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QUALIDADE TOTAL NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Luiz Carlos de Castro1


RESUMO
Esse artigo tem como objetivo apontar elementos relevantes para a melhoria da qualidade dos
cursos em EaD oferecidos pelas instituições educacionais no Brasil. Esse estudo foi realizado
através de pesquisas bibliográficas, fontes na internet, tais como sites e artigos. Observou-se
que todas as fontes consultadas apontaram elementos importantes para a promoção da qualidade
em cursos na modalidade de Educação a Distância. Nesse sentido, abordou-se os seguintes
assuntos: a Gestão da Qualidade, a Garantia da Qualidade, a Gestão da Qualidade na Educação
Superior no Brasil e a Gestão da Qualidade na Educação Superior a Distância no Brasil.
Abordou-se ainda, dentro dos Referenciais de Qualidade, os temas: Concepção de educação e
currículo no ensino / aprendizagem, Sistemas de Comunicação na Gestão da EaD, Material
didático para a EaD, Avaliação na EaD, Equipe multidisciplinar na modalidade EaD,
Infraestrutura de apoio, Gestão Acadêmico-Administrativa e Sustentabilidade financeira.
Palavras-chave: EAD; Referenciais; Qualidade; Tecnologia.

TOTAL QUALITY IN DISTANCE EDUCATION

ABSTRACT

This article aims to point out relevant elements for improving the quality of distance education
courses offered by educational institutions in Brazil. This study was carried out through
bibliographic searches, sources on the internet, such as websites and articles. It was observed
that all the sources consulted pointed out important elements for the promotion of quality in
distance education courses. In this sense, the following issues were addressed: Quality
Management, Quality Assurance, Quality Management in Higher Education in Brazil and
Quality Management in Higher Distance Education in Brazil. Within the Quality References,
the following topics were also addressed: Conception of education and curriculum in teaching
/ learning, Communication Systems in Distance Learning, Didactic material for Distance
Learning, Evaluation in Distance Learning, Multidisciplinary team in Distance Learning,
Infrastructure support, Academic-Administrative Management and Financial Sustainability.

Keywords: EAD; References; Quality; Technology.

1 Administrador de empresas, professor da Universidade Estadual do Maranhão (Dept. Matemática e Informática), Pós-graduado em Qualidade e
Produtividade; Metodologia da Educação a Distância; Inovação e Difusão Tecnológica; Gestão da Educação e Mestrando em Gestão da Educação. E-mail:
luizdecastro2009@hotmail.com – Whatsapp: (98) 98880-4678.
CALIDAD TOTAL EN EDUCACIÓN A DISTANCIA
RESUMEN

Este artículo tiene como objetivo señalar elementos relevantes para mejorar la calidad de los
cursos de educación a distancia ofrecidos por instituciones educativas en Brasil. Este estudio se
realizó a través de búsquedas bibliográficas, fuentes en Internet, como sitios web y artículos.
Se observó que todas las fuentes consultadas señalaron elementos importantes para la
promoción de la calidad en los cursos de educación a distancia. En este sentido, se abordaron
los siguientes temas: gestión de calidad, garantía de calidad, gestión de calidad en educación
superior en Brasil y gestión de calidad en educación superior a distancia en Brasil. Dentro de
las referencias de calidad, también se abordaron los siguientes temas: concepción de la
educación y el plan de estudios en enseñanza / aprendizaje, sistemas de comunicación en
educación a distancia, material didáctico para educación a distancia, evaluación en educación a
distancia, equipo multidisciplinario en educación a distancia, infraestructura apoyo, gestión
académico-administrativa y sostenibilidad financiera.

Palabras clave: EAD; Referencias; Calidad; Tecnología.

