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Os Ensi
nsinamentos
namentos dos Essênios
ênios de
Enoque
oque aos
aos Man
Manus
usc
critos
rit os do M ar M orto
orto

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Edmond Bordeaux Szekely

Os Ensi
nsinamentos
namentos dos Essênios
ênios de
Enoque
oque aos
aos Man
Manus
usc
critos
rit os do M ar M orto
orto

Tradução
OCTAVIO MENDES CAJADO
Transcrição
Transcrição Para o Co mputador
MARCELO FACIN BRISOLLA
BRISOLL A
(espadasdefogo@gmail.com)

EDITORA PENSAMENTO S -CULTR IX / 11ª


EDITORA 11ª EDIÇÃO / 2004
2004
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Título do Original:
The Teachings of the Essens 
from Enoch to the Dead S ea Scrolls 

Copyright © 1981 by The International Biogenic Society

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CREDO
Da S ociedade Biogênica Internacional

Acreditamos que a nossa propriedade mais preciosa é a Vida.

Acreditamos que m obilizaremo s todas as forças da Vida contra as forças da morte.

Acreditamos que a compreensão mútua conduz à m útua cooperação; que a mútua


cooperação conduz à Paz; e que a Paz é o único modo de sobrevivência da
humanidade.

Acreditamos que, em vez de desperdiçar, preservaremos nossos recursos naturais, que


são a herança de nossos filhos.

Acreditamos que evitaremos a poluição do nosso ar, da nossa água e do nosso solo,
precondições básicas da Vida.

Acreditamos que preservaremos a vegetação do nosso planeta: a relva humilde, que


chegou há cinqüenta milhões de anos, e as árvores m ajestosas, que chegaram há vinte
milhões de anos, a fim de preparar o nosso planeta para a hum anidade.

Acreditamos que só com eremo s alimentos frescos, puros, naturais e integrais, sem
substâncias químicas e sem processamentos artificial.

Acreditamos qu e levaremo s uma v ida simples, natural e criativa, absorvendo todas as


fontes de energia, harmonia e conhecimen tos, dentro e em torno de nós.

Acreditamos que o aprimoramento da vida e da human idade no nosso planeta deve


começar pelos esforços individuais, assim como o todo depende dos átomos que o
compõem.

Acreditamos na Paternidade de Deus, na Maternidade na Natureza e na Fraternidade


do Homem.

- composto em Paris, em 1928, por Romain


Rolland e Edmond Bordeaux Szekely 

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A todos os que percebem
que a paz do todo
depende do esforço de cada um.

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PREFÁCIO
Os diversos capítulos desse livro foram compilados de ma terial anterior ao descobrimento
dos Manuscritos do Mar M orto em 1947. No transcorrer dos vinte anos precedentes, de 1927 a
1947, escrevi e fiz publicar certo número de livros sobre os essênios tomand o por base certas
fontes históricas, como as obras de Flávio Josefo, de Filo e de Plínio, e os manuscritos da B iblioteca
do Vaticano, da B iblioteca dos Habsburgos, em Viena, e da Biblioteca do M useu Britânico. Nesses
livros discorri sobretudo acerca das tradições essênias, que considero de grande valor prático para
o homem moderno.
Quando as primeiras descobertas de Qumram se tornaram públicas e muitas pessoas
instaram com igo para que eu publicasse uma interpretação dos novos achados, decidi fazê-lo em
dói volumes. O primeiro condensa a quinta -essência das tradições essênias hauridas de fontes pré-
Qumram. O segundo versará exclusivamente acerca das novas descobertas.
A obra que o leitor agora tem em mãos trata do significado d as tradições essênias no
tocante aos seus valores para a humanidade de hoje e às práticas reais que resultam numa
expansão da consciência. Esses valores podem ser considerados a partir de quatro pontos de vista
diferentes.

1. As tradições essênias representam um a síntese das grandes contribuições, para a


humanidade, das diferentes culturas da Antigüidade.
2. Elas representam para n ós um caminho que nos afasta da tecnologia utilitária unilateral da
civilização contemporânea, um ensinamento prático válido que se u tiliza de todas as
fontes de energia, harmonia e conhecimentos que nos rode iam por toda a parte.
3. Elas nos dão padrões permanentes num a época em que a verdade parece dissolver-se num
deslocamento contínuo de conceitos.
4. Dão -se à neurose e à insegurança que disso resultam um equilíbrio e uma harm onia
completas através dos ensinamentos e ssênios.

É importante notar que em seu livro, The Meaning of the Dead S ea Scrolls (O significado
dos Manuscritos do M ar Morto), A. Powell Davies escreve, referindo -se aos ess ênios: “A Igreja
Cristã, em sua organização, seus sacramentos, seus ensinamentos e sua literatura se relaciona – e
nas primeiras fases pode ter sido idêntica a ele s – com os Novos Adeptos, conhecidos pelo nome
de essênios, alguns dos quais redigiram os Manuscritos do Ma r Morto.”
Igualmente significativa nas tradições pré -Qumram dos essênios é a existência de certos
elementos zoroástricos, fato que eu já havia procla mado e  a qu e Arnold Toynbee também se
referiu em escrito recente. Elas têm uma correlação semelhante com e nsinamentos ulteriores,
como os da C abala e os da Franco-maçonaria. Seu elemento singularíssimo, que, segundo tudo
indica, foi desenvolvido independentemente, é a sua ciência da Angelologia.
As citações ocorrentes na página que precede cada capítulo são tiradas de dois
Manuscritos do Mar Morto, o “Man ual de Disciplina” e os “Salmos de Ação de Graças”, ou “Livro
dos Hinos”, que traduzi de cópias fotostá ticas dos textos originais encontrados n as cavernas d e
Qumram.

Edmond B ordeaux Szekely


San Diego, Califórnia, 1957

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E andou Enoque com Deus;
e já não era;
porque Deus o tomou para si
Gênesis 5:24

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SUMÁRIO

1. Os E ssênios e Seus Ensinamentos 11


2. A Lei Única 16
3. A Árvore da Vida Es sênia 21
4. As Comunhões Essênias
I - Seu propósito e significado 25
5. As Comunhões Essênias
II - Sua prática real 35
6. A P az Sétupla 47
7. A Psicologia Essênia 65
8. Inventário Individual 71

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“A Lei foi plantada no jardim d a Irmanda de 
p a ra alumiar o coração do hom em 
e para fazer direitos diante dele 
t o dos os cam inhos da verdadeira retidão,
u m espírito humilde, um humo r igual,
u m a natureza livremente compassiva,
e bondade e com preensão e introvisão eternas,
e uma sabed oria pujante, que acredita em todas as 
Obras de Deus,
e uma fé confiante em Suas m uitas bênçãos,
e um espírito de conhecimento em todas as coisas da 
Grande Ordem,
s en t i mentos leais para com todos os filhos da verdade,
u m a pureza radiante que abomina tudo o que é impuro,
u m a discrição relativa a todas as coisas ocultas da verdade 
e dos segredos do conhecimento secreto.” 

Extraído do “Manual de Disciplina”


dos Manuscritos do Mar Morto.

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Capítulo 1

Os Essênios e Seus Ensinamentos 

Desde as eras m ais remotas da Antigüidade existe um ensinamento notável que é


universal e m sua aplicação e eterno em sua sabedoria. Encontram -se fragmentos dele em
hieróglifos sume rianos e nas placas de argila e pedras datadas de oito a dez mil anos atrás.
Alguns símbolos, como, por exem plo, os que indicam o sol, a lua, o ar, a água e outras fo rças
naturais procedem de uma era ainda mais remota, que antecedeu ao cataclismo que encerrou
o período Plistoceno. Por quantos milhares de anos antes disso existiu o ensinamento não se
sabe.
Estudar e praticar o dito ensinamento é despertar novamente dentro do coração de
todo homem um conhecimento intuitivo que pode resolver seus problemas individuais e os
problemas do mundo.
Traços do ensinamento aparecem em quase todos os países e religiões. Seus princípios
fundamentais foram ensinados na antiga Pérsia, no Egito, na Índia, no Tibete, na China, na
Palestina, na Grécia e em muitos outros países. Mas ele foi transmitido na sua forma mais pura
pelo essênios, misteriosa irmandade que viveu durante os d ois ou três últimos séculos antes
de Cristo e no primeiro século da Era Cristã junto ao Mar M orto, na Palestina, e junto ao Lago
Marótis, no Egito. Na Palestina e na Síria, os mem bros da irmandade eram conhecidos como
Essênios e, no E gito, como Terapeutas, ou curadores.
A parte esotérica do seu ensinamento pode ser encontrada na Árvore da Vida, nas
Comun hões e na Paz Sétupla. O ensinamento exotérico, ou externo, aparece no “Evangelho
Essênio da Paz”, no “Gênesis, uma interpretação essênia”, em “Moisés, o Profeta da Lei” e no
“Sermão da Montanha”.
Afirma -se que é de sconhecida a origem da irmandade, e incerta a derivação do nome .
Acreditam alguns que esse procede de Esnoque, ou Enoque, que seria o fundador da
irmandade, tendo sido dada primeiro a ele a sua Comunhão com o mundo angélico.
No entender de outros o nome provém de Israel, os eleitos do povos, aos quais Moisés
revelou as Comunhões no Monte Sinai, onde lhe tinham sido demonstradas pelo mundo
angélico.
Seja, porém, qual for a sua origem, o certo é que os essênios viveram por m uito tempo
como irma ndade, talvez debaixo de outros nomes em outros países.
O ensinamento aparece no Zend Avesta de Zoroastro, que o traduziu num modo de
vida seguido durante milhares de anos. Ele encerra os conceitos fundame ntais do
Bramanismo, dos Vedas e dos Upanixades; e os sistemas iogues da Índia derivaram da m esma
fonte. Mais tarde, Buda tornou conhecidas essencialmente as mesm as idéias básicas e a sua
sagrada árvore Bodhi se relaciona com a Árvore da Vida dos essênios. No Tibete, o
ensinamento, mais uma vez, encontrou expressão na Ro da da Vida tibetana.
Os pitagóricos e estóicos, na Grécia antiga, também seguiam os princípios dos essênios
e muita coisa do seu modo de vida. O mesmo ensinamento foi um elemento da cultura
adônica dos fenícios, da Escola Alexandrina de Filosofia, no Egito , e contribuiu largamente pa ra
muitos ramos da cu ltura ocidental, a Franco-maçonaria, o Gnosticismo, a Cabala e o

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Cristianismo. Jesus interpretou-o na sua m ais sublime e bela forma nas sete Bem -aventuranças
do Sermão da Montanha.
Os essênios viviam nas margens de lagos e rios, longe das cidades, grandes ou
pequenas, e praticavam um estilo de vida comunal, partilhando igualmente de tudo. Eram
sobretudo agricultores e arboricultores, donos de vasto co nhecimento sobre safras, solo e
condições climáticas, que lhes permitia criar uma grande variedade de frutas e vegetais em
áreas relativamente desérticas e com um mínimo de trabalho.
Eles não tinham criados nem escravos e, pelo que se d izia, foram o primeiro povo a
condenar a escravidão, tanto em teoria quanto na prática. Não havia entre eles ricos nem
pobres, visto que am bas as condições eram por eles consideradas afastamento da Lei. O
sistema econômico dos essênios, estabelecido por eles m esmos, baseava -se inteiramente na
Lei, além de m ostrar que todos os aliment os e necessidades materiais do homem podem ser
conseguidos sem lutas, por meio do conhecimento da Lei.
Passavam m uito tempo entregues ao estudo não só dos escritos antigos mas também
dos ramos especiais do saber, como a edu cação, a arte de curar e a astron omia. Dizia -se que
eles eram os herdeiros da astronomia caldaica e persa e da arte de curar dos egípcios.
Conhecedores profundos da profecia, preparavam -se para exercê -la por meio de um jejum
prolongado. E mostravam -se igualmente eficiente no uso de planta s e ervas para a cura de
homens e animais.
Levavam um a existência simples e regular, levantando -se todos os dias antes do nasce r
do sol, a fim de estudar e com ungar com as forças da natureza, banhando-se em água fria
como se fosse um ritual e envergando ro upas brancas. Depois do labor cotidiano nos campos e
vinhedos, compartiam das refeições em silêncio, precedendo -as e encerrando -as por uma
oração. Inteiramente vegetarianos no comer, nunca tocavam em alimentos de carne e em
líquidos fermentados. S uas noite s eram devotadas ao estudo e à com unhão com as forças
celestiais.
O anoitecer era o princípio do dia deles e o Sábado, o u dia santo, principiava no
anoitecer de sexta -feira, início da sua semana . Esse dia era consagrado ao estudo, à discussão,
ao entreteni mento de visitantes e à e xecução de certos instrumentos, réplicas dos quais foram
encontradas.
O modo de vida dos essênios lhes permitia viver até a idade avançada de 120 anos, ou
mais, e comentava -se que eles possuíam um a força e uma resistência m aravilhosas. Em todas
as suas atividades expressavam u m am or criativo.
Eles enviavam para fora curadores e mestres, escolhidos entre os m embros da
irmandade, entre os quais figuraram Elias, João Batista, João, o Bem -amado, e o grande
Mestre essênio, Jesus .
Só se obtia a qualidade de membro da irmandade após um período probatório de um
ano e após três anos de trabalho iniciatório, seguido de mais sete, em que se recebia o pleno
ensinamento interior.
Crônicas a respeito do m odo de v ida essênio chegaram até nós através de escritos dos
contempo râneos. Plínio, naturalista romano , Filo, filósofo alexandrino, Josefo, historiador e
soldado judeu, Solano e outros falaram deles variadamente, chamando -lhes “linhagem que se
formou por si mesma, mais notável do que qual quer outra no mundo”, “os mais antigos dos
iniciados, que recebem ensinamentos diretamente da Ásia Central”, “ensinamentos
perpetuados durante um espaço imenso de séculos”, “santidade constante e inalterável”.

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Parte dos ensinamentos externos, redigida em aramaico, conserva-se no Vaticano, em
Roma. Parte, redigida em língua eslava, foi encontrada nas m ãos dos H absburgos, na Áustria,
e, segundo se informa, trazida da Á sia no século XIII por padres adeptos do nestorianismo, os
chamados ne stórios, quando fugiam das hordas de Gêngis -Cã.
Ecos da doutrina essênia subsistem hoje em dia em m uitas formas, assim nos rituais
dos maçons, com o no castiçal de sete braços e na saudação “A paz esteja contigo”, usada
desde o tempo de Moisés.
Em vista da sua antigüidade, da sua persistência através dos séculos, é evidente que o
ensinamento não poderia ter sido concebido por uma única pessoa nem por um único povo,
mas é a interpretação, levada a cabo por um a sucessão de grandes m estres, da Lei do
universo, a Lei básica, eterna e imutável como as estrelas em seus cursos, a mesm a agora que
há dois ou dez mil anos, e tão aplicável hoje quanto então.
O ensinamento explica a Lei, mostra que os afastamen tos dela por parte do homem
são a causa de todas as dificuldades deste último e ens inam o m étodo pelo qual ele se
encontra a saída desse seu dilema.

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Fizeste conhecidas de mim 
Tuas coisas misteriosas e profundas 
Todas as coisas existem feitas por Ti 
E não há ninguém que om breie contigo 
Por meio da Tua Lei 
Dirigiste o me u coração 
A fim de eu dar meus pa ssos diretamente para a frente 
Em send as direitas 
E caminhas onde está a Tua presença 
Extraído do Livro dos Hinos VII
dos Manu scritos do Mar Mo rto

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A Lei foi plantada para premiar os filhos da luz 
com curas e paz abundante,
com vida longa,
com a semente fecunda das bênçãos eternas,
com eterna alegria 
na imortalidade da Luz eterna.
Extraído do “Manual de Disciplina”
dos Manu scritos do Mar Mo rto

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Capítulo 2 

A Lei Única 

Os ensinamentos que Moisés apregoou no M onte Sinais foram praticados mil e


quinhentos anos depois pelas Irmandades essênias na Palestina e no E gito.
Compreender -lhes as lições é compreender os valores que as práticas essênias têm
para o homem hoje em dia.
Moisés foi quem deu a Lei, a Lei Única. Ele instituiu o monoteísmo, qu e viria a ser não
somente o do gma fundam ental das Irmandades essênias, mas também de toda a civilização
ocidental. A informação m ais autorizada que temos a respeito de seus ensinam entos procede
das próprias Irmandades.
A tradição dos essênios divide a vida de Mo isés em três períodos que simbolizam as
experiências de vida de todo homem . No primeiro período de quarenta anos, durante os qua is
viveu como um príncipe do E gito, ele seguiu o cam inho da tradição, adquirindo toda a
educação e conhecimentos disponíveis naquele tempo. E studou os rituais de Ísis, de Amon -Rá
e de Osíris, os Preceitos de Pta Hotep, o Livro Egípcio dos Mortos e as tradições carreadas do
Oriente para o Egito, centro cultural do mundo naquele tempo. Em nenhum dos seus estudos,
porém, encontrou ele o dinamismo interior ou o princípio unificador que explicasse o universo
e os problemas da vida.
No segundo período ele passou quarenta anos no deserto, seguindo o caminho da
natureza, estudando o livro da natureza, como fizeram m uitos grandes gênios e profetas,
incluindo Jesus. Na imensa vastidão do deserto, com sua solidão e silêncio, produziram-se
grandes verdades interiores. Nesse período, Moisés descobriu a Lei Única, a totalidade de
todas as leis. Constatou que essa mesm a Lei governava o universo inteiro. Para ele foi o m aior
de todos os m ilagres descobrir que tudo opera debaixo da mesm a lei. Em seguida, acudiu-lhe a
idéia da totalidade das leis. E a essa totalidade deu o nome de A Lei, escrita com “L” maiúsculo.
Ele primeiro observou que o homem vive num universo dinâmico, que muda
constantemente; as plantas e os animais crescem e desaparecem; as luas crescem e mínguam.
Não há nenhum ponto estático na natureza nem no homem. Ele viu que a Lei se manifesta em
perpétua mudança, e que, por trás da mudança, há um plano de Ordem C ósmica numa vasta
escala.
Moisés acabou compreende ndo que a Lei é o m aior e o único poder no universo e que
todas as outras leis e todas as outras coisas fazem parte da Lei única, que não está sujeita a
nenhuma outra lei ou leis. Eterna, indestrutível, é insusceptível de derrota. Uma planta, um a
árvore, um corpo human o ou um sistema solar tem, cada qual, suas próprias leis, matemáticas,
biológicas ou astronômicas. Mas o único poder supremo, a Lei, está por trás de todas elas.
A Lei governa tudo o que acontece no u niverso e em todos os outros aniversos, toda
atividade, toda criação, me ntal ou física. Governa tudo o que existe em manifestação física, em
energia e poder, em consciência, todos os conhecimentos, todos os pensamen tos, todos os
sentimentos, toda a realidade. A Lei cria a vida e cria o pensamento.
A soma total da vida em todos os planetas do un iverso foi designada pelos essênios
como o oceano cósmico da vida. E a som a total das correntes de pensamento no universo foi

