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Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como segurança, transportes, política, economia,
sociedade, educação, saúde, cultura, tecnologia, energia, relações internacionais, desenvolvimento
sustentável e ecologia, suas inter-relações e suas vinculações históricas................................................ 1
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Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como segurança, transportes,
política, economia, sociedade, educação, saúde, cultura, tecnologia, energia,
relações internacionais, desenvolvimento sustentável e ecologia, suas inter-
relações e suas vinculações históricas
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Segurança
saúde
Mais de 100 detentos fogem de presídio de segurança máxima em João Pessoa1
Pelo menos 105 presos fugiram do PB1 e 30 foram recapturados, diz secretaria. Criminosos
derrubaram portão principal do presídio e trocaram tiros com policiais militares e agentes penitenciários.
Um PM foi baleado.
Pelo menos 105 presos fugiram da Penitenciária de Segurança Máxima Romeu Gonçalves Abrantes,
o PB1, na madrugada desta segunda-feira (10/09) em João Pessoa, segundo nota divulgada pela
Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Até as 7h50, 30 detentos haviam sido recapturados,
segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). O presídio tem capacidade para 660 presos
e atualmente tinha 680 detentos.
Pessoas que moram perto da cadeia começaram a ouvir disparos e uma explosão pouco depois da
meia-noite. De acordo com informações da PM, cerca de 20 homens chegaram em quatro carros e
dispararam várias vezes contra as guaritas, o alojamento e o portão principal, que foi derrubado após
uma explosão. Houve troca de tiros entre os bandidos e policiais militares e agentes prisionais.
Em outra ação, que acontecia no mesmo momento, um grupo fechou a rodovia estadual PB-008. Um
tenente da PM, de 36 anos, que tentava combater a ação, foi baleado na cabeça e levado ao Hospital de
Emergência e Trauma de João Pessoa. Segundo o boletim do hospital, o tenente Moneta segue internado
em estado de saúde grave.
Aulas canceladas
De acordo com o prefeito da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), foram canceladas as aulas do
Centro de Informática (CI) e do Centro de Tecnologia e Desenvolvimento Regional (CTDR), localizados
no campus do bairro de Mangabeira, em João Pessoa. As atividades do Núcleo de Processamento de
Alimentos (NUPPA) e do Laboratório Interdisciplinar de Ensino, Pesquisa e Extensão (LIEPE), na mesma
unidade, também foram suspensas.
O prefeito explicou que a decisão da suspensão aconteceu para reforçar a segurança na universidade,
já que o campus fica localizado em uma área de mata.
Número de ocorrências de abuso aumentou 8,4% no ano passado em relação a 2016; crime ainda é
subnotificado, alertam especialistas.
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Alves. Danilo. Mais de 100 detentos fogem de presídio de segurança máxima em João Pessoa. G1 Paraíba.
https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2018/09/10/detentos-fogem-de-presidio-de-seguranca-maxima-em-joao-pessoa.ghtml. Acesso em 10 de setembro de 2018.
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CARVALHO. Marco Antônio. Brasil tem 6 casos de estupro e 25 de violência doméstica por hora. Estadão Brasil.
https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-tem-6-casos-de-estupro-e-25-de-violencia-domestica-por-
hora,70002441174?utm_source=twitter:newsfeed&utm_medium=social-organic&utm_campaign=redes-sociais:082018:e&utm_content=:::&utm_term=. Acesso em
13 de agosto de 2018.
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O Brasil registrou 60.018 estupros (6 casos por hora) e 221.238 crimes enquadrados na Lei Maria da
Penha (25 casos por hora) ao longo de 2017. O número de estupros representa um crescimento de 8,4%
em relação a 2016, mas não é possível saber a variação relativa aos casos de violência doméstica, já
que este é o primeiro ano que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública coletou dos Estados dados dessa
natureza.
Especialistas do Fórum acreditam que ambos os casos estejam subdimensionados dada a dificuldade
de registro na polícia desses crimes. Ainda assim, a quantidade é considerada alarmante e pede a
implementação de políticas específicas, como treinamento adequado de policiais em delegacias
especializadas. “É um dos piores dados no que diz respeito à qualidade, por causa da subnotificação, e
isso ocorre não só no Brasil. A mulher tem medo, tem vergonha”, diz a diretora executiva do Fórum,
Samira Bueno.
Ela lembra que a Pesquisa Nacional de Vitimização, de 2012, estimava que entre 7,5% e 10% desses
crimes chegavam a ser denunciados em delegacia. “Então, 60 mil é pouco? A situação é muito pior do
que parece.”
Feminicídios
Nos 12 meses do ano passado, foram registrados 4.539 homicídios de mulheres (alta de 6,1% em
relação a 2016), dos quais 1.133 foram considerados feminicídio pela polícia. A lei prevê que, quando o
crime ocorrer em uma situação de violência doméstica e familiar ou por menosprezo ou discriminação à
condição de mulher, deve ser registrado como feminicídio, o que pode aumentar a pena final do criminoso
condenado pela Justiça em até um terço do tempo.
O Fórum acredita que o número de feminicídios registrados poderia ser ainda maior. A diferença,
afirma, se dá em razão do pouco tempo da lei implementada - data de 2015 - e de dificuldades da polícia
em reconhecer as situações de vulnerabilidade da mulher.
O diretor-presidente do Fórum, o sociólogo Renato Sérgio de Lima, lembrou do caso recente registrado
em Guarapuava, no interior do Paraná, cuja acusação aponta que o professor Luis Carlos Manvailer foi o
responsável por atirar a advogada Tatiane Spitzner da sacada do apartamento do casal, matando-a na
hora. “A violência doméstica precisa ser reconhecida como um problema público. As câmeras estavam lá
para monitorar o motoboy que entrega a pizza, mas não para intervir em casos como esse?”
A defesa de Manvailer nega o crime. Ele está preso aguardando o andamento do processo, que poderá
levá-lo a júri popular.
Foram 175 mortes por dia, o equivalente a 7 por hora, informou Fórum Brasileiro de Segurança Pública
nesta quinta-feira3.
O Brasil bateu em 2017 o recorde de mortes violentas intencionais, como homicídios e latrocínios, da
sua história. Foram 63.880 vítimas, o equivalente a 175 por dia ou 7 por hora. A taxa de mortes por 100
mil habitantes atingiu a marca de 30,8. Os dados foram revelados nesta quinta-feira, 9, pelo Fórum
Brasileiro de Segurança Pública, em São Paulo. Em 2016, o País havia registrado 61,6 mil mortes
violentas. Em um ano, o crescimento foi de 2,9%.
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Carvalho, M. A. Com 63.880 vítimas, Brasil bate recorde de mortes violentas em 2017. Estadão. https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,com-63880-vitimas-
brasil-bate-recorde-de-morte-violentas-em-2017,70002439709. Acesso em 09 de agosto de 2018.
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Doze unidades da Federação apresentaram crescimento das mortes violentas no País, puxando a taxa
nacional. O Rio Grande do Norte assumiu a liderança entre os Estados mais violentos, com uma taxa de
68 por 100 mil habitantes, seguido pelo Acre (63,9) e Ceará (59,1). Foi também o Ceará que viveu o maior
crescimento proporcional da violência: 48,6%.
As menores taxas foram constatadas em São Paulo (10,7), Santa Catarina (16,5) e Distrito
Federal (18,2).
Outros crimes também registraram aumento. As mortes decorrentes de ações policiais chegaram a 5,1
mil, crescimento de 20% em relação a 2016. No período, 367 policiais foram mortos no País, uma queda
de 4,9%. Os casos de estupros chegaram a 60 mil no País ao longo dos 12 meses de 2017, alta de 8,5%
em relação a 2016.
No ano passado, o Brasil teve 119,4 mil armas apreendidas pelas polícias, uma variação de 0,2%. O
Fórum destacou que 13,7 mil armas legais passaram para o circuito ilegal no período. Segundo a
instituição, 94,9% do armamento apreendido não foi cadastrado no sistema na Polícia Federal, o que
dificultaria o rastreamento da origem da arma.
"Vivemos uma guerra aberta entre as organizações criminosas em busca de territórios e dinheiro. Isso
agravou a situação de crescimento (de homicídios), como no Acre e no Rio Grande do Norte. Essa nova
dinâmica do crime chega com uma camada de crueldade, com casos recorrentes de decapitação das
vítimas, por exemplo", diz o diretor-presidente do Fórum, o sociólogo Renato Sérgio de Lima.
Para o sociólogo, os Estados têm de agir de forma diferente, intensificando a capacidade investigativa
das polícias civis para agir com inteligência contra as finanças do crime organizado, por exemplo. "Diante
dessa nova dinâmica, o Estado, em diversas esferas, se viu perdido e resolveu responder da forma que
se sempre fez, com mais policiamento ostensivo militarizado. Isso está gerando resultados extremamente
ruins em termos de cidadania, em gasto público, e não há o efeito esperado na redução da violência."
O ano de 2017 foi marcado por brigas entre facções criminosas que causaram, já no primeiro dia do
ano, 56 homicídios no interior do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus.
O massacre se repetiria com intensidade similar em Boa Vista, na Penitenciária Agrícola Monte Cristo,
onde 33 morreram, e na Penitenciária de Alcaçuz, na Grande Natal, onde ao menos 26 foram mortos .
O contexto de confronto entre essas organizações criminosas, cujos expoentes são o Primeiro
Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), permaneceu fora das prisões, elevando o
número de assassinatos cometidos nas ruas em diversos Estados. Mais de um ano depois dos
assassinatos marcados pela crueldade, com decapitações e esquartejamentos, o Estado constatou que
a superlotação e as condições precárias ainda são uma realidade quase intocada nos presídios, em meio
ao fortalecimento das facções e uma violência que só avança nas cidades.
4
Tomaz, K. Donadoni, M. Ataques a carros-fortes crescem 53% no Brasil; SP e BA têm mais casos. G1 São Paulo. https://g1.globo.com/sp/sao-
paulo/noticia/2018/07/27/ataques-a-carros-fortes-crescem-53-no-brasil-sp-e-ba-tem-mais-casos.ghtml. Acesso em 27 de julho de 2018.
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O número de ataques criminosos a carros-fortes cresceu 53% no Brasil no primeiro semestre deste
ano em comparação com o mesmo período de 2017. É o que aponta levantamento feito pelo G1 com
base em dados da Associação Brasileira de Transporte de Valores (ABTV) e da Confederação Nacional
dos Trabalhadores de Segurança Privada (Contrasp).
O país teve 75 ataques a carros-fortes de janeiro a junho de 2018 em 17 estados. No mesmo período
do ano passado foram 49 ocorrências e, nos primeiros seis meses de 2016, foram 22 ações.
O levantamento revela ainda que, nos últimos dois anos, a região Nordeste do país é a que vem
acumulando mais casos de roubos e tentativas de assalto a carros-fortes.
Foram 34 ataques nessa região em 2016, 56 ações em 2017 e essa tendência persiste em 2018,
quando, de janeiro a junho, quadrilhas armadas com metralhadoras e fuzis atacaram 46 carros-fortes.
As quadrilhas que atuam no Nordeste têm sido chamadas de "novo cangaço", numa alusão ao antigo
bando de Lampião, por atacarem os veículos que passam por estradas cortando o sertão.
Nas outras regiões do país também houve um aumento significativo de ataques ao longo de três anos,
mas reforçando a dinâmica: a região Sudeste aparecendo em segundo lugar no acúmulo de casos,
seguida da Sul, Centro-Oeste e Norte.
Foram mais 13 ocorrências na Sudeste, 11 ações na Sul, três ataques na Centro-Oeste e dois no Norte
em 2018.
No âmbito dos estados, São Paulo e Bahia tiveram mais casos no primeiro semestre de 2018: cada
um teve dez registros, entre roubos e tentativas de assalto a carros-fortes.
Ataques a bases
Em 2016, havia mais ataques a prédios das empresas de transporte de valores no Brasil do que a
carros-fortes. Foram registrados sete casos de invasão a bases.
Há dois anos, Ruben Shechter, diretor presidente da Associação Brasileira de Transportes de Valores,
se reuniu com as empresas e secretarias de segurança públicas estaduais para adotar medidas
preventivas de segurança e tentar reduzir os ataques às bases. As empresas investiram R$ 400 milhões
em segurança nos últimos cinco anos, segundo a ABTV, que, alegando questões estratégicas de
segurança, não divulga detalhes do que foi feito.
Em 2017, os ataques a transportadoras de valores caíram para três casos. E neste ano ocorreram
duas investidas a bases – uma no dia 6 de fevereiro em Eunápolis, na Bahia, e outra no dia 1° de abril
em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
“Em função dessa ação positiva em relação a bases de transporte de valores, a gente percebe uma
migração das tentativas de assalto a carros-fortes”, afirma Shechter.
Violência e mortes
Além de usar explosivos para roubar o dinheiro dos veículos, a violência dos assaltantes tem deixado
vigilantes mortos e feridos nos confrontos. Levantamento do G1 a partir de dados da ABTV e Contrasp
aponta que ao menos dez vigilantes foram mortos e outros 51 ficaram feridos durante ataques a carros-
fortes e bases entre 2017 e o primeiro semestre deste ano.
"Em 2018, nós já tivemos quatro mortes de companheiros vigilantes que perderam a vida transportando
numerário nessas estradas em todo país", lamenta João Soares, presidente do Contrasp.
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Há relatos ainda de policiais e até de pedestres que morreram ou se machucaram durante os ataques.
Apesar de alguns grupos que atacam carros-fortes terem sido presos, outros continuam soltos devido à
dificuldade das polícias em identificá-los. Muitos usam máscaras, por exemplo.
Tráfico de armas
Para a ABTV, a redução dos ataques passa pelo maior controle do tráfico de armas, que é feito pela
Polícia Federal (PF) nas fronteiras e, paralelamente, pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas estradas
e pelas forças de segurança nos estados.
“A atuação das autoridades tem sido bastante eficiente no sentido de identificar e utilizar meios de
inteligência para coibir ações”, admite Schechter, presidente da ABTV, que, no entanto faz uma ressalva.
“Mas ainda existe muito trabalho a ser feito: o controle de armas, o controle do tráfico de armas, o controle
mais rígido de explosivos”.
Enquanto criminosos usam metralhadora .50, capazes de derrubar aeronaves, fuzis e explosivos, que
abrem ao meio um carro-forte, vigilantes tentam se defender com um revólver 38 e escopetas calibre 12.
De acordo com Silva Filho, a solução para se reduzir os ataques a carros-fortes está numa medida,
que ele considera mais inteligente. "O dinheiro, se for destruído cada vez que for tentar manipular os
malotes, simplesmente os assaltos vão desaparecer", conta o especialista. Ele cita, por exemplo, o uso
de um dispositivo com tinta para manchar as notas.
SSP-SP
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo, a 5ª Divisão de Investigações
de Crimes Contra o Patrimônio (DISCCPAT), do Departamento Estadual de Investigações Criminais
(Deic) da Polícia Civil, "realiza ações constantes visando coibir os crimes de assaltos a carros-fortes."
Ainda segundo a pasta da Segurança de São Paulo, "as ações realizadas permitiram a redução de
50% dos casos neste ano em relação ao mesmo período ano passado. Além disso, o trabalho policial
possibilitou a queda de 75% dos ataques a bases de transporte de valores e de 85,7% dos sequestros
de funcionários das empresas de transportes no ano passado em comparação com 2016."
De acordo com a SSP, "outro fator importante que contribuiu para a queda dos casos foi a prisão de
duas pessoas, em Itupeva [interior do estado], e de oito homens, integrantes de uma quadrilha
especializada, em novembro do ano passado, na Zona Leste" de São Paulo.
SSP-BA
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia informou que a maior parte das estradas por onde os
carros-fortes passam não tem fiscalização policial porque as empresas não informam as rotas e horários
de trânsito dos seus veículos. "Eles se negam a dar as informações, com a alegação de que a polícia
pode vazar para bandidos", informa nota da assessoria.
PF
Por meio de nota, a PF informou que "com relação ao tipo de crime citado, a Polícia Federal, como
polícia judiciária da União, apura os crimes de roubos de repercussão interestadual e internacional, bem
como aqueles praticados contra o patrimônio da União, a exemplo de empresas públicas."
Segundo a PF, "dessa forma, a investigação de roubo a carros-fortes, em regra, não é de atribuição
da Polícia Federal. Nossas investigações, nesse sentido, têm como foco o combate a facções criminosas
e ao tráfico de armas."
PRF
A Polícia Rodoviária Federal não se posicionou sobre o aumento de casos de ataques a carros-fortes
até a publicação desta reportagem.
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Senado aprova projeto que cria Sistema Único de Segurança Pública5
Proposta prevê integração de informações de inteligência entre governo federal, DF e estados. Com
aprovação, texto seguirá para sanção do presidente Temer.
O Senado aprovou nesta quarta-feira (16/05) o projeto que cria o Sistema Único de Segurança
Pública (Susp).
O texto seguirá para sanção do presidente Michel Temer e entrará em vigor 30 dias após a publicação
no "Diário Oficial da União".
Mais cedo, nesta quarta, a proposta foi analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da
Casa e, diante da aprovação de um pedido de urgência, o texto já foi incluído na pauta de votações do
plenário desta quarta.
A proposta prevê que as instituições de segurança federais, distritais, estaduais e municipais deverão
atuar em operações combinadas, compartilhando informações.
O projeto define, ainda, que os registros de ocorrência e as investigações serão padronizados e aceitos
por todos os integrantes do Susp.
O novo sistema será conduzido pelo Ministério da Segurança Pública, responsável por coordenar
ações e implementar programas de modernização dos órgãos de Segurança Pública e Defesa Social.
Entenda o Susp
O projeto aprovado determina que serão integrantes do Susp:
- Polícia Federal;
- Polícia Rodoviária Federal;
- Polícia Ferroviária Federal;
- polícias civis;
- polícias militares;
- corpos de bombeiros militares;
- guardas municipais;
- órgãos do sistema penitenciário;
- órgãos do sistema socioeducativo;
- institutos oficiais de criminalística, medicina legal e identificação;
- secretarias nacional e estaduais de segurança pública;
- Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil;
- Secretaria Nacional de Política sobre Drogas;
- agentes de trânsito;
- guarda portuária.
Principais pontos
Saiba abaixo os principais pontos do sistema:
- Operações combinadas, planejadas e desencadeadas em equipe;
- Estratégias comuns para atuação na prevenção e controle qualificado de infrações penais;
- Aceitação mútua dos registros de ocorrências e dos procedimentos apuratórios;
- Compartilhamento de informações;
- Intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos.
Plano de Segurança
O projeto de lei também estabelece que a União devera instituir um Plano Nacional de Segurança
Pública e Defesa Social, que deverá:
- Definir metas aos órgãos do Susp;
- Avaliar resultado das políticas de segurança pública;
- Priorizar e elaborar ações preventivas.
- O plano terá duração de dez anos e os estados e o Distrito Federal deverão implantar as ações em
dois anos a partir da publicação do documento nacional.
Repercussão
Antonio Anastasia (PSDB-MG), relator do projeto no Senado: "Pela primeira vez teremos no Brasil uma
lei que determina a política nacional de segurança pública. Muito mais que um plano, é uma política. [...]
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GARCIA, G. Senado aprova projeto que cria Sistema Único de Segurança Pública. G1 Política. <https://g1.globo.com/politica/noticia/senado-aprova-texto-base-
de-projeto-que-cria-o-sistema-unico-de-seguranca-publica.ghtml> Acesso em 17 de maio de 2018.
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Durante muitas décadas, se disse que a União não era responsável pela segurança pública, que a matéria
era só da alçada dos estados. Agora, ficou claro que a União coordenará o processo com muita
responsabilidade".
Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública, no Twitter: "O Senado Federal acaba de aprovar o
SUSP, Sistema Único da Segurança Pública. Um passo importante para o combate ao crime e a violência
em nível nacional. Doravante, teremos uma segurança, polícias e inteligencia mais integradas, reunindo
todos, união, estados e municípios."
Humberto Costa, líder do PT no Senado: "O projeto do Susp é fundamental para integrar as ações de
prefeituras, governos estaduais e governo federal e sociedade civil, ele é fundamental para nós criarmos
as condições para melhorar a segurança pública. No entanto, eu entendo que alguns sistemas não
deveriam fazer parte de uma política de segurança pública, entre eles, o sistema socioeducativo, que é
dirigido para crianças e adolescentes, que nós entendemos que deve ser tratado à parte."
Dyogo Oliveira (Planejamento) deu informação após se reunir com Temer e outros cinco ministros.
Recursos serão remanejados do orçamento federal deste ano, explicou.
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, informou na noite deste domingo (18/03) que o governo
federal destinará mais de R$ 1 bilhão para a intervenção no Rio de Janeiro e para o recém-
criado Ministério da Segurança Pública.
Dyogo deu a informação ao deixar o Palácio da Alvorada, em Brasília, após se reunir com o presidente
Michel Temer e outros cinco ministros, entre os quais Raul Jungmann (Segurança Pública), Torquato
Jardim (Justiça) e Sérgio Etchegoyen (Segurança Institucional).
Segundo o ministro do Planejamento, o valor exato será definido até o fim desta semana e o montante
será realocado no orçamento federal deste ano.
"É na casa de bilhão, mas acho precipitado adiantar valores (...). Teremos crédito extraordinário para
o Rio de Janeiro, cujos valores ainda estão sendo levantados pelo Ministério da Segurança Pública e pelo
interventor. E deveremos ter isso até o final desta semana enviado ao Congresso Nacional", declarou
Dyogo Oliveira.
Segundo o ministro, será editada uma medida provisória para a liberação dos recursos para a
intervenção. Neste caso, a MP tem vigência imediata e precisa ser analisada pelo Congresso em até 120
dias.
Sobre os recursos para o Ministério da Segurança, Dyogo informou que o governo enviará ao
Congresso um projeto de lei.
O G1 apurou que uma das fontes consideradas pelo governo para liberar os recursos é a chamada
"reoneração" da folha de pagamentos, ou seja, o aumento da tributação para as empresas.
Atualmente, 50 setores da economia são excluídos da possibilidade de pagar imposto sobre a folha
de pagamentos com base em um percentual da receita bruta - que representa uma tributação menor. O
governo, entretanto, quer manter quatro setores com esse benefício. O projeto ainda vai passar por
votação no Congresso Nacional, mas o relator, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), indicou que quer
manter mais setores com esse benefício, o que diminuiria o impacto na arrecadação.
6
MARTELLO, A. KLAVA, N. Governo destinará mais de R$1 bi para intervenção no Rio e Ministério da Segurança, diz ministro. G1 Política. Disponível em: <
https://g1.globo.com/politica/noticia/ministerio-da-seguranca-publica-e-recursos-para-o-rj-somarao-mais-de-r-1-bilhao-diz-ministro-do-
planejamento.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 19 de março de 2018.
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Pezão repercute
À GloboNews, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, afirmou que a Secretaria de Segurança
Pública do estado é a que tem o maior orçamento, mas "quase todos" os recursos são destinados ao
pagamento de salários.
"Estamos com dificuldade na infraestrutura. Nosso orçamento hoje é quase todo para a folha de
pagamento", acrescentou.
Pezão informou que se reunirá nesta segunda (19/03) com o interventor federal, general Braga Netto,
para discutir as ações e definir o orçamento necessário. Só depois disso, acrescentou o governador, é
que Netto deve apresentar o plano de custos ao governo federal.
Decreto já está em vigor desde a semana passada, mas governo precisava do aval do Congresso para
medida continuar valendo. Com aprovação, texto será publicado no 'Diário Oficial'.
Senado aprovou no fim da noite desta terça-feira (20/02), por 55 votos a 13 (1 abstenção), o decreto
que autoriza intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro. O decreto vai a
publicação no "Diário Oficial da União".
A intervenção federal foi assinada pelo presidente Michel Temer na última sexta-feira (16/02). A medida
passou a vigorar imediatamente, mas, para continuar valendo, precisava do aval da Câmara e do Senado.
O tema foi aprovado pela Câmara na madrugada desta terça-feira (20/02), por 340 votos a 72.
O decreto estabelece que a intervenção durará até 31 de dezembro deste ano.
Enquanto vigorar a medida, o general de Exército Walter Souza Braga Netto, do Comando Militar do
Leste, será o interventor no estado e terá o comando da Secretaria de Segurança Pública, Polícias Civil
e Militar, Corpo de Bombeiros e do sistema carcerário fluminense.
Segundo o decreto, o objetivo da intervenção é tratar do "grave comprometimento da ordem pública"
no Rio. A medida foi tomada após o feriado de carnaval, período em que a capital do estado
registrou vários episódios de violência.
Pelo texto, o interventor está subordinado ao presidente da República e não está sujeito a regras
estaduais que entrem em conflito com o objetivo da intervenção.
O general Braga Netto pode, se necessário, solicitar recursos financeiros, tecnológicos, estruturais e
humanos do Rio para restabelecer a ordem pública.
Ele também poderá, segundo o decreto, requisitar a órgãos civis e militares da administração pública
federal meios necessários ao sucesso da intervenção.
O decreto preserva, sob a responsabilidade do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), as
atribuições sem relação com a área de segurança pública.
A sessão
Por se tratar de uma medida de urgência, o decreto seguiu da Câmara direto para o plenário do
Senado, sem passar pelas comissões da Casa. O tema foi analisado em sessão extraordinária que
começou por volta das 20h30 desta terça.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), designou como relator o senador Eduardo
Lopes (PRB-RJ), que votou favoravelmente à intervenção. Segundo Eunício, 11 parlamentares o
procuraram para assumir a função.
Durante a apresentação do relatório, Eduardo Lopes afirmou que a situação do Rio é "grave",
acrescentando que a população do estado está com "medo de sair de casa.
"Sabemos que a situação não é exclusiva do Rio de Janeiro, sabemos que existe violência e altos
índices de violência em outros estados, mas, sem dúvida, o Rio de Janeiro repercute muito mais, tanto
internamente, como internacionalmente", disse.
"No momento que nós vimos ladrões assaltando carrinho de cachorro-quente com fuzil, isso mostra
que a situação realmente é grave. Arrastões por toda cidade, um medo imperando, pessoas com medo
de sair, cancelando compromissos, não participando de eventos sociais, com medo da violência",
completou o relator.
Eduardo Lopes é suplente de Marcelo Crivella (PRB-RJ), que deixou o Senado em 2017 para assumir
a Prefeitura do Rio de Janeiro.
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GARCIA, GUSTAVO. NETTO, C. JOÃO. Senado aprova intervenção federal na segurança pública do Rio. G1. Política. Disponível em:
<https://g1.globo.com/politica/noticia/senado-aprova-intervencao-federal-na-seguranca-publica-do-rio.ghtml> Acesso em 21 de fevereiro de 2018.
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Argumentos pró e contra o decreto
Durante a sessão, parlamentares favoráveis e contrários ao decreto se revezaram na tribuna do
Senado.
Gleisi Hoffmann (PR), por exemplo, presidente do PT, foi a primeira a falar contra a intervenção federal.
A senadora disse que outros estados – como Sergipe, Alagoas, Ceará e Rio Grande do Norte –
apresentam índices de violência mais altos e questionou o critério do governo ao decidir pela intervenção
no Rio.
"O Ceará é um estado hoje que também tem um índice de violência muito maior que o do Rio de
Janeiro. O que vão fazer lá? Vão fazer intervenção também? Ou será que o estado do Ceará tem que se
contentar com os 36 homens da Força Nacional que o Temer mandou para lá?".
Já o senador Lasier Martins (PSD-RS) defendeu a intervenção no Rio de Janeiro. Para o parlamentar,
é "quase inacreditável insinuar" que não se deve mexer no que o Rio de Janeiro se tornou.
"Estamos em uma situação de exceção porque, neste momento, o Rio de Janeiro está entregue à
bandidagem, onde as crianças não podem ir a escolas porque estão sujeitas às balas perdidas".
Lasier também defendeu que o governo edite um segundo decreto, estabelecendo "orçamento
continuado" para a intervenção.
Líder da minoria, Humberto Costa (PT-PE) seguiu a linha do discurso de Gleisi Hoffmann e criticou o
decreto presidencial, chamando a medida de Temer de "intervenção Tabajara" de um governo
"paspalhão".
"Uma intervenção que não tem qualquer planejamento, não diz sequer de onde virão os recursos. [...]
Se der errado, nós vamos recorrer a quem? Ao Vaticano?".
Vice-presidente do Senado, o tucano Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) declarou voto a favor da
intervenção federal.
Ele disse que a crise na segurança do Rio “está diretamente vinculada ao desmonte que foi feito no
estado por práticas de corrupção, crime organizado e formação de quadrilha não só de traficantes, mas
de governantes” do estado.
"Não há o que se fazer hoje no Senado a não ser aprovar o decreto presidencial. Não há alternativa.
Qualquer posição contrária é, naturalmente, um embate político. Não é defesa efetiva da população do
Rio de Janeiro".
Depois que cinco senadores favoráveis e cinco contrários se manifestaram sobre o assunto, líderes
partidários encaminharam suas bancadas e a votação foi iniciada, com os votos registrados em painel.
Questões
01. (UEPB – Auxiliar Administrativo – CPCON) A violência tem atingido os mais diversos municípios,
dos mais aos menos populosos. O texto abaixo sinaliza esse aspecto.
O ranking dos municípios mais violentos do Brasil de 2015, divulgado pelo Instituto de Pesquisas
Econômicas Aplicadas (IPEA) em 2017, aponta o município de Santa Rita como o mais violento da
Paraíba e o 22º do país. Com uma população de 134.940 habitantes o município registrou 100 homicídios
no ano de 2015, o que dá uma taxa de 74,1 homicídios por 100 mil habitantes. Na outra ponta do estudo,
o município de Botucatu foi o segundo menos violento de São Paulo e o 6º do país. Com uma população
de 139.483 habitantes, o município registrou 6 homicídios no ano de 2015, o que dá uma taxa de 4,3
homicídios por 100 mil habitantes.
Como dois municípios com tamanhos populacionais semelhantes podem ter taxas de homicídios tão
diferentes? Marque a alternativa que apresenta fatores CORRETOS para essa diferença.
(A) Em São Paulo é permitido o porte de armas pelo cidadão de bem, o que comprovadamente intimida
a ação dos criminosos.
(B) Melhor distribuição de renda e maiores investimentos sociais em saúde, educação, lazer e cultura.
(C) A presença ostensiva da polícia nas ruas de Botucatu garante a paz no município. O município
possui o maior efetivo de policiais do país.
(D) A ausência de leis específicas sobre homicídios no Estado da Paraíba contribui para as altas taxas
de homicídio de Santa Rita.
(E) A reforma do sistema educacional de Botucatu em 2000, que incluiu técnicas de defesa pessoal e
artes maciais no currículo básico, preparou melhor a população para enfrentar a violência.
. 9
02. (TER-AP – Analista Judiciário – CESPE) A segurança é um item de crescente preocupação da
população brasileira. Esta preocupação é resultante
(A) da descoberta, apenas recentemente, da existência de grupos econômicos e sociais envolvidos no
comércio ilícito das drogas.
(B) de uma onda episódica de acasos policiais que envolvem personalidades políticas nacionais.
(C) da percepção da sociedade brasileira da urgência do tema bem como de suas causas profundas
e imediatas, como a crise no próprio sistema de segurança do Estado.
(D) de uma visão passional e imediatista da população brasileira em relação a problema global que
atinge todo o mundo.
(E) de uma visão limitada do país e manipulada pelos grandes conglomerados da comunicação
nacional.
Gabarito
01.B / 02.C
Comentários
01. Resposta: B
Questões sociais são normalmente relacionadas a problemas com segurança e violência. Os
investimentos (ou ausência deles) estão entre algumas das explicações para as diferenças entre regiões
mais ou menos seguras.
02. Resposta: C
A percepção da sociedade da ausência do Estado em determinadas regiões já ultrapassa apenas as
grandes cidades. A percepção do fracasso das instituições oficiais só é aumentada pelas notícias
recorrentes a respeito dos problemas de segurança enfrentados no país, vide o exemplo: <
https://oglobo.globo.com/rio/crise-da-seguranca-no-estado-tambem-marcada-por-falhas-na-comunicacao-21849743>
Transporte
saúde
Alemanha estreia o primeiro trem movido a hidrogênio do mundo8
Primeiro do mundo a entrar em operação, "trem do futuro" fará trajeto regular de 100 quilômetros no
norte do país. Uma alternativa para ajudar o país em sua ambiciosa meta climática.
Começaram a circular nesta segunda-feira (17/09) na Alemanha os primeiros trens movidos a
hidrogênio. As duas composições farão um trajeto de 100 quilômetros entre as cidades de Cuxhaven,
Bremerhaven, Bremervoerde e Buxtehude, no norte do país.
"O primeiro trem de hidrogênio do mundo está entrando em serviço comercial e pronto para produção
em série", disse o presidente da fabricante Alstom, Henri Poupart-Lafarge, na cerimônia de inauguração.
A cerimônia foi em Bremervoerde, a estação onde os dois trens da fabricante francesa serão
reabastecidos com hidrogênio. Até agora, o trecho, não eletrificado, era atendido por trens a diesel.
A Alstom aposta na nova tecnologia como uma alternativa mais ecológica e silenciosa para o transporte
ferroviário, e tem planos de entregar outros 14 trens de emissão zero até 2021 à operadora ferroviária
local LNVG, do estado da Baixa Saxônia.
Os trens de hidrogênio são equipados com células de combustível que produzem eletricidade por meio
de uma combinação de hidrogênio e oxigênio, um processo que tem como únicas emissões vapor e água.
Com metas climáticas ambiciosas, a Alemanha pretende reduzir suas emissões de CO2 em 40% até
2020 em comparação com os níveis de 1990, e se comprometeu a usar 80% de energia renovável em
seu abastecimento elétrico até 2050.
O trem azul-claro da Alstom foi apresentado pela primeira vez ao mundo na feira da indústria ferroviária
Innotrans em 2016 e apelidado pela empresa como o "trem do futuro". Ele pode rodar por cerca de mil
quilômetros com um único tanque de hidrogênio, que é semelhante à capacidade dos trens a diesel.
No cerne do sistema iLint está uma célula de combustível situada no topo do trem. O hidrogênio é
fornecido à célula e então combinado com o oxigênio retirado do ar do ambiente em seu interior. Os dois
8
Deutsche Welle. Alemanha estreia primeiro trem movido a hidrogênio do mundo. G1. https://g1.globo.com/natureza/noticia/2018/09/17/alemanha-estreia-o-
primeiro-trem-movido-a-hidrogenio-do-mundo.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em 18 de setembro de 2018.
. 10
produtos dessa reação química são a eletricidade, que é usada para alimentar uma tração elétrica que
controla os movimentos do trem; e a água, que é emitida na forma de vapor.
Toda a energia elétrica que não é usada imediatamente para a tração pode ser armazenada em
baterias de íons de lítio na parte de baixo do trem. Um conversor auxiliar também é usado para adaptar
a energia para várias aplicações a bordo, como ar condicionado, sistemas de portas e mostradores de
informações aos passageiros.
Além de um produto limpo, as principais vantagens do iLint são seu gerenciamento de energia
inteligente e armazenamento de energia flexível. A energia elétrica é fornecida sob demanda, o que
significa que a célula de combustível só precisa trabalhar a todo vapor quando o trem permanece em
estado de aceleração por períodos prolongados. Quando ele freia, as células de combustível são
desligadas quase que completamente, economizando no consumo de hidrogênio.
Segundo a LNVG, operadora de trens local, os 14 trens que comprados da Alstom custaram cerca de
81 milhões de euros, o que é mais do que seria gasto com o mesmo número de trens convencionais a
diesel. Mas Stefan Schrank, gerente do projeto na Alstom, diz que o investimento vale a pena.
"Claro, comprar um trem de hidrogênio é um pouco mais caro do que um trem a diesel, mas é mais
barato de operar", afirmou.
No entanto, ainda há a questão de como os trens serão reabastecidos e de onde virá o hidrogênio a
longo prazo. Durante a fase inicial, a Alstom fornecerá o hidrogênio a partir de emissões industriais.
No ano passado, foram investidos apenas R$ 175 milhões de um total previsto de R$ 660 milhões.
O investimento nos portos brasileiros atingiu o patamar mais baixo em 14 anos. No ano passado, foram
investidos apenas R$ 175 milhões de um total previsto de R$ 660 milhões.
Os dados integram um levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e levam
em conta os investimentos aplicados nas Companhias das Docas.
O estudo faz parte de um documento elaborado pela entidade com 43 temas que será entregue para
os candidatos a presidente.
“Há uma incapacidade gerencial e normalmente as docas estão embaixo de um apadrinhamento
político”, diz o gerente de infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso.
As Companhias das Docas têm um papel fundamental na qualidade dos portos brasileiros. São elas,
por exemplos, responsáveis pela manutenção do acesso terrestre aos terminais.
Na avaliação do professor da Fundação Dom Cabral Paulo Resende, as docas são apenas um dos
entraves do sistema portuário brasileiro. Ele aponta gargalos como a grande concentração do uso do
porto de Santos para a exportação e o atraso tecnológico, sobretudo nos portos públicos.
"Nos portos públicos, o atraso tecnológico é de no mínimo 15 anos quando comparado com outros
países", diz Resende. “A tecnologia nos grandes portos é um dos fatores importantes para a
competitividade porque aumenta a eficiência e reduz a burocracia.”
9
GERBELLI, L. G. Portos têm menor investimento em 14 anos, mostra estudo da CNI. G1. https://g1.globo.com/economia/noticia/portos-tem-menor-investimento-
em-14-anos-mostra-estudo-da-cni.ghtml. Acesso em 20 de junho de 2018.
. 11
Na avaliação da CNI, a solução para a Companhia das Docas é a privatização. O Programa de Parceria
de Investimento (PPI) do governo federal, já prevê, por exemplo, a desestatização da Companhia Docas
do Espírito Santo (Codesa) e de vários terminais.
"O modelo atual está nos afastando dos padrões mundiais de navegação", diz Cardoso.
Câmara aprova regulamentação de aplicativos como Uber; placa vermelha não será exigida10
Texto aprovado em 2017 na Câmara retornou para análise dos deputados porque Senado modificou
alguns trechos. Proposta segue para sanção presidencial; saiba o que está previsto.
Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (28/02) o projeto de regulamentação do transporte
de passageiros por aplicativos, como Uber e Cabify. O texto segue para sanção presidencial.
O projeto aprovado não exige que os carros tenham placa vermelha, que é concedida pelo poder
público. Por outro lado, caberá aos municípios e ao Distrito Federal regulamentar e fiscalizar esses
serviços.
Na sessão desta quarta, os deputados derrubaram a decisão do Senado que retirou a previsão de
municípios e o Distrito Federal terem a competência de regulamentar esse tipo de serviço.
Com isso, prefeituras e o Distrito Federal poderão regulamentar e fiscalizar os aplicativos – leia
detalhes mais abaixo.
Durante a análise do projeto, a Câmara manteve uma alteração feita pelo Senado que, na prática,
desobriga os motoristas a ter autorização do poder público para atuar nos aplicativos.
Por fim, a Câmara manteve a previsão de os motoristas terem de apresentar certidão negativa de
antecedentes criminais.
Ponto a ponto
Pela regulamentação aprovada pela Câmara, caberá a municípios e ao Distrito Federal:
De acordo com o texto aprovado pela Câmara, quem não cumprir as exigências pode ser enquadrado
nas sanções por transporte ilegal de passageiros.
Repercussão
Em nota, a Uber afirmou que "sempre" defendeu a regulamentação dos aplicativos. "O novo texto hoje
aprovado pela Câmara dos Deputados ouviu a voz dos 20 milhões de usuários e 500 mil motoristas
parceiros que encontraram na Uber novas formas de mobilidade e de geração de renda no Brasil. Em vez
de proibir, o texto regulamenta a atividade dos motoristas parceiros e organiza critérios para os aplicativos
operarem. Agora, o projeto segue para a sanção presidencial."
A Cabify também soltou nota, na qual avaliou: "A Câmara dos Deputados trouxe o Brasil para a
vanguarda da regulamentação dos serviços de transporte individual de passageiros por aplicativos. [...] O
Congresso ouviu as vozes dos milhões de usuários e centenas de milhares de motoristas dos aplicativos
de mobilidade ao aprovar o texto com as emendas e criar uma desejada regulamentação".
O aplicativo 99 divulgou nota na qual avaliou que a aprovação do projeto representa uma "vitória para
a sociedade". "A Câmara dos Deputados forneceu hoje (28/02) uma resposta à altura dos milhares de
motoristas e passageiros que foram às ruas exigir seus direitos", acrescentou.
10
CARAM, BERNARDO. VIVAS, FERNANDA. Câmara aprova regulamentação de aplicativos como Uber; placa vermelha não será exigida. G1 Política.
Disponível em: <https://g1.globo.com/politica/noticia/camara-analisa-projeto-que-regulamenta-aplicativos-de-transporte-como-uber-e-cabify.ghtml> Acesso em 01 de
março de 2018.
. 12
Ao fim da votação, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ressaltou a importância de a
Casa ter decidido que cabe aos municípios fiscalizar o serviço.
"A decisão do plenário tem que ser respeitada. Eu acho que o mais importante, do meu ponto de vista,
ficou garantido que a regulamentação dos aplicativos será feita pelos municípios. Cada cidade vai criar
sua regulamentação, sua regra, que forma que autoriza, de que forma que o aplicativo pode trabalhar",
declarou Maia.
Sob pressão da União Europeia (UE) para combater a poluição no ar das grandes cidades, o governo
da Alemanha afirmou estar considerando um projeto para tornar gratuito o transporte público nas cidades
mais poluídas do país, segundo uma carta enviada a Bruxelas e divulgada nesta terça-feira (13/02) pela
imprensa alemã.
A intenção da oferta de transporte público gratuito é encorajar as pessoas a deixar seus carros em
casa, o que reduz as emissões de dióxido de nitrogênio e outros poluentes.
Cinco cidades foram relacionadas para testar a eficácia do projeto: Bonn, Essen, Reutlingen,
Mannheim e Herrenberg, ao sul de Stuttgart, que é uma das cidades mais poluídas do país.
Outras propostas listadas na carta são a criação de "áreas de baixas emissões" para veículos pesados,
o aumento do número de táxis movidos a eletricidade e a ampliação dos incentivos aos carros elétricos
de um modo geral.
A carta pegou de surpresas as administrações municipais, inclusive as das cidades selecionadas. A
Prefeitura de Bonn declarou à DW que o projeto não está nem sequer na fase de planejamento.
A carta não esclarece quem pagaria a bilionária conta do transporte público gratuito para os
passageiros. A associação de municípios já deixou claro para o governo que "quem teve a ideia, que
pague".
Não está claro, também, se a ideia é de fato viável, pois o sistema público já opera no limite da
capacidade em muitas cidades. Há décadas que o uso de transporte público cresce na Alemanha. Em
2017, bateu um novo recorde, com 10,3 bilhões de bilhetes.
O projeto exigiria um plano de logística para elevar o número de bondes e ônibus nas ruas e assim
diminuir os intervalos das viagens. Os veículos do transporte público também teriam que ser
modernizados em muitas cidades.
As passagens municipais variam de preço de uma cidade para a outra na Alemanha, e o valor costuma
depender do trajeto. Em Colônia pode-se atravessar a cidade por 2,40 euros, em Berlim por 2,80 euros.
Em Bonn, um tíquete mensal para trabalhadores custa em torno de 65 euros e vale para toda a região.
A Comissão Europeia está cobrando da Alemanha e demais oito países-membros que apresentem
propostas para reduzir as emissões de poluentes por veículos e, dessa maneira, atender às normas
europeias de qualidade do ar. Se a Comissão não se mostrar satisfeita com os planos apresentados por
Berlim, poderá levar o caso à Corte de Justiça da União Europeia.
No ano passado houve 36,8 milhões de voos no mundo todo, o que significa um acidente a cada 7,36
milhões de voos
O ano de 2017 foi o mais seguro para a Aviação civil desde que as estatísticas sobre acidentes de
avião começaram a ser registradas em 1946 - informou o site especializado Aviation Safety Network
(ASN), na segunda-feira (1º).
No ano passado, dez aviões com passageiros sofreram acidentes que deixaram 144 mortos no total.
"É o ano mais seguro de todos os tempos, tanto pelo número de acidentes quanto pela quantidade de
vítimas", afirmou a ASN.
Em 2016, foram 16 acidentes e 303 mortos, lembrou a rede.
Os números publicados se referem apenas aos aparelhos comerciais civis de transporte de
passageiros e aos voos fretados para levar pelo menos 14 passageiros. A estatística não inclui, portanto,
o acidente de uma aeronave militar birmanesa em 7 de junho, que causou 122 mortes.
O pior acidente foi o que deixou 12 mortos no sábado (30), na Costa Rica, último dia considerado nas
estatísticas.
11
DEUTSCHE WELLE. Contra poluição, Alemanha cogita transporte público gratuito. G1 Natureza. Disponível em: <https://g1.globo.com/natureza/noticia/contra-
poluicao-alemanha-cogita-transporte-publico-gratuito.ghtml> Acesso em 14 de fevereiro de 2018
12
AFP. Dados indicam 2017 como o ano mais seguro da história da aviação. O Tempo. Disponível em: <http://www.otempo.com.br/interessa/dados-indicam-
2017-como-o-ano-mais-seguro-da-hist%C3%B3ria-da-avia%C3%A7%C3%A3o-1.1558522> Acesso em 03 de janeiro de 2018.
. 13
Em 2017, houve 36,8 milhões de voos no mundo todo, o que significa um acidente a cada 7,36 milhões
de voos.
Governo amplia para até 70 anos prazo para concessão de terminais portuários13
Decreto foi assinado nesta quarta (10/05) pelo presidente Michel Temer. Limite atual é de 50 anos.
O presidente Michel Temer assinou nesta quarta-feira (10/05) um decreto que amplia de 50 para 70
anos o prazo de concessão de terminais de movimentação de carga dentro dos portos públicos.
Segundo o governo, o decreto vai dar às empresas privadas que administram esses terminais mais
segurança para investir. O Ministério dos Transportes calcula que a medida estimule R$ 25 bilhões de
investimentos no setor.
O prazo de até 70 anos de concessão vai valer tanto para as futuras licitações feitas pelo governo
quanto para contratos de concessão já em vigor, assinados a partir de 1993.
Esses contratos têm prazo inicial de 25 anos e começam a vencer em 2018. Com a nova regra, a
renovação pode ser antecipada para este ano e, neste caso, os contratos seriam ampliados em até 46
anos – o tempo restante para completar o prazo limite de 70 anos.
Para se manter à frente do terminal, as concessionárias deverão aceitar algumas exigências do
governo como a realização de investimentos. Um plano deverá ser apresentado num prazo de 70 dias a
contar da data de publicação do decreto. Os critérios de aprovação desses investimentos ainda serão
definidos em um novo texto normativo.
Questões
Gabarito
01.D
Comentários
01. Resposta: D
A Lei 10.233, de 5 de junho de 2001, ao promover uma reestruturação no setor federal de transporte,
estabeleceu, em seu artigo 22, inciso VII, que compete à ANTT (Agência Nacional de Transportes
Terrestres) regulamentar o transporte de cargas e produtos perigosos em rodovias e ferrovias.
13
GUSTAVO AGUIAR. Governo amplia para até 70 anos prazo para concessão de terminais portuários. G1 Economia. Disponível em:
<https://g1.globo.com/economia/noticia/governo-amplia-para-ate-70-anos-prazo-para-concessao-de-terminais-portuarios.ghtml> Acesso em 11 de maio de 2017.
. 14
O transporte rodoviário, por via pública, de produtos que sejam perigosos, por representarem risco
para a saúde de pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente, é submetido às regras e
aos procedimentos estabelecidos pelo Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos
Perigosos, Resolução ANTT nº. 3665/11 e alterações, complementado pelas Instruções aprovadas pela
Resolução ANTT nº. 420/04 e suas alterações14.
Fonte: http://www.antt.gov.br/index.php/content/view/4961/Produtos_Perigosos.html
Política
saúde
Temer decreta uso das Forças Armadas em Roraima para reforçar segurança15
Presidente anunciou medida em pronunciamento no Planalto; ministro da Defesa informou que decreto
tem validade de duas semanas. Estado enfrenta crise com chegada de venezuelanos.
O presidente Michel Temer informou nesta terça-feira (28/08) ter decretado o uso das Forças Armadas
em Roraima para reforçar a segurança no estado.