1 INTRODUÇÃO
A boa qualidade de qualquer produto ou serviço é o item de maior relevância para
seu sucesso. Não se pode negar que a evolução da qualidade dos produtos e serviços brasileiros
tem melhorado de forma bem visível. Na indústria se observa que há uma melhoria dos padrões
de qualidade em todos os setores, do chão de fábrica ao setor de logística. Na educação, percebe-
se a mesma evolução, tanto nas instituições públicas quanto nas instituições privadas. Na
educação a distância, ao longo da sua história, é mais perceptível ainda as melhorias, isso graças
às TICs, que tem se desenvolvido de forma exponencial. Os recursos desenvolvidos para a
mediação das informações entre professor/tutor e alunos tem favorecido muito a disseminação
do conhecimento, além da qualidade do material didático que é produzido exclusivamente para
a EaD. Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem representam o centro dos recursos, onde se
encontra: o chat para reuniões virtuais entre os participantes do curso; o fórum para os debates;
o wiki para produção compartilhada de trabalhos acadêmicos; promoção de tarefas para
realização das atividades e o e-mail para troca de informações. Os números da EaD no Brasil
falam por si. Conforme Guimarães (2019), em 2007, mais de 2 milhões de brasileiros fizeram
algum curso a distância; já em 2014, os cursos de EaD somaram 3.868.706 matrículas.

De acordo com EAD (site):

A evolução das novas tecnologias de informação e comunicação entre os anos 60 e 90


fizeram com que o EaD tivesse uma grande expansão. A evolução tecnológica não
teve somente influência na área da educação, mas também na vida social das pessoas
de um modo geral. As novas tecnologias de informação que foram surgindo e a
intensificação da comunicação tiveram grande aplicação no EaD devido à
possibilidade de manter uma interação fácil e rápida entre professor e os alunos. Essa
interação pode ser feita em tempo real, quando ambas as partes estão conectadas ao
mesmo tempo, ou de modo independente (ou assíncrono), que se pode realizar em
momentos diferentes (s.d).

Para se atender com qualidade aos alunos dos cursos de Educação a Distância é
necessário uma estrutura de ensino bem articulada entre recursos materiais e intangíveis,
conjuntamente a uma extensa equipe de professores, coordenadores e tutores, tanto no polo
matriz, quanto nos polos presenciais distribuídos pelo interior do estado, de forma a garantir a
qualidade conforme os Referenciais de Qualidade da EaD, estabelecido pelo MEC(2007).

2 GESTÃO DA QUALIDADE

A Gestão da Qualidade, conforme Ferreira e Silva (2016), "é o conjunto de práticas


que tem como objetivo estabelecer padrões de processo, para que eles sejam executados da
maneira mais controlada possível, sem imprevistos e improvisos” (p. 15). Ressaltam ainda que
a padronização de um sistema de gestão é realizada através de procedimentos, instruções e
outros documentos, de acordo com a cultura da organização. A Norma ISO 9001 se refere à
Gestão da Qualidade como atividades coordenadas que direcionam as organizações rumo à
qualidade.

Camargo (2011) afirma que, “a Gestão da Qualidade Total – ‘Total Quality


Management – TQM’ é uma estratégia da administração orientada a criar o conceito e a
consciência da qualidade em todos os processos organizacionais” (p. 41). Pode-se também
entender que é uma filosofia que considera a qualidade como o ponto central dos negócios de
uma organização. É um sistema gerencial que engaja fortemente as atividades do controle da
qualidade por toda a empresa.

3 A GARANTIA DA QUALIDADE

A qualidade não se faz somente com tecnologia. Ela se faz com pessoas, sobretudo,
com pessoas capacitadas, treinadas, lideradas, motivadas e plenamente conscientes de suas
responsabilidades. Qualidade se faz com a participação e o empowerment das pessoas. Nesse
sentido, a qualidade é, sobretudo, um estado de espírito que reina dentro da organização. Ela
exige o comprometimento das pessoas com a excelência (CHIAVENATO, 1999).

