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A atenção domiciliar no SUS foi instituída pela Portaria 2.029 MS/GM, de 24 de agosto de
2011, e substituída pela Portaria 2.527 MS/GM, de 27 de outubro de 2011. A publicação
destas portarias foi produto de um importante processo de negociação e pactuação tripartite
que contou com vários momentos, nos quais Ministério da Saúde e os gestores municipais e
estaduais, representados respectivamente pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais
de Saúde (CONASEMS) e Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS),
consideraram o acúmulo das experiências concretas realizadas no cotidiano do SUS e do
esforço de normatização e institucionalização por parte do Ministério da Saúde. Como fruto
desta discussão e respectivas portarias, foi lançado o programa Melhor em Casa.
Como você viu ao longo deste módulo, a Portaria MS/GM nº 2.527, de 27 de outubro de 2011,
em seu Art. 1, redefine a Atenção Domiciliar no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS),
estabelecendo as normas para cadastro dos Serviços de Atenção Domiciliar (SAD), a
habilitação dos estabelecimentos de saúde no qual estarão alocados e os valores do incentivo
para o seu funcionamento.
Organização da AD
Quanto à sua organização, a Portaria MS/ GM 2.527/2011 nos oferece três possibilidades:
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A Atenção Domiciliar deve ser organizada em três modalidades, definidas a partir da
caracterização do paciente cuidado e do tipo de atenção e procedimentos utilizados para
realizar o cuidado dos mesmos. Veja abaixo:
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Quadro síntese das modalidades
Muito bem! Até agora você entendeu por que a Atenção Domiciliar é um dispositivo tão potente
e interessante para fortalecimento do SUS. Você já sabe quando um município é considerado
elegível para a implantação de um SAD, e você deve estar convencido das vantagens em ter
este tipo de oferta para uma população. A partir daqui vamos compreender como se elabora
um projeto para habilitar o SAD à luz da normativa de adesão ao programa Melhor em Casa.
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Observação
Na elaboração do Projeto de implantação, portanto, é fundamental definir
inicialmente onde será a sede do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), quem
serão os profissionais que vão compor as EMAD e EMAP, e qual o
perfil indicado destas pessoas.
Em todo o país já temos diversos SAD implantados – segundo a Portaria, podem ser em
qualquer estabelecimento do SUS. Entretanto, sua atuação é prioritariamente junto aos
hospitais, rede básica e de Urgências, é muito mais estratégico que esteja lotado em uma
destas Unidades Assistenciais.
Abaixo veja o quadro exemplo, com possíveis prós e contras, destas localizações para nortear
a implantação em seu município.
Após discutirmos a localização adequada para o SAD, precisamos definir os profissionais que
participarão desta equipe. Destacamos inicialmente a importância de se eleger um bom
coordenador.
Na revista que se segue, a qual você poderá folhear clicando no canto inferior direito, estão
mais características importantes sobre QUEM irá executar o cuidado domiciliar
profissionalmente.
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Depoimentos
Feuerwerker e Merhy (2008) assim descrevem o perfil destes trabalhadores: ”Outro elemento
marcante foi a paixão dos trabalhadores das equipes de atenção domiciliar, que se dedicavam
de maneira muito intensa, comprometendo-se muito além do que a responsabilidade técnica e
formal prescreve. As falas desses trabalhadores sugerem que o trabalho desinstitucionalizado,
realizado nas casas das pessoas, oferece mais liberdade de criação na condução das suas
atividades (inclusive nos aspectos clínicos), permite um relacionamento direto com as pessoas
(sem intermediários) e permite conhecer contextos de vida; essa vivência mobiliza a
capacidade de produzir alternativas coletivas, criativas e apropriadas para o cuidado e a
produção da autonomia”.
Vendo todo este movimento em torno da criação nacional de um modelo de atenção domiciliar,
não consigo ficar alheia e fingir que não somos atores de um passo tão importante. Vejo na
internação domiciliar um recurso a ser ampliado e que vai muito além das questões financeiras
envolvidas, mas que pensando em sistema público, jamais podem ser esquecidas, como forma
de aperfeiçoarmos a utilização daquilo que possuímos em prol de um povo.
Percebo claramente que alguns dos quesitos básicos que regem o SUS, como a integralidade
e equidade das ações, são amplamente contempladas, seguidas e alcançadas pela equipe de
internação domiciliar, pois estamos sempre objetivando atender aqueles que mais necessitam,
em seu lar, em tudo o que está ao nosso alcance e contemplar todas suas necessidades que
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possam ser resolvidas.