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denominada o oceano cósmico do pensam ento, ou consciência cósmica, na terminologia mais
moderna.
O oceano cósmico da vida e o oceano cósmico do pensamento formam um a unidade
dinâmica da qual o homem é parte inseparável. Todo corpo pensamente de todo indivíduo
está em constante com unhão interior com essa unidade. Todo ser human o é parte
individualizada da unidade. Essa unidade é a Lei, a Luz Eterna, de que falou Moisés.
Moisés viu a Lei violada em toda pa rte. O Egito tinha sido construído em nenhum a
consideração por ela. A d espeito do grande po der militar e político da nação, não havia
nenhuma lei de igualdade. A m iséria e a escravidão existiam em toda a parte; ricos e pobres
sofriam igualmente de opressão , epidemias e pragas. Ele aprendeu que a ignorância da Lei, das
leis da natureza, era responsável por todos os males, e que tanto os governantes quan to os
governados eram igualmente merecedores de censura.
Tornou-se evidente para Moisés que tudo o que se cria em decorrência de um
afastamento da Lei se destrói a si mesmo, e com o tempo d esaparece. Somente a Lei é eterna.
O terceiro período da vida de M oisés, o Êxodo, começou quando ele decidiu dedicar o
restante de seus dias à compreensão e aplicação da Le i, e à tarefa de levar a humanidade a
harmonizar -se com ela. Ele reconheceu a enormidade da incum bência que impunha a si
mesm o tentando fazer que não só as massas ignorantes mas também o s governantes
presunçosos aceitassem a Lei e vivessem em harmonia com ela. Obstáculos aparentem ente
insuperáveis se deparam a todos os reformadores do m undo, quando a idéia pura encontra a
força que se lhe opõe na inércia da m ente human a e na resistência do poder en trincheirado.
Isso representa uma revolução do dinâmico cont ra o estático, dos valores m ais elevados
contra os pseudovalores, da liberdade contra a servidão, e não se limita a um a época da
história, nem à humanidade como um todo, mas ocorre repetidamente na vida de cada
homem individualmente.
Quando Moisés chegou à conclusão de que não poderia mudar os governantes
egípcios nem as m assas do povo, voltou -se para a pequena m inoria, o povo escravizado e
oprimido de Israel, n a esperança de convencê-lo e fundar uma nova nação baseada
inteiramente na Lei. Foi ele a única figura, em toda a história universal, que fundou um a nação
nessas condições.
Moisés via o universo como uma Ordem Cósmica gigantesca, em que existiam fontes
inesgotáveis de en ergia, conhecimentos e harmonia à disposição do homem . Ele se lembrava
sempre d as duas lendas de Jacó, seu antepassado, que lutara com um anjo e o vencera e, mais
tarde, tivera uma visão de anjos que subiam e desciam um a escada entre o céu e a terra.
Identificou esses anjos com as forças da natureza e os poderes da consciência do homem e
percebeu que essas forças e poderes eram o elo de ligação entre o homem e Deus. E
identificou Deus com a grande Lei universal.
Moisés chegou à conclusão de que, se o hom em quiser alcançar a Deus, terá de
senhorear primeiro todas as forças que são ma nifestações de Deus, da Lei. Ele queria fazer o
seu povo “forte com a Lei”, que é o significado da palavra Israel. E queria criar um sistema de
vida que possibilitaria aos mem bros do seu pov o vencer os anjos, como o fizera Jacó, seu
antepassado. Tal era o f undam ento da ciência oculta, como hoje se denom ina, da ciência dos
anjos, mais tarde batizada com a denom inação de angelologia.
Queria Moisés que seus seguidores compreendessem que e stão em contato constante,
a cada mom ento de sua e em todos os pontos do seu ser, com todas as forças da vida e com o

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universo visível e invisível; e que, se contatassem de forma consciente esses poderes e se
tornassem cônscios deles, gozariam de saúde perfeita, felicidade, e harmonia de corpo e
mente, em todos os departamentos de sua existência.
O mé todo de estabelecer contato com essas forças estava gravado nas duas tábuas de
pedra que ele trouxera do alto do Monte Sinai, mas que destruiu ao descobrir que as massas
do povo não estavam prontas para os ensinamen tos, do mesmo qu e as massas da humanidade
não estão preparadas para eles nos dias de hoje e talvez não v enham a estar por muitas
gerações vindouras. Mas ensinou aos poucos que estavam prontos o método gravado nas
tábuas, as Comunhões com os anjos, que havia sido preservad o, através dos séculos, nas
Irmandades essênias e que ainda hoje pode ser praticado pelo homem .
Isso foi uma parte dos ensinamen tos esotéricos ministrados por Moisés e praticados
nas Irmandade s essênias cinco séculos antes da era cristã.
Nas tradições es sênias ulteriores, a idéias abstrata da Lei foi transmitida pelo símbolo
de uma árvore, chamada Árvore da Vida. Moisés recebera uma grande revelação ao avistar a
sarça em chamas no deserto. Esta representava dois aspectos da vida universal: calor e luz. O
calor do fogo simbolizava o fogo da vida, a vitalidade no mundo material. A luz, símbolo da
consciência do hom em, representava a luz da sabedoria à qual se opõem as trevas da
ignorância no universo imaterial. Juntos, eles representam o u niverso inteiro e a idéia de que o
homem, no centro, atrai a vida e a vitalidade de todas as forças do cosmo.
Os essênios tinham po r símbolo dos seus ensinamentos a Á rvore da Vida, que lhes
figurava, de forma concreta, que o homem era uma unidade de energia, pensamentos e
emoções e um a unidade de força vital, que comungava de con tínuo com a totalidade das
energias do universo. Moisés queria ver o homem vivendo em harmonia com as leis que
governam todas essas energias, dentro e fora de si, cônscio delas e utilizando -as em todos os
momentos da vida.
Em se u estudo da totalidade da Lei, logrou Moisés um conhecim ento intuitivo da
origem do m undo e do princípio de todas as coisas. Desse princípio de todas as coisas derivou
ele as leis para a vida de todos os dias. Ficou sabendo que todas as coisas são partes do todo,
postas juntas umas das outras, de acordo com a lei; e que os sete elem entos, ou forças básicas
da vida, apareciam em sete grandes ciclos da criação, um elem ento em cada ciclo. Ele agrupou
os dias da semana num ciclo co rrespondente de sete, considerando que cada dia correspondia
a um elemento diferente. Isso era simbolizado nas tradições essênias pelo castiçal de sete
braços, cujas velas se acendiam de sete em sete dias, no sábado, para lembrar ao hom em os
sete ciclos, as sete forças básicas do mundo visível e os sete poderes básicos do mundo
invisível da consciência do home m.
Os três períodos da vida de Moisés, em que ele descobriu a Lei e suas manifestações,
representam os três períodos em que se pode dividir a vida de quase todos os homens . O
primeiro, o Egito, foi chamad o o período da servidão, das trevas da ignorância, quando o livre
fluxo de energia vital é obstruído pela ignorância e pelos falsos valores. O Egito da
humanidade, sua escravidão, consiste na totalidade dos afastamentos da Lei.
O segundo período da vida de Mo isés corresponde ao deserto na vida do indivíduo,
quando seus falsos valores caem por terra e ele nada vê senão o vazio à sua frente. É nesse
período que o homem necessita mais urgentemente da orie ntação interior, a fim de encontrar
o caminho que o levará de volta à Luz, à Lei.

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O terceiro período, o Êxodo, é possível para todo homem. Há sem pre a Luz que indica
o caminho para o êxodo. O Egito da servidão do homem nunca é eterno. O Êxodo, para
Moisés, durou quarenta anos, mas era a penas o início do caminho da intuição, o caminho
onde ele aprendia a viver em harmonia com as leis da vida, da natureza e do cosmo. Um êxodo
para a humanidade só pode ser levado a cabo através dos esforços acumulados de m uit as
pessoas no correr de m uitas gerações.
Mas ele pode realizado e o será. Há sempre um a Canaã, que, longe de ser uma utópica
mítica, é uma realidade viva. O êxodo representa o caminho que conduz a Cana ã, o caminho
que Moisés percorreu iluminado pelas práticas essênias.

19 | P á g i n a
"Agradeço -T  e, Pai C elestial,
porque Tu me colocaste 
na origem de rios fluentes,
na fonte viva de uma terra seca,
regando um jardim eterno de maravilhas,
a Árvore da Vida, m istério dos m istérios,
que produz ramos perpétuos para o  eterno plantio 
para enterrar raízes na corrente da vida 
de eterno m anancial.

“E Tu, Pai C elestial,


protege -l he os frutos 
com os anjos do dia 
e da noite 
e com cham as de Luz eterna que brilham em toda a parte.” 

“Extraído dos “Salmos de Ação de Graças”


dos Man uscritos do M ar Morto VIII
(vii. 4 -12)

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Capítulo 3 

A Árvore da Vida Essênia 

O homem pareceu compreender, até onde chegam os seus registrom que estava
cercado de forças invisíveis. Em culturas sucessivas do pa ssad o, valeu -se de certo simbolismo
para expressar seu relacionamento com as forças no meio das quais se m ove. Esse simbolismo
místico, introduzido em quase todas as religiões e ensinamentos ocultos, é denominado
Árvore da Vida. Na lenda exterior e na sabedoria interior as intuições mais profundas do
homem a focalizaram.
A Árvore da Vida era co nsiderada por Zoroastro como a própria lei e constituía o
centro da sua filosofia e do seu mod o de pensar. Nos e nsinamentos ocultos de Moisés, o Livro
Essênio do Gênesi s, era ela a Árvore de Conhecimento no Jardim do Éden guardada por anjos.
Os essênios chamavam -lhe Árvore da Vida.
Aos conceitos primitivos da Á rvore os essênios acrescentaram o que os an tigos
escritores denominavam Angelologia. Essa Ciência dos Anjos teve sua origem entre os essênios
em sua Irmandade da Palestina. Os seus anjos eram forças do universo.
Muitos povos antigos sabiam que essas forças invisíveis eram uma fonte de energia e
poder, e que o contato com elas sustentava a vida do homem. Eles sab niam que, na medida
em que fosse capaz de utilizar as citadas forças, o homem avançaria em sua evolução
individual do corpo e do espírito e, se se colocasse em harmonia com ela, sua vida properaria.
Certas pessoas do povo não som ente conheciam essas forças como também tinham métodos
específicos de contatá -las e utilizá -las .
Em m uitas terras essas forças eram consideradas de du as espécies: as forças boas e as
forças más, eternamente opostas umas às outras. Em seu Zend Avesta, Zoroastro descreveu os
Ahuras e o Fravashis como as forças boas que lutavam para todo o sem pre com as más, os
Khrafstras e os De vas. No México e na A mérica Central, os toltecas tinham um a imagem do
mundo em que as forças do bem eram cognom inadas o Exército de Quetzalcoatlm, a Serpente
Emplumada, ao passo que as forças do m al formavam o Exército de Tezcatlipoca, o Jaguar. Nas
pictografias toltecas viam -se os dois exércitos empenhados num conflito contínuo. Segundo os
conceitos zoroástricos e toltecas, as forças de strutivas viviam com bate ndo as forças
construtivas.
O conceito dos essênios diferia dessa e de outras imagens do m undo no sentido de
que só reconhecia as forças positivas e construtivas no universo. Os anjos essênios
correspondiam às forças boas de Zoroastro, os Ahuras e Fravashis, e às forças boas do toltecas,
o Exé rcito de Quetzalcoatl. Dizia -se que o papel do homem no universo consistia em fortalecer
de tal m odo as forças boas e positivas que as forças m ás, negativas, derrotadas,
desapareceriam da terra.
A Árvore da Vida essênia representava catoreze forças positivas, sete das quais eram
forças celestes ou cósmicas, sendo as outras sete terrenas ou terrestres. Pintava -se a Árvore
como se ela tivesse sete raízes que desciam pela terra abaixo e sete galhos que se estendiam
par a cima, na direção dos céus, simbolizando a relação do homem, ao mesm o tempo, com a
terra e com o céu. O homem era pintado no centro da árvore, a meio cam inho entre o céu e a

21 | P á g i n a
terra.
O uso do núm ero sete é parte integrante da tradição essênia, transmitida às culturas
ocidentais de várias maneiras conhecidas como, por exem plo, os sete dias da semana.
Cada raíz e cada galho da árvore representava um a força ou poder d iferente. As raízes
representavam forças e energias terrenas, a Mãe Celestial, o Anjo da Terra, o Anjo da Vida, o
Anjo da Alegria, o Anjo do Sol, o Anjo da Água e o Anjo do Ar. Os sete galhos representavam
poderes cósm icos, o Pai Celestial, e seus anjos da vida Eterna, do Trabalho C riativo, da Paz, do
Poder, do Am or e da Sabedoria. Esses eram os anjos essênios dos mundos visíveis e invisíveis.
Na an tiga literatura hebraica e medieval, as forças celestes e terrenas, ou anjos,
receberam nom es, como Miguel, Gabriel, e assim por diante; e foram pintados na arte
religiosa como figuras humanas dota das de asas e envoltas em m antos ondeantes, como nos
afrescos de Miguel Ângelo.
Via -se o homem, no centro da Árvore, cercado, como se estivesse num campo
magnético, por todas as forças, ou anjos, do céu e da terra. Ele fora pintado numa com o
postura de meditação, tendo a metade superior do corpo acima do solo e a metade inferior na
terra, o que indicava que parte do homem está aliada às forças do céu e parte às forças da
terra. Este conceito ocorre estreitamente paralelo ao de Zoroa stro, que representava o
universo como um a estrutura de províncias com o hom em no cen tro e as várias forças acima e
abaixo dele. Também correspond e ao ritual tolteca, que se rea lizava nos degraus das suas
pirâmides com o homem n o meio de todas as forças.
A posição do hom em no centro da Árvore, com as forças terrenas debaixo dele e as
celestes acima, também corresponde à posição dos órgãos no corpo físico. Os ductos gástrico
e reprodutivo na metade inferior do corpo, por serem instrumento de autopreservação e
autoperpetuação, pe rtencem às forças terrenas; ao passo que os pulmões e o cérebro, na
metade superior do corpo, são os instrumentos de respiração e do pensam ento, e desse
modo, ligam o home m às melhores forças do universo.
O contato com as forças angélicas representadas p ela Árvore da Vida era a própria
essência da vida cotidiana dos essênios. Eles sabiam que, para manter -se em harmonia com
essas forças, precisavam fazer um esforço consciente a fim de en trar em contato com elas. Os
essênios eram descritos pelos escritos an tigos como um povo extremamente prático. Seus
conceitos não eram simples teorias; eles sabiam com exatidão conscientizar, de contínuo, as
forças que os rodeavam, absorver -lhes o poder e pô -las em aç ão na sua existência cotidiana.
Eles tinham a sabedoria profunda de compreende r que essas forças eram fontes de
energia, de conhecimentos e de harmonia, por intermédio das quais o homem transforma o
seu organismo num instrumento cada vez mais sensível para as receber e u tilizar
conscientemente. De m ais a mais, entendias que colocar -se em harmonia com as forças do Pai
Celestial e da Mãe Terrena era a atividade mais importante do homem em toda a sua vida.
As características de cada um a das diferentes forças estavam muito claras para eles,
que sabiam o que significava a força na vida de cada indivíd uo e de que m aneira ela poderia vir
a ser utilizada.
Eles também compreen diam o relacionamento entra as forças. No seu entender, cada
força celeste tem uma força terrena que corresponde a ela e a cada força terrena tem um
pode celeste que lhe corresponde. Essas forças celestes e terrenas que se correspondem
foram colocadas na Árvore da Vida essênia de modo que se atravessam diagonalmente, uma
acima e outra abaixo do hom em. Um a linha traçada entre qualquer par de forças

22 | P á g i n a
correspondentes passava, portanto, diretamente pelo homem no centro da Árvore.
As forças que correspondem um as às outras, em cima e embaixo, são as seguintes:

O Pai Celestial e a Mãe Terrena


O Anjo da Vida Eterna e o Anjo da Terra
O Anjo do Trabalho Cr iativo e o Anjo da Vida
O Anjo da Paz e o A njo da Alegria
O Anjo do Poder e o Anjo do Sol
O Anjo do Amor e o An jo da Água
O Anjo da Sabedoria e o Anjo do Ar

Essas correlações mostraram aos essênios que, quando uma pessoa estabelece
contato com alguma força terrena, entra em contato também com certo poder celestial. Isso
permitiu que eles compreendessem com o é necessário estar a pessoa em perfeita harmonia
com cada um a e com todas as forças e anjos, assim nos m undo visíveis como nos invisíveis.
A simbólica Árvore da Vida tornou -se claríssimo para as pessoas quã o
inseparavelmente estão elas ligadas a todas as forças, cósmicas e terrestres, e m ostrou -lhes o
relacionamento que mantêm com cada uma delas.

23 | P á g i n a
“Eu Te sou grato, Pai Celestial,
por me haveres alçado a uma altura eterna,
e eu caminho por entre as ma ravilhas da planura.

“Deste -m
  e orientação para eu alcançar a Tua e terna 
Companhia 
desde as profundezas da terra.

“Purificaste - m e o corpo 
para juntar -m   e ao e xército dos anjos da terra 
e o es p írito para alcan çar 
a congregação dos anjos celestes.

“Deste ao homem a eternidade 


para exaltar ao amanhecer e ao entardecer 
Tua obras e prodígios 
em ca ntos jubilosos.” 

Extraído dos “Salmos de Ação de Graças”


dos Ma nuscritos do M ar Morto VI (iii, 19 -36)

24 | P á g i n a
Capítulo 4 

A s Com u n h ões Essên i a s 

I – SEU PRO PÓSITO E SIGNIFICADO


A Árvore da Vida simbólica permitiu aos essênios compreenderem que estavam
cercados de forças, ou anjos, do mundo visível da natureza e do m undo cósmico invisível. As
Comunhões m ostram como cada uma dessas forças se utiliza no corpo e na consciência do
homem.
Diz -se que as Comunhões foram criadas por Esnoque, ou Enoque, e novamente
produzidas por Moisés para Esrael, o eleito do povo, nas duas tábuas de pedra que ele trouxe
do alt o do M onte Sinai. O segundo par de tábuas trazido por ele de cima d o monte co ntinha os
Dez Mandamentos, o ensinamento externo, que ele entregou ao restante do povo, Israel. Mas
a reduzida m inoria, Esrael, ou os essênios, a partir dessa época, continuou rea lizando suas
comunhões de manhã e de noite, com as forças terrenas e celestiais, regulando sua vida
segundo a inspiração que delas recebia.
As Com unhões têm três objetivos imediatos.
O primeiro é levar o homem a tom ar consciência das atividades das d iferentes forças e
formas de energia que o rodeiam e que fluem perpetuamente para ele, provenientes da
natureza e do cosmo.
O segundo é proporcionar -lhe a percepção dos órgãos e centros no interior do seu
corpo, capazes de receber as correntes de energia.
O terc eiro é estabelecer a conexão entre os órgãos e centros e as forças
correspondentes, de mo do que os primeiros possam a bsorver, controlar e utilizar cada
corrente.
Os essênios sabiam que o homem possui diferentes sistemas corpóreos para absorver
as diferentes energias dos alimentos, do ar, da água, das radiações solares e assim por diante;
e sabiam que cada pessoa precisa controlar e utilizar esses poderes para si mesm a, através dos
esforços conscientes, e que n inguém mais poderia fazê-lo por ela.
Praticavam-se Comunhões todas as m anhãs e todas as noites, com um a meditação
sobre uma força terrestre diferente cada manhã, ao levantar-se, e sobre uma força celeste
diferente, cada noite, antes de recolher-se, todos os dias da semana. Isso perfazia um total de
cato rze comunhões durante cada período de sete dias.
Em cada uma dessas Com unhões concentravam -se os fiéis na força designada e
contemplavam e m editavam sobre ela de modo qu e o seu poder fosse absorvido e utilizado
conscientemente, na intensidade requerida.
Se gue -se uma explanação do propósito de cada uma das Com unhões.