No que refere à Garantia da Qualidade, Fernandes (2011) afirma que o cliente deve
estar seguro quanto a capacidade do fornecedor de atender a todos os requisitos técnicos
exigidos nos contratos firmados entre cliente e fornecedor. Além disso, afirma que “quem
estabelece a qualidade é o cliente [...] a qualidade de um produto ou serviço pode ser definida
como o conjunto total das características de marketing, engenharia, fabricação e manutenção
do produto ou serviço que satisfaçam às expectativas do cliente” (p. 41).

Como comenta Machado (2012), garantia da qualidade é a função que tem a


empresa de assegurar que todas as atividades da qualidade estejam sendo conduzidas da forma
planejada; e é também um estágio avançado de uma organização que pratica, de maneira
correta, o controle da qualidade em cada projeto e em cada processo. Por outro lado, nas
considerações de Fernandes (2011), as empresas sempre deram mais importância à qualidade
do setor de produção, o chamado “chão de fábrica”, esquecendo-se de que todos os setores das
empresas precisam estar interligados e mantendo o mesmo nível de trabalho, com a mesma
qualificação profissional, com o mesmo nível de qualidade, e tendo como base, a mesma
satisfação do pessoal que neles trabalham.

4 GESTÃO DA QUALIDADE NA EDUCAÇÃO SUPERIOR

Na visão de Bertolin (2009); Netto, Giraffa e Faria (2010), qualidade é uma das
palavras mais usadas nos trabalhos da Educação Superior. As décadas de 1960 e 1970
representam o auge das soluções quantitativas no campo da educação, onde, a partir desse
período, houve um grande aumento dos gastos com educação. No aumento do número de anos
de ensino obrigatório, na diminuição da idade de ingresso na escola e no desenvolvimento de
teses econômicas sobre a educação, como a teoria do capital humano para explicar o
crescimento econômico dos países. Só no início de 1980 surgiram os primeiros
questionamentos acerca da qualidade em educação e já no final da década o assunto se tornara
uma prioridade nos EUA e na Europa. Avaliar a qualidade no processo educacional não é um
assunto novo. De qualquer forma, ela emerge como fator crítico para avaliação de cursos, e por
apresentar uma ampla variedade de abordagens, é possível perceber a riqueza do conceito e, ao
mesmo tempo, a dificuldade de se chegar a um consenso em torno do assunto.

A educação, recentemente, passou a se defrontar com fatores ‘hostis’ e desafios na


competição de mercado, limitação de financiamento para expansão dos negócios, massificação
dos sistemas, desmotivação dos docentes, autonomia institucional etc. A saída mais plausível
foi a criação de programas de qualidade, na educação superior, para poder superar essas
barreiras que impedem o andamento normal do desenvolvimento do setor (BERTOLIN, 2009).
Nesse sentido, Netto, Giraffa e Faria (2010) concordam que na avaliação da
qualidade, conforme apontam Sanyal e Martin (2006), existem dois tipos de garantia de
qualidade:

• Interna: Uma instituição dispõe de garantia interna da qualidade quando esta


baseia seus mecanismos de funcionamento em políticas que garantam o
cumprimento dos seus próprios objetivos e padrões;
• Externa: A garantia externa da qualidade de uma instituição educacional é
realizada por outra organização especializada em qualidade que avalia o
funcionamento do programa da instituição, a fim de determinar se os critérios
pré-determinados são cumpridos.

Os autores afirmam ainda que um exemplo desse mecanismo de garantia de


qualidade é o recente documento do MEC, disponível em MEC-CONAES (2009), onde o
governo brasileiro relata sua intenção de criar mecanismos externos para avaliar a qualidade
dos cursos e, também, estabelecer um padrão para essa avaliação.

Há três níveis de garantia da qualidade: instituição, programa e curso. Onde existe


uma série de práticas entre as quais pode-se distinguir três mecanismos: a) Auditoria de
qualidade que tem o objetivo de verificar se uma instituição dispõe de um sistema de garantia
de qualidade para determinar sua adequação; b) Avaliação da qualidade é a análise da
qualidade dos processos, das práticas, dos programas e serviços da Educação Superior mediante
técnicas e atividades apropriadas; c) Acreditação é o método de garantia externa de qualidade
mais utilizada no contexto internacional. “É o resultado de um processo pelo qual uma entidade
pública ou privada (agência de acreditação), avalia a qualidade de uma instituição de Educação
Superior em sua totalidade” (NETTO, GIRAFFA e FARIA, 2010, p. 24).