Temer anunciou a medida em um pronunciamento no Palácio do Planalto. Segundo o ministro da
Defesa, Joaquim Silva e Luna, o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) tem validade de duas
semanas (até 12 de setembro) e a prorrogação poderá ser avaliada conforme a necessidade.
"Decretei hoje o emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem no estado de Roraima.
Naturalmente, para oferecer segurança aos cidadãos brasileiros e aos imigrantes venezuelanos que
fogem de seu país em busca de refúgio no Brasil", anunciou.
O anúncio foi feito dez dias após a cidade de Pacaraima (RR) registrar um ataque de um grupo de
brasileiros a acampamentos de venezuelanos.
Fronteira com a Venezuela, Roraima é a principal rota utilizada pelos imigrantes que entram no Brasil.
Os venezuelanos tentam fugir da crise política, econômica e social do país, com inflação alta e
desabastecimento.
Em julho, a Casa Civil informou que, entre 2015 e junho deste ano, 56,7 mil venezuelanos procuraram
a Polícia Federal para solicitar refúgio ou residência no Brasil.
Quadro 'dramático'
Ao falar sobre a crise na Venezuela, Temer disse que o país enfrenta um quadro "dramático",
acrescentando que o "desastre humanitário" causado pela crise é resultado das "péssimas" condições às
quais o povo venezuelano está submetido.
"Devo dizer, desde logo, que o Brasil respeita a soberania dos estados nas ações, mas temos que
lembrar que só é soberano um país que respeita e cuida do seu povo", afirmou o presidente.
Em seguida, acrescentou que o Brasil fará "todos os esforços em todos os foros internacionais" para
melhorar a situação da Venezuela. "Vamos buscar apoio na comunidade internacional para adoção de
medidas diplomáticas firmes que solucionem esse problema", completou.
Mesmo diante do quadro, acrescentou o ministro Sérgio Etchegoyen (Segurança Institucional), o
governo não cogita fechar a fronteira para os venezuelanos nem decretar intervenção federal em
Roraima.
14
https://www.qconcursos.com/questoes-de-
concursos/questoes/search?utf8=%E2%9C%93&todas=on&q=transportes&instituto=&organizadora=&prova=&ano_publicacao=&cargo=&escolaridade=&modalidad
e=&disciplina=&assunto=&esfera=&area=&nivel_dificuldade=&periodo_de=&periodo_ate=&possui_gabarito_comentado_texto_e_video=&possui_comentarios_gera
is=true&possui_comentarios=&possui_anotacoes=&sem_dos_meus_cadernos=&sem_anuladas=&sem_desatualizadas=&sem_anuladas_impressao=&sem_desatu
alizadas_impressao=&caderno_id=&migalha=&data_comentario_texto=&data=&minissimulado_id=&resolvidas=&resolvidas_certas=&resolvidas_erradas=&nao_res
olvidas=
15
Guilherme Mazui. Temer decreta uso das Forças Armadas em Roraima para reforçar segurança. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2018/08/28/temer-decreta-uso-das-forcas-armadas-em-roraima-para-reforcar-seguranca.ghtml. Acesso em 29 de agosto de
2018.
. 15
Governadora
De acordo com o ministro Joaquim Silva e Luna (Defesa), a governadora Suely Campos (PP) não
pediu a Temer a edição do decreto de GLO.
Em seguida, Sergio Etchegoyen disse que a governadora foi informada sobre a decisão antes do
anúncio de Temer à imprensa.
"A reação até agora [de Suely Campos] tem sido o silêncio e o não reconhecimento da questão da
necessidade por parte de Roraima. Não reconhece que precisa de ajuda na área de segurança ou pede
ajuda naquilo que nós não temos condições mais de dar", disse.
Crise migratória
A situação de Roraima é discutida desde 2016 no governo federal. Em fevereiro, Temer assinou um
decreto reconhecendo a "situação de vulnerabilidade" em Roraima e editou uma medida provisória (MP)
prevendo ações de assistência para os venezuelanos.
Além disso, foi deflagrada a Operação Acolhida para atender imigrantes recém-chegados ao Brasil e
transferir venezuelanos para outros estados.
Mais cedo, nesta terça, 187 venezuelanos foram transportados pela Força Aérea de Roraima para
Manaus (AM), João Pessoa (PB) e São Paulo (SP).
A governadora do estado, Suely Campos (PP), pediu o fechamento da fronteira ao Supremo Tribunal
Federal (STF), mas Temer já afirmou que a medida é "incogitável" e a ministra Rosa Weber entendeu
que a decisão cabe a ele.
Decreto assinado nesta terça (24) pela presidente em exercício, Cármen Lúcia, define que empresas
com contratos acima de R$ 330 mil têm que oferecer entre 3% a 6% das vagas a presos.
A presidente da República em exercício, Cármen Lúcia, assinou nesta terça-feira (24/07) decreto para
determinar que empresas contratadas pelo governo federal para prestação de serviços ofereçam cotas
para presidiários e ex-presidiários sempre que os contratos ultrapassarem R$ 330 mil. O governo alegou
que a medida visa a estimular a ressocialização de apenados.
O decreto presidencial, de acordo com o governo, torna “obrigatória” a contratação de presos e ex-
presidiários por parte das empresas que vencerem licitações para serviços com a administração pública
federal direta e também com autarquias e fundações. Entre os serviços que poderão passar a ser
executados por detentos e ex-presidiários estão, por exemplo, atividades de consultoria, limpeza,
vigilância e alimentação.
A assessoria da Presidência informou que o decreto será publicado na edição desta quarta (25/07) do
“Diário Oficial da União”.
Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmen Lúcia está interinamente no comando do
Palácio do Planalto em razão de viagens ao exterior do presidente Michel Temer e dos presidentes da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE).
O decreto assinado pela presidente em exercício institui a “Política Nacional de Trabalho no âmbito do
Sistema Prisional”, que foi apresentada nesta terça em uma entrevista coletiva concedida pelos ministros
Raul Jungmann (Segurança Pública) e Gustavo Rocha (Direitos Humanos).
“Nos editais de licitação já haverá a previsão para contratação desses presos e, preenchidos os
critérios do edital, será obrigatório que essas empresas absorvam essa mão de obra de forma a permitir
uma maior ressocialização desse apenado ou desse egresso”, explicou Rocha.
A medida se aplica a presos provisórios, presos dos regimes fechado, semiaberto ou aberto, ou
egressos do sistema prisional. Conforme o decreto, as empresas terão de destinar um percentual de
vagas para presos e ex-presidiários em cada contratos firmados com o governo federal.
- 3% das vagas para contratos que exijam contratação de 200 ou menos funcionários;
- 4% das vagas para contratos que exijam contratação de 201 a 500 funcionários;
- 5% das vagas para contratos que exijam contratação de 501 a 1 mil funcionários;
- 6% das vagas para contratos que exijam a contratação de mais de 1 mil funcionários
16
Guilherme Mazui. Decreto cria cotas para presidiários e ex-detentos em contratos de serviço à União. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2018/07/24/decreto-presidencial-cria-cotas-para-presos-e-ex-presidiarios-em-contratos-de-servicos-a-uniao.ghtml. Acesso em 25
de julho de 2018
. 16
Autorização judicial
O ministro de Direitos Humanos ressaltou na entrevista que caberá ao juiz responsável pela execução
da pena dos presos analisar se o detento tem condições de atuar na prestação de serviços para a
administração pública federal.
No caso de presidiários do regime fechado, o detento contratado deverá ter cumprimento, no mínimo,
um sexto da pena, ter autorização do juiz da vara de execuções penais e ainda terá que comprovar
"aptidão, disciplina e responsabilidade".
Gustavo Rocha afirmou ainda que, caso não haja presídios ou ex-presidiários em determinada região
onde o contrato com a União é executado, a empresa que ganha a licitação não precisará cumprir o
percentual mínimo de vagas.
"É possível que em determinados locais não haja presídios ou egressos do sistema prisional. Em razão
de uma impossibilidade de contratação, essa regra pode ser excepcionada", ponderou o ministro.
Ressocialização
Em meio à entrevista, Jungmann disse que a oferta de emprego para presos e ex-presidiários é
fundamental para criar uma "possibilidade real" de ressocialização e para combater o "recrutamento" de
facções nos presídios.
O ministro da Segurança Pública lembrou que o Brasil tem em torno de 726 mil presos, em um sistema
prisional dominado por cerca de 70 facções. Jungmann informou que, do total de apenados no Brasil,
12% trabalham e 15% estão em atividades educacionais.
"Se nós não implementarmos e não levarmos e ampliarmos um programa como esse, as facções
criminosas estarão sempre criando a dependência, seja dos presos seja dos egressos. Essa política tem
uma função fundamental", defendeu Jungmann.
Representantes da categoria se reuniram com o presidente em Brasília. Eles disseram que vão orientar
motoristas a encerrar greve após publicação das medidas no 'Diário Oficial'.
Representantes de caminhoneiros autônomos afirmaram que aprovam as medidas para a categoria
anunciadas mais cedo neste domingo (27/05) pelo presidente Michel Temer.
Com a nova proposta, detalhada por Temer durante pronunciamento, o governo espera encerrar a
greve dos caminhoneiros, que chegou neste domingo ao sétimo dia.
Entre as medidas está a redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel por 60 dias e a isenção de
pagamento de pedágio para eixos suspensos de caminhões vazios. Apenas a redução de R$ 0,46 no
preço do diesel custará ao governo R$ 10 bilhões.
No pacote, estava prevista a edição de três medidas provisórias para atender à demanda dos
caminhoneiros. As MPs saíram em edição extra do Diário Oficial da União publicada no fim da noite deste
domingo.
Durante o pronunciamento de Temer, foram registrados panelaços no DF, Rio de Janeiro e São Paulo.
Fim da greve?
"Saiu no 'Diário Oficial', a nossa recomendação é que aceitem [as propostas e liberem as estradas]",
afirmou Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga
(Sinditac) de Ijuí (RS).
"Eles [caminhoneiros] só vão aceitar [o acordo proposto pelo governo] após saírem publicadas no
'Diário Oficial' as medidas que foram negociadas aqui", disse José da Fonseca Lopes, presidente da
Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), uma das entidades que não tinham assinado o acordo
na quinta-feira (24/05).
O grupo não tinha assinado o acordo proposto pelo governo na quinta-feira (24/05) por entender que
ele não atendia às suas reivindicações. Diante da manutenção da greve pelos caminhoneiros, as
entidades foram chamadas de volta a Brasília neste domingo para negociar a nova proposta.
De acordo com eles, com as estradas desobstruídas, serão necessários de 8 a 10 dias para normalizar
o abastecimento de combustível e alimentos no país.
"Daquilo que se propunha, o nosso movimento está contemplado. Nós queríamos piso mínimo de frete,
suspensão no preço do combustível do PIS-Cofins, que está contemplado, queríamos a suspensão por
60 dias de novos reajustes para ter previsibilidade e o setor se organizar. Está contemplado", afirmou
Dahmer.
17
FERNANDA CALGARO. Caminhoneiros autônomos se dizem satisfeitos com nova proposta de Temer. G1 Política.
<https://g1.globo.com/politica/noticia/caminhoneiros-autonomos-se-dizem-satisfeitos-com-nova-proposta-de-temer.ghtml> Acesso em 28 de maio de 2018.
. 17
Para ele, uma das principais conquistas para a categoria será a fixação de um valor mínimo para o
frete.
"Essa política de preço vai fazer com que a gente saiba a quanto está trabalhando e ninguém vai poder
nos explorar menos do que aquele valor, que será o nosso custo", disse.
Reoneração da folha
Durante o pronunciamento, o presidente afirmou que os pontos do acordo negociado na semana
passada seguem valendo, entre eles o que tira o setor de transporte rodoviário de carga da chamada
reoneração da folha.
A proposta, que na prática eleva a arrecadação federal, já foi aprovada pela Câmara e ainda depende
de análise do Senado. Vários setores que haviam sido atendidos com a desoneração perderão o
benefício. Segundo Temer, o setor dos caminhoneiros não estará entre esses setores.
Aos 2 anos, governo Temer festeja economia, mas enfrenta impopularidade, denúncias e crise
política; relembre18
18
MAZUI G. MATOSO, F. MARTELLO, A. Aos 2 anos, governo Temer festeja economia, mas enfrenta impopularidade, denúncias e crise política; relembre. G1
Política. <https://g1.globo.com/politica/noticia/aos-2-anos-governo-temer-festeja-economia-mas-enfrenta-impopularidade-denuncias-e-crise-politica-
relembre.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 14 de maio de 2018.
. 18
Aprovação
Nove meses após tomar posse para o segundo mandato como vice-presidente, Temer afirmou num
evento, em setembro de 2015, que seria "difícil" Dilma Rousseff aguentar mais três anos no Palácio do
Planalto em razão da baixa popularidade. À época, ela tinha 8% de aprovação.
Temer assumiu a Presidência de maneira interina em maio de 2016 e no primeiro discurso afirmou
que, para governar, precisaria do "apoio do povo", que, por sua vez, precisaria "aplaudir" as medidas
adotadas.
Hoje, a aprovação do presidente, segundo o Datafolha, é de 6% - 70% consideram o governo ruim ou
péssimo.
Em recente entrevista, Temer afirmou que um publicitário disse a ele que "aproveite a impopularidade"
para fazer as reformas necessárias ao país.
Economia
O presidente apontou como maior desafio "estancar o processo de queda livre na atividade
econômica".
Em dois anos, Temer acostumou-se a badalar índices alcançados em sua gestão, como a alta do PIB
em 2017 (1%) após dois anos de retração e as quedas da inflação e da taxa básica de juros (6,5% ao
ano), a menor da série histórica do Banco Central, iniciada em 1986.
No mercado de trabalho, contudo, o governo não conseguiu reduzir o número de desempregados, pelo
contrário. Segundo o IBGE, quando Temer assumiu eram 11,4 milhões e hoje, 13,7 milhões.
Crises
Nesses dois anos à frente do Planalto, Temer enfrentou uma série de polêmicas causadas por
denúncias, delações, prisões de assessores mais próximos e investigações da Polícia Federal.
No ano passado, o presidente foi denunciado duas vezes ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela
Procuradoria Geral da República (PGR). Os crimes: corrupção passiva, organização criminosa e
obstrução de Justiça.
As denúncias, baseadas nas delações da JBS, fizeram Temer viver seu momento mais dramático no
governo.
Segundo o Ministério Público, numa conversa com o dono da empresa, Joesley Batista, Temer deu
aval ao pagamento de dinheiro para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, o que o
presidente nega. O encontro aconteceu no fim da noite, fora da agenda, e foi gravado por Joesley.
O STF só poderia analisar as denúncias, porém, se a Câmara autorizasse. Nos dois casos, a maioria
dos deputados votou contra o prosseguimento dos processos e, com isso, as acusações contra Temer
só poderão ser analisadas após ele deixar o Planalto.
Investigações
Hoje, Temer é alvo de dois inquéritos que tramitam no STF. Com base nas delações de executivos da
JBS e da Obderecht, o presidente passou a ser investigado por suposto recebimento de propina na edição
do decreto dos portos e em contratos da Secretaria de Aviação Civil.
A pasta da Aviação foi comandada por Moreira Franco, atual ministro de Minas e Energia, e Eliseu
Padilha, atual chefe da Casa Civil, ambos do MDB, principais conselheiros de Temer e formalmente
denunciados pelo Ministério Público ao STF.
Além dos dois, outras pessoas muito próximas ao presidente passaram a ser investigadas e até foram
presas, entre as quais:
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Rodrigo Rocha Loures, ex-deputado e ex-assessor especial de Temer;
José Yunes, ex-assessor especial de Temer;
João Baptista Lima Filho, coronel aposentado da PM e amigo de Temer;
Geddel Vieira Lima, ex-ministro de Temer.
O presidente nega qualquer tipo de envolvimento com irregularidades. Afirma ser vítima de uma
"campanha oposicionista" para enfraquecer o governo, acrescentando que é alvo de "vazamentos
irresponsáveis" de dados relacionados às investigações sobre ele.
Sobre se tem medo de ser preso ao deixar o cargo, o presidente diz que não, acrescentando que isso
seria uma "indignidade".
Julgamento do TSE
Em junho de 2017, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) garantiu a continuidade do governo de Michel
Temer ao absolver, por 4 votos a 3, a chapa formada por ele e por Dilma da acusação de abuso de poder
político e econômico na campanha de 2014.
A ação foi apresentada pelo PSDB após a eleição e apontava mais de 20 infrações supostamente
cometidas pela coligação encabeçada por PT e PMDB (hoje MDB).
Com o placar apertado, cujo voto decisivo foi dado pelo ministro Gilmar Mendes, então presidente do
TSE, Temer escapou da perda do atual mandato e Dilma, da inelegibilidade por 8 anos.
Reformas e concessões
Temer chegou ao poder com discurso em favor das reformas trabalhista e previdenciária, tendo como
objetivo "o pagamento das aposentadorias e a geração de emprego".
Nesses dois anos:
Nova lei trabalhista entrou em vigor;
Reforma do ensino médio foi sancionada;
Reforma da Previdência parou no Congresso;
Reforma tributária não avançou na Câmara.
Contas públicas
Quando Temer assumiu, afirmou ser preciso restaurar o equilíbrio das contas públicas "trazendo a
evolução do endividamento no setor público de volta ao patamar de sustentabilidade ao longo do tempo".
Desde então, foram anunciadas algumas medidas, como a instituição de um teto para os gastos
públicos; o aumento da tributação sobre a gasolina; a aprovação da Taxa de Longo Prazo (TLP) – que
diminui, com o passar do tempo, o pagamento de subsídios pelo governo.
Também foram anunciados programas de parcelamento de tributos vencidos para empresas,
produtores rurais e estados e municípios. Esses parcelamentos, mesmo criticados pela área técnica da
Receita Federal – pois influenciam para baixo o recolhimento mensal dos impostos –, contribuem para
elevar a arrecadação no curto prazo.
Intervenção federal
Em 16 de fevereiro, o presidente decretou a intervenção federal na área de segurança pública do Rio
de Janeiro, a primeira desde a Constituição de 1988.
Com a decisão, o governador Luiz Fernando Pezão (MDB) deixou de responder pela área, que ficou
sob a gestão do general do Exército Walter Braga Netto, escolhido por Temer como interventor.
. 20
No período, o fato de maior repercussão no Rio foi o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL),
cuja investigação segue em curso.
Temer também criou, neste ano, o Ministério da Segurança Pública. Com isso, a Polícia Federal saiu
da alçada do Ministério da Justiça e passou a ser subordinada à nova pasta.
Raul Jungmann, então ministro da Defesa, assumiu a Segurança Pública. Para o lugar dele, Temer
nomeou Joaquim Silva e Luna, primeiro militar a comandar a Defesa.
Programas sociais
Nos dois anos de Temer à frente do Planalto:
O Bolsa Família foi reajustado duas vezes;
O reajuste do salário mínimo ficou abaixo da inflação;
No Minha Casa, Minha Vida, de acordo com Ministério das Cidades, em 2016 foram contratadas
382.311 unidades habitacionais. Em 2017, o governo traçou como meta contratar 610 mil unidades
habitacionais, mas entregou 500 mil.
A meta para este ano é contratar 650 mil unidades – até agora, foram contratadas 125 mil unidades.
A decisão do STF é apenas um primeiro (e modesto) passo para acabar com o absurdo incentivo à
impunidade – e ainda abre margem a dúvidas e manobras
Se tudo correr como programado, termina hoje, com o voto do ministro Gilmar Mendes, o julgamento
do Supremo Terminal Federal (STF) a respeito do foro privilegiado – ou, como preferem os puristas, foro
por prerrogativa de função.
Pela legislação brasileira, 58.660 cidadãos têm o direito de ser julgados em tribunais especiais, de
acordo com um levantamento do jornal Folha de São Paulo. Tal contingente inclui do presidente da
República ao defensor público de Taboão da Serra – passando por vereadores, oficiais das Forças
Armadas, juízes, procuradores, prefeitos, governadores e, naturalmente, deputados e senadores.
O processo em julgamento no STF examina apenas o que fazer em relação aos 594 deputados
federais e senadores. É provável que a decisão tenha implicação para os demais cargos, mas ela não
será automática. Dependerá de decisões posteriores da Justiça.
Sete dos ministros já votaram em favor da nova interpretação proposta pelo relator, o ministro Luís
Roberto Barroso. Ela prevê a manutenção do foro especial apenas para crimes cometidos no cargo, em
função de atividades relativas ao cargo.
A divergência, iniciada pelo ministro Alexandre de Moraes, afirma que tal critério abrirá margem a
interpretações subjetivas quando casos concretos vierem a julgamento. Ele propôs que todo crime
atribuído a parlamentar seja julgado no STF a partir do momento da diplomação, até o fim do mandato,
não importando a natureza.
O argumento vitorioso de Barroso atém-se ao princípio do foro especial: ele existe para proteger o
cargo de ingerências políticas. O argumento de Alexandre é de ordem prática: a decisão poderá tornar
os julgamentos ainda mais complexos e morosos.
Ser julgado no STF é considerado um privilégio justamente por que, na visão predominante, lá os
processos costumam demorar mais, e os crimes prescrevem.
Um estudo da FGV-Rio, tão citado quanto criticado, constatou, com base na análise de 2.963 inquéritos
e 822 ações penais entre 2002 e 2016, que o tempo médio de tramitação até o julgamento definitivo caiu
para os primeiros (de 1.297 para 797 dias), mas cresceu num movimento constante para as segundas
(de 65 para 1.377).
O estudo levantou casos em que um processo espera mais de quatro anos por providências do relator.
Numa amostra de casos entre 2012 e 2016, verificou que menos de 6% começavam e terminavam no
19
GUROVITZ, HELIO. O foro privilegiado não acaba hoje. G1 Mundo. Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/blog/helio-gurovitz/post/2018/05/03/o-foro-
privilegiado-nao-acaba-hoje.ghtml> Acesso em 04 de maio de 2018.
. 21
STF. Apenas 5,44% preenchiam as duas condições propostas por Barroso. O fim do foro representaria,
portanto, um alívio na carga do tribunal, concebido como corte constitucional, não penal.
Em artigo no site Consultor Jurídico, o jurista Lenio Streck criticou o estudo por não determinar o
período de demora que cabe ao inquérito policial, ao oferecimento da denúncia pelos procuradores e ao
STF especificamente. Streck afirma que as regras para prescrição mudaram em 2010, dificultando as
manobras protelatórias e diz que a própria natureza do julgamento criminal no STF é distinta, feita em
instância única por um colegiado de juízes.
Num levantamento entre o primeiro semestre de 2015, quando já estavam consolidados a atual
estrutura de julgamentos em turmas e o uso de juízes auxiliares, e o início de 2017, ele verificou que 18
de 42 ações penais autuadas já haviam sido julgadas – num prazo em torno de 800 dias, eficácia bem
superior à verificada no estudo da FGV-Rio.
Num ponto, todos estão de acordo: as idas e vindas entre as instâncias judiciárias contribuem para
dilatar a duração dos processos. Barroso sugere, em seu voto, que o STF encerre todos os processos
cuja instrução já esteja concluída, mesmo que o parlamentar perca o mandato ou adquira foro noutra
instância do Judiciário.
Esse critério valeria para os processos da Operação Lava Jato que lá tramitam? Dependerá de como
o relator, ministro Edson Fachin, interpretar as novas condições aos processos. É provável que ele envie
a instâncias inferiores aqueles cujas acusações digam respeito a crimes cometidos fora do cargo hoje
ocupado.
Para novos processos por corrupção, a tendência é haver menos controvérsia – embora o ponto
levantado pela divergência do ministro Alexandre prometa doravante pairar sobre qualquer decisão,
abrindo brechas para advogados manobrarem em favor de seus clientes.
É preciso acabar com os absurdos do foro privilegiado no Brasil. Ele protege criminosos e promove a
impunidade. Mas a decisão de hoje não fará isso, ao menos não em definitivo. O melhor seria o Congresso
Nacional emendar a Constituição para resolver a questão em toda a sua extensão. Infelizmente, por causa
da intervenção federal no Rio de Janeiro, ele está impedido de examinar emendas constitucionais.
Lula chega a Curitiba para cumprir pena por corrupção e lavagem de dinheiro20
20
G1 PR. Lula chega a Curitiba para cumprir pena por corrupção e lavagem de dinheiro. G1 RPC. Disponível em: <https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/lula-
chega-a-curitiba-para-cumprir-pena-por-corrupcao-passiva-e-lavagem-de-dinheiro.ghtml> Acesso em 09 de abril de 2018.
. 22
Mandado de prisão
O ex-presidente é acusado de receber o triplex no litoral de SP como propina dissimulada da
construtora OAS para favorecer a empresa em contratos com a Petrobras. O ex-presidente nega as
acusações e afirma ser inocente.
Lula foi condenado por Moro na primeira instância, e a condenação foi confirmada na segunda
instância pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
A defesa tentou evitar a prisão de Lula com um habeas corpus preventivo no Supremo Tribunal Federal
(STF), mas o pedido foi negado pelos ministros, por 6 votos a 5, em votação encerrada na madrugada de
quinta.
Na tarde de quinta, o TRF-4 enviou um ofício a Moro autorizando a prisão, e o juiz expediu o mandado
em poucos minutos.
Os advogados de Lula, porém, questionaram a ordem de prisão porque ainda poderiam apresentar ao
TRF-4 os chamados "embargos dos embargos de declaração".
Depois, a defesa ainda tentou evitar a prisão com recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no
STF, que também foram rejeitados.
Assassinato
O crime ocorreu na noite da última quarta-feira (14/03) e também vitimou o motorista da vereadora,
Anderson Pedro Gomes. As características do homicídio - uma emboscada sem roubo - apontam para a
hipótese de execução, que é a principal linha de investigação da polícia.
21
AGÊNCIAS ANSA. Deputados da EU pedem fim de acordo com Mercosul após morte de Marielle. ÉpocaNegócios. Disponível em:
<https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2018/03/deputados-da-ue-pedem-fim-de-acordo-com-mercosul-por-marielle.html> Acesso em 16 de março de 2018.
. 23
Nascida e criada na favela da Maré, Marielle foi a quinta vereadora mais votada nas eleições
municipais de 2016, com 46.502 votos. Nos últimos dias, postou mensagens nas redes sociais
denunciando a violência policial no Rio.
"Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava
saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?", escreveu no Facebook.
Ela também chamou o 41º Batalhão da Polícia Militar de "Batalhão da Morte" por causa de denúncias
de crimes no bairro de Acari. Marielle era crítica da intervenção militar do Governo Federal na segurança
pública do Rio de Janeiro.
Entendimento foi defendido pelo ministro Luiz Fux, relator da matéria e presidente do Tribunal Superior
Eleitoral.
Nesta quinta-feira (01/03), os ministros do Supremo derrubaram a chamada modulação da Lei da Ficha
Limpa. Na prática, isso quer dizer que a lei vale não só para os candidatos nas eleições, mas também
para os atuais ocupantes de cargos eletivos.
Por seis votos a cinco, os ministros do Supremo decidiram em outubro de 2017 que a Lei da Ficha
Limpa deve ser aplicada para políticos condenados por abuso de poder político e econômico antes de
2010, quando ela passou a vigorar. A lei tornou o condenado inelegível por oito anos.
Em 2017, o ministro Luiz Fux afirmou que ter a ficha limpa é uma pré-condição para uma pessoa se
candidatar, que inelegibilidade não é pena e que, por isso, não significa que a lei vai retroagir.
“Há de se entender que, mesmo no caso em que o indivíduo já foi atingido pela inelegibilidade, de
acordo com as hipóteses e prazos anteriormente previstos na lei complementar 64, vejam o grau de
cognição e discussão nas ações de controle da constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, mesmo nesses
casos esses prazos poderão ser estendidos, se ainda em curso, ou mesmo restaurados para que
cheguem a oito anos por força da lex nova, desde que não ultrapasse esse prazo”.
Mas no julgamento de outubro, faltou decidir sobre a partir de quando essa decisão seria aplicada. É
o que se chama de modular a decisão. Nesta quinta, o ministro Ricardo Lewandowski defendeu que a lei
só fosse aplicada a partir das eleições de 2018.
“Fui informado pela liderança do governo na Câmara de que a prosperar a decisão da Suprema Corte,
alcançada por maioria muito estreita, de seis a cinco, nós atingiríamos o mandato de 24 prefeitos,
abrangendo cerca de 1,5 milhão, um número incontável de vereadores e também não se sabe ao certo
quantos deputados estaduais em exercício do mandato seriam atingidos”.
Os ministros Celso de Mello, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Alexandre de
Moraes manifestaram a mesma opinião de Lewandowski.
Os ministros Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Edson Fachin e a presidente do
Supremo, Cármen Lúcia, ficaram contra.
Fux argumentou que os candidatos que concorreram nas eleições passadas, apoiados em liminares
da Justiça, sabiam do risco que estavam correndo e defendeu que a Lei da Ficha Limpa seja aplicada a
todos os casos anteriores a ela.
“Qualquer modulação esbarraria, digamos assim, num custo político gravíssimo de termos impedido
várias pessoas de concorrer e ao mesmo tempo fechar os olhos para candidaturas eivadas de vício
gravíssimo, reprovadas por uma lei com amplo apoio da soberania popular e chancelada a sua
constitucionalidade. Não modulo”.
A Lei da Ficha Limpa só poderia ser modulada com os votos favoráveis de ao menos oito dos 11
ministros. Como apenas seis ministros votaram a favor da modulação, prevalece a decisão tomada pelo
Supremo em outubro de 2017. Políticos condenados por abuso do poder econômico e político, mesmo
antes da aprovação da Lei da Ficha Limpa, ficam inelegíveis por oito anos, inclusive os eleitos nas
eleições passadas.
Pasta terá função de integrar e coordenar ações de segurança entre União e estados; PF e PRF
responderão ao novo ministro. Criação do ministério terá de ser aprovada pelo Congresso.
22
JORNAL NACIONAL. Ficha Limpa passa a valer também para ocupantes de cargos eletivos. G1 Jornal Nacional. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-
nacional/noticia/2018/03/ficha-limpa-passa-valer-tambem-para-ocupantes-de-cargos-eletivos.html?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=jn>
Acesso em 02 de março de 2018.
23
MAZUI. GUILHERME. Governo criará nesta segunda novo Ministério da Segurança Pública. G1 Política. Disponível em:
<https://g1.globo.com/politica/noticia/amanha-sai-a-criacao-do-ministerio-diz-perondi-sobre-pasta-da-seguranca-publica.ghtml> Acesso em 26 de fevereiro de 2018.
. 24
Integrantes do governo anunciaram na noite deste domingo (25/02) que o Ministério da Segurança
Pública, anunciado nos últimos dias pelo presidente Michel Temer, será criado nesta segunda (26/02)
Os detalhes sobre a criação da nova pasta foram discutidos por Temer em uma reunião no Palácio do
Jaburu.
Participaram do encontro os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral),
Torquato Jardim (Justiça), Raul Jungmann (Defesa), Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança
Institucional) e Gustavo Rocha (interino dos Direitos Humanos), além do deputado Darcísio Perondi
(PMDB-RS), um dos vice-líderes do governo na Câmara.
Segundo o deputado, a nova estrutura será criada por meio de uma medida provisória, que deve ser
publicada no "Diário Oficial da União" de terça-feira. Será o 29º ministério do governo Temer.
Por se tratar de uma MP, a criação do novo ministério passará a valer a partir do momento de sua
publicação, mas terá de ser aprovada pelo Congresso em até 60 dias, que podem ser prorrogáveis por
mais 60.
Perondi afirmou ainda que o anúncio do nome do novo ministro poderá ser feito ainda nesta segunda.
Ele disse, porém, que ainda não há definição sobre o nome a ser escolhido.
"Tem 10 nomes, mas não tem o nome [do novo ministro]. Poderá ser amanhã, mas nós não discutimos
o nome [na reunião deste domingo]. Tem 10 nomes", disse.
Segundo o ministro da Justiça, Torquato Jardim, que também falou com a imprensa após a reunião,
Temer busca um perfil de "repercussão nacional" para ocupar o comando da pasta, com capacidade de
diálogo com parlamentares e governadores, já que o ministério não pretende invadir a atribuição dos
estados sobre a segurança pública.
Ex-ministro já cumpria prisão domiciliar em Salvador. PF e MPF pediram nova preventiva para evitar
destruição de provas.
O ex-ministro Geddel Vieira Lima, do PMDB, foi preso preventivamente (sem prazo determinado) na
manhã desta sexta-feira (08/09), em Salvador, três dias após a Polícia Federal (PF) apreender R$ 51
milhões em um imóvel supostamente utilizado pelo peemedebista.
A prisão foi determinada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, em
uma nova fase da Operação Cui Bono, que investiga fraudes na Caixa Econômica Federal. Além de
Geddel, a PF cumpre mandado de prisão preventiva contra Gustavo Ferraz – que, segundo as
investigações, é ligado ao ex-ministro – e outros três mandados de busca e apreensão, todos na capital
baiana.
Geddel deixou o prédio pouco depois das 7h, no banco de trás de uma viatura da PF, e chegou ao
aeroporto Luiz Eduardo Magalhães cerca de meia hora depois. Ele será levado para Brasília).
O ex-ministro já tinha sido preso preventivamente na operação, em julho, mas recebeu autorização do
desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, para cumprir prisão domiciliar.
Embora a decisão judicial determine que ele seja monitorado por tornozeleira eletrônica, isso não vinha
acontecendo pois o governo da Bahia não tem o equipamento.
24
BOMFIM, CAMILA. Ex-ministro Geddel Vieira Lima é preso após apreensão de R$ 51 milhões. G1 Bahia. Disponível em: <
http://g1.globo.com/bahia/noticia/mpf-pede-prisao-preventiva-de-geddel-vieira-lima.ghtml> Acesso em 08 de setembro de 2017.
. 25
Sete agentes e dois carros da PF entraram no condomínio de Geddel às 6h. Segundo a TV Bahia
(afiliada da Rede Globo), um vendedor ambulante, que estava na região, foi levado para dentro do
condomínio, possivelmente para servir de testemunha.
Segundo o MPF, a nova fase da operação busca apreender provas de crimes como corrupção passiva,
lavagem de dinheiro e organização criminosa, e que as medidas são necessárias para evitar a destruição
de provas.
O G1 tentou contato com a defesa de Geddel, mas não obteve resposta até a última atualização desta
reportagem.
Comissão da Câmara aprova texto-base da reforma política; saiba o que está previsto25
A comissão da Câmara destinada à análise de uma das propostas que estabelecem a reforma política
aprovou nesta quarta-feira (09/08), por 25 votos a 8, o texto-base do relatório apresentado pelo deputado
Vicente Cândido (PT-SP) – saiba mais abaixo o que está previsto.
O parecer de Vicente Cândido sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi aprovado após
9 horas de sessão. Os deputados, contudo, não haviam concluído a análise do projeto até a última
atualização desta reportagem, isso porque, após o texto-base, eles passaram a analisar os destaques,
ou seja, sugestões que podem mudar a redação.
Após passar na comissão, a PEC seguirá para o plenário da Câmara, onde deverá ser aprovada em
dois turnos antes de seguir para o Senado. A proposta precisa do apoio mínimo de 308 deputados.
Como a sessão se estendia sem previsão de encerramento, a deputada Laura Carneiro (PMDB-RJ)
distribuiu sanduíches a alguns parlamentares.
Entre outros pontos, o projeto cria um fundo para financiar campanhas eleitorais com recursos públicos
e faz mudanças no sistema eleitoral.
Durante a sessão desta quarta, o relator esclareceu que o parecer dele não prevê o chamado
"distritão", modelo que ganhou força entre parlamentares e lideranças partidárias nos últimos dias,
embora o modelo possa ser incluído por meio de uma emenda apresentada por outro parlamentar.
No "distritão", acaba o quociente eleitoral e os mais votados são eleitos, ou seja, seria uma eleição
majoritária, como para presidente. Cada estado vira um distrito eleitoral. No caso de vereador, seria o
município. O eleitor vota em um nome no distrito. Os mais votados são eleitos.
Sistema eleitoral
A proposta aprovada pela comissão estabelece o sistema distrital misto a partir de 2022 nas eleições
para deputado federal, deputado estadual e vereador nos municípios com mais de 200 mil eleitores. O
modelo é uma mistura dos sistemas proporcional e majoritário.
Pelo texto, para escolher deputados federais, por exemplo, o eleitor votará duas vezes. Uma nos
candidatos do distrito e outra nas listas fechadas pelos partidos. A metade das vagas, portanto, iria para
25
CARAM, B. CALGARO, F. Comissão da Câmara aprova texto-base da reforma política; saiba o que está previsto. G1 Política. Disponível em:
<http://g1.globo.com/politica/noticia/comissao-da-camara-aprova-texto-base-da-reforma-politica-saiba-o-que-esta-previsto.ghtml> Acesso em 11 de agosto de 2017.
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os candidatos eleitos por maioria simples. A outra metade, preenchida conforme o quociente eleitoral
pelos candidatos da lista partidária.
No caso de municípios de até 200 mil eleitores, será adotado o sistema eleitoral de lista preordenada
nas eleições para vereador.
Fundo de campanha
Ao apresentar o parecer, o relator Vicente Cândido (PT-SP) dobrou o valor previsto de recursos
públicos que serão usados para financiar campanhas eleitorais.
O projeto institui o Fundo Especial de Financiamento da Democracia, que será mantido com recursos
públicos, previstos no orçamento. Na versão anterior do relatório, Cândido havia estabelecido que 0,25%
da receita corrente líquida do governo em 12 meses seria destinada a financiar campanhas.
Havia uma exceção somente para as eleições de 2018, com o valor do fundo em 0,5% da Receita
Corrente Líquida, o que corresponderá a cerca de R$ 3,6 bilhões.
No novo parecer, Vicente Cândido tornou a exceção uma regra. Pelo texto reformulado, o valor do
fundo será de 0,5% da receita corrente líquida em 12 meses, de maneira permanente.
Vacância da presidência
No caso de vacância do cargo de presidente da República, será feita eleição 90 dias após a vaga
aberta. Se a vacância ocorrer no último ano do mandato presidencial, será feita eleição indireta, pelo
Congresso, até 30 dias após a abertura da vaga.
A regra também valerá para governadores e prefeitos.
Posse
As datas das posses dos eleitos passarão a ser as seguintes:
6 de janeiro: governadores e prefeitos;
7 de janeiro: presidente da República;
1º de fevereiro: deputados e vereadores.
Suplente de senador
A proposta reduz o número de suplentes de senadores, de dois suplentes para um. Em caso de morte
ou renúncia do titular, será feita nova eleição para o cargo, na eleição subsequente. Esse substituto terá
mandato somente até o término do mandato do antecessor.
O texto define, ainda, que o suplente de senador será o candidato a deputado federal que ocupar o
primeiro lugar na lista preordenada do partido do titular do mandato.
. 27
Imunidade do presidente da República
Inicialmente, Vicente Cândido chegou a propor estender aos presidentes da Câmara, do Senado e do
Supremo Tribunal Federal (STF) a imunidade garantida ao presidente da República.
Pela Constituição, o presidente não pode ser investigado por crime cometido fora do mandato. Diante
da reação negativa de diversos integrantes da comissão, o relator informou que retiraria a proposta do
parecer.
Tentativa de adiamento
O PSOL tentou adiar a votação do parecer, sob a justificativa de que seria preciso ouvir antes a
sociedade sobre o texto final, mas não conseguiu.
"Não querer ouvir a sociedade é novamente virar de costas para a opinião popular. Há uma sofreguidão
de preservação de mandatos para o sistema continuar o mesmo", afirmou o deputado Chico Alencar
(PSOL-RJ).
Modificações na CLT foram aprovadas pelo Senado na última terça (11/07) em uma sessão
tumultuada. Governo prometeu alterar pontos da reforma por meio de medida provisória.
O presidente Michel Temer sancionou nesta quinta-feira (13/07) o projeto de reforma trabalhista
aprovado pelo Congresso Nacional.
A nova legislação altera regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e prevê pontos que
poderão ser negociados entre empregadores e empregados e, em caso de acordo coletivo, passarão a
ter força de lei. As novas regras entrarão em vigor daqui a quatro meses, conforme previsto na nova
legislação.
Ao discursar na solenidade de sanção da reforma trabalhista, o peemedebista também criticou o que
chama de “passionalização” na Justiça que, na opinião dele, gera instabilidade ao país.
Temer argumentou que se "passionalizou" praticamente todas as questões que vão ao Judiciário.
Segundo ele, em vez de aplicar "rigidamente" a lei "sem qualquer emoção", há pessoas que usam
"ideologia" e "sentimentos psicológicos e sociológicos".
Temer também enalteceu a atuação do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, e do relator da
proposta na Câmara, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), na articulação política do projeto. Na
avaliação do presidente, foi "árduo o percurso" para aprovar a reforma das leis trabalhistas.
Aprovado pela Câmara em abril, o projeto da reforma trabalhista foi aprovado pelo Senado na última
terça-feira (11/07) em uma sessão tumultuada.
Com a reforma trabalhista, a negociação entre empresas e trabalhadores prevalecerá sobre a lei em
pontos como parcelamento das férias, flexibilização da jornada, participação nos lucros e resultados,
intervalo de almoço, plano de cargos e salários e banco de horas.
Outros pontos, como FGTS, salário mínimo, 13º salário, seguro-desemprego, benefícios
previdenciários, licença-maternidade, porém, não poderão ser negociados.
'Suposta crise'
Em meio ao discurso sobre a reforma trabalhista, Temer afirmou que o país vive uma ‘suposta crise’,
mas que há um “entusiasmo extraordinário” em relação às políticas públicas.
“Eu faço um registro curioso: nessas últimas semanas, certa e precisamente, em função de uma
suposta crise, o que tem acontecido é um entusiasmo extraordinário”, enfatizou.
O presidente também fez um balanço das medidas aprovadas, citando, além da reforma trabalhista,
as mudanças no ensino médio e a PEC do teto de gastos.
“Poderia elencar tudo que nós fizemos ao longo desses 14 meses e olhe: não são 4 anos, não são oito
anos, são 14 meses. E, toda a modéstia de lado, estamos revolucionando o país. Fizemos a reforma
trabalhista, a do ensino médio”, destacou.
Medida provisória
Diante da polêmica gerada em torno das modificações prometidas pelo Palácio do Planalto na
legislação aprovada nesta semana, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), voltou a
afirmar nesta quinta que o Executivo federal vai editar uma medida provisória para alterar os pontos
negociados com os congressistas.
26
LIS, LAÍS. Temer sanciona texto da reforma trabalhista em cerimônia no Planalto. G1 Política. Disponível em: < http://g1.globo.com/politica/noticia/temer-
sanciona-texto-da-reforma-trabalhista-em-solenidade-no-planalto.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 14 de julho de
2017.
. 28
O peemedebista afiançou durante a tramitação do projeto no Senado as mudanças exigidas, inclusive
por integrantes da base aliada, como o dispositivo que permite que gestantes trabalhem em ambientes
insalubres.
O acordo foi costurado com os senadores governistas para que o texto que chegou da Câmara não
fosse alterado no Senado. Se o texto retornasse para nova análise dos deputados, iria atrasar a sanção
das novas regras.
Segundo Jucá, o governo tem 119 dias para editar a MP que modificará a recém-aprovada reforma
trabalhista.
Antes da solenidade de sanção da reforma, o líder do governo no Senado divulgou o texto-prévio da
medida provisória que Michel Temer deve enviar ao Congresso com mudanças em nove pontos da
proposta.
Justiça do Trabalho
Convidado a participar da cerimônia de sanção da reforma trabalhista, o presidente do Tribunal
Superior do Trabalho (TST), ministro Ives Gandra Filho, cumprimentou Michel Temer, em meio ao seu
discurso, pelo que classificou de “coragem, perseverança e visão de futuro" do chefe do Executivo federal
ao "abraçar" as mudanças na legislação trabalhista, o ajuste fiscal e a reforma previdenciária.
Gandra Filho afirmou ainda que a negociação coletiva, que é a espinha dorsal da reforma, é importante
porque, na avaliação dele, quem trabalha em cada segmento é que sabe as reais necessidades daqueles
trabalhadores.
“Aquilo que é próprio de cada categoria você estabelece por negociação coletiva, quem melhor
conhece as necessidades de cada ramo é quem trabalha naquele ramo”, disse.
Veja abaixo alguns pontos que a MP deve modificar:
Gestantes e lactantes
Um dos pontos que a proposta de MP deve alterar é a possibilidade de que gestantes trabalhem em
locais insalubres. O texto original previa que gestantes deveriam apresentar atestado para que fossem
afastadas de atividades insalubres de grau médio ou mínimo.
A proposta de MP divulgada por Jucá determina que “o exercício de atividades insalubres em grau
médio ou mínimo, pela gestante, somente será permitido quando ela, voluntariamente, apresentar
atestado de saúde”.
Jornada 12x36
Outra ponto que o texto-prévio da MP pretende alterar é o que permitia que acordo individual entre
patrão e empregado pudesse estabelecer jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas ininterruptas de
descanso. A minuta divulgada por Jucá quer viabilizar essa jornada após acordo coletivo, ou convenção
coletiva.
Trabalhador autônomo
O texto aprovado prevê que as empresas poderão contratar autônomos e, ainda que haja relação de
exclusividade e continuidade, o projeto prevê que isso não será considerado vínculo empregatício.
A proposta de medida provisória quer alterar esse trecho para vedar a celebração de cláusula de
exclusividade no contrato com trabalhadores autônomos. Além disso, prevê que não será admitida a
restrição da prestação de serviço pelo autônomo a uma única empresa, sob pena de caracterização de
vínculo empregatício.
Outros pontos
A minuta também promete alterar outros pontos da proposta relativos à contribuição previdenciária e
ao pagamento de indenizações por danos morais no ambiente do trabalho.
Além disso, o texto-prévio da MP que deverá ser enviada ao Congresso prevê mudanças para
salvaguardar a participação de sindicatos em negociações de trabalho.
. 29
Pela proposta, comissão de representantes dos empregados não substituirá a função do sindicato de
defender os direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
administrativas, sendo obrigatória a participação dos sindicatos em negociações coletivas.
Contribuição sindical
Durante a tramitação da proposta no Senado, chegou-se a postular, por senadores governistas, uma
sugestão de que a Casa Civil elaborasse uma proposta de eliminação gradual da obrigatoriedade da
contribuição sindical.
O objetivo era conquistar apoio de parlamentares ligados a sindicatos de trabalhadores.
A proposta aprovada pelo Congresso retira a obrigatoriedade dessa contribuição, o que foi alvo de
críticas de movimentos sindicais.
A proposta de medida provisória apresentada nesta quinta, no entanto, não trata do assunto.
Questões
02. (CRBio-1ª Região – Auxiliar Administrativo – Vunesp) O ministro (...) foi escolhido para ser o
novo relator dos processos da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), em sorteio
realizado nesta quinta-feira (02.02) por determinação da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia.
O ministro vai herdar os processos ligados à operação que estavam com o ministro Teori Zavaski,
morto num acidente aéreo em janeiro. Estavam sob a relatoria de Teori 16 denúncias e outros 58
inquéritos relacionados à Lava Jato.
(Uol, https://goo.gl/NANZYF, 02.02.2017. Adaptado)
O novo relator escolhido por sorteio é o ministro
(A) Alexandre de Moraes
(B) Dias Toffoli
(C) Edson Fachin
(D) Gilmar Mendes
(E) Luiz Fux
03. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Vunesp) O governo endureceu as negociações com
os parlamentares e deu um basta a novas concessões na reforma da Previdência, rejeitando assim
o lobby pesado de algumas categorias do serviço público, sobretudo com altos salários.
(O Globo, 23.04.17. Disponível em: <https://goo.gl/E79kQQ>. Adaptado)
(A) a aplicação do fator previdenciário para servidores públicos e o direito à aposentadoria com menos
anos de contribuição do que os trabalhadores privados.
(B) a integralidade, que garante a aposentadoria com o último salário da carreira, e a paridade, que
garante ao servidor aposentado reajustes salarias iguais ao do pessoal da ativa.
(C) o período mínimo de 25 anos de contribuição, que passaria para 35 com a reforma, e o mínimo de
50 anos de idade para aposentar-se, que poderia aumentar para 60 anos.
(D) a estabilidade após dez anos de serviço e o pagamento, aos filhos, de pensão integral vitalícia no
caso de servidores públicos que venham a falecer.
. 30
(E) a não contribuição dos servidores com o INSS, destinado apenas à aposentadoria na iniciativa
privada, e o direito ao aumento real anual no valor da aposentadoria.
