença antecede o ato do batismo. Ninguém pode ser batizado se não


manifestou sua fé, sem haver crido. Em Marcos 16:16, o Senhor Jesus diz:
“Quem crer e for batizado...”

B. Reconhecer a Obra da Cruz. “...Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus” (Atos
8:37).

A fé do candidato ao batismo tem a ver com o conhecimento do sacrifício de


Cristo na cruz do Calvário como único caminho para sua redenção.
Notemos, no exemplo do etíope, que ele manifesta claramente sua
convicção, dizendo: “Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus”. Entende-se que
ao fazer esta afirmação, não só cria em Jesus como tal, mas igualmente em
Sua obra na cruz. Jesus carregou sobre Seu corpo na cruz toda a maldade do
homem, porém isto é confirmado quando cada pessoa que crê nesta obra
redentora, desce às águas do batismo.

C. Mostrar Frutos Dignos de Arrependimento. “Produzi, pois, frutos dignos de


arrependimento...” (Lucas 3:8).

O arrependimento e o batismo andam juntos. Quando uma pessoa se


arrepende, é necessário mostrar frutos dessa decisão, refletir que realmente
houve uma mudança na maneira de pensar e de agir (Lucas 3:11).

Quando as multidões vinham a João, o Batista, para serem batizadas, ele


lhes dizia: Lucas 3:7-8: “Dizia ele, pois, às multidões que saíam para serem
batizadas: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi,

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pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a dizer entre vós mesmos:
Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar
filhos a Abraão”.

O que João dá a entender, é que o arrependimento e o batismo são


consecutivos, vão juntos. É necessário mostrar o fruto desse
arrependimento. Por isso quando lhe perguntavam: “Que faremos, irmãos?”
Em Atos 2:38 encontramos o reafirmar deste requisito quando Pedro,
terminando seu discurso entre os judeus diz: “...arrependei-vos, e cada um de
vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e
recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2:38).

Em resumo, a crença na mensagem da palavra, o reconhecimento do


sacrifício de Cristo na Cruz são manifestos através da confissão de fé, e são
passos que antecedem o batismo.

5. BEFEFÍCIOS DE SER BATIZADO

Ocorrem três coisas significativas no Batismo:

a) Os Céus se Abrem – Em outras palavras, se estabelece a


possibilidade de que agora sua relação com Deus seja mais direta. O
batismo lhe dá o direito de comunicar-se pessoalmente com seu Senhor e
suas orações entram sem impedimentos na presença Divina.

b) O Espírito Santo vem Sobre sua Vida – A vinda do Espírito Santo é


para revestir cada pessoa em seu homem interior. Gálatas 3:27

c) A Voz de Deus vem ao Coração – Toda pessoa que passa pelo


batismo em água tem a oportunidade de ouvir o Senhor dizendo: tu é meu
filho amado e em ti tenho prazer. Através desta palavra Deus nos faz
entender que, quando descemos às águas do batismo, Ele Se regozija
imensamente conosco, passando a nos ver como Seus filhos. É interessante
notar que Jesus recebeu a Plenitude do Espírito Santo em Sua vida, somente
depois de ter sido Batizado.

6. POR QUE UM SÓ BATISMO?

Paulo fala em Efésios 4:5, de “um só batismo”. O Apóstolo está falando do


batismo cristão, batismo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. João
não batizou a ninguém com o batismo cristão. Nenhum discípulo de Cristo foi
batizado com o batismo cristão, até o dia de Pentecostes. Entretanto, todos os

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discípulos que Cristo fez durante seu ministério foram batizados; mas não foi
com este “um só batismo” de que Paulo fala.

São quatro os tipos de batismos bíblicos:


 Os batismos de consagração;
 Os batismos e purificação do ritual Mosaico;
 O batismo de arrependimento por João;
 O batismo dos discípulos de Cristo.

Todos estes foram feitos na Igreja de Deus por autorização divina; porém,
nenhum deles permanece na Igreja de Deus – foram todos abolidos - ficou “um
só batismo”, o batismo cristão em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Pois, foi este batismo que Jesus nos ensinou antes de ser elevado aos céus,
vejam Mateus 18:18-20.

7. POR QUE BATIZAMOS CRIANÇAS?

Alguns dizem que nós praticamos dois batismos, um dos adultos, e um das
crianças. Enganam-se redondamente. Para nós, o batismo é símbolo da salvação
e não meio da salvação. Portanto, todas as pessoas salvas pelo sangue de Cristo,
todos os que participam dos benefícios da sua propiciação, são idôneos a
receber o batismo cristão. Em nós adultos, esta idoneidade existe só depois do
arrependimento e fé em Cristo. Nas crianças é obra de graça que decorre da
redenção de Cristo. E toda criança permanece em estado de graça e salvação até
a hora em que ela, de motu próprio, desobedeça a Deus, e se coloque no campo
dos seus inimigos.

Quando batizo um adulto, não tenho certeza se o seu estado espiritual está de
acordo com o símbolo da purificação ou não. Mas, quando batizo uma criança,
tenho certeza que o símbolo está de acordo com seu estado de graça. No
primeiro caso, posso errar; no segundo, nunca.

Os irmãos que discordam de nós com ar de triunfo nos convidam a citar o


capítulo e verso do Novo Testamento em que Cristo manda batizar crianças.
Ninguém aponta o lugar onde Cristo proibiu o batismo de crianças. A falta
duma proibição explícita, junto com a prática sem protesto, desde os apóstolos,
deve satisfazer a todo homem que o batismo de crianças foi introduzido na
Igreja pela autoridade de Cristo.

Trácius Cipriano, Bispo de Cartago, que viveu entre 200 e 258 A.D., recebeu
uma consulta de Fido sobre o batismo das crianças antes do oitavo dia, a qual
apresentou a um concílio de 66 membros, e depois respondeu-lhe, concluindo
da seguinte forma: “Portanto, prezado irmão, foi esta a nossa opinião em

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concílio, que por nós ninguém deve ser impedido de receber o batismo e a
graça de Deus, que é misericordioso, bondoso, e que ama a todos. E visto que a
prática do batismo deve ser observada e mantida a respeito de todos, nós
achamos que deve ser ainda mais observada a respeito das crianças e pessoas
recém-nascidas, que, por isso mesmo, mais merecem o nosso auxílio e a
misericórdia de Deus.”

Sobre a compreensão duma doutrina eles muito bem podiam errar e enganar-
se; mas, sobre uma prática visível, como o batismo das crianças, nunca. Uma
coisa destas não podia ser introduzida na Igreja sem eles saberem onde,
quando, como e por quem.

Todos da igreja primitiva nos dizem que o batismo das crianças partiu dos
Apóstolos.
Mas, hoje alguns nos respondem ainda, dizendo: Pouco se nos dá os que dizem,
sabemos o que mandou Cristo, e isto nos basta. Ele disse: “quem crer e for
batizado será salvo”. A criança não pode crer, logo, não pode ser batizada com a
autorização de Cristo.” Quem disse que não? Não foi Cristo. Ninguém entre
nós põe a menor dúvida nestas palavras de Cristo. Porque Ele não estava
falando de crianças. E quem cai no erro de aplicar estas palavras às crianças, o
faz ensinar uma doutrina monstruosa.

Mas vejamos; até onde este raciocínio nos levará. O versículo todo é: “Quem
crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado“ (Marcos 16:16).
Ora, Cristo diz “quem não crer será condenado”; os irmãos dizem que as crianças
não podem crer. Pois bem, a conclusão que se tira destas duas premissas, não é
que “as crianças não podem ser batizadas com a autorização de Cristo”; não,
absolutamente não. A conclusão que sai daí é: “Logo, todas as crianças serão
condenadas”.

Bem sei que estes não sustentam esta doutrina monstruosa. Eles crêem e
ensinam que as crianças se salvam. Pois bem, se a falta de fé, na criança não a
priva da salvação, por que cargas de água andam tirando a conclusão de que a
falta de fé deve privar a criança do batismo, que é somente o sinal visível da
salvação?

Deixe-me ainda mostrar-lhes que o batismo de crianças foi praticado em muitos


momentos no Novo Testamento. Quando Cornélio se converteu o texto diz:
“Então lhe trouxeram algumas crianças para que as tocasse, mas os discípulos os
repreendiam, Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim os
pequeninos, não os embaraceis porque dos tais é o Reino de Deus. Em verdade vos digo:
Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, de maneira nenhuma entrará

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nele, Então, tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos, as abençoava” (Marcos


10:13-16).

Neste texto Jesus afirma que as crianças são membros do Reino de Deus e, além
disto, padrão para ingresso no Reino de Deus. A criança já entrou na nossa
frente no Reino, sobre este parâmetro foi que Jesus deu também um sentido e
dimensão escatológicas à criança: “Qualquer que receber uma criança, tal como esta,
em meu nome, a mim me recebe; e qualquer que a mim me receber, não recebe a mim,
mas ao que me enviou” (Marcos 9:37).

Em face a esta evidência cabe a pergunta semelhante à que Pedro fez aos seus
companheiros na casa de Cornélio: “Porventura pode alguém recusar a água, para
que sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo?” (Atos
10:47). Em cima da lógica de Pedro: ou seja, como negar o símbolo que é o
batismo com água, àqueles a quem Deus já deu a essência que era o próprio
Batismo com Espírito Santo, Sobre isto nós perguntamos: como negar o Batismo
às crianças quando Jesus, o Senhor da Igreja, declara que delas é o Reino, ora,
não é o Batismo um ritual simbólico de iniciação na comunidade do Reino de
Deus: a Igreja?

Sendo assim, que direito nós, os adultos, temos de impedir o acesso de uma
criança ao Batismo, quando Jesus a declara como membro natural do Reino de
Deus?

Bispo Paulo de Oliveira Lockmann

CONCLUSÃO

O batismo em água simboliza sepultamento e é o ato mediante o qual


submergimos (sepultamos) a nossa velha natureza. É uma ordenança deixada por
Jesus e que abre as portas dos céus em nosso benefício, dá a oportunidade de
sermos revestidos do Espírito Santo, e nos faz sensíveis à voz do Pai. Todo
indivíduo que crer na obra redentora de Jesus Cristo na cruz do Calvário deve
descer às águas batismais dando testemunho público de sua fé.

APLICAÇÃO

Se você até este momento ainda não foi batizado por desconhecimento da sua
importância e necessidade, prepare-se para cumprir esta ordenança do Senhor.
Recorra a seu pastor ou líder de imediato e manifeste seu interesse a respeito.

Se já foi batizado, consulte os seus amigos ou familiares crentes que não tenham
cumprido com este requisito e motive-os a dar o passo.

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TAREFA

Descreva em uma folha de papel o que significou o batismo na sua vida, caso seja
batizado.

QUESTIONÁRIO

1. Qual o significado a palavra batismo?

______________________________________________________________________
_______

2. Dê uma razão pelo qual Jesus se batizou.

______________________________________________________________________
_______

3. Segundo Mateus 28:19,20 O batismo é uma ____________________de Jesus que


faz parte da______________________ .

4. O batismo pregado por João era de ________________________de


para_______________________ (Marcos 1:4).

5. Qual a importância do batismo? Sustente biblicamente.

a._____________________________________________________________________
______

b._____________________________________________________________________
______

c._____________________________________________________________________
______

6. De acordo com Mateus 3:13-17, coloque falso (F) ou verdadeiro (V), após as
seguintes afirmações:

 João pediu a Jesus que o batizasse ( ).


 João se opunha a batizar Jesus ( ).
 Os céus se abriram quando Jesus foi batizado ( ).
 O Espírito Santo desceu como pomba sobre João ( ).

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7. Analise o texto de 1 Pedro 2:21,22 e, em suas palavras, exponha porque se Jesus


não tinha pecado do qual se arrepender, se fez batizar por João:

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

8. Quais os requisitos necessários para ser batizado?

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

9. A ordem de situações que deve viver uma pessoa para experimentar o batismo
é: ______________ e ________________ para _______________ e receber
_____________________ (Atos 2:37-38).

10. Quem foi batizado segundo o relato dos seguintes textos:

 Atos 2:41 _________________________________


 Atos 8:36-39 _________________________________
 Atos 9:18 _________________________________
 Atos 10:48 _________________________________
 Atos 16:14,15 _________________________________
 Atos 16:33 _________________________________

11. Mencione as quatro coisas em que perseveravam os recém-convertidos e


batizados na época da igreja primitiva (Atos 2:42).

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

12. Ao obedecer o mandamento de Jesus fazemos valer nossa fé. Tiago 2:17-18 diz
que: A fé sem obras é ___________________________; e que devemos mostrar
nossa fé por____________________________ .

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13. A circuncisão não feita por mãos, consiste em _________________. Fomos


sepultados e ressuscitados em Cristo em _________________ pela fé no poder
de Deus que _________________ (Colossenses 2:11:12).

14. Porque cremos ser correto batizarmos as crianças? (Marcos 10:13-16)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

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Lição 7 – A SANTIFICAÇÃO

FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA BÁSICA E TEXTOS CHAVES

Hebreus 12:14
“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.”

1 Tessalonicenses 5:23
“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam
conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.”

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Busca de um caráter transformado, viver de maneira que agrade a Deus, ter


uma vida abundante (João 10:10) e aprender que Deus é Santo e nos chama
para a santificação.
 Entender que precisamos santos e maduros na fé, desenvolvendo nossa
salvação com temor e tremor, pois só assim estaremos recomendado com a
nossa vida o evangelho do Senhor Jesus Cristo.

DESENVOLVIMENTO DO TEMA

1. O QUE É SANTIFICAÇÃO?

Podemos começar dizendo que o conceito bíblico de santificação não


corresponde à idéia popular de que santo é alguém que vive só na igreja, ou
aquele (a) que abandona tudo para ir viver num mosteiro e passa a vida em
contemplação, retiro e oração, longe do mundo, da sociedade, das pessoas.

Na verdade, a santificação bíblica e exige que o cristão que esteja no caminho


da santificação viva neste mundo, cumpra com sua missão de amar, servir e
cuidar do seu próximo, testemunhando em todo o tempo o Evangelho de Jesus
para todas as pessoas, mas, sobretudo, para aquelas que mais necessitam, ou
seja, as mais desassistidas, desamparadas, sem perspectivas. Tal como foi a
vida de Jesus e a vida dos seus discípulos. Jesus não fundou mosteiros; ao
contrário andou em meio às multidões, curando, pregando e amando.

“Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus
12:14). Este texto mostra o quanto é importante a santificação. Nós cremos que a
santificação é uma extensão natural, uma continuidade obrigatória da
experiência da salvação. John Wesley comparava a experiência da salvação a
uma casa:

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O átrio de entrada é o arrependimento, a porta da casa é a fé que dá o ingresso


ao interior da casa, e o interior da casa é a santificação. Não podemos abrigar
apenas no átrio de entrada (na varanda) da graça de Deus; nem ficarmos
apenas à porta. É necessário que adentremos na graça e salvação de Deus. E
isso implica numa conversão e entrega total de nossas vidas nas mãos de Deus.
Não adianta uma pessoa se arrepender de seus pecados e não mudar de
atitude. Pois quem não muda de atitude vai sempre cometer os mesmos erros,
os mesmos pecados. É na experiência da
Santificação que Deus, como o grande Oleiro, remodela nossas vidas em amor,
misericórdia, fé, santidade.