5 GESTÃO DA QUALIDADE NA EDUCAÇÃO SUPERIOR A


DISTÂNCIA

Considerando que existem muitas iniciativas para padronização e normalização da


qualidade em EaD, Silva (2012) aponta a International Organisation for Standardisation (ISO),
e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) como as principais iniciativas para a
padronização dessa modalidade. Existem, especificamente, algumas normas ou referenciais
ISO voltados para EaD, mas existe, além desses, uma série de padrões aplicáveis a esse tema.
Sobre a questão da qualidade da EaD no Brasil, não se pode esquecer dos
Referenciais de Qualidade da EaD, definidos pelo Seed/MEC, em 2003/2007. O autor, nesse
contexto, aborda o tema da qualidade e identifica as normas ISO e suas equivalentes na ABNT,
caracterizando-as. Desde os anos 1970, padrões de qualidade (normas ISO) são desenvolvidos
em diversos âmbitos que têm relação com a EaD. Dessa forma, questiona-se sobre o que é
qualidade na educação. Silva (2012) baseando-se em Viebrantz e Morosini (2009), diz que:

Uma educação de qualidade pode significar tanto aquela que possibilita o domínio
eficaz dos conteúdos previstos nos planos curriculares; como aquela que possibilita a
aquisição de uma cultura científica ou literária; ou aquela que desenvolve a máxima
capacidade técnica para servir ao sistema produtivo; ou, ainda, aquela que promove o
espírito crítico e fortalece o compromisso para transformar a realidade social (p. 35).

É importante esclarecer que conforme Pereira, Araújo e Machado (2015), no âmbito


da Educação Superior brasileira, a avaliação das Instituições de Ensino Superior; e dos cursos
de graduação são de responsabilidade do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
(SINAES); e que no contexto da educação nacional, o INEP (Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) se tornou responsável por organizar e manter o sistema
de informações e estatísticas educacionais e por desenvolver e coordenar sistemas e projetos de
avaliação educacional, abrangendo todos os níveis e modalidades de ensino.

Apresenta-se, a seguir, na Figura 1 uma síntese de como ocorre o processo de


avaliação da qualidade do Ensino Superior no Brasil.

Figura 1 - Mapeamento conceitual da avaliação da qualidade do ES no Brasil (Pereira, Araújo, &


Machado (2015). Elaborado com base em: PEDROSA, R. H. L.; AMARAL, E.; KNOBEL, M. Assessing
higher education learning outcomes in Brazil. Higher Education Management and Policy, [S. l.], v. 24,
n. 2, p. 55-71, 2013.
Nesse aspecto, Pereira, Araújo e Machado (2015) explicam que:

No mapeamento são apresentados os principais elementos e processos, no sentido de


permitir o entendimento do contexto da avaliação no cenário brasileiro. Ressaltam-se
em negrito: a) os principais órgãos responsáveis, como o MEC, INEP, SINAES,
CONAES; b) os principais componentes dos elementos de avaliação como a CPA,
ENADE, IGC, CPC e IDD. Nota-se na Figura 1 a clara divisão dos pilares avaliativos
realizada pelo SINAES em: avaliação institucional, avaliação de cursos e avaliação
de desempenho dos estudantes. [...] O teste ENADE é aplicado aos alunos concluintes
dos cursos superiores e seu resultado é utilizado para pontuar a avaliação dos
resultados dos cursos do Ensino Superior no país (p. 69).