05. (PC-AP – Agente de Polícia – FCC) O presidente Michel Temer sancionou em 24 de maio o
projeto da nova Lei da Migração. O texto será publicado no dia 25, no Diário Oficial da União.
(Adaptado de: http://brasil.estadao.com.br)
Sobre a lei da Migração são feitas as seguintes afirmações:
I. À semelhança do Estatuto do Estrangeiro, da década de 1980, a nova lei está voltada para a
segurança nacional.
II. A nova lei determina a existência de um visto temporário para pessoas que precisam fugir dos países
de origem, mas que não se enquadram na lei do refúgio.
III. A lei acaba com a proibição e garante o direito do imigrante de se associar a reuniões políticas e
sindicatos.
IV. Para especialistas, a legislação endurece o tratamento para os imigrantes, o que fere os direitos
humanos e incentiva a xenofobia.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A.
Segundo Calero, Geddel o procurou, em ao menos cinco ocasiões, em busca de conseguir, junto ao
Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) a liberação de um projeto imobiliário em área
tombada de Salvador, na Bahia. Vieira Lima afirmou para Calero ser dono de um apartamento no prédio,
que dependia de aprovação federal, após ter sido liberado pelo Iphan da Bahia, comandado por seus
aliados.
02. Resposta: C
Como tem sido recorrente em notícias que envolvem política, é sabido que o ministro Edson Fachin foi
sorteado para a função de relator da Operação Lava Jato no lugar do ministro Teori Zavaski. Segue o link
com uma notícia do dia do sorteio <http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,edson-fachin-sera-o-relator-da-lava-jato-no-stf,70001650453>
03. Resposta: B
Próximo a data da notícia, Temer já havia feito reuniões para manter a reforma sem alteração, mesmo
com as reivindicações de vários setores. <https://oglobo.globo.com/economia/temer-reune-lideres-determina-que-texto-da-reforma-da-
previdencia-sera-votado-como-esta-21246160> . Após suas recentes vitórias é provável que a base governista tenha força
para aprovar a reforma da maneira que está.
. 31
04. Resposta: A
Desde março de 2014 Moro julga em primeira instancia os crimes cometidos na Operação Lava-Jato,
maior caso de corrupção e lavagem de dinheiro já apurado no Brasil, segundo o MPF. Sérgio Moro é Juiz
Federal da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba.
05. Resposta: A
O Estatuto do Estrangeiro proibia imigrantes de participarem de qualquer atividade de natureza
política. A nova lei acaba com a proibição e garante o direito do imigrante de se associar a reuniões
políticas e sindicatos.
A nova lei determina a existência de um visto temporário específico para o migrante em situação de
acolhida humanitária, para pessoas que precisam fugir dos países de origem, mas que não se enquadram
na lei do refúgio. A legislação também contempla migrantes que vêm ao Brasil para tratamentos de saúde
e menores desacompanhados.
Segue o link de uma notícia vinculada à questão: <http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,temer-sanciona-lei-da-migracao-com-
diversos-vetos,70001812512>
Economia
saúde
Por 7 a 4, STF aprova terceirização irrestrita27
Contratação nessa modalidade abrange todo tipo de atividade; decisão vale para processos
trabalhistas abertos antes da Lei da Terceirização.
O Supremo Tribunal Federal (STF) liberou nesta quinta-feira, 30/08, por sete votos a quatro, a
terceirização de qualquer tipo de atividade, até mesmo das chamadas atividades-fim (que são as que
identificam a atuação de uma empresa ou de uma instituição).
A possibilidade de empresas contratarem trabalhadores terceirizados para desempenhar qualquer
atividade vale mesmo para processos trabalhistas abertos antes da Lei da Terceirização e da reforma
trabalhista, que entraram em vigor no ano passado. A prática permite, por exemplo, que uma empresa de
engenharia contrate engenheiros terceirizados.
A decisão vai destravar quase 4 mil processos que aguardavam a palavra do STF e deve gerar
“estabilidade jurídica” na Justiça do Trabalho, que, em parte, resiste às alterações de 2017, segundo
especialistas e ministros ouvidos pelo Estadão/Broadcast.
Também foi decidido que fica prevista, como na legislação atual, a responsabilidade subsidiária da
empresa contratante. Ou seja, só arcarão com as penalidades, como dívidas trabalhistas e
previdenciárias, na ausência da firma contratada (se estiver falida, por exemplo). Além disso, a decisão
não deve afetar ações em que não há mais recursos disponíveis (trânsito em julgado).
Durante cinco sessões, o STF debruçou-se sobre duas ações que contestavam decisões da Justiça
Trabalhista que vedaram a terceirização de atividade-fim com base na súmula 331 do Tribunal Superior
do Trabalho (TST). Antes da Lei da Terceirização e da reforma trabalhista, a súmula era a única
orientação dentro da Justiça do Trabalho em torno do tema.
No entanto, mesmo após às inovações de 2017, tribunais continuaram decidindo pela restrição da
terceirização, com base no texto do TST, que teve trechos declarados inconstitucionais pelo STF.
A tese aprovada pela maioria dos ministros foi concentrada no fato de a Constituição não fazer
distinção entre o que é atividade-meio ou fim, e não impondo nenhum modelo de produção específico.
Assim, a Corte concluiu que, mesmo antes da reforma, a súmula do TST não poderia ter restringido a
medida.
Essa interpretação sempre foi defendida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ela cita como
exemplo a indústria de produção de sucos. Apesar de ser responsável pela industrialização do suco,
algumas decisões judiciais consideraram a colheita da fruta como parte da atividade-fim desse tipo de
indústria.
“O STF declarou que a terceirização é possível sem que faça distinção aleatória de atividade-fim e
meio. De sorte que a lei veio para dispor nesse mesmo sentido”, afirmou o ex-ministro do STF Carlos
Velloso, representante da CNI, que participou como parte interessada no julgamento.
“A adoção da terceirização irrestrita prejudica enormemente todos os trabalhadores porque ao acabar
com os direitos pactuados, regidos por uma convenção coletiva em cada atividade profissional, ela cria
27
PUPO, A. MOURA, R. M. Por 7 a 4, STF aprova terceirização irrestrita. Estadão Negócios. https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,por-7-a-4-stf-aprova-
terceirizacao-irrestrita,70002480546?utm_source=twitter:newsfeed&utm_medium=social-organic&utm_campaign=redes-
sociais:082018:e&utm_content=:::&utm_term=::::. Acesso em 31 de agosto de 2018.
. 32
trabalhadores de segunda categoria, sem o amparo de uma legislação específica”, afirmou, em nota, o
presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
Votaram a favor os ministros Luiz Fux, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Celso de Mello, Gilmar
Mendes, Luís Roberto Barroso e a presidente Cármen Lúcia. Já os ministros Edson Fachin, Rosa Weber,
Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski foram contrários.
No ano, o dólar acumula alta de mais de 20%, segundo o ValorPro. Analistas não descartam que
câmbio chegue perto de R$ 5 com incerteza eleitoral.
O dólar disparou nesta terça-feira (21/08) e fechou acima de R$ 4 pela primeira vez desde 29 de
fevereiro de 2016, após o resultado de pesquisa Ibope para a Presidência da República. Foi o quinto
pregão consecutivo de alta.
A moeda norte-americana terminou o dia em valorização de 2% em relação ao real, vendida a R$
4,0358. Na máxima do dia, chegou a bater R$ 4,0373.
No ano, o dólar acumula alta de 23,8%, segundo o ValorPro. O dólar turismo, sem cobrança de IOF,
era vendido a R$ 4,20 nesta terça.
Internamente, os investidores repercutiram ao longo da sessão a divulgação das primeiras pesquisas
de intenção de voto após a inscrição das chapas candidatas às eleições de outubro, que mostraram um
cenário ainda incerto sobre a disputa presidencial. Eles temem a liderança de candidatos considerados
menos comprometidos com as reformas fiscais.
"O novo patamar do dólar nesse novo cenário é entre R$ 4,20 e R$ 4,50", afirmou à Reuters o
economista da corretora Nova Futura, Pedro Paulo Silveira. Outros analistas ouvidos pelo G1 não
descartam que a cotação chegue próximo dos R$ 5.
Com as turbulências, a bolsa brasileira fechou em queda de 1,5% nesta terça-feira, ao redor dos 75
mil pontos.
No exterior, o dólar recuava em relação a uma cesta de moedas e também ante divisas de países
emergentes após o presidente Donald Trump, em entrevista à Reuters na véspera, ter criticado a política
de aumento de juros do Federal Reserve, banco central norte-americano.
Diante da incerteza eleitoral, o mercado de juros futuros também sofreu forte ajuste nos preços dos
contratos nesta terça. Os DIs mais longos, com vencimento entre 2025 e 2027, tiveram alta de quase 0,5
ponto percentual, segundo o Valor Online.
Risco-país
A economia brasileira sofre os efeitos do calendário eleitoral devido à indefinição sobre o próximo
governo e a política econômica a ser adotada a partir do próximo ano. Com isso, cresce a percepção de
risco dos investidores internacionais em relação à economia brasileira. Entre as principais economias
latino-americanas, o risco do Brasil só subiu menos que o da Argentina.
O dólar em alta é o indicativo mais visível do crescimento da desconfiança dos investidores em relação
ao Brasil.
Atuação do BC
O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais,
equivalentes à venda futura de dólares, rolando US$ 3,6 bilhões do total de US$ 5,255 bilhões que vence
em setembro.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
"Não há pressão de demanda nem por proteção cambial e nem por demanda no mercado à vista,
sendo que a alta do preço decorre do emocional e psicológico, fatores imponderáveis, não alcançáveis
por intervenção do BC, que se ocorrer será inócua", disse à Reuters o economista e diretor-executivo da
NGO Corretora, Sidnei Nehme, questionado sobre a possibilidade de o Banco Central atuar por meio de
leilões extraordinários de swap.
Última sessão
Na véspera, o dólar fechou cotado a R$ 3,9566, na maior cotação desde fevereiro de 2016. Até então,
a última vez que o dólar tinha encerrado uma sessão acima de R$ 3,95 havia sido no dia 29 de fevereiro
de 2016 (R$ 4,0036).
28
G1. Dólar dispara e fecha acima de R$4,00 pela 1ª vez em mais de 2 anos. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/08/21/cotacao-do-dolar-
21082018.ghtml. Acesso em 22 de agosto de 2018.
. 33
Governo projeta salto de 30% na produção de grãos do Brasil em 10 anos29
Segundo estudo, safra deve alcançar 300 milhões toneladas até 2028 e área plantada deve ter
expansão de 13,3%.
A safra brasileira de grãos e oleaginosas deve atingir 302 milhões de toneladas em 2027/2028, o que
representará um crescimento de 30% na comparação com os atuais 232 milhões de toneladas, de acordo
com o estudo Projeções do Agronegócio do Brasil, do Ministério da Agricultura, divulgado na segunda-
feira (06/08).
A safra de soja do Brasil deve saltar para 156 milhões de t em 2027/2028, versus aproximadamente
120 milhões atualmente, enquanto a de milho crescerá para 113 milhões.
O ministério afirmou que a área com todas as lavouras passará de 75 milhões para 85 milhões de
hectares, uma alta de 13,3% em 10 anos, com crescimento de plantio em pastagens ou em áreas
degradadas.
"As maiores expansões devem ocorrer no plantio de soja, cana de açúcar e milho. Lavouras, como
arroz, feijão, mandioca e laranja, devem ter redução de área plantada. Ganhos de produtividade deverão
compensar as reduções, de modo que não haverá recuo de produção. O café deve apresentar certa
estabilização da área e os ganhos de produtividade obtidos nos últimos anos permitem obter produção
crescente, mesmo com tendência de redução de área", afirma o ministério.
O estudo projeta ainda uma produção de carnes de 34 milhões de toneladas em 2027/28, o que
representa acréscimo de 7 milhões de toneladas sobre 2018, ou alta de 25%. O maior crescimento deve
ocorrer nas carnes suína e de frango, seguidas por carne bovina.
A maior expansão deverá ocorrer no Centro Oeste e no Norte, com aumento de produção estimado
em 34,8% e 34%, respectivamente. Os maiores avanços deverão ocorrer nos estados de Rondônia,
Tocantins e Pará. Quanto à área plantada de grãos, os estados do Centro Oeste terão incremento de
28,2%; do Norte, 23% e do Sul, 7,5%.
Projeção de exportações
A pesquisa também projeta um crescimento de mais de 30% nas exportações até 2028. Soja, milho e
carnes deverão continuar como destaque. Frutas, em especial manga, melão, mamão e uva, estão entre
os potenciais destaques nos próximos anos.
Cerca de 70% das exportações de soja devem seguir para a China, segundo o estudo.
O presidente Michel Temer indicou nesta sexta-feira o engenheiro Ivan Monteiro como novo
presidente-executivo da Petrobras, em substituição a Pedro Parente, que pediu demissão do cargo nesta
manhã, em meio a ataques à política de preços da estatal.
Em breve pronunciamento no Palácio do Planalto, Temer afirmou que não haverá qualquer
interferência do governo sobre a política de preços da Petrobras e apontou a nomeação de Monteiro,
antes diretor financeiro e de relações com investidores na companhia, como uma garantia de que o rumo
da petroleira seguirá inalterado.
Para baixar diesel, governo corta verba de programas de transplantes e de combate ao trabalho
escravo31
2929
G1. Governo projeta salto de 30% na produção de grãos do Brasil em 10 anos. https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2018/08/07/governo-ve-
salto-de-30-na-producao-de-graos-do-brasil-em-10-anos.ghtml. G1 Agro. https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2018/08/07/governo-ve-salto-de-30-
na-producao-de-graos-do-brasil-em-10-anos.ghtml. Acesso em 07 de agosto de 2018.
30
REUTERS. Temer indica interno Ivan Monteiro para presidir Petrobras. Economia. Terra. < https://www.terra.com.br/economia/temer-indica-ivan-monteiro-
para-presidir-petrobras-e-nega-que-havera-interferencia-na-estatal,c5d3729cd2d28185e0d24bb7b7a6df4cglgdcirz.html> Acesso em 04 de junho de 2018.
31
CAMPOREZ, P. BRESCIANI, E. GÓES, B. Para baixar diesel, governo corta verba de programas de transplantes e de combate ao trabalho escravo. O Globo.
Economia <https://oglobo.globo.com/economia/2018/05/31/2270-para-baixar-diesel-governo-corta-verba-de-programas-de-transplantes-de-combate-ao-trabalho-
escravo?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo> Acesso em 01 de junho de 2018.
. 34
Transportes foi o mais afetado: terá de cortar R$ 1,4 bilhão. Também houve corte em programas sociais
como políticas para juventude, violência contra mulheres, políticas sobre drogas e saúde indígena.
A redução do preço do diesel foi uma concessão do governo diante da pressão da greve dos
caminhoneiros que paralisou o país por nove dias. Só no Ministério da Educação os cortes serão de R$
R$ 55,1 milhões. O dinheiro estava previsto no orçamento para concessão de bolsas no Programa de
Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (Proies). Houve ainda
um corte de R$ 150 milhões no fundo garantidor do financiamento estudantil.
Além de sofrer com cortes no programa de transplantes, no valor de R$ 1,3 milhão, o Ministério da
Saúde foi vai ter de retirar R$ 34 milhões do Programa Mais Médicos, R$ 11,8 milhões do programa de
gratuidade do Farmácia Popular e R$ 38,9 milhões do dinheiro que seria destinado à manutenção de
unidades de saúde. O montante do corte na pasta foi de R$179,6 milhões.
No Ministério do Meio Ambiente, chama a atenção a retirada de R$ 1,1 milhão da fiscalização ambiental
e de R$ 2,9 milhões do montante que seria aplicado em unidades de conservação. As informações sobre
as áreas e ministérios que sofreram cortes foram publicadas numa edição extra do Diário Oficial da União
de 30 de maio.
Temer também cortou R$ 3,8 milhões do programa "Criança Feliz". A inciativa da área social tinha
como embaixadora a primeira-dama, Marcela Temer, que resolveu recentemente se afastar dos holofotes.
No início de 2017, os marqueteiros do governo tinham um ambicioso plano para alavancar a popularidade
do presidente. Umas das ideias era escalar Marcela para participar de uma série de atos oficiais
relacionados ao “Criança Feliz”.
Na lista está ainda o corte de R$ 1,5 milhão para o "policiamento ostensivo nas rodovias e estradas
federais". A verba, que seria usada pela Polícia Rodoviária Federal, serviria, entre outros propósitos, para
operações de fiscalização do transporte de cargas e aumento do policiamento em feriados. Procurada
pela reportagem, a PRF disse que a decisão é recente e que ainda vai estudar como irá remanejar os
recursos para garantir o policiamento nas estradas.
O governo também retirou R$ 4,1 milhões para o combate ao tráfico de drogas e proteção de bens da
União. Na rubrica, ainda estava incluído o combate ao tráfico de seres humanos, à exploração sexual
infanto-juvenil e à pedofilia.
. 35
Aumento que vai chegando ao supermercado. “Nesta quarta, nós estamos vendendo uma batata a R$
4, um tomate a R$ 3 reais. Esses preços, a partir de quinta-feira (24/05), vão ter que ser elevados pra R$
5 a R$ 5,50”, explica o gerente do supermercado Edgar Pimenta.
O transporte de combustível também parou em várias regiões do país. Em São Paulo, a prefeitura
informou que 40% dos ônibus urbanos não vão circular nesta quinta-feira (24/05). No Recife e no Rio isso
já aconteceu nesta quarta. O resultado para os passageiros foi atraso.
Filas enormes para abastecer em várias capitais, como no Vale do Paraíba, em São Paulo. Mesmo
com o preço da gasolina nas alturas, houve confusão em filas de postos em Macaé, no estado do Rio. E
nem era a gasolina mais cara. Olha o preço no Recife: R$ 8,99.
Caminhões foram escoltados pela polícia para abastecer aviões no Recife e em Brasília. Na capital
federal, a partir da tarde desta quarta, só podem pousar aviões que decolem de novo sem abastecimento.
Segundo um relatório da Infraero, outros cinco aeroportos só têm combustível para esta quarta: Recife,
Maceió, Aracaju, Palmas e Congonhas, em São Paulo.
No Porto de Santos, quase parado, os navios chegam. Os caminhões, não. Os motoristas defendem
a paralisação. “Os gastos são de 70% do frete, ficam na estrada: no diesel e nos pedágios”, conta o
caminhoneiro Nilson Oliveira.
Caminhões que transportam oxigênio de uso hospitalar não estão chegando a Juazeiro, na Bahia. A
maternidade, o hospital infantil e o pronto-socorro só têm estoque para mais dois dias. “Todas as cirurgias
eletivas vão ser canceladas e vamos atender na urgência apenas pacientes classificados como vermelho
e amarelo”, diz o diretor médico do hospital José Antônio Bandeira.
O Procon de Pernambuco interditou na noite desta quarta-feira (23/05) por 72 horas o posto que
cobrava gasolina a R$ 8,99 o litro e aplicou multa de R$ 500 mil.
A Agência Nacional de Aviação Civil recomenda que os passageiros com voos marcados consultem
as empresas aéreas antes de irem para os aeroportos por causa das dificuldades no abastecimento de
querosene de aviação.
A sanção da lei que permite a terceirização de trabalhadores de forma irrestrita provocou muita
controvérsia recentemente na sociedade. Diante do novo cenário, é preciso as enxergar as novas
implicações no mercado de trabalho com essa nova lei.
O projeto aprovado pela Câmara e transformado em lei pelo presidente é de 1998 e libera a
terceirização de todos os setores das empresas, seja atividade fim ou atividade meio, e também no serviço
público, com exceção de carreiras de Estado, como auditor e juiz.
A maior crítica da oposição, é que o projeto não tem dispositivos para impedir a chamada "pejotização"
- demissão de trabalhadores no regime de CLT para contratação deles como pessoas jurídicas (PJ) - e
assim restringir direitos trabalhistas. Porém essa conduta continua sendo ilegal. Explicando um pouco
melhor esse termo, a PJ tem vínculos que caracterizam uma relação de funcionário com aquela empresa,
mas não tem sua carteira assinada e, em geral, não tem todos os direitos trabalhistas garantidos
justamente por não trabalhar em regime CLT. Já na terceirização, uma empresa tem empregados com
carteira assinada vinculados a ela, e aloca esses funcionários para prestar serviços na empresa cliente.
Em relação às leis trabalhistas, por enquanto nada mudou. Porém, a expectativa fica sobre como será
votada a lei de flexibilização do regime trabalhista. Caso aprovada, reforma trabalhista irá permitir que o
acordado entre patrões e empregados tenha poder de se sobrepor à normas trabalhistas – o chamado
“combinado sobre o legislado”.
Já o lado que apoia o projeto afirma que ele irá reduzir o alto número de desempregados atualmente
no Brasil. Para se ter ideia, segundo dados do IBGE, no trimestre encerrado em fevereiro o número de
desempregados no Brasil atingiu a marca de 13,5 milhões de brasileiros, o maior índice da série histórica
que se iniciou em 2012. O número de pessoas sem trabalho cresceu 36% em relação ao mesmo período
do ano anterior.
Eles ainda dizem que, na medida em que as empresas passam a se focar em partes específicas do
trabalho, tornam-se mais especializadas e produtivas, elevando assim os ganhos em toda sua cadeia de
produção. Por exemplo, quando uma empresa contrata uma terceirizada para cuidar da limpeza de suas
instalações, essa empresa reduz a quantidade de procedimentos que tem que lidar e acaba prestando
um melhor serviço do seu “core business”. Menos recursos indo para a burocracia resultariam em maior
produtividade. E maior produtividade significa melhores condições e mais ganhos reais ao trabalhador.
33
DANA, Samy. Terceirização: Como fica a partir de agora? Portal G1. Disponível em: < http://g1.globo.com/economia/blog/samy-dana/post/terceirizacao-
como-fica-partir-de-agora.html>. Acesso em 10 de abril de 2017.
. 36
Agora, vamos aos pontos mais parciais que foram vetados na proposta. O primeiro deles é da
possibilidade de prorrogação do prazo de até 270 dias do contrato temporário de trabalho por acordo ou
convenção coletiva. O segundo assegura ao trabalhador temporário, salário, jornada de trabalho e
proteção previdenciária e contra acidentes equivalentes aos trabalhadores fixos da mesma função. Por
fim, o terceiro e último, prevê o benefício do pagamento direto do FGTS, férias e décimo terceiro
proporcionais a empregados temporários contratados até trinta dias.
Além disso, um assunto que foi muito questionado com essa lei, foi a maneira em que os concursos
públicos ficariam pós a lei entrar em vigor. A realidade é que o projeto não tem nenhum ponto específico
que fala sobre o serviço público, pois é considerado muito amplo e com poucos itens pontuais que
explicam determinada área em específico.
Segundo o juiz federal William Douglas, a abolição de concursos seria considerada inconstitucional.
Ademais, enquanto algumas pessoas interpretam que o projeto é só para o setor privado, outras acham,
por exemplo, que empresas como o Banco do Brasil, que tem “economia mista”, são afetadas pelo projeto.
Com a terceirização em vigor, as empresas tendem a se tornar mais produtivas e isso se refletirá em
melhores serviços e produtos com preços mais competitivos. Até serviços melhores poderão vir até
mesmo do governo, uma vez que produzindo mais, aumenta-se a arrecadação de impostos e com isso
orçamento público também se eleva.
Questões
01. (TJ/SP – Assistente Social Jurídico – Vunesp) O presidente Michel Temer sancionou na noite
desta sexta-feira o projeto de lei que regulamenta a terceirização no país.
A iniciativa foi publicada em edição extra do “Diário Oficial da União” e inclui vetos parciais a três pontos
da proposta.
(Folha de S.Paulo, 31.03.2017)
O projeto de lei sancionado
(A) Isenta as empresas contratantes e contratadas dos serviços terceirizados de qualquer ação no
âmbito da Justiça do Trabalho e determina que todos os trabalhadores terceirizados devem se constituir
em microempresários, dessa forma responsáveis pelos tributos relacionados ao trabalho.
(B) Determina que todas as empresas privadas podem terceirizar qualquer atividade profissional,
desde que todos os direitos trabalhistas sejam respeitados, e veta a utilização de trabalho terceirizado
para as empresas de economia mista e a administração pública, com exceção para a área de saúde.
(C) Limita a terceirização do trabalhador à denominada atividade-meio e, em caso de litígio trabalhista,
as empresas contratadas e contratantes devem ser acionadas conjuntamente na Justiça do Trabalho e
dividirão os custos das indenizações relacionadas a tais processos.
(D) Impede que a empresa de terceirização subcontrate outras empresas, prática denominada de
quarteirização, e amplia os direitos trabalhistas dos funcionários das empresas de terceirização, por
exemplo o aumento da multa sobre o valor dos depósitos do FGTS em caso de demissão sem justa
causa.
(E) Permite a terceirização de todas as atividades e autoriza a empresa de terceirização a subcontratar
outras empresas para realizar serviços de contratação, remuneração e direção do trabalho e atribui à
empresa terceirizada, em casos de ações trabalhistas, o pagamento dos direitos questionados na Justiça,
se houver condenação.
02. (PC/AP – Agente de Polícia – FCC) A Lei da Terceirização, foi sancionada pelo presidente Michel
Temer, em 31 de março. Essa lei dispõe que:
I. A terceirização poderá ser aplicada a qualquer atividade da empresa, tanto atividade-meio como
atividade-fim.
II. O tempo de duração do trabalho temporário não deve ultrapassar três meses ou 90 dias.
III. Após o término do contrato, o trabalhador temporário só poderá prestar novamente o mesmo tipo
de serviço à empresa após esperar três meses.
. 37
03. (BRDE – Analista de Projetos-Área Econômico-financeiro – FUNDATEC) O Banco Central do
Brasil está entre as principais autoridades monetárias do país e é integrante do Sistema Financeiro
Nacional. Quem é seu atual presidente?
(A) Alexandre Tombini.
(B) Armínio Fraga.
(C) Henrique Meirelles.
(D) Ilan Goldfajn.
(E) Michel Temer.
04. (PC/SP – Agente Policial – VUNESP-2018) A paralisação dos caminhoneiros vem perdendo força
e dá claros sinais de que está próxima do fim. A Polícia Federal Rodoviária (PRF) notificou nesta quinta-
feira, 31 de maio, uma grande redução dos pontos de concentração nas rodovias federais. Em todos os
Estados, a vida começa a voltar ao ritmo normal.
(Exame, 31.05.18. Disponível em: https://goo.gl/JsGcc2. Adaptado)
A paralisação dos caminhoneiros evidenciou
(A) a relevância e a extensão da malha ferroviária no Brasil.
(B) a dependência da economia brasileira em relação ao rodoviarismo.
(C) a força do transporte aéreo de cargas na reposição dos estoques.
(D) o investimento crescente do Brasil no transporte fluvial.
(E) a perda de importância dos derivados de petróleo no abastecimento.
05. (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP – Técnico Legislativo – Vunesp–2018) A
decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de aumentar os impostos de importação de aço e alumínio
pode abalar o comércio mundial e a economia brasileira.
(UOL, 09.03.2018. Disponível em:<https://goo.gl/Tn1QpE> . Adaptado)
Uma das possíveis consequências da decisão de Trump para o Brasil é
(A) o aumento da produção de aço nacional, devido à demanda de outros países.
(B) uma crise na oferta de aço, diante da escassez do produto no mercado.
(C) o impacto nas siderúrgicas nacionais, que exportam muito para os EUA.
(D) a interrupção da importação de produtos norte-americanos, como retaliação à decisão.
(E) a redução no consumo de petróleo, muito utilizado na produção de aço.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: E
Seria algo como uma “quarteirização”. As novas regras permitem que uma empresa terceirizada
terceirize o serviço para o qual ela foi contratada ou para que essas empresas encontrem outras para
executar esse serviço. Segue o link explicativo < http://g1.globo.com/politica/noticia/temer-sanciona-com-3-vetos-projeto-da-camara-sobre-
terceirizacao.ghtml>
02. Resposta: A
A alternativa II está incorreta. “O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo
empregador, NÃO poderá exceder ao prazo de CENTO E OITENTA dias, consecutivos ou não.”.
Conforme Artigo 10 da mesma lei.
03. Resposta: D
Ilan Goldfajn (Haifa, 12 de março de 1966) é um professor e economista israelo-brasileiro. É o atual
presidente do Banco Central do Brasil.
De origem judaica, nasceu em Haifa, Israel. Parte de sua criação deu-se no Rio de Janeiro, onde
estudou no Colégio Israelita Brasileiro A. Liessin.
Em 17 de maio de 2016, foi indicado ao cargo de presidente do Banco Central pelo ministro da Fazenda
Henrique Meirelles. Seu nome foi submetido à aprovação no Senado Federal, contando com 53 votos
favoráveis e 13 contrários. Foi empossado no cargo em 9 de junho.
. 38
04. Resposta: B
A greve dos caminhoneiros evidenciou a grande dependência brasileira do transporte rodoviário (para
mercadorias e para passageiros). Reconhecidamente o transporte rodoviário é eficiente para pequenas
distancias, forma que não é a utilizada no Brasil, país de dimensões continentais. Um segundo problema
(mais grave) é que a dependência de um único sistema de transportes gera maiores problemas quando
em casos de paralização, como vimos agora.
05. Resposta: C
A decisão do presidente norte-americano Trump afeta o setor siderúrgico nacional porque o Brasil
ocupa a segunda posição entre os países exportadores de aço para a industrial estadunidense. <
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2018/03/09/trump-cria-taxa-para-aco-e-aluminio-que-impacto-isso-pode-ter-na-sua-vida.htm>
Sociedade
Ministro Dias Toffoli sanciona leisaúde
que torna crime a importunação sexual34
Presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli substitui o presidente da República, Michel
Temer, que está em Nova York.
O constrangimento por que passam milhões de brasileiras no transporte público e em outros lugares
vai ser tratado de forma diferente desta segunda-feira (24/06) em diante. Os responsáveis pela chamada
importunação de natureza sexual vão responder a processo na Justiça, segundo uma nova legislação.
Agora é crime. O ato libidinoso contra alguém; denúncias de homens que se masturbam ou ejaculam
em mulheres no transporte público, por exemplo. A importunação sexual, até hoje, era contravenção, só
pagava multa. Agora dá prisão, pena de um a cinco anos. Isso se o ato não incluir crimes mais graves.
“Eles ficam atrás. Ficam esfregando. Outra hora, mesmo sentada na cadeira, ficam deslizando o braço.
Eu olho, eu falo, eu reclamo. Eu falo para a pessoa”, diz a auxiliar de serviços gerais Darcilena Francisca
da Silva. “Muitas pessoas encostam nas outras e aí fica assim, ficam aproveitando pelo fato do ônibus
estar cheio”, diz a secretária Vivian Maria Nogueira Gomes.
A lei foi sancionada nesta segunda-feira (24/09) pelo presidente interino, Dias Toffoli. O presidente do
Supremo Tribunal Federal substitui Michel Temer, que está em Nova York.
O texto também aumenta as penas nos casos de estupro coletivo, quando cometido por duas ou mais
pessoas. Divulgação de imagens de estupro, cenas de nudez, sexo ou pornografia, sem o consentimento
da vítima, prevê prisão. E dependendo do caso, pode ter a pena elevada.
Os frequentes casos de abuso, atos libidinosos contra mulheres, especialmente em ônibus, no metrô,
exigiram a mudança na lei. Não estavam previstos no Código Penal e, por isso mesmo, não podiam ser
devidamente punidos.
Foi o caso do ajudante de serviços gerais Diego Ferreira de Novaes, de 27 anos. Em 2017, ele ejaculou
em uma mulher dentro de um ônibus, em São Paulo. Foi preso e logo solto. Ele já tinha sido detido outras
15 vezes pelo mesmo motivo. Não era crime. Na mesma semana, ele atacou outra passageira, também
na Avenida Paulista. Acabou sendo declarado inimputável em laudo psiquiátrico e internado como medida
de segurança por um ano.
Para proteger as mulheres, já havia vagões exclusivos em trens e metrôs, mas faltava tipificar o crime
para acabar com a impunidade.
“Eu tenho uma filha de 15 anos, então eu me preocupo bastante com isso. Acho que vai mudar porque
aí a pessoa fica com medo de ir para uma prisão. Então, pode ser que faça a diferença”, diz o vigilante
Dielson Miranda Aguiar.
Número de pessoas afetadas pela fome retrocedeu a níveis de uma década atrás. Brasil está entre 51
países mais expostos a extremos climáticos e, portanto, mais suscetíveis a aumento de casos de
desnutrição.
O número de pessoas afetadas por desnutrição mundo afora aumentou pelo terceiro ano consecutivo
em 2017, retrocedendo a níveis de uma década atrás, aponta um relatório publicado por agências da
Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (11/09).
34
Jornal Nacional. Ministro Dias Toffoli sanciona lei que torna crime a importunação sexual. G1 Jornal Nacional. https://g1.globo.com/jornal-
nacional/noticia/2018/09/24/ministro-dias-toffoli-sanciona-lei-que-torna-crime-a-importunacao-sexual.ghtml. Acesso em 25 de setembro de 2018.
35
Deutsche Welle. Uma em cada nove pessoas no mundo passa fome, diz ONU. https://www.dw.com/pt-br/uma-em-cada-nove-pessoas-no-mundo-passa-fome-
diz-onu/a-45441441. Acesso em 13 de setembro de 2018.
. 39
Um total de 821 milhões de pessoas, ou uma em cada nove no planeta, não tem o suficiente para
comer. Em 2016, 804 milhões de pessoas estavam nessa situação.
Mundo afora, quase 151 milhões de crianças com menos de cinco anos de idade sofreram de
desnutrição no ano passado, ou 22% das crianças no mundo. Ao mesmo tempo, 672 milhões de adultos
no mundo – um em cada oito – estão obesos, ante 600 milhões em 2014.
No Brasil, a situação é considerada estável nos últimos anos, e o problema atinge hoje 2,5% da
população. De 2004 a 2006, a taxa registrada foi de 4,6%. Ao mesmo tempo, aumentou a percentagem
de adultos obesos no país, de 19,9% em 2012 para 22,3% em 2018.
De acordo com a ONU, mudanças climáticas e a ocorrência de conflitos impulsionam o retrocesso. A
maior variabilidade nas temperaturas usuais, chuvas intensas e mudanças no padrão das estações
impactam a quantidade e a qualidade de comida disponível e afetam principalmente os mais pobres.
O Brasil, por exemplo, registrou nos últimos anos várias ocorrências de temperaturas extremas em
áreas destinadas à agricultura e estiagens mais frequentes. O país está entre os 51 listados no relatório
da ONU como mais expostos a extremos climáticos em 2017, e, portanto, mais suscetível ao aumento de
casos de desnutrição.
A situação tem piorado principalmente na América do Sul e na maior parte da África, enquanto, na
Ásia, a situação é estável na maioria das regiões. A Ásia tem o maior número de pessoas desnutridas no
mundo – de 515 milhões – devido ao tamanho de sua população.
Em termos relativos, o leste da África é a região mais afetada, com 31,4% da população classificada
como desnutrida. Na América do Sul, 5% das pessoas se enquadram na categoria.
Na América do Sul, a ONU apontou a queda no preço de commodities, como o petróleo, como o
provável motivo das maiores taxas de desnutrição, já que houve menos recursos disponíveis para
importação de comida e investimentos na economia. A falta de alimentos levou cerca de 2,3 milhões de
pessoas a fugir da Venezuela até junho, afirmou a ONU.
O relatório foi publicado conjuntamente pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura (FAO), pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), pelo Fundo das Nações
Unidas para a Infância (Unicef), pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA) e pela Organização Mundial
da Saúde (OMS).
Estimativa mais recente da população mostra que 24% dos brasileiros vivem nas capitais. Menos de
1% dos municípios têm mais de 500 mil habitantes e apenas 3 têm menos de mil.
A população brasileira foi estimada em 208,5 milhões de habitantes, conforme divulgado nesta quarta-
feira (29/08) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As estimativas da população para
estados e municípios, com data de referência em 1º de julho de 2018, foram publicadas no "Diário Oficial
da União".
Na comparação com 2001, quando havia pouco mais de 172,3 milhões de habitantes, a população
brasileira cresceu 21%. A taxa de crescimento em relação a 2017, quando a população somava 207,6
milhões, foi de 0,82%.
Principais destaques:
- 21,8% da população do país (45,5 milhões) vive no estado de São Paulo.
- Apenas 3 estados, todos no Norte, têm menos de 1 milhão de habitantes.
- 23,8% da população (49,7 milhões) vive nas 27 capitais.
- Mais da metade da população (57%) vive em apenas 5,7% dos municípios do país (317).
- Dos 5.570 municípios, apenas 46 (0,8%) têm mais de 500 mil habitantes.
- O município mais populoso é São Paulo (SP), com 12,2 milhões de habitantes.
- O município menos populoso é Serra da Saudade (MG), com apenas 786 habitantes.
- Além de Serra da Saudade, apenas outros dois municípios têm menos de mil habitantes: Borá (SP),
com 836, e Araguainha (MT), com 956.
36
Silveira, Daniel. Brasil tem mais de 208,5 milhões de habitantes, segundo IBGE. G1. https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/08/29/brasil-tem-mais-de-
208-milhoes-de-habitantes-segundo-o-ibge.ghtml. Acesso em 30 de Agosto de 2018.
. 40
As estimativas da população brasileira foram calculadas com base na Projeção de População,
divulgada pelo IBGE em 25 de julho. Ela já indicava que os brasileiros somavam cerca de 208 milhões e
apontava que a população crescerá até 2047, quando chegará a 233 milhões e começará a encolher.
. 41
. 42
Outros três estados completam o grupo com mais de 10 milhões de habitantes: Bahia, com 14,8
milhões, Paraná, com 11,3 milhões, e Rio Grande do Sul, com também com 11,3 milhões.
Já Roraima, na Região Norte, é o estado menos populoso, com 576,6 mil habitantes (0,3% da
população total). Os outros dois menores estados também estão na Região Norte: Amapá, com 829 mil,
e Acre, com 869 mil. Estes três estados nortistas são os únicos com menos de 1 milhão de habitantes.
. 43
O município de São Paulo continua sendo o mais populoso do país, com 12,2 milhões de habitantes,
seguido pelo Rio de Janeiro (6,7 milhões de habitantes), Brasília e Salvador (cerca de 3,0 milhões de
habitantes cada).
Apenas 17 municípios brasileiros superam a marca de 1 milhão de habitantes. Juntos, eles somam
45,7 milhões de habitantes ou 21,9% da população do Brasil. Três deles não são capitais: Guarulhos
(SP), com 1,4 milhão, Campinas (SP), com 1,2 milhão, e São Gonçalo (RJ), com 1,1 milhão.
Quando se excluem estes 17 municípios com mais de 1 milhão de habitantes, os outros mais populosos
são Duque de Caxias (RJ), São Bernardo do Campo (SP), Nova Iguaçu (RJ), Santo André (SP), São José
dos Campos (SP), Jaboatão dos Guararapes (PE) e Osasco (SP).
Serra da Saudade (MG) é o município brasileiro de menor população, com apenas 786 habitantes,
seguido de Borá (SP), com 836 habitantes, e Araguainha (MT), com 956 habitantes. Estes são os únicos
três municípios com menos de mil habitantes.
Tribunal apontou o Estado brasileiro como responsável pela violação ao direito de conhecer a verdade
sobre o assassinato do jornalista
A Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) condenou o Brasil pela falta de investigação
e sanção dos responsáveis pela morte do jornalista Vladimir Herzog, em 1975, durante o regime militar,
informou o tribunal nesta quarta-feira (04/07).
O tribunal questionou a aplicação da lei de anistia de 1979 para encobrir os responsáveis pela morte
de Herzog e apontou o Estado brasileiro como responsável pela violação ao direito de conhecer a verdade
e a integridade pessoal em detrimento dos familiares da vítima.
O caso ocorreu após a detenção de Herzog, em 25 de outubro de 1975, quando foi interrogado,
torturado e assassinado "em um contexto sistemático e generalizado de ataques contra a população civil,
considerada como opositora à ditadura brasileira", segundo a corte, sediada em San José, na Costa Rica.
A instância ressaltou que as principais vítimas destes abusos eram jornalistas e membros do Partido
Comunista Brasileiro, durante a ditadura que governou o Brasil entre 1964 e 1985.
Diretor de jornalismo da TV Cultura, Vladimir Herzog foi convocado pelo DOI-Codi em 1975 a prestar
depoimento sobre seus vínculos com o Partido Comunista Brasileiro (PCB). No dia seguinte, estava
morto. No mesmo dia da prisão, o Exército divulgou que Herzog tinha se suicidado e confirmou a versão
em uma posterior investigação da jurisdição militar. A versão oficial, supostamente corroborada por uma
foto do jornalista enforcado, não convenceu.
Na imagem, Vlado estava de joelhos dobrados, com a cabeça pendida para a direita e o pescoço preso
a uma tira de pano. A "fake news" da ditadura não resistiu à verdade indiscutível, testemunhada por
colegas jornalistas de Herzog também detidos: ele havia sido torturado e morto pelos militares.
O assassinato coincidia com uma greve estudantil em algumas das principais universidades de São
Paulo. Organizado por Dom Paulo Evaristo Arns, o ato inter-religioso em homenagem à Herzog reuniu 8
mil cidadãos na Catedral da Sé em outubro daquele ano. O número poderia ser maior não fosse o esforço
dos militares em dificultar o acesso da população ao local.
Novas investigações foram iniciadas em 1992 e 2007, mas as duas foram arquivadas em aplicação à
lei de anistia.
Durante as audiências perante o tribunal interamericano, "o Brasil reconheceu que a conduta estatal
de prisão arbitrária, tortura e morte de Vladimir Herzog causou aos familiares uma dor severa,
reconhecendo sua responsabilidade" no caso, informou a corte em um comunicado.
Em sua sentença, a Corte IDH determinou que a morte de Herzog foi um "crime contra a humanidade",
razão pela qual o Estado não podia invocar a prescrição do crime ou a lei de anistia para evitar sua
investigação e a sanção dos responsáveis.
Destacou ainda que o Brasil violou os direitos às garantias judiciais e à proteção da mulher e dos filhos
de Herzog, e que o país descumpriu sua obrigação de adequar sua legislação interna à Convenção
Americana de Direitos Humanos, ao manter a lei de anistia vigente.
O tribunal ordenou ao Brasil várias medidas de reparação, como a investigação dos fatos ocorridos
com a detenção de Herzog para identificar e sancionar os responsáveis por sua tortura e morte.
37
Carta Capital. Corte Interamericana condena Brasil por Morte de Vladimir Herzog. <https://www.cartacapital.com.br/politica/corte-idh-condena-brasil-por-morte-
de-vladimir-herzog-durante-ditadura> Acesso em 05 de julho de 2018.
. 44
Governo federal lança pacto nacional contra LGBTfobia nesta quarta38
Portaria foi publicada na terça. Estados e DF terão de assinar adesão e criar estruturas locais, em
troca de consultoria e 'articulação de verbas' da União.
O governo federal lança nesta quarta-feira (16/05), em Brasília, um pacto nacional de enfrentamento
à violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais – os grupos que compõem a sigla
LGBT. Os governos dos estados e do Distrito Federal terão de manifestar, individualmente, a adesão ao
programa.
Até a tarde desta terça (15/05), 12 estados tinham confirmado presença na cerimônia de assinatura,
segundo o Ministério dos Direitos Humanos. O pacto tem vigência prevista de dois anos, prorrogáveis por
igual período.
A portaria que institui o Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência LGBTfóbica já foi publicada no
Diário Oficial da União. Nela, o ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha, cita tratados
internacionais, o Programa Nacional de Direitos Humanos instituído no país em 2009 e recomendações
das Nações Unidas sobre o tema.
De acordo com a portaria, o pacto "tem por objetivo promover a articulação entre a União, Estados e
Distrito Federal nas ações de prevenção e combate à LGBTfobia". O formato exato dessa articulação não
consta na portaria, e deve ser detalhado durante a cerimônia de lançamento, à tarde.
O lançamento do pacto nacional ocorre dois dias antes do Dia Nacional de Combate à Homofobia no
Brasil, celebrado em 17 de maio. Nesta mesma data, em 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
retirou o termo "homossexualismo" da lista de doenças e problemas de saúde.
Adesão e compromissos
Junto com a portaria, o governo também publicou o modelo do Termo de Adesão a ser preenchido
pelos governos signatários do pacto. O documento lista alguns dos "direitos e deveres" gerados pela
medida.
As atribuições dos estados e do DF incluem a criação de estruturas para "promoção de políticas"
ligadas à população LGBT, assim como "equipamentos nos órgãos estaduais para atendimento
adequado" aos mesmos grupos.
Os governos locais também terão de dar "pleno funcionamento" ao comitê gestor estadual, em até 60
dias após a assinatura do termo. A partir daí, começa um outro prazo, de 45 dias, para a apresentação
de um "plano de ação", com cronograma e estatísticas.
As ações não se resumem à burocracia. O governo que aderir ao pacto terá de incluir as políticas
LGBT no Plano Plurianual (PPA) – um documento elaborado de 4 em 4 anos, e que serve como base
para a elaboração dos orçamentos anuais de cada governo. Na prática, a inclusão no PPA funciona como
uma "garantia orçamentária" para o tema.
Os gestores que cumprirem os compromissos podem, em troca, exigir contrapartidas da União. A lista
de possibilidades inclui auxílio técnico para o cumprimento do pacto, o compartilhamento de dados de
denúncias do Disque Direitos Humanos (Disque 100) e a capacitação de gestores e gestoras.
Muito a percorrer
De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos, em 2017, o Disque 100 registrou 1.720 denúncias
de violações de direitos de pessoas LGBT.
A cada 10 casos, 7 são referentes a episódios de discriminação. A violência psicológica aparece em
53% das denúncias, e a física, em 31%. O somatório é maior que 100% porque, muitas vezes, um único
caso é composto de diferentes tipos de violação.
Segundo o Conselho Federal de Psicologia (CFP), em 2016, 343 pessoas foram mortas pela
LGBTIfobia. A sigla usada pela entidade inclui a letra I, de intersexual – alguém que, por razões genéticas
ou de desenvolvimento fetal, não se enquadra na definição típica de "masculino" ou "feminino".
38
Matheus Rodrigues. Governo Federal lança pacto nacional contra LGBTfobia nesta quarta. G1 Distrito Federal. < https://g1.globo.com/df/distrito-
federal/noticia/governo-federal-lanca-pacto-nacional-contra-lgbtfobia-nesta-quarta.ghtml> Acesso em 16 de maio de 2018.
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50 milhões de brasileiros vivem na linha da pobreza, aponta IBGE39
Cerca de 25% da população possui renda familiar equivalente a R$ 387. Número de jovens que não
trabalham nem estudam cresce.
Cerca 50 milhões de brasileiros, o equivalente a 25,4% da população, vivem na linha de pobreza e
possuem renda familiar equivalente a R$ 387, ou US$ 5,5 por dia, valor adotado pelo Banco Mundial para
definir se uma pessoa é pobre.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (15/12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística) e fazem parte da pesquisa SIS 2017 (Síntese de Indicadores Sociais 2017). Ela indica, ainda,
que o maior índice de pobreza se dá na região Nordeste do país, onde 43,5% da população se enquadram
nessa situação e, a menor, no Sul, com 12,3%.
A situação é ainda mais grave se levadas em conta os números envolvendo crianças de 0 a 14 anos
de idade. No país, 42% dos cidadãos nesta faixa etária se enquadram nestas condições e sobrevivem
com apenas US$ 5,5 por dia.
A pesquisa de indicadores sociais revela uma realidade: o Brasil é um país profundamente desigual e
a desigualdade gritante se dá em todos os níveis.
Seja por diferentes regiões do país, por gênero - as mulheres ganham, em geral, bem menos que os
homens mesmo exercendo as mesmas funções, por raça e cor: os trabalhadores pretos ou pardos
respondem pelo maior número de desempregados, têm menor escolaridade, ganham menos, moram mal
e começam a trabalhar bem mais cedo exatamente por ter menor nível de escolaridade.
Um país onde a renda per capita dos 20% que ganham mais, cerca de R$ 4,5 mil, chega a ser mais
de 18 vezes que o rendimento médio dos que ganham menos e com menores rendimentos por pessoa,
cerca de R$ 243.
No país, em 2016, a renda total apropriada pelos 10% com mais rendimentos (R$ 6.551) era 3,4 vezes
maior que o total de renda apropriado pelos 40% (R$ 401) com menos rendimentos, embora a relação
variasse dependendo do estado.