Após a entrega de nossa vida nas mãos de Deus, a primeira e mais importante
manifestação do Espírito na vida do homem e da mulher é o amor. Quando
amamos intensamente como Jesus amou, não só com palavras, mas também
por ação (serviço), atingimos aquele estado de perfeição cristã, de perfeito
amor, de inteira santificação, expressões empregadas para descrever o alvo da
vida cristã.

Por isso, a santificação é vital, pois cremos que o crente que não se preserva no
caminho da salvação-santificação, perde a sua salvação. E cremos assim, porque
a Bíblia nos ensina que: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”
(Mateus 24:13). Aqui, Jesus, advertindo seus discípulos sobre os últimos
tempos, adverte também sobre a necessidade de preservar a fé e a santificação,
e sobre a possibilidade de não receberem a Salvação divina aqueles que assim
não fizerem. No Apocalipse, o Senhor, falando à igreja de Esmirna em tempos
de tribulação, adverte que essa igreja passaria por provação, mas que deveria
ser fiel até à morte: “Sê fiel até à morte e dar-te-ei a coroa da vida.” (Apocalipse
2:10).

Assim, a santificação é uma exigência de Deus para os seus filhos e filhas. Deus
é Santo, por isso deseja que seus filhos e filhas andem em santidade de vida (1
Tessalonicenses 4:3-7).

2. O CAMINHO DA SANTIFICAÇÃO NA BÍBLIA

A santidade de vida é uma exigência de Deus desde o Antigo Testamento. Pois,


assim falou Deus ao seu povo: “Eu sou o Senhor, vosso Deus; portanto, vós vos
consagrareis e sereis santos, porque eu sou santo; e não vos contaminareis por nenhum
enxame de criaturas que se arrastam sobre a terra. Eu sou o Senhor, que vos faço subir
da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus; portanto, vós sereis santos, porque eu
sou santo” (Levítico 11:44-45).

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Desse modo, andar na presença de Deus era a exigência ao povo de Deus, que
para isso devia andar em consagração ao Senhor e na prática dos seus
mandamentos.

A santificação bíblica, por conseguinte, não é conhecer uma série de preceitos,


mas praticar a vontade de Deus (Miquéias 6:6-8). Também podemos dizer que a
santidade bíblica se manifesta em nossa vida de duas formas: a santidade
pessoal e a santidade social ou comunitária. Embora sejam de dimensões
diferentes, uma não existe sem a outra.

A santidade pessoal envolve a oração, a meditação e o conhecimento da Palavra


de Deus. Envolve nossa capacidade de ser fiel a Deus, zeloso para com sua
vontade e sua obra. No entanto, o maior mandamento, segundo Jesus, é amar a
Deus sobre tudo e sobre todos e amar o nosso próximo como a nós mesmos
(Mateus 22:34-40; 1 João 4:20-21). Na comunidade, o cristão tem de ser
pacificador, promotor da justiça, praticante da misericórdia e do perdão. Como
conseqüência, esta vivência pessoal se interliga com a vida cm comunidade,
onde a prática da Lei de Deus e sua justiça deveriam trazer o Shalom de Deus.
Shalom que significa paz, harmonia, amor e prosperidade a todo o povo. Ou
seja, um povo de irmãos e irmãs que se respeitam, amam e se cuidam. É a
vertente da santidade social.

No Novo Testamento, Jesus estabelece um roteiro para a vida com Deus e em


comunidade. Um dos melhores resumos disso é o Sermão do Monte registrado
em Mateus capítulos 5 a 7. Nas cartas de Paulo, nós encontramos uma série de
textos que mostram que crescer na salvação é crescer na santificação.

John Wesley, baseado principalmente na carta de Paulo aos Romanos, afirma


que a santificação é um processo decorrente e conseqüente do arrependimento
e da fé e convicção dada pelo Espírito Santo de que somos filhos de Deus
(Romanos 8:16), criados, não para andar segundo a carne, mas segundo o
Espírito. Desse modo, o Espírito, habitando em nós, nos conduz no processo da
santificação, “Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os
mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o
vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita.” (Romanos 8:11).

3. SANTIDADE COMO FORMA DE ANDAR

“Disse Josué ao povo: Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio
de vós.” (Josué 3:5).

O texto de Josué 3:5 aponta o desafio e a exigência de Deus para os que queiram
herdar a terra da promessa:

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 Foi uma aliança com Deus;


 uma demonstração de confiança;
 submissão e compromisso;
 e fidelidade a um Deus que é Santo.

Deus estava pronto a abençoar o povo em sua missão de ser um sinal de Deus
para as nações da terra. E sabemos que a passagem do Jordão e a entrada na
terra deu-se a partir do desafio da santificação, consagração. Santidade foi
reivindicada por Deus, de seu povo, e continua sendo reivindicada por Deus,
de sua Igreja.

A santificação é parte da doutrina da salvação, pois permanecer na fé é


caminhar em santidade de vida. Para considerarmos elementos fundamentais
da santidade bíblica, convidamos a refletirem sobre Efésios 5:1-21 - o estilo de
vida do cristão, um roteiro prático para o processo de santificação:

“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também
Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em
aroma suave. Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se
nomeiem entre vós, como convém a santos; nem conversação torpe, nem palavras vãs ou
chocarrices, coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário, ações de graças. Sabei,
pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no
reino de Cristo e de Deus. Ninguém vos engane com palavras vãs; porque, por essas
coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Portanto, não sejais
participantes com eles. Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor;
andai como filhos da luz (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e
verdade), provando sempre o que é agradável ao Senhor. E não sejais cúmplices nas
obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as. Porque o que eles fazem em
oculto, o só referir é vergonha. Mas todas as coisas, quando reprovadas pela luz, se
tornam manifestas; porque tudo que se manifesta é luz. Pelo que diz: Desperta, ó tu que
dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará. Portanto, vede
prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo,
porque os dias são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai
compreender qual a vontade do Senhor. E não vos embriagueis com vinho, no qual há
dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e
louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças
por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns
aos outros no temor de Cristo.” (Efésios 5:1-21)

C. Imitadores de Deus (Efésios 5:1)

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Neste texto de Efésios, Paulo dá os passos para a santificação e recomenda


que sejamos imitadores de Deus. Ou seja, que tomemos a vida de Jesus
como exemplo para nós.

D. Andai em Amor (Efésios 5:1-2)

Como característica principal de uma Igreja que pretende ser santa e corpo
de Cristo, está o amor, o qual é a grande característica de Deus, pois, Deus é
amor. Assim, imitar a Deus, para Paulo, é, antes de tudo, amar. Paulo,
inclusive, afirma, em dado momento, que esta é a única dívida que o cristão
e a cristã nunca pagam: o amor (Romanos 13:8).

Devemos chamar a atenção para o fato de que o Apóstolo não fez a divisão
em versículos, pois vemos que o verso 32 do capítulo 4 da carta aos Efésios
se encaixa perfeitamente no desafio do 5:2, que convoca o andar em amor.

Para andar em amor, precisamos, antes, andar em perdão, sem dúvida,


perdoar e pedir perdão devem ser atitudes presentes em quem decide
obedecer à Palavra de Deus e andar em amor. Andar em amor passou a ser
mais vital para Paulo que os dons espirituais, esse é o ensino dado em 1
Coríntios 1:3: “... passo a mostrar-vos um caminho sobremodo excelente.” O amor
é o caminho da Santidade de Deus.

Somos estimulados a viver o amor de Deus na prática, amando não somente


os que nos amam (Mateus 5:43-48), mas principalmente os que nos
perseguem e prejudicam, esse é o amor de Deus (Romanos 12:14-21).

E. Andai em Pureza (Efésios 5:3-7)

Aqui, Paulo estava apelando para que os cristãos, não se deixassem levar
pela prostituição e várias outras práticas imorais comuns em sua época.
Atualmente, estamos vivendo num tempo em que a malícia e a imoralidade
entram em nossa casa com toda sorte de estímulo à prostituição, ao
homossexualismo, ao adultério, através da televisão, discos, revistas, etc. Tal
imoralidade vem em forma de romance e novela, piadas das quais todos
achamos graça. De tal modo nos acostumamos com tais conceitos, que não
nos damos conta de quão distantes dos princípios bíblicos estamos.

Seja um personagem homossexual, que a todos faz rir, a tal ponto que
nossos filhos o imitam, e até achamos graça; ou mesmo, um astro famoso de
novela que trai a esposa, tendo mais de uma amante; as coisas são tão
distorcidas que, de repente, todos torcem pela morte da esposa, para o astro
poder casar com uma de suas amantes. Infelizmente, nem sempre nos

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damos conta do quanto essas influências atrapalham a nossa santificação. É


importante lermos o que Paulo orientou sobre isso aos Filipenses:
“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é
justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma
virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.”
(Filipenses 4:8).

“.. .nenhum incontinente, ou impuro ... tem herança no Reino de Cristo e de Deus.”
Deste modo, precisamos assumir um comportamento firmado no ensino da
Palavra de Deus.

F. Andai na Luz (Efésios 5:8-14)

Paulo, aqui, fala especificamente sobre andar na claridade, na transparência.


Afinal, Jesus, o nosso guia, é a luz do mundo, e Ele disse que nós também
somos a luz do mundo (Mateus 5:14). Andar na luz é ter uma vida integra,
sem nada para esconder. Mas também não concordamos com essa prática
do mal pelos outros, seja por acobertarmos, ou mesmo pela omissão de
quem faz de conta de que não é com ele. Como se anda na luz:

 Evitando a imoralidade, ou toda sorte de impureza : Paulo adverte


sobre a transparência, a sinceridade e a justiça: ou seja, exorta a não
praticarmos a imoralidade, a idolatria, a linguagem obscena e caluniosa.

 Reprovando tais coisas: Nossa vida deve ser de tal maneira pura,
limpa, justa e sincera que a luz que de nós sai, há de revelar a impureza e
injustiça existente no mundo. Principalmente em nosso Brasil, onde a
miséria e o desemprego, são resultado de uma realidade marcada pela
corrupção e roubo.

 Não sendo conhecidos pelo que não fazemos, mas sim pelo que
fazemos: Todas as coisas impuras e injustas são manifestas diante da luz.
Porém, para que isto ocorra, quem está na luz deve ir em direção aos que
estão fora dela. Há mesmo uma exortação: “Desperta, ó tu que dormes,
levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará” (Efésios 5:14). Muitas
vezes nós não procedemos como a maioria das pessoas, mas também
não dizemos nada contra a impureza ou injustiça; é como estar morto no
meio dos mortos. Precisamos expressar nossa discordância
profeticamente.

Vejamos o que nos diz o Apóstolo João sobre o andar na luz: “Ora, a
mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz,
e não há nele treva nenhuma. Se dissermos que mantemos comunhão com Ele, e

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andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos
na luz, como Ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de
Jesus, seu Fillho, nos purifica de todo o pecado.” (1 João 1:5-7). Assim, andar na
luz é o meio de experimentarmos, na vida cristã, o efeito permanente da
comunhão do Corpo de Cristo e do perdão no sangue de Jesus. Baseado
neste texto, é possível estarmos na luz e continuarmos a praticar as obras
das trevas?

G. Andai em Sabedoria (Efésios 5:15-21)

Andar em sabedoria é ser guiado pela Palavra de Deus ao invés de seguir as


tendências do nosso século e do nosso mundo. Implica, também, em usar o
tempo para a glória de Deus e a edificação do Reino de Deus. O Salmo 1
ensina bem essa prática da sabedoria e do uso do tempo. Ser sábio é não
embriagar-se com o vinho, mas, sim, encher-se do Espírito Santo.

A sabedoria não pode ser confundido com diploma universitário. Para a


nossa sociedade, um homem ou mulher sábios são os que foram bem
preparados academicamente. Este é um grande engano. Os grandes sábios
deste século desenvolveram a energia nuclear, mas hoje se põe em dúvida o
real bem que tal energia pode trazer ao ser humano. Os riscos são tão
grandes que muitos se colocam contra a continuidade das pesquisas. Sem
prejuízo da importância do estudo e da pesquisa, estes não são,
necessariamente, sinônimo de sabedoria.

A sabedoria de Deus é aquela que procura conhecer qual a vontade de


Deus, e nessa vontade andar e viver. É aquela que é orientada pelo Espírito
Santo, pois é um dom desse Espírito. Provinda do Espírito, ajuda a cada
um(a) de nós a descobrir qual o Plano de Deus para a nossa vida, qual o
ministério que tenho eu, individualmente, a desempenhar no Corpo de
Cristo, como educar meus filhos, como me relacionar com meu esposo,
como agir no meu trabalho, etc... Sim, a sabedoria de Deus nos ajuda a fazer
a escolha certa, agir com justiça, bondade e retidão.

4. “TODOS, POIS QUE SOMOS PERFEITOS...”

Muitos cristãos têm dons espirituais e realizam um bom ministério, mas têm as
prioridades desordenadas:

 A obra do Evangelho é uma obra que realizamos em nome de Deus e o


sucesso desta obra/ministério será tanto maior quanto Deus estiver
presente, Certo?

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 E como Deus vai se fazer presente se não vivermos em santidade? Não


sabemos todos que Deus detesta a iniqüidade? (Ler Efésios 4:17-24 e
Colossenses 3:1-11).

Tomemos como exemplo a vida Do Apóstolo Paulo. Ele havia entendido isto
muito bem e ele conhecia muito bem o Antigo Testamento. E por isso sabia que
a falta de progresso na vida do povo e a vitória dos adversários contra o povo
de Deus eram frutos do pecado no meio do povo (Isaías 59:1-2). E sempre que
Deus deu vitória ao povo, ela foi precedida de consagração e santificação:
“Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós” (Josué 3:5).
Paulo buscava a perfeição cristã, e Deus deu a ele o crescimento na santificação.
A expressão: “Não que eu já tenha recebido, ou obtido a perfeição...”. Paulo sabia o
que queria, por isso podia avaliar, pois a expressão não ter obtido ou recebido
era uma autoavaliação. Será que nós temos nos avaliado sobre onde nos
encontramos no caminho da perfeição cristã?

Paulo sabia onde havia sido seu ponto de partida, que era Damasco; sabia onde
queria chegar, e qual era o seu alvo: “...o prêmio da soberana vocação em Cristo
Jesus” (Filipenses 3:14). Assim podemos concluir que Paulo sabia onde estava
entre estes pontos, e tinha consciência que avançava, crescia a cada dia, pois sua
obstinação era grande como mostra as expressões: “prossigo para alcançar... não
julgo havê-lo alcançado; mas uma cousa faço, esquecendo-me das cousas que para trás
ficam e avançando para as que diante de mim estão...” (Filipenses 3:12-13).

Você hoje pode visualizar seu ponto de partida na carreira da santificação?


Sabe claramente qual seu alvo? Está progredindo na direção dele a cada dia? As
mesmas perguntas devemos fazer à nossa igreja local. Quando ela começou?
Onde ela está em crescimento e santificação? Onde pretende chegar? (Gálatas
3:20).

Paulo havia posto a sua vida ministerial em ordem de prioridade correta.