25 | P á g i n a
AS COMUNHÕES M ATUTINAS

A Mãe Terrena – Sábado pela Manhã


O propósito dessa Comunhão era estabelecer unidade entre o organismo físico do
homem e as forças nutritivas da terra.
O que era levado a cabo pela contemplação das diferentes substâncias alimentícias e
pela compreensão de que o corpo é formado dos eleme ntos da terra e se nutre desses
elementos através da vida vegetal, ensinando, assim, o significado e a importância dos
alimentos naturais da terra supridos pela Mãe Terrena em harm onia com as leis que governam
a vida terrestre. Por meio desse ensinam ento o homem aprende o papel soberano
representado pelos alimentos naturais na sua saúd e e vitalidade e torna -se ciente dos
processos de metabolismo que têm lugar dentro de le. Ele aprende, além disso, a receber e
absorver as energias poderosas derivadas dos alimentos e o m odo de conservá -las no corpo.
Desenvolve, desse modo , pouco a pouco, a capacidade de assimilar perfeitamente e utilizar
todas as substâncias nutritivas que ingere e as energias nelas existentes; dessa maneira, torna -
se capaz de extrais maior sustento de determinada qua ntidade de alimentos.
A Com unhão foi um dos principais instrumentos por cujo intermédio os essênios
conseguiram manter um a boa saúde física tão notável.

O A njo da Terra – Domingo pela Manhã


O Anjo da Terra da M ãe Terrena era o poder de geração e regeneração. Uma idéia
central dos essênios, semelhante nisso à de Zoroastro, consistia em criar uma vida sem pre
mais ab undante. As Comunhões propunham -se a transformar os poderes geradores da vida na
regeneração do corpo humano. Na concepção deles, esse poder, no homem , era a mesm a
força natural dos poderes geradores da natureza na camada superior do solo, encarregada de
criar a vegetação da terra.
Essa C omunhão, por conseguinte, relaciona -se com a superfície da terra, onde as
coisas germinam, e com o poder da fertilidade e as glândulas e órgãos de reprodução. Ela
ensinava a importância dos poderes geradores de vida do solo e da força regeneradora da
energia sexual no sistema glandular. Tornava o hom em consciente das forças geradores de
vida dentro e ao redor de si, permitindo-lhe ser mais receptivo na absorção desse grande
poder, e no seu d omínio, direção e utilização.
A extraordinária faculdade de auto-regeneração dos essênios devia -se, em primeiro
lugar, à sua energia sexual transformadora pela prática dessa Comu nhão.

O A njo da Vida  – Segunda -feira pela Manhã


Essa Comunhão era dedicada à vida, à saúde e à vitalidade do organismo humano e de
todo o planeta, e produzia uma unidade dinâmica entre eles.
Ensinava ao homem o papel exercido pela vitalidade no seu bem -estar e dava -lhe
consciência de todas as inumeráveis atividades da força vital dentro e em torno dele,
permiti ndo -lhe dirigi-la a qualquer ponto do seu corpo com a intensidade requerida.
E dava aos essênios sua surpreendente capacidade de absorver a força vital, sobretudo
a que lhes provinha das árvores e das florestas.

26 | P á g i n a
O A njo da Alegria – Terça -feira pela Manhã
Todas as formas de beleza eram jubilosamente contempladas nas Com unhões a fim de
conscientizar o homem das belezas da natureza e da alegria existente dentro de si mesmo e m
todas as partes do seu ser.
Essa faculdade de absorver alegria das belezas da na tureza, o nascente, o poente, as
montanhas, as flores, as cores, os aromas e assim por diante, era um dos m eios pelos quais os
essênios atingiam a harmonia e a se renidade internas que tanto impressionavam o s
contemporâneos.

O A njo do Sol – Quarta -feira pe la Manhã


Os essênios meditavam sobre o sol com o uma grande força viva da natureza terrestre,
um m anancial sempre presente de energia, sem o qual não haveria vida na terra, no oceano
ou na atm osfera. Eles meditavam sobre o efeito dos raios solares, que não se detêm à
superfície do corpo, mas pe netram no organ ismo no ponto em que se localiza o plexo solar,
banhando o corpo e o sistema nervoso na radiação do sol. Esse ponto é a unidade m ais antiga
do organismo humano.
Essa Comun hão intentava tornar-se receptivas às energias solares e estabelecer uma
unidade perfeita entre o eu e o sol e distribuir seu poder por toda s as partes do corpo.
Pelo emprego de sse método, os essênios se curavam , com freqüência, de certas
condições anormais de um modo que parecia milagroso aos historiadores primitivos.

O Anjo da Água  – Quinta-feira pela Manhã


Os essênios entendiam que a circulação da água na natureza correspondia à circulação
do sangue no corpo, Eles conheciam todos os organismos e tam bém sabiam que seus
alimentos têm por base, principalmente, a água, igualmente essencial à vida na terra. A
perfeição do organismo depende d a qualidade do sangue e, da mesma forma , a perfeição do
ambiente físico depende da qualidade da água disponível.
Nessa Com unhão, eram contempladas todas as formas de água, rios, córregos, chuva,
a seiva das árvores e das plantas e assim por diante, estabelecendo como realidade viva a
unidade entre as águas do corpo e as águas do planeta, o que possibilita dirigir a corrente
sanguínea para qualquer pa rte do corpo ou fazê -la refluir, à vontade .
Esse poder facultava aos essênios curar muitas enfermidades que, de outro modo, só
eram rem ediadas por longos e árduos tratamentos. Era essa uma das razões por que os
essênios possuíam um domínio de si mesmos tã o completo e uma resistência à dor quase
inacreditável.

O Anjo do Ar  – Sexta -feira pela Manhã


Essa Com unhão tinha por finalidade dar ciência ao home m da un idade dinâmica entre
o ar e a vida, de que a respiração é o elo entre o organismo e o cosmo e de que onde há vida
há respiração, visto que a cessação de um a implica a cessação da outra. Nessas con dições, a
atmosfera que circunda a natureza e o ar que existe no interior do corpo representam um
papel estupendo na saúde e na vitalidade.

27 | P á g i n a
Essa Comunhão era acompanhada de certo respirar profundo e rítmico, que permitia
aos essênios absorverem energias específicas da atmosfera e estabelecerem um a correlação
do eu com o universo.
Essas Comunhões com a Mãe Terrena e seus Anjos eram a fonte da qual os essênios
derivavam seu m odo de viver especial, seu modo de se alimentar, as abluções com água fria,
os banhos de sol, a respiração, etc., descritos com tamanho assombro pelos contemporâneos,
Josefo, Filo e Plínio.

28 | P á g i n a
AS COMUNHÕES NOTURNAS
Assim como as sete manhãs da semana eram consagradas às forças do mundo visível,
assim também as sete noites eram dedicadas aos poderes dos reinos invisíveis, ou seja, aos
Anjos do Pai C elestial.

O Pai Celestial – Sexta -feira à Noite


A Com unhão com o Pai Celestial, o Criador, a Luz, o Ahura Mazda de Zoroastro, era a
comunhão central dos essênios, votada à totalidade das leis cósmicas e à com preensão de que
o universo é um processo de criação contínua, em que o hom em precisa desempenhar sua
partes continuando à obra do Criador na terra.
O propósito da Com unhão consiste em ensinar ao homem a importância da união com
o oceano cósm ico, eterno e ilimitado, de todas as radiações superiores procedentes de todos
os planetas, a fim de torná -lo receptivo a esses poderes, de m odo que ele po ssa atingir a
consciência cósmica e unir -se às correntes cósmicas. Por esse m eio ele desenvolve ao m áximo
as capacidades criativas que existem no seu interior e aprende a usar o princípio criativo na
sua vida e no ambiente em que vive.
Os es sênios sabiam que só quando o homem o faz atinge a meta final, a união com o
Pai Celestial, objetivo supremo de todos os essênios e propósito fundam ental que lhes
governava os atos, sentimentos e pensamentos.

O A njo da Vida Eterna  – Sábado  à Noite


Ao ver dos essênios, o propósito do universo só poder ser a vida eterna, a
imortalidade, que o hom em realiza criando progressivamente as precondições de seu avanço
para os degraus mais e m ais altos de sua evolução individual. Eles sustentavam que não havia
limite para esse progresso, uma vez que o cosm o tem um suprimento inexaurível de energia
disponíveis ao home m à m edida que este aperfeiçoa seus órgãos e centros de recepção.
Através dessa Comunhão o homem desperta seu conhecimento intuitivo da
eternidade da vida no universo e de sua própria unidade com a vida eterna e com toda a
ordem cósm ica, por cujo intermédio ele aprende a importância de superar a gravidade nas
correntes terrenas de pensamento e a tornar-se consciente da atividade das correntes
superiores e do seu papel na evolução do indivíduo e do planeta.
A superação da gravidade e a absorção e utilização das correntes superiores deste e de
todos os outros planetas foram o feito místico mais alto praticado pelos essênios.

O A njo do Trabalho Criativo – Dom ingo à Noite


Essa Comunhão era dedicada a todas as grandes coisas criadas pelo trabalho humano,
as grandes obras -primas da literatura, da arte, da ciência, da filosofia e a tudo o que o homem
criou como superestrutura erguida sobre a natureza, os grandes va lores produzidos pelas
gerações anteriores e herdados pelo atual.
Essa com unhão levava o propósito de ensinar a importância do trabalho criativo e o
papel soberano exercido por ele na evolução do indivíduo. Destinava -se também a permitir-lhe
absorver as energias e o poder dos trabalhos criativos da hum anidade, todas as suas obras-
primas, e utilizar esse poder nas manifestações da sua consciência.

29 | P á g i n a
Nas Irmandades Essênias cada m embro realizava um trabalho criativo de alguma
espécie, para o aprimoram ento de si mesmo, da Irmandade ou da hum anidade. Os essênios
consideravam o trabalho criativo a mais adequada expressão de a mor.

O A njo da Paz – Segunda -feira à Noite


Ess a Comunhão dedicava -se com o Anjo da Paz à profunda intuição do homem e m
relação à paz dentro si mesmo e com todo o universo infinito. Segundo o pensamento dos
essênios, a paz é um dos tesouros mais valiosos do homem e, a menos que ele compreenda o
seu verdadeiro significado, não pode ter espiritualidade, sem a qual sua vida não tem sentido.
Proclamava -se que a obrigação mais imediata do homem era criar a paz dentro de si mesmo e
com tudo o que o cercava , e que o trabalho da paz se inicia no interior do indivíduo.
Os essênios utilizavam todas as fontes de paz do universo e as transmitiam ao mun do,
uma de cujas manifestações era a saudação universal: “A paz seja contigo.”

O A njo do Poder – Terça -feira à noite


Os essênios concebiam o universo inteiro como um oceano cósmico de vida, no qual
correntes de poder cósmico estão sempre unindo todas as formas de vida em todos os
planetas e ligando o hom em a todo s os outros organismos.
A Com unhão conscientizava o homem das forças cosmo -vitais que e xistiam à volta e
dentro dele. Tornando-se receptivo à atividade delas, ele pode absorvê -las através do seu
sistema nervoso e utilizá-las em todos os ramos da sua vida.
Os essênios eram capazes de absorver e utilizar essas correntes com notável
proficiência.

O Anjo do Amor  – Quinta-feira à Noite


Os essênios consideravam o amor com o o mais elevado sentimento criativo e
sustentavam que um oceano cósmico de amor existe em toda a parte unindo todas as formas
de vida, e que a própria vida é uma expressão de am or.
O propósito da Com unhão é ensinar ao homem a importância e o significado dessas
correntes superiores de sentimento nele e no universo circundante; e fazê-lo ciente das ditas
correntes e suscetível a elas, como fonte pode rosa de energia e poder, que ele pode
concentrar e dirigir em todas as m anifestações da sua consciência.
No entender dos essênios, qualquer pessoa qu e ferir alguma forma d e vida fora de si
mesmo fere -se igualmente a si, em virtude da unidade dinâmica de todas as form as de vida no
oceano cósmico do am or. Os próprios essênios expressavam sentimentos vigorosos de am or à
totalidade do gênero humano , próximo e distante, e a todas as formas de vida na terra e no
espaço infinito.
Esse amor que eles sentiam era o motivo que os levava a viver juntos em comunidades
fraternas; e por isso mesm o distribuíam todo o excedente do s alimentos aos necessitados e
saíam de suas comunidades para ensinar os ignorantes e curar os doentes. Os essênios
expressavam o am or por meio de ações.
A faculdade de atrair e emitir correntes superiores de sentimento era uma das sua s
grandes realizações místicas.

30 | P á g i n a
O Anjo da Sabedoria  – Qui nta -feira à Noite
Os essênios tinham o pensam ento na conta de uma função a um tempo cósm ica e
cerebral. Eles acreditavam na existência de um ocean o cósmico de pensam ento que penetra
todo o espaço em que se contém todo o pensam ento, que é a mais poderosa e elevada de
todas as energias cósmicas, que nunca se destruía e nunca se perdia.
Pelo fato de sintonizar todas as correntes de pensamento no un iverso e o pensamento
de todos os grandes pensadores do passado, através da comunhão com o Anjo da Sabedoria, o
homem desenvolveu a capacidade de criar correntes de pensam ento vigorosas e harmoniosas,
atingindo assim o conhecim ento intuitivo e a sabedo ria.
Graças à aplicação dessa Comunhão, os essênios possuíam grande capacidade para
emitir e receber poderosas correntes de pensamento.
A Com unhão com o Anjo da Sabedoria completa as catorze Comunhões dos essênios.
As Comun hões matutinas relacionam -se com a vitalidade do corpo, e o seu efeito cumu lativo é
o fortalecimento e a revitalização gradativos de cada órgão do corpo por meio do controle e da
direção consciente das forças terrenas.
As sete Com unhões noturnas são dedicadas aos poderes espirituais que regem a
evolução superior do homem . Seu efeito cumulativo é a revitalização da mente e de todas as
forças superiores que existem e m cada indivíduo, permitindo que ele receba e sintonize os
mais altos oceanos de amor, de vida e de pensamento, desenvolvendo assim todas as
potencialidades superiores do seu ser.
Cada Co munhão d entre as catorze representa certo equilíbrio entre o homem que a
realiza e o anjo, ou energia, com quem ele comu nga.

31 | P á g i n a
AS MEDITAÇÕES DO MEIO -DIA
Um terceiro grupo de práticas era levado a efeito ao meio -dia todos os dias da
semana. Eram meditações que solicitavam ao Pai Celestial o envio do Seu Anjo da Paz a fim de
harmonizar os diferentes departamentos da vida do hom em. Tão impo rtante era a paz para os
essênios que eles tinham um ensinamento especial relativo a ela e ao qual cham avam P az
Sétupla.
A prática das catorze Comun hões acarreta uma exp eriência interior, ou expansão de
consciência, que permite que a pessoa faça uso consciente das forças invisíveis da natureza e
do cosmo. A Paz Sétupla mostra a aplicação prática dessa consciência expandida na vida
cotidiana da pessoa n o seu relacionamento com os d iferentes aspectos de vida.
Essas Meditações de Paz eram praticadas na seguinte ordem:

Meio -dia de sexta -feira  – Paz com o Corpo.


Meio -dia de quinta-feira - Paz com a Mente.
Meio -dia de quarta -feira – Paz com a F amília.
Meio -dia de terça -feira – Paz com a Hum anidade.
Meio -dia de segunda -feira – Paz com a Cultura.
Meio -dia de dom ingo – Paz com a Mão Terrena.
Meio -dia de sábado  – Paz com o P ai Celestial.

Uma explicação desses sete setores da vida da pessoa é dada num capítulo
subseqüente.

Todo sétimo dia, o Sábado essênio, era consagrado a um dos aspectos da paz e nele se
faziam reuniões com unitárias, separadas das meditações individuais. Essas reuniões tinham
por escopo refletir sobre a aplicação coletiva prática da paz particular na qual os es sênios se
concentravam nesse Sábado.

32 | P á g i n a
O GRANDE SABBATH

Todo sétimo Sábado recebia o nome de Grande Sabbath e era dedicado à Paz com o
Pai Celestial, a Paz transcendental, que continha todos os dem ais aspectos da Paz. Dessa
maneira, tomava -se em consideração cada uma das fases da vida do homem, um a depois da
outra.
Esse era o m odelo essênio da C omunhão com as forças cósmicas e naturais da
meditação sobre os aspectos da paz que lhes mostravam com o pôr em prática as forças na
vida de cada um. Não en contraremos o equivalente disso em nenhum outro sistema. Ele tem a
sabedoria de oito mil anos atrás de si. Não se trata exclusivamente de um a forma ou de um
ritual, mas de u ma expe riência intuitiva dinâmica, capaz de instaurar a un idade do gênero
humano.
Os essênios praticaram essas Com unhões e Meditações há mais de dois mil anos.
Podemo s praticá -las hoje.

33 | P á g i n a
“Exaltarei Tuas obras 
com cânticos de Ação de Graças 
continuamente, de período a período,
nos circuitos do dia, e na s ua ordem fixa: 
com a vinda da luz desde a sua fonte 
na virada da noite e no sum iço da luz,
no sumiço da treva e no advento do dia,
continuamente,
em todas as gerações do tempo.” 
Extraído dos “Salmos de Ação de
Graças” dos Manuscritos do Mar
Morto XVII (xii. 4 -12)

34 | P á g i n a
Capítulo 5 

A s Com u n h ões Essên i as 

II  – SUA PRÁTICA REAL


Registros fragmentários de antigas tradições que nos foram transmitidos mostram
que, no transcorrer de éons de tem po, o home, pouco a pou co, principiou a desenvolver, no
interior do seu ser, certo aparelho receptor por meio do qual é capaz de absorver as correntes
de força que fluem dentro e ao redor dele e deque se utiliza conscientemente, como
mananciais de energia, harmonia e conhecimentos.
Os essênios supunham que o desenvo lvimento desses centr os de recepção constituía
uma parte e ssencial da evolução do indivíduo. Eles também achavam que a prática sistemática
e cotidiana de um método correto era necessária ao desenvolvimento dos citados centros.
A primeira parte das suas Comunhões ensinava o se ntido e o propósito de cada uma
das catorze forças terrestres e cósmicas. A segunda consistia na prática real ou técnica por cujo
intermédio o aparelho pode ser desenvolvido.
Graças a essa prática, podem abrir -se os centros sutis do corpo, dando-se acesso ao
depósito universal das forças cósmicas. A finalidade do processo e ra colocar os órgãos do
corpo físico em harm onia com todas as correntes benéficas da terra e do cosmo, de maneira
que elas pudessem ser em pregadas na evolução do indivíduo e do planeta.
Muitos povos primitivos possuíam um a técnica semelhante. Os sumério, os persas do
tempo de Zoroastro e os hindus em seus sistemas de ioga, nove dos quais sobreviveram aos
catorze originais, todos buscavam atingir os mesm os fins.
A técnica que os essênios transmitiram oralmente, de geração a geração, no decorrer
de milhares de anos, só era m inistrada ao neófito em su as Irmandades de pois de ter sido
completado o ade stramento probatório, que durava sete anos. Ele fazia então o Grande Voto
Sétuplo de nunca re velar as comunhões sem autorização e de nunca usar os conhecimentos e
o poder obtidos através delas com propósitos ma teriais e egoístas.