Entre as pessoas com os 10% menores rendimentos do país, a parcela da população de pretos ou
pardos chega a 78,5%, contra 20,8% de brancos. No outro extremo, dos 10% com maiores rendimentos,
pretos ou pardos respondiam por apenas 24,8%.
A maior diferença estava no Sudeste, onde os pretos ou pardos representavam 46,4% da população
com rendimentos, mas sua participação entre os 10% com mais rendimentos era de 16,4%, uma diferença
de 30 pontos percentuais.
Em sessão tumultuada, vence proposta que pode restringir até interrupções legais da gravidez
A Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, (08/11), um texto que, na
prática, pode levar à proibição de todas as formas de aborto no País, incluindo as hipóteses que
atualmente são autorizadas na legislação e livres de punição.
39
DIÁRIO DE S. PAULO. 50 milhões de brasileiros vivem na linha da pobreza, aponta IBGE. Diário de S. Paulo. Disponível em:
<http://www.diariosp.com.br/_conteudo/2017/12/dia_a_dia/24209-50-milhoes-de-brasileiros-vivem-na-linha-da-pobreza-aponta-ibge.html> Acesso em 18 de
dezembro de 2017.
40
CARDOSO, D. FORMENTI, L. Comissão dá aval à PEC que proíbe aborto. Estadão Brasil. Disponível em:
<http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,comissao-aprova-pec-que-impossibilita-aborto-destaques-ainda-precisam-ser-votados,70002077147> Acesso em 09 de
novembro de 2017.
. 46
Em uma sessão tumultuada, venceu a proposta de alterar a Constituição para que o princípio da
dignidade da pessoa humana e a garantia de inviolabilidade do direito à vida passem a ser respeitados
desde a concepção e não, como é hoje, após o nascimento. A PEC havia sido apresentada originalmente
para se discutir a ampliação da licença-maternidade em caso de bebês prematuros de 120 para 240 dias.
O relator da proposta, Jorge Tadeu Mudalem (DEM-SP), no entanto, sob influência da bancada
evangélica, alterou o texto para incluir também as mudanças relacionadas à interrupção da gravidez.
A mudança foi uma resposta à 1.ª Turma do Supremo Tribunal Federal que, em 2016, havia decidido
não considerar crime a prática do aborto durante o primeiro trimestre de gestação, independentemente
da motivação da mulher.
A comissão foi instalada em dezembro. Entre os 35 membros titulares do colegiado, só seis são
mulheres. Dos parlamentares integrantes, quase um terço tem iniciativas para restringir o direito ao aborto
legal.
O presidente da comissão especial, deputado Evandro Gussi (PV-SP), negou que o texto aprovado
nesta quarta coloque em risco as garantias hoje existentes. Atualmente, o aborto não é punido nos casos
em que a gravidez é resultante do estupro ou quando represente ameaça à vida da gestante. “Hoje essas
duas formas não são punidas e assim vai permanecer. O maior impacto do texto é impedir que o aborto
seja descriminalizado”, disse Gussi.
A deputada Érika Kokay (PT-DF), no entanto, tem avaliação diferente. “Impede a discussão da
interrupção da gravidez e traz, no mínimo, insegurança jurídica para os casos já permitidos no Código
Penal”, afirmou.
Foi aprovado apenas o texto principal. Na próxima semana, será a vez de a comissão especial votar
os destaques. Dentre as propostas que deverão ser avaliadas está a de suprimir justamente o trecho que
determina o respeito à vida desde a concepção. Uma vez avaliados os destaques, o texto fica disponível
para o plenário da Casa, onde precisará de 308 votos para ser aprovado, em dois turnos.
Brasil elimina disparidades entre homens e mulheres na educação e na saúde, mas política e
economia derrubam país em ranking global41
O Brasil é um dos países mais igualitários do mundo quando o assunto é o acesso de homens e
mulheres à educação e saúde, mas figura entre aqueles onde mais imperam disparidades de gênero nos
campos político e econômico.
A conclusão faz parte do "The Global Gender Gap Report 2017", um estudo divulgado pelo Fórum
Econômico Mundial nesta quinta-feira, que revela o tamanho da desigualdade em 144 países e aponta
quais seriam os ganhos com a reversão desse quadro.
Os dados mostram que desde o início da série histórica, em 2006, é a primeira vez que a igualdade
de gênero retrocede globalmente. No Brasil, porém, o nível de desigualdade é o maior desde 2011 - o
país caiu 23 posições no ranking, figurando em 90º lugar na lista global e com o terceiro pior desempenho
na região que engloba América Latina e Caribe, depois apenas de Paraguai e Guatemala.
A igualdade é medida no levantamento em uma escala de 0 a 1 - quanto mais próximo a 1, maior a
igualdade entre homens e mulheres. Para o Brasil, a nota registrada em 2017 ficou em 0,684, a menor
desde 2011, quando estava em 0,668.
"A posição atual do Brasil no relatório se deve a duas disparidades de gênero em particular - a política
e a econômica", disse por email à BBC Brasil Vesselina Stefanova Ratcheva, economista e coautora do
relatório.
Segundo ela, o país pouco progrediu ao longo dos últimos dez anos no sentido de resolver o problema
no campo econômico. Nessa área, perdeu 20 posições de 2006 para cá, passando do 63º para o 83º
lugar - os principais gargalos são as disparidades de salários em funções semelhantes e de renda obtida
por meio do trabalho.
Política
A desigualdade na política é outro gargalo, observa a economista.
"Nosso índice constata que 2017 tem a menor igualdade de gênero em cargos políticos no Brasil desde
que começamos a calculá-lo, em 2006. Isso contrasta com uma região que, na média, se atua fortemente
para a inclusão das mulheres no campo político."
A participação feminina é medida pelo chamado "empoderamento político", e é considerada um dos
principais problemas para o país em relação à desigualdade. O Brasil foi da 86ª para a 110ª posição no
41
Moura. R. Brasil elimina disparidades entre homens e mulheres na educação e na saúde, mas política e economia derrubam país em ranking global. BBC
Brasil. Disponível em: < http://www.bbc.com/portuguese/brasil-41853171?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 03 de novembro de 2017.
. 47
período de 11 anos englobado no relatório - embora sua nota tenha subido de 0.061 para 0.101, o que
indica um ambiente mais igualitário.
O estudo coloca o país entre os piores em dois aspectos: mulheres no parlamento e em posições
ministeriais, rankings em que ocupa, respectivamente, a 121ª e a 134ª posições.
Segundo o Fórum Econômico Mundial, a maior igualdade nesse âmbito foi registrada entre 2011 e
2015, período que engloba a governo Dilma Rousseff. Seu sucessor, Michel Temer, foi duramente
criticado ao assumir o governo nomeando apenas ministros homens - após as críticas, ele nomeou
mulheres para posições de destaque.
Avanços
Nos campos da educação e da saúde, o Brasil se mantém em posição estável e de liderança nos
últimos anos, dividindo o topo do ranking com pouco mais de 30 países. Mesmo assim, ainda enfrenta
desafios, diz a coautora do relatório.
"Hoje, o Brasil acabou com a desigualdade de gênero em nível educacional, mas, como em muitas
outras economias em todo o mundo, desequilibra na contratação, retenção e remuneração, entre vários
fatores analisados no relatório, que impedem uma maior integração das mulheres no mercado de trabalho
- e de forma igualitária em todos os setores", observa Ratcheva.
Nesse campo, o relatório também leva em consideração o nível educacional de homens e mulheres
que chegam ao mercado de trabalho.
O Brasil foi o único país da América Latina e um dos seis, em meio às 144 nações, a eliminar a
desigualdade entre homens e mulheres na área de educação. Em saúde e sobrevivência, a diferença
também está próxima do fim. Tais resultados são semelhantes aos registrados nos últimos anos.
Neste ano, somente outros cinco países conseguiram resolver as disparidades nas duas áreas:
República Checa, Letônia, Lituânia, Eslováquia e Eslovênia.
No que diz respeito à educação, são consideradas a taxa de alfabetização e de matrículas nos ensinos
primário e secundário. Na saúde, a análise se dá sobre a razão entre os sexos no nascimento e a
expectativa de vida saudável entre eles.
Ação popular questionava resolução do Conselho Federal de Psicologia que proibia tratamentos de
reorientação sexual. Desde 1990, OMS deixou de considerar homossexualidade doença.
Justiça Federal do Distrito Federal liberou psicólogos a tratarem gays e lésbicas como doentes,
podendo fazer terapias de “reversão sexual”, sem sofrerem qualquer tipo de censura por parte dos
conselhos de classe. A decisão, do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, é liminar e acata parcialmente o
pedido de uma ação popular. Esse tipo de tratamento é proibido desde 1999 por uma resolução do
Conselho Federal de Psicologia. O órgão disse que vai recorrer.
A ação popular foi assinada por um grupo de psicólogos defensores das terapias de reversão sexual.
A decisão é de sexta-feira (15/09). Nela, Carvalho mantém a integralidade da resolução, mas determina
42
MORAIS, RAQUEL. Juiz Federal do DF libera tratamento de homossexualidade como doença. G1 Distrito Federal. Disponível em:
<https://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/juiz-federal-do-df-libera-tratamento-de-homossexualidade-como-doenca.ghtml> Acesso em 19 de setembro de 2017.
. 48
que o conselho não proíba os profissionais de fazerem atendimento de reorientação sexual. Além disso,
diz que os atendimentos têm caráter reservado.
Na resolução 01/1999, o conselho estabelece as normas de condutas dos psicólogos no tratamento
de questões envolvendo orientação sexual. De acordo com a organização, ela trouxe impactos positivos
no enfrentamento a preconceitos e proteção de direitos da população homossexual no país, “que
apresenta altos índices de violência e mortes por LGBTfobia”.
Para o Conselho Federal de Psicologia, terapias de reversão sexual representam “uma violação dos
direitos humanos e não têm qualquer embasamento científico”. Desde 1990, a homossexualidade deixou
de ser considerada doença pela Organização Mundial da Saúde.
Ainda de acordo com o conselho, a resolução não cerceia a liberdade dos profissionais nem de
pesquisas na área de sexualidade. O juiz mantém a resolução, mas determina que o Conselho Federal
de Psicologia não impeça os psicólogos de promoverem estudos ou atendimento profissional, de forma
reservada, e veta qualquer possibilidade de censura ou necessidade de licença prévia.
“O que está em jogo é o enfraquecimento da Resolução 01/99 pela disputa de sua interpretação, já
que até agora outras tentativas de sustar a norma, inclusive por meio de lei federal, não obtiveram
sucesso", afirma o conselho.
"O Judiciário se equivoca, neste caso, ao desconsiderar a diretriz ética que embasa a resolução, que
é reconhecer como legítimas as orientações sexuais não heteronormativas, sem as criminalizar ou
patologizar. A decisão do juiz, valendo-se dos manuais psiquiátricos, reintroduz a perspectiva
patologizante, ferindo o cerne da Resolução 01/99.”
Ação popular
Uma das autoras da ação popular que questionava a resolução é a psicóloga Rozângela Alves Justino,
que oferecia terapia para que gays e lésbicas deixassem de ser homossexuais. Ela foi punida em 2009
pela prática.
Na época, Rozângela disse ao G1 que considera a homossexualidade um distúrbio, provocado
principalmente por abusos e traumas sofridos durante a infância. Ela afirmou ter "aliviado o sofrimento"
de vários homossexuais.
“Estou me sentindo amordaçada e impedida de ajudar as pessoas que, voluntariamente, desejam
largar a atração por pessoas do mesmo sexo", disse Rozângela na ocasião.
Questões
01. (CRQ – 5ª Região (RS) – Auxiliar Administrativo – FUNDATEC) A Declaração Universal dos
Direitos Humanos (DUDH) foi aprovada em 10 de dezembro de 1948 na Assembleia-Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU). O documento é a base de uma luta universal que visa a
igualdade e a dignidade de todas as pessoas e o combate à opressão e à discriminação. Os direitos
humanos são essenciais a todos os seres humanos e garantem as liberdades fundamentais que devem
ser aplicadas a cada cidadão do planeta. Dentre as alternativas abaixo, qual NÃO consta como um direito
proclamado no documento assinado pela maioria dos países do mundo?
(A) Direito à propriedade.
(B) Direito de tomar parte na direção dos negócios públicos do seu país; diretamente ou por intermédio
de representantes livremente escolhidos.
(C) Pagamento de salário igual por trabalho igual sem discriminação alguma.
(D) Direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu.
(E) Direito à legítima defesa.
02. (ESAF – Planejamento e Orçamento – ESAF) No Século XXI, o Trabalho Forçado, Trabalho
análogo ao Escravo e o Trabalho Infantil ainda são uma realidade no mundo e o Brasil não é uma exceção.
Existem inúmeras razões para a persistência do Trabalho Forçado e Trabalho análogo ao Escravo no
Brasil.
Não é uma das razões para persistência do Trabalho Forçado no Brasil.
(A) Sentimento de Impunidade para os promotores do Trabalho Forçado ou Trabalho análogo ao
Escravo, na maioria dos casos praticado em áreas distantes e/ ou desconhecidas dos trabalhadores
recrutados.
(B) São raros os casos de condenação criminal por Trabalho Forçado no Brasil. A lei tem dificuldade
em atingir o promotor do trabalho escravo, devido a existência de intermediários (“os gatos”)
encarregados da contratação.
. 49
(C) No Brasil, a lei penal é inadequada para a responsabilização dos infratores. Falta clareza ao
qualificar como crime de condição análoga à escravidão a submissão do empregado a uma jornada
exaustiva ou em situação degradante.
(D) A legislação penal brasileira está em descompasso com o conceito universal de trabalho escravo
em razão da não adesão pelo Brasil as Convenções Internacionais que tratam do tema.
(E) Dificuldade de fiscalizar um país com as dimensões territoriais do Brasil.
Gabarito
01.E / 02.D
Comentários
01. Resposta: E
De acordo com a Declaração Universal dos Diretos Humanos:
Artigo 13°
1.Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no interior de um
Estado.
2.Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de
regressar ao seu país.
Artigo 17°
1.Toda a pessoa, individual ou coletiva, tem direito à propriedade.
2.Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.
Artigo 21°
1.Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direção dos negócios, públicos do seu país, quer
diretamente, quer por intermédio de representantes livremente escolhidos.
Artigo 23°
1.Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e
satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2.Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.
02. Resposta: D
O Brasil trata o conceito de trabalho escravo com parâmetros próprios e seguindo as instituições
internacionais. Mas que fique claro, apesar de seguir alguns aspectos, a legislação brasileira referente ao
tema ainda é própria. Segue o link exemplificando que é usado ambos as situações <
http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-12/governo-publica-nova-portaria-sobre-trabalho-escravo>
Educação
saúde
Uneb terá cotas para trans, ciganos, portadores de transtorno do espectro autista e pessoas com
deficiência43
Instituição vai oferecer 5% de vagas adicionais para o público, além das que já são ofertadas
normalmente. Decisão valerá para os processos de graduação e de pós-graduação a partir de 2019.
A Universidade Estadual da Bahia (Uneb) terá sistema de cotas para transexuais, travestis,
transgêneros, quilombolas, ciganos e portadores de deficiência, transtorno do espectro autista e altas
habilidades.
De acordo com as informações divulgadas pela instituição nesta segunda-feira (23/07), a decisão foi
tomada pelo Conselho Universitário (Consu) e começa a valer a partir de 2019, em todos os processos
de graduação e de pós-graduação da universidade.
Segundo a Uneb, serão oferecidos 5% de vagas adicionais para cada um dos grupos, além das que
já são ofertadas para os demais. Dessa forma, as novas cotas não devem alterar o percentual ofertado
aos não cotistas.
Atualmente, a instituição oferece 40% das oportunidades para negros e 5% para indígenas, além das
vagas de ampla concorrência, para quem não integra o sistema de cotas, que, segundo a instituição,
corresponde a 60%.
43
G1 BA. Uneb terá cotas para trans, ciganos, portadores de transtorno do espectro autista e pessoas com deficiência. G1 Bahia.
https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2018/07/23/uneb-tera-cotas-para-trans-ciganos-portadores-de-transtorno-do-espectro-autista-e-pessoas-com-
deficiencia.ghtml. Acesso em 24 de julho de 2018.
. 50
Ainda conforme a Uneb, para concorrer às cotas, assim como nos demais grupos, os candidatos das
novas cotas devem ter cursado todo o segundo ciclo do ensino fundamental e o ensino médio
exclusivamente em escola pública, além de terem renda familiar mensal de até quatro salários mínimos.
Uneb
Fundada em 1983, a Uneb é mantida pelo Governo do Estado por intermédio da Secretaria da
Educação (SEC). A instituição possui 29 departamentos instalados em 24 campi: um sediado em
Salvador, onde se localiza a administração central, e os demais distribuídos em 23 importantes municípios
baianos de porte médio e grande, como Feira de Santana, Juazeiro, Vitória da Conquista e Barreiras.
Atualmente, segundo o site da instituição, mais de 150 opções de cursos e habilitações nas
modalidades presencial e de educação a distância (EaD) são ofertados pela universidade, nos níveis de
graduação e pós-graduação.
Além dos campi, a Uneb está presente na quase totalidade dos 417 municípios do estado, por
intermédio de programas e ações extensionistas em convênio com organizações públicas e privadas, que
beneficiam milhões de cidadãos baianos, a maioria pertencente a segmentos social e economicamente
desfavorecidos e excluídos. Entre eles, a alfabetização e capacitação de jovens e adultos em situação de
risco social; educação em assentamentos da reforma agrária e em comunidades indígenas e quilombolas;
projetos de inclusão e valorização voltados para pessoas com deficiência, da terceira idade, LGBT.
A Uneb desenvolve também importantes pesquisas em todas as regiões em que atua. Alguns projetos
trazem a marca da vanguarda acadêmica, a exemplo dos trabalhos nas áreas de robótica e de jogos
eletrônicos pedagógicos. O corpo discente da instituição é estimulado a participar das pesquisas por meio
de programas de iniciação científica e de concessão de bolsas de monitoria.
Fies vai voltar a atender cursos com mensalidade de até R$ 7 mil, anuncia MEC44
Valor máximo que um contrato de financiamento poderia ter era de R$ 30 mil por semestre; mas, a
partir do segundo semestre, ele vai ser 40% maior, para R$ 42 mil por semestre, ou R$ 7 mil por mês.
O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) voltou a aumentar o limite máximo do valor de
mensalidades para estudantes poderem fechar um contrato de financiamento, segundo anunciou nesta
quarta-feira (06/06) o ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva. Em entrevista a jornalistas em
Brasília, ele divulgou as mudanças aprovadas na reunião desta terça (05/06) pelo Comitê Gestor do Fies,
composto por representantes de vários ministérios.
A partir do segundo semestre, a adesão dos estudantes vai contemplar cursos com mensalidades de
até R$ 7 mil, ou R$ 42 mil por semestre. No primeiro semestre, o limite era de R$ 30 mil, o que permitia
que apenas cursos com mensalidade de até R$ 5 mil pudessem participar do financiamento. Segundo
Rossieli, isso acabou excluindo estudantes interessados em cursos de medicina.
Conhecido como "teto da semestralidade", esse limite de R$ 42 mil já existia no antigo modelo do Fies,
mas foi reduzido no lançamento do Novo Fies, segundo ele, em nome da "sustentabilidade" do programa.
Reportagem do G1 com dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação mostrou que, em fevereiro,
54% dos contratos do Fies que já estavam na fase de amortização (pagamento por parte dos
estudantes) tinham pelo menos um dia de atraso no pagamento de parcelas.
De acordo com o ministro, as mudanças anunciadas nesta terça valem apenas para a modalidade 1
do Novo Fies e para o segundo semestre. As inscrições começam em julho, ainda sem data definida.
No primeiro semestre, o ministro disse que 35.866 estudantes fecharam novos contratos de
financiamento do Fies 1, e outros 16.351 estão em fase de tramitação do contrato para vagas
remanescentes. O prazo para o fechamento dos contratos termina no dia 25/06. Segundo o MEC, o Novo
Fies, na modalidade 1, tem verba para cerca de 100 mil novas vagas no ano de 2018, incluindo os dois
semestres. Considerando todas as três modalidades, 155 mil novos contratos já foram fechados no
primeiro semestre, e a estimativa é oferecer 310 mil vagas neste ano.
44
G1. Fies vai voltar a atender cursos com mensalidade de até R$ 7 mil, anuncia MEC. G1 Educação. <https://g1.globo.com/educacao/noticia/fies-vai-voltar-a-
atender-cursos-com-mensalidade-de-ate-r-7-mil-anuncia-mec.ghtml> Acesso em 07 de junho de 2018.
. 51
'Travas' para garantir sustentabilidade
Rossieli explicou que as mudanças fazem parte do processo de "implantação" do Novo Fies. "A gente
queria inclusive testar o novo modelo, a gente está em um processo de implantação", disse ele.
"A gente veio de um cenário catastrófico, ponto. Para termos segurança de avanço, tem que ter
sustentabilidade", afirmou Rossieli.
O ministro diz que o retorno ao teto da semestralidade voltou ao patamar anterior depois que o comitê
gestor observou que, com outras medidas de controle dos valores dos contratos, o Novo Fies pode manter
a sustentabilidade.
Segundo ele, a nova obrigação para as instituições de ensino cobrarem do aluno do Fies o valor
mínimo cobrado na turma em que ele estuda foi o principal mecanismo introduzido pelo Novo Fies para
evitar abusos por parte das faculdades privadas.
De acordo com informações divulgadas pelo MEC, como os estudantes financiados pelo Fies eram
uma garantia de pagamento em dia das mensalidades, já que quem paga é o governo federal, muitas
instituições se aproveitaram disso para cobrar desses estudantes uma mensalidade mais alta do que os
demais alunos daquela mesma turma do mesmo curso, que Rossieli diz ser uma "mensalidade
artificializada para aumentar o lucro de instituições".
Disciplinas, carga horária e impacto no Enem: veja o que deve mudar com a base curricular do
ensino médio45
A última versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio foi entregue pelo
Ministério da Educação ao Conselho Nacional de Educação (CNE) na tarde desta terça-feira (03/04).
45
MARQUES, M. MORENO, A. C. Disciplinas, carga horária e impacto no Enem: veja o que deve mudar com a base curricular do ensino médio. G1 Educação.
Disponível em: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/com-base-curricular-do-ensino-medio-so-portugues-e-matematica-serao-obrigatorios-nos-tres-anos-e-enem-
pode-mudar-a-partir-de-2020.ghtml> Acesso em 04 de abril de 2018.
. 52
Abaixo, veja as principais questões sobre a medida e, na sequência, o que já se sabe sobre seus
impactos:
. 53
Apesar de as escolas não serem obrigadas a oferecer essas disciplinas em todos os três anos, elas
podem fazê-lo, desde que cumpram os requisitos obrigatórios, como a aplicação dos conteúdos da BNCC
na carga horária mínima exigida.
Ensino médio em tempo integral alcança 7,9% dos alunos no Brasil, aponta Censo Escolar 201746
Censo Escolar 2017 mostra aumento de 1,5 ponto percentual no total de adolescentes que têm jornada
de sete horas nas escolas.
O total de alunos do ensino médio matriculados em escolas de tempo integral aumentou 1,5 ponto
percentual entre 2016 e o ano passado, de acordo com o Censo Escolar 2017. Ao todo, são 7,9% de
alunos nessa modalidade de ensino. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (31/01) pelo Ministério
da Educação (MEC).
O número ainda está abaixo da meta do governo, que pretende aumentar a porcentagem de vagas em
tempo integral para 13% até 2018, investindo R$ 1,5 bilhão até o fim da gestão. É considerada escola em
tempo integral aquela na qual o estudante passa uma média de sete horas diárias em aulas ou atividades.
Aumentar o tempo de permanência dos jovens na escola é um dos objetivos da reforma do ensino
médio, instituída por meio de medida provisória e sancionada pelo presidente Michel Temer em fevereiro
de 2017.
“O ensino integral reflete a prioridade do MEC. Claro que a escola nunca será integral para todo mundo,
tem aluno que precisa trabalhar. Mas é um papel importante oferecer alternativas para que eles não
abandonem a escola no primeiro ano, que cheguem até o final", afirma Maria Helena Guimarães de
Castro, secretária-executiva do MEC e ministra interina da Educação.
46
LARISSA BATISTA. Ensino Médio em Tempo Integral alcança 7,9% dos alunos no Brasil, aponta censo escolar 2017. Disponível em:
<https://g1.globo.com/educacao/noticia/ensino-medio-em-tempo-integral-alcanca-79-dos-alunos-no-brasil-aponta-censo-escolar-2017.ghtml> Acesso em 01 de
fevereiro de 2018.
. 54
No ensino fundamental, a porcentagem de alunos matriculados no ensino integral subiu para 13,9%.
Em 2016, ano que houve uma queda nesse indicador, o percentual era de 9,1%.
. 55
Cai total de docentes no ensino médio
Um número maior de adolescentes matriculados no ensino médio de tempo integral não significa que
eles passarão mais tempo dentro das salas de aula. As atividades previstas para a “jornada estendida”
também não necessariamente serão orientadas por professores.
Entre 2016 e 2017, o ensino médio brasileiro viu, na prática, que houve redução de 1,9% no número
de docentes. Atualmente, esse grupo tem 509,8 mil professores, sendo que 77,7% atuam na rede
estadual de educação e 20,2% dão aulas em escolas particulares.
A maioria, nessa etapa de ensino, é formada por mulheres (59,6%) e 52,9% têm mais de 40 anos de
idade. Mas 6,5% dos professores do ensino médio ainda não têm o nível superior completo e 13,2% não
possuem licenciatura. De acordo com os dados do Censo Escolar 2017, 3,9% dos professores no ensino
médio estão, atualmente, cursando o nível superior.
As parcelas de docentes do ensino médio que são formados na disciplina que lecionam são menores
em sociologia (27,1%), artes (41,1%), física (42,6%) e filosofia (44,22%). Nesses quatro componentes
curriculares, os professores estudaram outro campo do conhecimento, e não o que ensinam aos alunos.
Para reverter o quadro, a aposta do ministério é a oferta de cursos a distância ou semi presenciais. "O
MEC está ampliando a oferta de matrículas na Universidade Aberta do Brasil, para que os professores
tenham a chance de fazer ou a distância ou em curso semi presencial os cursos de formação superior
assim eles complementem a formação de casos de professores que não atuam na área pela qual foram
formados", afirma Maria Helena.
. 56
Número de escolas que oferecem cada etapa de ensino (2017)
Sobre as matrículas, 0,8% dos alunos estão em escolas federais, 33,4% em estaduais, 47,5% em
municipais e 18,3% em particulares.
No ensino fundamental, 3,7% dos docentes não terminaram o ensino médio e 5% estudaram só até
essa etapa. Existem ainda 6% que estão na faculdade e 85,3% formados na universidade.
. 57
Sobre as disciplinas, o Censo aponta que língua estrangeira têm apenas 42% dos professores com
formação adequada na área. Em 23,7% dos casos, os docentes desse componente curricular não
possuem sequer ensino superior completo.
Inclusão escolar
Entre 2013 e 2017, o número de matrículas de alunos com deficiência nas escolas cresceu 22,7%:
saltou de 639.888 para 827.243 crianças e adolescentes de 4 a 17 anos. A pesquisa inclui também
estudantes com transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades.
Em 2013, 14,5% deles estavam em salas especiais, reservadas apenas para pessoas com deficiência.
No ano passado, o índice caiu para 9,1% - ou seja, 90,9% desses alunos estão estudando em classes
comuns, em que há, juntas, crianças com e sem necessidades educativas especiais.
É importante ressaltar, no entanto, que a inclusão escolar abrange mais do que a presença desses
estudantes na escola: é necessário que haja uma política de atendimento a elas, com materiais didáticos
adaptados, professores com formação adequada e acessibilidade na infraestrutura dos prédios.
Cresceu também a parcela de alunos com deficiência que usufruem do chamado atendimento
educacional especializado – um direito deles, reservado por lei, de ir à escola no contraturno para receber
um atendimento específico.
Uma criança que estude na turma comum pela manhã, por exemplo, pode ir à tarde para a escola e
ter um tempo reservado para desenvolver trabalhos relacionados à deficiência, como melhoria da
coordenação motora, socialização, etc. Em 2013, 35,2% dos alunos com necessidades educativas
especiais estavam em classes comuns e frequentavam a sala de atendimento especializado. No ano
passado, o índice subiu para 40,1%.
É interessante notar que os municípios com menores porcentagens de matrículas de crianças com
deficiência estão no Sul e no Sudeste. No Paraná, por exemplo, 16,5% das cidades possuem menos da
metade dos alunos de 4 a 17 anos desse grupo em classes comuns.
Analisando a porcentagem das crianças e adolescentes com deficiência nas salas comuns, por etapa
de ensino, temos os seguintes resultados, de acordo com o Censo:
Sisu cresce quatro vezes em sete anos e concentra quase metade das vagas públicas em
universidades47
Levantamento do G1 mostra a expansão de vagas do sistema do MEC, que desde 2010 usa a nota do
Enem para selecionar candidatos para cada vez mais vagas no ensino superior público.
47
MORENO, ANA CAROLINA. Sisu cresce quatro vezes em sete anos e concentra quase metade das vagas públicas em universidades. G1 Educação.
Disponível em: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/sisu-cresce-quatro-vezes-em-sete-anos-e-concentra-quase-metade-das-vagas-publicas-em-
universidades.ghtml> Acesso em 23 de janeiro de 2018.
. 58
Criado depois da reformulação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2009, o Sistema de
Seleção Unificada (Sisu) ganhou, em menos de uma década, o status de maior aglutinador de vagas em
graduação nas instituições públicas do país. Entre 2010 e 2016, o número de vagas que as universidades,
institutos e faculdades federais e estaduais decidiram destinar ao sistema cresceu mais de quatro vezes,
e a concentração do total de vagas ofertadas no ensino superior público do Brasil no Sisu saltou de 10,7%
para 43%.
Nesta terça, o Sisu 2018 do primeiro semestre abriu as inscrições para 239.601 vagas em 130
instituições.
O levantamento foi feito pelo G1 a partir de dados divulgados ano a ano pelo Ministério da Educação
e informações das edições do Censo da Educação Superior de 2010 e 2016, ano dos dados mais recentes
disponíveis.
A evolução do Sisu
Em 2010, as 47.913 vagas oferecidas por meio do Sisu representaram 10,7% do total de 445.337
vagas oferecidas por vestibular ou outros processos seletivos de todos os cursos presenciais em
universidades públicas, segundo os dados do Censo da Educação Superior.
Entre 2010 e 2016, as instituições públicas haviam expandido seu número total de vagas oferecidas
para 529.239, um aumento de 18,8%. Mas, nesse mesmo período, a expansão de vagas do Sisu foi de
376%. Na edição do primeiro semestre de 2016, o Sisu reuniu 228.071 vagas, ou seja, 43,1% do total de
novas vagas oferecidas no ensino superior público em todo o país.
. 59
Histórico do Sisu
Fonte: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/sisu-cresce-quatro-vezes-em-sete-anos-e-concentra-quase-metade-das-vagas-publicas-em-universidades.ghtml>
Distribuição de vagas
Nesta edição, são 100 instituições federais participantes, e 30 estaduais. De acordo com o MEC, as
instituições aumentaram o número de vagas oferecidas, mas reduziram o número de cursos com os quais
aderiram ao sistema. O estado com o maior número de vagas oferecidas é Minas Gerais, que responde
por 30.381 vagas, ou 12,7% do total do Sisu. Rondônia, com 328, e Roraima, com 886 vagas, são os
estados com a menor oferta neste semestre.
Atualmente, segundo dados do MEC, só duas universidades federais não participam do Sisu: a
Universidade Federal de Rondônia (Unir) e a Universidade Federal do Oeste do Pará. "Ele é por adesão
e não é obrigatório. Das nossas 63 universidades federais, por exemplo, atualmente 61 já ofertam vagas",
explicou Fernando Bueno, coordenador-geral de Programas de Ensino Superior do MEC, em dezembro,
quando a nova edição foi anunciada.
"Cada instituição tinha o seu vestibular, em uma data diferente. (...) Às vezes havia coincidência de
datas e o candidato tinha que optar por um ou por outro. O Sisu veio para unificar."
. 60
Analfabetismo entre pessoas pretas e pardas é mais que o dobro do que entre as brancas, diz
IBGE48
Taxa geral de analfabetismo no país caiu para 7,2%. Entre as pessoas autodeclarados pretas ou
pardas, índice é de 9,9%, e de 4,2% entre as brancas.
Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) aponta que, em 2016, a taxa de analfabetismo no país caiu para 7,2%. Em 2015, 8% dos
brasileiros com 15 anos ou mais não sabiam ler ou escrever no país.
O levantamento foi feito ao longo de 2016 por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (PNAD). Naquele ano, o total de analfabetos foi estimado em 11,8 milhões de pessoas e
"apresentou relação direta com a idade, aumentando à medida que a idade avançava até atingir 20,4%
entre as pessoas de 60 anos ou mais".
O total de analfabetos mostra que o país ainda está distante de cumprir a Meta 9 do Plano Nacional
de Educação (PNE), instituído pela Lei n. 13.005. O PNE estipulava a redução da taxa de analfabetismo
para 6,5%, em 2015.
Taxa de escolarização
A pesquisa também verificou o percentual das pessoas que frequentavam a escola, um contingente
que somava 56,5 milhões de pessoas. "Entre as crianças de 0 a 3 anos a taxa de escolarização foi 30,4%,
o equivalente a 3,1 milhões de estudantes, e entre as crianças de 4 e 5 anos, faixa correspondente à pré-
escola, a taxa foi de 90,2%, totalizando 4,8 milhões de estudantes".
A meta 1 do PNE estabelecia a universalização, até o ano de 2016, da educação infantil na pré-escola.
Entretanto a PNAD constatou, em 2016, taxa de 90,2%.
Apesar de a meta não ter sido atingida, houve um aumento significativo da presença de crianças de 4
a 5 anos na escola. Em 4 anos, o índice subiu de 78,1% para 90,2%.
A PNAD também constatou que 5% dos estudantes de 6 a 10 anos e 15,6% de 11 a 14 anos de idade
estavam atrasados em relação à etapa de ensino que deveriam estar frequentando, seja por reprovação,
seja por evasão.
A meta 2 prevê a universalização, até 2024, do ensino fundamental de nove anos para as pessoas de
6 a 14 anos.
48
G1. Analfabetismo entre pessoas pretas e pardas é mais que o dobro do que entre as brancas, diz IBGE. G1 Educação. Disponível em:
<https://g1.globo.com/educacao/noticia/analfabetismo-entre-pessoas-pretas-e-pardas-e-mais-que-o-dobro-do-que-entre-as-brancas-diz-ibge.ghtml> Acesso em 21
de dezembro de 2017.
. 61
Rede de ensino
Do total de estudantes, 73,5% frequentavam escola pública, enquanto 26,5%, escola privada.
"Enquanto nos cursos até o ensino médio a rede pública corresponde a mais de 70% dos estudantes, no
ensino superior de graduação essa participação se reduz a 25,7%, e na especialização, mestrado e
doutorado equivale a 32,9%", aponta o relatório.
A pesquisa estimou que 24,8 milhões das pessoas de 14 a 29 anos de idade não frequentavam escola,
cursos pré-vestibular, técnico de nível médio ou de qualificação profissional, e, no caso dos mais velhos,
não haviam concluído uma graduação.
MEC e CNE discutem mudanças no documento voltado à educação infantil e ensino fundamental
BRASÍLIA - Depois de retirar o ensino religioso da última versão da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) referente à educação infantil e ao ensino fundamental, o Ministério da Educação (MEC)
recuou da decisão e resolveu reincorporar o tema ao documento. A decisão recente do Supremo Tribunal
Federal, que considerou constitucional a oferta da disciplina nas escolas, mantendo a matrícula
facultativa, ampliou as pressões de grupos religiosos em favor da volta do assunto para a BNCC.
A volta do ensino religioso está dentro de um pacote de últimas sugestões levantadas pelo Conselho
Nacional de Educação (CNE), a partir de audiências públicas realizadas pelo país neste ano, que estão
sendo debatidas com o MEC nesta quinta-feira. O CNE fará então a versão final do texto para encaminhá-
lo ao ministro da Educação, a quem cabe homologar a BNCC. O documento irá definir o que deve ser
aprendido pelos alunos em cada etapa escolar. A previsão é que esteja pronto até o fim deste ano.
Segundo o secretário de Educação Básica do MEC, Rossieli Silva, a decisão de recolocar o ensino
religioso na BNCC vem de uma “sensibilidade” em torno do tema a partir das manifestações colhidas nas
últimas audiências:
— O que há é uma sensibilidade clara de que o ensino religioso deve ser tratado na Base Nacional
Comum. Existe uma comissão do CNE específica para tratar de ensino religioso e esta comissão está
debruçada e trará uma proposta.
O presidente do CNE, Eduardo Deschamps, afirmou que a própria decisão do Supremo deixou
registrada a necessidade de haver uma regulamentação sobre a oferta do ensino religioso, embora os
alunos não sejam obrigados a se matricular:
— A lei fala da oferta, que é obrigatória com matrícula facultativa, mas não diz como deve ser. Temos
vários documentos que podem tratar disso. Um deles é a Base.
Deschamps minimiza as pressões sofridas pelo CNE desde que a terceira versão da BNCC foi
entregue pelo MEC, em abril deste ano, para análise, modificações e aprovação.
— Não são pressões, mas manifestações da sociedade de maneira em geral. Essa é uma Casa para
receber esse tipo de manifestação.
Indígenas e Quilombolas
Além da volta do ensino religioso, outras mudanças serão feitas, como a incorporação de um
detalhamento mais apurado em língua portuguesa e na educação indígena e quilombola. A antecipação
do fim do ciclo de alfabetização para o 2º ano, em vez do 3º ano, é outra mudança feita pelo MEC na
última versão da BNCC, mas sobre a qual não se sabe o que o CNE fará.
— Existem posicionamentos individuais de conselheiros acerca da alfabetização que podem ser
divergentes da posição do MEC. Mas a manifestação do CNE só se dará no momento em que aprovar o
parecer e a devolução final do documento.
Tanto Deschamps quanto Rossieli disseram que não haverá uma quarta versão da BNCC e que o
cronograma está mantido, para que o documento seja entregue ainda neste ano ao MEC. Após
homologação do ministro, o texto se torna uma norma nacional. Eles minimizaram o número de críticas e
sugestões colhidas nas audiências públicas feitas pelo CNE e que agora serão debatidas:
49
MARIZ, RENATA. Governo decide reincorporar ensino religiosa na Base Nacional Curricular. O Globo Sociedade. Disponível em: <
https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/governo-decide-reincorporar-ensino-religioso-na-base-nacional-curricular-
22050225?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo> Acesso em 10 de novembro de 2017.
. 62
— Foram 234 postagens e contribuições. Muitas delas se repetem. E obviamente agora haverá uma
análise — disse Deschamps.
Ele lembrou que a primeira versão da BNCC recebeu 12 milhões de intervenções e a segunda contou
com 9 mil participantes em discussões regionais. Agora, segundo Deschamps, são apenas “centenas de
contribuições, apenas ajustes”.
Questões
01. (UFFS – Farmacêutico – FAFIPA)50 Os estudantes brasileiros de nível superior podem contar
com o financiamento das anuidades como forma de estimular a permanência e a conclusão de curso
de graduação em instituições não gratuitas. O programa do Ministério da Educação (MEC) destinado
à concessão deste financiamento chama-se:
(A) FIES
(B) FNDE
(C) ENADE
(D) PROUNI
(E) ENEM
Essa reforma
(A) cria a base nacional curricular comum e proíbe a participação de não docentes na sala de aula.
(B) estabelece a segmentação de disciplinas por áreas de conhecimento e amplia a carga horária.
(C) transforma Artes e Educação Física em disciplinas facultativas e organiza o ensino em módulos.
(D) extingue o turno integral nas escolas públicas e favorece a formação profissional dos jovens.
(E) universaliza os cursos à distância e permite ao aluno a escolha de somente uma área de estudo.
Gabarito
50
https://www.qconcursos.com/questoes-de-
concursos/questoes/search?utf8=%E2%9C%93&todas=on&q=fies&instituto=&organizadora=&prova=&ano_publicacao=&cargo=&escolaridade=&modalidade=&disc
iplina=56&assunto=1327&esfera=&area=&nivel_dificuldade=&periodo_de=&periodo_ate=&possui_gabarito_comentado_texto_e_video=&possui_comentarios_gerai
s=true&possui_comentarios=&possui_anotacoes=&sem_dos_meus_cadernos=&sem_anuladas=&sem_desatualizadas=&sem_anuladas_impressao=&sem_desatu
alizadas_impressao=&caderno_id=&migalha=&data_comentario_texto=&data=&minissimulado_id=&resolvidas=&resolvidas_certas=&resolvidas_erradas=&nao_res
olvidas=
. 63
Comentários
01. Resposta: A
O FIES é um programa do Governo criado em 1999 para substituir o Programa de Crédito Educativo
– PCE/CREDUC. Destina-se a financiar a graduação no Ensino Superior de estudantes que não possuem
condições de arcar com os custos de sua formação51.
02. Resposta: D
Uma das principais medidas anunciadas até agora pelo governo de Michel Temer é a PEC 241,
que estabelece um teto para o crescimento dos gastos públicos. No Senado, a proposta tramitou
como PEC 55. A mudança de número seria por conta da organização das proposições no Senado.
No dia 13 de dezembro, o Senado aprovou em segundo turno a proposta do governo, com 53 votos
a favor e 16 contrários.
Com a aprovação do teto de gastos, a tendência é que dentro de alguns anos os gastos públicos
tenham uma participação menor na economia e que os recursos que financiam serviços públicos
sejam limitados, tais como educação e saúde 52.
03. Resposta: B
Alvo de protestos de estudantes em todo o país, a lei da reforma do ensino médio foi promulgada
nesta quinta-feira (16) pelo presidente da República, Michel Temer, em cerimônia no Palácio do
Planalto. A proposta, feita por meio de uma Medida Provisória, foi aprovada na semana passada pelo
Senado, no dia 08. A reforma flexibiliza o conteúdo que será ensinado aos alunos, muda a di stribuição
do conteúdo das 13 disciplinas tradicionais ao longo dos três anos do ciclo, possibilita a oferta do
ensino técnico na grade curricular e incentiva a ampliação de escolas de tempo integral. O ensino
médio terá cinco tipos, que são chamados de itinerários formativos, que são: linguagens e suas
tecnologias; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; ciências
humanas e sociais aplicadas e formação técnica e profissional 53.
Saúde
saúde do Prêmio Nobel de Medicina de 2018 por
James P. Allison e Tasuku Honjo são os vencedores
terapia contra o câncer54
Academia Sueca anunciou o prêmio de R$4 milhões nesta segunda-feira (01/10). Os cientistas
descobriram tipo de terapia contra o câncer que faz com que células de defesa voltem a atacar tumores.
James P. Allison e Tasuku Honjo são os ganhadores do Prêmio Nobel 2018 de Medicina. A Academia
Sueca anunciou nesta segunda-feira (01/01) que o americano e o japonês irão dividir o prêmio de 9
milhões de coroas suecas, o equivalente a R$ 4.098.402.
Os dois desenvolveram pesquisas separadas envolvendo proteínas que agem como um freio sobre o
sistema durante tratamento de câncer. "Eles estabeleceram um princípio inteiramente novo para a terapia
do câncer", afirmou a Academia Sueca.
O imunologista James P. Allison, da Universidade do Texas, estudou uma proteína que funciona como
um freio no sistema imune. "Ele descobriu o potencial de solar esse freio e lançar as células imunes para
atacar os tumores, e desenvolveu esse conceito até chegar a uma nova abordagem para tratar pacientes",
diz a Fundação Nobel.
Já o imunologista Tasuku Honjo, professor da Universidade de Kyoto, descobriu uma proteína nas
células imunes que também age como um freio, mas com um mecanismo diferente de ação. "Terapias
baseadas na descoberta dele provaram ser bastante efetivas na luta contra o câncer", afirma a Fundação.
De acordo com especialistas presentes no anúncio, o tratamento é inovador porque é direcionado ao
sistema imune, ao invés de atuar diretamente no tumor. Eles também afirmaram que o tratamento tem
menos efeitos colaterais e é especialmente eficaz contra o melanoma maligno, tipo de câncer de pele,
pulmão, rins, linfoma, e "muitos outros".
51
https://guiadoestudante.abril.com.br/fies-prouni/o-que-e-e-como-funciona-o-fies-financiamento-estudantil/
52
http://www.politize.com.br/teto-de-gastos-publicos-infografico/
53
http://www.valor.com.br/politica/4871882/alvo-de-protesto-de-estudantes-lei-do-novo-ensino-medio-e-sancionada
54
Pinheiro, Lara. James P. Allison e Tasuku Honjo são os vencedores do Prêmio Nobel de Medicina de 2018 por terapia contra o câncer.
https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2018/10/01/james-p-allison-e-tasuku-honjo-sao-os-vencedores-do-premio-nobel-de-medicina-para-2018.ghtml. Acesso
em 01 de outubro de 2018.
. 64
Ministério confirma 677 casos de sarampo em seis estados do Brasil55
Amazonas e Roraima lideram com maior número de infecções, com 444 e 216 casos, respectivamente.
O Ministério da Saúde atualizou o número de casos de sarampo no Brasil: foram 677 casos até esta
terça-feira (17/07) em seis estados: Amazonas, Roraima, Rondônia, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio
Grande do Sul. O número de casos em investigação assusta: chegou a 2.724.
Atualmente, o Brasil enfrenta dois surtos da doença, em Roraima e no Amazonas. Segundo o governo,
eles estão relacionados à importação de casos de outros países. "Isso ficou comprovado pelo genótipo
do vírus (D8) que foi identificado, que é o mesmo que circula na Venezuela", afirma o ministério.
A região Norte, como é visto na tabela acima, alavanca o número de casos. O Ministério da Saúde
acredita que vá conseguir controlar os surtos, mas ressalta que o aumento das taxas de vacinação é
importantíssimo para garantir o controle da doença. Juntamente com o sarampo, o país também está
atento à circulação e às baixas coberturas vacinais da poliomielite.
Sarampo no mundo
Nesta terça-feira, a Organização Mundial da Saúde divulgou uma altano número de casos da doença
em todo o mundo. A baixa cobertura vacinal em alguns países, como o Brasil, contribuiu para volta da
doença - foram 173.330 casos no planeta, um aumento de 41 mil casos em apenas um ano.
Globalmente, 85% das crianças foram vacinadas com a primeira dose da vacina contra o sarampo no
primeiro ano de vida, através dos serviços de saúde de rotina e 67% com uma segunda dose.
Apesar disso, segundo o relatório da OMS, os níveis de cobertura permanecem bem aquém da
cobertura de imunização contra o sarampo recomendada pela organização, que é de pelo menos 95%
para evitar surtos, evitar mortes evitáveis e alcançar metas de eliminação regional.
55
G1. Ministério confirma 677 casos de sarampo em seis estados do Brasil. G1 Bem Estar. https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2018/07/18/ministerio-confirma-
677-casos-de-sarampo-em-seis-estados-do-brasil.ghtml. Acesso em 19 de julho de 2018.
. 65
Vírus da zika pode ajudar a tratar alguns tipos de câncer, diz pesquisa56
Cientistas brasileiros descobriram que o vírus da zika que assustou tanto o Brasil pode se tornar um
aliado importante no tratamento de alguns tipos de câncer.
Foi depois de estudar os danos causados pelo vírus da zika nos cérebros de bebês que nasceram com
microcefalia que os cientistas tiveram a inspiração para a nova pesquisa.
“Se o vírus tem afinidade para células-tronco normais do cérebro, será que ele tem afinidade para
células tumorais que têm essa aparência de célula-tronco neural? Foi daí que surgiu a ideia, conta a
bióloga e geneticista Carolini Kaid.
Os primeiros resultados verificados ainda em lâminas no laboratório mostraram que em três dias o
vírus da zika destruiu as células dos tumores observados. Era o vírus dessa vez agindo para o bem.
As imagens em vermelho mostram a destruição que o vírus provocou dentro uma célula de câncer.
O próximo passo dos pesquisadores do Centro de Estudos do Genoma da USP, do Instituto Butantã,
do Laboratório Nacional de Biociências e da Universidade Federal de São Paulo foi aplicar o vírus da zika
em camundongos com tumores agressivos do sistema nervoso central.