Primeiro santificar-se e conhecer a Deus; o ministério tornou-se uma
decorrência disto. E Deus foi fazendo as coisas acontecerem em sua vida. A
afirmação deste texto corre nesta direção, todos tenhamos este sentimento, ou
intenção de santificarmo-nos. Se alguém pensa diferente, Deus vai esclarecer,
diz Paulo.

5. SERVINDO DE MODELO

“Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes
em nós” (Filipenses 3:17)

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Nas cartas paulinas encontramos por oito vezes o apóstolo recomendando que
o imitem e que a Igreja ande segundo o modelo que tem nele. Hoje nós temos
dificuldade de identificar estes modelos de cristianismo. A Igreja Primitiva se
fortaleceu em torno destes modelos, Paulo, Barnabé, Pedro, João, Tiago, Maria,
Isabel, Febe, Lídia, foram servos (as) que em tudo recomendavam o Evangelho,
e serviram de modelo para o mundo que os cercava, e principalmente para os
novos crentes.

Para nós, na Igreja Moderna, podemos dizer que John Wesley, Charles Finney,
D.L.Moody tornaram-se um modelo importante para nós, principalmente em
seu zelo pela proclamação do Evangelho e pelo padrão de uma vida santa.

Tem-se ouvido de diversos líderes cristãos: “eu não sou perfeito, o modelo é
Jesus”. É certo que o modelo é Jesus mas o povo, a sociedade em geral não vê
Jesus, vê a Igreja, os cristãos, vê você, vê a mim. Embora seja altamente
desafiador, é responsabilidade da Igreja ser modelo para o mundo. O
Evangelho, o Senhor Jesus são glorificados ou envergonhados por nosso
testemunho. Sim, precisamos ser santos e maduros na fé, pois só assim
estaremos recomendando com a nossa vida o Evangelho do Senhor Jesus.

“A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de


sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se
apoiasse em sabedoria humana e. sim no poder de Deus” (1 Coríntios 2:4-5).

Não poderíamos escapar desta responsabilidade, precisamos ter vida íntegra


que sirva de modelo ao mundo, principalmente aos novos convertidos.

6. SALVAÇÃO E SANTIFICAÇÃO

Qual a relação entre salvação e santificação? A Salvação é o ato mais importante


de Deus através de Jesus. Ele mostra a Sua face e se revela em Jesus Cristo,
colocando-se a favor das pessoas e contra tudo aquilo que prejudica sua
humanidade e sensibilidade. Contra tudo o que destrói a vida e que não
permite a manifestação da graça divina.

Ao nos depararmos com a santidade de Jesus, vemos nossa ambigüidade,


mesquinhez e pecado. Esse encontro com Jesus nos desafia a segui-lo.

Cremos que, depois de nos tornarmos cristãos, estamos sujeitos a cairmos da


graça de Deus. Ou seja. assim como respondemos positivamente ao chamado
de Deus, acolhendo sua Palavra, presença e graça, da mesma forma podemos, a
qualquer tempo, voltar a nos fechar para Deus. Sua Palavra e Graça. Daí a
recomendação do Apóstolo Paulo: “... andeis de modo digno da vocação a que fostes

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chamados...” (Efésios 4:1) e do alerta: “aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que
não caia” (1 Coríntios 10:12).

Como podemos ver a santificação é decisiva no perseverar no caminho da


salvação, como ensina Hebreus 12:14: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a
qual ninguém verá o Senhor.” Ou ainda as palavras do próprio Senhor Jesus:
“Aquele, porém que perseverar até o fim, esse será salvo” (Mateus 24:3). E mesmo em
sua palavra as igrejas do Apocalipse: ”... sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da
vida” (Apocalipse 2:10). Para firmar nossa base bíblica leiam ainda Hebreus
10:35-39: “Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão. Com
efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus,
alcanceis a promessa. Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não
tardará; todavia, o meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não se compraz a
minha alma. Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos,
entretanto, da fé, para a conservação da alma.”

CONCLUSÃO

Deus é Santo (Salmos 99:9). Se há uma frase que pode sintetizar o caráter e a
natureza do Senhor, é esta. N'Ele não há sequer a possibilidade de pecar. A Bíblia
diz que “... Deus não pode ser tentado pelo mal e Ele mesmo a ninguém tenta”
(Tiago 1:13). Considerando tal verdade, precisamos compreender a afronta que o
pecado se torna diante d'Ele. Se olharmos para a cruz, vendo como Deus
descarregou a Sua ira sobre Jesus, pois este assumira a iniqüidade dos homens
sobre si, podemos ter uma idéia de como ele odeia o pecado.

Em seu amor, o Pai disponibilizou o perdão a nós, pecadores, pelo sangue de


Cristo, mas não deixou e nunca deixará de abominar o pecado. Por isso, aqueles
que recebem o perdão precisam assumir o compromisso de viver uma vida de
santidade, uma vez que, pelo Espírito Santo, recebem toda a graça necessária para
fazê-lo e o desenrolar da caminhada cristã depende deste procedimento.

APLICAÇÃO

Disponha a levar uma vida de santidade, não somente na Igreja, mas também, e
principalmente, em sua casa, trabalho, escola, faculdade, com os amigos, na rua,
etc. Peça ao Espírito Santo para te revelar todas as áreas em sua vida que ainda não
esteja andando em santidade.

TAREFA

Observe e investigue o que tem impedido de você andar em uma vida santificada.

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QUESTIONÁRIO

1. Por que a santificação é importante para a salvação? (Josué 3:5)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

2. Discipulado é estilo de vida, ou seja como andamos no dia a dia. Neste


sentido qual a relação entre andar em amor e em andar em pureza? (Efésios 5:1-
7)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

3. O que significa andar na luz? (1 João 1:5-7)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

4. A falta de progresso e de frutos na vida do cristão pode ser sinal de que?


(Isaías 59:2)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

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5. Por que é importante uma vida santa e um bom testemunho? (Filipenses


3:17)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

6. Qual a relação entre santificação e salvação? (Hebreus 12:12-17 e Mateus


24:13)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

7. Completar:

a) A santificação é uma extensão natural da


_____________________________________

___________________________________________________________________
_______

b) A santificação é uma exigência de Deus para os que são


salvos, porque Ele é santo, por isso deseja que seus filhos e filhas andem em
santidade de vida. Essas exortações estão em 1 Tessalonicenses no
capitulo________ versículos __________ .

c) A recomendação de Levítico 11:44b e 45b é: “portanto, sereis


_____________________

___________________________________________________________________
_______

8. Marcar as afirmações corretas com (X):

100
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a) ( ) A santificação não é conhecer uma série de preceitos, mas praticá-


los.
b) ( ) Para sermos santos temos de nos isolar deste mundo e da vida em
comum.
c) ( ) A santidade pessoal envolve oração, meditação, conhecimento da
lei de Deus e a prática da justiça e da misericórdia.
d) ( ) A verdadeira santidade tem duas dimensões: a pessoal e a social.
e) ( ) Podemos crescer na salvação sem crescer na santificação.

9. Mencione os passos do roteiro proposto em Efésios 5:1-20 para o crescimento


no processo da santificação, e destaque o versículo onde cada um deles está
escrito:

a) Sermos imitadores de Deus Efésios 5:1


b) Andar em _____________________ Efésios 5:2
c) ______________________________ Efésios 5:3-7
d) ______________________________ Efésios 5:_____
e) Andar em _____________________ Efésios 5:_____

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Lição 8 – A BÍBLIA

FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA BÁSICA E TEXTOS CHAVES

2 Timóteo 3:16-17
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra.“

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Compreender as razões pelas quais a Bíblia é a Palavra de Deus e o


fundamento para a vida cristã.
 Mencionar a estrutura bíblica e suas características.
 Descrever as características da Bíblia.

DESENVOLVIMENTO DO TEMA

Somente na Palavra de Deus encontramos a autoridade que justifica a fé do crente


e todas as suas crenças. Nenhum documento elaborado pelo homem por mais
conteúdo científico que tenha, pode substituir a Bíblia como livro perfeito, que
revela o propósito divino para o homem e a orientação doutrinária requerida para
edificá-lo na vida cristã.

1. O QUE É A BÍBLIA

A palavra Bíblia vem do grego Blblos que significa livros. Entende-se que esses
escritos formam por si mesmos um conjunto concreto e determinado, sendo
superiores às demais obras literárias existentes. Assim, a Bíblia é conhecida
como As Sagradas Escrituras, conteúdo que a eleva à categoria de livro por
excelência.

O Novo Dicionário Bíblico Ilustrado destaca que a Bíblia não é meramente um


livro, e sim um grande número de livros, e que o emprego do termo "escritura"
ilustra a importância da diversidade de redatores, vê-se nela uma maravilhosa
unidade que revela uma direção inteligente, que não deixou de agir durante
mais de mil anos, período em que se estendeu sua redação.

Assim, a Bíblia pode ser definida como o livro sagrado, que é a Palavra de Deus
escrita por diferentes autores mediante revelação do Espírito Santo.

2. A BÍBLIA É A PALAVRA DE DEUS

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A Bíblia é Palavra de Deus, desde o livro de Gênesis até o livro de Apocalipse.


Foi escrita em um longo período de tempo, com a participação de vários
homens, que são os escritores sagrados, de diferentes épocas, culturas e
camadas sociais. Havia entre eles poderosos monarcas, ilustres estadistas,
mulheres virtuosas, juizes, governantes, profetas e também lavradores e
pescadores. Estes homens santos que participaram na escritura de todo o cânon
bíblico, foram inspirados pelo Espírito Santo (a Palavra “inspiração” quer dizer
sopro). Deus os encheu de Seu Espírito e sem que perdessem sua
personalidade, puderam escrever as maiores verdades, que formam todo o
conteúdo Bíblico. A Bíblia é o livro mais lido em todo o mundo através de todas
as épocas, mesmo os homens mais ilustres necessitam conhecer os escritos
sagrados.

O apóstolo Pedro escreveu: “porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por
vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo
Espírito Santo” (2 Pedro 1:21). Cada um dos escritores sagrados estava
consciente de que o que escrevia era por inspiração divina. Paulo disse: “Disto
também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo
Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais” (1 Coríntios 2:13). Jeremias
comenta: “Palavra que do Senhor veio a Jeremias, dizendo: Assim fala o Senhor, Deus
de Israel: Escreve num livro todas as palavras que eu disse” (Jeremias 30:1-2).

O propósito de Deus é que cada um de Seus filhos avance na fé, até alcançar a
maturidade espiritual e se multiplique fazendo discípulos: ” antes, crescei na
graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo…” (2 Pedro 3:18a).
A Bíblia é o manual para obter este conhecimento integral.

3. IMPORTÂNCIA DA BÍBLIA

 É importante por ser a voz de Deus e a revelação de Cristo.


 Contém as leis divinas.
 Sua difusão histórica contém 66 livros que resumem o trabalho de vários
escritores em diferentes épocas.

4. O PODER DA PALAVRA DE DEUS

A Palavra de Deus é eterna (Mateus 24:35). Ela tem poder em si mesma. Está
escrito: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer
espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e
medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hebreus
4:12). Esse texto usa três termos importantes para descrevê-la: ela tem vida
(João 6:63); é eficaz, no grego, o termo é “energues”, que significa operante,

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dinâmica, cheia de energia e é cortante, no grego “makaira” que é como o bisturi


de um cirurgião. Podemos notar o poder da Palavra descrito nas partes
fundamentais deste texto:

 Viva – A Palavra de Deus tem tanta vida que o próprio


Senhor disse: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão”
(Mateus 24:35). Para Seus discípulos que não alcançavam compreender a
profundidade de Suas palavras, Jesus lhes disse: “O espírito é o que vivifica; a
carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida”
(João 6:63).

 Eficaz – Isto é: “operante ou dinâmica” ou seja, que vem


carregada de toda a energia divina e cumpre o propósito para o qual Deus a
tem enviado. “Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim
vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei” (Isaías
55:11).

 Cortante – Ela é cortante ou tangente, mais que uma espada


de dois gumes (Grego Makhaira). É como o bisturi do cirurgião e está
destinada a curar o amigo. Quando a Palavra de Deus é falada, chega até as
partes mais íntima do ser, curando as feridas mais profundas da alma e do
espírito. O fato de que seja de dois gumes (Grego Distomos) significa
literalmente “de duas partes”, podendo assim penetrar muito mais fundo
no ser humano, chegando até as juntas e medulas e discernindo os
pensamentos e as intenções do coração.

Outras características do poder da Palavra de Deus:

 Segredo do sucesso - Se alguém quiser ser bem-sucedido na presença de


Deus, precisa desejar e buscar o conhecimento da Palavra de dia e de noite
(Salmos 1:2). Davi dizia: “Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o
dia” (SI 119:97). Ela é “lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os
meus caminhos” (Salmos 119:105). A vontade e os pensamentos do Senhor
estão entesourados nas Escrituras para nós. Ela é a fonte de toda a direção e
revelação espiritual que precisamos.

 Fonte de intimidade e fé – Ler a Bíblia, meditando sob inspiração do


Espírito Santo, é uma maravilhosa maneira de conhecer a Deus e ser
edificado. Paulo já dizia: “E fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus”
(Romanos 10:17). O que o apóstolo está querendo dizer é que a fé é
acrescentada quando ouvimos a Deus, e o ouvimos pela sua Palavra. Ou
seja, quanto mais meditamos e estudamos as Escrituras, mais os nossos
sentidos espirituais são aguçados para receber revelação de Deus e,

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conseqüentemente, mais fé recebemos.

 Exigência para um obreiro aprovado – “Procura apresentar-te a Deus


aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a
palavra da verdade” (2 Timóteo 2:15). Assim Paulo instruiu Timóteo em
relação ao seu ministério. Ele deveria ser aprovado por Deus e, para isso,
teria que manejar bem a Palavra. Isso fala de estudo sistemático e diligência.
O bom obreiro é alguém que se dedica intensamente à meditação bíblica e
busca conhecer profundamente a Palavra de Deus (Colossenses 3:16).
Aqueles que desprezam este princípio e se tornam negligentes, acabam
caindo em vergonha e sendo rejeitados (Oséias 4:6).

 A grande ferramenta de trabalho - Um líder na Casa de Deus precisa


manusear a Palavra como seu principal instrumento de trabalho. “Toda a
Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3:16-17). Esse texto nos
diz que a Bíblia é útil para quatro coisas: ensinar (no grego “didaskalia”, que
significa doutrinar, estabelecer verdades de modo sistemático), repreensão
(no grego “elegchos”, que quer dizer repreender, convencer do erro), corrigir
(do grego “epanorthosis” que significa restaurar a um estado correto) e
instruir (no grego “paidéia”, que tem o sentido de conduzir uma criança pelo
ensino e disciplina até a maturidade). O obreiro que não desenvolver
habilidade no uso dessa ferramenta se verá em situações muito difíceis no
ministério.