35 | P á g i n a
PRÓLOGO DAS COMUNHÕES
Antes de proferir as verdadeiras palavras da com unhão, o essênio repetia, solene e
reverente, o prólogo seguinte:

“Entro no Jardim E terno e Infinito com reverência ao Pai Celestial, à Mãe Terrena e aos
Grandes Mestres, reverência ao santo, puro e salvador Ensinamen to, reverência à Irmandade
dos E leitos.”

Em seguida, com a me sma reverência, ele pensava no anjo, ou energia, com o qual
estava prestes a comu ngar, refletindo seriame nte no seu significado e propósito na sua própria
vida e no seu próprio corpo, como se ensina na primeira parte das Comunhões.
Seguiam -se ao prólogo as verdadeiras palavras da Comunhão.

36 | P á g i n a
AS VERDADEIRAS COMUNHÕES MA TUTINAS
1
Para comungar com a Mãe Terrena, no sábado de m anhã, o essênio dizia:

“A Mãe Terrena e eu somos um.


Ela dá o alimento da Vida a todo o m eu corpo.”

Ao concluir essas palavras, ele medita seriamente sobre os frutos, grãos ou plantas com estíveis
e sente as correntes da M ãe Terrena fluindo nele e intensificando e dirigindo o m etabolismo
do seu corpo.

2
No domingo de ma nhã ele comunga com o Anjo da Terra, dizendo:

“Anjo da Terra, entra em meu órgão de


Regeneração e regenera todo o meu corpo.”

Ao dizer essas palavras, ele medita sobre o solo gerador de vida e na real que cresce, sentido
as correntes do Anjo da Terra, que lhe transforma a energia sexual em forças regenerativas.

3
Na manhã de segunda -feira ele comun ga com o Anjo da Vida pronunciando as seguintes
palavras:

“Anjo da Vida, entra em m eus mem bros


E dá força ao meu corpo inteiro.”

Ele agora medita nas árvores, ao m esmo tem po que absorve as forças vitais p rovenientes das
árvores e das florestas.

4
As palavras da Comunhão na m anhã de terça -feira com o Anjo da Alegria são as seguintes:

“Anjo da Alegria, desce à terra


E dá beleza a todos os seres.”

Ele, então, absorve as vibrações de alegria emitidas pelas belezas da natureza, enquanto
medita nas cores do levante, do ocaso, no canto de um pássaro ou no aroma de um a flor.

5
Na Comu nhão com o Anjo do Sol, na manhã de quarta -feira, ele usa estas palavras:

“Anjo do Sol, entra em meu Cen tro Solar


E dá o fogo da vida a todo o meu corpo.”
37 | P á g i n a
Enquanto profere estas palavras, ele medita sobre o sol que nasce e sente e dirige as forças
solares acumuladas que se irradiam através do seu centro solar, localizado no plexo solar,
enviando-as a todas as partes do corpo.

6
A Comunhão da quinta -feira pela manhã com o Anjo da Água faz -se dizendo:

“ Anjoda Água, entra no meu sangue


E dá a água da Vida a todo o m eu corpo.”

Enquanto pronuncia estas palavras, ele medita sobre as águas da terra, na chuva, no rio, no
lago, no mar, ou onde que r que seja, e sente as correntes do Anjo da Água intensificando e
dirigindo a circulação do seu sangue.

7
Na Comunhão de sexta -feira pela man hã com o Anjo do Ar, diz o essênio:

“Anjo do Ar, entra em meus pulmões


E dá o ar da Vida a todo o m eu corpo.”

O comunga nte medita sobre a atmosfera ao pronu nciar estas palavras e respira ritmicamente.

38 | P á g i n a
AS VERDADEIRAS COMUNHÕES NOTURNAS
Seguem -se as palavras das Comunhões noturnas com o Pai Celestial e do seus Anjos.

1
A Comunhão noturna de sexta -feira com o Pai Celestial principia afirmando :

“O Pai Celestial e eu somos U m”

Esta Comu nhão, a tempo, proporciona a união com o eterno e infinito oceano cósmico de
todas as radiações superiores advindas de todos os planetas, à proporção que se de sperta a
con sciência cósmica e a pessoa se une, finalmente, ao Poder supremo.

2
Na Com unhão de sábado à noite com o A njo da Vida Eterna, o essênio declara:

“Anjo da Vida Eterna, desce so bre mim


E dá a Vida Eterna ao m eu espírito.”

À medida que estas palavras são ditas, a pessoa medita sobre a união com as correntes de
pensamento dos planetas superiores e adquire poder para superar a esfera de gravitação das
correntes terrenas de pensamento.

3
No dom ingo à noite, a Comunhão com o Anjo do Trabalho Criativo dá esta ordem:

“Anjo do Trabalho Criativo, desce sobre a humanidade


E dá abundância a todos os homens.”

A me ditação se faz sobre o trabalho das abelhas, e o trabalho criativo da humanidade em


todas as esferas da existência passa a ser objeto de concentração.

4
A Comunhão da noite de segunda -feira com o Anjo da Paz faz -se com estas palavras:

“Paz, paz, paz,


Anjo da Paz,
Que estejas sempre em toda a parte.”

A pessoa m edita agora na luz crescente e no luar, invocando e visualizando a paz universal em
todas as esferas da ex istência.

39 | P á g i n a
5
Diz a Comunhão no turna de terça-feira com o Anjo do Poder:

“Anjo do Poder, desce sobre o m eu Corpo Ativo


E dirige todos os meus atos.”

Enquanto medita sobre as estrelas, em sua radiações e no oceano cósmico da Vida, a pessoa
sente as forças cosmovitais das estrelas ao serem absorvidas pelo sistema nervoso do Corpo
Ativo.

6
A Com unhão noturna de quarta-feira é com o Anjo do Amor. Estas são as palavras
pronunciadas:

“Anjo do Amor, desce sobre o meu Corpo S ensível


E purifica todos os m eus sentimentos”

Enquanto se pronunciam estas palavras, o Corpo S ensível manda e atrai, a um tem po,
correntes superiores de sentimento para todos os seres da terra e todos os que se enco ntram
no oceano cósm ico do Amor e as atrai de volta.

7
A noite de quinta -feira é dedicada ao Anjo da Sabedoria, interpelado da seguinte maneira:

“Anjo da Sabedoria, desce sobre o meu C orpo Pensante e ilumina todos os me us


pensamentos.”

Correntes superiores de pensamento são então enviadas e a traídas pelo Corpo Pensante ,
enquanto a pessoa me dita sobre todos os pensame ntos da terra e sobre o oceano cósmico do
pensamento.

São estas as palavras tradicionais das Comunhões com a Mãe Terrena e o P ai Celestial e seus
anjos. O efeito cumulativo da repetição semanal regular de c ada uma dessas Comunhões
faculta ao indivíduo, mais cedo ou mais tarde, de acordo com sua capacidade, perseverança e
grau de evolução, absorver, utilizar e dirigir essas correntes de energia em todas as
manifestações de sua consciência em prol da sua evolução mais elevada e da evolução da
humanidade e do planeta.

40 | P á g i n a
AS VERDADEIRAS MED ITAÇÕES DO M EIO -D IA
As Meditações de Paz do meio -dia, dedicadas cada dia a um a specto diferente dentre
os sete aspectos da Paz , eram dirigidas ao Pai Celestial, rogando -lhe que mandasse o Anjo da
Paz a todos e, em seguida, que m andasse um dos anjos para fortalecer cada aspecto da Paz
Sétupla. Seguem -se as palavras:

Meio -dia de Sexta -feira (Paz com o Corpo):


Pai Nosso que estais no céu,
Mandai a todos
O vosso A njo da Paz;
Pa ra o nosso corpo,
O Anjo da Vida.

Meio -dia de Quinta-feira (Paz com a Mente):


Pai Nosso que estais no céu,
Mandai a todos
O vosso A njo da Paz;
Para a nossa mente,
O Anjo do Poder.

Meio -dia de Quarta-feira (Paz com a Fam ília):


Pai nosso que estais no céu,
Mandai a todos
O vosso A njo da Paz;
Para a nossa família e amigos,
O Anjo do Amor

Meio -dia de Terça -feira (Paz com a H uman idade):


Pai nosso que estais no céu,
Mandai a todos
O vosso A njo da Paz;
Para a humanidade
O Anjo do Trabalho.

Meio -dia de Segunda -feira (Paz com a Cultura):


Pai nosso que estais no céu,
Mandai a todos
O vosso A njo da Paz;
Para o nosso conhecimento,
O Anjo da Sabedoria.

Meio -dia de Domingo (Paz com o Reino da Mãe Terrena):


Pai nosso que estais no céu,
Mandai a todos
41 | P á g i n a
O vosso A njo
njo da Paz;
Para o reino de nossa Mãe Terrena,
O Anjo da Alegria.
Alegria.

Meio -dia de Sábado (Paz com o Reino do P ai Celestial):


Celestial):
Pai nosso que estais no céu,
Mandai a todos
O V osso Anjo da Paz;
Para o Vosso Reino, nosso Pai Celestial,
O Vosso Anjo da Vida Eterna.

42 | P á g i n a
COMUNHÕES MA TUTINAS
TUTINAS

Contemplativa Força
Sábado Mãe Terrena Alimento Nutrição

Domingo Anjo da Terra Crescimento da Regeneração


Superfície do Solo Glândulas
Segunda -feira Anjo da Vida Árvores Vitalidade
Força Vital

Terça -feira Anjo da Alegria Beleza Harmonia

Quarta -feira Anjo do Sol Nascer do Sol Fogo da Vida

Quinta -feira Anjo da Água Sangue Circulação


Rios
etc.
Sexta -feira Anjo do Ar Respiração Energias da Atmosfera

As Com unhões com as F orças dos Reinos Visíveis


Visíveis

43 | P á g i n a
EI O -D IA
MEDITAÇÕES AO M EIO
Paz com o
Sábado Reino do Pai Celestial

Domingo Reino da Mãe Terrena

Segunda -feira Cultura

Terça -feira Humanidade (Paz Social)

Quarta -feira Família (Corpo Sensível)

Quinta -feira
Quinta- Mente (Corpo Pensante)

Sexta -feira Corpo (Corpo Ativo)

As M editações de Paz ao Meio -dia


di a

44 | P á g i n a
COMUNHÕES NOTURNAS

Contemplativa Força
Sábado Anjo da Vida Eterna Planetas Superiores Superando a
Gravidade

Domingo Anjo do Trabalho Abelhas Trabalho Criativo do


Criativo Homem
Segunda -feira Anjo da Paz Lua C rescente Paz Interior

Terça -feira Anjo do Poder Estrelas Sistema Nervoso


Atos Superiores Oceano Cósmico da
Vida
Quarta -feira Anjo do Amor Sentimentos Emoções
Superiores Oceano Cósmico do
Amor
Quinta -feira Anjo da Sabedoria Pensamentos Corpo Pensante
Superiores

Sexta -feira Pai Celestial Correntes Cósmicas União Final com o


Oceano Cósmico.

As Com unhões com os Poderes dos Reinos Invisíveis

45 | P á g i n a
“Que Ele te abençoes com todo o bem ,
que Ele te preserve de todo o mal 
e ilumine o teu coração com o conhecime nto da vida 
e te favoreça com a sabedo ria eterna 
E que Ele te dê Sua bênçãos Sétuplas 
Para a Paz sem piterna.” 
Extraído do “Manual de Disciplina”
dos Manu scritos do Mar Mo rto

46 | P á g i n a
Capítulo 6 

A Paz Sét upla 

A Paz Sétupla dos essênios era a soma dos seus ensinamentos interiores.
Sua Árvore da Vida e as Co munhões ensinavam o relacionamento com as catorze
forças dos mundos visíveis e invisíveis. A Paz Sétupla explica o relacionamento com as partes
do seu próprio ser e com o s seus semelhantes, mostrando -lhes como é possível criar a paz e a
harmonia nas sete categorias da vida.
Para os essênios, harmo nia significava paz.
Eles tinham para si que a vida hum ana pode ser dividida em sete setores: físico,
ment al, emocional, social, cultural, o relacionamento com a natureza e o relacionam ento com
todo o cosmo.
Afirmava -se que o homem tem três corpos que funcionam em cada um de sses setores:
um corpo a tivo, um corpo sensível e um corpo pen sante. O poder ma is alto do corpo pensante
é a sabedoria. O poder m ais alto do corpo sensível é o amor. E a função do corpo ativo consiste
em traduzir a sabedoria do corpo pensante e o amor do corpo sensível em ação no m undo
social e cultural da pessoa e na utilização que faz das forças terrestres e celestiais.
A Paz Sétupla explica a utilização desses poderes e forças com a máxima clareza. Todos
os dias, ao meio -dia, levava -se a cabo uma M editação sobre um aspecto da Paz; e todo Sábado
era coletivamente dedicado a u m deles, de m odo que o ciclo inteiro, que cobria todas as fases
da vida do homem, se completasse num período de sete semanas.

I – A Paz com o C orpo

A palavra usada pelos essênios para indicar o corpo físico, tanto em aramaico quanto
em hebraico, significava a função do corpo, agir, mover -se.
Este difere muitíssimo de outros conceitos. Os gregos, por exemplo, exaltavam o corpo
pelas suas qualidades estéticas, suas proporções e beleza, e não tinham consciência de
nenhum propósito mais profundo. Os romanos olhavam para o corpo simplesmente como
instrumento de força e poder para conqu istar nações e plantar a águia romana em terras
distantes. Os cristãos, na Idade Média, desprezavam o corpo como origem de todas as
dificuldades do homem, uma barreira erguida entre o homem e Deus.
Os essênios tinham uma compreensão muito mais profunda do que qualquer uma
dessas. Eles sabiam que no corpo ativo, que evoluíra no correr de centenas de m ilhares de
anos, manifestam -se todas as leis da vida e do cosmo; nele se encontra a chave de todo o
universo.
Eles estudaram - no em relação ao pa pel pleno do homem n o universo, e o conceito
deles a respeito desse papel era maior do qu e qualquer outro já adotado até então. No seu
parecer, o homem tinha três papéis: o da evolução individual, o da função relativa ao planeta
em que vive e o do propósito de uma unidade do cosmo.
O corpo ativo desempenha a sua parte nos três papéis. É um produto Divino, criado
pela lei para os desígnios do Criador, de mane ira nenhuma inferior a qualquer outro

47 | P á g i n a
instrumento do homem , nem a qualquer outra coisa existente no universo, na esperança de
que o hom em utilize conscientemente suas en ergias terrestres e espirituais.
Os essênios sabiam que o hom em não é um ser isolado e só no universo, mas um entre
outros seres na terra e no s demais planetas, todo os quais têm corpos ativos em plena
evolução, semelhante à evolução do hom em. Todo s esses corpos ativos, portanto, relacionam-
se uns com os outros e se afetam m utuamente. A saúde física e a vitalidade de cad a indivíduo,
por conseguinte, é da máxima importância, não só para si mas também para todos os outros
seres que existem na terra e nos outros planetas.
As práticas diárias dos essênios derivavam desse conceito dinâmico que abrange todos
os aspectos do corpo a tivo como parte integrante de todo o universo, e sua sa úde e vitalidade
extraordinárias resultavam disso.
Os que ingressavam nas Irmandades eram treinados para aperfeiçoar o corpo ativo nos
três papéis, e aprendiam a ajustá -lo ao campo de forças, em constante mutação, em que ele
vive e se move.
Os essênios ficaram conhecendo os efeitos de diferentes alimentos e as d iferentes
forças naturais da terra, do sol, do ar e da água sobre o o rganismo. Foi-lhes ordenado que
seguissem certos rituais na utilização dessas forças, tai s como com eçar todos os dias com um a
ablução de água fria e uma exposição do corpo, uma vez por dia, aos raios solares. Mercê da
experiência prática, vieram eles a con hecer o poder vitalizador do trabalho nos campos, nos
pomares e nos jardins.
Aprenderam q ue a doença é criada pelos afastamentos da lei e como curar as
moléstias resultantes dos me ncionados afastamentos. Foram -lhes explicadas as qualidades e
poderes curativos de diferentes ervas e plantas, da helioterapia e da hidroterapia, e a dieta
apropriad a a cada um dos m ales que afetam os homens. Receberam instruções sobre o modo
correto de respirar e o poder que exerce o pensamento sobre o corpo ativo.
Aprenderam a reconhecer o valor material e espiritual da mod eração em todas as
coisas, e aprenderam que o jejum era uma forma de regenerar o corpo e desenvolver a
vontade e, dessa maneira, aumentar o poder espiritual.
Essas práticas trouxeram paz e harmonia ao corpo ativo. Nunca, porém, se atribuiu ao
corpo uma importância indevida. A consideração e o zelo que lhe dispensavam destinavam -se
unicamente a conservá -lo com boa saúde, como um instrumento através do qual os essênios
podiam realizar atos de sabedoria e am or em benefício dos sem elhantes. Dessa maneira, o
corpo ativo participava da evolução do indivíduo, do planeta e do cosmo, o que facultava ao
indivíduo tornar -se um co -criador com a lei e com Deus.
Essa era a primeira paz praticada pelos essênios: a paz com o corpo.

II  – A Paz com a M ente

A quinta -essência dos ensinamentos sobre a Paz Sétupla concen trava -se na paz com a
mente, sendo a m ente, na terminologia essênia, a criadora do pensam ento.
Para os essênios, o pensamento era um a força superior, mais poderosa do que a força
não só dos sentimentos mas também da ação, visto que é instigadora de ambos.
Chamava -se à totalidade dos pen samentos do indivíduo o corpo pensan te. A
totalidade dos pensam entos em todas as centenas de m ilhões de corpos pensan tes existentes
na superfície da terra forma o corpo pensa nte planetário; e a totalidade de tod os os

48 | P á g i n a
pensamentos superiores do universo forma um corpo pensante cósmico ou, em outras
palavras, um oceano cósmico de pensamento.
Para os essênios, o corpo pensante d o indivíduo, à semelhança do seu corpo ativo, era
dotado de três funções: uma fun ção individual, uma função planetária e uma função cósmica.
A função individual consiste em utilizar o poder do pensam ento para guiar e dirigir as
correntes de sentimentos do co rpo sensível do indivíduo , e as ações do corpo ativo. O corpo
pensante pode fazê -lo porque penetra o corpo sensível e o corpo ativo, mau grado seu.
A função planetária era a de contribuir com pensam entos nobres e edificantes para o
corpo pensante planetário. Os pensamentos do indivíduo formam à sua vo lta um campo de
força comparável ao campo magnético que cerca um pólo m agnético. Nesse campo de força os
pensamentos do indivíduo brotam constantemente e são m andados para fora, como também
recebem correntes de pen samento do corpo pensante planetário, do qual faz parte. Nessas
condições, todo indivíduo vive, mo ve -se, pensa, sente e age n a atmosfera planetária
circundante de pensamentos, para a qual ele mesmo sem pre contribui, responsável como é
pelos pensamentos que figuram na sua contribuição, como também por todos os
pensamentos que em ite.
A terceira função do corpo pensante, sua função cósmica, não se cum pre de pronto. O
oceano cósmico de pensamento, do qual a atmosfera de pensamento planetário, que envolve
a terra, é apenas uma parte infinitesimal, consiste em todos o s pensam entos do universo
suficientemente superior para haver -se libertado das forças planetárias que os prendem ao
seu planeta particular. Somente as correntes de pensam ento mais elevadas, que superaram a
gravitação planetária de sua atmo sfera planetária, conseguem unir-se ao oceano cósmico
infin ito de pen samento.
Esse oceano cósmico de pensam ento representa a perfeição da lei, a importância da
lei e a onipresença da lei. Sempre existiu e sempre existirá. É mais antigo do que qualquer um
dos planetas existentes no sistema solar, mais antigo do que o próprio sistema solar, do que o
sistema galáctico ou do que o sistem a ultragaláctico. Eterno e infinito, ele dirige todos o s
passos da evolução cósm ica e planetária no infinito oceano cósm ico da vida.
A função cósmica do corpo pensante de cada indivíduo é cria pensamentos de uma
qualidade tão superior que possam unir -se ao oceano cósmico de pensamento.
Os essênios cuidavam que o corpo pensante é uma das mais altas dádivas do Criador.
Pois ele, e somente ele, dá -lhe a capacidade de ter consciência da Lei, de compreendê -la, de
trabalhar em harmonia com ela, de perceber -lhe as manifestações em todos os seus
ambientes, em si mesm o, em cada célula e molécula do corpo físico, em tudo o que existe, de
compreender -lhe a onipresença e on ipotência. Tendo consciência da Lei, compreendendo -a,
agindo em harmonia com ela, torna-se o homem um co -criador com Deus; não existe maior
nem mais alto valor no universo.
Por intermédio da poderosíssima força do pensam ento, o maior de todos os tesouros
possuídos pelo homem, e seu título de nobreza, o homem tem a capacidade e a liberdade de
realizar o que quer que realmente deseja, de conseguir com êxito o que quer a que aspire e
que esteja em harmonia com a Lei e, desse modo, de viver na perfeição eterna que é a Lei.
Se pensar em h armonia com a Lei, o homem pode remediar toda e qualquer
desarmonia que tenha criado no passado; pode recriar seu corpo pensante, seu corpo sensível
e ativo. Pode curar todas as enfermidades no seu corpo físico e criar uma harmon ia completa
no seu ambiente e no seu mundo.

