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Aqui, ali, e em toda a parte.

Per l’anno in corso si è scelto di dare spazio e voce alla fotografia italiana, Il lavoro di Gea Casolaro, da oltre venticinque anni, indaga, attraverso
Agora, outrora, e para sempre. presentando in questa particolare occasione di mostre parallele alla Fiera di Arco
la fotografia, il video, l’istallazione e la scrittura, il nostro rapporto
Lisboa una selezione di opere dell’artista Gea Casolaro.
“Riflessioni” questo il titolo scelto dall’artista per la prima personale a Lisbona dei con le immagini, l’attualità, la società, la storia. La sua ricerca mira
A primeira impressão que se tem ao olhar estas imagens é de uma frescura na abordagem
suoi lavori più significativi che ripercorrono l’ultimo ventennio del percorso artistico a attivare un dialogo permanente tra le esperienze e le persone,
da visualidade que parece derivar da simplicidade do procedimento de edição. O grau de di Gea Casolaro, partendo dalle serie di foto Autoritratti infiniti del 1999, per passare
invitando ad ampliare la nostra capacità di analisi e di conoscenza della
informalidade técnica – que se prolonga no disposto expositivo – alia-se à relação directa poi successivamente a Still Here, lavoro sviluppato durante la sua residenza presso
la Cité Internationale des Artes di Parigi in cui Gea ha creato una propria memoria realtà attraverso il dialogo e i punti di vista altrui.
com a vida quotidiana urbana num mix que leva estas imagens a parecerem-se com uma di luoghi, attraverso le storie di personaggi dei film, fino ad arrivare a lavori più Nel 2016 ha vinto il bando del Comune di Casale Monferrato per la
espécie de ‘fotos de família’; claro que, por família se entende aqui o (ser) Humano enquanto recenti, come Sharing Gazes, progetto realizzato insieme a un gruppo di studenti
realizzazione di un monumento alle vittime dell’amianto, dove un tempo
della School of Fine Arts di Addis Abeba per ricercare attraverso la macchina
Família. sorgeva la tristemente nota fabbrica Eternit.
fotografica un punto di incontro tra visioni differenti.
A proximidade com a cultura do cinema, alinhada com a apropriação literal de locations Il tutto corredato dal video Regard Croisés che trasforma la banalità del quotidiano Sono del 2017 e del 2018 le sue personali Con lo sguardo dell’altro,
in una poetica interrogazione sulle relazioni umane.
cinematográficos – tanto mais óbvia quanto Gea aponta a câmara para sítios onde narrativas presso il Macro, Museo di arte contemporanea di Roma, e Nel corpo
Raffinata e penetrante è la poetica di Gea Casolaro, il suo uso della fotografia è
mais ou menos conhecidas encontraram a sua pausa no fluxo do tempo – torna estas diretto non solo a presentare la semplice realtà di quello che appare, ma a ricrearla della città, progetto commissionato dal Museo Laboratorio della Mente
pictures particularmente emocionais. Este deslocamento temporal, que se demora no attraverso rimandi nello spazio e nel tempo da cui emerge l’uomo con le sue paure, di Roma.
i suoi dubbi e le sue speranze. Per lei fotografare significa andare oltre il limite
seu estatuto de apparatus fotográfico específico, é por outro lado uma via participativa I suoi lavori nellle collezioni pubbliche sono, tra le altre:
dell’apparenza, significa offrire altri punti di vista nella ricerca dell’armonia
para engajar o/a espectador/a na paisagem urbana global. É uma abordagem redentora do dell’essere umano. al MAXXI, Museo nazionale delle arti del XXI secolo, Roma;
texto urbano, actualizando a própria essência da urbanidade: coexistência radical. Gea Casolaro, Still here_Paris je t’aime - Rue du Javelot (2009-2013) La selezione dei suoi lavori più rilevanti fatta per il pubblico portoghese ci mostra al CNA - Centre National de l’Audiovisuel du Luxembourg;
la complessità del processo creativo d’artista. Gea Casolaro è molto attiva sulla
al Mart - Museo d’Arte Contemporanea di Trento e Rovereto;
Tudo é por outro lado uma recriação histórica. Em certa medida, a visão materializa-se scena nazionale e internazionale, fatta di persone e luoghi, di presente e passato,
di emozioni e stati d'animo trasmessi dai suoi scatti perché - come lei stessa ha alla CGIL, Confederazione Generale Italiana del Lavoro, Roma;
através de reenactments do clique fotográfico – do momento. Mas o ponto é que o momento
conceito. Noutros termos, uma vez compreendido, o cut artístico é o resultado de um agudo più volte dichiarato - ha sempre utilizzato la fotografia come metafora dello sguardo alla Collezione Farnesina Experimenta del Ministero degli Affari Esteri,
original está lá (e de um modo irónico) apenas para exponenciar a ‘momenticidade’ que se umano, come strumento analitico del nostro modo di guardare la realtà attraverso
rigor no que toca ao entrelaçamento das duas fontes que nos leva a sentir (primeiramente) Roma.