5. ASPECTOS QUE DISTINGUEM A BÍBLIA DOS DEMAIS LIVROS

A Bíblia é o registro da revelação Divina ao homem, pois Deus é seu autor


principal. Sua finalidade é a salvação do homem mediante o tratamento da
verdade, sem que apareça nela nenhuma margem de erro. Levando-se em conta
estes aspectos, observa-se na Bíblia um objetivo de instrução que orienta a
humanidade para o claro conhecimento da pessoa de Jesus Cristo como o único
caminho até o Pai, e, consequentemente, o único instrumento de salvação. Estes
são alguns aspectos que a distinguem dos demais livros:

a) A Revelação de Deus ao Homem – Esta revelação foi


originalmente transmitida na forma oral, de geração em geração, e mais
tarde na forma escrita, utilizando os idiomas hebraico, aramaico ou grego.
Pouco a pouco tem sido transmitida para grande parte da humanidade,
facilitando assim sua conservação.

b) Com Relação à Salvação do Homem – A unidade da

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Bíblia consiste em que todo o seu conteúdo gira em torno da salvação do


homem. A orientação nas apreciações quanto a salvação são distintas em
três sentidos:
 Apresentar Aquele que traz a salvação, ou seja, Deus, através de Jesus
Cristo.
 Apresentar a forma como esta salvação pode ser obtida pela graça de
Deus, que exige uma manifestação de fé em Seu Filho e a obediência à
Sua Palavra.
 Explicar quem está apto a receber a salvação, ou seja, todos aqueles que,
mediante a fé em Jesus, formam o povo de Deus, a Igreja de Cristo (Atos
13:16-40).

c) O Que se Refere à Verdade – O assunto fundamental


da Bíblia é revelar a verdade que tanto o homem deseja conhecer a respeito
da vida. Nas Sagradas Escrituras, Deus nos mostra que a verdade da
existência e do destino do homem estão além dos limites terrenos e que
somente Ele, em Sua Onisciência e Soberania, pode dar a conhecer. Ao se
levar em conta a verdade que é o próprio Deus, que se apresenta através das
Escrituras, toda a possibilidade de erro fica reduzida a zero. O próprio
Senhor Jesus Cristo, fazendo referência à verdade que a humanidade deseja
e precisa, na oração de despedida aos Seus discípulos, disse: “Santifica-os na
verdade; a tua palavra é a verdade” (João 17:17). Ao longo da história, a Palavra
de Deus, escrita na Bíblia, tem sido provada e tem avançado, vencendo todo
o ataque, e confirmando assim a palavra do apóstolo João: “Não vos escrevi
porque não saibais a verdade; antes, porque a sabeis, e porque mentira alguma
jamais procede da verdade” (1 João 2:21).

d) Jesus Como Personagem Central – No decorrer dos


66 livros que a compõem, a Bíblia faz referência ao agente usado por Deus,
como o instrumento para outorgar a salvação ao homem: Jesus Cristo. No
Velho Testamento é mencionado continuamente, de forma declarada e
manifesta. É a pessoa de Jesus Cristo que facilita a coesão e unidade dos
escritos bíblicos. As referências ao plano de salvação são bastante claras nas
Sagradas Escrituras, indicando que este plano somente seria efetivo através
de Jesus Cristo, de Seu ministério, de Seu sacrifício na Cruz do Calvário e de
Sua ressurreição. a fim de justificar a humanidade diante do Pai. Jesus é o
personagem destacado nas Escrituras como o único caminho para Deus. Por
isso Ele mesmo disse: “Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e
não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o
Pai?” (João 14:9).

A. Um Livro Como Nenhum Outro

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Há muitas características na Bíblia, que fazem dela um livro sublime, para


não dizer absolutamente sagrado. Se ela foi escrita pela instrumentalidade
de homens, seu verdadeiro autor é Deus, pois ela traz provas irrefutáveis de
seu caráter Santo. Vamos ver algumas dessas características:

 Iluminação – Iluminar é lançar luz sobre algo e a Bíblia tem


esse poder, tanto de desvendar o coração humano, quanto de revelar o
coração de Deus para o homem. Quando suas páginas são lidas sob uma
ação do Espírito Santo, têm o poder de transformar vidas e molda-las
segundo a vontade de Deus.

 Inspiração – Os homens escreveram a Bíblia sob inspiração


divina. Está registrado que “porque nunca jamais qualquer profecia foi dada
por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus,
movidos pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1:21). Esta inspiração garante uma
unidade completa e um poder sobrenatural às suas palavras.

 Atração – Tal é o caráter divino da Bíblia que, depois de dois


mil anos de completado seu compêndio ela continua sendo livro mais
lido, mais vendido e traduzido no maior número de línguas. Nenhum
outro livro se lhe aproxima nestes termos. Além do mais, suas páginas
podem ser lidas multiplicadas vezes por uma pessoa, e ainda assim
estarão renovadas e trarão sempre um refrigério para a alma humana e
alimento para o seu espírito.

 Preservação – Pedro diz que “a palavra do Senhor, porém,


permanece eternamente...” (1 Pedro 1:25). Isso tem sido provado com a
História. Apesar da perseguição e da oposição científica, do tempo tão
longo que foram escritos seus originais, a Bíblia se conserva íntegra até
os dias de hoje.

 Precisão – A Bíblia está cheia de relatos que têm sido


confirmados pela Ciência e Arqueologia. Além disso, as profecias
bíblicas são extremamente precisas e muitas delas já se cumpriram de
modo literal.

6. TEMOR E ZELO PELA PALAVRA DE DEUS

Uma das maiores armas de satanás contra a igreja é a heresia ou a falsa


doutrina (Efésios 4:14; 1 Timóteo 6:3 e 2 Timóteo 4:3). Devemos nos precaver
contra isso. Ninguém pode acrescentar ou subtrair nada à Palavra de Deus
(Apocalipse 22:18-19) e qualquer ensinamento que contradiga o que nela está
escrito deve ser rejeitado (Gálatas 1:8-9). Também é necessário cuidado com as

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interpretações que damos ao que lemos (2 Pedro 1:20). A Bíblia tem uma
unidade e todo assunto precisa ser analisado dentro do seu contexto e sob a luz
de toda a Palavra de Deus. Não podemos distorcer e manipular o que está
escrito, segundo nossos próprios interesses.

7. ESTRUTURA BÁSICA DA BÍBLIA

A. Pentateuco

Inclui os cinco primeiros livros da Bíblia, desde Gênesis até Deuteronômio.


Seu conteúdo expõe o princípio da criação, a história dos patriarcas e as leis
dadas ao povo de Israel no período de sua convivência com as nações
caracterizadas pelo paganismo.

B. Livros Históricos

Incluem os livros de Josué até Ester. Seu conteúdo expõe dados históricos
sobre a forma como Deus revela a Si próprio e a Sua verdade de uma forma
progressiva.

C. Livros Poéticos e da Sabedoria

São os livros compreendidos entre Jó e Cântico dos Cânticos. Em seu


conteúdo destacase a poesia hebraica. Sua exposição é variada,
especialmente no Livro de Provérbios, que expressa princípios para a
formação individual e social.

D. Livros Proféticos

Incluem desde Isaías até Malaquías. O conteúdo destes livros refere-se à


história escrita anteriormente em relação a acontecimentos distantes e a
outros de cumprimento iminentes no futuro.

E. Os Evangelhos

Abrangem desde Mateus até João no Novo Testamento. Seu conteúdo


principal gira em torno da vida de Jesus, incluindo Seu nascimento,
ministério, ensinos, sofrimento, milagres, morte, ressurreição e ascensão.

F. Livro de Atos

Contém a história do Cristianismo do primeiro século. Destaca como foram


aceitas por judeus e gentios, as boas novas da salvação, por meio de Cristo.

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G. As Epístolas

Abrangem desde Romanos até Judas. São cartas dirigidas especialmente às


igrejas da época e a seus líderes. Seu conteúdo fornece a orientação para a
congregação quanto a fé cristã e a pratica dos parâmetros Divinos.

H. O livro de Apocalipse

É o livro que mostra simbolicamente os planos divinos a respeito dos


tempos finais. Seu conteúdo constitui uma mensagem específica às igrejas
no final do primeiro século e aos crentes de todas as épocas. Os
acontecimentos futuros são a sua base.

8. RELACIONA-TE COM A PALAVRA

Uma das promessas dadas pelo Senhor para obter a vida eterna, está muito
ligada ao nosso contato com Sua Palavra. “Examinais as Escrituras, porque julgais
ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (João 5:39). Por esse
motivo devemos de nossa parte esforçarmo-nos para poder tirar o máximo
proveito do conhecimento da Palavra. A melhor maneira de alcançá-lo é tendo
presente cinco aspectos, como se fossem os cinco dedos de nossa mão:

A. Ouvindo a Palavra

Deus nos fez com dois ouvidos para que ouvíssemos Sua Palavra, e a
voltássemos a ouvir, e continuássemos ouvindo até que esta forme parte de
nossas vidas. Os especialistas em motivação pessoal sabem que, uma
conferência bem dinâmica conseguirá manter as pessoas motivadas durante
os primeiros três dias, razão pela qual são ministradas palestras em áudio,
para que se mantenham em um processo contínuo de auto-motivação. A
Palavra de Deus não é somente nossa fonte inesgotável de motivação, mas
também é nosso alimento espiritual, portanto nosso contato deve ser diário.
(Deuteronômio 28:1).

B. Lendo a Palavra

D.L.Moody, um pregador do século XIX, comentou: “Antes eu fechava


minha Bíblia e orava pedindo a Deus que me desse fé, até que entendi que a
fé vem pelo ouvir e o ouvir pela palavra de Deus, desde então abro minha
Bíblia e leio e isto aumenta minha fé”. Lendo três capítulos por dia e cinco
aos domingos, em um ano você lê toda sua Bíblia, desde Gênesis até
Apocalipse.

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C. Estudando a Palavra

Na época de Neemias o povo tinha três maneiras de estudar a Bíblia


(Neemias 8:8).

 Liam-na claramente.
 Colocavam sentido.
 Entendiam a leitura.

D. Memorizando a Palavra

Deus deseja que cada um de Seus filhos tenha um contato tão íntimo com a
Palavra, até que esta faça parte de sua vida. Moisés deu algumas normas ao
povo de Israel com relação à Palavra. (Deuteronômio 11:18-20)

 Deveriam colocá-la no coração e na alma.


 Atá-la como um sinal na mão.
 Seria frontal nos olhos.
 Ensiná-la-iam aos filhos.
 Falariam dela em casa e fora de casa.
 Escrevê-la-iam nos umbrais e nas portas de sua casa.

Dedique-se ao estudo organizado da Palavra de Deus. Depois de 24 horas


você poderá lembrar: 5% do que ouve, 15% do que lê, 35% do que estudou.
Mas poderá lembrar 100% do que aprender de memória.

E. Meditando

Cada vez que a Palavra chega a nossa mente, requer um tempo de quietude,
durante o qual o Espírito Santo toma cada uma das palavras divinas e as
impregna no mais íntimo de nosso ser. Isto nos ajuda a entender a vontade
de Deus para nossas vidas, compreender nosso propósito nesta terra e
tomar a direção correta.

O Senhor disse a Josué (Josué 1:8) que deveria meditar nas escrituras de dia
e de noite, porque assim poderia guardar e praticar a Palavra e isto traria
como resultado a prosperidade.

Memorizar, estudar, ouvir, ler e meditar na Palavra de Deus, gera uma


unção tão poderosa que logo se reflete na mudança de famílias, cidades e
nações inteiras, porque os pensamentos de Deus são de bem e não de mal
para Seus filhos.

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9. EXISTEM NA BÍBLIA DOIS TIPOS DE PALAVRA

A. Logos

É a palavra escrita (Oséias 4:6). É a letra, o conhecimento natural do


conteúdo bíblico. Esse conhecimento é extremamente importante. Vejamos
alguns textos em que no original se usa o termo Logos. E qual deve ser a
nossa atitude para com a palavra escrita? “...Se alguém me ama, guardará a
minha palavra (logos)...” (João 14:23); ”...alimentado com as palavras (logos) da
fé...” (1 Timóteo 4:6); “...que maneja bem a palavra (logos) da verdade” (2
Timóteo 2:15); “Prega a palavra (logos)...” (2 Timóteo 4:2).

Devemos ler, meditar e decorar esta Palavra. Sem o conhecimento da


Palavra escrita, nunca chegaremos à experiência da Palavra viva (Rhema).
Primeiro devemos ter a mente cheia do Logos, para que o Espírito Santo nos
traga o Rhema.

B. Rhema

Enquanto o Logos é a Palavra falada no passado e que se tornou escrita, o


Rhema é a Palavra que Deus está falando conosco em nosso coração.
Vejamos algumas passagens do Novo Testamento em que a Palavra Rhema
é usada. Está escrito: “...Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra
(rhema) que procede da boca de Deus” (Mateus 4:4).

Isto significa que o Logos, a palavra escrita, não pode nos alimentar,
somente o Rhema pode nutrir-nos em nosso espírito. Tanto o Logos como o
Rhema são a Palavra de Deus, mas a primeira é a Palavra escrita na Bíblia,
enquanto a última é a Palavra de Deus falada a nós em uma ocasião
específica.

“... as palavras (rhema) que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (João 6:63).
Somente o Rhema é espírito e vida, na verdade o Logos sozinho não pode
dar vida, pode até mesmo matar, porque a letra mata, mas o espírito
vivifica.

10. A PALAVRA COMO ALIMENTO ESPIRITUAL

“...também quem de mim se alimenta por mim viverá” (João 6:57). Como já sabemos,
ninguém cresce sem o alimento. Somos seres espirituais. O nosso crescimento
acontece em nosso espírito, por isso vamos falar sobre o alimento espiritual.

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“Filho meu, atenta para as minhas palavras; aos meus ensinamentos inclina os ouvidos.
Não os deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-os no mais íntimo do teu coração.
Porque são vida para quem os acha e saúde, para o seu corpo” (Provérbios 4:20-22).

Para termos a Palavra como nosso alimento é preciso que a valorizemos.


Quando leio a Bíblia, tenho que ter entendimento de que ela é a essência do
próprio Deus, pois saiu dEle.

11. CONFISSÃO DA PALAVRA

A Palavra de Deus é o próprio Deus. Ela nos fala como falaria Jesus. Tem a
mesma autoridade. A Bíblia é um livro que tem vida: a vida de Jesus. A Palavra
é o eterno presente, é o sopro de Deus, é a mente de Deus, é o caráter e a
santidade de Deus.

A. O Que é Confissão?

Confissão é o testemunho de fé em nossa boca. A confissão é simplesmente


concordar com Deus, dizendo as suas próprias palavras, usando as suas
próprias expressões, declarando a Palavra de Deus.

B. Confissão Traz Apropriação (Romanos 4:17)

Apropriar das verdades bíblicas. Quando eu confesso, chamo à existência as


coisas que ainda não existem. A confissão é o único meio da fé se expressar
a si mesma como nossa testemunha. Paulo declarou que pregou a Palavra
da Fé. A única maneira de ter a Palavra em nossa boca é falar a Palavra de
Deus (Romanos 10:8).

C. A Importância da Confissão

Aquilo que confessamos é aquilo em que cremos. Se, por exemplo, você
confessa derrota, é derrota que vai ter. Você pode até não reconhecer, mas
em grande parte você é dominado por suas palavras.
“Palavras são sementes, palavras repetidas são sementes regadas”. As
nossas palavras são de grande importância em nossa vida: são sementes
lançadas que, no tempo certo, darão frutos. “Estás enredado com o que dizem
os teus lábios, estás preso com as palavras da tua boca” (Provérbios 6:2).