56
JORNAL NACIONAL. Vírus da Zica pode ajudar a tratar alguns tipos de câncer, diz pesquisa. G1 Jornal Nacional. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-
nacional/noticia/2018/04/virus-da-zika-pode-ajudar-tratar-alguns-tipos-de-cancer-diz-pesquisa.html?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=jn>
. 66
E as imagens mostram que o câncer no cérebro dos animais e até as metástases na coluna foram
diminuindo rapidamente.
“Em cinco semanas tem uma remissão total do tumor. Essas são as imagens mais impressionantes
que a gente teve, o que nos animou bastante”, diz Carolini.
Os pesquisadores compararam também o tempo de vida de cobaias tratadas com o vírus da zika sob
controle com outras que não receberam nada.
“Houve uma melhora significativa do tempo de sobrevida desses animais. Então, esse é um resultado
que demonstra que o vírus da zika tem de fato uma ação muito potente, uma ação antitumoral muito
potente”, explicou Oswaldo Okamoto, professor de genética e biologia evolutiva da USP.
Os resultados do trabalho foram publicados nesta quinta-feira (26/04) na revista da Associação
Americana de Pesquisa sobre Câncer.
Os cientistas brasileiros esperam agora avançar e em breve testar a ação do zika em pacientes com
câncer do sistema nervoso central que não respondem aos tratamentos convencionais.
“Nós estamos extremamente empolgados, cada camundongo onde a gente viu desaparecer o tumor,
todo mundo vibrava aqui. Acho que a maior alegria, maior vibração que a gente vai ter vai ser ver um
tumor desaparecendo num paciente”, disse a coordenadora do centro de pesquisa em genoma humano,
Mayana Zats.
A Organização Mundial de Saúde passou a considerar o estado de São Paulo como área de risco para
a febre amarela e recomendou a vacinação para todos os viajantes internacionais que passarem pelo
estado, inclusive regiões costeiras e metropolitana.
A representação da Organização Pan-americana de Saúde (Opas) no Brasil afirmou à BBC Brasil que
a OMS tomou essa decisão por conta da gravidade da doença e do aumento na ocorrência de casos. A
Opas vê as epizootias (mortes de macacos) na região de São Paulo como um sinal de intensificação de
risco e por esse motivo emitiu o alerta.
A organização também considera estender o alerta a outras regiões do Brasil, se novos casos
aparecerem, e está monitorando a situação com interesse.
"A determinação de novas áreas consideradas de risco de transmissão de febre amarela e com
recomendação de vacina é um processo contínuo", afirmou em comunicado. A última mudança no status
do Brasil foi registrada em abril de 2017.
A recomendação de vacinação já é válida para viajantes internacionais que visitem estados das regiões
Centro-Oeste e Norte do Brasil, Minas Gerais e Maranhão, além de partes dos estados da região Sul,
Bahia e Piauí.
"A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS) avalia que a
medida mais importante para prevenir a febre amarela é a imunização. Quem vive ou se desloca para as
áreas de risco deve estar com as vacinas em dia e se proteger de picadas de mosquitos", recomenda.
Ministério da Saúde
Consultado pela BBC Brasil, o Ministério da Saúde afirmou que "mantém a estratégia definida pelo
estado de São Paulo para vacinação da população contra a febre amarela". Segundo a pasta, as áreas
de vacinação foram determinadas "de acordo o acompanhamento da circulação do vírus, baseada no
mapeamento epidemiológico das regiões. A vacinação está sendo intensificada nas áreas com risco de
infecção pela doença."
"A Organização Mundial de Saúde (OMS) ampliou, nesta terça-feira (16), a orientação aos viajantes
internacionais que vêm ao estado de São Paulo. Como não há possibilidade de prever os deslocamentos
internos desses viajantes, trata-se de uma medida ampliada de cautela", diz a nota.
"O Ministério da Saúde reforça que as áreas determinadas para vacinação no país permanecem as
mesmas e que as medidas de prevenção, como intensificação da vacinação e fracionamento de doses,
também continuarão sendo realizadas e atualizadas conforme as necessidades."
Atualmente, toda a região Sul e quase todo o Sudeste têm recomendação permanente de vacinação
por parte do Ministério, além de partes dos Estados da Bahia e do Piauí. Desde o último surto, em 2017,
o Espírito Santo tornou-se área de recomendação temporária.
Atualmente, a vacinação para febre amarela é recomendada e oferecida em 21 Estados: Acre,
Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul,
57
MARINA WENTZEL. OMS vê risco de intensificação do surto de febre amarela. BBC Brasil. Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/brasil-
42685293?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 17 de janeiro de 2018.
. 67
Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná,
Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O país recomenda, mas não exige a vacina para viajantes estrangeiros. A OMS também diz que a
vacina é uma recomendação.
Risco endêmico
O vírus da febre amarela é considerado endêmico em áreas tropicais do continente africano e nas
Américas Central e do Sul. A OMS recomenda que seja tomada uma dose padrão da vacina, o que é
suficiente para garantir imunidade e proteção para toda a vida.
O Brasil terá, entre fevereiro e março, uma campanha de vacinação, porém com doses fracionadas. O
objetivo do fracionamento é conseguir atender a um número maior de pessoas.
O efeito da dose menor, entretanto, é mais efêmero e tem um período de eficácia variável. Ainda faltam
estudos que possam precisar em definitivo o tempo da proteção garantida, se cinco, oito, dez ou mais
anos. De acordo com o Instituto Bio-Manguinhos, da Fiocruz, que produz a vacina no Brasil, a dose
fracionada pode proteger as pessoas por até oito anos.
A vacina de dose padrão confere imunidade eficaz dentro de 30 dias para 99% das pessoas
imunizadas.
"Não sabemos a extensão do que vai acontecer com a febre amarela neste ano e, por precaução,
estamos regulando nosso estoque para eventual necessidade. Se surgirem outros focos em outros
Estados, teremos condições de cobrir", afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros a jornalistas na
semana passada.
Até o momento o Brasil viveu o seu pior surto de febre amarela silvestre de dezembro de 2016 a julho
de 2017. Foi o mais severo registrado desde 1980, mas a situação atual mostra-se preocupante - tanto
que 75 municípios em São Paulo, Rio e Bahia estão dentro da nova campanha de imunização.
"Grandes epidemias de febre amarela ocorrem quando pessoas infectadas introduzem o vírus em
áreas densamente povoadas com alta densidade de mosquitos e onde a maioria das pessoas tem pouca
ou nenhuma imunidade devido à falta de vacinação", explicou o comunicado da organização.
"É nessas condições que mosquitos infectados transmitem com sucesso o vírus de pessoa para
pessoa e agora o Brasil corre para impedir que um cenário potencialmente desolador se desenvolva."
A estratégia de compartilhamento das doses, apesar de não ser ideal, é recomendada pela Opas/OMS
como uma "solução às necessidades eventuais de campanhas de larga escala".
Quando há um surto que ameaça a capacidade de abastecimento, por exemplo, e a doença pode se
espalhar para áreas densamente povoadas rapidamente e isso deve tentar ser evitado a todo custo. "O
fracionamento não tem a intenção de servir como estratégia de longo prazo nem de substituir as rotinas
estabelecidas nas práticas de imunização" ressaltou a organização.
Febre Amarela
O nome "febre amarela" se refere ao sintoma da icterícia, quando a pele adquire coloração amarelada,
apresentada por alguns pacientes da doença.
O vírus é transmitido por mosquitos infectados e causa febre hemorrágica. Os sintomas incluem dor
de cabeça, dores musculares, náusea, vômitos e fadiga.
Uma pequena parte das vítimas chega a desenvolver sintomas graves, com insuficiência hepática e
renal, que podem levar à morte. Entre os casos severos, aproximadamente metade deles resulta em
morte num período de sete a 10 dias.
Os viajantes com contraindicações para a vacina contra a febre amarela (gestantes, crianças abaixo
de 9 meses ou lactentes, pessoas com hipersensibilidade grave à proteína do ovo e imunodeficiência
grave) ou com mais de 60 anos devem consultar um médico para avaliar cuidadosamente a relação risco-
benefício.
Hemocentros têm permissão legal para rejeitar doação de 'homens que transaram com homens'. Ação
do PSB diz que regra é 'preconceituosa' e reforça estigmas.
Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar nesta quinta-feira (19/10) normas da Anvisa e do
Ministério da Saúde que autorizam hemocentros de todo o país a rejeitar doações de homens gays
sexualmente ativos. Pelas regras vigentes, eles só podem doar sangue se ficarem 12 meses sem relações
sexuais.
58
GARONCE, LUIZA. STF Julga doação de sangue por homossexuais nesta quinta; entenda. G1 Distrito Federal. Disponível em: <https://g1.globo.com/distrito-
federal/noticia/stf-julga-doacao-de-sangue-por-homossexuais-nesta-quinta-entenda.ghtml> Acesso em 19 de outubro de 2017.
. 68
As normas consideram que a população gay é "grupo de risco" para a transmissão de vírus como o
HIV, e doenças como as hepatites B e C. Até a publicação desta reportagem, o tema era o segundo item
previsto na pauta do Supremo.
A ação direta de inconstitucionalidade que pede a suspensão imediata dessas regras foi apresentada
em 2016 pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). No texto, quatro advogados da legenda argumentam
que as normas “escancaram absurdo tratamento discriminatório” em razão da orientação sexual dos
candidatos.
“Ofendem a dignidade dos envolvidos e retiram-lhes a possibilidade de exercer a solidariedade
humana.”
'Ranço discriminatório'
O advogado Rafael Carneiro, que fará a sustentação oral no STF, conversou com o G1 e explicou que
a anulação das normas não vai prejudicar a qualidade do sangue coletado nos hemocentros, mas garantir
que o controle seja feito com base no comportamento sexual e não na orientação.
“A norma já proíbe a doação de pessoas ‘promíscuas’, que têm mais de um parceiro, que não usam
preservativo ou que usam drogas." Segundo ele, o objetivo é acabar com os “os ranços discriminatórios”
que ainda existem no ordenamento jurídico brasileiro e que perpetuam estigmas e a exclusão social dos
homossexuais.
Doença de gay?
A primeira norma brasileira que proibiu a doação de sangue por homens gays foi publicada em 1993,
quando ainda pairava sob o imaginário coletivo a falsa relação causal da Aids com a homossexualidade.
A doença, transmitida pelo vírus HIV, foi descoberta no final da década de 1970 e, por desconhecimento
científico, batizada de “Imunodeficiência Gay”.
O advogado Rafael Carneiro afirma que as normas da Anvisa e do Ministério da Saúde contribuem
para reforçar esse estigma e ainda prejudicam o debate e o aperfeiçoamento de políticas públicas que
deveriam ser destinadas a todos – sem distinção.
“O poder público, que deveria evitar preconceitos, cria a ilusão nas demais pessoas de que elas estão
blindadas ou protegidas [das doenças].”
De acordo com o Ministério da Saúde, dados nacionais apontam que a Aids – doença provocada pela
manifestação do vírus HIV – tem “maior prevalência de infecção” em populações de maior vulnerabilidade,
como "homens que fazem sexo com homens", na terminologia da pasta.
O Boletim Epidemiológico de 2016 mostra que, de janeiro de 2007 a junho do ano passado, foram
registrados 36,6 mil casos de homossexuais soropositivos para o HIV. Os heterossexuais contaminados
pelo vírus correspondem a 29,8 mil.
Contrário à visão apresentada pelo ministério, que correlaciona a contaminação e transmissão do HIV
com a homossexualidade, Carneiro afirma que os direitos fundamentais não podem ser limitados apenas
por números que indicam falsa causalidade.
“Se os números apontam que em certa região do país uma doença é mais prevalente, então vamos
excluir as pessoas deste estado? Por essa lógica, a restrição passa a não ter fim”, disse ao G1.
“Causalidade significa que determinada causa leva a um efeito. Ser homossexual não tem como efeito
contrair uma doença sexualmente transmissível.”
“As normas criam essa correlação que não é real.”
. 69
Baixa nos estoques
Na ação, os advogados também apontam que a proibição de doação de sangue por homens gays
sexualmente ativos gera um impacto negativo de 19 milhões de litros anuais, que poderiam abastecer os
estoques em “enorme carência” em todo o país.
“(Isso) corresponde a um número assombroso de vidas que poderiam ser salvas, mas que acabam
desassistidas”, argumentam na ação. Segundo dados do Hemocentro de Brasília, somente na capital
federal, desde 2014 a média de doações recusadas a homossexuais foi de 108 por ano.
Considerando que uma única bolsa de sangue pode ser utilizada por até quatro pacientes, de acordo
com a fundação, este número representa cerca de 1.290 pessoas que podem ter ficado desassistidas nos
últimos três anos quando precisaram de uma transfusão.
Janela imunológica
Segundo os advogados, uma das explicações para adoção da política de restrição à doação de sangue
por homossexuais na década de 1990 era a “janela imunológica” – período imediatamente posterior à
infecção, quando os exames ainda não conseguem detectar os anticorpos contra o HIV. Na época, esta
“janela” era de 6 a 8 semanas.
Hoje, no entanto, os anticorpos conseguem ser identificados cerca de 15 dias após a contaminação,
segundo Manual Técnico para o Diagnóstico da Infecção pelo HIV de 2013, elaborado pelo próprio
Ministério da Saúde.
A Fundação Hemocentro de Brasília disse ao G1 diz que conta com tecnologias de identificação do
vírus capazes de obter resultados confiáveis em prazo ainda menor – dentro de dez dias.
Diante da evolução científica na prevenção e no tratamento das doenças sexualmente transmissíveis,
os advogados afirmam que “a legislação brasileira continua impregnada de visões ultrapassadas, lógicas
irracionais e fundamentos discriminatórios”.
O Ministério da Saúde informou que, embora a janela imunológica “esteja atualmente reduzida”, o
período de 12 meses foi estabelecido por “precaução”, assim como para outros grupos considerados de
risco, como pessoas que fizeram tatuagens ou passaram por cirurgias.
“Sob o pretexto de privilegiar a segurança no controle de saúde do sangue, o Estado brasileiro admite
que determinado grupo de pessoas, por mera questão ontológica – e não em razão de comportamentos
adotados –, seja barrado dos hemocentros e taxado de ‘impuro’, de ‘aidético’, frente às pessoas
supostamente “normais” e possuidoras de sangue hipoteticamente ‘saudável’. A estigmatização é
flagrante e absurda!", diz a ação.
Contradição
A portaria do Ministério da Saúde é uma contradição em si mesma, apontam os advogados. Ao mesmo
tempo em que permite restrição ao público gay sexualmente ativo à doação de sangue valendo-se de
texto idêntico ao da resolução da Anvisa, a norma também proíbe a discriminação por orientação sexual.
Segundo o documento, os hemocentros devem fazer a triagem clínica do sangue coletado para garantir
a segurança do receptor, “porém com isenção de manifestações de juízo de valor, preconceito e
discriminação por orientação sexual, identidade de gênero”.
“Este é, portanto, o quadro da legislação brasileira sobre o tema: aparentemente progressista, mas
notoriamente contraditória e impregnada de preconceito”, concluem os advogados na ação.
Questões
01. O Ministério da Saúde confirmou recentemente a relação entre o vírus Zika e _______________.
As investigações sobre o tema devem continuar para esclarecer questões como a transmissão desse
agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para
a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez.
Preenche adequadamente a lacuna no fragmento acima:
(A) O surto de microcefalia na região Nordeste.
(B) O surto de encefalopatia na região Sul.
(C) A febre chikungunya na região Sudeste.
(D) A dengue hemorrágica na região Norte.
(E) A macrocefalia na região Sul.
02. (CRBio – Auxiliar Administrativo – VUNESP) O surto de febre amarela do início de 2017 é o
maior desde 1980, quando o Ministério da Saúde passou a disponibilizar dados da série histórica.
. 70
Todos os casos no país são de febre amarela silvestre, transmitida por um ciclo que envolve macacos
e mosquitos presentes em áreas rurais – não há registro da versão urbana da doença no Brasil desde
1942.
(Folha de S.Paulo, https://goo.gl/2mp0DS, 26.01.2017. Adaptado)
Até o final de fevereiro de 2017, o estado mais atingido por esse surto era
(A) Bahia
(B) Espírito Santo
(C) Goiás
(D) Minas Gerais
(E) Mato Grosso
Gabarito
01.A / 02.D
Comentários
01. Resposta: A
Mesmo sendo em menor número do que o surto em 2016, o nordeste ainda é a região que mais sofre
com casos de microcefalia no Brasil (Referência: <http://g1.globo.com/bemestar/noticia/brasil-confirmou-165-casos-de-bebes-com-microcefalia-
e-outras-alteracoes-ligadas-a-zika-em-2017.ghtml>
02. Resposta: D
A catástrofe ambiental ocorrida por causa de irresponsabilidade da Samarco, em Minas Gerais,
acarretou na eliminação diversas espécies animais e vegetais. Como consequência, temos o desequilíbrio
ambiental se apresentando de diversas maneiras, entre elas a proliferação de doenças, uma vez faltam
os predadores naturais dos mosquitos transmissores da febre amarela, por exemplo. Ao números são
confirmados abaixo:
(http://g1.globo.com/bemestar/febre-amarela/noticia/ministerio-da-saude-confirma-574-casos-de-febre-amarela-no-brasil.ghtml)
Cultura
saúde
Olá candidato(a). No conteúdo a respeito de Cultura dentro dos tópicos de atualidades, teremos
uma ordem um pouco diferente. Antes dos textos noticiados no período estipulado pelo edital,
traremos uma pequena introdução falando a respeito da cultura brasileira e sua diversidade. Caso
tenha alguma dúvida, por favor entre em contato conosco.
A cultura no Brasil é um reflexo da formação do país já no período colonial, quando começam a surgir
as primeiras relações entre portugueses e indígenas, nos primeiros anos do contato. Ao longo de mais
de cinco séculos de transformação, ela incorpora elementos de todos aqueles que ajudaram a criar o país
ou que vieram para o Brasil em buscas de vida nova. Do churrasco ao acarajé, catolicismo a umbanda,
norte ao sul, o Brasil é um país de contrastes, definidos por seus habitantes que convergem seus
costumes, crenças e práticas em território nacional.
Mesmo admitindo a existência de diversos estudos e discussões antropológicas sobre o conceito de
cultura, podemos considerá-la a grosso modo da seguinte forma: cultura diz respeito a um conjunto de
hábitos, comportamentos, valores morais, crenças e símbolos, dentre outros aspectos mais gerais, como
forma de organização social, política e econômica que caracterizam uma sociedade.
Dessa forma, podemos pensar na seguinte questão: o que caracteriza a cultura brasileira?
Certamente, ela possui suas particularidades quando comparada ao restante do mundo,
principalmente quando nos debruçamos sobre um passado marcado pela miscigenação racial entre
índios, europeus e africanos e que sofreu ainda a influência de povos do Oriente Médio e da Ásia. Na
prática isso reflete em aspectos religiosos, musicais, gastronômicos (...) em que apesar de serem
brasileiros, sofrem fortes influências europeias, indígenas e africanas.
A diversidade cultural reflete os diferentes costumes e práticas que compõem a sociedade brasileira.
O Brasil é um país de dimensões continentais, que passou por diversos processos de ocupação,
migração, imigração e emigração, incorporando os traços de diversos povos e sociedades para compor
uma cultura única e diversificada. Além disso, por conter um extenso território, apresenta diferenças
climáticas, econômicas, sociais e culturais entre as suas regiões.
. 71
Textos noticiados:
O gênero literário, que também é ofício e meio de sobrevivência para inúmeros cidadãos brasileiros,
a Literatura de Cordel, foi reconhecido pelo Conselho Consultivo como Patrimônio Cultural Brasileiro. A
decisão foi tomada nesta quarta-feira, 19 de setembro, por unanimidade pelo colegiado que está reunido
no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro. A reunião também contou com a presença do Ministro da
Cultura, Sérgio Sá Leitão, da presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan),
Kátia Bogéa e do presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, Gonçalo Ferreira.
Poetas, declamadores, editores, ilustradores (desenhistas, artistas plásticos, xilogravadores) e
folheteiros (como são conhecidos os vendedores de livros) já podem comemorar, pois agora a Literatura
de Cordel é Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.
Apesar de ter começado no Norte e no Nordeste do país, o cordel hoje é disseminado por todo o Brasil,
principalmente por causa do processo de migração de populações. Hoje, circula com maior intensidade
na Paraíba, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas
Gerais, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo. Em todos estes estados é possível encontrar esta
expressão cultural, que revela o imaginário coletivo, a memória social e o ponto de vista dos poetas acerca
dos acontecimentos vividos ou imaginados.
59
IPHAN. Literatura de Cordel é reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil. http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/4833/literatura-de-cordel-e-
reconhecida-como-patrimonio-cultural-do-brasil. Acesso em 20 de setembro de 2018.
60
PUPO, A. GONÇALVEZ, A. ESCOBAR, H. PENNAFORT, R. Destruição de museu era ‘tragédia anunciada’, dizem pesquisadores. Estadão.
https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,destruicao-de-museu-era-tragedia-anunciada-dizem-
pesquisadores,70002485220?utm_source=twitter:newsfeed&utm_medium=social-organic&utm_campaign=redes-sociais:092018:e&utm_content=:::&utm_term=.
Acesso em 03 de setembro de 2018.
. 72
Segundo o zoólogo e paleontólogo Hussam Zaher, que foi aluno do museu nos anos 1980, houve um
incêndio na ala de herpetologia que só não se espalhou para a instituição inteira porque era um ambiente
fechado. “Foi uma tragédia anunciada”, lamentou ele, que também viu de perto o incêndio que destruiu
quase toda a coleção de cobras do Instituto Butantã, em São Paulo.
“É a ciência brasileira indo embora”, resumiu o físico e historiador da ciência Ildeu Moreira, presidente
da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência. “A possibilidade de acontecer desastres como esse
aumenta a cada dia. O patrimônio brasileiro está sendo destruído todos os dias pelo descaso.”
Para o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), o físico Luiz Davidovich, professor da
UFRJ, foi um "golpe duro na ciência nacional". Segundo ele, é um desastre irrecuperável, com
repercussão internacional. "É uma consequência do descaso das autoridades com a ciência, que afeta
agora não apenas o futuro, mas a memória do País."
Ele lembrou que o museu vinha lutando há tempos para se recuperar dos cortes orçamentários. "É
mais um capítulo da triste história do desmonte da ciência brasileira.”
Emergência
No Rio, outros museus com acervos importantes correm risco. O Instituto Brasileiro de Museus
(Ibram) tem adotado providências para reformar ou restaurar prédios antigos que abrigam coleções
históricas. Um exemplo é o Museu Nacional de Belas Artes, que recebeu impermeabilização em sua
cobertura e torre de arrefecimento. O Museu da República teve igualmente obras emergenciais
realizadas, sendo recuperada sua varanda e restaurada sua claraboia.
O Palácio Rio Negro, em Petrópolis, também passou por escoramento emergencial de sua varanda.
Já o Museu Imperial, na mesma cidade da região serrana fluminense, passou por obras emergenciais no
telhado de sua biblioteca.
Cerca de 40 pessoas se reuniram em frente ao Parque Lage para protestar contra obras de arte; mostra
recebeu 1,2 mil pessoas em menos de três horas
Cerca de 6,8 mil pessoas passaram pelas três salas da exposição Queermuseu: Cartografias da
Diferença na Arte Brasileira no Parque Lage, no Rio, entre sábado, 18/08, e domingo, 19/08. A mostra,
censurada em Porto Alegre no ano passado, abriu sua versão carioca neste sábado e fica por um mês
no espaço.
De acordo com o diretor da Escola de Artes Visuais (EAV), Fábio Szwarcwald, por enquanto, a
proibição de ingresso de menores de 14 anos, mesmo acompanhados pelos pais, se mantém. Os
organizadores apresentaram recurso, mas ainda na conseguiram derrubar a decisão.
61
O Estado de São Paulo. Manifestantes protestam contra a exposição “Queermuseu” no Rio de Janeiro. https://cultura.estadao.com.br/blogs/radar-
cultural/manifestantes-protestam-contra-a-queermuseu/?utm_source=twitter:newsfeed&utm_medium=social-organic&utm_campaign=redes-
sociais:082018:e&utm_content=:::&utm_term=. Acesso em 20 de agosto de 2018.
. 73
O diretor da Escola de Artes Visuais (EAV), Fábio Szwarcwald, disse que as manifestação contra
a Queermuseu já eram esperadas e, dentro dos limites da liberdade de expressão, faz parte
da democracia. Segundo ele, além dos seguranças do Parque Lage, a exposição conta com uma equipe
de segurança privada extra e câmeras de segurança.
O diretor da EAV informou ainda que estão recorrendo contra a proibição de ingresso de menores de
14 anos mesmo acompanhados pelos pais. Segundo ele, essa não era a orientação do Ministério Público.
O filme “A Forma da Água” foi o grande vencedor da cerimônia. O longa conquistou 4 das 13 categorias
que concorria. O evento foi marcado por protestos a favor da diversidade e da defesa de minorias.
Pela 2ª vez consecutiva, o apresentador norte-americano Jimmy Kimmel foi o anfitrião da cerimônia.
Ele mencionou o incidente de 2017, quando os envelopes foram trocados pela equipe de produção e o
filme errado foi anunciado como vencedor do Oscar. Segundo Kimmel, a empresa PwC, responsável pelo
acontecido, disse que o “foco singular será no show e entregar os envelopes corretos“. Os atores Faye
Dunaway e Warren Beatty apresentaram novamente a categoria de “Melhor Filme”.
O apresentador Jimmy Kimmel falou também sobre o caso de “Todo Dinheiro do Mundo”, em que o
ator Mark Wahlberg foi pago com US$ 1,5 milhão para regravar o filme enquanto Michelle Williams
recebeu US$ 80 por dia, pontuou que o caso é mais crítico pelos 2 atores serem representados pela
mesma agência (William Morris Endeavor – WME). O filme em questão passou por regravações após o
ator Kevin Spacey ser retirado da produção por denúncias de assédio sexual. Spacey foi substituído por
Christopher Plummer.
Ao mencionar a expulsão de Harvey Weistein da Academia, o magnata de Hollywood acusado de
inúmeros casos de assédio sexual, Kimmel mencionou os movimentos Me Too, Time’s Up e Never
Again. “Não podemos deixar que mau comportamento escape novamente”, disse. “Esta é uma mudança
positiva. Nosso plano é trazer luz para filmes excepcionais”.
Os atores Kumail Nanjiani e Lupita Nyong’o fizeram 1 discurso sobre imigração antes de apresentarem
o Oscar de “Melhor Design de Produção”. Ambos citaram seus países (México e Paquistão) e destacaram
que os imigrantes estão em Hollywood apesar de ainda serem esquecidos. Nanjiani declarou: “Sou do
Paquistão e de Iowa, 2 lugares que nenhuma pessoa em Hollywood sabe apontar no mapa“.
TIME’S UP
Após uma temporada de premiações marcadas por manifestações a favor de igualdade salarial e
contra o assédio sexual, o Oscar teve em 2018 discursos acentuados sobre 1 tempo de mudança.
62
GOMES, R. IBARRA, P. Em Oscar marcado por discursos a favor da diversidade, “A Forma da Água” vence. Poder 360. Disponível em: <
https://www.poder360.com.br/internacional/em-oscar-marcado-por-discursos-a-favor-da-diversidade-a-forma-da-agua-vence/> Acesso em 05 de março de 2018.
. 74
Um dos momentos de destaque ocorreu na apresentação da música “Stand Up for Something”, do
filme “Marshall”. Common e Andra Day convocaram ativistas de diversos movimentos a favor de minorias,
como membros do Dream Act Now, a favor do DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals).
A fundadora do movimento Time’s Up, Tarana Burke, anunciou que algo diferente aconteceria pela
sua rede social.
RESUMO
O Poder360 compilou os vencedores da noite:
Melhor filme: “A Forma da Água”;
Melhor diretor: Guillermo del Toro, por “A Forma da Água”;
Melhor ator: Gary Oldman, por “Destino de uma Nação”;
Melhor ator coadjuvante: Sam Rockwell, por “Três anúncios para um crime”;
Melhor atriz: Frances McDormand, por “Três anúncios para um crime”;
Melhor atriz coadjuvante: Allison Janney, por “Eu, Tonya”;
Melhor roteiro original: “Corra!”;
Melhor roteiro adaptado: “Call Me By Your Name”;
Melhor Animação: “Viva – A Vida é Uma Festa”;
Melhor Animação em Curta-Metragem: “Dear Basketball”;
Melhor Fotografia: “Blade Runner 2049”;
Melhor Figurino: “Trama Fantasma”;
Melhor Maquiagem e Cabelo: “Destino de uma Nação”;
Melhor Mixagem de Som:”Dunkirk”;
Melhor Edição de Som: “Dunkirk”;
Melhores Efeitos Visuais: “Blade Runner 2049”;
Melhor Design de Produção: “A Forma da Água”;
Melhor Montagem: “Dunkirk”;
Melhor Trilha Sonora: “A Forma da Água”;
Melhor Canção Original: “Remember Me”, de “Viva – A Vida é Uma Festa”;
Melhor Filme Estrangeiro: “Mulher Fantástica”;
Melhor Curta-Metragem: “The Silent Child”;
Melhor Documentário: “Icarus”;
Melhor Documentário em Curta-Metragem: “Heaven is a Traffic Jam on the 405”.
Com exposição sobre sexualidade, Masp veta pela primeira vez entrada de menores de 18 anos63
'História da sexualidade' tem obras de artistas consagrados como Pablo Picasso e será inaugurada
nesta sexta (20/10) com classificação etária.
Segundo o Museu, é a primeira vez em 70 anos que a presença de menores, mesmo que
acompanhados dos pais ou responsáveis, será vetada em uma exposição.
A medida ocorre menos de um mês após o Museu de Arte Moderna (MAM) e seus funcionários serem
alvo de ataques por conta de um vídeo divulgado nas redes sociais em que uma criança aparece
interagindo com a performance de um artista nu. O caso rendeu investigação do Ministério Público.
Em nota, o Masp afirma que buscou orientação jurídica que "confirmou a autoclassificação, houve a
análise das obras integrantes da exposição Histórias da sexualidade, à luz dos critérios contidos no Guia
Prático de Classificação Indicativa do Ministério da Justiça, tendo-se concluído que tal exposição deveria
ser classificada como não permitida para menores de 18 anos".
"Observando a regulamentação vigente e orientação jurídica sobre o tema, o MASP estabeleceu a
autoclassificação de 18 anos, restringindo o acesso à referida exposição para menores de idade, mesmo
que acompanhados de seus responsáveis. Tal classificação será restrita às galerias da exposição
Histórias da sexualidade no 1º andar, 1º subsolo e sala de vídeo. As exposições Guerrilla Girls: gráfica,
1985-2017, Pedro Correia de Araújo: Erótica e Acervo em Transformação, nas galerias do 1º subsolo, 2º
subsolo e 2º andar, respectivamente, continuarão abertas ao público em geral, com classificação livre",
diz a nota.
Com mais de 300 obras de diversos artistas, a exposição, concebida em 2015, se insere na
programação anual do museu, dedicada às histórias da sexualidade.
63
G1 SP. Com exposição sobre sexualidade, Masp veta pela primeira vez entrada de menores de 18 anos. G1 São Paulo. Disponível em:
<https://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/com-exposicao-sobre-sexualidade-masp-veta-pela-primeira-vez-entrada-de-menores-de-18-
anos.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 20 de outubro de 2017.
. 75
Algumas obras de artistas centrais do acervo do Masp, como Edgard Degas, Maria Auxiliadora da
Silva, Pablo Picasso, Paul Gauguin, Suzanne Valadon e Victor Meirelles, estarão expostas em novos
contextos, oferecendo outras possibilidades de compreensão e leitura.
O material estará reunido em nove núcleos temáticos e não cronológicos: Corpos nus, Totemismos,
Religiosidades, Performatividades de gênero, Jogos sexuais, Mercados sexuais, Linguagens e
Voyeurismos, na galeria do primeiro andar, e Políticas do corpo e Ativismos, na galeria do primeiro
subsolo. A mostra inclui também a sala de vídeo no terceiro subsolo, como parte do núcleo Voyeurismos.
Ministério da Cultura cria teto para Lei Rouanet e promete maior controle64
O ministério da Cultura anunciou nesta terça-feira (21/03) a criação de um teto para liberação de
recursos pela Lei Rouanet. A legislação permite a captação de verbas para projetos culturais por meio de
incentivos fiscais para empresas e pessoas físicas. Pelas novas regras, o limite será de R$ 700 mil para
pessoas físicas e microempreendedores. Grandes empresas podem captar até R$ 40 milhões para até
10 projetos, sendo que um único projeto não pode receber mais de R$ 10 milhões.
Os cachês individuais também não poderão ultrapassar R$ 30 mil por artista. Todas as despesas dos
produtores serão pagas a partir de uma conta única do Banco do Brasil, e o ministério receberá os dados
sobre cada transferência em até 24 horas. Em 30 dias, o governo promete divulgar essas informações no
Portal da Transparência.
Os produtos gerados a partir da Lei Rouanet também vão sofrer mudança. Livros e ingressos deverão
ter valor médio de R$ 150. Antes o valor limite era de R$ 200. Na prática, uma peça de teatro pode custar
bem mais caro do que R$ 150, mas se o valor médio (considerando também o número de meias em
relação ao total de ingressos comprados) ficar até este limite, está autorizado.
Por exemplo, uma peça de teatro pode custar R$ 300, mas fazendo a média com número de cadeiras
de estudantes, o valor médio abaixa para R$ 150.
As regras ainda estabelecem que o valor total da receita bruta da produtora não pode ser superior ao
valor previsto no projeto. Estão isentos dos limites de captação projetos que trabalhem com área de
patrimônio e museologia.
Segundo o Ministério da Cultura, o objetivo é trazer maior controle sobre a gestão e aproveitamento
dos recursos destinados para incentivar a cultura.
De acordo com a nova resolução, que substitui as regras aprovadas em 2013, o ministério vai priorizar
projetos que já tenham captado 10% dos recursos do orçamento aprovado. Na opinião do governo, essas
são propostas com maior chance de serem executadas. Atualmente, um a cada quatro projetos consegue
patrocínio suficiente para começar a fase preparatória e ser considerado executável pelos pareceristas
do ministério.
Os repasses da pasta foram alvos de uma operação da Polícia Federal deflagrada em junho de 2016,
a Operação Boca Livre, que segue investigando a liberação de R$ 180 milhões em projetos fraudulentos
com recursos da lei. Em 2016, a Lei Rouanet aprovou projetos no valor total de R$ 1,142 bilhão.
Descentralizar
Outro ponto da resolução desta terça (21/03) é o incentivo para projetos que forem realizados nas
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. Em 2016, o ministério informou que 91,1% das
liberações de recursos pela Lei Rouanet foram para projetos no Sul e Sudeste. A mesma concentração
foi registrada nos dois anos anteriores.
Para reduzir esse índice de desigualdade, o limite de orçamento poderá ser 50% maior caso o produtor
cultural apresente algum projeto a ser realizado nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país.
Atualmente, os números do ministério mostram que enquanto 62% dos projetos beneficiados se
concentram na região Sudeste; o Nordeste conta com 8,13% dos favorecidos e Centro-Oeste e Norte
com 3,5% e 1,2% respectivamente.
Questões
01. (Prefeitura de Cipotânea/MG – Enfermeiro - REIS & REIS) “Apontada como um mecanismo
importante de financiamento cultural no Brasil, a ________________ é constantemente alvo de críticas e
voltou ao debate nacional por causa da extinção – agora revertida – do Ministério da Cultura na gestão
interina de Michel Temer. Esta Lei foi criada em 1991, durante o governo Collor, e permite que produtores
e instituições captem, junto a pessoas físicas e jurídicas, recursos para financiar projetos culturais. O valor
destinado a esses projetos pode ser deduzido integralmente do Imposto de Renda a pagar.”
64
21/03/2017 – Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/ministerio-da-cultura-cria-teto-para-lei-rouanet-e-promete-maior-controle.ghtml
. 76
Marque a alternativa que completa corretamente o enunciado acima:
(A) Lei Collor.
(B) Lei Rouanet.
(C) Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
(D) Lei Echer.
02. (TJ/CE – Titular de Serviços de Notas e de Registros – IESES – 2018) As principais premiações
da indústria cinematográfica em 2018, o Globo de Ouro e o Oscar, foram marcadas por manifestações
contra o assédio sexual e a favor da igualdade de gênero e da diversidade. A respeito desses dois
eventos, é correto afirmar:
(A) O filme “Coco”, cujo título em português é “Viva – A Vida É uma Festa”, novo filme da Pixar
ambientado em Cuba e com um elenco totalmente latino, foi o vencedor do Oscar de melhor animação
do ano.
(B) A atriz Daniela Vega, transexual, ganhou o Oscar de melhor atriz por sua atuação no filme “Uma
mulher fantástica". Este foi o primeiro filme estrelado por uma pessoa transexual a levar um Oscar.
(C) Em uma noite dominada por mulheres e com fortes manifestações contra o assédio sexual e a
favor da igualdade de gênero em Hollywood, a minissérie "Big little lies" e o filme "Três anúncios para um
crime", com quatro prêmios cada, foram os principais ganhadores do Globo de Ouro 2018.
(D) O ator Gary Oldman, que fez um trabalho magnífico interpretando Winston Churchill, levou o Oscar
de melhor ator por sua atuação no filme “Dunkirk”.
Gabarito
01.B / 02.C
Comentários
01. Resposta: B
Segue na íntegra a notícia onde ainda há debates a respeito da lei Rouanet (Referência: <
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36364789>)
02. Resposta: C
Os discursos dos vencedores (não apenas as mulheres) foram marcados pela forte crítica ao assédio
maquiado na indústria cinematográfica. Segue a premiação do Globo de Ouro na íntegra:
<https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/globo-de-ouro-2018-veja-vencedores.ghtml>
Ciência e Tecnologia
saúde
Morre Stephen Hawking, o físico britânico que revolucionou a Ciência e nossa maneira de
entender o Universo65
O físico britânico Stephen Hawking morreu nesta quarta-feira (14/03), aos 76 anos, segundo informou
sua família.
Com sua morte, desaparece um dos cientistas mais conhecidos do mundo e também um dos
divulgadores da ciência mais populares das últimas décadas.
"Estamos profundamente tristes pela morte do nosso pai hoje", disseram seus filhos Lucy, Robert e
Tim.
"Era um grande cientista e um homem extraordinário, cujo trabalho e legado viverão por muitos anos",
afirmaram em um comunicado.
Nascido em 8 de janeiro de 1942 em Oxford, no Reino Unido, Hawking era considerado um dos
cientistas mais influentes do mundo desde Albert Einstein, não só por suas decisivas contribuições para
o progresso da ciência, como também por sua constante preocupação em aproximar a ciência do público
e por sua coragem de enfrentar a doença degenerativa de que sofria e que o deixou em uma cadeira de
rodas e sem capacidade para falar de maneira natural.
Hawking usava um sintetizador eletrônico para poder falar, mas a voz robótica produzida pelo aparelho
para expressar suas ideias acabou se tornando não só uma de suas marcas registradas como foi
constantemente ouvida e respeitada no mundo todo.
65
BBC. Morre Stephen Hawking, o físico britânico que revolucionou a Ciência e nossa maneira de entender o Universo. BBC Brasil. Disponível em:
<http://www.bbc.com/portuguese/internacional-43397267?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 14 de março de 2018.
. 77
Para produzir sua "fala", o físico usava formava as palavras em uma tela com o movimentos dos olhos,
também usado para movimentar sua cadeira de rodas.
Suas teorias
Hawking havia demonstrado que a paixão à qual dedicou toda sua vida, estudar as leis que governam
o universo, também poderia ser atraente para o grande público.
Ele conseguiu que sua deficiência se convertesse em uma das chaves de sua obra científica. Quando
perdeu a mobilidade dos braços, se empenhou em ser capaz de resolver os cálculos científicos mais
complexos somente com a mente, sem anotar equações.
Logo começou a propor teses revolucionárias que questionavam os cânones estabelecidos.
Uma de suas afirmações mais ousadas foi a de considerar que a Teoria Geral da Relatividade
formulada por Einstein implicava que o espaço e o tempo tivessem um princípio no Big Bang e um fim
nos buracos negros.
Em 1976, seguindo os enunciados da física quântica, Hawking concluiu em sua "Teoria da Radiação"
que os buracos negros - as regiões no espaço com tamanha força de gravidade que nem a luz pode
escapar delas - eram capazes de emitir energia e perder matéria.
Em 2004 revisou sua própria teoria e chegou à conclusão de que os buracos negros não absorvem
tudo.
"O buraco negro só aparece em uma silhueta e depois se abre e revela informações sobre tudo o que
havia caído dentro dele. Isso nos permite verificarmos o passado e prever o futuro", disse o cientista.
Um drone resgatou banhistas em uma praia da Austrália, nesta quinta-feira (18/01), em uma operação
considerada pioneira no desenvolvimento da tecnologia para salvamentos no mar. Dois jovens se viram
em apuros diante de ondas de três metros, em Lennox Head, no sul da cidade de Brisbane, enquanto
salva-vidas se preparavam para testar o equipamento, cujas funções haviam sido adaptadas para evitar
afogamentos.
A ideia era praticar a retirada de banhistas de situações de perigo até a areia. Mas o treino se tornou
um real resgate quando um espectador notou que dois homens nadavam fora da área demarcada como
segura, segundo um comunicado divulgado pelas autoridades locais. Eles tentavam manter a cabeça fora
d'água em meio a fortes ondas.
Os salva-vidas então lançaram o drone, o posicionaram perto dos banhistas e jogaram sobre eles um
bote inflável. A estrutura se expandiu e permitiu que a dupla nadasse até a costa.
O resgate durou pouco mais de um minuto. Apesar de desgastados, os dois banhistas não estavam
feridos quando chegaram à areia. Caso um salva-vidas nadasse até eles, o salvamento seria bem mais
demorado.
66
EXTRA. Drone salva banhistas em primeira operação de resgate no mar, na Austrália. Extra. Disponível em: < https://extra.globo.com/noticias/mundo/drone-
salva-banhistas-em-1-operacao-de-resgate-no-mar-na-australia-video-22300635.html> Disponível em: < https://extra.globo.com/noticias/mundo/drone-salva-
banhistas-em-1-operacao-de-resgate-no-mar-na-australia-video-22300635.html> Acesso em 19 de janeiro de 2018.
. 78
O governo do estado investiu US$ 343 mil (o equivalente a R$ 1,3 milhão) em testes na tecnologia
drone, em dezembro. A Austrália, com quase 24 milhões de residentes na costa, registrou 40 afogamentos
no último verão contra 69, no anterior.
Há estudos ainda que colocam os drones como ferramenta para identificar tubarões em praias do país.
'Tripla raridade'
O material encontrado foi datado por três métodos diferentes, envolvendo desde radiocarbono 14 até
luminescência ótica.
Segundo Águeda, o sítio de Santa Elina traz uma tripla raridade: “A primeira é que ocupações humanas
pleistocênicas (entre 2,588 milhões e 11,7 mil anos atrás) são raras e por enquanto lá é o único local
descoberto no centro do continente sul-americano.”
A segunda e a terceira raridades dizem respeito aos adornos encontrados: alguns foram feitos com
ossos de preguiças-gigantes do gênero Glossotherium, já extinto.
“É o primeiro caso no Brasil de uma perfeita associação do homem com a megafauna extinta”, explica
ela. “Há a confecção de objetos simbólicos com ossos da megafauna, transformando-os em adornos.”
Outras Teorias
A teoria mais antiga e resistente é o modelo conhecido em inglês como Clovis-first (Clóvis-primeiro).
Deve seu nome a um sítio arqueológico assim denominado, descoberto em 1939, no Novo México,
Estados Unidos.
No local, foram encontrados artefatos de pedra lascada, datados de 11,4 mil anos. Segundo essa
teoria, defendida principalmente pela comunidade arqueológica americana, a chegada teria ocorrido há
cerca de 12 mil anos.
Já o chamado “modelo das três migrações”, sugerido em 1983 por Christy Turner, se baseia num
amplo levantamento de diversidade dentária, que concluiu ter havido três levas migratórias da Sibéria
para a América.
A primeira, há 11 mil anos, teria dado origem a todos os índios das Américas Central e do Sul e à
maioria dos povos nativos norte-americanos. A segunda teria chegado há 9 mil anos e originou os índios
ancestrais dos Apaches e Navajos, sobretudo na costa pacífica do Estados Unidos e Canadá. A última
seria bem mais recente, há 4 mil anos, e composta pelos ancestrais dos esquimós e povos aleutas (no
Círculo Polar Ártico).
67
SILVEIRA. Evanildo. Descoberta brasileira aumenta a discussão: quando a humanidade chegou às Américas? BBC Brasil. Disponível em:
<http://www.bbc.com/portuguese/geral-42103358?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 27 de novembro de 2017.
. 79
Antes disso, os ancestrais dos migrantes haviam ficado “presos” na Beríngia, região que unia o Alasca
ao nordeste da Sibéria e que naquela época não estava submersa (era o ápice do último período glacial
e o mar estava 120 metros abaixo do nível atual).
“Essa população abrigava desde tipos semelhantes aos africanos até os parecidos com os índios
atuais”, explica Maria Cátira Bortolini, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, uma integrante do
grupo.
Há ainda uma terceira teoria sobre a ocupação da América. Bem mais polêmica, ela foi proposta pela
arqueóloga Niéde Guidon, com base em suas descobertas em vários sítios arqueológicos no sul do Piauí.
Para ela, o homem chegou à região há nada menos que 100 mil anos, vindo diretamente da África,
cruzando o Atlântico, numa época em que o planeta também estava num período glacial, com o mar 120
metros abaixo de seu nível atual.
“Com o isso, o número de ilhas entre a costa euro-africana e a costa sul-americana era bem maior”,
diz. “Além disso, as correntes marítimas favoreciam a passagem para leste, para o Caribe e para o litoral
norte do Brasil.”
Ataque exigirá 'investigação internacional para identificar os culpados', diz Europol (Polícia Europeia).
Empresas e órgãos públicos de 14 estados mais o DF foram afetados no Brasil.
Dezenas de milhares de computadores de uma centena de países, entre eles Rússia, Espanha, México
e Itália, foram infectados na sexta por um vírus “ransonware”, explorando uma falha nos sistemas
Windows, exposta em documentos vazados da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos
(NSA).
Os ataques usam vírus de resgate, que inutilizam o sistema ou seus dados até que seja paga uma
quantia em dinheiro - entre US$ 300 e US$ 600 em Bitcoins, segundo o grupo russo de segurança
Kaspersky Lab. Ou seja, eles “sequestram” o acesso aos dados e pedem uma recompensa.
- Petrobras;
- Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em todo o Brasil;
- Tribunais da Justiça de São Paulo, Sergipe, Roraima, Amapá, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do
Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Piauí, Bahia e Santa Catarina;
- Ministério Público de São Paulo;
- Itamaraty;
- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
68
FRANCE PRESSE. Ataque de hackers ‘sem precedentes’ provoca alerta no mundo. G1 Tecnologia e Games. Disponível em:
<http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/ataque-de-hackers-sem-precedentes-provoca-alerta-no-
mundo.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 15 de maio de 2017.
. 80
As autoridades americanas e britânicas aconselharam os particulares, as empresas e organizações
afetadas a não pagarem os hackers, que exigem um resgate para desbloquear os computadores
infectados.
Como é o ataque
Os vírus de resgate são pragas digitais que embaralham os arquivos no computador usando uma
chave de criptografia. Os criminosos exigem que a vítima pague um determinado valor para receber a
chave capaz de retornar os arquivos ao seu estado original.
Quem não possui cópias de segurança dos dados e precisa recuperar a informação se vê obrigado a
pagar o resgate, incentivando a continuação do golpe.
O jornal “The New York Times” diz que os ataques podem ter usado uma ferramenta que foi roubada
da NSA, a agência de segurança nacional dos EUA. O vírus que se espalhou é o Wanna Decryptor,
variante do ransomware WannaCry, diz o jornal.
Segundo a Kaspersky, o vírus se espalha por meio de uma brecha no Windows, que a Microsoft diz
ter corrigido em 14 de março. Mas usuários que não atualizaram os sistemas podem ter ficado
vulneráveis.
A falha afeta as versões Vista, Server 2008, 7, Server 2008 R2, 8.1, Server 2012, Server 2012 R2, RT
8.1, 10 e Server 2016 do Windows.