Ainda sobre o ENADE, a partir dos seus resultados combinados com outros
indicadores, são calculados o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Índice Geral de Cursos
(IGC). Outro indicador de desempenho é o Indicador de Diferença entre o Desempenho
observado e o esperado (IDD), que permite um balanceamento entre os indicadores dos cursos
da mesma região, utilizando-se de valores baseados na média regional e não na maior média do
país. Do ponto de vista da avaliação da qualidade do Ensino Superior, a figura 1 ressalta que a
avaliação institucional é efetuada para efeito de credenciamento e recredenciamento das IES
perante ao Ministério da Educação e Cultura (MEC). Assim, é necessário informar que, quanto
aos tipos de IES no Brasil, são classificadas como faculdades, centros universitários ou
universidades, cabendo apenas às universidades o papel de integração entre ensino, pesquisa e
extensão e a obrigatoriedade de oferta de pós-graduação Stricto Sensu (PEREIRA, ARAÚJO
& MACHADO, 2015).
Para os autores, ora citados, não é fácil se avaliar a qualidade de um sistema e-
Learning, por não depender apenas dos conteúdos do curso ou dos serviços oferecidos, mas
também da interação do aprendente com os formadores e com os outros aprendentes (p. 96).

6 REFERENCIAIS DE QUALIDADE PARA A EaD

6.1 Referenciais de qualidade em educação superior a distância

De acordo com MEC (2007):

No contexto da política permanente de expansão da educação superior no País,


implementada pelo MEC, a EaD coloca-se como uma modalidade importante no seu
desenvolvimento. Nesse sentido, é fundamental a definição de princípios, diretrizes e
critérios que sejam Referenciais de Qualidade para as instituições que ofereçam cursos
nessa modalidade. Por esta razão, a SEED/MEC apresenta, para propiciar debates e
reflexões, um documento com a definição desses Referenciais de Qualidade para a
modalidade de educação superior a distância no País. Esses Referenciais de Qualidade
circunscrevem-se no ordenamento legal vigente em complemento às determinações
específicas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, do Decreto 5.622, de 20 de
dezembro de 2005, do Decreto 5.773 de junho de 2006 e das Portarias Normativas 1
e 2, de 11 de janeiro de 2007 (p. 2).

Em MEC (2007), observa-se que no Brasil, a EaD obteve respaldo legal para sua
realização com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394, de 20 de dezembro de
1996 –, que em seu artigo 80, possibilita o uso da EaD em todos os níveis de ensino. O Decreto
5.622 estabelece a política de qualidade para a EaD, especificamente ao credenciamento
institucional, supervisão, acompanhamento e avaliação, tendo como referência os padrões de
qualidade enunciados pelo MEC.

Conforme aponta Silva (2008), a Portaria Normativa nº. 2, de 10 de janeiro de 2007,


menciona os referenciais de qualidade, demonstrando que esse documento é um referencial
norteador para subsidiar atos legais do poder público. Dessa forma, em MEC (2007a), a Portaria
Normativa nº 2 registra:

Art. 1º [...] § 2º, o pedido de credenciamento para EaD será instruído com os
documentos necessários à comprovação da existência de estrutura física e tecnológica
e recursos humanos adequados e suficientes à oferta de Educação Superior a distância,
conforme os requisitos fixados pelo Decreto nº. 5.622, de 2005 e os referenciais de
qualidade próprios. Art. 2º [...] § 4º, o pedido de aditamento será instruído com
documentos que comprovem a existência de estrutura física e recursos humanos
necessários e adequados ao funcionamento dos polos, observados os referenciais de
qualidade [...] (pp. 1-2).