D. A Palavra Como Arma

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“Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada
de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e
é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hebreus 4:12).

A Palavra é uma arma, sendo assim, é melhor você se armar e sair para a
peleja, pois o inimigo está rodeando, procurando uma brecha. “Sede sóbrios e
vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge
procurando alguém para devorar” (1 Pedro 5:8).

Você talvez me responda: eu já tenho uma Bíblia. Mas, ouça-me, ter uma
Bíblia apenas não resolve. A Palavra é uma arma que não funciona na mão,
ou no armário, etc... Funciona na boca e no coração. A Palavra na sua boca
vai produzir o que ela diz, vai gerar vida e ainda mais, vai arrasar o diabo.
Ele não desiste facilmente, todavia devemos atacá-lo com a mesma arma
que Jesus usou. Jesus usou a Palavra de Deus para derrotar satanás. “Está
Escrito” (Mateus 4:1-11). Ele permaneceu firme apenas confessando a
Palavra dizendo: “Está Escrito...”.

“Está escrito” é o logos e o rhema em ação. A verdade não é o que você vê,
nem o que você sente, ou o que quer que seja. A verdade é o que a Palavra
de Deus diz. Ainda que você não veja, nem sinta, ainda assim confesse a
Palavra de todo o seu coração.

CONCLUSÃO

O verdadeiro crente é aquele que procura a edificação contínua de sua vida através
do conhecimento da Palavra de Deus, e de uma maneira diligente se esmera por
memorizá-la, pois sabe que nela se revela a vontade de Deus para com o homem.

É imprescindível que você entenda a importância deste “livro dos livros” para sua
vida. Não ignore o que a Palavra diz para você e para os seus. É indispensável que
você se fortaleça espiritualmente para, mais adiante, poder fortalecer a outros.

APLICAÇÃO

Disponha-se dia a dia a manter uma relação genuína com Deus, através do estudo
da Bíblia, buscando com dedicação as grandes verdades, que são o tesouro
escondido de Deus, reservado para cada um de Seus filhos.

Proponha ler diariamente um número de capítulos e memorizar aqueles textos nos


quais Deus lhe fala diretamente.

Se ainda não leu toda a Bíblia, comece a lê-la de modo organizado, analisando-a e

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meditando nela.

TAREFA

Aprender todos os livros da Bíblia, na ordem correta, para usá-la da melhor forma.

QUESTIONÁRIO

1. Escreva quatro aspectos nos quais a palavra de Deus é útil. (2 Timóteo 3:16)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

2. Quais são as três funções da Palavra de Deus? (Hebreus 4:12)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

3. Qual é o dever de cada crente com relação à palavra de Cristo? (Colossenses


3:16)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

4. Quais as conseqüências em desprezar o conhecimento? (Oséias 4:6)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

5. Como nos veio a profecia da Escritura? (2 Pedro 1:20-21)

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______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

6. Escreva diante de cada texto o que entende que é a Palavra de Deus.


Provérbios 30:5
______________________________________________________________
João 6:63
______________________________________________________________
Salmo 107:20
______________________________________________________________
Isaías 55:11
______________________________________________________________
João 5:24
______________________________________________________________
Salmo 119:105
______________________________________________________________
João 15:3
______________________________________________________________
Jeremias 31:33
______________________________________________________________

7. Faça uma lista dos livros da Bíblia em sua respectiva ordem.

a) Pentateuco

1. _______________________ 2. _______________________ 3.
_____________________

4. _______________________ 5. _______________________

b) Históricos do Velho Testamento

1. _______________________ 2. _______________________ 3.
_____________________

4. _______________________ 5. _______________________ 6.
_____________________

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7. _______________________ 8. _______________________ 9.
_____________________

10. ______________________ 11. ______________________ 12.


____________________

c) Livros poéticos

1. _______________________ 2. _______________________ 3.
_____________________

4. _______________________ 5. _______________________

d) Livros dos profetas maiores

1. _______________________ 2. _______________________ 3.
_____________________

4. _______________________ 5. _______________________

e) Livro dos profetas menores

1. _______________________ 2. _______________________ 3.
_____________________

4. _______________________ 5. _______________________ 6.
_____________________

7. _______________________ 8. _______________________ 9.
_____________________

10. ______________________ 11. ______________________ 12.


____________________

Note que o cânon do Velho Testamento é formado por 39 livros.

Escreva em ordem os livros do Novo Testamento.

f) Livros dos Evangelhos

1. _______________________ 2. _______________________ 3.
_____________________

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4. _______________________

g) Livros dos Atos dos Apóstolos

1. _______________________

h) Livros doutrinários – Epístolas Paulinas

1. _______________________ 2. _______________________ 3.
_____________________

4. _______________________ 5. _______________________ 6.
_____________________

7. _______________________ 8. _______________________ 9.
_____________________

10. ______________________ 11. ______________________ 12.


____________________

13. ______________________

i) Livros doutrinários – Epístolas Gerais

1. _______________________ 2. _______________________ 3.
_____________________

4. _______________________ 5. _______________________ 6.
_____________________

7. _______________________ 8. _______________________

j) Livro de revelação

1. _______________________

Note que o cânon do Novo Testamento é formado por 27 livros.

8. Diga em que lugares caiu a semente da Palavra de Deus. (Lucas 8:15)

______________________________________________________________________
_______

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______________________________________________________________________
_______

9. Escreva três modos como devemos relacionar-nos com a Palavra de Deus.


(Deuteronômio 28:1)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

10. Com suas próprias palavras responda as seguintes perguntas, segundo


Deuteronômio 17:19
O que deve ter consigo?
_______________________________________________________
O que deve ler?
_______________________________________________________
Quanto deve ler?
_______________________________________________________
O que aprenderá?
_______________________________________________________
O que deve guardar?
_______________________________________________________

11. Escreva três coisas que tornam o homem bem-aventurado. (Apocalipse 1:3)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

12. Em suas próprias palavras o que entende por esquadrinhar as Escrituras? (João
5:39)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

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13. Em que contribui a Bíblia para nosso desenvolvimento espiritual? (2 Timóteo


2:15)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

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Lição 9 – A ORAÇÃO

FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA BÁSICA E TEXTOS CHAVES

Mateus 6:5-13
“E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas
sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que
eles já receberam a recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a
porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.
E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu
muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe
o de que tendes necessidade, antes que lho peçais. Portanto, vós orareis assim: Pai nosso,
que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade,
assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas
dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em
tentação; mas livra-nos do mal pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!”

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Conhecer a importância da oração e a necessidade da mesma.


 Definir o que é oração.
 Compreender e aplicar os 10 níveis de que podem existir na oração.

DESENVOLVIMENTO DO TEMA

A oração é o único meio que Deus estabeleceu para mudar nossas vidas, famílias,
cidades, nações e continentes. Se o povo de Deus soubesse verdadeiramente como
orar, nossos governos estariam fundamentados na verdade do evangelho de Jesus
Cristo, comprometidos, lutando verdadeiramente pelo bem-estar dos povos.
Através de toda a história, encontramos homens simples que puderam crer em
Deus e por cujas orações suas nações foram transformadas, reconciliaram seu povo
com Deus e trouxeram o avivamento espiritual.

O Senhor nunca ensinou a Seus discípulos como pregar, mas sim os ensinou como
orar. Ele os reuniu e lhes disse: “Vós orareis assim”, e lhes deu as devidas
instruções de como deveriam desenvolver a oração eficaz. Se você é um discípulo
de Cristo tem que aprender a comunicar-se com Deus. Quando você chega em sua
casa tem a chave apropriada para poder entrar. Da mesma maneira, há somente
uma forma para podermos nos comunicarmos com Deus que é através da oração.
Essa é a chave-mestre que abre a porta para nos relacionarmos diretamente com
Ele.

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1. ISTO É ORAR

A oração consiste em ter uma relação pessoal com Deus. Nesta relação, Ele se
deleita escutando cada uma das palavras que saem de nossos lábios. “Por isso,
vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim
convosco” (Marcos 11:24).

A oração é um derramar do coração diante do Criador, que responde


concedendo bênçãos ao que procede justamente porque “... Muito pode, por sua
eficácia, a súplica do justo” (Tiago 5:16).

A. Peça no Nome de Jesus

Não podemos nos dirigir diretamente ao Pai. Toda a oração que você eleve,
tem que ser feita em o nome de Jesus.

“Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus,


homem” (1 Timóteo 2:5).

“E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus,


cada uma de vossas necessidades” (Filipenses 4:19).

Sugerimos que faça uma lista das coisas que lhe fazem falta, e desenvolva
sua fé, apresentando-a dia a dia em oração, esperando que Ele mesmo lhe
responda, porque Deus tem o tempo para responder a cada uma de nossas
necessidades.

B. Acompanhe Cada Oração com Agradecimento.

“Entrai por suas portas com ações de graças e nos seus átrios, com hinos de louvor;
rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome” (Salmo 100:4).

“E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa
segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1 João 5:14).

O crente em Cristo deve converter a oração em um estilo de vida, em algo


inerente a sua nova natureza e que lhe permite manter-se em vitória e acima
das circunstâncias.

2. IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO

A vida cristã não se mantém nem se desenvolve sem uma disciplina de oração,
pois todo o crente em Cristo é chamado a depender completamente de Deus

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enquanto se encontra enfrentando as lutas e desafios deste mundo. Paulo disse:


“com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com
toda perseverança e súplica por todos os santos” (Efésios 6:18).

A oração é o fôlego de vida do cristão e por isso devemos ter em conta que:

 Descuidar da oração entristece a Deus (Isaías 43:21-22 e 64:6-7).


 Muitos males são derivados da falta de oração (Oséias 7:13-14 e Daniel 9:13-
14).
 É pecado deixar de orar (1 Samuel 13:23).
 Deus nos determina ser perseverantes na oração (1 Tessalonicenses 5:17 e
Colossenses 4:2).
 É o método para obter o que Deus nos há de conceder (Daniel 9:3; Mateus
7:7-11 e Lucas 11:13).
 Os apóstolos consideraram a oração como a melhor forma de empregar seu
tempo e atenção (Atos 6:4 e Romanos 1:9).

3. POR QUE DEVEMOS ORAR?

Se Deus já conhece as minhas necessidades, por que devo orar? Será que devo
amolar a Deus com detalhes insignificantes da minha vida particular, se
existem questões de muito maior importância no mundo? A resposta que
encontramos é que Deus deseja dialogar conosco. Ele tem interesse em nós. Da
mesma forma que anelamos por nossos filhos compartilharem de seu dia na
escola, também Deus anela por ouvir de nós os menores detalhes de nossa vida.
Podemos enumerar outras razões por que devemos orar:

 orar é um mandamento (Mateus 7:7-8);


 a verdadeira oração exige temor a Deus (João 9:31);
 a oração revela e produz humildade (Daniel 9:17-19);
 a oração nos convence de que aquilo que recebemos veio das mãos de
Deus, gerando em nós a gratidão (1 Crônicas 29:14);
 através da oração descansamos (Salmos 37:1-7);
 descobrimos os tesouros de Deus (Colossenses 2:1-3);
 a oração libera as bênçãos de Deus (João 15:7).

4. O NOSSO MODELO

Se somos discípulos de Cristo, somos seus seguidores, imitadores de tudo


quanto Ele fez (1 Coríntios 11:1). Ao lermos os Evangelhos, percebemos que
uma das marcas mais evidentes na vida do homem Jesus era seu zelo pela
oração. Ele não admitia obstáculos em sua comunicação com o Pai. Orava
muitas vezes sozinho (Mateus 14:23 e Marcos 6:46) e retirava-se para lugares

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tranqüilos a fim de buscar a Deus. Em outras ocasiões, orou em público (João


11:41-42) e motivou seus discípulos a acompanhá-lo nessa prática (Lucas 9:28).

A. Prioridade Para a Oração

Um dos grandes desafios que temos que vencer para manter uma vida de
oração abundante é o ativismo. Não raramente, estamos tão ocupados,
correndo atrás de tantas coisas, que não reservamos um tempo de qualidade
para buscar ao Senhor. Isto, porém, é um grande laço. Todas as coisas pelas
quais corremos tanto fluirão muito mais se estivermos na sua presença.
Buscar o reino de Deus e a sua justiça é a chave para termos nossas
necessidades supridas (Mateus 6:33).

Há um princípio de prosperidade na Palavra de Deus que devemos fazer


valer em todas as áreas da nossa vida. Se damos as primícias ao Senhor,
todo o restante será abençoado (Romanos 11:16). Isso serve para a nossa
vida financeira, para a nossa família, mas também para o nosso tempo.
Quando estamos dispostos a dedicar o melhor do nosso tempo para buscar
sua face, Ele faz render o que sobra para cuidarmos de nossos próprios
afazeres e somos bem sucedidos.

B. Deixando as Outras Coisas do Lado de Fora

Jesus ensinou os seus discípulos a fazerem assim: “Tu, porém, quando orares,
entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu
Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mateus 6:6). Ele estava com estas
palavras enfatizando a necessidade de manter comunhão pessoal e
exclusiva com o Pai. Ao nos mandar entrar no nosso quarto e fechar a porta
atrás de nós, o Mestre está nos falando de prioridade e qualidade para Deus.
Prioridade porque, ao fechar a porta, deixamos do lado de fora e em
segundo plano todas as pessoas e compromissos para nos dedicar primeiro
ao Senhor, como fez Maria, mesmo debaixo das pressões de sua irmã Marta,
que valorizava mais o ativismo que o reservar-se ao Senhor (Lucas 10:38-42).
Qualidade porque, fazendo assim, estamos nos separando para oferecer o
melhor a Ele, sem interferência de qualquer natureza.

Jesus não apenas ensinou, mas praticou esta verdade. Embora fosse um
homem muito ocupado, sempre cercado de multidões que lhe sugavam
tudo o que podiam, absolutamente dedicado ao trabalho que o Pai lhe
designara a fazer (João 5:17), Ele não abria mão do seu tempo exclusivo e
separado para a oração. Muitas vezes o vemos deixando tudo para trás e
isolando-se num lugar para buscar a face do Pai (Mateus 14:23; Marcos 1:35
e Lucas 4:42).

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Seus discípulos aprenderam muito bem a lição. Quando ficaram sem o


Mestre, após sua assunção, dedicaram-se à oração. Embora estivessem
cheios de entusiasmo por anunciar o Evangelho e a ressurreição por todo
lugar, ficaram em Jerusalém por várias semanas apenas orando. Depois,
quando a igreja explodiu em crescimento e eles se tornaram líderes
requisitados por muito trabalho, estabeleceram um limite e disseram: “e,
quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra” (Atos 6:4).
Isso demonstra o quanto eles priorizavam o estar diante de Deus para o
sucesso de seus ministérios.

5. PRINCÍPIOS E REQUISITOS PARA A ORAÇÃO EFICAZ

 Morrer diariamente. Cada dia temos que recorrer ao altar do sacrifício e


aceitar que o Senhor, na cruz do calvário nos outorga a salvação, a cura, a
libertação, a prosperidade e a vitória sobre a morte.