Questões
01. (Câmara Municipal de São José dos Campos – Programador – FIP) As empresas internacionais
de segurança operam hoje um dos mais importantes e inovadores programas dos EUA de combate ao
terrorismo. Esse programa prevê o uso de drones para eliminar as lideranças da Al-Qaeda na fronteira
entre Paquistão e Afeganistão. Ao falar em drones, estamos nos referindo:
(A) a tanques de guerra, com modelos semelhantes aos Urutus, comandados a distância.
(B) a submarinos sem tripulação e com comando por sistema operacional informatizado.
(C) a sistemas avançados de operação de guerra.
(D) ao que há de mais moderno em aeronaves não tripuladas de finalidade estratégica militar.
(E) aos também chamados de monomotores, que servem para várias tarefas de segurança
internacional.
69
REUTERS. Cientistas desenvolvem útero artificial para ajudar bebês prematuros. Portal G1. Disponível em: < http://g1.globo.com/bemestar/noticia/cientistas-
desenvolvem-utero-artificial-para-ajudar-bebes-prematuros.ghtml> Acesso em 26 de abril de 2017.
. 81
02. (TRE/PR – Técnico Judiciário – FCC) Um ataque massivo de hackers afetou empresas de
diversos países do mundo. Até o momento, companhias de várias áreas de atuação, como comunicação,
saúde e finanças foram prejudicadas. De acordo com informações da BBC, Estados Unidos, China,
Rússia, Itália e Vietnã têm problemas similares com computadores ‘sequestrados’ por um tipo de vírus.
Há ainda relatos de problemas na Espanha e Portugal.
Além de companhias como Vodafone, KPMG e Telefônica, o serviço de saúde britânico NHS também
foi atingido por criminosos virtuais, de acordo com informações da agência Reuters. Ainda segundo a
agência, o sistema de saúde do Reino Unido está respondendo aos ataques e, por conta dessa situação,
diversos hospitais ao redor do país cancelaram consultas e atendimentos.
Os criminosos infectam as máquinas e demandam um resgate para ‘liberar’ os dados bloqueados.
Alguns relatos informam que os malwares estão cobrando US$ 300 para liberar cada um dos
computadores sequestrados e pedem o pagamento em bitcoins. Na rede social Twitter, vários usuários
compartilharam imagens de suas telas de computadores após o sequestro. De acordo com relatos,
o malware chega por e-mail e afeta, até então, apenas computadores com o sistema operacional
Windows.
(Adaptado de: http://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/internet-sob-alerta-ataque-hacker-derruba-sistemas-de-empresas-em-todo-o-mundo-12052017)
03. (TRT - 7ª Região – CESPE) Um dos efeitos adversos da popularização da Internet e das redes
sociais virtuais é a superexposição da vida pessoal de usuários, a qual pode levar a situações de
constrangimento e de risco à segurança individual. Com isso, tem-se tornado cada dia mais premente
a necessidade de se criarem estratégias pessoais e ferramentas jurídicas que garantam o
(A) acesso irrestrito às ferramentas digitais.
(B) direito à intimidade e à vida privada.
(C) exercício pleno da liberdade de expressão.
(D) anonimato de todos os usuários.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: D
Drone é uma palavra inglesa que significa “zangão”, na tradução literal para a língua portuguesa. No
entanto, este termo ficou mundialmente popular para designar todo e qualquer tipo de aeronave que não
seja tripulada, mas comandada por seres humanos a distância70. Atualmente o uso de drones atinge
finalidades de segurança, logística, estudos e militares, tendo uma enorme área para exploração.
02. Resposta: A
Ransomware é um tipo de software malicioso (malware) criado com o intuito de bloquear o acesso a
arquivos ou sistemas para só liberá-los após o pagamento de um valor especificado. É como se fosse um
sequestro, mas virtual71.
03. Resposta: B
O exemplo para esse caso foi o vazamento das fotos da atriz Carolina Dieckman: o Projeto de Lei que
resultou na “Lei Carolina Dieckmann” foi proposto em referência e diante de situação específica
experimentada pela atriz, em maio de 2012, que supostamente teve copiadas de seu computador pessoal,
36 (trinta e seis) fotos em situação íntima e conversas, que acabaram divulgadas na Internet sem
autorização72.
70
https://www.significados.com.br/drone/
71
https://www.infowester.com/ransomware.php
72
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/disciplinas/historia-atualidades/atualidades-do-ano-de-2017
. 82
A Lei Carolina Dieckmann foi como ficou conhecida a Lei Brasileira 12.737/2012, tipificando os
chamados delitos ou crimes informáticos.
Os delitos previstos na Lei Carolina Dieckmann são:
1) Art. 154-A - Invasão de dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores,
mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados
ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades
para obter vantagem ilícita. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
2) Art. 266 - Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de
informação de utilidade pública - Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
3) Art. 298 - Falsificação de documento particular/cartão - Pena - reclusão, de um a cinco anos e multa.
Energia
saúde
Mercado livre já responde por 30% da energia consumida no Brasil; entenda como funciona73
Mercado não regulado só existe para grandes empresas e ganhou 402 consumidores neste ano; ritmo
de crescimento diminuiu.
O consumo de energia no mercado livre (não regulado) atingiu 18.046 MW médios em junho, o
equivalente a 30% do total utilizado em todo sistema elétrico do Brasil. Há três anos, a fatia era de 25%.
Esse mercado, que por enquanto só está disponível para grandes empresas, continua atraindo novos
consumidores, ainda que em ritmo mais lento.
Nos seis primeiros meses de 2018, 402 consumidores migraram para ambiente livre, totalizando 5,4
mil. O número de entrantes, porém, é 55% menor do que o registrado no primeiro trimestre ano passado.
O "boom" do mercado livre se deu de 2015 para 2016, quando o número de consumidores mais que
dobrou e passou de 1,8 mil para 4 mil. Em junho, o país tinha 237 companhias habilitadas a comercializar
energia nesse mercado.
Foi em 2015 que o governo retirou os subsídios concedidos ao setor elétrico três anos antes pela então
presidente Dilma Rousseff, provocando uma disparada no preço da conta de luz no mercado regulado.
Simultaneamente, a formação de reservatórios era suficiente e não houve problemas na geração de
energia, o que tornou o mercado livre atrativo.
73
Luísa Melo. Mercado livre já responde por 30% da energia consumida no Brasil; entenda como funciona. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/08/14/mercado-livre-ja-responde-por-30-da-energia-consumida-no-brasil-entenda-como-funciona.ghtml. 14 de agosto de
2018.
. 83
fio”. O cliente que tem porte muito grande e está conectado diretamente à rede básica paga a tarifa fio
para a transmissora.
Grandes grupos de geração e distribuição, como Cemig e Enel, possuem suas próprias
comercializadoras.
Já o mercado regulado é o tradicional, no qual o consumidor é abastecido por uma determinada
empresa que detém a concessão de distribuição de energia na região onde ele está localizado. Ele não
escolhe qual companhia prestará esse serviço, nem de onde virá a energia que vai consumir, e paga uma
fatura única com todos os custos.
Vantagens x desvantagens
Também pesa a favor do mercado livre a previsibilidade dos preços. Quem fecha um contrato sabe o
quanto pagará pela energia que vai consumir durante toda a sua vigência. A duração média dos contratos
no mercado livre é de quatro anos.
Já no mercado regulado as tarifas são corrigidas anualmente pela Aneel. O reajuste leva em conta a
inflação, os custos da distribuidora com compra de energia, além dos investimentos feitos por elas e
. 84
depreciação dos seus ativos. Além disso, existe ainda o regime de bandeiras tarifárias, pelo qual o valor
da conta de luz pode variar a cada mês, dentro de um patamar pré-estabelecido, conforme a necessidade
de ligar as usinas térmica, que produzem energia mais cara.
Por outro lado, a empresa que decide migrar para o mercado livre precisa ter uma gestão bastante
controlada da energia. Ela precisa cuidar para não ficar descoberta e não correr o risco de ter que
contratar energia mais cara de última hora.
É preciso também cumprir uma série de regras e prazos definidos pela CCEE. Se a redução de custos
não for importante, a burocracia não vale a pena, segundo Thais Prandini.
A pedido do G1, a Thymos Energia estimou de quanto seria a diferença para uma empresa da categoria
especial (demanda entre 500 kW e 3 MW e que só pode comprar energia incentivada) que decidisse hoje
entrar no mercado livre. Considerando que a migração leva ao menos seis meses, já que a distribuidora
precisa adequar sua demanda e se planejar para perder aquele cliente, o preço contratado seria o
projetado para 2019.
No mercado regulado, o custo seria de aproximadamente R$ 360 por MW médio: R$ 280 de tarifa de
energia mais R$ 80 de fio. Já no mercado livre seria de R$ 325 por MW médio: R$ 285 de tarifa de energia
e R$ 40 de fio (por conta desconto pela compra de energia renovável). É importante lembrar, porém, que
as projeção para a tarifa fio é uma média, uma vez que esse custo varia conforme o perfil e nível de
tensão de cada consumidor.
Empresas que entraram em 2018 já contratadas no mercado livre acumulam até agora uma economia
de média de cerca de 30% em relação ao mercado cativo, nas contas de Marcelo Ávila, vice-presidente
da comercializadora Comerc. Já Associação Brasileira das Comercializadoras de Energia (Abraceel)
calcula que, nos últimos 17 anos, a diferença de preços ficou em 23% no Brasil.
“No mercado regulado quem compra a energia para os consumidores é o governo, que não consegue
comprar com eficiência nem agulha para hospital, quanto mais algo tão complexo. Ele compra mal e
repassa o custo para as distribuidoras, que repassam para os consumidores”, diz Reginaldo Medeiros,
da Abraceel.
E o consumidor final?
Os especialistas ouvidos pelo G1 foram unânimes em dizer que o mercado livre de energia deve
continuar crescendo no Brasil e que chegará aos poucos ao consumidor residencial, como já acontece
na Europa.
Tramita atualmente no Congresso um projeto de lei que propõe reduzir gradativamente o limite de
demanda contratada mínima para ingresso no mercado, zerando qualquer imposição até 2028.
Na paisagem das areias do deserto do Negev, no sul de Israel, uma torre de 250 metros de altura - o
equivalente a um prédio de 50 andares - se destaca. Trata-se da torre da usina solar de Ashalim, parte
do esforço das autoridades israelenses para produzir, até 2020, 10% de sua energia através de fontes
renováveis; hoje, este porcentual é de 2,5%.
74
KRESCH, DANIELA. Maior torre de energia solar do mundo é construída em deserto de Israel. BBC Brasil. Disponível em:
<http://www.bbc.com/portuguese/geral-41118402?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 08 de setembro de 2017.
. 85
A mais alta do mundo em um projeto de energia solar térmica concentrada (Concentrating Solar Power
- CSP, em inglês), a torre de Ashalim é circundada por 50.600 espelhos controlados por computador
(heliostatos), distribuídos por uma área de 3 km². Esses espelhos acompanharão a movimentação do sol
de modo a refletir luz sobre uma caldeira localizada no alto da torre, durante o maior tempo possível ao
longo do dia.
A radiação solar infravermelha capturada pelos espelhos e refletida sobre a caldeira criará um
processo térmico de vapor que moverá enormes turbinas, gerando energia elétrica "limpa". Quando
pronta, no primeiro trimestre de 2018, a usina de Ashalim produzirá 121 megawatts de energia solar,
suficientes para iluminar 125 mil casas, evitando a emissão anual de 110 mil toneladas de dióxido de
carbono.
Conexão 24h
Os espelhos serão controlados remotamente até mesmo por telefones celulares dos engenheiros e
diretores. Diariamente, a areia do deserto acumulada sobre eles terá de ser retirada.
"Os heliostatos vão estar inclinados, levando os raios de sol e o calor até a caldeira para levar a água
a um vapor de 600 graus. Cada heliostato tem seu comando individual e remoto. Entre os espelhos há
torres de wi-fi para assegurar que estejam conectados 24h por dia", explica o engenheiro argentino
Claudio Nutkiewicz, outro latino-americano envolvido no projeto.
No mundo, existem atualmente apenas 10 usinas heliotérmicas com capacidade superior a 121 MW.
A maior é a de Ivanpah, no deserto do Mojave (EUA), inaugurada em 2014, com capacidade projetada
de 392 MW. Mas ela conta com três torres de 190 metros de altura cada uma (40 andares), que recebem
luz de 173.500 heliostatos.
O projeto de Israel é mais humilde no número de espelhos (um terço), mas inova ao contar com apenas
uma torre dez andares mais alta - que teria potencial maior na produção energética com custo menor do
que o de erguer diversas torres. Novos megaprojetos com torres altíssimas (ao invés de várias mais
baixas) estão em andamento. Uma delas, na Austrália, chegará perto da de Ashalim. A Aurora Solar
Energy terá uma torre de 227 metros de altura (48 andares).
A usina solar (ou heliotérmica) de Ashalim tem custo estimado de US$ 570 milhões e, faz parte de um
projeto mais amplo, o Megalim, uma joint-venture entre a General Electric (GE), a BrightSource (empresa
americana de energia solar que também construiu a usina de Ivanpah) e o fundo israelense Noy (que
investe em infraestrutura, com participação do Banco Hapoalim, o maior do país).
No total, o projeto é estimado, em US$ 820 milhões, incluindo mais duas obras complementares: uma
para armazenamento de energia solar de noite e outra de uma usina com tecnologia fotovoltaica para
produzir ainda mais energia. Juntos, os três projetos solares gerarão cerca de 310 MW - cerca de 2% das
necessidades de Israel.
Mas as usinas heliotérmicas também têm críticos. Nos Estados Unidos, ambientalistas apontam para
o fenômeno de aves mortas encontradas nas proximidades dessas centrais elétricas. Eles afirmam os
pássaros são incinerados pela luz refletida pelos espelhos, que pode alcançar 600° centígrados.
Gelo combustível, a promissora fonte de energia que a China extraiu do fundo do mar75
A China anunciou ter extraído do fundo do Mar da China Meridional uma quantidade considerável de
hidrato de metano, também conhecido como gelo combustível, que é tido por muitos como o futuro do
abastecimento de energia.
Num comunicado emitido na semana passada, autoridades do país asiático comemoraram o feito. Isso
porque a tarefa é considerada altamente complexa, e já tinha sido alvo de tentativas pelo Japão e pelos
Estados Unidos, sem muito sucesso.
Mas o que é exatamente esse composto e por que ele é considerado como uma promissora fonte de
energia no mundo?
Reservas imensas
O gelo combustível ou gelo inflamável é uma mistura gelada de água e gás.
"Parecem cristais de gelo, mas quando se olha mais de perto, a nível molecular, veem-se as moléculas
de metano dentro das moléculas de água", explica à BBC Praven Linga, professor do Departamento de
Engenharia Química e Biomolecular da Universidade Nacional de Cingapura.
75
BBC. Gelo combustível, a promissora fonte de energia que a China extraiu do fundo do mar. BBC Brasil. Disponível em:
<http://www.bbc.com/portuguese/geral-40029080?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 29 de maio de 2017.
. 86
Conhecidos como hidratos de metano, formam-se a temperaturas muito baixas, em condições de
pressão elevada. São encontrados em sedimentos do fundo do mar e ou abaixo do permafrost, a camada
de solo congelada dos polos.
O gás encapsulado dentro do gelo torna os hidratos inflamáveis, mesmo a baixíssimas temperaturas.
Essa combinação rendeu-lhe o apelido de "gelo de fogo".
Quando se reduz a pressão ou se eleva a temperatura, os hidratos se decompõem em água e metano.
Um metro cúbico dessa substância libera cerca de 160 metros cúbicos de gás - ou seja, trata-se de um
combustível de grande potencial energético.
O problema, no entanto, é que extrair esse gás é um processo que, por si só, consome muita energia.
Países pioneiros
Os hidratos de metano foram descobertos no norte da Rússia nos anos 1960, mas foi há apenas dez
ou 15 anos que começou a pesquisa sobre como extrai-lo dos sedimentos marinhos.
O Japão foi pioneiro na exploração devido à sua carência de fontes de energia natural. Outros países
líderes na prospecção de gelo combustível são Índia e Coreia do Sul, que tampouco têm reservas próprias
de petróleo.
Americanos e canadenses também são bastante atuantes neste sentido - o foco de suas explorações
tem sido nos hidratos de metano abaixo do permafrost do norte do Alasca e Canadá.
Futuro
Embora o êxito da China seja um avanço importante, esse é apenas um passo de um longo caminho.
"É a primeira vez que os índices de produção são realmente promissores", disse Linga. "Mas
acreditamos que só em 2025, na melhor das hipóteses, poderemos considerar realistas as opções
comerciais", acrescenta.
Segundo a imprensa chinesa, eles conseguiram extrair, da região de Shenhu, uma média de 16 mil
metros cúbicos de gás de elevada pureza por dia.
Linga ainda ressalta que as empresas que potencialmente operem na exploração do material devem
seguir condutas bastante rígidas de controle para se evitar danos ambientais.
O perigo é que o metano escape, e isso teria consequências graves para o aquecimento global, já que
se trata de um gás com um potencial de impacto sobre as mudanças climáticas muito maior do que o
dióxido de carbono.
As emissões mundiais de dióxido de carbono (CO2) relacionadas ao setor de energia poderiam ser
reduzidas em 70% até 2050, e completamente eliminadas até 2060.
É o que aponta o novo relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em
inglês) divulgado nesta semana durante a reunião do G20 em Berlim.
Para que uma transição dessa magnitude ocorra, a participação das energias renováveis no
fornecimento de energia primária teria de aumentar para 65% em 2050, ante os 15% de 2015, diz o
relatório.
76
21/03/2017 – Fonte: http://exame.abril.com.br/economia/setor-energetico-poderia-reduzir-emissoes-em-70-ate-2050/
. 87
Um adicional de US$ 29 trilhões de investimento em fontes renováveis seria necessário até meados
do século, o que equivale a 0,4% do produto interno bruto (PIB) global.
Conforme o estudo, tais investimentos devem proporcionar um estímulo que, associado a outras
políticas de apoio ao crescimento, impulsionaria o PIB global em 0,8% em 2050.
Globalmente, o setor energético emitiu 32 giga toneladas de CO2 relacionados em 2015. Para limitar
o aquecimento do Planeta em não mais do que 2 graus Celsius acima das temperaturas pré-industriais
até o final deste século, as emissões de gases efeito estufa precisam cair para 9,5 giga toneladas em
2050, segundo a Agência.
Tecnicamente, esta é uma transformação possível, mas exigirá reformas políticas significativas, custos
e inovação tecnológica adicionais, para garantir que cerca de 70% do mix global de fornecimento de
energia em 2050 seja de baixo carbono.
O estudo destaca que a maior parte do potencial de redução de emissões para os próximos anos
provém das energias renováveis e eficiência energética, mas todas as tecnologias de baixo carbono
(incluindo captura e armazenamento e fontes nucleares) desempenham um papel.
Atualmente as energias renováveis representam 24% da produção mundial de energia e 16% da oferta
de energia primária. Para alcançar a descarbonização, o relatório afirma que elas deverão representar a
maior parte da geração de energia em 2050, com base no crescimento rápido e contínuo, especialmente
para a solar e eólica.
Questões
02. (CELESC – Assistente Administrativo – FEPESE) A maior parte da energia elétrica consumida
no Brasil é produzida em usinas:
(A) Eólicas
(B) Hidrelétricas
(C) Termonucleares
(D) Nucleares
(E) Solares
Gabarito
01.B / 02.B
Comentários
01. Resposta: B
Questão que cobra muito da interpretação (além do conhecimento de atualidades em si). A polêmica
em torno da construção da Usina de Belo Monte gira em volta de medidas pouco claras à população.
Segue texto na íntegra a respeito da construção e críticas sobre o projeto.
(http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/usina-belo-monte.htm)
02. Resposta: B
O Brasil ainda conta como principal fonte de energia a energia hidráulica. Termoelétricas e nucleares
ocupam apenas 10% da produção nacional (http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agua/recursos_hidricos/hidreletricas_no_brasil.html)
. 88
Relações Internacionais
saúde transportes e serviços na Argentina77
Greve geral contra governo Macri paralisa
Bancos, comércios, escolas, universidades e repartições públicas foram fechados. Voos também foram
cancelados.
A quarta greve geral contra a política econômica do governo de Mauricio Macri, convocada pela
principal central sindical da Argentina, paralisa transportes e serviços nesta terça-feira (25/09) no país.
A greve foi convocada no momento em que Macri está em Nova York para participar da Assembleia
Geral da ONU e se reunir com investidores para tentar transmitir confiança.
Pelo menos 15 milhões de pessoas estão sendo afetadas pela paralisação, que afeta o funcionamento
de ônibus, metrô e trens. Desde o final da tarde de ontem, as seis linhas do metrô de Buenos Aires
estavam completamente paralisadas, aderindo a greve e não funcionarão novamente até amanhã,
informa a agência EFE.
Nos aeroportos, empresas como Aerolíneas Argentinas e Latam já anunciaram o cancelamento de
todos seus voos domésticos, por isso sugeriram aos clientes que reprogramem suas viagens. Não há
transporte de caminhões, bancos, comércios, escolas, universidades e repartições públicas foram
fechadas.
Nos hospitais públicos do país, devem funcionar os serviços mínimos para emergências. Os serviços
de coleta de lixo e postos de combustível também serão afetados pela paralisação.
A paralisação, promovida pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), visa protestar contra os ajustes
do governo em meio à crise que afeta o país pela desvalorização abrupta do peso argentino registrada
desde o final de abril, a alta inflação (que deve superar 40% em 2018), e a queda da atividade econômica.
Os líderes sindicais exigem reposição salarial e também rejeitam o acordo com o FMI.
As greves anteriores de 24 horas promovidas contra o atual governo por parte da CGT aconteceram
em abril e dezembro de 2017 e no final do último mês de junho.
O presidente argentino reiterou que este não é "um momento oportuno" para fazer uma nova greve,
que segundo as estimativas terá um custo econômico de aproximadamente 31,6 bilhões de pesos
argentinos (US$ 847,16 milhões), equivalente a 0,2% do Produto Interno Bruto.
A greve deve causar um prejuízo de US$ 850 milhões ao país, o equivalente a 0,2% do PIB, segundo
o próprio governo. Na verdade, alguns setores começaram a greve já na segunda-feira (24/09)
A expectativa é que até sexta-feira haja o anúncio de um novo acordo financeiro com o FMI. Em
entrevista para a Bloomberg TV na segunda-feira (24/09), Macri disse que o país estava perto de atingir
um acordo final com o FMI, e que havia "chance zero" de que a Argentina daria default em sua dívida
externa no próximo ano.
Crise na Argentina
Pouco mais de dois anos depois de encerrar a disputa com os chamados “fundos abutres”, a Argentina
se viu diante de um novo impasse financeiro. Com sua moeda despencando, o país subiu a taxa de juros
ao maior patamar do mundo, consumiu boa parte de suas reservas em dólares, buscou ajuda do Fundo
Monetário Internacional (FMI) e tentava buscar a confiança de investidores para evitar uma nova corrida
cambial.
O custo desse acúmulo de problemas acaba pesando diretamente no bolso dos argentinos. A
expectativa é de disparada de inflação, superando as projeções iniciais. Além disso, o crescimento da
economia do país neste ano deve ser menor que o previsto. O ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne,
admitiu que "a Argentina terá mais inflação e menos crescimento num curto prazo".
Em junho, o governo argentino assinou um acordo com o FMI de US$ 50 bilhões. A primeira parcela,
de US$ 15 bilhões, foi liberada logo após a assinatura, enquanto os outros US$ 35 bilhões estavam
previstos para ser liberados ao longo dos três anos de duração previstos para o acordo.
Em decisão histórica, juízes julgam inconstitucional lei da era colonial que punia "atos contra a
natureza" com até dez anos de prisão, numa grande vitória para os defensores dos direitos da
comunidade LGBT.
77
Economia. Greve Geral contra governo Macri paralisa transportes e serviços na Argentina. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/09/25/greve-geral-contra-governo-macri-paralisa-transportes-e-servicos-na-argentina.ghtml. Acesso em 25 de setembro
de 2018.
78
DW. Suprema Corte da Índia descriminaliza homossexualidade. Deutsche Welle. https://www.dw.com/pt-br/suprema-corte-da-%C3%ADndia-descriminaliza-
homossexualidade/a-45380678. Acesso em 06 de setembro de 2018.
. 89
A Suprema Corte da Índia decidiu nesta quinta-feira (06/09) pela descriminalização das relações
sexuais entre pessoas do mesmo sexo no país. Os juízes revogaram uma lei do período colonial que
estabelecia que atos homossexuais poderiam ser puníveis com até dez anos de prisão, numa vitória
histórica para os defensores dos direitos dos membros da comunidade LGBT.
O tribunal anulou uma sentença de 2013 que validava uma lei britânica de mais de 150 anos que punia
os chamados "atos contra a ordem natural". Os cinco juízes que compõem a corte foram unânimes ao
considerar inválido o artigo 377 do Código Penal indiano que criminalizava as relações homossexuais.
Mesmo que poucas pessoas acabassem sendo presas, a lei era muitas vezes utilizada pelas
autoridades como uma ferramenta para reprimir a comunidade gay do país e justificar atos
discriminatórios. "O artigo 377 é arbitrário. A comunidade LGBT possui os mesmos direitos que os demais.
A visão majoritária e a moralidade geral não podem ditar os direitos constitucionais", afirmou o presidente
da Suprema Corte do país, Dipak Misra.
O advogado das cinco pessoas que entraram com recursos na Justiça pedindo a anulação do artigo
argumentou que a punição prevista no Código Penal era inconstitucional porque punia pessoas em idade
adulta que agem com consentimento mútuo.
Em 2009, um tribunal de Nova Déli havia declarado inconstitucional o artigo 377, mas três juízes da
Suprema Corte reverteram a decisão em 2013, afirmando que cabia ao Parlamento aprovar a medida.
Uma vez que não houve avanços, o governo pediu em julho que a Suprema Corte mais uma vez avaliasse
a questão.
Na última década, a aceitação dos gays na extremamente conservadora sociedade indiana vem
aumentando gradativamente, especialmente nos grandes centros urbanos. Até alguns filmes de
Bollywood passaram a tratar de temas relacionados aos gays, ainda que a homossexualidade ainda seja
vista como algo vergonhoso numa parte significativa do país.
O diretor e produtor de cinema de Bollywood Karan Johar festejou a decisão, afirmando que a história
está sendo escrita. "Descriminalizar a homossexualidade e abolir o artigo 377 é um grande sinal positivo
para a humanidade e pela igualdade dos direitos", afirmou.
. 90
Faltando três meses para que se cumpram três anos da chegada de Macri à Presidência com todas
as bênçãos e vênias do sacrossanto mercado financeiro, tanto o local quanto o de tudo que é canto, seu
governo desacreditado enfrenta uma crise de confiança profunda, inferior apenas à enfrentada por todo
o país.
Chama a atenção de qualquer visitante a quantidade de moradores de rua em Buenos Aires,
padecendo as agruras de um inverno especialmente duro. Cálculos de organismos independentes
indicam que o total de moradores de rua mais do que duplicou de janeiro para cá.
Os números de desempregados são atualizados semanalmente, e não se sabe ao certo quantos
comércios baixaram suas portas ao longo dos últimos 12 meses.
A explosão do câmbio levou a uma confusão sem fim, lembrando o acontecido durante a forte
desvalorização de 1991, no governo de Carlos Menem. Naquela ocasião, um cidadão contou, ao longo
de dez quarteirões de uma Rua Florida atopetada de turistas, nada menos que quatro mudanças na
cotação anunciada nas placas das casas de câmbio. Quase uma mudança a cada 2 minutos...
Ainda não se chegou a tanto, mas não são poucos os que acham muito elevado o risco de que
semelhante panorama se repita. Para tentar impedir a tragédia, o governo Macri torrou mais de 3 bilhões
dos escassos dólares das reservas em menos de um mês e meio.
Ao longo das últimas duas semanas repete-se o mesmo cenário de mais de 20 anos: os comerciantes
não sabem como calcular o preço do que vendem, pois não sabem qual será aquele da reposição dos
produtos. Mas produtores e comerciantes sabem que aumentos significativos, por mais necessários que
sejam, afastarão ainda mais os eventuais compradores, acelerando a profunda recessão.
No seu pronunciamento da segunda-feira 03/09, Macri anunciou solenemente que o déficit primário
estará zerado até o fim do próximo ano, que, aliás, será de eleições presidenciais. É difícil imaginar que
ele próprio acredite no que disse.
Quanto ao mercado financeiro, o ceticismo traduziu-se no dia seguinte, quando a moeda americana
tornou a subir e o governo optou por vender outros 358 milhões de dólares para tentar conter a escalada
alucinante.
Em um insólito gesto de autocrítica, Macri finalmente reconheceu o que era sabido por todos: houve,
da sua parte, um “otimismo excessivo”. O resultado será um retrocesso calculado até agora em 2,4% do
PIB, e a inflação anunciada com bumbos e clarins pelo governo – 15% – será de ao menos 42%, quase
o triplo.
Como se o descalabro da economia não bastasse para turvar um cenário esfrangalhado, na mesma
terça da desvalorização, o juiz Sebastián Casanello, espécie de Sergio Moro portenho, marcou para 18
de setembro o depoimento da atual senadora e ex-presidente Cristina Kirchner, investigada em diversas
frentes. Ela terá de responder à acusação de ser cúmplice de lavagem de dinheiro, em associação com
o empresário Lázaro Báez.
O enredo mais intrincado a envolver tanto Cristina quanto seu falecido marido e também ex-presidente
Néstor Kirchner é, no entanto, outro: o dos “cadernos de suborno”.
Tudo começou em 8 de janeiro último, quando – segundo seu próprio relato – “às 13h38” chegou às
mãos do jornalista Diego Cabot uma caixa com seis cadernos espirais, desse modelo comum usado em
qualquer colégio argentino, e um sétimo, de capa dura azul.
Cabot integra a equipe do jornal La Nación, de oposição feroz a qualquer coisa que não seja
absolutamente conservadora. Sua ojeriza ao casal Kirchner sempre foi evidente e palpável.
Tratava-se de uma espécie de diário em vários volumes, todos escritos com a mesma caligrafia por
Oscar Centeno, ex-motorista de Roberto Baratta, o número 2 de Julio de Vido, influente ministro do
Planejamento de Kirchner.
Estão registrados todos os movimentos do ministro e de seu principal assessor, indicando dia, hora,
trajeto e conteúdo de bolsas transportadas em um Toyota Corolla. E, claro, quem recebia o conteúdo que,
sabe-se lá como, o motorista soube descrever em detalhes: dólares e mais dólares que, somados,
alcançam cifras estratosféricas (alguns jornais mencionam a marca de 13 bilhões de dólares ao longo dos
governos de Néstor e Cristina Kirchner, ou seja, entre 2003 e 2015).
Há, no entanto, incongruências nesse relato minucioso. Conforme comentou um político próximo da
ex-presidente, é estranho que “alguém escreva como Jorge Luis Borges e fale como Carlos Monzón”, em
referência ao escritor cheio de preciosismos e ao falecido boxeador cujo linguajar era constrangedor.
Além disso, não foi feito nenhum exame grafológico nos cadernos, que, segundo contou o motorista,
depois de lidos pelo repórter do La Nación foram devidamente xerocados para em seguida ir parar “na
churrasqueira dos fundos do meu quintal”.
Tampouco é crível que sacos e sacolas com até 800 mil dólares em espécie fossem entregues em
mãos tanto do falecido Néstor como da agora acusada Cristina Kirchner. E mais: não só no apartamento
. 91
particular do casal, no bairro portenho de Recoleta, mas na própria residência presidencial de Olivos, um
subúrbio de Buenos Aires.
Assim que essas notícias começaram a circular, apareceram também nomes de quem pagava os tais
milhões e milhões de dólares. Em sua maioria, empreiteiros e diretores de grandes construtoras que
obtinham contratos para obras dos governos Kirchner.
Como consequência imediata, começou a sucessão de “arrependidos”, versão local dos delatores
premiados brasileiros.
O estardalhaço levado adiante por magistrados de instâncias inferiores explodiu nos dois principais
jornais argentinos, o quase hegemônico Clarín e o próprio La Nación, além, claro, de emissoras de rádio
e televisão controlados pelo grupo do primeiro dos jornalões.
Dessa forma, uma Argentina em frangalhos enfrenta uma crise econômica profunda, enquanto
acompanha um escândalo judicial que encontra cada vez menos eco na opinião pública, conformada com
a ideia divulgada pelo grupo Clarín de que os governos Kirchner foram uma etapa de corrupção
generalizada, enquanto o de Macri ostenta, mas isso o jornal evita comentar, um cenário cada vez pior.
Como se não faltasse mais nada, justamente no país em que nasceu o atual papa cresce o número
de católicos que renunciam publicamente à sua igreja. Tudo começou com a pressão exercida
principalmente sobre senadores do interior pelos párocos locais para que derrubassem, como ocorreu, a
lei do aborto.
De acordo com essa lei, aprovada pelos deputados, caberia ao Estado o dever de fornecer assistência
às mulheres que optassem por abortar voluntariamente até o terceiro mês de gestação. Derrotado no
Senado, o projeto foi o motivo alegado por mais de 3 mil católicos para renunciar publicamente ao
catolicismo.
Sim, foram apenas 3 mil entre milhões. Mas o gesto foi mais que simbólico, e causou forte impacto no
conturbado país de Mauricio Macri. Os argentinos renunciam até à fé.
Conflitos armados, as doenças e a fome que eles causam teriam provocado a morte de 5 milhões de
crianças menores de cinco anos entre 1995 e 2015; destas 3 milhões eram bebês de até 11 meses.
Os conflitos armados no continente africano, e as doenças e a fome que eles causam, podem ter
causado a morte de 5 milhões de crianças menores de cinco anos entre 1995 e 2015, segundo um estudo
publicado na sexta-feira (30/08).
Destas, cerca de três milhões eram bebês de até onze meses, isto é, o triplo das pessoas diretamente
mortas em um conflito no continente.
O estudo, publicado na revista médica The Lancet, não se apoia em nenhum efetivo real, mas que
compartilhou dados de 15.441 conflitos nos quais quase um milhão de pessoas morreram, segundo os
investigadores.
Os autores usaram estes dados para calcular o risco de morte de uma criança em um raio de 100 km
de um conflito armado e até oito anos depois. Em seguida, calcularam o número de mortes de crianças
atribuídos às muitas guerras na África.
A cifra de cinco milhões é muito superior a de estimativas anteriores, destacaram os autores, Eran
Bendavid, da Universidade Stanford, e seus colegas.
"Nos últimos 30 anos ocorreram na África conflitos armados mais frequentes e mais intensos que em
qualquer outro continente", afirmam.
"Esta análise mostra que os efetivos dos conflitos armados vão além da morte dos combatentes e da
devastação física: os conflitos armados aumentam consideravelmente o risco de morte de crianças jovens
durante um longo período".
Além de ferir diretamente as crianças, os conflitos contribuem para a morte e o atraso no crescimento
"durante muitos anos e em amplas zonas", segundo a equipe.
E isto, por causa da interrupção dos cuidados médicos para mulheres grávidas e recém-nascidos, a
propagação de doenças à medida que os serviços de saúde e as redes de água declinam, da falta de
medicamentos e da desnutrição provocada quando as provisões se esgotam.
80
France Presse. Conflitos na África podem ter matado 5 milhões de crianças, diz estudo. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/08/30/conflitos-
na-africa-podem-ter-matado-5-milhoes-de-criancas-diz-estudo.ghtml. Acesso em 31 de agosto de 2018.
. 92
Onda de calor se intensifica na Europa81
Por 62 votos a favor e 55 contra, a Knesset (Câmara israelense) aprovou a iniciativa depois de um
intenso debate.
O Parlamento israelense aprovou nesta quinta-feira (19/07) a polêmica lei que define o país como um
"Estado-nação do povo judeu" e que tem como sua capital “Jerusalém unificada”. A nova lei, defendida
pelo governo, ainda prevê apenas o hebraico como língua oficial do país.
A iniciativa foi aprovada no Knesset (parlamento israelense) por 62 votos a favor e 55 contra, depois
de uma longa discussão, já que críticos a descrevem como "discriminatória" por marginalizar minorias.
81
Deutsche Welle. Onda de calor se intensifica na Europa. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/08/05/onda-de-calor-se-intensifica-na-
europa.ghtml. Acesso em 06 de agosto de 2018.
82
G1. Israel aprova lei que o define como ‘Estado-Nação’ do povo judeu. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/07/19/israel-aprova-lei-que-o-
define-como-estado-nacao-do-povo-judeu.ghtml. Acesso em 19 de julho de 2018.
. 93
O objetivo da nova lei é "assegurar o caráter de Israel como o estado nacional dos judeus, a fim de
codificar em uma lei básica dos valores de Israel como um estado judeu democrático espírito dos
princípios da Declaração de Independência", explica a Knesset em seu site.
Isto inclui ainda o hino Hatikva (adaptado de um poema judeu, sobre o retorno do povo a Israel), a
bandeira branca e azul com a Estrela de Davi no centro, um menorá (candelabro judeu) de sete braços
com galhos de oliveira nos extremos como símbolo do país.
Até agora estava sendo evitada esta menção à identidade judaica por causa da oposição de algumas
correntes judaicas e da existência no país de minorias, como a árabe.
Os palestinos que ficaram no país após a criação do estado de Israel, em 1948, constituem 20% da
sua população – ou cerca de cerca de nove milhões de pessoas. A língua árabe, que deixa de ser oficial,
é reduzida a um caráter “especial”.
"Os árabes terão uma categoria especial, todos os judeus terão o direito de migrar a Israel e obter a
cidadania de acordo com as disposições da lei, o estado atuará para reunir os judeus no exílio e
promoverá os assentamentos judaicos em seu território e vai alocar recursos para esse fim", estabelece
a nova legislação, de acordo com a Efe.
‘Momento histórico’
O premiê israelense, premiê Benjamin Netanyahu, definiu a aprovação como um "momento histórico
na história do sionismo e da história do estado de Israel."
"Ultimamente, há pessoas que estão tentando desestabilizar os fundamentos da nossa existência e
dos nossos direitos. Então, hoje nós fizemos uma lei em pedra. Este é o nosso país. Esta é a nossa
língua. Este é o nosso hino e esta é a nossa bandeira. Viva o estado de Israel", comemorou Netanyahu.
Esboço de reforma apresentado em diário do Partido Comunista acena com mudanças profundas na
política, judiciário, economia e sociedade cubanas. Comissão encarregada é liderada por ex-presidente
Raúl Castro.
O governo de Cuba revelou novos detalhes sobre planos para reestruturar seu sistema governamental,
tribunais e a economia nacional, através de uma reforma constitucional a ser aprovada pela Assembleia
Nacional ainda em julho.
A reforma criará o cargo de primeiro-ministro, ao lado do de presidente, dividindo as funções de chefe
de Estado e de governo. Fica mantido o Partido Comunista como única força política no país, e o Estado
comunista como força econômica dominante. Passam a ser reconhecidos, todavia, o mercado livre e a
propriedade privada na sociedade cubana, e será criada uma nova presunção de inocência no sistema
judiciário.
A Constituição de 1976, ainda na era soviética, só reconhece a propriedade estatal, cooperativa, de
agricultor, pessoal e de sociedade conjunta. A propriedade privada era rejeitada, sendo considerada um
resquício do capitalismo.
A proposta de reforma constitucional é descrita na edição deste sábado (14/07) do diário Granma, do
Partido Comunista, devendo ser votada num referendo posterior à aprovação pelo Parlamento. Segundo
as autoridades cubanas, a atual Constituição já não reflete as mudanças atravessadas pelo país nos
últimos anos.
"As experiências adquiridas nestes anos de Revolução" e "os novos caminhos traçados" pelo Partido
Comunista são algumas das razões para a reforma da Constituição, lê-se no sumário do Granma. O
esboço, elaborado por uma comissão encabeçada pelo ex-presidente e primeiro-secretário do Partido
Comunista, Raúl Castro, contém 224 artigos.
A nova Constituição manterá direitos como a liberdade religiosa, e explicitará o princípio da não
discriminação devido à identidade de gênero. O texto divulgado no Granma não especifica em que medida
o Estado reconhecerá os casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
Mais de 16 mil venezuelanos pedem refúgio em Roraima em seis meses, diz PF84
Número é 20% superior ao de todo o ano de 2017. Recorde foi registrado em maio, quando mais de 4
mil venezuelanos fizeram a solicitação.
83
Deutsche Welle. Nova Constituição de Cuba reconhecerá propriedade privada. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/nova-constituicao-de-cuba-
reconhecera-propriedade-privada.ghtml. Acesso em 16 de julho de 2018.
84
Emily Costa. Mais de 16 mil venezuelanos pedem refúgio em Roraima em seis meses, diz PF. G1. Roraima. https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/mais-de-
16-mil-venezuelanos-pedem-refugio-em-roraima-em-seis-meses-diz-pf.ghtml. Acesso em 11 de julho de 2018.
. 94
Nos primeiros seis meses deste ano, mais de 16 mil venezuelanos pediram refúgio em Roraima,
segundo a Polícia Federal. O número já é 20% maior do que o registrado em todo o ano de 2017, quando
foram recebidas pouco mais de 13,5 mil solicitações.
De acordo com a PF, entre janeiro e 22 de junho deste ano, foram recebidos 16.953 pedidos de refúgio
no estado. Desses, 16.523, ou 97% do total, são só de venezuelanos. Os demais são de cubanos (155),
haitianos (139) e cidadãos de outras nacionalidades (133).
O recorde de pedidos de refúgio de venezuelanos foi no mês de maio, quando o país foi às urnas e o
presidente Nicolás Maduro acabou reeleito. Só naquele mês foram 4.054 solicitações feitas junto à PF.
Em 2017, ano em que o índice de pedidos teve uma alta abrupta, foram recebidos 13.583 pedidos de
venezuelanos. No ano anterior foram 2.048 e 253 em 2015, quando começou a imigração de
venezuelanos para Roraima.
Uma vez feita uma solicitação de refúgio, o pedido segue para o Comitê Nacional para os Refugiados
(Conare), que analisa e reconhece ou não a condição de refugiado. Por isso, o G1 questionou o Conare
sobre o número de pedidos de venezuelanos examinados, mas não obteve resposta até a publicação
desta reportagem.
Imigrantes em trânsito
Apesar de ser um dado importante para mostrar o fluxo migratório, o número de pedidos de refúgio
não corresponde à quantidade exata de venezuelanos vivendo em Roraima, afirma Gustavo da Frota
Simões, professor do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Roraima (UFRR).
No entendimento dele, nem todos os 16.523 venezuelanos que pediram refúgio à PF neste ano
continuam em Roraima, porque muitos estão seguindo viagem, principalmente para buscar trabalho.
"Os venezuelanos vêm para Roraima, às vezes ficam um tempo, se regularizam, e procuram emprego.
Quando não conseguem, fazem contatos, vão ouvindo outras pessoas e seguem viagem para outros
lugares", explicou Simões.
Para ele, a imigração venezuelana para o estado pode ser dividida em três fases: a pendular, de
permanência e de trânsito, que é a vivida atualmente.
Na primeira delas, entre 2015 e 2016, imigrantes cruzavam a fronteira para comprar mantimentos e
depois voltavam para o país de origem. Depois, em 2017, venezuelanos passaram a se mudar para o
estadoem busca de melhores condições de vida. Já neste ano, conforme o professor, a imigração ganha
um novo caráter, que é o dos imigrantes em trânsito.
Apesar disso, na avaliação dele, o número de pedidos de refúgio ainda devem continuar aumentando,
porque ele acompanha o agravamento da crise política e econômica na Venezuela.
Venezuelanos em Roraima
A ONU estima que 800 venezuelanos cruzam a fronteira por dia. Já o Exército brasileiro calcula que a
média de entrada de venezuelanos em Roraima nos últimos cinco meses foi de 416 pessoas por dia.
- Rota da fome: o caminho dos venezuelanos
- A rota da fome em imagens
- Povoado indígena vira abrigo: 'Eles choram ao ver comida'
. 95
Ainda não há números precisos sobre a quantidade de venezuelanos vivendo em Roraima, mas um
levantamento da prefeitura de Boa Vista apontou que só na capital há 25 mil moradores venezuelanos -
o equivalente a 7,5% da população local, que é de 332 mil habitantes.
Antes desse estudo, a prefeitura estimava que 40 mil venezuelanos estavam na cidade. Nessa época,
só a praça Simón Bolívar - que foi cercada com tapumes e desocupada em maio - tinha cerca de 1,2 mil
venezuelanos acampados.
Atualmente, o estado tem nove abrigos públicos com cerca 4 mil pessoas, cinco deles abertos só neste
ano. Mesmo assim ainda há venezuelanos em situação de rua em 10 dos 15 municípios do estado.
Kim Jong-un se compromete com o fim das armas nucleares em encontro com Trump em
Singapura85
Comunicado com quatro itens foi assinado durante encontro histórico dos líderes dos EUA e Coreia
do Norte. Trump diz que Kim aceitou o seu convite para visitar a Casa Branca.
A Coreia do Norte se comprometeu com o desmonte do seu programa nuclear nesta terça-feira (12/06),
durante o encontro inédito de seu líder, Kim Jong-un, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
em Singapura.
Os dois países "decidiram deixar o passado para trás" e "o mundo verá uma grande mudança",
segundo Kim, que assinou uma declaração de quatro itens durante o encontro com o chefe de estado
americano.
O engajamento com o fim da produção de armas nucleares e a desnuclearização completa da
península coreana era uma condição imposta pelos EUA para a realização da histórica cúpula.
Porém, o documento final do encontro não estabelece metas ou detalhes de como o compromisso será
colocado em prática para que o abandono da produção seja feito de forma completa, irreversível e
verificável, como pedem os Estados Unidos.
O compromisso com o desmonte do programa nuclear já consta na Declaração de Panmunjon,
assinada após o encontro de líderes das duas Coreias, em abril.
O documento assinado por Trump e Kim nesta terça possui quatro pontos:
1 - EUA e Coreia do Norte se comprometem a estabelecer relações de acordo com o desejo de seus
povos pela paz e prosperidade;
2 - Os dois países irão unir seus esforços para construir um regime de paz estável e duradouro na
península coreana;
3 - Reafirmando a Declaração de Panmunjon, de 27 de abril de 2018, a Coreia do Norte se compromete
a trabalhar em direção à completa desnuclearização da península coreana;
4 - Os EUA e a Coreia do Norte se comprometem a recuperar os restos mortais de prisioneiros de
guerra, incluindo a imediata repatriação daqueles já identificados.
Na avaliação de Trump, as negociações com Kim foram "francas, diretas e produtivas" e o documento
está "bastante completo". O texto mostra, segundo o americano, que os países estabeleceram uma
ligação especial após a sua assinatura.
Em entrevista logo depois do encontro, o presidente americano afirmou que Kim aceitou o seu convite
para visitar a Casa Branca e que ele pretende visitar Pyongyang "em um certo momento".
"Aprendi que ele é um homem muito talentoso que ama muito seu país. É um negociador de valor, que
negocia em benefício de seu povo", afirmou.
Sanções mantidas
O presidente americano disse que a Coreia do Norte "já está destruindo seus principais centros de
testes nucleares", mas que as sanções econômicas serão mantidas por enquanto. Adotadas entre 2017
e 2018, as sanções tem o objetivo de pressionar Pyongyang a reduzir seus programas nuclear e
armamentista.
Nesta terça, Trump afirmou que vai pressionar o país a abandonar a produção de armas nucleares o
mais rápido que puder, mas reconheceu que esse processo pode levar um tempo.
Trump disse que as sanções serão removidas "quando tivermos certeza de que as armas nucleares
não são mais um fator [de risco]". "Eu realmente estou ansioso para retirá-las [as sanções]", garantiu.
85
G1. Kim Jong-um se compromete com o fim das armas nucleares em encontro com Trump em Singapura. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/kim-
jong-un-se-compromete-com-desnuclearizacao-completa-apos-encontro-com-trump-em-singapura.ghtml Acesso em 13 de junho de 2018.
. 96
'Jogos de guerra'
O presidente americano também anunciou a suspensão dos "jogos de guerra" na península coreana,
fazendo referência aos exercícios militares feitos pelos EUA em conjunto com a Coreia do Sul. A Coreia
do Norte considera as manobras militares uma provocação.
Na avaliação de Trump, as manobras são caras e se tornaram inapropriadas face à nova relação
estabelecida pelos Estados Unidos com a Coreia do Norte.