Dessa forma, conforme MEC (2007), a proposta de Referenciais de Qualidade para


a modalidade de Educação Superior a Distância, publicada em 2007, representa a segunda
versão dos Referenciais de Qualidade. A primeira versão foi a do ano de 2003. Esta nova versão
(2007) teve como objetivo atualizar os Referenciais de Qualidade para a EaD. As mudanças
aqui propostas são devido à evolução dos processos educacionais, principalmente no que tange
às novas possibilidades pedagógicas, notadamente quanto à utilização de tecnologias de
informação e comunicação, em função das discussões teórico-metodológicas que tem permeado
os debates acadêmicos. Nesse sentido, “os debates a respeito da EaD, que acontecem no País,
sobretudo na última década, têm oportunizado reflexões importantes sobre a necessidade de
ressignificações de alguns paradigmas que norteiam nossas compreensões relativas à educação,
escola, currículo, estudante, professor, avaliação, gestão escolar etc” (p. 3).

6.1.1 Referenciais de Qualidade da EaD de 2007

Os Referenciais de Qualidade de 2007, surgiram em um contexto em que a EaD já


estava mais consolidada, com dispositivos legais estabelecidos. Sendo que, o seu texto base foi
submetido à consulta pública e recebeu 150 sugestões de diversos setores e instituições
educacionais, com a incorporação da maioria delas ao documento (NRTTO; GIRAFA & FARIA,
2010).

Mesmo sendo o texto orientado especificamente à educação superior, ele será um


instrumento importante para a cooperação e integração entre os sistemas de ensino, nos termos
dos Arts. 8º, 9º, 10º e 11º da Lei nº 9.394, de 1996, nos quais se preceitua a padronização de
normas e procedimentos nacionais para os ritos regulatórios, além de servir de base de reflexão
para a elaboração de referenciais específicos para os demais níveis educacionais que podem ser
ofertados a distância. Pois o mesmo reúne os parâmetros essenciais para que os gestores
educacionais, na área da EaD, conduzam seus trabalhos com maior segurança e objetividade
(MEC, 2007).

Discorre-se, a seguir, sobre os novos Referenciais de Qualidade da EaD. Os


Referenciais de Qualidade da EaD de 2007.

6.1.1.1 Concepção de educação e currículo no ensino / aprendizagem

O projeto político pedagógico, conforme MEC (2007), deve apresentar claramente


sua opção epistemológica de educação, de currículo, de ensino, de aprendizagem, de perfil do
estudante que deseja formar; com definição de como se desenvolverão os processos de
produção do material didático, de tutoria, de comunicação e de avaliação, delineando princípios
e diretrizes que alicerçarão o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem.

6.1.1.2 Sistemas de Comunicação na Gestão da EaD


A instituição deverá manter, em seu projeto político e pedagógico do curso,
conforme MEC (2007); Netto, Giraffa e Faria (2010) e Monteiro (2017), as seguintes
recomendações: a) descrever como se dará a interação entre estudantes, tutores e professores
ao longo do curso; b) informar a previsão dos momentos presenciais, em particular os horários
de tutoria presencial e de tutoria a distância; c) informar locais e datas de provas e datas limite
para as diferentes atividades (matrícula, recuperação e outras); d) descrever o sistema de
orientação e acompanhamento do estudante; e) dispor de polos de apoio descentralizados de
atendimento ao estudante, com infraestrutura compatível, para as atividades presenciais; f)
valer-se de modalidades comunicacionais síncronas e assíncronas (MEC, 2007; NETTO,
GIRAFFA & FARIA, 2010).
6.1.1.3 Material didático para a EaD
Conforme os Referenciais de Qualidade da EaD de 2007, o Material Didático, tanto
do ponto de vista da abordagem do conteúdo, quanto da forma, deve estar concebido de acordo
com os princípios epistemológicos, metodológicos e políticos explicitados no projeto
pedagógico, de modo a facilitar a construção do conhecimento e mediar a interlocução entre
estudante e professor, devendo passar por rigoroso processo de avaliação prévia (pré-testagem),
com o objetivo de identificar necessidades de ajustes, visando o seu aperfeiçoamento. Nesse
sentido, Monteiro (2017), concorda que em consonância com o projeto pedagógico do curso, o
material didático, deve desenvolver habilidades e competências específicas, recorrendo a um
conjunto de mídias compatível com a proposta e com o contexto socioeconômico do público-
alvo.