 Lavarmos a nossa vida na água da Palavra. Quem está limpo somente


necessita que a Palavra dia a dia lave sua vida.

 Pedir a plenitude do Espírito (Isaías 11:2).

 Pedir que Deus dê revelação de Sua Palavra aos pastores e líderes, que têm
a responsabilidade de alimentar o rebanho.

 Apresentar diante do Pai a sua família, e interceder pelos méritos do sangue


de Jesus em favor das pessoas que estão sob sua responsabilidade.

 Pedir a Deus que a Palavra seja gravada em seu coração, que você seja um
reprodutor de vida e que confie sempre na provisão divina.

 Adorá-Lo como adoram os anjos. A oração deve realizar-se de modo


íntegro, para que mova o coração de Deus, porque Ele abomina a oração do
ímpio: “O Senhor está longe dos perversos, mas atende à oração dos justos”
(Provérbios 15:29). Somente aqueles que se mantém distantes do pecado,
que não o consentem em seu coração, são os que podem recorrer a Deus
através da oração e obter resposta da parte dEle.

“Aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração


purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura” (Hebreus 10:22).

O Senhor nos deu três passos essenciais que devemos ter presentes para que
nossas orações sejam eficazes:

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 Não ser hipócritas.


 Privacidade na oração.
 Não usar vãs repetições.

A. Não Ser Hipócrita

“E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas
sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos
digo que eles já receberam a recompensa” (Mateus 6:5).

Quem é o hipócrita? O que se justifica a si mesmo. Possivelmente você tem


ouvido, ou talvez tenha feito orações tais como: “Senhor, perdoa-me, eu não
queria fazer isto; obrigaram-me a fazê-lo; ela teve a culpa; ainda que seja
pecador, agrada-Te de mim; eu sei que o que estou fazendo não é bom, mas
assim sirvo ao Senhor; não sei por que o fiz, esta carne é tão fraca que me
domina.” Não devemos ser hipócritas; se foi você quem pecou, tem que ser
sincero, reconhecer seus pecados e não culpar aos outros. O salmista Davi
fez a seguinte pergunta: “Quem há que possa discernir as próprias faltas?
Absolve-me das que me são ocultas. Também da soberba guarda o teu servo, que ela
não me domine; então, serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão.”
(Salmos 19:12-13).

O hipócrita não vê seus próprios defeitos, mas vive analisando os erros dos
demais. O Senhor, exortando aos escribas e fariseus, disse-lhes: “Hipócritas!
Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios,
mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas
que são preceitos de homens.” (Mateus 15:7-9).

B. Privacidade na Oração

“Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai,
que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mateus 6:6). A
oração secreta é uma intimidade, semelhante à intimidade conjugal; no
lugar secreto Deus se relaciona conosco e por sua vez podemos cultivar ali a
amizade com o Espírito Santo. Cada crente precisa de um lugar onde possa
ter diariamente essa privacidade com Deus, seja no escritório, em seu
quarto, na sala ou outro lugar. O Senhor Jesus Cristo, como não estivesse
um lugar específico, orava ao ar livre nas madrugadas (Marcos 1:35).

O salmista Asafe estava lutando muito dentro de si por ver a prosperidade


dos ímpios, e era tão forte o bombardeio de seus pensamentos que deu
lugar à inveja; só quando entrou no santuário de Deus compreendeu o fim

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dos maus, que Deus os têm posto em lugares escorregadiços; em


assolamentos os fará cair (Salmos 73:17-18).

O Senhor disse, através do profeta Isaías: “Vai, pois, povo meu, entra nos teus
quartos e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe
a ira” (Isaías 26:20).

C. Não Usar Vãs Repetições

O Senhor adverte Seus discípulos que não façam da oração uma mera reza.
Quem fazia isto eram os cidadãos de Éfeso, que por duas horas, todos juntos
gritavam: “Grande é Diana dos efésios” (Atos 19:34). A reza era muito
familiar entre os pagãos, mas não entre o povo de Deus. “Escuta, ó Deus, a
minha oração, dá ouvidos às palavras da minha boca” (Salmos 54:2). O salmista
em sua oração argumentava com Deus como o faz um homem com seu
próximo. Para mim não é nenhuma penitência falar com minha mulher;
antes, pelo contrário, é um gozo. Assim é a oração; deve-se fazer com gozo,
alegria e com inteligência; não como obrigação imposta. O Apóstolo Tiago
disse: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos
prazeres” (Tiago 4:3). Ainda que Deus exija que cada um de Seus filhos ore
diariamente, não obstante, há orações que não têm resposta porque não são
acompanhadas de fé, e sem fé é impossível agradar a Deus. Uma oração
mecânica não tem absolutamente nada de fé.

6. COMO ORAR

Os discípulos pediram a Jesus: ensina-nos a orar. E, através da Bíblia, temos a


resposta de Deus. Devemos orar da seguinte maneira:

 segundo a vontade de Deus (João 15:7);


 com fé (Hebreus 11:6 e Tiago 1:6-8);
 com espírito de contrição (Isaías 57:15);
 diretamente a Deus ou a Jesus Cristo (Mateus 4:10 e Lucas 23:42):
 com perdão aos outros (Mateus 5:23-24 e 1 Pedro 3:4);
 em nome de Jesus (João 14:13 e Efésios 2:18);
 no espírito (Judas 20 e Efésios 6:18);
 com perseverança (Lucas 18:1 e 1 Tessalonicenses 5:17).

7. SEGREDOS PARA UMA VIDA DE ORAÇAO BEM SUCEDIDA

Há princípios que devem reger a nossa prática de oração. Se não tomarmos


decisões em relação ao assunto e não formos radicais em manter tais decisões,
teremos uma vida pobre de comunhão com Deus e isso afetará tudo o mais que

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nos envolve. Para uma vida abundante de oração é importante ter paixão por
Deus e pela sua presença, mas é necessário também disciplina, para que as
atividades diárias não nos roubem do altar.

A. Escolha o Melhor Lugar

Em se tratando de tempo pessoal com Deus, é importante que tenhamos um


lugar tranqüilo para buscá-lo, um lugar onde nada e ninguém nos chamará
a atenção, a não ser o Senhor. Jesus sugeriu o teu quarto, mas pode ser
qualquer outro ambiente separado. Isso é importante porque orar é mais do
que falar com Deus. É conversar com Ele! Implica em falar e ouvir e para
isso precisamos de tranqüilidade.

B. Consagre Diariamente um Tempo Determinado

Muitas pessoas não conseguem manter uma vida abundante de oração


porque não separam um tempo determinado para isso. Decidem que vão
orar, mas não determinam quando e nem por quanto tempo. Assim, acabam
permitindo que outros compromissos ou necessidades invadam esse espaço
que deveria ser para o Senhor. Se você quer ter vida de oração, marque hora
para isso e determine um tempo mínimo diário em que permanecerá à sua
disposição. Então, entre no seu lugar de oração e fique lá até o fim daquele
período pré-estabelecido, mesmo que não tenha mais nada para falar com
Deus. Muitas vezes você verá que Ele mesmo usará este espaço para falar
com você e ministrar à sua vida coisas maravilhosas.

C. Não Permita Que a Religiosidade Substitua o Relacionamento

Ter vida de oração é relacionar-se livremente com Deus, manter com ele
diálogo e gozar o privilégio de sua presença. Isso implica num contato
dinâmico que envolve todo o nosso ser (espírito, alma e corpo). O que
acontece, porém, é que muitas vezes fazemos do orar um hábito frio,
monótono e religioso, perdendo todo o prazer de estar em sua presença e,
muitas vezes, perdendo até a sua presença.

8. OS DEZ NÍVEIS DA ORAÇÃO

Além de nos indicar como alcançar orações efetivas, o Senhor Jesus Cristo nos
deu a oração do Pai Nosso como modelo para nos comunicarmos com Deus,
não como uma estrutura para cair em vã repetição, e sim como um guia com
níveis específicos que cobrem as necessidades do cotidiano humano.

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“... Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se
a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e
perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e
não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal pois teu é o reino, o poder e a
glória para sempre. Amém!” (Mateus 6:9-13)

1. Nível de redenção “Pai nosso”

Ninguém pode chamar a Deus “Pai” se não for redimido pelo sangue de
Jesus Cristo. Jesus podia chamar a Deus “Pai” porque tinha a mesma
natureza divina, e para que nós possamos fazer o mesmo, devemos ser
adotados como filhos de Deus, o que se alcança pela fé em Jesus Cristo (João
1:12-13).

Jesus surpreendeu os religiosos da sua época ao chamar Deus de Pai


(Mateus 11:27; Lucas 10:22 e João 5:43). Até então este conceito era
inconcebível na mente de um judeu, que nem ousava proferir o nome de
Jeová. Mais do que isso, Jesus abriu caminho para que todos os que nele
crêem se tornem filhos de Deus (João 1:12). Assim, ao ensinar seus
discípulos a orar, Ele começa estabelecendo as bases do relacionamento que
devemos manter através da oração. Apesar de que o Senhor é Eterno,
Santíssimo, Todo-Poderoso, Criador, etc... devemos entrar em sua presença
com na condição de filhos. A vida de oração não se baseia em formalismo,
distância e medo, mas em comunhão, liberdade e intimidade.

2. Nível de autoridade “Que estás nos céus”

Através da oração se reconhece que os céus constituem o trono de Deus.


Crê-se que o apóstolo Paulo foi arrebatado até o terceiro céu (céu de Deus).
Por isso em Efésios 1:17-18, o Apóstolo deseja que cada crente compreenda
qual é a esperança a que Deus nos chamou, quais são as riquezas da glória,
a herança que adquirimos com os santos e o extraordinário poder que nos é
dado, que é o mesmo que operou em Cristo ser ressurreto dentre os mortos
e sentado nos lugares celestiais (Efésios 1:19-23).

3. Nível de adoração “Santificado seja Teu nome”

A natureza divina de Deus é santa, ou seja, separada completamente da


maldade. Tudo o que Ele criou foi com o propósito de que O adorasse e
glorificasse. Por isto Jesus disse à samaritana que o Pai busca adoradores em
Espírito e em verdade (João 4:23-24).

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O louvor e a adoração são uma chave para o nosso relacionamento com


Deus. Fomos feitos para o louvor da sua glória (Efésios 1:12). Louvar ao
Senhor, é elogiá-Lo pelos seus feitos e pelo que Ele é, verbalizar a gratidão e
admiração que sentimos diante Ele. Já a adoração é uma atitude interior de
quebrantamento que se expressa através de um culto sincero e exclusivo a
Deus. Ao dizer “Santificado seja o Teu nome”, Jesus está nos encorajando a
fazer desses elementos um conteúdo importante da nossa vida de oração.
Ao entrarmos no nosso lugar secreto, devemos fazê-lo com uma prioridade
no coração: agradar o coração do Pai e prestar-lhe culto (Salmos 100:4).
Depois nos preocuparemos com nossas próprias necessidades.

4. Nível de governo “Venha a nós Teu reino”

O propósito divino é que Seu plano de governo para o ser humano seja
entendido, aceito e expandido por toda a terra. Começa com um indivíduo
que logo envolve a sua família. Esta família envolve então outras famílias
até que o plano de Deus se estabeleça em todas as esferas sociais e esta
sociedade se encarregue de eleger representantes para os setores decisivos a
nível governamental. (Provérbios 29:2).

O reino de Deus é o governo, o domínio do Senhor. Ao dizer “venha o Teu


reino”, estamos pedindo que esse domínio celestial venha, seja sobre nossas
vidas, seja sobre a vida dos outros. Através da oração devemos consagrar
nos sujeitar ao Senhor em cada área, permitindo que Ele nos controle. Além
disso, é fundamental desenvolvermos o ministério de sacerdotes,
intercedendo por circunstâncias e pessoas. Clamar pelas nações ou orar pela
conversão de um amigo, por exemplo, é pedir ao Pai que traga o seu reino.

5. Nível de evangelismo “Seja feita a Tua vontade, assim na terra como no


céu”.

A vontade do Pai é que ninguém se perca, e sim que todos se arrependam


(João 6:39). O nosso compromisso deve ser que a manifestação do amor de
Deus, através de Seu filho Jesus Cristo se estenda por todo o mundo e
alcancemos isto compartilhando as Boas-Novas da salvação com todos os
perdidos.

“Seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu” também é um nível
de sujeição e busca de direção. O coração do homem pode e deve fazer
planos, mas Deus tem a resposta certa (Provérbios 16:1). É muito comum
vermos cristãos fazendo empreendimentos e depois buscando a benção de
Deus. O que o Mestre está nos ensinando a fazer é colocar nossos projetos
em oração diante do Senhor e buscar sua vontade. Não significa apenas

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pedir que a vontade de Deus seja feita, mas sujeitar a nossa própria vontade
a Ele. Jesus deu exemplo disso em toda a sua vida terrena e, em especial no
Getsêmani, mostrou o que é orar pedindo direção ao Pai. Assim devemos
fazer (Mateus 26:39). Portanto, o melhor lugar para se tomar decisões não é
uma mesa de negócios ou uma sala de reuniões, mas o lugar secreto da
oração.

6. Nível de provisão “O pão nosso de cada dia, nos dá hoje”

O propósito de Deus é a prosperidade de Seus filhos tanto no aspecto


espiritual como no físico e no material. Por isso o apóstolo João disse ao
ancião Gaio: “Amado, acima de tudo, faço votos por tua prosperidade e saúde,
assim como é próspera a tua alma” (3 João 2).

Deus sabe de tudo o que precisamos antes que a palavra chegue à nossa
boca, mas Ele nos ensinou a pedir (Lucas 11:9). Precisamos fazer conhecidas
nossas necessidades diante do Pai, todos os dias (Filipenses 4:6). Isso é um
sinal de plena dependência do seu favor. A petição e a súplica são
elementos que precisam fazer parte das nossas orações diárias (Efésios 6:18)
e através delas receberemos suprimento para todas as nossas necessidades.

7. Nível de perdão “E perdoa nossas dívidas, assim como nós também temos
perdoado aos nossos devedores”.

Quando oramos sem haver experimentado o perdão de Deus nas nossas


vidas, e sem haver transmitido perdão àqueles que nos tem ofendido a
nossa oração tem falta de poder, porque a falta de perdão se converte em
uma barreira entre nós e Deus (Mateus 5:23-24).

Orar é colocar-se sob a luz da face de Deus. Deve ser um momento de


reflexão e sondagem de coração. Jesus nos ensinou tratar dos nossos
pecados na presença do Pai. Ao pedir perdão pelas nossas dívidas e perdoar
os nossos devedores, estamos exercitando uma limpeza do nosso próprio
coração, seja do pecado ou do ressentimento. É através da confissão que
recebemos perdão (1 João 1:9) e podemos permanecer diante de Deus.

8. Nível de proteção “e não nos deixes entrar (ou cair) em tentação”

O homem encontra-se em constante perigo no dia a dia, a tentação sempre


está próxima para tentar prendê-lo. Somente uma vida disciplinada de
oração, buscando a proteção de Deus, poderá mantê-lo longe do perigo
(Provérbios 22:3 e 1 Coríntios 6:18).