Partimos da ideia de baixa complexidade para os pacientes inseridos neste programa; estamos
corretos ao pensarmos em baixa complexidade quando olhamos os recursos tecnológicos
empregados, mas estamos diante de uma abordagem de alta complexidade ao analisarmos o
contexto domiciliar com todas suas peculiaridades. Deparamos com os desgastes de relações
interpessoais, com o desnudar de uma pintura que não podemos observar quando vemos o
paciente arrumado e composto em uma analise de consultório. Eis a grande complexidade e
que em alguns momentos não estamos preparados para tal situação. Somos desafiados a todo
instante a recriarmos dentro de nós, forças e alternativas que têm que ser imediatas e não
constam nos compêndios. É um aprendizado diário!
Cura esta que muitas das vezes ficamos na dúvida quem realmente saiu curado: foi ele ou
fomos nós?
Abraços,
Maria Rodegheri
Para além de todas as vantagens incontestáveis da AD, ainda há um grande diferencial a ser
revelado: Existe intrínseco, em todos aqueles profissionais que trabalham com atenção no
domicílio, uma chama permanentemente acesa, um entusiasmo inato e um prazer no trabalho
diário como em raros profissionais da Saúde.
O que se aprende e ganha na difícil e desafiante lida cotidiana, no interior das moradias mais
simples, é infinitamente maior que o esforço feito ou o salário recebido. Temos o privilégio de
observar de perto a vida que insiste em vencer inúmeras misérias e dificuldades. Somos
premiados diariamente com a imensa bagagem e exemplos do povo miúdo e anônimo, mas
grandes heróis da sobrevivência.
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Então, vamos saber como se elabora projeto para implantar um Serviço de Atenção Domiciliar
(SAD)?
Leitura Complementar
É importante que você leia o documento elaborado pela Coordenação Geral de
Atenção Domiciliar (CGAD) do Ministério da Saúde intitulado Manual Instrutivo
do programa Melhor em Casa. A CGAD disponibilizou a Nota Técnica Passo a
passo para Implantação das equipes de Atenção Domiciliar de como
credenciar as Equipes de Atenção Domiciliar, que vai desde o Detalhamento do
Componente Atenção Domiciliar do Plano Regional da Rede de Atenção às
Urgências e Emergências até o Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de
Saúde (CNES) (ver material complementar).
Agora que você fez a leitura do Manual Instrutivo do programa Melhor em Casa e do Passo-a-
passo para Implantação das Equipes de Atenção Domiciliar, conheça o Modelo de Projeto para
habilitação. O modelo é bem sucinto e objetivo e de fácil preenchimento (ver material
complementar).
Saiba mais
As referências de cobertura para as EMAD são: 1 EMAD para 40 a 150 mil
habitantes; 2 EMAD para 151 a 250 mil habitantes; a partir daí, aumenta 1
EMAD para cada 100 mil habitantes a mais.
Pois bem!
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O próximo passo é organizar o trabalho e colocar estas equipes “na rua”! Isto será discutido no
Módulo “Gerenciamento do SAD”. Aguarde!
Entretanto, dificilmente o SAD será resolutivo se não tivermos uma rede básica bem
estruturada e parceira. Por isto, antes do ir ao Módulo “Gerenciamento do SAD” estude bem o
módulo “Atenção Domiciliar na Atenção Básica”. Isto é imprescindível!
Atividades de Fixação
Estamos finalizando o módulo Introdução a Atenção Domiciliar. Com certeza
você aproveitou o conteúdo, para finalizar realize a atividade de fixação desta
unidade.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria MS/GM nº 2.527 de 27 de outubro de
2011. Redefine a atenção domiciliar no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS). Diário Oficial da União, Brasília, DF, v. 1, n. 208, 28 out. 2011. Seção
1. p. 44.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Coordenação de Atenção Básica. Melhor em Casa: a
segurança do hospital no conforto do seu lar. Caderno de Atenção domiciliar,
v.1. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Coordenação de Atenção Básica. Melhor em Casa: a
segurança do hospital no conforto do seu lar. Caderno de Atenção domiciliar,
v.2. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Atenção Básica: Manual Instrutivo. Brasília: Ministério da
Saúde, 2012.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Passo-a-passo para Implantação das Equipes de Atenção
Domiciliar. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Programa multicêntrico de qualificação em Atenção Domiciliar
à distância:Modelo de Projeto para habilitação do melhor em casa. Ministério da
Saúde, 2012.
FEUERWERKER, L. C. M.; MERHY, E. E. A contribuição da atenção domiciliar
para a configuração de redes substitutivas de saúde: desinstitucionalização e
transformação de práticas. Rev. Panam. Salud Publica, Washington, v. 24, n. 3,
p. 180-188, 2008.
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