Trump disse que espera retirar as forças dos EUA da Coreia do Sul, mas disse que essa medida não
está sendo discutida no momento. Atualmente, 28 mil soldados americanos estão no país.
Até o momento, as forças de segurança dos EUA na Coreia do Sul não receberam uma orientação
formal para a suspensão dos exercícios militares conjuntos, de acordo com Reuters, citando um
comunicado da tenente-coronel Jennifer Lovett.
Encontro inédito
Após uma série de testes balísticos norte-coreanos e uma verdadeira “guerra verbal” entre Kim e
Trump travada ao longo de 2017, o primeiro encontro dos líderes dos dois países parecia impossível.
O objetivo desta cúpula em Singapura era chegar a um consenso sobre o desmonte do programa
nuclear e balístico da fechada ditadura comunista, em troca de alívio econômico para o país atualmente
afetado por duras sanções.
Kim e Trump tiveram um encontro privado, uma reunião ao lado de seus assessores e um almoço ao
lado de suas respectivas comitivas. Os dois líderes caminharam juntos e se cumprimentaram várias vezes
diante das câmeras.
Quando se sentou ao lado de Kim pela primeira vez, Trump disse ter esperança de que a cúpula seria
"tremendamente bem-sucedida". "Teremos um ótimo relacionamento pela frente", acrescentou.
O ditador norte-coreano disse, em seguida, que havia enfrentado uma série de "obstáculos" para
realizar esse encontro. "Nós superamos todos eles e estamos aqui hoje", disse a repórteres, por meio de
um tradutor.
Mais tarde, em um breve pronunciamento, Trump disse que o encontro estava sendo "melhor do que
qualquer um poderia esperar". Em seguida, ele mostrou sua limusine ao norte-coreano e manteve o que
pareceu ser uma conversa bastante amistosa durante alguns minutos. Eles se separaram brevemente e
voltaram a encontrar na sala onde assinaram a declaração.
O local do encontro foi o luxuoso hotel Capella, na ilha de Sentosa, famosa por suas praias turísticas
e seus campos de golfe espetaculares. Singapura designou partes de sua região central como uma "zona
especial", implantando um rigoroso sistema de segurança. O espaço aéreo sobre a rica cidade-Estado
está temporariamente restrito durante partes dos dias 11, 12 e 13 de junho.
Segundo pesquisa de boca de urna, 70% dos eleitores votaram a favor; porta-voz da campanha pelo
'não' reconheceu derrota antes mesmo de resultado oficial.
86
RFI. ‘Sim’ vence em referendo sobre legalização do aborto na Irlanda. G1 Mundo. < https://g1.globo.com/mundo/noticia/sim-vence-em-referendo-sobre-
legalizacao-do-aborto-na-irlanda.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 28 de maio de 2018.
. 97
Segundo pesquisas de boca de urna, o "sim" protagonizou uma larga vitória no referendo sobre a
legalização do aborto na Irlanda, com a preferência de cerca de 70% dos eleitores. Os resultados oficiais
devem ser divulgados neste sábado (26/05), mas o porta-voz da campanha pelo "não", já reconheceu
sua derrota nesta manhã.
A maioria dos irlandeses optou pela legalização do aborto no país de forte tradição católica e que conta
com uma das legislações mais rígidas da Europa sobre a questão. Segundo pesquisas de boca de urna,
entre 68% e 69% dos eleitores votaram pelo "sim" - a favor da legalização do aborto -, enquanto 32%
teriam optado pelo "não" - para manter a lei atual.
O texto atual está em vigor desde 1983. Ele determina que uma mulher só pode interromper uma
gestação se estiver em perigo de vida real e iminente, inclusive sob risco de suicídio. Essa legislação de
35 anos não contempla o aborto quando há má-formação cerebral do feto ou em casos de estupro, como
ocorre no Brasil. Atualmente, uma irlandesa que decida interromper uma gravidez indesejada dentro do
país pode ser condenada a até 14 anos de prisão.
Na manhã deste sábado, John McGuirk, porta-voz da "Save The 8th Campain", a campanha para
manter a legislação atual, reconheceu sua derrota. "Não há nenhuma possibilidade que o texto [sobre a
legalização do aborto] não seja adotado", declarou em entrevista à TV irlandesa.
A taxa de participação é uma das mais altas registradas em referendos no país. Ela pode ultrapassar
os 61% da consulta realizada em 2015 que levou à legalização do casamento entre pessoas do mesmo
sexo. Na capital Dublin, a escolha pelo "sim" se mostra imensa, com 77% dos votos, segundo o jornal
Irish Times.
Revogação da 8ª Emenda
O objetivo do referendo era perguntar aos eleitores se eles concordam ou não em revogar a antiga
legislação, conhecida como 8ª Emenda. Ela determina que o direito à vida do feto é igual ao direito à vida
da mãe.
Com a revogação, o Parlamento passa a poder legislar sobre o assunto. Caso isso ocorra, a nova
legislação permitiria o direito aborto até 12 semanas, por decisão da mulher e com autorização médica.
Na sexta-feira (25/05), o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, a favor da legalização do aborto,
convocou a população a votar, classificando o referendo de "oportunidade única em uma geração" e
avisando que não haverá outra consulta qualquer que seja o resultado.
Brasil e 13 países da região não reconhecem eleição na Venezuela e convocam seus embaixadores
em Caracas. Itamaraty diz que pleito careceu de "legitimidade e credibilidade". EUA e países europeus
também rejeitam votação.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enfrentou condenação internacional nesta segunda-feira
(21/05) após ser reeleito para mais seis anos de mandato num pleito boicotado pela oposição, que
questionou sua legitimidade, e contestado por vários países, muitos latino-americanos.
O chamado Grupo de Lima, composto por 14 países das Américas, anunciou que não reconhece o
resultado da votação, por considerá-la ilegítima. Maduro venceu com 68% dos votos, mas praticamente
não teve adversários. A participação não chegou a 50% dos eleitores.
"[Os governos] não reconhecem a legitimidade do processo eleitoral que teve lugar na República
Bolivariana da Venezuela, concluído em 20 de maio passado, por não estar em conformidade com os
padrões internacionais de um processo democrático, livre, justo e transparente", diz a nota.
87
DW. América Latina condena em preso reeleição de Maduro. DW América Latina. <http://www.dw.com/pt-br/am%C3%A9rica-latina-condena-em-peso-
reelei%C3%A7%C3%A3o-de-maduro/a-43869715> Acesso em 22 de maio de 2018.
. 98
O grupo – do qual fazem parte Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala,
Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia – disse ainda que chamará para
consultas seus embaixadores em Caracas, além de convocar os representantes diplomáticos da
Venezuela em cada um dos países "para expressar seu protesto".
O bloco informou que se reunirá no Peru na primeira quinzena de junho para definir uma resposta
regional ao "aumento preocupante dos fluxos de venezuelanos que se veem obrigados a sair de seu
país", bem como ao impacto que essa situação acarreta sobre toda a região.
O texto ainda reitera preocupação com o "aprofundamento da crise política, econômica, social e
humanitária que deteriorou a vida na Venezuela", o que se reflete na "perda de instituições democráticas,
do Estado de Direito e na falta de garantias e liberdades políticas dos cidadãos".
O governo brasileiro emitiu um comunicado separado nesta segunda-feira reafirmando a posição do
Grupo de Lima e dizendo "lamentar profundamente" que Caracas não tenha atendido aos repetidos
chamados da comunidade internacional "pela realização de eleições livres, justas, transparentes e
democráticas".
"Nas condições em que ocorreu – com numerosos presos políticos, partidos e lideranças políticas
inabilitados, sem observação internacional independente e em contexto de absoluta falta de separação
entre os poderes –, o pleito careceu de legitimidade e credibilidade", diz a nota.
O texto acrescenta que as eleições deste domingo "aprofundam a crise política no país, pois reforçam
o caráter autoritário do regime, dificultam a necessária reconciliação nacional e contribuem para agravar
a situação econômica, social e humanitária que aflige o povo venezuelano".
O governo da Argentina, por sua vez, também condenou o processo eleitoral venezuelano, destacando
que o pleito "não foi democrático nem será reconhecido" pela maior parte da comunidade internacional.
"A Venezuela deve convocar eleições livres e democráticas e com a participação de todos os atores,
incluindo os líderes da oposição presos ou no exílio", afirmou o ministro argentino do Exterior, Jorge
Faurie, pedindo ainda a Maduro que "ouça o grito do povo venezuelano".
. 99
Coreia do Norte suspende reunião com Seul por causa de exercícios militares com os EUA e põe
em dúvida cúpula de Kim e Trump88
Exercícios militares foram chamados de provocação por Pyongyang. 'EUA terão que empreender
deliberações cuidadosas sobre o destino da planejada cúpula da Coreia do Norte-EUA', diz agência oficial
do regime norte-coreano.
A Coreia do Norte, por meio da agência oficial KCNA, disse nesta quarta-feira (16/05, pela hora local)
que irá suspender conversações de alto nível com a Coreia do Sul que haviam sido programadas para
esta quarta, citando como motivo exercícios militares conjuntos de Seul com os EUA. O regime de Kim
Jong-un também pôs em dúvida a cúpula marcada com Donald Trump para 12 de junho.
As duas Coreias haviam marcado uma reunião numa vila de fronteira para discutir o início de
conversações entre militares e a Cruz Vermelha, com o objetivo de reduzir a tensão na fronteira e reiniciar
os encontros entre famílias separadas pela Guerra da Coreia.
Pyongyang afirma que os exercícios são um treino de invasão do Norte e uma provocação em meio à
melhora de relações entre as duas Coreias.
A nota também questiona se a cúpula do próximo mês entre o líder norte-coreano Kim Jong-un e o
presidente dos EUA, Donald Trump, pode ser realizada como planejado.
"Este exercício dirigido a nós, que está sendo realizado em toda a Coreia do Sul e nos alvejando, é
um desafio flagrante à Declaração de Panmunjom e uma provocação militar intencional que vai contra o
desenvolvimento político positivo na Península Coreana", diz o texto da KCNA.
"Os Estados Unidos também terão que empreender deliberações cuidadosas sobre o destino da
planejada cúpula da Coréia do Norte-EUA, à luz deste tumulto militar provocativo conduzido em conjunto
com as autoridades sul-coreanas", acrescenta.
Os EUA dizem que seguem com os preparativos. "Vamos continuar a planejar a reunião", disse a
porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, à imprensa. Ela acrescentou que Washington não
foi notificada de uma mudança de posição da Coreia do Norte.
Em março, enquanto as negociações para a cúpula de Trump e Kim se desenrolavam, a Coreia do
Norte chegou a reconhecer que os exercícios militares conjuntos da Coreia do Sul e dos EUA poderiam
continuar.
Confrontos em Gaza deixam mais de 50 mortos no dia em que EUA inauguram embaixada em
Jerusalém89
Donald Trump cumpre polêmica promessa de mudar representação diplomática no dia em que Israel
completa 70 anos. Confrontos na fronteira com a Faixa de Gaza deixaram mais de 50 palestinos mortos.
Os Estados Unidos inauguraram sua embaixada em Jerusalém nesta segunda-feira (14/05), dia em
que o Estado de Israel completa 70 anos e em que confrontos na fronteira com a Faixa de Gaza deixaram
dezenas de mortos.
Os palestinos protestam na fronteira desde o dia 30 de março, na chamada Grande Marcha do Retorno,
que evoca o direito dos palestinos de voltarem para os locais de onde foram removidos após a criação do
Estado de Israel, em 1948. Nesta segunda, ainda protestam contra a inauguração da representação
diplomática dos EUA em Jerusalém.
Até as 19h30, pela hora de Brasília, havia 58 mortos, segundo autoridades palestinas. O Ministério da
Saúde palestino informou ao jornal "Haaretz" que há mais de 2200 feridos. De acordo com o embaixador
palestino na ONU, entre os mortos há 8 crianças com menos de 16 anos.
O premiê israelense Benjamin Netanyahu defendeu o uso da força na Faixa de Gaza: “Todo país tem
a obrigação de defender o seu território. A organização terrorista Hamas proclama a sua intenção de
destruir Israel e envia com esse fim milhares de pessoas para forçar a fronteira”, disse pelo Twitter
reiterando que Israel segue atuando “com determinação” para impedir isso.
A Casa Branca também culpou o Hamas pela violência e afirmou que Israel tem o direito de se
defender.
Houve ainda protestos do lado de fora do prédio em que passa a funcionar a embaixada americana. A
polícia tentou conter e afastar os manifestantes, e 14 pessoas foram detidas.
A cerimônia de abertura foi conduzida pelo embaixador americano em Israel, David Friedman.
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G1. Coreia do Norte suspende reunião com Seul por causa de exercícios militares com os EUA e põe em dúvida cúpula de Kim e Trump. G1 Mundo.
<https://g1.globo.com/mundo/noticia/coreia-do-norte-diz-que-ira-suspender-conversacoes-com-seul-por-causa-de-exercicios-militares-com-os-eua.ghtml> Acesso
em 16 de maio de 2018.
89
G1. Confrontos em Gaza deixam mais de 50 mortos no dia em que EUA inauguram embaixada em Jerusalém. G1 Mundo.
<https://g1.globo.com/mundo/noticia/eua-inauguram-sua-embaixada-em-jerusalem.ghtml> Acesso em 15 de maio de 2018.
. 100
Em uma mensagem gravada em vídeo, o presidente Donald Trump disse que era necessário "admitir
o óbvio": que a capital de Israel é Jesusalém. Também afirmou que os EUA estão comprometidos com a
paz na região.
"Os EUA continuam totalmente comprometidos em facilitar um acordo de paz duradouro. Os EUA
sempre serão um grande amigo de Israel e um parceiro na causa da liberdade e da paz", disse Trump.
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse que estava "profundamente emocionado e
profundamente grato".
"Que dia glorioso. Lembrem este dia. Que dia histórico!", afirmou.
"Este é um momento histórico. Presidente Trump, ao reconhecer o que pertence à história, você fez
história", disse Netanyahu.
Entre as personalidades israelenses também estavam presentes o presidente de Israel, Reuven Rivlin,
e o prefeito de Jerusalém, Nir Barkat. Entre a delegação americana, Ivanka Trump e Jared Kushner, filha
e genro e conselheiros do presidente americano, e Steven Mnuchin, secretário de Tesouro dos EUA.
A nova embaixada está no bairro de Arnona, em Jerusalém Ocidental, num prédio construído em 2010.
Parte do terreno era considerada, até a Guerra dos Seis Dias (1967), terra de ninguém.
Em uma primeira fase, a embaixada ficará dentro da seção de vistos do consulado-geral dos EUA em
Jerusalém. O imóvel sofreu adaptações para receber o embaixador David Friedman e sua equipe. Em
até um ano, um novo anexo será construído para ampliar o espaço da embaixada. O objetivo é construir
uma sede própria para a representação diplomática em até dez anos.
Confrontos em Gaza
Na fronteira com a Faixa de Gaza, milhares de palestinos se reuniram em diversos pontos e pequenos
grupos se aproximaram da cerca de segurança vigiada por soldados israelenses. Os grupos tentaram
avançar contra a barreira e lançaram pedras na direção dos soldados, que responderam com tiros.
Após os confrontos, o Exército de Israel anunciou que lançou bombardeios contra alvos do Hamas, o
movimento islâmico palestino que governa a Faixa de Gaza. "Os aviões atacaram os postos militares do
Hamas perto de Jabalia, depois que as tropas receberam disparos vindos do norte da Faixa. Nenhum
soldado ficou ferido", indicou o exército em comunicado.
Reação internacional
A Autoridade Palestina acusou Israel de cometer um "massacre horrível" na fronteira. A Anistia
Internacional pediu a Israel o fim da "abominável violação" dos direitos humanos na Faixa de Gaza. A
OLP (Organização para a Libertação da Palestina) anunciou uma greve geral nos territórios palestinos
para esta terça, em luto pelo "martírio" na Faixa de Gaza.
O alto comissário para os Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad Al Hussein, reagiu sobre os
confrontos em Gaza dizendo: "A morte chocante de dezenas de pessoas e os centenas de feridos por
tiros de munição real em Gaza devem parar imediatamente, e os autores dessas violações flagrantes dos
direitos humanos devem ser responsabilizados".
A União Europeia pediu "máxima moderação" depois das mortes em Gaza. O presidente da França,
Emmanuel Macron, condenou a violência das forças armadas israelenses contra os manifestantes
palestinos durante conversas por telefone com o presidente palestino Mahmoud Abbas e o rei Abudllah
da Jordânia.
O governo da África do Sul retirou até segunda ordem seu embaixador de Israel e o governo da Turquia
chamou para consultas seus embaixadores em Tel Aviv e Washington.
Os países árabes solicitaram, através do Kuwait, uma reunião de urgência do Conselho de Segurança
da ONU, que deve ser realizada na terça-feira.
Decisão polêmica
A decisão de Trump de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e de transferir a representação
diplomática de Tel Aviv para essa cidade é muito polêmica e foi criticada pela União Europeia e por países
árabes porque rompe com o consenso internacional de não reconhecer a cidade como capital da Palestina
ou de Israel até que um acordo de paz seja firmado entre as duas partes.
A liderança da Autoridade Palestina se recusa a conversar com os representantes do governo Trump
desde o anúncio da transferência da embaixada, nem sequer com o genro do presidente, Jared Kushner,
que havia sido designado para estimular o processo de paz.
Nesta segunda, o governo do Reino Unido ressaltou seu desacordo em relação à transferência da
embaixada americana e deixou claro que a delegação britânica continuará em Tel Aviv.
A Rússia expressou o temor de que a tensão aumente em toda a região do Oriente Médio. O Líbano
classificou a mudança como uma "nova catástrofe" para os palestinos.
. 101
O Irã condenou a mudança da embaixada e advertiu que esta medida só fortalecerá "a determinação
da nação palestina oprimida para resistir à ocupação" de Israel.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar "profundamente preocupado" e pediu uma
"necessária contenção" perante as notícias sobre a morte de um "número significativo" de pessoas.
Entenda a disputa
No conflito entre Israel e palestinos, o status diplomático de Jerusalém, cidade que abriga locais
sagrados para judeus, cristãos e muçulmanos, é uma das questões mais polêmicas e ponto crucial nas
negociações de paz.
Israel considera Jerusalém sua capital eterna e indivisível. Mas os palestinos reivindicam parte da
cidade (Jerusalém Oriental) como capital de seu futuro Estado.
Apesar de apelos por parte de líderes árabes e europeus, e de advertências que a decisão poderia
desencadear uma onda de protestos e violência, Trump resolveu adotar uma nova abordagem sobre o
tema, considerando que mesmo com a postura anterior dos EUA, a paz na região até hoje não foi atingida.
Atualmente, a maioria dos países mantém suas embaixadas em Tel Aviv, justamente pela falta de
consenso na comunidade internacional sobre o status de Jerusalém. A posição da maior parte da
comunidade internacional é a de que o status de Jerusalém deve ser decidido em negociações de paz.
Irã afirma que se prepara para voltar a enriquecer urânio, mas que vai conversar com outros signatários
do pacto.
WASHINGTON - O presidente americano, Donald Trump, cumpriu hoje mais uma promessa de
campanha e anunciou que vai retirar os Estados Unidos do Acordo nuclear com o Irã. Assim, indicou que
as sanções contra Teerã que foram abandonadas em troca do fim do programa militar do país começam
a ser retomadas. Firmado em 2015 pelo presidente Barack Obama, França, Alemanha, Reino Unido,
Rússia e China, o acordo segue agora com várias incertezas sobre sua validade sem a maior potência
militar do planeta.
— Eu anuncio hoje que os Estados Unidos estão abandonando o acordo nuclear com o Irã — disse
Trump. — Depois dessas consultas, fica claro para mim que não podemos impedir que o Irã obtenha uma
bomba nuclear com a deteriorada e podre estrutura do atual acordo.
O presidente anunciou que, em seguida, assinaria um decreto retomando as sanções contra o Irã “no
mais alto nível”. O presidente americano afirmou, sem dar provas, que, mesmo com o acordo, Teerã
continuou construindo armas nucleares. De acordo com Trump, este acordo “era uma grande ficção”.
Trump afirmou que o Irã é um país que desestabiliza o Oriente Médio, apoiando grupos como Hezbollah
e Hamas. Ele afirmou que este “terrível” acordo deu ao regime iraniano, que promove o terror, “bilhões
de dólares”.
— O Irã é o maior exportador de terror do mundo — disse Trump. — Este acordo nunca trouxe calma,
nunca trouxe a paz.
Trump sempre criticou o acordo, firmado por Barack Obama. Por diversas vezes, disse que esse era
“o pior acordo já celebrado” pelos EUA. O presidente americano afirmou que o acordo tratava apenas da
situação nuclear, sem envolver temas como mísseis e outros armamentos convencionais iranianos e o
apoio iraniano a Bashar al-Assad, o ditador sírio. O fim das sanções ao Irã também iniciou uma redesenho
de forças no mundo árabe, com a Arábia Saudita temendo perder influência na região.
Na semana passada, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu que Trump
abandonasse o acordo, afirmando ter provas de que Teerã mentira sobre seu programa de armas
nucleares. Trump utilizou essa informação eu seu discurso para afirmar que o Irã poderia produzir a
bomba no futuro, quando acabaram algumas das restrições a seu programa de enriquecimento de urânio.
O entorno de Trump na Casa Branca também é majoritariamente contra o acordo. Mike Pompeo,
secretário de Estado, publicou uma nota minutos após a decisão de Trump. De acordo com o chefe da
diplomacia americana — que sempre foi contra o tratado — haverá agora uma ação conjunta com os
aliados europeus para encontrar uma "solução abrangente e duradoura" para a situação iraniana:
"Temos um interesse comum com nossos aliados na Europa e em todo o mundo para impedir que o
Irã desenvolva uma arma nuclear. Mas nosso esforço é mais amplo do que apenas a ameaça nuclear e
trabalharemos em conjunto com parceiros para eliminar a ameaça do programa de mísseis balísticos do
Irã; deter suas atividades terroristas em todo o mundo; e bloquear sua atividade ameaçadora em todo o
Oriente Médio e além", informou na nota.
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BATISTA, G. H. Trump anuncia saída dos EUA do acordo nuclear com o Irã. O Globo. Mundo. <https://oglobo.globo.com/mundo/trump-anuncia-saida-dos-
eua-do-acordo-nuclear-com-ira-22663972> Acesso em 09 de maio de 2018.
. 102
'CURTO PERÍODO'
Os europeus, contudo, indicam que podem manter o acordo com os iranianos mesmo sem os
EUA. França, Alemanha e Reino Unido lamentaram a decisão dos Estados Unidos minutos depois do
anúncio, enquanto Israel apoiou a medida. O presidente francês, Emmanuel Macron, esteve em
Washington no mês passado na tentativa de convencer Trump a permanecer no acordo. Após o encontro
com o republicano, o presidente francês defendeu a implementação de uma reforma do pacto, o que tem
sido defendido pelos europeus.
O presidente do Irã, Hassan Rouhani, por sua vez, disse que há "um curto período" para negociar o
acordo nuclear com as outras potências. Segundo ele, os Estados Unidos "nunca respeitaram" o tratado.
— Ordenei à Organização de Energia Atômica do Irã para estar pronta para começar a enriquecer
urânio em níveis industriais. Vamos esperar algumas semanas e conversar com nossos aliados e com os
comprometidos com o acordo. Tudo dependerá de nossos interesses nacionais — disse Rouhani. — De
agora em diante, é um acordo entre o Irã e cinco países.
Rouhani classificou o anúncio como sendo "uma guerra psicológica", e que não deixaria Trump vencer.
De acordo com o presidente iraniano, Teerã vai esperar para ver como os demais signatários reagem.
— Se chegarmos à conclusão de que com a cooperação com os cinco países podemos manter o que
queremos, então o acordo continuará — disse Rouhani.
Teerã passou os últimos dias ameaçando os Estados Unidos caso Trump decida pela saída dos
americanos do tratado. No pronunciamento, Trump aproveitou para ameaçar Teerã, caso o regime
iraniano continue ameaçando os EUA:
— Se o regime continuar com sua aspiração nuclear, terá problemas maiores dos que jamais teve —
disse o republicano.
. 103
Novo presidente tem que avançar reformas em Cuba91
A confirmação de Miguel Díaz-Canel como novo presidente de Cuba sinaliza bem mais que o fim da
era dos irmãos Castro no comando do regime comunista. Candidato único, o engenheiro de 57 anos, que
ocupava a vice-presidência do Conselho de Estado, foi eleito pelos 604 delegados da Assembleia
Nacional de Cuba. Será o primeiro líder que não fez parte da geração que participou da revolução a
comandar o país. Muitos o veem como um sopro de renovação, que pode acelerar o processo de abertura
ensaiado desde as negociações com o ex-presidente americano Barack Obama, que resultaram na
reaproximação dos dois países, inimigos históricos.
Considerada um dos legados positivos de Obama, a iniciativa de mudar as relações diplomáticas entre
as duas nações começou em 2015, partindo da evidência incontornável de que o embargo econômico
imposto a Cuba não alcançou o objetivo de asfixiar a ditadura dos irmãos Castro. Também pesou a
demanda do setor privado americano, interessado em retomar relações comerciais e estabelecer
negócios com a Ilha. A histórica visita do então presidente americano, em março de 2016, concretizou o
acordo, com a exigência de abertura política como contrapartida.
Parte da comunidade cubana — especialmente as gerações mais velhas — que migrou para os
Estados Unidos após a revolução de 1959 e setores conservadores do Congresso americano criticaram
a reaproximação, acusando Obama de referendar uma ditadura, além de demonstrar fraqueza. Não foi,
portanto, uma surpresa que, após a vitória de Donald Trump, Washington voltasse a impor restrições.
Neste momento, o processo de reaproximação encontra-se paralisado.
As opiniões se dividem sobre Díaz-Canel. Alguns o veem como um reformista que fará avançar as
ainda tímidas mudanças iniciadas por Raúl Castro na esteira do acordo com Obama; outros temem que
ele seja apenas mais um burocrata linha-dura. Em seu discurso de posse, o novo presidente cubano
afirmou que “o mandato dado pelo povo a esta legislatura é dar continuidade à Revolução Cubana em
um momento histórico crucial, que estará marcado por tudo o que devemos avançar na atualização do
modelo econômico”.
Trump poderia aproveitar a oportunidade histórica e se aproximar do novo presidente cubano, para
construir em cima do acordo Obama-Raúl Castro. Até agora, porém, ele tem evitado sinalizar o acerto do
rival democrata.
Seja como for, Díaz-Canel enfrentará muitos desafios, como a atual animosidade de Washington e a
sombra de Raúl Castro, que ocupará a secretaria-geral do Partido Comunista de Cuba.
EUA, Reino Unido e França lançam ataque contra a Síria em resposta a suposto uso de armas
químicas92
Ataques atingiram três alvos em Damasco e Homs, diz Pentágono. Defesa Aérea da Síria atingiu 13
mísseis.
Os Estados Unidos, o Reino Unido e a França anunciaram na noite desta sexta-feira (13/04) que
lançaram um ataque em conjunto contra estabelecimentos de armas químicas na Síria, em resposta
ao suposto ataque químico contra a cidade de Duma no dia 7 de abril. O regime sírio nega o uso de armas
químicas, que são proibidas por convenções da ONU.
As forças aéreas e marinhas dos três países lançaram os primeiros ataques por volta das 21h de
Washington (22h, no horário de Brasília), durante o pronunciamento do presidente americano Donald
Trump na Casa Branca. Os sistemas de defesa da Síria reagiram, atingindo 13 mísseis em Al Kiswah, nos
subúrbios de Damasco.
O Pentágono anunciou que três alvos foram atingidos na Síria: um centro de pesquisa e produção de
armas químicas e biológicas em Damasco, um armazém de armas químicas em Homs, a leste de
Damasco – em que os EUA acreditam que estavam estoques de gás sarin – e uma base na mesma
cidade que também teria armas químicas.
"Ordenei as forças armadas dos Estados Unidos a lançar ataques precisos em alvos associados com
instalações de armas químicas do ditador sírio Bashar al-Assad", disse Trump em pronunciamento na
Casa Branca.
O presidente dos EUA disse que o uso de armas químicas foi uma escalada significativa e que as
ações de Assad foram ações "de um monstro". "Esse massacre [em Duma] foi uma escalada significativa
em um padrão de uso de armas químicas por aquele regime terrível", disse o presidente.
91
O GLOBO. Novo presidente tem que avançar reformas em Cuba. O Globo. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/opiniao/novo-presidente-tem-que-
avancar-reformas-em-cuba-22610942> Acesso em 20 de abril de 2018.
92
G1. EUA, Reino Unido e França lançam ataque contra a Síria em resposta a suposto uso de arma químicas. G1 Mundo. Disponível em:
<https://g1.globo.com/mundo/noticia/trump-anuncia-ataque-na-siria.ghtml> Acesso em 16 de abril de 2018.
. 104
"O mal e o ataque desprezível deixaram mães e pais, bebês e crianças se debatendo de dor e ofegando
por ar. Essas não são as ações de um homem. Elas são crimes de um monstro".
Putin reage
O presidente russo, Vladimir Putin, classificou de "agressão contra um Estado soberano" o ataque dos
Estados Unidos e seus aliados contra a Síria, e acusou Washington de ajudar com sua ação os terroristas
que atuam no país árabe.
"Com as suas ações, os EUA pioram ainda mais a catástrofe humanitária na Síria. Eles levam
sofrimento para a população civil, e de fato, toleram os terroristas que torturam há sete anos o povo sírio",
disse Putin.
Putin ainda pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. Já o embaixador
russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, afirmou que “tais ações não serão deixadas sem
consequências”.
"Todas as responsabilidades estão com Washington, Londres e Paris. Insultar o presidente da Rússia
é inaceitável e inadmissível. Os EUA – possuidores do maior arsenal de armas químicas – não têm direito
moral de culpar outros países”, diz uma nota da embaixada russa.
As negociações se arrastam desde o ano 2000. E o que parecia impossível em alguns momentos está
prestes a se concretizar: um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.
O empurrão final para o acordo está sendo dado pela política comercial belicosa do presidente dos
Estados Unidos, Donald Trump.
Os negociadores brasileiros perceberam que desde a eleição de Trump houve uma mudança de tom
do lado europeu, com maior empenho para se chegar a um acordo com o Mercosul.
Mais ainda depois que Trump saiu do discurso para a prática de impor restrições comerciais aos seus
parceiros.
A expectativa é de que o acordo Mercosul-União Europeia seja fechado ainda no primeiro semestre.
Uma nova rodada de negociação está sendo organizada para abril, em local ainda a ser definido.
O subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, embaixador Ronaldo
Costa, diz que em princípio haverá uma reunião técnica, seguida de uma reunião em nível ministerial.
Ele resume assim o clima de negociação: "Em 14 anos envolvidos nessa negociação, nunca estive tão
otimista".
Para o Brasil, o acordo será importante sob dois aspectos:
- No curto prazo, amplia o acesso ao mercado europeu para os nossos produtos agrícolas.
- No médio prazo, vai ampliar investimentos na área industrial, onde, segundo Ronaldo Costa, o Brasil
tem a ganhar com aumento de produtividade, seja por aumento de escala de produção das nossas
indústrias, seja pela incorporação de novas tecnologias.
As negociações começaram no ano 2000, ainda no governo Fernando Henrique. Ficaram praticamente
congeladas de 2003 a 2010 no governo Lula. Foram retomadas ainda no governo Dilma Rousseff e
ganharam impulso no governo Temer.
Do lado do Mercosul, o ambiente de negociação foi favorecido com a eleição de Maurício Macri na
Argentina, francamente favorável a maior abertura da economia argentina.
Os quatro países do bloco (além de Brasil e Argentina, Uruguai e Paraguai) estão alinhados na
negociação.
A União Europeia, que já vinha se empenhando em fechar o acordo nos últimos anos, recebeu o
impulso adicional da tormenta causada por Donald Trump com sua guerra comercial.
No poder desde 1999, líder russo vai para seu 4ª governo. Ele teve votação recorde com mais de 56
milhões de votos.
Vladimir Putin foi reeleito presidente da Rússia neste domingo (18/03) com ampla vantagem em
relação aos seus adversários. No poder desde 1999, terá novo mandato até 2024.
93
JOÃO BORGES. Guerra Comercial de Trump acelera acordo entre União Europeia e Mercosul. G1. Economia. Disponível em:
<https://g1.globo.com/economia/blog/joao-borges/post/guerra-comercial-de-trump-acelera-acordo-entre-uniao-europeia-e-mercosul.ghtml> Acesso em 03 de abril de
2017.
94
G1. Vladimir Putin é reeleito presidente da Rússia e terá mandato até 2024. G1 Mundo. Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/vladimir-putin-e-
reeleito-presidente-da-russia.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 19 de março de 2018.
. 105
Com 99,8% das urnas apuradas às 3h30 desta segunda-feira (horário de Brasília), Putin registrou mais
de 76,67% dos votos, de acordo com a Comissão Eleitoral Central. Ele teve mais de 56 milhões de votos,
número que supera seu recorde de 2004.
Há 14 anos, cerca de 49,5 milhões de votos foram computados para Putin, enquanto, em 2012, a
votação para foi menor, com 45, 6 milhões de votos.
"Vejo nisto a confiança e a esperança do nosso povo", disse Putin, diante de uma multidão reunida na
praça Manezh, perto do Kremlin.
Na segunda colocação, ficou o candidato Pavel Grudinin, apoiado pelo partido comunista, com 11,79%
dos votos. Na sequência, aparece Vladimir Zhirinovsky, com 5,66% dos votos.
Oito candidatos disputaram o pleito, e Vladimir Putin foi considerado o favorito desde o começo. Sua
liderança se consolidou após o maior opositor, Alexei Navalny, ser proibido de concorrer às eleições em
dezembro do ano passado.
Eleição longa
Com os 11 fusos horários dentro do país, o pleito durou mais de 20 horas para ser concluído. A votação
começou às 17h deste sábado (17), no horário de Brasília, com a abertura dos colégios eleitorais em
Kamtchatka, Tchukotka e Magadan, regiões mais orientais do país.
O comparecimento às urnas na Rússia foi de cerca de 59,7% da população, informaram números
preliminares divulgados pela Comissão Eleitoral Central da Rússia.
Denúncias
Em alguns locais, havia oferta de comida grátis e descontos em lojas próximas aos pontos de votação.
Vídeos mostram uma série de irregularidades cometidas em um várias cidades. Em algumas imagens,
agentes eleitorais aparecem enchendo caixas com cédulas, informou a agência France Presse.
O grupo independente de monitoramento da eleição Golos denunciou irregularidades, como cédulas
encontradas em urnas antes da votação começar, observadores sendo impedidos de entrar em locais de
votação, suspeitas de pessoas obrigando eleitores a votarem e a obstrução de câmeras posicionadas em
pontos de votação para registrar o processo eleitoral.
No Daguestão, um agente eleitoral disse ter sido impedido de fazer seu trabalho por uma multidão que
impedia seu acesso a uma urna. Mas Ella Pamfilova, diretora da Comissão Eleitoral Central, afirmou que
nenhuma violação foi registrada até o momento.
Esta votação foi a primeira na Crimeia após a Rússia assumir o controle da região, que antes fazia
parte da Ucrânia. Russos vivendo na Ucrânia não puderam participar da votação porque o governo
ucraniano impediu o acesso de missões diplomáticas da Rússia.
. 106
Por que há uma guerra na Síria: 10 perguntas para entender o conflito, das origens às novas
frentes de batalha95
Em meio ao recrudescimento dos conflitos nos arredores de Damasco, capital da Síria, autoridades
externas anunciaram uma "pausa humanitária" diária para permitir a fuga de civis do enclave rebelde de
Ghouta Oriental, alvo de duros ataques na última semana.
A oposição síria acusa forças leais ao governo de usarem gás cloro (de poder tóxico) e bombardeios
aéreos contra a população de Ghouta, apesar de um cessar-fogo negociado na ONU no sábado passado.
Segundo estimativas do Centro Sírio de Pesquisas Políticas (SCPR, na sigla em inglês), 470 mil
pessoas já morreram desde o início da guerra civil síria, em 2011.
Outras 5 milhões já deixaram o país, calcula o Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Refugiados (Acnur).
A seguir, dez perguntas e respostas sobre o conflito:
95
BBC BRASIL. Por que há uma guerra na Síria: 10 perguntas para entender o conflito, das origens às novas frentes de batalha. BBC Brasil. Disponível em:
<http://www.bbc.com/portuguese/internacional-43204513> Acesso em 05 de março de 2018.
. 107
4. Quais os rumos da guerra?
A guerra civil, que se estende há quase sete anos, se intensificou no último mês, em uma tentativa de
Damasco e seus aliados de sufocarem os grupos de oposição. Estima-se que hoje jihadistas controlem
apenas 3% do território sírio.
A avaliação de alguns analistas é de que a essência do conflito - o levante contra Assad que evoluiu
para uma guerra civil - talvez esteja perto do fim, uma vez que os rebeldes perderam território e apoio
externo. E o grupo extremista autodenominado Estado Islâmico, que chegou a controlar parte importante
da Síria e do Iraque, também foi derrotado na maioria dos locais, ainda que não totalmente eliminados.
No entanto, além do esgotamento por parte das próprias tropas governamentais, há ainda diferentes
frentes de batalha em curso na Síria.
Um exemplo é Afrin, no noroeste do país, que sofreu intensos bombardeios turcos em janeiro - o
objetivo da Turquia é conter a minoria curda do local. E, na fronteira sudoeste, Israel tem enfrentado
diretamente forças iranianas e sírias, em mais uma evidência de como o conflito sírio evoluiu para uma
"guerra por procuração" entre atores internacionais adversários entre si.
. 108
8. Qual é o envolvimento das potências internacionais?
Na era Obama, os Estados Unidos culpavam Assad pela maior parte das atrocidades cometidas no
conflito e exigiam que ele deixasse o poder como precondição para a paz.
O atual governo Trump, por sua vez, dizia que derrubar o presidente sírio não era uma prioridade, mas
sim derrotar o Estado Islâmico - e que Assad era um aliado nessa batalha. Após um devastador ataque
químico em 2017, porém, esse discurso mudou, e os EUA chegaram a realizar bombardeios em apoio à
oposição.
Mas o grande ator na guerra síria é a Rússia, que apoia a permanência de Assad no poder, algo crucial
para defender os interesses de Moscou no país.
O Irã, de maioria xiita, também é aliado próximo de Bashar al-Assad. A Síria é o principal ponto de
trânsito de armamentos que Teerã envia para o movimento Hezbollah no Líbano - a milícia também enviou
milhares de combatentes para apoiar as forças sírias.
Estima-se que os iranianos já tenham desembolsado bilhões de dólares para fortalecer as forças sírias,
provendo assessores militares, armas, crédito e petróleo.
Contrapondo-se à influência do Irã, a Arábia Saudita, principal rival de Teerã na região, tem enviado
importante ajuda militar para os rebeldes, inclusive para grupos radicais.
Outro aliado dos rebeldes sírios, a Turquia também buscou limitar o apoio dos EUA às forças curdas,
que acusam de apoiar rebeldes do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão).
Órgãos governamentais e empresas do setor privado passam a ser obrigados a acabar com a
desigualdade salarial
96
ÉPOCA NEGÓCIOS ONLINE. Islândia é 1º país a tornar ilegal pagar salário menor a mulheres. Época Negócios. Disponível em:
<http://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2018/01/islandia-e-1-pais-tornar-ilegal-pagar-salario-menor-
mulheres.html?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=post> Acesso em 03 de janeiro de 2018.
. 109
Se a Islândia já aparecia no topo da lista dos países com a maior igualdade de gênero, agora tem um
motivo a mais para não perder o posto. Nesta segunda-feira (01/01), entrou em vigor uma lei que torna
ilegal pagar mais a homens do que as mulheres no país.
A medida será aplicada tanto nos órgãos governamentais quanto nas empresas do setor privado com
mais de 25 funcionários. Todos terão de obter uma certificação especial do governo garantindo que ali
existem políticas de igualdade salarial. Não conseguiu a certificação? Vai levar multa.
Com isso, a Islândia vira o primeiro país no mundo a tornar a igualdade salarial obrigatória. A ilha
nórdica pretende erradicar as disparidades salariais entre homens e mulheres até 2022.
Ao anunciar a medida em março de 2017, o ministro da Igualdade e Assuntos Sociais da Islândia,
Thorsteinn Viglundsson, defendeu que "direitos iguais são direitos humanos". "Precisamos garantir que
homens e mulheres desfrutem da igualdade de oportunidades no local de trabalho. É nossa
responsabilidade tomar todas as medidas para conseguir isso", afirmou na ocasião.
A lei recebeu apoio de todos os partidos políticos no país. Lá, quase metade dos membros do
Congresso são mulheres.
A Islândia é líder no empoderamento político feminino e na luta constante pela igualdade salarial. Em
2017, pela nona vez, o país ocupou o primeiro lugar no Índice Global Gender Gap do Fórum Econômico
Mundial, que classifica 144 nações com base em quão perto estão de alcançar a igualdade de
gênero. Segundo o último relatório, a Islândia já havia fechado 87% das lacunas de diferença de gênero.
Questões
01. (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP – Técnico Legislativo – VUNESP-2018) O
país tem um novo leque de armas com capacidade nuclear, incluindo um míssil balístico intercontinental
que torna os sistemas de defesa “inúteis”, anunciou o presidente nesta quinta-feira (1° de março). Esse
míssil tem um alcance mais longo do que qualquer outro e pode atingir praticamente qualquer alvo no
mundo, enfatizou.
(G1, 01.03.2018. Disponível em: <https://goo.gl/tV6uMW> . Adaptado)
02. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP) A crise atual entre os EUA e a Coreia do
Norte se intensificou em 8 de abril, quando, após um teste de míssil frustrado pela Coreia do Norte,
Trump disse ter enviado uma “armada muito poderosa” para a península coreana, uma referência ao
porta-aviões USS Carl Vinson e a um grupo tático.
(Disponível em: <https://goo.gl/20hQJx>. Adaptado)
. 110
Na Síria, a situação mencionada é consequência direta do seguinte evento:
(A) desdobramento da guerra civil
(B) acolhimento de imigrantes africanos
(C) ataque da Rússia ao território nacional
(D) enfrentamento com o governo de Israel
(E) litígio com países muçulmanos vizinhos
05. (Prefeitura de Fraiburgo/SC – Auditor Fiscal – FEPESE) Em relatório das Nações Unidas, a
guerra civil da Síria foi classificada como “grande tragédia do século 21”.
O chanceler brasileiro, Ruy Carlos Pereira, considerado persona non grata foi expulso
(A) da Bolívia
(B) de Cuba
(C) do México
(D) da Argentina
(E) da Venezuela
. 111
Gabarito
Comentários
01. Resposta: D.
O novo armamento russo batizado de Samart, chegou para substituir o antigo Voyevoda, armamento
ainda da União Soviética e míssil mais pesado do mundo. O anuncio do novo armamento causou agitação
no restante do mundo devido a alegação do Samart ser “imparável”.
<https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/03/russia-testa-novo-missil-balistico-intercontinental.shtml>
02. Resposta: E
Cerca de uma semana após esse episódio, Pyongyang dá uma resposta indireta ao presidente dos
Estados Unidos através de desfile organizado em comemoração à data de aniversário de seu avô. Segue
o link com a notícia na íntegra e imagens do arsenal exibido pelo líder exército norte-coreano.
03. Resposta: A
É uma questão relacionada aos conflitos que fazem parte da Guerra Civil na Síria, iniciada em 2011 e
ainda reflete na população. <https://oglobo.globo.com/mundo/milhares-de-sirios-fogem-de-ghouta-oriental-diante-de-avanco-pro-governo-22491573>
04. Resposta: D
Trump causou polêmica ao transferir a embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para Jerusalém. O
apoio aberto do líder estadunidense a Israel apenas inflamou um conflito já antigo entre palestinos e
israelenses. <https://g1.globo.com/mundo/noticia/entenda-por-que-o-reconhecimento-de-jerusalem-como-capital-de-israel-pelos-eua-e-tao-polemico.ghtml>
05. Resposta: B
No caso da Síria, a divisão, que não levou em consideração o complicado e milenar mosaico regional
de etnias e religiões, é vista por muitos como base dos conflitos sectários que corroem o país hoje. Mais
do que a maioria dos países árabes, a população da moderna Síria, que se tornou independente dos
franceses em 1946, é uma frágil teia de comunidades étnicas e sectárias. Dos 23 milhões de sírios, 90%
são árabes, mas também há curdos (9%) e pequenas comunidades armênias, circassianas e turcomanas.
Em termos de religião, a subdivisão é mais complicada: 74% dos sírios são muçulmanos sunitas, 16%
são muçulmanos xiitas (entre alauitas, drusos e ismaelitas) e 10%, cristãos (ortodoxos, maronitas ou
latinos). Junta-se a isso outra subdivisão, a dos clãs familiares, e se tem uma receita para desavenças.
06. Resposta: E
A presidente da Assembleia Constituinte e ex-chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez, determinou,
neste sábado (23/12), a expulsão do embaixador do Brasil, Ruy Pereira, o que levou o governo brasileiro
a se dizer disposto a tomar medida semelhante, abrindo um crise diplomática na relação entre os dois
países, que já vinha tensa nos últimos anos. Com a decisão da Venezuela de expulsar Pereira, que está
de férias no Brasil, onde pretende passar as festas de fim de ano com a família, o Ministério das Relações
Exteriores (MRE) do Brasil divulgou nota na qual afirma que, confirmada a atitude do país vizinho,
"aplicará as medidas de reciprocidade correspondentes", o que significa expulsar de Brasília o
embaixador Alberto Efraín Castellar Padilla.
<https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2017/12/23/interna-brasil,649663/governo-da-venezuela-expulsa-embaixador-do-brasil-em-
caracas.shtml>
07. Resposta: A
A notícia aborda a situação econômica da Argentina. O país que conta com baixas reservas de dólares
teve de recorrer ao FMI para honrar seus compromissos internacionais. Macri sofre com a “saída” de
dólares do país, altas taxas de juros e desvalorização de sua moeda frente ao dólar.
. 112
Olá candidato(a). No conteúdo a respeito de Meio Ambiente dentro dos tópicos de atualidades,
teremos uma ordem um pouco diferente. Antes dos textos noticiados no período estipulado, traremos
alguns conceitos e explicações que normalmente são cobrados independente de ser um conteúdo
veiculado através de meios de comunicação ou não. Envolvem definições de desenvolvimento
sustentável e créditos de carbono por exemplo. Caso tenha alguma dúvida, por favor entre em contato
conosco.
Desenvolvimento sustentável97: é o modelo que prevê a integração entre economia, sociedade e
meio ambiente.
Gestão do Lixo
O lixo ainda é um dos principais desafios dos governos na área de gestão sustentável. No entanto, na
última década, o Brasil deu um salto importante no avanço para a gestão correta dos resíduos sólidos.
Para regulamentar a coleta e tratamento de resíduos urbanos, perigosos e industriais, além de
determinar o destino final correto do lixo, o Governo brasileiro criou a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (Lei n° 12.305/10), aprovada em agosto de 2010.
Créditos de Carbono
No mercado de carbono, cada tonelada de carbono que deixa de ser emitida é transformada em
crédito, que pode ser negociado livremente entre países ou empresas.
O sistema funciona como um mercado, só que ao invés das ações de compra e venda serem
mensuradas em dinheiro, elas valem créditos de carbono.
Para isso é usado o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que prevê a redução certificada
das emissões de gases de efeito estufa. Uma vez conquistada essa certificação, quem promove a redução
dos gases poluentes tem direito a comercializar os créditos.
Por exemplo, um país que reduziu suas emissões e acumulou muitos créditos pode vender este
excedente para outro que esteja emitindo muitos poluentes e precise compensar suas emissões.
O Brasil ocupa a terceira posição mundial entre os países que participam desse mercado, com cerca
de 5% do total mundial e 268 projetos.
Consumo racional99
É um modo de consumir capaz de garantir não só a satisfação das necessidades das gerações atuais,
como também das futuras gerações. Isso significa optar pelo consumo de bens produzidos com tecnologia
e materiais menos ofensivos ao meio ambiente, utilização racional dos bens de consumo, evitando-se o
desperdício e o excesso e ainda, após o consumo, cuidar para que os eventuais resíduos não provoquem
degradação ao meio ambiente. Principalmente: ações no sentido de rever padrões insustentáveis de
consumo e diminuir as desigualdades sociais.