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Mesmo nesse ambiente de glória e intimidade com Deus, o Mestre não nos
permite esquecer que estamos numa guerra e temos inimigos. Ele nos
orienta a buscar proteção contra o pecado e contra toda forma de mal.

9. Nível de libertação “Mas livra-nos do mal”

Existem duas forças que operam no mundo espiritual, o bem e o mal. Uma
pessoa que tenha experimentado o novo nascimento, passou das trevas para
a luz, mas deve pedir constantemente em oração que Deus a livre de
enfermidades, acidentes, ruína econômica, etc. Deus prometeu encher-nos
de bênçãos dependendo de nossa atitude diante de Sua Palavra
(Deuteronômio 28 e Salmos 144:2).

A Bíblia diz que temos que lutar contra um reino de demônios (Efésios 6:12)
e precisamos ser fortalecidos “no Senhor e na força do seu poder” (Efésios 6:10).
Isso acontece especialmente através da oração, quando buscamos proteção,
livramento e poder do Espírito.

10. Nível de segurança “Teu é o reino e o poder e a glória”

Esta é a segurança mais firme e perdurável que Deus nos dá em Jesus


Cristo. Ainda que Jesus morresse em fraqueza, ressuscitou em poder e
adquiriu domínio nos céus e na terra, e todas as coisas estão submetidas sob
Seus pés. É Ele quem nos dá segurança e confiança (1 João 10:27-28).

“Teu é o reino e o poder e a glória” é também um nível de reconhecimento e


exaltação. A oração-modelo de Jesus começa apontando para Deus como
nosso Pai, mas termina enfatizando seu poder e dignidade. Tudo é d'Ele e
para Ele (Romanos 11:36). Os momentos que passamos em sua presença,
mesmo quando pedimos para nosso próprio benefício, devem em última
instância glorificá-Lo. Tudo o que falamos ou pedimos está sujeito à sua
soberania. Ele é Deus e nós somos só homens, alcançados, é verdade, pela
sua graça, mas sujeitos ao seu propósito. Se o nosso espírito é esse,
certamente gozaremos de paz e prosperidade em tudo o que fizermos.

CONCLUSÃO

A oração é o meio estabelecido por Deus para que todo o crente em Cristo tenha
uma relação íntima e contínua com Ele. É através da oração feita com integridade e
sinceridade de coração, que conseguimos abrir as portas dos céus para que as
bênçãos sejam derramadas sobre nossas vidas em superabundância. A vida de
oração deve ser disciplinada, porque o cristão deve depender continuamente do
Pai.

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APLICAÇÃO

Proponha em seu coração fazer da oração um estilo de vida inerente à sua


personalidade. Para isso escolha diariamente uma hora fixa, selecione um lugar
específico e use a Bíblia para apoio dessas orações. Faça um registro do que o
Senhor lhe revelar de acordo com suas petições.

TAREFA

Exercite a oração modelo que aprendeu nesta lição, tanto no aspecto individual
como familiar, tendo em conta cada um dos níveis que a integram.

QUESTIONÁRIO

1. Escreva quatro formas pelas quais devemos nos aproximarmos de Deus.


(Hebreus 10:22)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

2. Escreva a resposta correta. (Lucas 11:9)


Pedi e ___________________________________________
Buscai e ___________________________________________
Batei e ___________________________________________

3. Quais são os três requisitos que devemos ter ao orar? (Mateus 6:5-7)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

4. Com suas próprias palavras, faça um breve comentário do que significa para
você a oração do Pai nosso.

______________________________________________________________________
_______

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______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

5. Complemente as seguintes orações. (Filipenses 4:6)

Por nada ________________ senão sejam conhecidas ________________


diante em toda _________________ e com ____________________ .

6. Transcreva os versículos à frente de cada referência:


Jeremias 33:3
______________________________________________________________

______________________________________________________________________
_______

Salmo 32:5
______________________________________________________________

______________________________________________________________________
_______

Salmo 23:1
______________________________________________________________

______________________________________________________________________
_______

Salmo 88:13
______________________________________________________________

______________________________________________________________________
_______

Mateus 21:22
______________________________________________________________

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______________________________________________________________________
_______

Atos 2:42
______________________________________________________________

______________________________________________________________________
_______

Tiago 5:13
______________________________________________________________

______________________________________________________________________
_______

7. Complemente as orações do Salmo 34.


Bendirei ao Senhor
___________________________________________________________
Seu louvor
__________________________________________________________________
Minha alma se gloriará
_______________________________________________________
Busquei ao Senhor
___________________________________________________________
Os que olharam para Ele
______________________________________________________
Este pobre clamou
____________________________________________________________
O anjo do Senhor
_____________________________________________________________
Provai e vede
________________________________________________________________
Os leãozinhos necessitam e têm fome
___________________________________________
Ensiná-los-ei
_________________________________________________________________

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Guarda tua língua


____________________________________________________________
Aparta-te do
_________________________________________________________________
Os olhos do Senhor estão
_____________________________________________________
Seus ouvidos
________________________________________________________________
Clamam os justos
____________________________________________________________
Não serão condenados
________________________________________________________

8. Quais são os três grupos de pessoas pelos quais devemos orar? (1 Timóteo 2:1-
4)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

9. Escreva três maneiras de orar. (Efésios 6:18)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

10. Que devemos pedir para os que pregam o evangelho? (Efésios 6:19)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

11. Que devemos fazer diariamente? (Salmo 37:5)

______________________________________________________________________
_______

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______________________________________________________________________
_______

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Lição 10 – O ESPÍRITO SANTO

FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA BÁSICA E TEXTOS CHAVES

João 14:26
“Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos
ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (João 14:26).

Atos 1:7-9
“Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua
exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis
minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins
da terra. Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o
encobriu dos seus olhos.”

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Conhecer e descrever o Espírito Santo e fundamenta-lo biblicamente.


 Experimentará a necessidade de estabelecer uma amizade com o Espírito Santo,
entendendo que se trata da presença de Deus em sua vida.
 Compreender a importância do enchimento do Espírito Santo e os princípios
necessários para obtê-lo e conservá-lo.

DESENVOLVIMENTO DO TEMA

Ao nos convertermos em cristãos, passamos a gozar dos melhores privilégios da


vida, os quais dependem de uma comunhão genuína e permanente com o Pai, o
Filho, e o Espírito Santo. Em João 20:22 lemos: “E, havendo dito isto, soprou sobre eles
e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”. Receber o Espírito Santo é receber o selo da
promessa que nos garante que somos filhos de Deus.

Para o Senhor Jesus era muito importante que cada um de Seus discípulos
aprendesse a caminhar com o Espírito de Deus. Sendo Ele o próprio Deus em
forma humana necessitou também da Sua presença para desenvolver com sucesso
a tarefa que o Pai Lhe havia confiado. A ausência do Espírito Santo na vida do
crente equivale a ter um corpo sem espírito. O Espírito de Deus deve ser tudo para
o cristão porque sem Ele nunca se desenvolverá todo o potencial determinado pelo
Criador. Quando um crente permite que o Espírito Santo tome conta da sua vida
então Ele fica como um selo indelével, distinguindo-o como um cristão ungido
pelo poder de Deus.

1. QUEM É O ESPÍRITO SANTO?

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Jesus identificou o Espírito Santo como O Consolador, em grego: “Paracleto”, ou


seja, alguém que vem ao nosso lado para nos auxiliar. “Mas eu vos digo a
verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós
outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei” (João 16:7). De acordo com este texto, o
Espírito Santo é a promessa cumprida de Jesus a todos os Seus discípulos e, por
conseqüência, a nós. O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade, e de
acordo com João 14:18 “não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros”, cumpre
um papel paternal, sendo o Consolador que Jesus prometeu.

2. APROFUNDANDO O CONHECIMENTO DO ESPÍRITO SANTO

Todos devemos chegar ao pleno conhecimento de quem é o Espírito Santo e


compreender Sua obra. Os seguintes elementos ajudam a identificá-Lo melhor:

A. É uma Pessoa

O Espírito Santo é uma pessoa tão real como o Senhor Jesus Cristo. É a
terceira pessoa da Trindade, na qual Jesus tinha plena confiança de que
podia representá-Lo fielmente e, por isso, O deixou como uma promessa a
Seus discípulos. No entanto, o Espírito Santo, é uma pessoa a quem o
mundo não vê e nem pode receber, porque o Ele é dado somente àqueles
que reconhecem a Jesus como Seu Senhor e Salvador.

Muitos podem trata-lo como uma força, influência ou poder, mas o Espírito
Santo é uma pessoa, isto quer dizer que Ele tem vida, inteligência,
sentimentos e vontade. As seguintes razões ajudam a confirmar que o
Espírito é uma pessoa:

 Fala (Atos 13:2 e João 16:13)


 Orienta e proíbe (Atos 16:6-7)
 Dá ajuda e intercede (Romanos 8:26)
 É um guia (Romanos 8:14 e João 16:13)
 Testifica (João 15:26)
 Contrista-Se ou entristece (Efésios 4:30)

Esta revelação é preciosa porque, se o Espírito de Deus é uma Pessoa, então


podemos nos relacionar com Ele, trata-Lo como um verdadeiro amigo.
Aliás, a palavra usada por Jesus para referir-se ao Espírito que viria é
“Parácleto”, que quer dizer Ajudador, Consolador ou Aquele que está
conosco para nos acompanhar e guiar.

B. É o Próprio Deus

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A obra do Espírito Santo pode ser vista desde o momento da criação até
nossos dias, e Seus atributos nos permitem identificá-Lo como o próprio
Deus. Além de ser uma personalidade, o Espírito Santo é Deus. Ele faz parte
da Trindade, assim como o Pai e o Filho. Podemos afirmar isto porque o
Espírito tem atributos exclusivos da Divindade. Ele é Eterno (Hebreus 9:14),
é Onipresente (Salmos 139:7), é Onisciente (1 Coríntios 2:10-11), é
Onipotente (Jó 33:4), é Criador (Gênesis 1:1-2,26). Ninguém mais em todo o
Universo possui essas qualidades a não ser Deus. Essa também é uma
revelação maravilhosa, porque ela confirma o privilégio que o cristão tem
de ter o próprio Criador habitando em seu interior, na Pessoa do Espírito
Santo (1 Coríntios 3:16).

C. Glorifica a Jesus

Tudo o que o Espírito faz contribui para glorificar a Jesus. Quando uma
pessoa deixa de glorificar a Jesus Cristo com seus atos, suas palavras, etc, o
Espírito Santo coloca-se de lado. Se temos uma amizade estreita com Ele,
temos acesso direto aos tesouros divinos e Ele encarrega-Se de nos ajudar a
desfrutá-los. Por outras palavras, a fé em Jesus Cristo dá-nos direito legal às
Suas riquezas, mas a comunhão com o Espírito é que nos permite desfruta-
la. Quando glorificamos a Jesus com nossos atos, o Espírito se agrada em
nós e acrescenta-nos com o Seu poder (João 16:14-15; João 7:38-39).

A ação do Espírito Santo em nossas vidas é fundamental para cumprirmos o


papel de adoradores. O Pai procura adoradores que o adorem “...em Espírito
e em verdade...” (João 4:23-24). Há uma íntima ligação da Pessoa do Espírito
com o ministério de adoração que todo crente deve desempenhar. Quando
Jesus ensinou sobre o assunto, falou de “um rio de águas vivas” que fluiria do
interior daqueles que cressem e ele se referia ao Espírito Santo (João 7:38-
39). De fato, o Espírito sempre glorifica a Jesus (João 16:14). Sua função é
revelar-nos o coração de Deus (1 Coríntios 2:9-10), levando-nos a adorá-Lo
sincera e verdadeiramente.

D. Convence o Pecador

A obra do Espírito Santo na vida de alguém começa antes mesmo da sua


conversão. É Ele mesmo quem forma cada vida no ventre materno (Salmos
104:30) e quem convence o homem da necessidade de salvação (João 16:8).
Muito embora exista uma participação humana no processo, tanto por parte
daqueles que anunciam o Evangelho, como por parte dos que se abrem para
ouvi-Lo, é o Espírito de Deus quem produz a consciência do pecado e induz
ao arrependimento (2 Coríntios 7:10). Por isso, devemos sempre orar para

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que Ele vá adiante de nós e desvende os olhos dos incrédulos, para que lhes
resplandeça a luz do Evangelho que pregamos.

E. Faz-nos Nascer de Novo e Confirma e Garante a Salvação

Uma vez que o homem responda voluntariamente à pregação do Evangelho


com arrependimento e fé, o Espírito Santo opera nele o novo nascimento
(João 3:5-8), regenerando-o para uma nova vida em Cristo Jesus. É somente
por meio do Espírito Santo que chegaremos a ser considerados filhos de
Deus, já que é Sua obra em nossas vidas que nos permite nascer de novo. É a
presença do Espírito de Deus no interior do ser humano que lhe confirma e
garante a salvação. A Bíblia diz que “O próprio Espírito testifica com o nosso
espírito que somos filhos de Deus” (Romanos 8:16), ou seja, Ele produz um
testemunho interior, uma certeza de que somos de Deus.

Mais do que isso, diz a Palavra que Ele é o “...penhor da nossa salvação...”
(Efésios 1:14) e nele fomos “...selados para o dia da redenção” (Efésios 4:30).
Portanto, aquele que não tem dentro de si o Espírito Santo e não é guiado
por Ele, está perdido (Romanos 8:14).

Recordemos a inquietação de Nicodemos com respeito ao novo nascimento


e a resposta do Senhor, em João 3:5-6. Para poder nascer do Espírito de Deus
é necessário primeiramente morrer, ou seja, se uma pessoa não morrer para
o pecado, o Espírito não é vivificado nela. Neste processo, o Espírito de
Deus vem e penetra no interior do homem (Gálatas 4:6), tocando seu
espírito que estava morto e transmitindo-lhe a vida eterna, ou seja, a vida de
Deus.

F. É Nosso Guia

Quando Jesus esteve na terra disse: “...Eu sou o caminho, a verdade e a vida...”
(João 14:6). Ele foi e continua sendo o único caminho para o Pai. Mas ao
partir, Jesus prometeu enviar o Espírito Santo para nos guiar, a fim de que
não nos apartemos do caminho correto (João 16:13). Esta é mais uma tarefa
do Espírito de Deus, que foi enviado para nos conduzir a toda a verdade e
nos ensinar o que precisamos saber. Ele é Quem pode interpretar
corretamente o mapa da Palavra de Deus e, como disse Jesus, nos levar a
toda a verdade. Quem não cultiva uma comunhão íntima com o Espírito
Santo, corre o perigo de desviar-se doutrinariamente. É a revelação do
Espírito que nos faz compreender as Escrituras e também é Ele quem nos
lembra a Palavra que foi ministrada aos nossos corações (João 14:26).

G. Revela os Segredos Divinos

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O Pai e o Filho compartilham as riquezas divinas de Sua graça que nos são
dadas a conhecer claramente pelo Espírito Santo. Como administrador
autorizado dessas bênçãos, dessas riquezas, e de todos os segredos divinos,
o Espírito Santo transmite-as àqueles que, pela fé se rendem a Jesus e ao
próprio Espírito (Deuteronômio 29:29 e 1 Coríntios 2:9-10).