49 | P á g i n a
Mas se as correntes de pensamento do corpo pensante não estiverem de acordo com
a Lei, nada mais criará harmonia no m undo do indivíduo.
Os essênios sabiam que som ente uma pequena m inoria da humanidade faz uso da
grande capacidade do corpo pensante. Sabiam que a maioria usa o corpo pensante de m aneira
totalmente casual, sem se dar conta de que os seus pensame ntos podem ser usados para
construir ou para destruir. Uma sucessão quase autom ática de pensamentos, idéias e
associações de idéias pas sa pela sua mente sem nenhuma direção consciente. Entretanto, até
esses elementos desgarrados do pensamento podem criar forças poderosas que atravessam
de um lado a ou tro o corpo sensível e o corpo ativo, interpretando cada átomo e cada célula,
fazendo vib rar cada uma das suas partículas. Dessas vibrações partem radiações harmoniosas
ou desarmoniosas de acordo com a natureza do pensamento.
Se o homem perde a consciência da Lei, ele se afasta dela inconscientemente, pois
está cercado de campos de forças desarmoniosas, que lhe sugerem desv ios. Esses desvios
criam todas as imperfeições em seu mundo, todas as limitações e negações em seus
pensamentos, sentimentos e bem -estar físico, no seu ambiente, na sociedade e em todo o
planeta. Cada vez que o homem cria ou aceita um pensamento inferior, aceita uma força
inferior no seu mund o.
A força inferior, de acordo com a força do pensam ento, reage sobre o corpo se nsível,
dando origem a um desequilíbrio emocional nesse corpo sensível, o qual, por seu turno, reage
sobre o corpo físico.
Esse desequilíbrio provoca automaticamente novos a fastamentos, novas desarmon ias,
novas moléstias no corpo sensível e no corpo ativo. E essas desarmonias, essas moléstias,
criam uma atmosfera desarmoniosa em torno do indivíduo, que influi n o corpo pensante, no
corpo sensível e no corpo ativo de todos os que não têm consciência da Lei e não sabem o que
fazer para proteger-se contra todo os pensamen tos inferiores criados pelo singular desvio de
pensamento do indivíduo.
Assim sendo, todo indivíduo que abriga um pensamento inferior, um pensam ento
limitante, negativo ou desarm onioso, dá início a um a reação em cadeia de desvios, que se
espalha por todo o planeta e pelos mu ndos planetários, dando origem a n ovos desvios, a
novas negações, a novas limitações e desarmo nias.
A desarmonia é contagiosa, como o são m uitas doenças que se conhece. Mas os
grandes mestres essênios ensinavam ao homem o modo de evitar essas ondas de desarmonia,
logo na origem, antes de se criar o primeiro pensam ento desarm onioso. Eles ensinavam ao
homem o m odo correto de pensar, o modo de nunca se desviar da Lei, de nunca receber nem
aceitar na consciência nenhum pensamento menos que perfeito.
Esses grandes mestres ensinavam também que o homem é livre para trabalhar com a
Lei se assim o desejar, criando um a harmonia e uma perfeição cada vez maiores no seu m undo
e no mundo que o rodeia.
O homem tenta, de contínuo, desenvolver mane iras de melhorar as condições em que
vive. Mas ele o faz, com dem asiada freqüência, sem con sideração pela Lei. Procura a paz e a
harmonia por meios m ateriais, evolução técnica, sistemas econôm icos, sem saber que as
condições de desarmonia, de que ele me smo foi a causa principal, nunca são reme diadas por
meios materiais. O oceano de sofrimento e desarmo nia criado pela humanidade só pode ser
destruído quando a humanidade puser em ação a lei da harmonia em seu corpo pensante.

50 | P á g i n a
Somente através da com pleta cooperação com a Lei podem ser trazidas ao planeta a paz e
harmonia.
Tais são os ensinamentos dos antigos essê nios em relação à paz com a m ente.

III – A Paz com a Família

A terceira paz dos essênios, a paz com a família, refere -se à harmonia do corpo
sensível, à harmonia das emoções.
O termo família significava para os essênios as pessoas no ambiente imediato do
indivíduo, pessoas com a s quais ele entrava em contato na sua vida e no seu pensam ento
diários, sua família, seus parentes, seus amigos e seus associados. Segundo a tradição essênia,
a harmonia com toda essa gente depende do corpo sensível.
A função natural do corpo sensível é expressar o amor. A humanidade tem o uvido isso,
reiteradamente, da boca dos grandes Mestres, Jesus, Buda, Zoroastro, Moisés e os Profetas. O
homem recebeu a lei segundo a qual lhe cumpre amar o seu Criador com todos os corpos:
pensante, sensível e ativo. A vida em todas as suas esferas, aspectos e manifestações é a
demonstração do amor criativo.
O am or Divino é uma grande energia cósmica, uma função cósmica. É a lei de todos os
corpos do homem, ma s se expressa mais poderosamente atr avés do corpo sensível.
O corpo sensível consiste em todas as correntes de sentimento e em oções que o
indivíduo experimenta e manda para a atmosfera que o envolve.
Assim como os corpos pensantes de todos os indivíduos que vivem no planeta criam
uma atmosfera de pensamento em torno dele, assim também todos os corpos sensíveis criam
uma atmosfera planetárias sensível, invisível e imponderável, m as que exerce uma influência e
um poder enormes. Cada sentimento e cada emoção criados pelo indivíduo tornam -se pa rte
da atmosfera sensível da terra, estabelecendo uma ressonância de co -vibração com todos os
sentimentos semelhantes na atmosfera terrestre.
Emitido um sentimento inferior, seu criado se afina imediatamente com todos os
sentimentos inferiores semelhantes que se encontram no corpo sensível da terra. Abre assim a
porta para uma torrente de poder destruidor que irrompe nele e assume o controle dos seus
sentimentos e, não raro , de sua me nte, amplificando se us próprios sentimentos inferiores, do
mesmo modo que um a lto -falante amplifica ou intensifica o so m.
Essa força d estrutiva interessa diretamente a o corpo físico do indivíduo. Interessa ao
funcionamento das glândulas endócrinas e de todo o sistema glandular. Produz células
doentias que diminuem a vitalidade, abreviam a vida e resultam num sofrimento ilimitado.
Não é, portanto, muito para adm irar que as estatísticas relativas às desordens nervosas e a
outras doenças sejam tão apavorantes, apesar de todos o s hospitais, sanatórios, organização
médicas, laboratórios e do progresso da higiene e da m edicina.
Através do seu corpo sensível, tornou-se o homem autômato que se intoxica a si
mesmo, em virtude do seu afastamento da lei, do seu proceder sem nenhum conhecimento da
lei, contra ela em vez de com ela.
Os essênios não ignoravam que há uma grande quantidade de desarmonia no corpo
sensível de quase todo mundo. E estudando os corpos sensíveis dos bebês e do homem
primitivo, acabaram descobrindo por quê.

51 | P á g i n a
O corpo sensível de um a criancinha registra primeiro as manifestações do instinto
primitivo de autoprese rvação do infante. Esse instinto desperta três emoçõe s fundam entais: o
medo, a raiva e o amor. O med o nasce de um m ovimento ou de um barulho súbitos; a raiva
nasce da interferência na liberdade do bebê; e o a mor nasce da satisfação da sua fome e das
suas necessidades. O medo e a raiva são sentimentos inferiores; o amor, em bora superiores, é
rudimentar no nenê. O corpo sensível de uma criancinha é um vulcão de emoções, em sua
maioria inferiores. O corpo pensante ainda não começou a funcionar.
O homem primitivo teve um corpo sensível parecido. Suas em oções, centradas
também no instinto de autopreservação, são um a força poderosa que domina com pletamente
o corpo pensante embrionário.
Assim na criança como no hom e m primitivo, o corpo sensível se desenvo lve muito
antes do corpo pensante. Isso é necessário para proteger o corpo físico contra o perigo e
preservar -lhe a vida. O instinto de autopreservação é uma lei da natureza. A ação em
obediência a ela está em perfeita harmonia com a lei até que o hom em tenha de senvolvido o
poder de refletir e descobrir a sua saída do perigo.
Mas por haver funcionado por um período de tempo muito mais longo que o
pensamento, o sentimento tende a dominá-lo, mesmo depois que a criança cresce e o homem
primitivo se civiliza. Na massa da humanidade, hoje em d ia, o corpo sensível domina o corpo
pensante.
Este é o m otivo do primeiro afastamento do homem em relação à lei.
Mercê do poder do pensamento, o homem lida com qualquer situação em sua vida
mais adequadamente do que por meio da emoção, que não raciocina. Mas os atos da maioria
das pessoas expressa com m uito maior freqüência os impulsos do corpo sensível do que os do
pensamento sen sato. Disso resulta um trem endo desequilíbrio em seu s corpos. Porque o
homem civilizado adulto evoluiu até o ponto em que adqu iriu a capacidade de pensar, o
pensamento deveria governar-lhe os atos. Quando ele perm ite que esses atos sejam
controlados pela emoção e pelo sentimento, assim como o e ram em sua infância, ele
desritmiza e desarm oniza todos os seus poderes.
Isso cria uma condição psicológica regressiva em toda a sua existência. Por
conseguinte, seus feitos e atos permanecem centrados nele m esmo e egoístas como os de
uma criancinha ou de um homem primitivo. Quando, todavia, deixar de ser um selvagem o u
uma criança, ele se afastará da lei se agir como uma criança ou como um primitivo. Seus
impulsos instintivos só servirão ao seu progresso evolutivo quando forem controlados pelas
faculdades pensantes.
Ex istem outras conseqüências ainda derivadas desses afastamentos da lei.
A natureza deu ao home m a capacidade de pensar a fim de vir a ser capaz de
compreender -lhe as leis e dirigir a própria vida em harmonia com elas. O homem pode atingir
um grau muito mais elevado de evolução por intermédio da reflexão do que de um a vida
governada pe lo instinto. Destarte, quando co ntinua a perm itir que o corpo se nsível seja o
poder dominante de su as ações, ele não só retarda a própria evolução, como tam bém retarda
a evoluç ão do planeta.
Se ele não fizer um esforço para com preender a lei e descurar dela e, por
conseqüência, carecer do conhecimento dela, terá de criar suas próprias leis, pequenas leis
artificiais, centralizadas em si mesm o e eivadas de egoísmo; e isso erguer á muros de separação

52 | P á g i n a
entre ele e o resto da fam ília humana, entre ele e a n atureza, e entre ele e a Grande Lei, o
Criador.
O primeiro afastamento da lei pelo homem através do corpo físico da início a uma
longa cadeia de afastamento, causadora de toda a desarmonia e de todos os sofrimentos do
homem na terra.
Todos os grandes m estres da humanidade, no transcurso de milhares de anos,
acautelaram o homem contra as conseqüências dos afastamentos da lei do corpo sensível.
Buda chamou a atenção para o fato de que isso resulta em sofrime nto, sofrimento para o
indivíduo e para a hum anidade.
Os essênios mostraram que o corpo sensível pode ser o mais poderoso instrumento
para a produção da saúde, da vitalidade e da felicidade e que, através do seu funcionamento
corr eto na expressão do am or, o homem pode criar o reino do céu dentro e ao redor de si e de
toda a família humana.
A paz essênia com a família é a Grande Lei na sua expressão de amor dos homens uns
para com o s outros, uma lei revelada às criancinhas, mas mui to freqüentemente e scondida da
mente dos adultos.

IV – A Paz com a Humanidade

A quarta paz dos essênios referia -se à harmonia entre os grupos de pessoas, à paz
social e econômica.
A humanidade jamais gozou da paz social em nenhuma era d a história. O homem
sempre explorou o homem economicamente, oprimiu-o politicamente e su primiu-o,
empregando nisso a força militar. Os essênios sabiam que essas injustiças eram causadas pelos
afastamentos da lei. Os mesmíssimos afastamentos que produzem a desarmonia na vida
pessoal de hum hom em, em seus corpos ativos, pensante e sensível, produzem riquezas e
pobreza, senhores e escravos e intranqüilidade social.
Para os essênios, tanto a riqueza quanto a pobreza resultavam de afastamento d a lei.
Eles achavam que a grande riqueza se concentra nas mãos de poucos por efeito da
exploração do hom em pelo homem, quer de um jeito, quer de outro. Isso acarretou
sofrimento, não só para o explorador mas tam bém para o explorado. A plebe sentia ódio e
todas as emoções destrutivas dele derivadas. E isso produz medo no coração dos
exploradores, medo de um a revolta, medo de perder suas propriedades e até a vida.
A pobreza era tida na conta de um afastamento igual da lei. O homem é pobre em
conseqüência de atitudes errôneas no pensar, no sentir e no agir. Ignorante da lei, deixa de
trabalhar com ela. Os essênios mostraram que há abundancia para todos de tudo o que o
homem necessita para seu uso e felicidade.
Assim as limitações como a superabundância são estados artificiais, afastamentos d a
lei. Produzem o círculo vicioso do medo e d a revolta, uma atmosfera perm anente de
desarmonia, que exerce influência sobre os corpos pensante, sensível e ativo, criando
continuamente um estado de intranqüilidade, de guerra e de caos. Essa tem sido a condição
registrada e m todo o correr da história.
Ricos e pobres sofrem igualmente as conseqüências dos seus afastamentos.
Os essênios sabiam que não havia como escapar desse círculo de opressão, de ódios e
violência, de guerras e revoluções, a não ser talvez dissipando a ignorância dos indivíduos

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existentes no mundo. Eles sabiam que um indivíduo leva muito tempo para mo dificar suas
idéias, seu m odo de pensar e seus hábitos, e para aprender a cooperar com a lei. O próprio
individuo tem de proceder à mudança; ninguém mais poderá fazê -la por ele.
Mas uma com preensão cada vez mais elevada da lei pode ser conseguida
gradativamente, acreditavam os essênios, por meio do ensino e do exemplo. Eles ensinavam
modos de existência totalmente opostos conforme se tratasse de pobreza ou de gran de
riqueza. Demonstravam com o exemplo da sua vida cotidiana que, vivendo de acordo com a
lei, procurando compreende-la e cooperando conscientemente com ela, o homem não
conhecerá necessidade alguma. Ele será capaz de manter um a harmonia total em todos os
atos, pensamentos e sentimentos, e verá satisfeitas todas as suas carências.
A solução que os essênios ofereciam para a harmonia social e econômica pode aplicar -
se em todas a s eras, tanto no presente quanto no passado. Ela continha quatro fatores:

1. Separar das condições caóticas a m assa da humanidade que se recusa a obedecer


à lei natural e cósmica.
2. Fazer a dem onstração de um sistema social prático baseado na lei natural e
cósmica.
3. Comu nicar essas idéias ao mundo ex terior através do ensino, da cura e da ajuda
dispensada a outros, de acordo com suas necessidades.
4. Atrais para as suas com unidades outros indivíduos tão evoluídos que estejam
dispostos a cooperar com a lei.

Os essênios afastavam -se da desarmonia das cidades grandes e pequenas e formavam


irmandades nas margens de lagos e rios onde pud essem viver e trabalhar em obediência à lei.
Estabeleciam o seu sistema econôm ico e o seu sistema social inteiramente fundam entas na lei.
Não havia ricos nem pobres em suas irmandades. Ninguém precisava de coisa alguma que já
não tive sse; ninguém tinha um excesso de coisas que não podia usar. No seu entender,
qualquer uma dessas condições era tão deteriorante quanto a outra.
Eles demonstraram à humanidade que o pão de cad a dia do homem, seu alimento e
todas as suas necessidades materia is podem ser obtidas sem luta através do conhecimen to da
lei.
Regras e regulamentos rigorosos eram desnecessários a quantos viviam de a cordo com
a lei. A ordem, a eficiência e a liberdade individual existiam ao lado um a da outra. Os essênios
eram extremamente práticos, bem como altamente espirituais e intelectuais.
Não participavam de política e não aderiam a n enhuma facção política, pois sabiam
que nem por meios políticos nem por meios m ilitares seria possível muda a cond ição caótica
do homem. Eles mostr avam, com exemplos concretos, que a exploração e a opressão dos
outros era de todo de snecessária. Inúmeros historiadores econômicos e sociais consideraram
os essênios os primeiros reformadores sociais do mundo nu ma base abrangente.
Suas irmandades, até ce rto ponto, eram cooperativas. Cada mem bro do grupo tinha
uma pequen a casa própria e uma horta com área suficiente para cultivas tudo o que desejasse.
Mas ele também participava das atividades comunitárias sempre que os seus serviços fossem
necessários, tai s como o pastoreio de anim ais, o plantio e a colheita de sa fras, plantadas muito
economicamente em base extensiva.