encontra na base de qualquer abordagem do histórico que seja movida pela perspectiva. il nostro contesto geografico e culturale.
estranheza e (ao final) a graça. Em Inglês, wit. E’ rappresentata dalla galleria The Gallery Apart di Roma.
Mesmo a de um espectador distraído. E isto é claro mesmo para a mente curiosa que se
Luisa Violo
O elocutio neste tipo sobreposição – o pré-existente vs. as fotografias actuais (tiradas pela
passeie através das inventivas paisagens de que estas fotografias são a cartografia. Direttore IIC Lisbona
artista) – é obtido por via das máscaras cuidadosamente aplicadas, permitindo que as novas
Por outras palavras, estas imagens compósitas estão diante dos nossos olhos apenas para
imagens e as antiga se misturem (pixéis de diferentes épocas viajando no tempo!). Lá está, O trabalho de Gea Casolaro, há mais de vinte e cinco anos, investiga,
nos revelarem um amor verdadeiro pelo fluxo do tempo. A memória urbana moldando a Para este ano foi decidido dar espaço e voz à fotografia italiana, apresentando
a acção é tão directa – e discreta! – que hesitamos se não se tratará de um bug… visual… nesta ocasião particular de exposições paralelas na Feira Arco Lisboa uma seleção através da fotografia, do vídeo, da instalação e da escrita, a nossa
emoção e capturando o próprio elemento Humano no meio construído.
de obras da artista Gea Casolaro. relação com as imagens, a atualidade, a sociedade, a história. A sua
Em qualquer dos casos, relativamente ao processo de recepção das fotografias finais,
Por outras palavras ainda, as imagens de Casolaro – atmosferas de eras inteiras, «Reflexões», é este o título escolhido pela artista para a estreia em Lisboa dos
apenas os/as mais insensíveis não reconhecerão que nestas imagens (já não ‘bonecos’, seus trabalhos mais significativos que percorrem os últimos vinte anos da carreira pesquisa tem como objetivo a ativação de um diálogo permanente entre
espacialidades de cidades, gente fazendo as suas aparições únicas nos labirintos do tempo
mas estranhos portais do tempo, tal é o poder da nomadologia do enquadramento) são um
artística de Gea Casolaro, partindo da série de fotografias Autoritratti infiniti as experiências e as pessoas, convidando-nos a expandir nossa
– são trasladadas/traduzidas para o nosso presente. Neste exercício muito preciso do de 1999, para passar depois a Still Here, trabalho desenvolvido durante a sua capacidade de analisar o conhecimento da realidade por meio do
hino ou uma elegia ao quotidiano da cidade; todo o tipo de paisagens culturais tornando-se residência na Cité Internationale des Artes de Paris, onde Gea criou uma memória
anacronismo, as paredes da exposição albergam, de forma muito específica, uma diálogo e dos pontos de vista de outrem.
própria de lugares, através de histórias de personagens de filmes, até chegar a
os lugares para o envolvimento intelectual e ético e, claro, o jogo artístico e estético. Em
dromologia multicamadas. trabalhos mais recentes, como Sharing Gazes, um projeto realizado com um grupo Em 2016 ganhou o concurso da Câmara Municipal de Casale Monferrato
termos simbólicos, são aliás uma introdução à convivência inerente à noção de Humanidade, de estudantes da School of Fine Arts de Addis Abeba para procurar através da
Algures no ‘centro’ de cada uma destas imagens encontra-se uma relíquia visual (qual take
máquina fotográfica um ponto de encontro entre visões diferentes.