O Espírito Santo nos revela, individualmente, segredos da parte de Deus. E


isso nos fortalece na obra e nos caminhos de Deus. Quando falta a direção
reveladora do Espírito Santo, a obra é paralisada, ainda que os líderes
considerem que a obra esteja andando, na realidade não está. Sem revelação
divina a unção vai embora, e podemos encontrar muitos líderes no esforço
próprio, gerando assim uma tristeza no coração do Pai. Deus quer que
dependamos inteiramente dEle.

H. Ele Nos Assiste em Nossas Fraquezas

Não é por acaso que o Espírito é chamado de Consolador ou Ajudador. Ele


veio para dar-nos sustentação e assistir-nos em nossas limitações e
fraquezas (Romanos 8:26-27). Somos fortalecidos por Ele em nosso homem
interior (Efésios 3:16) e Ele intercede por nós com gemidos inexprimíveis.

I. Ele Produz em Nós o Caráter de Cristo

Uma das funções mais importantes do Espírito Santo na vida de um crente é


produzir nele o caráter de Cristo. Isso acontece através de um processo que
a Bíblia chama de santificação (2 Tessalonicenses 2:13 e Hebreus 2:14). Esse
processo dura toda a nossa vida com Deus, mas produz evidências cada vez
mais fortes à medida que O buscamos intensamente e nos submetemos ao
seu tratamento. Sua ação neste processo gera em nós o que a Bíblia chama
de “fruto do Espírito”, que é “amor, alegria, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gálatas
5:22-23). Como o próprio termo sugere, fruto é algo que se desenvolve e
amadurece com o passar do tempo.

J. Ele Libera o Poder Sobrenatural de Deus em Nossas Vidas

Quando Jesus ressuscitou e apareceu por várias vezes aos seus discípulos,
numa das ocasiões Ele soprou sobre eles o seu Espírito (João 20:22). Naquele
momento, o Consolador passou a habitar no interior de cada um, mas havia
algo mais que precisava ocorrer. Jesus lhes disse: “Eis que envio sobre vós a
promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos
de poder” (Lucas 24:49) e ainda: “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o

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Espírito Santo” (Atos 1:8). Ele se referia ao batismo no Espírito Santo, que
eles acabaram experimentando no dia de Pentecostes (Atos 2:1-4). Desde
então esse poder tem sido liberado sobre a vida daqueles que crêem e o
buscam, liberando dons sobrenaturais que atraem pessoas ao Evangelho,
abençoam, edificam e confirmam a Palavra pregada (1 Coríntios 2:4 e
Marcos 16:20).

3. CULTIVANDO A PRESENÇA DO ESPIRITO

A presença do Espírito deve ser cultivada e preservada em nossas vidas. Paulo


diz: “Enchei-vos continuamente do Espírito...” (Efésios 5:18); e ainda: “Não
entristeçais o Espírito” (Efésios 4:30); e mais: “Não apagueis o Espírito” (1
Tessalonicenses 5:19). Você pode notar que estas expressões são advertências
contra um processo que pode acontecer na vida do cristão, se ele não vigiar.
Primeiro ele deixa de encher-se. Depois entristece e, finalmente, extingue o
Espírito. Ora, se isso vier a acontecer, ele estará perdido, pois como já vimos, o
Espírito é o selo e penhor da nossa salvação.

A. Enchendo-nos Continuamente

A ordem para encher-nos continuamente do Espírito deve ser obedecida


através de uma vida devocional abundante, do exercício contínuo dos dons
sobrenaturais que Ele libera sobre nossas vidas, especialmente o orar em
línguas (Judas 20), e da prática de uma intensa adoração. Não é algo que
ocorre automaticamente, mas que depende de uma iniciativa nossa. Por isso
a ordem enfática de Paulo.

B. O Pecado Incomoda o Espírito

O Espírito é Santo. Ele não tolera o pecado e se entristece profundamente


com ele. Sua natureza não pode comungar com a iniqüidade. Uma das
figuras que a Bíblia usa para representá-Lo é a de uma pomba (Mateus
13:16), símbolo de pureza. Por isso, quando o crente peca, ele sente uma
tristeza interior que é reflexo da própria tristeza do Espírito que está nele.
Assim o Senhor tenta provocar-lhe um genuíno arrependimento, a fim de
que deixe o pecado e volte a uma vida santa.

C. A Permanência No Pecado Afasta o Espírito

Quando o cristão se endurece aos alertas do Espírito quanto ao pecado e


insiste no erro, começa o processo de diminuir a ação do fogo purificador de
Deus em sua vida, até chegar ao ponto de apagá-Lo. O Ajudador vai se
entristecendo e se calando até que não suporte mais a presença do pecado e

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abandone aquela pessoa. É claro que isso não acontece do dia para a noite,
que não é fato de pecarmos que nos leva a perder imediatamente sua
presença. Ele é insistente, nos ama profundamente e insistirá conosco para
que voltemos à santidade. Entretanto, se nos mantivermos duros, Ele nos
deixará (Gênesis 6:3) e, acontecendo isso, estaremos novamente perdidos,
ainda que permaneçamos numa igreja e tenhamos uma vida de aparência e
práticas religiosas.

4. COMO IDENTIFICAR O ESPÍRITO SANTO ATRAVÉS DOS NOMES E


SÍMBOLOS?

O Espírito Santo também se identifica com os nomes de: Espírito de Deus, o


Espírito de Cristo, Espírito da Verdade, Espírito de Graça, Espírito de Vida,
Espírito de Adoção. E os símbolos que se usam ao falar do Espírito Santo são:
água, fogo, vento, azeite, uma pomba, um selo (ver João 3:5-8; Atos 2:1-4; João
20:22; 1 João 2:20).

A. Alguns Nomes do Espírito Santo:

 Consolador (João 16:7-10). Jesus explica aos seus discípulos nesse


texto que era necessário a vinda do Espírito Santo, pois Ele traria o
consolo. Quem poderia ajudá-los quando Jesus partisse? Como
enfrentariam o mundo, as perseguições e as aflições da alma? Somente
através do Consolador eles poderiam obter a paz necessária para
pregarem o evangelho. Hoje, isso acontece conosco, sem o consolo do
Espírito Santo não poderíamos suportar as perseguições e tribulações.

 Espírito de Vida (Romanos 8:2). “Porque a lei do Espírito da vida, em


Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte”. O Espírito Santo preserva
a vida natural e espiritual do crente, pois os que se inclinam para o
Espírito vivem e cogitam das coisas do Espírito.

 O Espírito de Adoção (Romanos 8:15). Quando somos salvos, não


somente nos é dado o nome de filhos de Deus, mas somos adotados na
família divina e participantes da natureza divina. O Espírito testifica com
o nosso espírito que somos filhos de Deus.

B. Alguns Símbolos:

 Vento (João 3:8 e Atos 2:2). Esses versos falam do Espírito Santo
como vento, sopra aonde quer, ninguém pode deter a ação do Espírito
Santo sobre a Igreja, pois Ele vem e faz o que lhe apraz.

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 Fogo (Números 9:16 e Apocalipse 4:5). Vemos a provisão de Deus


para o povo de Israel, enviando uma coluna de fogo que os
acompanhava e pairava sobre o acampamento durante a noite. Aqui o
Espírito Santo é como guia e protetor.

 Pomba (Mateus 3:16 e João 1:32). A pomba é um símbolo do Espírito


Santo que tipifica a paz de Deus sobre os homens e a permanência do
reino de Deus na terra.

 Água (Apocalipse 22:17). A água simboliza a purificação, é a morte


do velho homem para que ressurja das águas um novo homem, guiado
pelo Espírito Santo. Caracteriza também nossa identificação com Cristo.
É uma declaração pública para os céus e o inferno de que estamos
lavados e purificados pela água do Espírito.

 Azeite – óleo (Salmo 4:7; 92:10; Provérbios 27:9 e Hebreus 1:9). O


azeite simboliza a unção do Espírito Santo que é derramada sobre nós. É
através da unção que Deus age e fala com o homem, e é a unção do
Espírito Santo que revela os dons espirituais em nós e nos capacita a usar
esses dons para glorificar o nome do Senhor.

5. OS DONS DO ESPÍRITO E O FRUTO DO ESPÍRITO

A. Os Dons

Os dons são capacidades sobrenaturais transmitidas pelo Espírito Santo


para o desenvolvimento de ministérios especiais. Uma relação desses dons
aparece em 1 Coríntios 12:8-10.

 Dons de revelação: palavra de sabedoria, palavra de ciência,


discernimento de espíritos.
 Dons de poder: de fé, de cura, milagres.
 Dons de inspiração: profecia, línguas, interpretação de línguas.

B. O Fruto

Esta é a conduta que reflete a presença do Espírito Santo em uma vida. É um


só fruto que se manifesta de formas diferentes segundo Gálatas 5:22-23:
“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei”.

6. COMO O ESPÍRITO SANTO FAZ PARA NOS CAPACITAR?

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 Enche-nos, nos faz transbordar, nos possui e assim somos batizados


(Mateus 3:11). Essa experiência é para todo cristão. Como é maravilhoso o
transbordar com a presença do Espírito Santo dentro de nós.
 Dá-nos poder para expulsar demônios (Mateus 12:28).
 Nos ensina todas as coisas (João 14:26).
 Intercede por nós (Romanos 8:26).
 Nos leva a fazer sinais e prodígios (Romanos 15:19).
 Traz liberdade para o nosso meio (2 Coríntios 3:17).
 Renova-nos (Tito 3:5).

7. PASSOS PARA RECEBER E SER CHEIO DO ESPÍRITO SANTO

A. Pureza de Coração

O Senhor disse: “E ninguém põe vinho novo em odres velhos…” (Lucas 5:37). O
vinho representa a presença fresca e enérgica do Espírito Santo que quer
verter-se em vidas completamente regeneradas. Os odres velhos
representam aquelas pessoas que experimentaram a presença do Espírito
nas suas vidas por algum tempo mas que, por diversas circunstâncias
perderam a comunhão com Deus. O odre novo é a vida completamente
transformada por Deus. (2 Coríntios 5:17).

B. Pedir

O Senhor Jesus Cristo disse: “Ou qual dentre vós é o homem que, se porventura o
filho lhe pedir pão, lhe dará pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra?
Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais
vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?” (Mateus 7:9-
11).

C. Crer

Na vida cristã damos todos os nossos passos em fé e por fé. Quando se pede
o batismo no Espírito Santo já em fé devemos aceitar que o recebemos e
portanto abrir nossos corações para o Seu manifestar.

D. Não Emprestar Nosso Corpo ao Pecado.

Devemos lembrar permanentemente que o Espírito Santo é a presença de


Deus em nossa vidas, e é o que nos mostra o apóstolo Paulo em 1 Coríntios
3:16 “não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em
vós?” Neste texto dá a entender que nosso corpo foi escolhido por Deus

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como a habitação de Seu Espírito e este não pode estar em uma casa
contaminada pelo pecado (Romanos 6:13 e Tiago 3:8-12).

E. Recebê-Lo Voluntariamente

O Espírito Santo é um cavalheiro. Ele somente entrará na vida de uma


pessoa quando esta decidir voluntariamente que O convida a entrar e
depois disto acontecer, Ele vem para controlar todas as áreas do seu ser,
dando-lhe o Seu poder e liberdade absoluta (2 Coríntios 3:17).

CONCLUSÃO

O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade (Pai, Filho, Espírito Santo). É a


promessa feita por Jesus aos Seus discípulos convertida em realidade, sendo Ele o
Consolador que Ele havia revelado que enviaria logo que se fosse. O Espírito de
Deus vem para morar na vida do crente, como seu amigo e seu guia, revesti-lo de
poder e controlar todas as áreas de seu ser.

APLICAÇÃO

Assegure-se de que conta com a direção do Espírito Santo na sua vida. Examine
cada um dos seus passos, desde que se levanta até que se deite, e observe, de
acordo com a sua conduta e com os seus sucessos em cada atividade, se realmente
experimenta a presença do Espírito Santo, tal como aprendeu na lição.

TAREFA

Observe cada uma das áreas que integram a sua vida e destaque aquelas que estão
controladas pelo Espírito Santo. Se encontrar alguma área em fraqueza, tome
tempo para pedir ao Espírito que a sature, a fim de que sua comunhão com Ele seja
integral.

QUESTIONÁRIO

1. De acordo com Atos capítulo 2, a evidência que serviu como demonstração de


que quem estava no Cenáculo havia sido cheio do Espírito Santo foi:

(a) Um milagre de cura ( )


(b) O falar em outras línguas ( )
(c) O aumento da comunhão ( )
(d) Todas as anteriores ( )
(e) Nenhuma das anteriores ( )

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2. A impressão recebida pela multidão que se aproximou do Cenáculo ao notar a


situação dos homens foi: (Atos 27-12)

______________________________________________________________________
_______

3. No seu primeiro discurso, Pedro faz referência a profecia de ______________


(Atos 2:16-21).Apresente o conteúdo desta profecia, especificando o que Deus
disse que faria:

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

4. Quais foram as condições que Pedro colocou para que os presentes recebessem
o Espírito Santo? Quantas pessoas se converteram com o discurso de Pedro?
(Atos 2:37-4)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

5. Deduza a partir de cada texto, a obra específica do Espírito Santo em nós:


Efésios 1:13 O Espírito Santo nos
_____________________________________
1Timóteo 4:1 O Espírito Santo nos
_____________________________________
Romanos 5:5 O Espírito Santo nos
_____________________________________
Atos 1:8 O Espírito Santo nos enche de
____________________________ e nos faz
_______________________________________________
João 14:26 O Espírito Santo nos ________________________ todas
as coisas
João 16:8 O Espírito Santo nos ________________ do pecado, da
justiça, e do juízo.

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João 16:13 O Espírito Santo nos _______________________ a


toda verdade.

6. Segundo Mateus 3:11 Seremos batizados no _________________ e


___________________

7. Leia Atos 19:1-6 e marque com um “X” a ordem de ação correta entre Paulo e os
discípulos encontrados em Éfeso:

a) Batismo no nome de Jesus, imposição de mãos, enchimento do Espírito


Santo, falar em línguas e profecia ( )

b) Enchimento do Espírito Santo, imposição de mãos, falar em línguas e


profecia, batismo no nome de Jesus ( )

8. Explique com as suas próprias palavras, a diferença entre “fruto do Espírito”


(Gálatas 5:22) e “dons do Espírito” (1 Coríntios 12:7-10)

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

9. Entre os dons do Espírito aparece a fé, que é requerida em diversas áreas de


nossa vida, especifique-as de acordo com os seguintes textos:
Marcos 16:16 necessitamos fé para
_____________________________________
Hebreus 11:6 necessitamos fé para
_____________________________________
Marcos 11:22-24 necessitamos fé para
_____________________________________
Tiago 2:23 necessitamos fé para
_____________________________________

10. Segundo Romanos 8:26, no processo de comunicação com Deus, que trabalho o
Espírito Santo exerce a nosso favor e como o faz?

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______________________________________________________________________
_______

______________________________________________________________________
_______

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BIBLIOGRAFIA

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