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Os essênios possuíam grande proficiência agrícola, um conhecimento com pleto da vida
vegetal, do solo e das condições climáticas. Em áreas re lativamente desérticas, produziam
imensa variedade de frutas e vegetais da m ais alta qualidade e com tamanha abundância que
lhes permitia, periodicamente, distribuir as sobras aos necessitados. Tais eram os
conhecimentos científicos de que d ispunham que co nseguiam fazer tudo isso, todos os dias,
numa quantidade relativamente pequena de horas, deixando livre um espaço grande de
tempo, que dedicavam aos estudos e às práticas espirituais.
A natureza era a sua Bíblia. No seu entender, a jardinagem, sobre ser e ducativa, era
uma chave para a com preensão do universo inteiro, o qual lhes revelava todas as suas leis,
exatamente como o faz com o corpo ativo. Os essênios liam e estudavam o grande livro da
natureza, em todo o transcorrer de sua vida, em todas as irmandades, como um manan cial
inexaurível de conhecimentos, assim com o de energia e harmo nia. Quando trabalhavam em
suas hortas e tratavam das suas plantações, comungavam com as coisas que estavam
crescendo, as árvores, o sol, o solo, a chuva. E de todas essas f orças recebiam educação, prazer
e recreação.
Uma das razões do seu extraordinário sucesso era a atitude para com o trabalho. Eles
não o tinham na conta de trabalho, senão de meio de estudar as forças e leis da natureza. Era
nisso que o seu sistema econôm ic o diferia de todos os de mais. Os vegetais e frutos que
produziam representavam unicamen te os resultados acidentais das suas atividades; sua
verdadeira recompen sa residia nos conhecimentos, na harmonia e na vitalidade que ad quiriam
e que lhes enriquecia a e xistência. Para e les, trabalhar a terra era u m ritual; reinava um
silêncio grande e impressionante enquanto trabalhavam em harmonia com a natureza, criando
verdadeiros reinos do céu em suas irmandades.
Sua organização econômica e social era tão -só uma fase de todo o seu sistema de vida
e ensinamentos, sendo considerada um meio de alcançar determinado fim, e não um fim em si
mesm a. Havia, destarte, uma unidade e uma harm onia dinâmicas em toda a sua atividade, em
todos os seus pensamentos, sentimentos e ações . Todos davam livremente quanto podiam do
seu tempo e da sua energia, sem nenhum a mensuração m atemática das contribuições uns dos
outros. Mercê dessa harmonia no interior de cada indivíduo, a evolução de cada um progredia
firmemente.
Os es sênios sabiam da necessidade de muitas gerações para se efetuarem as
mudanças nas pessoas ou na humanidade como um todo, mas eles enviavam ao mundo
mestres e curadores de suas irmandades, cuja vida e obras comprovavam as verdades que
ensinavam e que, pouco a pouco, aumentavam a com preensão e o desejo da humanidade de
viver de acordo com a lei. A Irmandade Essênia do Mar M orto, no correr de muitos séculos,
enviou ao mundo mestres como João B atista, Jesus e João, o Bem -Amado, os quais não se
cansavam de advertir os homens das conseqüências dos afastamentos sociais e econômicos da
lei. Um profeta atrás do outro foi assim expedido para o mundo a fim de admoestá -lo dos
perigos em que incorria pelas injustiças sociais que então se praticavam, precisamente como
hoje se praticam. Nã o somente eram avisados pessoas e grupos de pessoas, mas também se
mostrava que todos os que, de um modo ou d e outro, viessem a colaborar com os que se
afastavam também corriam perigo.
A grande maioria do gênero humano não lhes deu ouvidos, não ganhou comp reensão
alguma da paz social e econômica. Somente os poucos indivíduos mais evoluídos prestaram

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atenção às suas exortações. E, dentre eles, foram escolhidos alguns para trabalhar nas
irmandades como e xemplos de paz e harmonia em todos os aspectos da existência.
Os essênios sabiam que, mercê do e feito cumulativo do exem plo e dos ensinamentos,
a minoria que compreendia a lei e obedecia a ela aum entaria no decorrer das gerações e se
acabaria transformando, afinal de contas, na verdadeira maioria da humanidade.
Então, e só então, a humanidade conhecerá a quarta paz dos essênios, a paz com a
humanidade.

V  – A P az com a Cultura

Paz com a cultura refere-se à utilização das obras -primas da sabedoria de todas as
eras, incluindo o pre sente.
Os essênios sustentavam que o homem só pode tomar o lugar que por direito lhe cabe
no universo absorvendo todos os conhecimentos possíveis dos grandes ensinamentos já
ministrados pelos mestres da sabedoria.
De acordo com as tradições essênias, essas obras-primas de sabedoria representavam
uma terça parte de todos os conhecimentos. Na visão deles, três são os cam inhos que
conduzem a o descobrimento da verdade. Um deles é o caminho da intuição, seguido pelos
místicos e pelos profetas. Outro é o cam inho da natureza, vale dizer, o cam inho dos cientistas.
O terceiro é o caminho da cultura, ou seja, o caminho das grandes obras -primas da literatura e
das artes.
Os essênios preservavam um sem -número de m anuscritos preciosos em suas
irmandades, manuscritos esses que eles estudavam constant emente por um método que não
se encontrou em nen huma outra escola de pensam ento da Antigüidade. Eles os estudavam
seguindo os dois primeiros caminhos conducentes à descoberta da verdade: a intuição e a
natureza.
Através da intuição, procuravam apreender a intuição original mais elevada d o me stre
e, desse m odo, despertar sua própria consciência superior. Por intermédio da natureza, da
qual os grandes m estres extraíam comparações para expressar às m assas seu conhecimento
intuitivo, os essênios relacionavam suas próprias observações intuitivas com os ensinamentos
dos mestres. Graças a essa comparação continuada entre a natureza, suas próprias intuições e
as grandes obras -primas da cultura, progredia a evolução individual de cada um deles.
Considerava -se também ser obrigação de todo hom em haurir a sabedoria dessas
obras-primas, de mo do que a experiência, os conhecimentos e a sabedoria já alcançados pelas
gerações anteriores pudessem ser utilizados. Sem esses ensinamentos, o progresso e a
evolução da humanidade seriam mais lentos do que realmente são, pois cada geração teria de
começar de novo desde o princípio. Na cultura universal, o homem acrescentou alguma coisa
nova ao planeta e, dessa m aneira, tornou-se um criador, um co -criador ao lado de Deus.
Ness as circunstâncias, ele executa sua função no planeta continuando a obra da criação.
A cultura universal é de grande valor para a human idade de dois outros pontos de
vista. Em primeiro lugar, representa os m ais altos ideais que a humanidade já acalentou. Em
segundo lugar, representa uma síntese do conhecimento d os problemas da vida e d a solução
correta dos mesmos.
Esse conhecimen to foi trazido à luz por indivíduos altamente evoluídos, me stres que
tinham o poder de estabelecer contato com as fontes universais do conhecimento, da en ergia

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e da harmonia existentes no oceano cósmico do pensam ento. A prova desse contato
estabelecido era a direção consciente que davam às forças da natureza de man eiras que o
mundo hoje apelida de milagres. Essas manifestações dos seus pod eres atraíam para o meio
deles um número limitado de seguidores tão adiantados em sua própria evolução que eram
capazes de compreender o significado mais profundo das lições do mestre. Esses discípulos se
empenhavam e m preservar as verdades lecionadas pondo por escrito as palavras do me stre.
Essa foi a origem de todas as grande s obras -primas da literatura universal.
As verdades contidas nessas obras -primas são eternas. São válidas para todos os
tempos. Provêm do m anancial eterno e imutável de todo o conhec imento. As leis cósmicas e
naturais, a natureza, a consciência íntima do home m são hoje iguaiszinhas ao que eram dois
ou dez m il anos atrás. Esses ensinamentos não pertencem a nenhuma outra escola de
pensamento ou religião.
Os essênios acreditavam que o homem devia estudar todos os grandes livros sagrados
da human idade, todas as grandes contribuições para a cultura, pois sabiam que todas
encerram e ensinam a mesm a sabedoria eterna e que quaisquer contradições aparentes
advieram da un ilateralidade dos segui dores de cad a autor ao tentarem interpretar-lhe os
textos originais.
O objetivo do estudo, afiançavam, não consiste em acrescentar uns poucos fatos
adicionais ao e stoque de con hecimentos que o indivíduo já possui. Consiste em abrir para ele
as fontes da v erdade universal. Os essênios entendiam que, quando o homem lê um grande
livro sagrado da humanidade, os próprios símbolos das letras e das p alavras criam no seu
corpo pensante poderosas vibrações e correntes de pensam ento. Essas vibrações e correntes
colo cam -no em contato com o corpo pensante do grande mestre que proclamou a verdade.
Isso abre para o indivíduo um manan cial de conhecimentos, de harmonia e poder que
não se atinge de ne nhum ou tro modo. Esse é o grande valor, o significado interior da quinta
paz dos essênios.
As grandes obras -primas foram produzidas em pe ríodos da história em que a
humanidade se achava imersa num grande caos. Os constantes afastamentos da lei por parte
do gênero humano parecem culminar, em determinadas ocasiões, em confusão e
desintegração em massa, ameaçando o u ocasionando a completa desintegração da ordem
social e do estilo de vida existentes. Em períodos assim apareceram os grandes m estres como
indicadores do caminho para o povo. M estres como Zoroastro, Buda, M oisés, Jesus, trouxeram
novos horizontes e nova esperança à humanidade.
Eles ministravam seus ensinamentos de duas formas. Um as era em parábolas tiradas
da natureza e que pod iam ser compreend idas pela massa do povo. A ou tra, transmitida à
reduzida minoria de seguidore s evoluídos, passava diretamente da consciência do m estre para
a consciência do discípulo. À primeira dava -se o nom e de livros exotéricos e a ela se referiam
os historiados chama ndo -lhe tradições escritas. A outra, conhecida como a tradição não
escrita, consistia nos ensinamentos esotéricos postos por escrito pelos discípulos para si
mesmos e não para o povo. Mas nem os d iscípulos entendiam sempre a sabedoria do mestre e
tampouco a interpretavam corretamente.
Uns poucos, muito poucos livros contemporâneos contêm os mesmos ensinamentos
que os m estres anunciaram. Milhares de pessoas escrevem livros de hoje em dia e m ilhares e
mais milhares de livros são publicados todos os anos. Com um a produção em massa dessa
matéria impressa é inevitável que a imensa maioria seja de qualidade inferior e que até as

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melhores obras proclamem pseudoverdades superficiais. No entanto, o pouco tempo que o
homem moderno reserva para a leitura tende a gastar-se com essa m atéria impressa efêmera
e, por via de regra, sem nenhum valor, ao mesm o tempo que as obras-primas de todos os
séculos acumulam poeira nas prateleiras das bibliotecas.
Antes da invenção da tipografia, somente os m anuscritos de valor real eram
preservados. Só se produziam livros extraordinários. O homem comum não sabia ler nem
escrever. As dificuldades para a aquisição de conhecimentos eram simplesmente enormes. As
viagens para os poucos centros do saber encerravam grandes perigos em decorrência das
condições de insegurança prevalecentes em vários países e dos métodos p rimitivos de
transporte que então se conheciam. De m ais a mais, o estudantes era obrigado a servir anos e
anos de aprendizado até ser considerado d igno de adquirir sabedoria, além de outros longos
anos gastos na sua aquisição. As dificuldades materiais de produção de um manuscrito
também e ram grandes. Em resultado desses obstáculos só se transmitiam às gerações futuras
obras de verdadeiros gênios, e as poucas que sobreviveram representam sabedoria da m ais
elevada espécie.
No entender dos e ssênios, a terceira parte de toda a sabedo ria, representada pela
cultura da humanidade, era necessária à evolução do homem. De nenhum a outra maneira ele
poderia obter uma com preensão tão com pleta das leis da vida através do contato com o
oceano cósmico do pensamento.
Esse contato, realizado por intermédio do corpo pensante de um grande mestre, é o
propósito sagrado e o privilégio inestimável da paz e da harmo nia com a cu ltura.

VI – A Paz com o Reino da Mãe Terrena

A sexta paz ensina a harmonia com as leis da natureza ter restre, o reino da M ão
Terrena. A unidade do hom em com a natureza é um princípio básico da ciência essênia da
vida.
O homem faz parte integrante da natureza. É governado por todas as leis e forças da
natureza. Sua saúde, sua vitalidade e seu bem -estar dependem do seu grau de harmonia com
as forças da terra; e os de cada indivíduo, de cada nação e de toda a humanidade estão
sempre em proporção direta com a sua observância das leis terrestres.
Segundo revela a história universal, cada nação alcançou o m aior esplendor seguindo a
grande lei da unidade entre o hom em e a natureza. Sua vitalidade e prosperidade floresceram
quando o povo levava uma vida natural, simples, de cooperação com a natureza. Quando,
todavia, a nação ou civilização se afasta da unidade, de sintegra-se de todo, inevitavelmente, e
acaba desaparecendo.
Essa unidade do homem com a natureza nunca foi transgredida de maneira tão pesada
quanto nos dias atuais. A construção de cidades pelo homem m oderna está em com pleta
desacordo com a natureza. As paredes de pedra e concreto da cidade são símbolos da
separação entre o homem e a natureza, do seu modo de vida agressivo com seus desejos
persistentes de subjugação dos outros e de constante competição. Sua vida presente,
centralizada, técnica e mecaniza da, cria um abismo que o separa da natureza, um abismo que
nunca foi mais amplo nem mais profundo.
A unidade com a n atureza é o fundamento da e xistência do homem no planeta. O
fundamento de todos os sistemas econôm icos, de todas as relações sociais entre grupos de

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pessoas. Sem ela, a civilização de hoje, à sem elhança das civilizações do passado, deslizará
para o declínio e para a decadência.
A lei da unidade era considerada pelos essênios como a norma guiadora da existência
cotidiana do homem no universo material.
A humanidade teve conhecimento dessa grande lei numa época que precedeu o
cataclismo plistocênico. De acordo com a tradição baseada nos hieróglifos desenhados pelos
sumérios, uns dez mil anos atrás, a vida do homem antediluviano era preponderantemente
florestal, inseparável da própria vida da floresta. A ciência deu a esse homem o nome de homo
sapiens sylvanus.
As árvores gigantescas dessa era, com várias centenas de metros de altura, não
somente proporcionavam abrigo mas também regulavam a temperatura e a umidade da
atmosfera. Eles produziam o alimento do homem com abundância de frutos diferentes. A
preocupação fundam ental do homem eram as árvores. Ele não se limitava a cultivá-las e a
cuidar delas, mas criava novas v ariedades e produzia novos tipos de frutos. Grande
arboricultor, vivia em harmon ia com todas as forças da na tureza. Colaborava com ela em todos
os sentidos, estendendo as florestas ao mesm o tempo que se abstinha de causar dano às
árvores.
Esse hom em antediluviano dos séculos florestais, sem ne nhum desenvolvimento
técnico de espécie alguma, constituía uma demon stração quase perfeita da grande lei da
unidade e harmon ia entre o homem e a na tureza. Na filosofia de todos os ensinamentos
antigos, a unidade do homem com as florestas era uma característica fundam ental. A idéia da
unidade entre o hom em e a natureza inspirou grandes pensadores, filósofos e sistemas
inteiros de pensamento.
Zoroastro baseou nela muita coisa dos seus ensinamen tos no Zend A vesta. Procurou
renovar as tradições m ais primitivas conduzindo o homem de volta a esses harmonioso modo
de vida, vale dizer, de colaboração com a natureza terrestre. Ele ensinava aos seus seguidores
que lhes cumpria conservar a cam ada superior do solo, estudar horticultura e todas as leis da
natureza, e colaborar com suas forças a fim de m elhorar todo o reino vegetal e estendê-lo
sobre a superfície da terra. Instava com seus seguidores para que tomassem parte a tiva no
desenvolvimento de cada aspecto da natureza terrestre, plantas, árvores e todos os seus
pr odutos.
Para estimular tudo isso, prescrevia aos pais que plantassem um a árvore frutífera em
todo aniversário natalício de ca da filho e, no vigésimo primeiro aniversário, que desse ao
aniversariante as vinte e uma á rvores frutíferas junto com a terra e m que tinham sido
plantadas. Esta seria a herança do filho. Prescrevia -se também que o pai ensinasse ao filho
todas as leis da horticultura prática e a colaboração com a natureza, de mod o que o rapaz
pudesse prover a todas as suas futuras necessidades.
A exi stência ideal para o home m, ensinava Zoroastro, é a do horticultor cujo trabalho
com o solo, o ar, a luz do sol e a chuva o mantém em contínuo contato com as forças da
natureza e o leva a estudar -lhe as leis. Zoroastro tinha para si que o estudo d o maior d os livros,
a saber, o livro da natureza, era o primeiro passo dado na criação da paz e da harmonia no
reino da Mãe Terrena.
Berosus, sacerdote caldeu, descreveu essa m aneira de viver junto à natureza.
Foi dada, porém, a m ais completa e poética expressão à unidade entre o homem e a
natureza no segundo capítulo do Evangelho Essênio de João, em que Jesus tomou em prestada

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à natureza toda a sua term inologia para mo strar que o homem faz parte integrante dela. Jesus
fez uma última a dvertência relativa a essa unidade e à necessidade de retornar a ela.
O homem antediluviano, o zoroastriano, o brâmane, o budista, o essênio, todos são de
parecer que a floresta e a natureza, amigas e protetoras do homem, são a m ãe que provê a
todas as s uas necess idades terrenas. Eles nunca as encararam com o forças alienígenas que
precisavam ser combatidas e vencidas, como faz o homem moderno. Os dois símbolos, a
floresta e a parede de ped ra condensam a grande diferença que existe entre os conceitos
antigo e atual da natureza, entre a serenidade e a cooperação harmoniosas e as paredes de
pedra das cidades, a destruição da vida vegetal, do solo e do clima.
O homem precisa hoje aprender a viver em harmonia e paz com a na tureza mais do
que em qualquer outra época da história. Há regiões enormes sobre a terra onde ele deixa a
camada superior do solo deteriorar -se e desaparecer. Nunca até agora se registrou tamanha
destruição de florestas, não apenas em u m ou dois países, mas em todos os cinco continentes.
Mercê dessa falta de cooperação com a natureza, as áreas desérticas do mundo estão
aumentando, os períodos de seca se tornam cada vez mais freqüentes, as inundações se
verificam periodicamente em toda a terra. Há uma deterioração indisfarçável do clima; o
excesso de frio, o calor desmedido e hordas cada vez mais numerosas de pragas produzem
danos às lavouras no mundo inteiro. Em vez de seguir a nobre tradição dos essênios, o homem
contemporâneo deixa de reconhecer a grande lei da unidade e da cooperação com a natureza
e parece inclinado a provocar a deterioração da sua herança, recusando -se a ler o grande livro
aberto da natureza, que revela todas as leis da vida e mostra o m odo de aum entar sempre a
felicidade do home m.
As lições essênias mostram a única maneira de organizar a vida do homem neste
planeta, o único fundamento de uma humanidade sadia, em paz com o reino da Mãe Terrena.