6.1.1.4 Avaliação na EaD

Duas dimensões devem ser contempladas na proposta de avaliação de um projeto de


educação a distância, de acordo com (MEC, 2007).

a) a que diz respeito ao processo de aprendizagem;


b) a que se refere à avaliação institucional.

• A Avaliação da Aprendizagem

Em MEC (2007) explicita que, na educação a distância, o modelo de avaliação da


aprendizagem deve ajudar o estudante a desenvolver graus mais complexos de competências
cognitivas, habilidades e atitudes, possibilitando-lhe alcançar os objetivos propostos. Para
tanto, esta avaliação deve comportar um processo contínuo, para verificar constantemente o
progresso dos estudantes e estimulá-los a serem ativos na construção do conhecimento. Desse
modo, “devem ser articulados mecanismos que promovam o permanente acompanhamento dos
estudantes, no intuito de identificar eventuais dificuldades na aprendizagem e saná-las ainda
durante o processo de ensino-aprendizagem” (p.16).

• A Avaliação Institucional

MEC (2007) explica que as instituições devem planejar e implementar sistemas de


avaliação institucional, incluindo ouvidoria, que produzam efetivas melhorias de qualidade nas
condições de oferta dos cursos e no processo pedagógico. Esta avaliação deve configurar-se em
um processo permanente e consequente, de forma a subsidiar o aperfeiçoamento dos sistemas
de gestão e pedagógico, produzindo efetivamente correções na direção da melhoria de
qualidade do processo pedagógico coerentemente com o Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Superior (SINAES).

6.1.1.5 Equipe multidisciplinar na modalidade EaD

Conforme MEC (2007):

Em educação a distância, há uma diversidade de modelos, que resulta em


possibilidades diferenciadas de composição dos recursos humanos necessários à
estruturação e funcionamento de cursos nessa modalidade. No entanto, qualquer que
seja a opção estabelecida, os recursos humanos devem configurar uma equipe
multidisciplinar com funções de planejamento, implementação e gestão dos cursos a
distância, onde três categorias profissionais, que devem estar em constante
qualificação, são essenciais para uma oferta de qualidade: docentes; tutores; pessoal
técnico-administrativo (p.19).

Em relação aos Docentes, é enganoso considerar que programas a distância


minimizam o trabalho e a mediação do professor. Muito pelo contrário, nos cursos superiores
a distância, os professores veem suas funções se expandirem, o que requer que sejam altamente
qualificados. Em uma instituição de ensino superior que promova cursos a distância, os
professores devem ser capazes de: a) estabelecer os fundamentos teóricos do projeto; b)
selecionar e preparar todo o conteúdo curricular articulado a procedimentos e atividades
pedagógicas; c) identificar os objetivos referentes a competências cognitivas, habilidades e
atitudes; d) definir bibliografia, videografia, iconografia, audiografia, tanto básicas quanto
complementares; e) elaborar o material didático para programas a distância; f) realizar a gestão
acadêmica do processo de ensino-aprendizagem, motivar, orientar, acompanhar e avaliar os
estudantes; g) avaliar-se continuamente como profissional participante do coletivo de um
projeto de Ensino Superior a Distância (MEC, 2007; NETTO, GIRAFFA & FARIA, 2010).

6.1.1.6 Infraestrutura de apoio


Além de mobilizar recursos humanos e educacionais, um curso a distância exige
infraestrutura material proporcional ao número de estudantes, aos recursos tecnológicos
envolvidos e à extensão de território a ser alcançada; o que representa um significativo
investimento para a instituição. Assim, de acordo com Rezek Neto (2008), a infraestrutura de
apoio deve ser “correspondente à oferta de material, proporcional ao número de alunos, recursos
tecnológicos envolvidos e representa um significativo investimento para a instituição” (p. 90).
6.1.1.7 Gestão Acadêmico-Administrativa

Nos Referenciais de Qualidade para a EaD, em MEC (2007), registram-se que:

A gestão acadêmica de um projeto de curso de educação a distância deve estar


integrada aos demais processos da instituição, ou seja, é de fundamental importância
que o estudante de um curso a distância tenha as mesmas condições e suporte que o
presencial, e o sistema acadêmico deve priorizar isso, no sentido de oferecer ao
estudante, geograficamente distante, o acesso aos mesmos serviços disponíveis para
o ensino tradicional, como: matrícula, inscrições, requisições, acesso às informações
institucionais, secretaria, tesouraria etc (p. 29).