para a construção de um monumento às vítimas do amianto, onde
pessoas de diversos momentos no tempo e no espaço encontrando-se para uma espécie
original), que é confrontada como o inevitável presente, o presente de ‘hoje’ (que, parado- Tudo acompanhado pelo vídeo Regard Croisés que transforma a banalidade do outrora se encontrava a tristemente afamada fábrica Eternit.
de seance informal e momentânea. Do studium ao punctum (e vice-versa) num frame. quotidiano numa interrogação poética sobre as relações humanas.
xalmente – ou não – se tornará um dia o passado de outros dispositivos estéticos). Em 2017 e 2018 estreiam as suas exposições pessoais, Com o Olhar
No trabalho de Gea Casolaro, estamos aqui, ali, e em toda a parte. Agora, outrora, e para A poética de Gea Casolaro é refinada e penetrante, o seu uso da fotografia
Tão claramente definido punctum da imagem é emolrurado/cercado de forma particular- destina-se não só a apresentar a simples realidade daquilo que aparece, mas do Outro, no Macro, Museo di arte contemporanea di Roma, e No
sempre. O acto de fotografar e o apparatus visual digital funcionam como um interface também a recriá-la através de chamadas no espaço e no tempo de onde emerge Corpo da Cidade, um projeto encomendado pelo Museo Laboratorio
mente complexa. O grão, a descoloração, a saturação, qualquer que seja o carácter visual
espacio-temporal cuja infindável deriva temática nos obriga a reconhecê-lo como uma o homem com os seus medos, as suas dúvidas e as suas esperanças. Para ela,
que estas imagens-âmago preservem – e que é o seu charme, traindo a sua origem através fotografar significa ir além do limite da aparência, significa oferecer outros pontos
della Mente de Roma.
de um processo de selecção muito intuitivo – são simultaneamente relegados para
ferramenta comum para a cidadania cultural. de vista na procura da harmonia do ser humano. Os seus trabalhos em coleções públicas são, entre outros:
Sem este tipo de conhecimento trans-visual e trans-temporal não haveria cidadania nem A seleção dos seus trabalhos mais relevantes que fez para o público português no MAXXI, Museo nazionale delle arti del XXI secolo, Roma;
um momento da percepção subsidiário: o momento quando os sentidos se envolvem mostra-nos a complexidade do processo criativo da artista. Gea Casolaro é muito
a consciência das complexidades da vida urbana. Estas imagens, através da sua lógica ativa na cena nacional e internacional, composta por pessoas e lugares, por no CNA - Centre National de l'Audiovisuel du Luxembourg;
cognitivamente na situação comunicacional criada.
de sobreposição, transportam-nos assim para uma extremamente importante situação presente e passado, por emoções e estados de espírito transmitidos pelas suas no Mart - Museo d’Arte Contemporanea di Trento e Rovereto;
Esta última surge por via da sobreposição de duas imagens de um mesmo lugar geográfico, fotografias, porque – como ela própria disse várias vezes – sempre utilizou a
que representa um aspecto sempremergente da nossa existência social: a observação na CGIL, Confederazione Generale Italiana del Lavoro, Roma;
uma prolongando a outra numa espécie de holograma. Assim que se apercebe do jogo que fotografia como metáfora do olhar humano, como instrumento analítico do nosso
encantada da cidade como imagem através do tempo. Over and over again. modo de ver a realidade através do nosso contexto geográfico e cultural. na Colecção Farnesina Experimenta do Ministero degli Affari Esteri,
está em causa, o/a espectador/a é levado/a para um não-lugar, ou, melhor dizendo, uma
Roma.
não-imagem – apenas para finalmente estabilizar a sua atenção na experiência interior do Luisa Violo
Má r io Caeiro Diretora IIC Lisboa É representada pela galeria The Gallery Apart de Roma.

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