VI – A Paz com o R eino do Pai Celestial

Esta, a sétima paz, inclui todos os outros aspectos da paz. O reino do Pai Celestial é o
universo, o cosm o inteiro, dirigido pela Lei Única, a totalidade de todas as leis. O Pai Ce lestial é
a Lei.
A lei está presente em toda a parte, por trás de tudo o que é m anifesto e de tudo o
que não é manifesto. Uma pedra cai, formam -se as montanhas, os mares fluem de acordo com
a lei. De acordo com a lei, sistemas surgem, evoluem e desaparecem. Idéias, sensações,
intuições vão e vêm , passando pela consciência do homem de acordo com a lei. Tudo o que
existe, concreto ou abstrato, material ou im aterial, visível ou invisível, é regido pel a lei, a Lei
Única.
A Lei é informe, como são as equações m atemáticas. Não obstante, contém todo o
conhecimento, todo o amor, todo o pod er. Manifesta eternamente toda a verdade e toda a
realidade. É a mestra e amiga do homem, mostrando -lhe tudo o que ele p recisa fazer,
conhecer e ser a fim de transformar-se, um dia, no ser em que se converterá. A Lei conduz o
homem em todo problema com que ele se confronta, através de todo obstáculo que se lhe
depara, apresentando -lhe sempre a solução perfeita.
A Paz com a Lei significa paz e harmonia com o oceano cósmica de todas as forças
cósmicas do universo. Graças a essa paz, o homem estabelece contato com as correntes e
radiações superiores, precedentes dos planetas que povoam o espaço cósmico. Graças a ela,

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ele é capa z de chegar a compreensão de sua unidade com as forças dos universo, as forças da
terra e as dos ou tros planetas existentes no sistema solar e em todos os sistemas galácticos.
Graças a essa paz, ele po de vir a unir -se aos mais altos valores do universo. Gr aças a
essa paz, manifesta -se a intuição interior seguida pelos místicos e profetas de todos os séculos.
Graças a essa paz, o homem entra em contato com Deus.
A paz completa a evolução do homem . Propicia -lhe total felicidade. É a sua m eta final.
O homem co nstitui parte da totalidade do universo. Forma uma unidade não dividida
com o todo. Julga -se, porém, apartado do todo porque assumiu a consciência de si mesmo
como indivíduo. Ele se tornou tão consciente de si e centrado em si mesm o, que ultrapassou o
pont o em que a autocentralização é necessária à preservação da sua vida.
O sentimento de separação dá origem à consciência de falta, de limitação. No
pensamento, ele se separou da abundância do un iverso, fechou-se para a Fonte de todos os
suprimentos. O suprim ento é ma terial ou imaterial; o primeiro se refere às necessidades
visíveis e palpáveis da vida de todos os dias e o segundo à necessidade universal de energia, de
vitalidade e poder, o maior dos quais é o am or.
Os essênios tinham para si que o hom em vive no meio de um campo de forças, tanto
terrestres como planetárias, e que a sua evolução individual progride na medida em que ele
coopera com e ssas forças. Há, contudo, outras forças de ordem superior com a s quais é até
mais importante que ele esteja em harm onia. São elas as correntes espirituais no oceano
cósmico da consciência cósmica. Essas correntes mais elevadas não se misturam com as
correntes terrestres e planetárias. Por seu próprio esforço, por sua própria vontade, o homem
tem de elevar-se a esse oceano cósmico da vida universal. Então, e só en tão, compreenderá a
sua unidade com a Lei.
Para compreen der claramente tudo isso faz-se mister olhar para o universo como um
todo e compreender que se trata de uma totalidade que inclui todas as partes, todo o a mor,
toda a vida, todo o conhecimento, todo o poder, toda a substância. É a soma de todas as
substâncias, pois delas são formadas todas as coisas. É a soma de todo o amor, que está
presente em toda a parte, já que o amor é a fonte suprema e a força coerente que liga o
universo juntando todas as suas partes. O homem não pode separar-se dessa totalidade, como
uma célula do corpo não pode se separar do mesmo corpo.
Os essênios falavam acerca das três partes do homem: o corpo m aterial, o corpo
sensível e o corpo pensante. Mas não perdiam a noção de que essas três partes, na realidade,
não constituíam um a divisão, uma vez que todas são partes de um corpo superior, o corpo
espiritual. E esse corpo espiritual identifica -se com o universo e faz parte de tudo o mais que
existe no mesmo universo.
A não -compreensão d isso pelos homens acarreta uma complexidade infinita de falsas
limitações. Ele não som ente se limita em relação ao suprimento das suas necessidades
materiais, mas tam bém em relação às suas capacidades, habil idades e poder de pensamento,
sentimento e ação. Ele viva um a vida de mediocridade por força das idéias falsas de limitações,
que ele impõe a si próprio. A ciência moderna con corre para isso quando proclama que o
homem tem capacidades de que raramente, ou nunca, se utiliza. Os ensinamentos do essênios
mostram que essa condição é causada pelo seu sentimento de separação, pelas limitações que
ele mesmo se impôs e nas quais se enreda em razão dos afastamentos da Lei.
A Paz com o reino do Pai Celestial, por con seguinte, só é possível à medida que o
homem elimina esses afastamentos e aprende a cooperar com a Lei, estabelecendo paz e

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harmonia com cada um dos aspectos da Paz Sétupla, o corpo ativo, o corpo pensante e o corpo
sensível, a família, a hum anidade, a cul tura e a natureza. Somente então poderá conhecer a
sétima paz, ou seja, a paz total.
Os essênios ensinavam essa paz à hum anidade de modo que os hom ens pudessem
superar todas as limitações e estabelecer contato com sua Fonte universal, a mesm a Fonte à
qual os grandes me stres de todos os tempos u niram a própria consciência quando proferiam
seus ensinamentos intuitivos, em que mostravam ao homem o modo com que ele podia se
conscientizar dessa lei, compreendê-la, trabalhar com ela e manifestá -la em ação.
Toda a história é um registro das limitações que o homem se impôs e dos seu s esforços
para superá -las. Esses esforços têm sido envidados individualmente, por grupos ou nações e
num sentido planetário. Mas têm sido feitos quase sempre negativa ou desarmoniosament e,
através de lutas e de novos afastamentos da lei. Assim sendo, ataram o homem a novas
limitações, a uma nova desarmo nia e a mais uma separação, em pensam ento, entre o homem
e sua Fonte.
O reino do Pai Celestial está sempre aberto para ele. Seu regresso à consciência
universal, ao suprimento universal, é sempre possível. Depois que ele toma a decisão de
retornar e realiza o esforço persistente, pode sempre voltar para a Fonte, seu Pai Celestial, do
qual veio e do qual, na realidade, nunca esteve afastado.
A grande paz dos essênios ensina o homem a retornar, a dar o passo final que
estabelecerá a conexão e ntre ele e o oceano cósmico de radiações superiores de todo o
universo, e que lhe permitirá a união completa com o Pai Celestial, a totalidade de todas as
leis, a Lei Única.
Essa era a meta final de todos os essênios e lhes governava os pensamentos, os
sentimentos e ações. É a m eta final que toda a humanidade, um d ia, alcançará.

62 | P á g i n a
O VOTO SÉTUPLO
O voto exigido do neófito antes de lhe serem transm itidas as palavras das Comunhões
era dividido em se te partes de acordo com o uso do núm ero sete pelos essênios. O voto tinha
este teor:
1. Quero fazer e farei quanto me for possível para viver como a Árvore da V ida, planta
pelos Grandes Mestres da nossa Irmandade, com meu P ai Celestial, que plantou o
Jardim Eterno do Universo e me d eu o meu espírito; com minha Mãe Terrena, que
plantou o Grande Jardim da Terra e me deu o meu corpo; com m eus irmãos, que
trabalham no jardim da nossa Irmandade.
2. Quero fazer e farei quanto m e for possível para participar, todas as m anhãs, de m inhas
Comunhões com os anjos da Mãe Terrena e, todas as noites, com os anjos do Pai
Celestial, como ficou estabelecido pelos Grandes Mestres da nossa Irmandade.
3. Quero fazer e farei quanto me for possível para seguir o caminho da Paz Sétupla.
4. Quero fazer e farei quanto me for possível para aperfeiçoar o meu C orpo Ativo, o meu
Corpo Sensível e o m eu Corpo Pensante, de acordo com os ensinamentos dos Grandes
Mestres da nossa Irmandade.
5. Obedecerei sempre e em toda a parte, com reverência, a meu Mestre, que me dá a
Luz dos Grandes Mestres de todos os tempos.
6. Submeterei ao m eu Mestre e aceitarei sua decisão quaisquer diferenças ou queixas
que eu possa ter contra qualquer um dos m eus irmão que trabalham no Jardim da
nossa Irmandade; e nunca levarei nenhuma queixa contra um irmão para o mundo
exterior.
7. Manterei secretas sempre, e em toda a parte, todas as tradições da nossa Irmandade
que meu Mestre houver por bem confiar-me; e nunca revelarei a quem quer que se ja
es ses segredos sem a p ermissão do meu Mestre. Nunca reivindicarei por meus os
conhecimentos recebidos do meu Mestre e sempre lhe darei crédito por todos eles.
Nunca usarei os conhecime ntos e o poder que e u tiver adquirido, mercê da iniciação
que me for conferida pelo meu Me stre, para propósitos materiais ou egoístas.

63 | P á g i n a
“Com a vinda do dia,
abraço minha Mãe; 
com a vinda da no ite,
 junto - m e a m eu Pai; 
e com a partida da noite e da manhã,
respirar -L  hes -e  i a Lei,
e não interromperei as Comunhões 
até o final dos tempos.” 

Extraído do “Manual de Disciplina”


Dos Man uscritos do Mar Mo rto

64 | P á g i n a
Capítulo 7 

A Psicologia Essênia 
Os essênios davam m ostras de um conhecimentos excepcional de psicologia em sua
prática das Com unhões com as forças da natureza e do cosmo. Eles sabiam que o homem tem
não só uma mente consciente mas também uma mente inconsciente, e tinham plena
consciência dos poderes de cada um .
Ao fazerem de um grupo das Comun hões a primeira atividade da m anhã, punham em
movimento, conscientemente, energias que se tornavam o princípio dom inante de todo o seu
dia. Sabiam que um pensame nto conscientizado com vigor suficiente no princípio do dia
exerce influência sobre o indivíduo em todo o co rrer das horas de vigília. Conseqüenteme nte,
as Comun hões matutinas abriam a mente para correntes harmoniosas, que lhes permitiam ab
sorver formas e specíficas de energia por intermédio do corpo físico.
As Com unhões noturnas, realizadas como o derradeiro ato da noite antes de dormir,
aplicavam o mesm o princípio. Os essênios sab iam que esses pensamentos derradeiros influíam
na mente subconsciente durante a noite, e que as Com unhões noturnas, por isso mesmo,
colocavam o subconsciente em contato com o depósito de forças cósmicas superiores. Eles
sabiam que o sono, dessa maneira, po dia transformar-se em fonte dos mais profundos
conhecimentos.
O homem com um experimenta-o de quando em quando, encontrando um problema
resolvido durante o sono e, muito freqüentemente, de um modo do seu pensamento. Muitos
cientistas, escritores e outros trabalhadores criativos também d escobriram que suas invenções
e idéias lhes chegaram d urante a noite ou não primeiras horas da manhã.
O conhecimento recebido durante o sono é obra de uma lei natural. Conquanto o
sono, para a maioria, seja pouco mais que um período de desintoxicação, um meio de
restauração psicológica, para a pe quena m inoria ele representa o aperfeiçoamen to psicológico
do indivíduo. Os essênios tinham conhecimento de que as forças superiores, postas em ação
antes que a pessoa vá dormir, quan do silenciam as forças terrestres da m iríade de atividades
do dia, resultam n a consecução progressiva dos objetivos elevados de suas Com unhões
noturnas.
Eles também sabiam que qualquer pensamento negativo ou desarmo nioso conservado
na consciência, quando se recolhiam, diminuía -lhes a resistência contra as forças negativas do
mundo exterior.
Os essênios tinham um conhecimento profundo não só do corpo como também da
mente. Eles sabiam que o corpo e a mente não podem ser separados, visto que formam uma
unidade orgânica dinâmica, e que o que interessa a um também interessa à outra. Os essênios
anteciparam -se vários milhares de anos ao descobrimento da medicina psicossomática.
Estavam convencidos de que a saúde corporal tinham m uito que ver com a recepção
das forças superiores, e que um organismo desintoxicado é mais capaz de estabelecer contato
com elas do que um organismo cujas forças estão paralisadas pelo encargo de eliminar
venenos do corpo durante as horas de sono. As revelações superiores, chegadas até n ós e
transmitidas desde a Antiguidade pelos grandes pensadores e m estres, foram feitas pelos que
levavam invariavelmente uma vida m uito simples e harmoniosa. O corpo deles, por

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conseguinte, era sobremaneira saudável. Não foi por acaso que as grandes revela ções da
verdade foram recebidas pelos grandes Mestres; seus organismos haviam desenvolvido
capacidades de que não dispõem os indivíduos que levam uma vida dedicada a atividades mais
mundanas. As lições e o modo de vida dos essênios deram curso ao desenvolv imento das
citadas capacidades.
Eles davam m uita atenção ao que com iam, para que os alimentos se harmonizassem
com a lei natural, mas se mo stravam igualmente cuidadosos no tocante à dieta de
pensamentos e em oções. Tinham plena consciência de que a me nte s ubconsciente do homem,
muito semelhante a um a placa sensibilizada que registro tudo o que a pessoa vê ou ouve,
exige que se impeça a entrada de pen samentos inferiores, como o m edo, a ansiedade, a
insegurança, o ódio, a ignorância, o egoísmo e a intolerância, pela porta da mente
subconsciente.
A lei natural segundo a qual duas coisas não podem ocupar o mesm o espaço ao
mesmo tempo era muito clara para eles, que também não ignoravam que uma pessoa não
pode pensar em duas coisas simultaneamente. Por isso mesmo, se a mente estiver cheia de
pensamentos positivos e harmoniosos, os pensamentos negativos e desarmoniosos não
poderão alojar-se nela. É preciso que os pensamentos positivos e harmoniosos sejam
introduzidos no subconsciente a fim de substituir todos os pensame ntos inferiores, como as
células do corpo têm de ser constanteme nte substituídas pelo alimento, pelo ar e pela água, à
proporção que se estragam as células velhas. Essa era parte da tarefa levada a efeito pelas
Comunhões essênias, que introduziam as c orrentes superiores de pensamentos e sentimentos,
de manhã, ao meio -dia e à noite, no corpo pensante e n o corpo sensível.
O subconsciente pode ser regenerado por uma dieta de bom e harmoniosos
pensame ntos e sentimentos, administrados durante o dia, mas sobretudo nos momentos de
consciência limítrofe, quando sua receptividade está no auge. Assim regenerado, e le se
tornará fonte de energia e harmonia para a m ente e para o corpo. Será um amigo a em itir
mensagens harm oniosas e construtivas a todas as partes do corpo, fazendo -os funcionar com
total eficiência.
Certos fatos, conhecidos dos essênios, relativos à introdução de um pensamento ou de
pensamen tos no subconsciente foram redescobertos por psicólogos mode rnos. Quando a
pessoa está de todo consciente, sabe -se que sua m ente subconsciente não aceita com
facilidade sugestões intencionais. E quando se acha em estado subconsciente, é claro que não
pode influir conscientemen te no subconsciente. Mom entos há, todavia, em que a consciência
está apenas semi -submersa no subconsciente, momentos esses como os que ocorrem logo
antes do adormecer, logo depois do despertar e, às vezes, num estado de devaneio como, por
exemplo, o ocasionado por uma bela música ou por um belo poem a. Nesses mom entos, a
mente subconsciente se m ostra muito receptiva ao que lhe é oferecido.
Inúmeros ensinamentos de grandes religiões e práticas de sistemas filosóficos, antigos
e mode rnos, tanto do Oriente quando do Ocidente, assim com o os dos essênios, se utilizam
desse im portantíssimo fato psicológico.
O subconsciente é dinâmico, está sempre m udando, exatamente com o as células do
corpo, e é constantemente alimentado pelas experiências e impressões que recebe da m ente
consciente. Essas experiências incluem todos os pensam entos e sentimentos m antidos com
tanto energia que produzem nele uma impressão. As experiências traumáticas da infância são

66 | P á g i n a
as que foram experimentadas com suma intensidade e introduzidas na mente subconsciente,
mas nunca foram substituídas por novas impressões e experiências mais construtivas.
O subconsciente foi definido como a totalidade da s experiências do indivíduo desde
que nasceu até o mom ento presente. Toda nova experiência dinâmica o modifica; e ele pode
ser conscientemente modificado de acordo com o grau de intensidade da impressão nele
produzida. Quanto mais intensa for a impressão, tanto mais duradoura será ela no
subconsciente.
Os essênios conheciam outros fatores que governam a aceitação de um pensam ento
ou de um sen timento pela mente subconsciente. Um deles é que, se a mente consciente não
aceita o pensamento com o uma realidade e um a possibilidade, o subconsciente também o
rejeitará.
Outra era a necessidade de projetar o pensamento no subconsciente sem esforço,
espontaneamente. Basta que se faça um esforço para evoca r o estado plenamente consciente
e, nesse caso, o subconsciente não pode ser alcançado. Para agir de modo espontâneo e sem
esforço, é necessário que a pessoa tenha a mente e o corpo com pletamente relaxados. Isso
fazia parte da prática essênia.
O primeiro passo no processo de descontração consistia, para eles, em liberar as
tensões ou contrações de um grupo de músculos, depois outro, em várias partes do corpo. O
segundo passo era a respiração superficial, que, diminuindo o transporte de oxigênio para os
pu lmões, diminui as atividades dos nervos e de outras partes do organismo, visto que a
atividade e a descontração nã o podem oco rrer ao mesmo tem po. O terceiro passo consistia
em evitar o pensam ento. Para o homem de hoje isso, de um mod o geral, já não é tão fácil.
Uma forma de realizá -lo é a pessoa imaginar -se numa escuridão e num silêncio totais, a
escuridão do veludo negro, e não pensar em m ais nada. Por intermédio desses três passos os
essênios produziam um a espécie de semiconsciência na qual um novo pensame nto ou um
novo sentimento poderiam ser prontamente introduzidos no subconsciente.
O pensamen to introduzido dessa m aneira teria de ser tão rítmico que fosse capaz de
manter o estado d e descontração e sem iconsciência. E teria de ter suficiente poder de
penetração no subconsciente e ser de todo aceito com o realidade. Esses requisitos
indispensáveis à colocação consciente de pensam entos e sentimentos na mente subconsciente
eram perfeitamente satisfeitos na prática das Com unhões essênias.
Mostrou -se que cabe i nteiramente a cada indivíduo decidir sobre o que acrescenta ao
conteúdo da m ente subconsciente, sobre a espécie de novas células que construirá dentro
dela. Ele pode afastar -se da lei e ser escravo do subconsciente, mas tam bém pode participar
ativamente d a própria regeneração.
O conhecimento da mente consciente por parte dos essênios era tão profundo quanto
a sua compreensão do subconsciente. Esse conceito de psicologia era tão abrangente que eles
sabiam que os objetivos das suas Com unhões não poderiam ser atingidos unicamente através
dos processos intelectuais, senão que a força dos sentimentos também é indispensável. O
conhecimento precisa despertar uma emo ção antes que se produza a ação.
O sentimento não é um processo meramente involuntário, como muita gente acredita.
É uma pa rte da atividade da vontade. Ao parecer d os essênios, a vontade contém três fatores,
ou é o mecanism o de três fatores: o pensam ento, o sentimento e a ação, conceito que pode
ser ilustrado, em termos modernos, por uma comparação com as peças de um autom óvel. O
pensamen to é o volante; o sentimento é o motor, ou força; a ação corresponde às rodas. Para

67 | P á g i n a
chegar a certo destino, determinado pela vontade, cumpre que as três peças trabalhem em
cooperação umas com as outras. Pensa -se num obje tivo, desperta -se um desejo ou um
sentimento, a ação se realiza.
A vontade pode ser usada para despertar o sentimento; muitas vezes ela precisa ser
usada se se quiser despertar um sentimento desejado. Ela pode ser treinada para fazê -lo por
meio de um adestramento. Um a técnica conhecida dos essênios facultava ao indivíduo o uso
da vontade do jeito que lhe aprouvesse escolher.
Poucos o sabem; poucos sabem que podem d ominar seus sentimentos. Principalmente
porque não sabem com o conectar entre si pensamentos e sentimentos para que disso resulte
a ação almejada. Eles podem ter o conhecimento correto, mas agem de man eiras contrárias ao
conhecimento; podem ter um conhecimento correto da saúde, por exemplo, mas continuam a
ingerir alimentos que lhe são nocivos . Uma emo ção, como é o caso do medo da dor ou da
morte, fará com que eles ajam corretamente.
Das três forças, pensamentos, sentimento e ação, a mais nova é o pensamento e,
consequentemente, a que exerce menor influência na consciência do homem. Mas o homem
está evoluindo; seu poder de pensamento aumenta com firmeza. O pensamento é o seu título
de nobreza, uma faculdade que se encontra sob o seu dom ínio individual; ele pode pensar no
assunto que desejar. E pode dominar o sentimento com o pensamento.
Os sentimentos têm uma história de centenas de m ilhares de anos e, por consegu inte,
criaram um ímpeto muito mais forte que o do pensamento. Em decorrência disso, os
sentimentos, e não o pensam ento, governam a m aioria dos atos do homem. Os instintos
controlam os animais. O homem, no entanto, se quiser deixar de representar essas forças
retrógradas, precisa aprender a controlar não só o instinto mas também os sentimentos. E
pode fazê -lo utilizando -se da vontade.
Os essênios acreditavam que o homem devia analisar o s próprios pensamentos e
sentimentos e descobrir os que lhe dão poder para levar a cabo uma ação desejadas e os que a
paralisam.
Se ele pratica uma boa ação, e a a nalisa, pode encontrar os pensame ntos e
sentimentos que lha inspiraram. E com preenderá qual é o gênero de pensame ntos e
sentimentos que deve alimentar.
Ele verificará que a ação n a foi inspirada por um pen samen to abstrato ou por um frio
conceito intelectual. Nossos atos são inspirados por pen samentos cheios de cor e vitalidade,
que evocam os sen timentos. Somente então eles terão força suficiente para resultar em ação.
A cor e a vitalidade são conferidas ao pensamen to pela imaginação criativa. Os
pensamentos precisam criar imagens que estejam vivas. Os povos orientais praticaram por
muito tempo a arte de dar vida aos pensamen tos, enchendo-os de imagens e gravuras. Trata -
se, porém, de uma arte m uito negligenciada e quase esquecida no Ocidente.
Pensamentos dispersos, incoerentes, que vogam, desapaixonados, entre uma coisa e
outra, não passam de pálidos fantasmas, sem vida. São estéreis, não despertam sentimentos
nem açõe s. São totalmente destituídos de valor.
Há sempre um sen timento por trás de cada ação. Para se produzir uma ação correta é
preciso que exista um sentimento correto. Os sentimen tos corretos são fontes de energia, de
harmonia e de felicidade. Se não forem a origem dessas qualidades, não são apenas
destituídos de valor; são perigosos.