Por envolver um conjunto de processos integrados, a gestão de um sistema de


educação a distância em nível superior é complexa. É usual no meio da Educação a Distância a
imagem de que o processo de ensino-aprendizagem a distância envolve os vários elos de uma
corrente que compõe o sistema e de que a robustez do processo, como um todo, está relacionada
com o elo mais frágil desta corrente.

A Instituição de Ensino Superior, de acordo com os Referenciais de Qualidade da


EaD, instituídos pelo MEC (2007), deve explicitar seu referencial de qualidade em seu
processo de gestão, apresentando em seu projeto de sistema de educação a distância, o
atendimento, em particular, a serviços básicos como:

a) um sistema de administração e controle do processo de tutoria especificando,


quando for o caso, os procedimentos logísticos relacionados com os momentos
presenciais e a distância; b) um sistema de controle da produção e distribuição de
material didático; c) um sistema de avaliação de aprendizagem, especificando a
logística adotada para esta atividade; d) bancos de dados do sistema como um todo,
contendo em particular: cadastro de estudantes, professores coordenadores, tutores,
etc; e) cadastro de equipamentos e facilidades educacionais do sistema; f) sistema de
gestão dos atos acadêmicos tais como: inscrição e trancamento de disciplinas e
matrícula; g) registros de resultados de todas as avaliações e atividades realizadas pelo
estudante, prevendo-se, inclusive recuperação e a possibilidade de certificações
parciais; h) um sistema que permita ao professor ter autonomia para a elaboração,
inserção e gerenciamento de seu conteúdo, e que isso possa ser feito de maneira
amigável e rápida, com liberdade e flexibilidade (p. 29-30).

6.1.1.8 Sustentabilidade financeira


A EaD, em nível superior, envolve elevados investimentos iniciais: a) para a
produção de material didático; b) na capacitação das equipes multidisciplinares; c) na
implantação de polos de apoio presencial e na disponibilização dos demais recursos
educacionais, assim como na implantação da gestão do sistema de educação a distância. Não
há, inicialmente, uma adequada relação custo/benefício, só sendo viável considerar uma
amortização do investimento inicial em médio prazo. Nesse sentido, o acompanhamento e a
análise constante do sistema, tende a elevar os custos do projeto. Considerando os avanços
tecnológicos faz com que um curso a distância esteja sempre em processo de aperfeiçoamento,
o que mantém elevado o investimento nos projetos (MEC, 2007).

7 CONCLUSÃO
Concluiu-se, nesse estudo, que para se oferecer cursos a distância de boa qualidade
é preciso seguir, no mínimo, alguns padrões estabelecidos e já utilizados pela maioria das
instituições de ensino superior de Educação a Distância no Brasil. O Referenciais de Qualidade
da Educação Superior a Distância, criados, pelo MEC, para tentar padronizar os cursos a
distância no Brasil. Nos Referenciais de Qualidade encontram-se os elementos mínimos
necessários para se delinear, implementar e manter cursos a distância de qualidade. Dessa
forma, é preciso se ter sempre em evidência os elementos dos Referenciais de Qualidade:
Concepção de educação e currículo no ensino / aprendizagem, Sistemas de comunicação na
Gestão da EaD, Material didático para a EaD, Avaliação na EaD, Equipe multidisciplinar na
modalidade EaD, Infraestrutura de apoio, Gestão Acadêmico-Administrativa e Sustentabilidade
financeira.
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