68 | P á g i n a
Os sentimentos podem ser incluídos numa de duas categorias: os que criam energia e
os que a esgotam. A través dessa análise o homem pode começar a exercitar a vontade.
Pelo fortalecimen to de todos os sentimentos que criam en ergia e pela evitação de
todos os que conduzem à exaustidão, os essênios descobriram que a vontade se adquire. O
exercício da vontade quer dizer esforço perseve rante e paciente. Por intermédio dela os
sentimentos superiores do indivíduo podem criar, pouco a pouco, um vasto depósito de
energia e harmonia, ao passo que os sentimentos inferiores, que conduzem à fraqueza e à
ausência de equi líbrio, será finalmente e liminados.
O sentimento que cria a maior das energias é o amor, em todas as suas manifestações,
pois representa a fonte primordial de toda a existência, de todos o s man anciais de energia,
harmonia e conhecimento. Manifestado na na tureza terrestre, dele fornece tudo o que é
necessário à saúde. Manifestado no organismo huma no, proporciona harmonia dinâmica a
todas as células, órgãos e sentidos do organismo. Manifestado na consciência, possibilita ao
homem compreende r a lei cósmica e natural, que inclui as leis sociais e culturais, e empregá -
las como fontes de harmonia e con hecimento. A vontade é a chave da m anifestação dessa
maior de todas as fontes de energia.
Os três inimigos da vontade são a dispersão de energia, a preguiça e a sensualidade. As
três podem conduzir a outro inimigo formidável da vontade: a doença. A boa saúde é o grande
amigo da vontade. Uma pessoa saudável, dinâmica, comanda e a vontade obedece; ao passo
que a dor m uscular ou a fraqueza nervosa paralisam a vontade. Eis aí uma das razões por que
os essênios conferiam tanto valor à boa saúde e à m aneira de viver e pensar que produz
saúde.
A prática das Comunhões exigia o exercício e o uso contínuos da vontade. Segundo o
modo de pensar dos essênios, todo grande valor d a cultura humana deve sua criação ao
exercícios da vontade, e os valores verdadeiros só podiam ser produzidos pelos que fazem uso
da vontade. Estes compreendiam inteiramente a necessidade de ed ucá-la e entendiam que a
chave da sua educação é a direção dos sentimentos por uma imaginação criativa poderosa.
Mercê da sua profunda compreensão das forças psicológicas, as C omunhões essênias
ensinavam ao hom em o cam inho para a liberdade, o modo de liberação da aceitação cega de
condições negativas, quer no corpo físico, quer na mente. Elas mostravam o caminho da
evolução perfeita, assim da mente como do corpo.

69 | P á g i n a
“Ele deu ao homem dois espíritos que devem acom panhá -l o.
São os espíritos da verdade e da falsidade,
a verdade nascida da fonte da Luz,
a falsidade nascida  no poço da escuridão.
O domínio de todos os filhos da verdade 
está nas mãos dos Anjos da Luz,
de modo que eles percorrem os caminhos da Luz.
Os espíritos da verdade e da falsidade se digladiam 
no coração do homem.
procedendo com sabedoria e insensatez.
E assim como herda a verdade,
assim o homem evitará a escuridão.” 

“Bênçãos a todos os que apostaram na Lei,


que seguem verdadeiramente todos os seus caminhos.
Que a Lei os abençoes com todo o bem 
e os defenda contra todo o mal 
e ilumine seus corações com a revelação das coisas da vida 
e os agracie com o conhecimento das coisas eternas.” 

Extraído do “Manual de Disciplina”


Dos Manu scritos do Mar Morto

70 | P á g i n a
Capítulo 8 

Inventário Individual 

Há milhares de anos os essênios praticavam um sistema de psicanálise m uito mais


abrangente do que a psicanálise que hoje se pratica. Embora m uito afastado de nós no tempo,
ele tinha uma qualidade universal de que carece a psicoterapia moderna.
Trata-se de um inventário pessoal dos ideais essênios de proceder e de evolução
individual, que pode ser valiosíssimo para o hom em contem porâneo, como folha de balanço
do seu grau de harmonia com a Lei.
Entendendo, com o o faziam, que o homem vive no meio de um cam po de forças, os
essênios sabiam que as forças na turais e c ósmicas que o rodeiam e que fluem através dele são
forças superiores positivas. Mas sabiam outrossim que o homem , em razão dos seus
afastamentos da Lei, em pensam ento, sentimento e ação cria constantemente forças
negativas, inferiores, no me io das quais ta mbém vive. Ligado a todas essas forças, ele não
pode separar -se delas; além disso, está sempre cooperando, consciente ou
inconscientemente, com as forças superiores ou com as inferiores. Neutro é que ele não pod e
ser.
Sob esse sistema essênio, praticado p ela primeira vez no tempo de Zo roastro, a pessoa
fazia, uma vez por semana, uma análise de seus pensamentos, palavras e ações. Essa análise
mostrava o quan to ela cooperava com a s forças superiores ou, pelo contrário, o quanto se
afastara delas, e propiciav a-lhe um corte transversal no caráter, capacidades e cond ição física
próprias, indicando, por essa m aneira, o grau da sua evolução na vida.
A análise lhe permitia reconhecer seus pontos fortes e seus pontos fracos.
Empenhando-se sincera e vigorosamente em tornar seu jeito de pensar, de sen tir e de agir
cada vez melhor, ela progredia na tarefa de toda uma vida de auto -aprimoramento.
Alguns acharão talvez que, com todas as ciências modernas, é desnecessário
retroceder 8.000 anos à procura de u m antigo ensin amento. Trata -se, todavia, de saber até
que ponto os dese nvolvimentos da ciência tem con tribuído para aum entar a felicidade e o
bem -estar humanos. A insegurança e a neurose gerais dos tempos atuais e o desassossego
econômico e social, tão amplamen te disseminados, dão-nos uma resposta decididamente
negativa. O homem adicionou enorm e quantidade de conhecimentos teóricos à estrutura de
sua cultura científica, mas não lhe acrescentou a felicidade nem a evolução individual. Ela não
serviu para ligá -lo ao universo, ao sistema cósmico, nem para m ostrar-lhe o seu lugar e o papel
que lhe cabe representar nele.
Sem e sse conhecimento, o homem não pode seguir o caminho da evolução perfeita
para si nem para o planeta.
A neurose de hoje é causada pelos atuais afastament os, por parte do homem , da lei da
harmonia com a s forças naturais e cósmicas. Se o hom em fizer o que lhe for possível para viver
em harmonia com elas, nunca será vitima de neuroses.
A psicologia de hoje tende a enfatizar apenas um a ou duas forças naturais. Na opinião
de Freud, por exemplo, os afastamentos da lei da força natural do sexo provocavam
desarmonia no homem; outros cientistas se concentraram em outras formas de afastamento.

71 | P á g i n a
Mas o sistema praticado no tempo de Zo roastro considerava a harmonia com todas as forças
naturais e cósmicas necessárias à saúde completa e ao equilíbrio psicológico. Sua
superioridade sobre outros sistemas repousa na onilateralidade e na un iversalidade.
A tarefa de auto -aperfeiçoamento, pelo que se vê, tem d e ser levada a efeito um dia
depois do ou tro, dia a dia, pelo próprio indivíduo. A psicaná lise, por outro lado, depende
muitíssimo do analista, pois a pessoa qu e está sendo analisada assume um pa pel um tanto ou
quanto passivo. No método de Zoroastro, a consecução de harmonia pelo indivíduo é tarefa de
toda a vida deste último, e não o trabalho de um terceiro, que se completa num par de anos
ou menos.
Os dezesseis elementos empregados no sistema abarcam todos os aspectos da vida
humana. Eles correspondem, de certo modo, às catorze forças simbolizadas pela Árvore
Essênia da Vida. Os essênios não tencionavam, quer no tempo de Zoroastro, quer mais tarde,
dividir as forças na turais e cósmicas em padrões rígi dos ou artificiais, senão simplesmente
considerá-los de m aneira que lhes expressasse, com a m áxima clareza, o valor e a utilização na
vida do homem .
Não se ex igia perfeição na análise, mas a pessoa era instada a lutar continuamente a
fim de aprimorar o se u relacionamento com cada um as das dezesseis forças e alcançar maior
harmonia e utilização de seus poderes e energias. A pessoa que o fizer fruirá um a vida
ativamente criativa, que lhe trará a mais alta med ida de felicidade e d e serviço prestado a
outrem. Mas quem continuar a se afastar da Lei verá sua vida tornar-se mais e mais
desinteressante e cada vez meno s compensadora, ao me smo tempo q ue a miséria e a
frustração acabarão ficando cada vez maiores.
Os ensinamentos dos essênios davam ao homem um conheci mento claro do seu lugar
e papel no universo, e o método por eles em pregado de auto -análise semanal lhes permitia
conhecer com quanta clareza compreendiam as lições e com quanto cuidado as praticavam e
percorriam o caminho da evolução individual.
Das dezesseis forças utilizadas para fazer a análise, oito pertenciam às forças terrestres
e oito às forças cósmicas. As prime iras eram o sol, a água , o a r, o alimento, o homem, a terra, a
saúde e a alegria. Os poderes cósmicos eram a energia, o amor, a sabedoria, o mantenedo r, o
Criador, a vida eterna, o trabalho e a paz.
A análise considerava cada uma dessas forças de três aspectos diferentes:
1. Se o poder ou força é compreen dido
2. Se a pessoa sente a importância da força, profunda e sinceramen te
3. Se o poder é usado continuamente e da melhor maneira possível

72 | P á g i n a
AS FORÇAS TERRESTRES

São os seguintes os significados e empregos das forças terrestres.

1. O so l é fonte importantíssima de energia; o homem deve estabelecer contato com o


seu poder solar e utilizá -lo da melhor forma para a saúde e para o bem -estar do
indivíduo.
2. A água é um elem ento essencial de vida. Deve ser usada de m aneira apropriada na
dieta e no banho, que se toma todas as m anhãs durante o ano inteiro.
3. O ar exerce um papel muito importante na saúde do corpo e a pessoa deve pass ar o
maior espaço de tempo possível ao ar livre respirando o ar fresco e puro e utilizando
as energias da atmosfera em benefício da própria saúde.
4. O alimento deve ser da espécie correta e ingerido na quantidade certa a fim de
fornecer outra força vital ao organismo.
5. O homem era considerado um a força que representava o direito e a responsabilidade
de cada um para com sua própria evolução. Incumbe a todo indivíduo usar cada
momento para promover seu progresso na vida, tarefa que ninguém pode exercer por
ele. Cumpre -lhe conhecer, e compree nder, as própria potencialidades e descobrir o
modo m ais prática de desenvolvê -las e utilizá -las a serviço da humanidade.
6. A terra representa os dois aspectos da força geradora que cria uma vida m ais
abundante no planeta. Um dos seus aspectos cria a vida a partir do solo, produzindo as
árvores e toda a vegetação. O outro aspecto se m anifesta nas energias sexuais do
homem . A pessoa precisa compreende r e utilizar os meios m ais perfeitos de cultivar
plantas, produzir alimentos e levar uma vida sexual harmoniosa.
7. A saúde depende do relacionamento harmonioso do homem com todas as forças da
terra, com o sol, a água, o ar, o alimento, o homem , a terra e a alegria. Incumbe ao
indivíduo compreender a relevância da boa saúde para si e para os outros, e deve pôr
em prática todas as formas de melhorar a própria saúde, em pensamento, sentimento
e ação.
8. A alegria é direito essencial do homem , que há de executar todas as suas a tividades
diárias com um profundo sentimento de alegria, que cresce dentro dele e se irradia à
sua volta, reconhecendo -lhe a grande importância para si e para os outros.

São estas as forças da natureza que o homem de ve entender e utilizar. Os oito poderes
seguintes do cosmo são até mais importantes para a vida do homem, que não po derá viver em
completa harmonia com as forças terrestres se também não estiver em harmonia com os
poderes celestiais.

73 | P á g i n a
AS FORÇAS CÓSMICAS

1. O poder manifesta -se continuamente por intermédio das ações e obras do


homem, ambas as quais resultam de sua coo peração ou falta de cooperação com
os outros poderes e forças, em concordância com a lei ferres de causa e efeito. O
indivíduo precisa da r -se conta da importância das boas obras; e também lhe cabe
compreender que sua personalida de, sua posição e o am biente de que se rodeia
na vida são o resultado de suas ações passadas, como o seu futuro será
exatamente o que dele fizerem seus atos presentes. Urge, portanto, que ele se
empenhe em todos os mome ntos para praticar boas ações que expressem
harmonia com as leis não só da natureza mas também do cosmo.

2. O amor expressa -se em forma de palavras delicadas e bondosas dirigidas aos


outros, palavras que afetam a saúde e a felicidade próprias, assim com o a saúde e
a felicidade alheias. O amor sincero a todos os seres põe -se de m anifesto através
de sentimentos e palavras harmoniosas.
3. A sabedoria manifesta -se na forma d e bons pensam entos, e constitui o direito do
homem ampliar seus conhecimentos e sua compreensão de todas as maneiras
possíveis par a poder ter somente bons pensam entos. Cabe-lhe procurar crescer
em sabedoria, de modo que possa com preender cada vez mais a ordem cósm ica e
o seu próprio papel nessa ordem. So mente atingindo certo grau de sabedoria o
indivíduo aprende r a conservar bons pen samentos na consciência e recusar -se a
alimentar pensamen tos negativos e destruidores a respeito de alguém, de algum
lugar, de alguma condição ou de alguma coisa.
4. A manutenção de valores refere -se ao poder de prese rvar tudo o que é útil e tem
valor verdadeiro, seja uma á rvore, uma planta, uma casa, seja um relacioname nto
entre pessoas ou qualquer forma de harm onia. Quando alguém de strói, ou deixa
uma coisa boa perder o valor, deteriorar -se ou da nificar-se, seja ela matéria ou
imaterial, estará cooperando co m as forças negativas e destrutivas do mund o. É
mister usar todas as oportunidades para impedir que e ssa coisa se estrague, seja
qual for o seu valor.
5. A criação significa a necessidade que tem o hom em d e usar seus pod eres criativos,
 já que o seu pa pe l no p laneta é continuar a obra do Criador. Cum pre-lhe, portanto,
tentar fazer alguma coisa original e criativa, algo novo e d iferentes, tão amiúde
quanto lhe for possível, seja um invento de a lguma espécie, seja uma obra de arte,
enfim, qualquer coisa que venha a beneficiar outrem.
6. A vida eterna diz respeito à sinceridade do hom em para consigo mesm o e para
com os ou tros em tudo o que faz e para com todos os que venha a conhecer. Ele
precisa ser profundamente sincero na aná lise do seu relacionamento, na sua
compreensão e na utilização de todas as forças da natureza e do cosmo; e dev erá
haver todos os esforços para avaliar-se com a máxima honestidade, visto que ele,
com efeito, não racionaliza nem justifica as coisas que faz, diz ou pensa.
7. O trabalho é a precondição d e mu itos outros valores. Significa a execução das
tarefas diárias com zelo e eficiência. É uma contribuição do indivíduo para a
sociedade e um pré -requisito de felicidade para todas as pessoas interessadas,
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pois quando alguém não leva a cabo o seu trabalho convenienteme nte, outros
terão de fazê -lo. O homem tem de aprender a experimentar um sentimento de
profunda satisfação no trabalho, de modo que possa devolver à sociedade tudo o
que dela recebe.
8. A pa z há de ser criada e conservada po r todos os indivíduos dentro e em torno de
si, para p oderem ser instrumentos na ajuda à prevenção da desarm onia, da
inimizade e das guerras, uma vez que a condição de toda a humanidade depen de
da condição de cada um dos seus átom os, isto em dos indivíduos que a compõem .
Estes há de sentir profundamente a necessidade da paz interior e de fazer quanto
lhes for possível para estabelecê -la e mantê -la onde quer que estejam.

A pessoa que proceder a um a avaliação de si mesmo de acordo com esses dezesseis


elementos de vida conhecerá claramente onde seu desenvolvime nto pessoal pode ser
melhorado e de que maneira ela pode contribuir mais plenamente para a evolução do gênero
humano.
Se o fizer, progredirá ainda mais na direção da sua meta final, ao meta rumo à qual
toda a humanidade se move: a união com o Pai Celestial .

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“Alcancei a visão interior 
e através do Teu espírito em mim 
ouvi o Teu segredo maravilhoso.
Através da Tua mística introvisão,
fizeste uma fonte de conh ecimento 
crescer dentro de mim,
uma fonte de poder,
deixando fluir livremente águas vivas,
uma torrente de amo r 
e sabedoria oniabrangente 
como o esplendor da Luz eterna.” 

Extraído do “Livro dos Hinos” dos


Manuscritos do Mar M orto.

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