Adotar a prática dos três 'erres':
Redução, que recomenda evitar o consumo de produtos desnecessários;
Reutilização, que sugere que se reaproveite diversos materiais; e
Reciclagem, que orienta reaproveitar materiais, transformando-os e lhes dando nova utilidade.
Aquecimento Global
É uma consequência das alterações climáticas ocorridas no planeta. Diversas pesquisas confirmam o
aumento da temperatura média global. Conforme cientistas do Painel Intergovernamental em Mudança
do Clima (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), o século XX foi o mais quente dos últimos
cinco, com aumento de temperatura média entre 0,3°C e 0,6°C. Esse aumento pode parecer
insignificante, mas é suficiente para modificar todo clima de uma região e afetar profundamente a
biodiversidade, desencadeando vários desastres ambientais.
As causas do aquecimento global são muito pesquisadas. Existe uma parcela da comunidade científica
que atribui esse fenômeno como um processo natural, afirmando que o planeta Terra está numa fase de
97
Fonte: http://www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_mais_20/desenvolvimento-sustentavel.html
98
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental.
99
Texto adaptado de http://www.wwf.org.br/natureza_
brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/
. 113
o aumento da temperatura. Outros fatores que contribuem de forma significativa para as alterações
climáticas são os desmatamentos e a constante impermeabilização do solo.
Atualmente os principais emissores dos gases do efeito de estufa são respectivamente: China, Estados
Unidos, Rússia, Índia, Brasil, Japão, Alemanha, Canadá, Reino Unido e Coreia do Sul. Em busca de
alternativas para minimizar o aquecimento global, 162 países assinaram o Protocolo de Kyoto em 1997.
Conforme o documento, as nações desenvolvidas comprometem-se a reduzir sua emissão de gases que
provocam o efeito de estufa, em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990. Essa meta teve que ser
cumprida entre os anos de 2008 e 2012. Porém, vários países não fizeram nenhum esforço para que a
meta fosse atingida, o principal é os Estados Unidos.
Lixo Eletrônico
Um estudo da Organização Internacional do Trabalho, OIT, destaca que 40 milhões de toneladas de
lixo eletrônico são produzidas todos os anos. O descarte envolve vários tipos de equipamentos, como
geladeiras, máquinas de lavar roupa, televisões, celulares e computadores. Países desenvolvidos enviam
80% do seu lixo eletrônico para ser reciclado em nações em desenvolvimento, como China, Índia, Gana
e Nigéria. Segundo a OIT, muitas vezes, as remessas são ilegais e acabam sendo recicladas por
trabalhadores informais.
Saúde - O estudo Impacto Global do Lixo Eletrônico, publicado em dezembro, destaca a importância
do manejo seguro do material, devido à exposição dos trabalhadores a substâncias tóxicas como chumbo,
mercúrio e cianeto. A OIT cita vários riscos para a saúde, como dificuldades para respirar, asfixia
pneumonia, problemas neurológicos, convulsões, coma e até a morte.
Orientações - Segundo agência, simplesmente banir as remessas de lixo eletrônico enviadas à países
em desenvolvimento não é solução, já que a reciclagem desse material promove emprego para milhares
de pessoas que vivem na pobreza. A OIT sugere integrar sistemas informais de reciclagem ao setor formal
e melhorar métodos e condições de trabalho. Outro passo indicado no estudo é a criação de leis e
associações ou cooperativas de reciclagem.
Textos Noticiados:
Cientistas identificam fonte de misteriosas emissões que estão destruindo camada de ozônio100
Nos últimos meses, cientistas de todo o mundo foram surpreendidos com um misterioso aumento das
emissões de gases que estão comprometendo, de forma drástica, a camada de ozônio que protege a
Terra.
Agora, um grupo de pesquisadores acredita ter descoberto os responsáveis pelos danos ao meio
ambiente: espumas de isolamento térmico de poliuretano, produzidas na China para uso em residências.
A Agência de Investigação Ambiental (EIA, na sigla em inglês), com base no Reino Unido, identificou
a presença de CFC-11, ou clorofluorocarbonos-11, na produção dessas espumas na China. O composto
químico havia sido proibido em 2010, mas está sendo usado intensamente em fábricas chinesas.
O relatório da EIA apontou a construção de casas na China como fonte das emissões atípicas de
gases. Há dois meses, pesquisadores publicaram um estudo que mostrava que a esperada redução do
uso de CFC-11, banido há oito anos, havia desacelerado drasticamente.
Os pesquisadores suspeitavam que o composto continuava sendo usado em algum lugar do leste da
Ásia. Mas a fonte exata ainda era desconhecida.
Especialistas tinham receio de que o CFC-11 pudesse estar sendo usado secretamente para
enriquecer urânio na produção de armas nucleares.
Agora, os pesquisadores dizem não ter dúvidas de que a fonte de produção do composto está
vinculada ao uso de espuma para isolamento térmico de casas.
'Agente expansor'
Os CFC-11 funcionam como um eficiente agente expansor na fabricação de espuma de poliuretano,
convertendo-as em isolantes térmicos rígidos usados, principalmente, como forro no teto de residências
para reduzir o custo da eletricidade e a emissão de carbono.
O EIA entrou em contato com fábricas de espuma de poliuretano em dez províncias na China. Depois
de várias conversas com executivos de 18 empresas, os investigadores concluíram que o composto
químico estava sendo usado na maioria dos isolantes de poliuretano produzidos pelas empresas.
100
BBC. Cientistas identificam fonte de misteriosas emissões que estão destruindo camada de ozônio. BBC Brasil. https://www.bbc.com/portuguese/brasil-
44778158. Acesso em 13 de julho de 2018.
. 114
A razão é simples: os CFC-11 têm melhor qualidade e são muito mais baratos que os produtos
alternativos. Apesar do CFC-11 ter sido banido, a fiscalização não é eficiente e, por isso, ele continua
sendo usado.
"Ficamos totalmente chocados ao descobrir que as empresas eram muito abertas em confirmar que
estavam usando o CFC-11 e, ao mesmo tempo, reconhecendo que era ilegal", disse à BBC Avipsa
Mahapatra, do EIA.
A EIA calcula que os gases produzidos na China estão ligados ao aumento das emissões observado
no relatório da agência em maio. No entanto, embora os achados da EIA sejam considerados plausíveis,
alguns especialistas acreditam que eles não explicariam, por si só, o atual elevado nível de emissão de
gases que tem comprometido a camada de ozônio.
Stephen Montzka, da Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA (Noaa, na Sigla em inglês),
disse à BBC que "o uso generalizado do CFC-11, que parece ser evidente na China com base no estudo
(do EIA), é bastante surpreendente".
Ele pondera, contudo, ser difícil analisar com precisão o cálculo das emissões provenientes do uso do
CFC-11 para "saber se é realmente possível que essa atividade explique tudo ou quase tudo que estamos
observando na atmosfera global".
A cada minuto, 1 milhão de garrafas plásticas são consumidas no mundo; e todos os anos, 8 milhões
de toneladas de plástico são despejadas nos mares; secretário-geral da ONU suspendeu o uso de copos
plásticos no gabinete dele, segundo recado dado em redes sociais.
O Dia Mundial do Meio Ambiente, marcado neste 5 de junho, tem como mensagem central a poluição
plástica principalmente nos oceanos. Segundo dados da agência ONU Meio Ambiente, todos os anos, 8
milhões de toneladas de plástico são jogadas nos mares.
Segundo a agência, se nada for feito, até 2050 os oceanos terão mais plástico que peixes. A ONU
Ambiente lançou a campanha “Acabe com a Poluição Plástica” ou #BeatPlasticPollution, na sigla em
inglês.
Coleta
Vários eventos estão sendo realizados pelo mundo como coletas de lixos nas praias e palestras de
conscientização sobre a importância de dizer não aos plásticos descartáveis. Por toda a semana passada,
a ONU frisou incluindo em mensagens pelo próprio secretário-geral, António Guterres, que se o utensílio
só pode ser usado uma vez, ele deve ser dispensado.
Guterres chegou a gravar um vídeo para as redes sociais dizendo que estava abolindo de seu gabinete
os copos de plástico.
101
Daniela Gross. No Dia Mundial do Meio Ambiente, ONU pede fim de poluição plástica. <https://news.un.org/pt/story/2018/06/1625911> Acesso em 06 de
junho de 2018.
. 115
Oceanos
A ONU News conversou com a coordenadora do Dia do Meio Ambiente no Brasil e também da
campanha Mares Limpos, Fernanda Daltro. De Brasília, ela explicou que o plástico é um dos maiores
desafios ambientais da era atual.
“O plástico se tornou um material presente em absolutamente todos os lugares do planeta, inclusive
nas regiões mais remotas. E esta poluição tem uma relação direta com a sociedade de consumo em que
a gente vive hoje. Este volume de lixo se mistura à cadeia alimentar. Todas as espécies nos oceanos
acabam tendo contato e se alimentando do plástico de uma forma ou de outra.”
Para celebrar o Dia do Meio Ambiente, o Comitê Olímpico Internacional, COI, anunciou uma parceria
com a ONU para combater o plástico descartável.
Atletas olímpicos de várias modalidades incluindo triátlon, surfe, e rúgbi se comprometeram em cortar
os utensílios de plástico.
5 trilhões de sacolas
A cada minuto, 1 milhão de garrafas plásticas são consumidas no mundo. Já a quantidade de sacolas
plásticas chega a 5 trilhões por ano.
De acordo com o diretor-executivo da ONU Meio Ambiente, Erik Solheim, já existe a consciência da
situação alarmante, mas os impactos de longo prazo desta crise ambiental sobre a saúde ainda são pouco
conhecidos.
Solheim comparou esta falta de informação ao pouco conhecimento que antes se tinha em relação ao
tabaco, ao pó de amianto e ao mercúrio.
Ainda na entrevista à ONU News, Fernanda Daltro da ONU Meio Ambiente, no Brasil, destacou a
importância da mudança na cabeça dos consumidores.
Canudo
“É muito importante entender que nós, como consumidores, temos um papel ativo e simples no
combate à poluição plástica. E este papel está em fazer escolhas melhores. Não apenas em relação ao
material, em deixar de usar o plástico descartável, em todas as situações, mas simplesmente abolir das
nossas vidas alguns itens que não têm real necessidade. É o caso do canudo, por exemplo, que não
chega a ter uma reciclagem e o consumo dele é relativamente desnecessário na maior parte das
situações. ”
Entre as recomendações da ONU Ambiente para acabar com a poluição plástica estão ações simples
que podem ser adotadas no dia a dia.
Entre elas, levar a própria sacola ao supermercado, recusar canudos e talheres de plástico, preferir
garrafas de água reutilizáveis, catar o plástico que encontrar na rua enquanto estiver caminhando e apoiar
políticas governamentais contra o uso único das sacolas de plástico.
Para presidente da Anvisa, mudança em regra para agrotóxico põe em risco segurança dos brasileiros.
BRASÍLIA - Uma nova proposta de projeto de lei que flexibiliza as regras para fiscalização e utilização
de agrotóxicos no País abriu uma crise dentro do governo, colocando o Ministério da Saúde, a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Ibama em rota de
colisão com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), além da Frente Parlamentar
Agropecuária (FPA).
A movimentação se intensificou devido à leitura do texto relatado pelo deputado Luiz Nishimori
(PR/PR), em audiência marcada para a próxima terça-feira, (08/05), na Comissão Especial da Câmara
que analisa o PL. De um lado, Ibama e Anvisa declaram que a proposta é inconstitucional e cercada de
falhas que prejudicariam a fiscalização, ameaçando a vida das pessoas. Do outro, o Mapa e a FPA
afirmam que o tema é tratado com “preconceito e ideologia” e que precisa ser modernizado.
O texto substitutivo, que foi juntado ao projeto de Lei 6.299/2002, de autoria do ministro da Agricultura,
Blairo Maggi, propõe mudanças profundas no setor, a começar pelo próprio nome com que esses
produtos são chamados.
Pela proposta, o termo “agrotóxico” deixaria de existir. Entraria em seu lugar a expressão “produto
fitossanitário”. A responsabilidade por conceder registros de novos agrotóxicos também mudaria de mãos.
Hoje Ibama, Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura tomam decisões de forma conjunta. Com a
mudança, o Ministério da Agricultura concentraria todo o poder decisório.
102
BORGES, A. FORMENTI, L. Projeto de Lei do Agrotóxico abre crise no governo. Estadão. <http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,projeto-de-lei-do-
agrotoxico-abre-crise-no-governo,70002295137> Acesso em 10 de maio de 2018.
. 116
O Ibama e o Ministério da Saúde teriam apenas a função de homologar pareceres técnicos, mas essas
avaliações não seriam elaboradas por esses órgãos públicos. Caberia às próprias empresas interessadas
em vender os agrotóxicos a missão de apresentar essas avaliações.
O texto também acaba com os atuais critérios de proibição de registro de agrotóxicos no País. Segundo
o Ibama e a Anvisa, a proposta deixa brechas para que sejam vendidos no mercado nacional produtos já
banidos em boa parte do mundo, causadores de distúrbios hormonais e danos ao sistema reprodutivo.
Inconstitucional. O Estado obteve uma nota técnica do Ibama sobre o substitutivo ao projeto de lei. O
documento, assinado pela presidente do Ibama, Suely Araújo, foi concluído na semana passada. O órgão
se posiciona radicalmente contra o PL, sob o argumento de que “são propostas excessivas simplificações
ao registro de agrotóxicos, sob a justificativa de que o sistema atual está ultrapassado e de que não estão
sendo atendidas as necessidades do setor agrícola”.
Na avaliação do Ibama, trata-se de mudanças “inviáveis ou desprovidas de adequada fundamentação
técnica e, até mesmo, que contrariam determinação constitucional”.
A conclusão do órgão ligado ao MMA é de que as propostas “reduzirão o controle desses produtos
pelo poder público, especialmente por parte dos órgãos federais responsáveis pelos setores da saúde e
do meio ambiente”.
“O registro dos agrotóxicos, com participação efetiva dos setores de saúde e meio ambiente, é o
procedimento básico e inicial de controle a ser exercido pelo poder público e sua manutenção e
aperfeiçoamento se justificam na medida em que seja, primordialmente, um procedimento que previna a
ocorrência de efeitos danosos ao ser humano, aos animais e ao meio ambiente”, informa a nota técnica.
Procurado pela reportagem, o Ibama não comentou a análise.
Retrocesso
Presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Jarbas Barbosa afirma que a proposta
em tramitação do Congresso representaria um retrocesso para o País. “O projeto muda para pior as
regras de registro de agrotóxicos”, avalia.
As críticas também são feitas entre especialistas em saúde pública. A pesquisadora da Fundação
Oswaldo Cruz de Pernambuco Aline Gurgel considera a mudança nas regras de registro de agrotóxicos
um atraso que pode colocar em risco tanto a saúde da população quanto o meio ambiente. “A regra atual
é moderna, equilibrada, pois dá um poder equivalente ao Ministério da Agricultura, à Anvisa e ao Ibama.
É inaceitável que Anvisa e Ibama, que hoje têm poder de veto, passem a exercer apenas um mero papel
consultivo”, completa a pesquisadora.
As críticas de Aline à proposta vão além da restrição do poder de veto da Anvisa e Ibama. A começar
da sugestão de tratar agrotóxicos por defensivos fitossanitários. “Isso provocaria a ocultação do risco. O
agrotóxico tem toxicidade. E isso precisa ficar claro para população. O termo precisa ser mantido.”
A pesquisadora é contrária também à regra que facilitaria o registro provisório de agrotóxicos. “Feitos
para algumas moléculas, esses registros baseiam-se em informações que constam em processos de
registro do produto em outros países, sem que haja a devida análise dos órgãos ambientais e de saúde.”
Aline rebate ainda a justificativa apresentada pelo projeto, de que regras atuais acabam levando a um
processo moroso de avaliação de aprovação de novos agrotóxicos para culturas brasileiras. “A análise
não pode ser simplista, movida por motivos econômicos. Estamos falando de saúde, de preservação do
meio ambiente.”
Ideologia e preconceito
O Ministério da Agricultura reagiu duramente às críticas. Em resposta encaminhada ao Estado, o Mapa
afirmou que, dos órgãos envolvidos na regulação de agrotóxicos no Brasil, é a Pasta, por meio da
Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), que de fato executa as fiscalizações federais de agrotóxicos.
“São feitas mais de 1.500 ações fiscais no Brasil por ano, com atingimento de mais de 99,9% de
conformidade nos produtos fiscalizados”, declarou. “Portanto, fiscalização é uma atividade realizada
eminentemente pelos órgãos de agricultura no Brasil, considerando a área de agrotóxicos.”
Sobre o texto do projeto de lei e o relatório final do deputado Luiz Nishimori, o Mapa afirmou que a
proposta “congrega uma série histórica de diversas demandas negligenciadas pelos órgãos federais nos
últimos 20 anos”. A Pasta admitiu que “alguns pontos devem ser discutidos em função de seu contexto e
origem”, mas sustenta que o relatório representa “uma iniciativa do legislativo de ajustar o marco legal e
permitir a modernização da legislação nacional”.
A respeito do termo “agrotóxico”, o ministério declarou que se trata de um “neologismo brasileiro, único
no planeta” e que este “reflete a intenção do legislador de comunicar o risco para produtos que possuem,
naturalmente, um perigo intrínseco”. Quanto à acusação do Ibama e Anvisa de que estes perderiam
funções de fiscalizar o setor, o Mapa declarou que, “no que tange ao registro e às prioridades para
. 117
produtos que serão usados fundamentalmente para controle de pragas nas lavouras brasileiras, é missão
indissociável do órgão federal de agricultura”.
Questionado sobre o risco de entrada de substâncias proibidas no País, o Mapa afirmou que o
“alinhamento da legislação é fundamental para trazer serenidade na regulação de agrotóxicos no Brasil,
diminuindo ruídos ideológicos e baseando a regulação unicamente em ciência”.
“O Mapa repudia ideias de exclusão dos entes de saúde e meio ambiente do meio regulatório, mas
entende que é necessário incrementar com recursos o corpo técnico, as ferramentas de informática e os
conceitos pétreos científicos para que mantenhamos a excelência e o reconhecimento internacional de
produção agropecuária”, conclui o Ministério.
O relator do texto substitutivo, deputado Luiz Nishimori, respondeu por meio da Frente Parlamentar
Agropecuária (FPA). Em nota, a frente esclareceu que, apesar do texto ser apensado ao PL de autoria
de Blairo Maggi, a proposta base foi criada a partir do PL 3200/15, de autoria do deputado Covatti Filho
(PP-RS).
Segundo a FPA, a atual avaliação de risco do agrotóxicos é “restritiva porque não leva em
consideração que, sempre que usados em respeito às boas práticas agrícolas, os defensivos não
oferecem riscos à saúde do agricultor, dos animais, das plantas, dos consumidores ou ao meio ambiente”.
A frente ruralista afirmou que “todos os parâmetros internacionais de avaliação de riscos aceitáveis
para a saúde humana, animal e para o meio ambiente estão mantidos” e criticou a demora na emissão
de registros de produtos.
“Hoje, demora-se de 8 a 10 anos para aprovar o registro de um novo produto. Muitas vezes, quando o
produto é autorizado, já está defasado. Em países como EUA e Austrália, por exemplo, o prazo médio de
registro é de três anos. A demora no registro de novos defensivos agrícolas no Brasil é um dos principais
gargalos da legislação”, declarou.
Ideia antiga
A proposta de afrouxar as regras para agrotóxicos no País não é nova. No ano passado, o governo
preparou uma Medida Provisória que facilitava o registro de agrotóxicos no País. Redigido pelo Ministério
da Agricultura com a colaboração do setor produtivo, o texto criava uma brecha para o uso de defensivos
que atualmente são classificados como cancerígenos, com risco de provocar má-formação nos fetos ou
capacidade de provocar mutações celulares. Pelas regras atuais, qualquer produto que se encaixe nessas
características é proibido de ser lançado no Brasil. No texto proposto na MP, esses empecilhos cairiam
por terra. Bastaria que algumas condições fossem atendidas para reduzir os riscos desses efeitos.
Risco
A proposta em tramitação no Congresso para mudar as normas de registro de agrotóxicos colocaria
em risco a saúde dos trabalhadores do campo, reduziria a segurança dos brasileiros em geral e, ainda,
poderia provocar danos para a imagem de produtos brasileiros no mercado externo, afirma o presidente
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Jarbas Barbosa. “Seria muito prejudicial. Torço para
não ser aprovada.”
Em entrevista ao Estado, Barbosa afirma que seria um erro retirar a Anvisa e o Ibama da análise dos
pedidos de registro de agrotóxicos, como propõe o projeto. A atribuição ficaria a cargo do Ministério da
Agricultura. “Mas quem vai fazer a avaliação do impacto à saúde ou ao meio ambiente? O Ministério da
Agricultura não tem experiência acumulada para fazer avaliação toxicológica. Seria um retrocesso
imenso.” Teoricamente, Ibama e Anvisa atuariam numa comissão criada para fazer a avaliação, mas sem
poder de veto. “O Brasil vai passar a dar registro só levando em conta as necessidades da indústria
agrícola?”, questiona.
Para o setor produtivo, o sistema atual é muito burocrático e lento, o que acabaria reduzindo as
chances de entrada no mercado de novos produtos, mais baratos, eficientes e portanto essenciais para
tornar a produção brasileira mais competitiva no mercado internacional.
O presidente da Anvisa, no entanto, tem uma avaliação diferente. Ele alerta que uma mudança de
regras tem impacto negativo também no mercado externo. “A ideia será a de que o País abriu mão de
uma regulação mais séria”, ponderou. O impacto no mercado interno também seria significativo.
. 118
Saneamento avança, mas Brasil ainda joga 55% do esgoto que coleta na natureza, diz estudo103
Apenas 45% do esgoto do país é tratado, apontam os dados mais recentes do governo. Em 2015, na
ONU, Brasil se comprometeu a universalizar serviços de saneamento até 2030.
Apenas 45% do esgoto gerado no Brasil passa por tratamento. Isso quer dizer que os outros 55%
são despejados diretamente na natureza, o que corresponde a 5,2 bilhões de metros cúbicos por ano ou
quase 6 mil piscinas olímpicas de esgoto por dia. É o que aponta um novo estudo do Instituto Trata Brasil
obtido pelo G1 e que será divulgado nesta quarta-feira (18/04).
O estudo é feito com base nos dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre
Saneamento (SNIS), que se referem ao ano de 2016. Eles foram divulgados apenas neste ano.
Os números indicam que o saneamento tem avançado no país nos últimos anos, mas pouco. Veja os
destaques:
Em 2016, 83,3% da população era abastecida com água potável, o que quer dizer que os outros 16,7%,
ou 35 milhões de brasileiros, ainda não tinham acesso ao serviço. Em 2011, o índice de atendimento era
de 82,4%. A evolução foi de 0,9 ponto percentual.
Quanto à coleta de esgoto, 51,9% da população tinha acesso ao serviço em 2016. Já 48,1%, ou mais
de 100 milhões de pessoas, utilizavam medidas alternativas para lidar com os dejetos – seja através de
uma fossa, seja jogando o esgoto diretamente em rios. Em 2011, o percentual de atendimento era de
48,1% — um avanço de 3,8 pontos percentuais.
Apenas 44,9% do esgoto gerado no país era tratado em 2016. Em 2011, o índice era de 37,5% — uma
evolução de 7,4 pontos percentuais.
Historicamente, os números de esgoto são piores que os de água no país por conta da falta de
prioridade nas políticas públicas, maior custo de investimento e de dificuldade nas obras, entre outros
motivos.
Por isso, mesmo tendo apresentado a maior alta entre os indicadores, o acesso ao tratamento no país
continua baixo, já que o esgoto que não é tratado é jogado diretamente na natureza, causando problemas
ambientais e sanitários.
"No caso do tratamento de esgoto, houve um pouco mais de um ponto percentual de alta por ano. Se
considerarmos que não chegamos nem nos 50% de atendimento, estamos falando de mais de 50 anos
[para universalizar]. Isso é inaceitável. É muito tempo para ter essa estrutura tão essencial, que é a do
saneamento", diz Édison Carlos, presidente executivo do instituto.
O ritmo lento ainda vai de encontro a compromissos assumidos pelo país tanto em políticas públicas
nacionais, como os do Plano Nacional de Saneamento Básico, como internacionais, como os assinados
na Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, em 2015. O país se comprometeu
a, até 2030, universalizar o acesso a água potável e "alcançar o acesso a saneamento e higiene
adequados e equitativos para todos".
103
VELASCO, CLARA. Saneamento avança, mas Brasil ainda joga 55% do esgoto que coleta na natureza, diz estudo. G1. Disponível em:
<https://g1.globo.com/economia/noticia/saneamento-avanca-mas-brasil-ainda-joga-55-do-esgoto-que-coleta-na-natureza-diz-estudo.ghtml> Acesso em 18 de abril
de 2018.
. 119
Grandes centros urbanos
O estudo do Trata Brasil destaca ainda o desempenho das 100 maiores cidades do país em
comparação com a média nacional. Segundo Édison Carlos, estas cidades deviam puxar o crescimento
do país, já que têm estruturas públicas e privadas mais bem desenvolvidas e abrangem cerca de 40% da
população do Brasil.
As diferenças entre os índices nacionais e os dessas cidades, porém, são poucas. O índice de perda
de água é de 39,1%, contra os 38,1% nacionais. Quanto ao tratamento de esgoto, a situação é melhor
(54,3% do esgoto tratado, contra 45%), mas o ritmo foi semelhante (aumento de 7,7 pontos percentuais,
contra 7,4).
Segundo Édison Carlos, a diminuição nos investimentos públicos é um dos motivos para os avanços
pouco significativos no setor. De 2015 para 2016, os investimentos em água e esgoto no país caíram de
R$ 13,26 bilhões para R$ 11,51 bilhões. Já entre as maiores cidades, o valor caiu de R$ 7,11 bilhões
para R$ 6,6 bilhões.
"O investimento estava estagnado e caiu. Além disso, desses R$ 11 bilhões de investimento nacional,
cerca de R$ 4 bilhões são de São Paulo. Ou seja, esse valor oculta uma realidade, que é a concentração
grande de investimento onde a situação já é melhor. O investimento é muito desigual", diz Édison Carlos.
Considerando as 100 maiores cidades do país, uma comparação entre as 20 melhores e as 20 piores
escancara estas desigualdades. O investimento médio anual por habitante nas melhores foi de R$ 84,55;
já nas piores, foi de R$ 29,31.
"As cidades não param de crescer, então mesmo as com os melhores índices continuam investindo
para conseguir universalizar os serviços, trocar redes antigas e diminuir perda de água. Por outro lado,
muitas cidades apresentam péssimos indicadores e investem pouco", diz o presidente do Trata Brasil.
O estudo ainda aponta que menos de um quarto dos recursos arrecadados com saneamento foi
reinvestido no setor. São considerados não apenas os investimentos realizados pela prestadora do
serviço, mas também os feitos pelo poder público.
Desigualdades regionais
As diferenças entre as 100 maiores cidades do país são vistas em todos os índices de saneamento.
Veja alguns destaques:
Abastecimento de água: 20 municípios possuem 100% de atendimento da população, e 41 cidades
tem atendimento superior a 99%. A grande maioria (90 das 100) atende mais de 80% da população com
água potável. Ao mesmo tempo, porém, apenas 30% da população de Ananindeua, no Pará, é atendida.
Coleta de esgoto: dois municípios possuem 100% de esgoto: Cascavel (PR) e Piracicaba (SP). Outras
10 cidades possuem índice superior ou igual a 99% e também podem ser considerados universalizados.
Mas, em 21 cidades, o índice não chega a 40%. Ananindeua novamente é a pior cidade, com 0,75% da
população atendida.
. 120
Tratamento de esgoto: Mais da metade das cidades (54) tem menos de 60% do esgoto tratado. Apenas
seis relataram tratar todo o esgoto. Em Governador Valadares (MG), Nova Iguaçu (RJ) e São João do
Meriti (RJ), não há nenhum tipo de tratamento.
Perda de distribuição de água: o índice considera o volume de água produzida e o volume entregue.
As perdas ocorrem por vazamentos, “gatos” etc. A média de água perdida entre as 100 maiores cidades
foi de 39%. A cidade com menos perdas foi Palmas, com 13%, e a com maior desperdício foi Porto Velho
(71%).
Supremo Tribunal Federal (STF) deve concluir nesta quarta-feira um julgamento que tem dividido os
membros da corte e terá repercussões para os agricultores e as regras de proteção ambiental no Brasil.
Os ministros terminarão de analisar as quatro ações que questionam a constitucionalidade da Lei
12.651, também conhecida como o novo Código Florestal, sancionada em 2012 pela então presidente
Dilma Rousseff.
Entre os pontos questionados está o perdão a multas e sanções a agricultores que desmataram
ilegalmente até 2008, um dos dispositivos mais polêmicos do novo código.
Dez dos onze ministros já votaram, e por enquanto há empate em relação a vários pontos, incluindo a
anistia.
O desempate caberá ao ministro Celso de Mello, membro mais antigo da corte e último a votar.
104
BBC. STF decide se Anistia do Novo Código Florestal a quem desmatou é válida. G1 Natureza. Disponível em: <https://g1.globo.com/natureza/noticia/stf-
decide-se-anistia-do-novo-codigo-florestal-a-quem-desmatou-e-valida.ghtml> Acesso em 28 de fevereiro de 2018.
. 121
Regras de compensação
Outro ponto polêmico cuja votação no STF está empatada trata da compensação de áreas de Reserva
Legal desmatadas além dos percentuais mínimos por meio de pagamentos para a preservação da
vegetação excedente em outras propriedades.
Antes do novo código, a legislação definia que compensação deveria ocorrer na mesma microbacia
hidrográfica da propriedade que havia desmatado além da conta. Após o novo código, passou-se a aceitar
que a compensação ocorresse no mesmo bioma.
Para Nurit Bensusan, do ISA, a possibilidade de compensação no mesmo bioma "pode gerar bacias
completamente desmatadas". Ela defende o retorno à regra anterior.
Já Rodrigo Lima, da Agroicone, afirma que a limitação ao mesmo bioma não necessariamente fará
com que os produtores recorram a áreas distantes para a compensação. Ele diz que os governos
estaduais poderão definir que a compensação ocorra no próprio Estado, pois teriam interesse em impedir
a saída dos recursos movimentados por esse mercado.
Decisões já tomadas
Em decisões festejadas por ambientalistas, a maioria dos juízes do STF já decidiu no julgamento que:
- Não se pode desmatar APPs para implantar depósitos de lixo ou instalações esportivas;
- Todas as nascentes e olhos d'água, sejam intermitentes ou perenes, devem ter APPs preservadas;
- APPs só podem ser desmatadas por "interesse social" ou "utilidade pública" quando não houver
alternativas.
Outras decisões tomadas no julgamento agradaram o agronegócio, entre as quais a manutenção dos
seguintes pontos do novo código:
- As APPs em beira de rios devem ser medidas conforme sua variação média anual, e não conforme
o nível medido na cheia;
- Pequenas propriedades podem seguir critérios menos rigorosos para recuperar APPs na beira de
rios;
- Pequenos imóveis rurais podem plantar em regiões de várzea;
- Propriedades que desmataram além dos percentuais mínimos atuais ficam dispensadas de recompor
as áreas caso tenham seguido as regras vigentes no momento em que desmataram;
- Propriedades podem contabilizar APPs no percentual de Reserva Legal;
- Possibilidade de empregar espécies exóticas em até 50% da Reserva Legal desmatada.
Renca
Em meados de 1980, uma região da floresta amazônica entre o Pará e Amapá comparada à Serra dos
Carajás por seu potencial mineral despertava o interesse de investidores brasileiros e estrangeiros.
Para salvaguardar sua exploração, o então governo militar decretou em 1984 que grupos privados
estavam proibidos de explorar a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), uma área de quase
47 mil km quadrados - maior que o território da Dinamarca. A ideia era que a administração federal
pesquisasse e explorasse suas jazidas.
Nos anos seguintes, no entanto, o projeto avançou pouco, e a riqueza natural da área levou à criação
de nove zonas de proteção dentro da Renca, entre elas reservas indígenas. A possibilidade de mineração
foi, então, banida.
105
MILHORANCE, FLÁVIA. A polêmica decisão de Temer de abrir uma área gigante da Amazônia à mineração. BBC Brasil. Disponível em: <
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-41043853?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 25 de agosto de 2017.
. 122
Mais de três décadas depois do decreto, nesta quarta-feira, o governo federal reabriu a área para a
exploração mineral, numa iniciativa que gera expectativa de empresas e preocupação de pesquisadores
e ambientalistas.
Assinado pelo presidente Michel Temer, o decreto nº 9.142 extingue a Renca e libera a região para a
exploração privada de minérios como ouro, manganês, cobre, ferro e outros.
Em meio à crise econômica, o Ministério de Minas e Energia argumenta que a medida vai revitalizar a
mineração brasileira, que representa 4% do PIB e produziu o equivalente a US$ 25 bilhões (R$ 78 bilhões)
em 2016, mas que vinha sofrendo com a redução das taxas de crescimento global e com as mudanças
na matriz de consumo, voltadas hoje para a China.
Críticas
O ministério garante que o decreto cumprirá legislações específicas sobre a preservação da área. Ou
seja, áreas de proteção integral (onde não é permitida a habitação humana) e terras indígenas serão
mantidas.
No entanto, a iniciativa foi bombardeada por especialistas brasileiros e estrangeiros, que acreditam
que os prejuízos da mineração serão sentidos amplamente.
A Amazônia brasileira chegou a ter recorde de 80% na queda do desmatamento entre 2004 e 2012,
segundo dados do Ministério do Meio Ambiente. Mas voltou a crescer nos últimos cinco anos - embora
uma tendência comece a indicar novamente uma redução. Além disso, 2015 e 2016 foram anos recordes
de queimadas na região, segundo dados do Inpe.
Áreas de proteção são essenciais para conter o desmatamento, ressalta Erika Berenguer,
pesquisadora-sênior do Instituto de Mudança Ambiental da Universidade de Oxford.
"O maior impacto não será na área de mineração, mas indireto. Haverá um influxo de pessoas que
levará a mais desmatamento, mais retirada de madeira e mais incêndios", explica. "É uma visão muito
simplista do governo de dizer que só uma área será afetada."
"Fora que a mineração é altamente poluidora e tem poucos benefícios para a população local, vide a
situação socioeconômica de Carajás", acrescenta Berenguer.
. 123
Temer recua e vai revogar decreto que extinguiu reserva de cobre na Amazônia106
Governo confirmou a decisão sobre a polêmica Renca (Reserva Nacional de Cobre e Associados),
que será publicada no Diário Oficial (26/09). Segundo auxiliares, a decisão levou em conta a polêmica
em torno do decreto e, diante de novas pressões, o presidente decidiu deixar que o tema seja mais
debatido. Segundo fontes do Planalto, Temer vai assinar a revogação na tarde desta segunda-feira,
25/09, e um novo decreto será publicado no Diário Oficial da União de terça. Ao revogar o decreto, o
governo restabelece as condições originais da área, criada em 1984.
Em nota, o MME (Ministério de Minas e Energia) destacou que as razões que levaram o órgão a propor
a extinção da Renca permanecem as mesmas. “O País necessita crescer e gerar empregos, atrair
investimentos para o setor mineral, inclusive para explorar o potencial econômico da região”, diz o
comunicado.
O debate sobre o tema será retomado “mais à frente”, esclareceu o órgão. “O MME reafirma o seu
compromisso e de todo o governo com a preservação do meio ambiente e com as salvaguardas previstas
na legislação de proteção e preservação ambiental. O debate em torno do assunto deve ser retomado
em outra oportunidade mais à frente e deve ser ampliado para um número maior de pessoas, da forma
mais democrática possível.”
No dia 14/09, a Comissão de Meio Ambiente da Câmara já havia pedido a revogação definitiva do
decreto. "A maneira agressiva que foi feito (o decreto) não só causou constrangimento da sociedade
brasileira, mas do parlamento como um todo, atingiu a Câmara e o Senado", afirmou o presidente da
comissão, Ricardo Trípoli (PSDB-SP), na ocasião. "Estamos aguardando que o governo revogue por
definitivo e diga quais são os propósitos de exploração na área."
O decreto de extinção da reserva foi assinado pelo presidente Michel Temer no dia 23 de agosto de
2017. Diante da repercussão negativa, o governo fez outro decreto, o que não aplacou as críticas. O
Ministério de Minas e Energia, depois, publicou portaria para congelar por 120 dias a proposta. O decreto
também era questionado no Senado.
O decreto original provocou uma onda de protestos de ambientalistas e artistas, como a modelo Gisele
Bündchen, que acusaram o presidente de estar "vendendo" uma parte da Amazônia para interesses de
mineradoras estrangeiras. As críticas chegaram até ao Rock in Rio, novamente pela voz de Gisele e da
líder indígena Sônia Guajajara, que fez um protesto durante a apresentação de Alicia Keys.
O temor de ambientalistas era que, com a extinção da Renca, haveria um novo interesse de empresas
de mineração pela região. Até mesmo o Ministério do Meio Ambiente tinha se mostrado contrário a essa
medida, e o ministro Sarney Filho disse, em entrevista ao jornal Valor Econômico, que foi pego de
surpresa com a decisão de Temer de extinguir a Renca.
106
ARAÚJO, C. MONTEIRO, T. WARTH, A. Temer recua e vai revogar decreto que extinguiu reserva de cobra na Amazônia. Estadão Sustentabilidade.
Disponível em: < http://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,temer-recua-e-vai-revogar-decreto-que-extinguir-reserva-nacional-de-cobre,70002015457>
Acesso em 26 de setembro de 2017.
. 124
permitindo que instituições independentes façam um diagnóstico dos danos socioambientais causados
pelo rompimento da barragem de Fundão.
Em julho de 2017, a Justiça Federal suspendeu o processo ambiental por causa da prorrogação, para
30 de outubro, do prazo para que a Samarco e suas donas, a Vale e a BHP Billiton, cheguem a um acordo
com a União e o MPF em relação às medidas que serão tomadas como indenização pelo desastre
ambiental.
Justiça Federal suspende ação criminal que tornou acusados réus por homicídio no desastre de
Mariana107
A Justiça Federal em Ponte Nova, na Zona da Mata de Minas Gerais, suspendeu o processo criminal
que tornou rés 22 pessoas e as empresas Samarco, Vale, BHP Billiton e VogBR por causa do desastre
com a barragem de Fundão, em Mariana, em novembro de 2015. A reportagem teve acesso à decisão,
que data de 4 de julho de 2017. A defesa do diretor-presidente licenciado da Samarco, Ricardo Vescovi,
e do diretor-geral de operações, Kleber Terra, alegou que escutas telefônicas usadas no processo foram
feitas de forma ilícita.
O despacho é assinado pelo juiz Jacques de Queiroz Ferreira. Os advogados de Ricardo Vescovi e
Kleber Terra pediram a anulação do processo, alegando que a quebra de sigilo telefônico ultrapassou
período judicialmente autorizado e que as conversas foram analisadas pela Polícia Federal e usadas pelo
Ministério Público Federal (MPF) na denúncia.
A pedido do MPF, companhias telefônicas foram oficiadas pela Justiça sobre o esclarecimento das
informações e o processo fica suspenso até que elas entreguem os dados solicitados. No pedido, o MPF
também se manifestou pela não interrupção do processo, o que não foi atendido pelo juiz.
“Acresceram que outra nulidade ocorreu quando da determinação dirigida à Samarco para que
apresentasse cópias das mensagens instantâneas (chats) e dos e-mails enviados e recebidos entre
01/10/2015 e 30/11/2015, visto que a empresa forneceu dados não requisitados, relativos aos anos de
2011, 2012, 2013 e 2014, que, da mesma forma, foram objeto de análise policial e consideradas na
denúncia, desrespeitando a privacidade dos acusados”, explica trecho da decisão.
O magistrado afirmou que a defesa dos réus levantou “duas graves questões que podem implicar na
anulação do processo desde o início” e determinou a suspensão do processo até a decisão sobre as duas
alegações.
Procurado pelo G1, o MPF contestou as alegações da defesa dos dois réus, afirmando que as
interceptações usadas na denúncia estão dentro do prazo legal.
“As interceptações indicadas pela defesa como supostamente ilegais sequer foram utilizadas na
denúncia, por isso, não teriam a condição de causar nulidade no processo penal”, informou o órgão em
nota.
Por telefone, o advogado Paulo Freitas, que representa Vescovi e Terra, reforçou que considera as
interceptações telefônicas ilegais.
O G1 entrou em contato com a Polícia Federal para saber sobre o período da quebra de sigilo
telefônico, mas a corporação respondeu apenas que ainda não foi informada oficialmente da suspensão
pela Justiça.
A Samarco, a Vale, a BHP e a VogBR disseram que não vão se pronunciar.
Trump anuncia saída dos EUA do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas108
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (01/06/17) a saída de
seu país do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, mas prometeu negociar um retorno ou um novo
acordo climático em termos que considere mais justos para os americanos. Ele disse que o atual
documento traz desvantagens para os EUA para beneficiar outros países, e prometeu interromper a
implementação de tudo que for legalmente possível imediatamente.
"Para cumprir o meu dever solene de proteger os Estados Unidos e os seus cidadãos, os Estados
Unidos vão se retirar do acordo climático de Paris, mas iniciam as negociações para voltar a entrar no
acordo de Paris ou em uma transação inteiramente nova em termos justos para os Estados Unidos, suas
empresas, seus trabalhadores, suas pessoas, seus contribuintes ", disse Trump.
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ZUBA, F. CRISTINI, F. ÂNGELO, P. Justiça Federal suspende ação criminal que tornou acusados réus por homicídio no desastre de Mariana. G1 Minas
Gerais. Disponível em: < http://g1.globo.com/minas-gerais/desastre-ambiental-em-mariana/noticia/justica-federal-suspende-acao-criminal-que-tornou-acusados-
reus-por-homicidio-no-desastre-de-mariana.ghtml> Acesso em 08 de agosto de 2017.
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G1. Trump anuncia saída dos EUA do acordo de Paris sobre mudanças climáticas. G1 Natureza. Disponível em: <http://g1.globo.com/natureza/noticia/trump-
anuncia-saida-dos-eua-do-acordo-de-paris-sobre-mudancas-climaticas.ghtml> Acesso em 02 de junho de 2017.
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Logo após o anúncio, no entanto, o prefeito de Pittsburgh, Bill Peduto, disse que irá "garantir que
seguiremos as diretrizes do Acordo de Paris para nosso povo, nossa economia e futuro."
O acordo, assinado em dezembro de 2015 durante a cúpula da ONU sobre mudanças climáticas, COP
21, prevê que os países devem trabalhar para que o aquecimento fique muito abaixo de 2ºC, buscando
limitá-lo a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais.
A saída dos EUA, segundo maior produtor mundial de gás de efeito estufa, pode minar o acordo
internacional, o primeiro da história em que os 195 países da ONU se comprometem a reduzir suas
emissões.
Medida anunciada
Antes de ser eleito, Trump descreveu em várias ocasiões o aquecimento global como uma enganação
criada pela China para prejudicar as empresas americanas, e anunciou que iria “cancelar” o Acordo de
Paris nos primeiros 100 dias após sua posse.
Uma decisão necessária, segundo ele, para favorecer as empresas petrolíferas e produtores de carvão
dos EUA, e dessa forma garantir mais crescimento econômico e a criação de novos empregos. Depois
de tomar posse, Trump anunciou que teria estudado o acordo antes de tomar uma decisão sobre o
assunto.
O presidente norte-americano tem poderes suficientes para retirar os EUA do tratado. Isso porque o
texto foi denominado “acordo” para permitir que Barack Obama pudesse utilizar seus poderes
presidenciais para ratificá-lo sem pedir a permissão do Congresso, então controlado pelo Partido
Republicano, hostil a qualquer redução das emissões de poluentes. Por esse motivo, a delegação dos
EUA foi obrigada a negociar por muitas horas sobre essa complexa linguagem jurídica no dia da
assinatura do documento.
Apoio dividido
A decisão de Trump foi influenciada por uma carta assinada por 22 senadores republicanos, incluindo
o líder da bancada Mitch McConnell, que defendia a retirada dos EUA do tratado. Trump preferiu ignorar
a opinião de alguns dos seus assessores mais influentes, como a filha, Ivanka, o Secretário de Defesa,
James Mattis, e o Secretário de Estado Rex Tillerson, os quais defendiam que ele mantivesse os Estados
Unidos no acordo. Mattis em particular salientou como o Pentágono, o Ministério da Defesa dos EUA, já
está produzindo uma grande quantidade de pesquisas sobre o aumento do nível dos mares, a mudança
nas rotas marinhas para os navios de guerra por causa do derretimento das geleiras do Ártico e os efeitos
de secas ou de inundações sobre a segurança nacional americana.
ONU
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu oficialmente aos EUA para que não saíssem do
Acordo de Paris, sem obter nenhum resultado. Outros países, como Alemanha e França, expressaram
suas preocupações com a posição de Trump sobre o meio ambiente e mudanças climáticas. Até o Papa
Francisco tentou persuadir o presidente norte-americano em permanecer no acordo durante sua recente
visita no Vaticano, entregando-lhe uma cópia da encíclica “Laudato si'” que o Pontífice escreveu em 2015
sobre as complexas questões das mudanças climáticas. Os líderes do G7 criticaram a decisão de Trump
de deixar o tratado e os governos do Canadá, da China e a União Europeia já informaram que continuarão
a honrar seus compromissos com o Acordo de Paris mesmo se os EUA se retirarão.
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A preocupação em nível global com a saída dos Estados Unidos é o efeito de emulação: outros países
poderiam ser influenciados a reduzir ou atenuar seus compromissos internacionais sobre a questão
climática ou até abandonar completamente o acordo.
A decisão de se retirar do acordo poderia sinalizar a intenção de Trump de cortar outras leis que limitam
a produção de gases poluentes nos EUA assinadas pelo seu antecessor Obama. Entretanto, a saída dos
EUA do Acordo de Paris não seria imediata. O processo poderá demorar até três anos, assim como
estabelecido no próprio acordo, com diversas batalhas jurídicas e diplomáticas muito intensas, além do
grave desgaste de imagem internacional dos Estados Unidos.
Questões
01. (CRB – 6ª Região – Auxiliar Administrativo – QUADRIX) “O comitê gestor do Fundo Nacional
sobre Mudança do Clima (Fundo Clima) estabeleceu novas regras para o financiamento de projetos para
os anos de 2017 e 2018. Em reunião realizada nesta quarta-feira (30), o comitê definiu questões como
tecnologia e adaptação para orientar os programas que serão contemplados nos próximos dois anos.
Temas ligados a monitoramento e transparência também estão na lista. A iniciativa busca manter a
atuação do Fundo de acordo com os compromissos assumidos pelo Brasil, no contexto do Acordo de
Paris.”
http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2016/12/fundo-clima-definenovas-regras-para-os-proximos-dois-anos
02. (Pref. de Lauro Muller/SC – Auxiliar Administrativo – Instituto Excelência) Ártico tem ano
recorde de calor e derretimento maciço de gelo. Avaliação foi publicada no Arctic Report Card 2016,
relatório revisado por pares de 61 cientistas de todo o mundo.
Disponível< http://g1.globo.com/natureza/noticia/artico-temano-recorde-de-calor-e-derretimento-macico-de-gelo.ghtml>
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Sobre essa notícia é INCORRETO afirmar:
(A) O Ártico quebrou recordes de calor no ano passado, quando um ar excepcionalmente quente
provocou o derretimento maciço de gelo e de neve e um congelamento tardio no outono.
(B) Os cientistas do clima dizem que as razões para o aumento do calor incluem a queima de
combustíveis fósseis que emitem gases causadores do efeito estufa, que prendem o calor na atmosfera,
bem como a tendência de aquecimento do oceano El Niño, que terminou no meio do ano.
(C) Essa tendência de aquecimento também levou a uma cobertura de gelo adulta e grossa que derrete
facilmente.
(D) Nenhuma das alternativas.
Comentários
01. Resposta: C.
Na 21ª Conferência das Partes (COP21) da UNFCCC, em Paris, foi adotado um novo acordo com o
objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade
dos países para lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças.
O Acordo de Paris foi aprovado pelos 195 países Parte da UNFCCC para reduzir emissões de gases
de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso ocorre no sentido de
manter o aumento da temperatura média global em bem menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais
e de envidar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
Para que comece a vigorar, necessita da ratificação de pelo menos 55 países responsáveis por 55%
das emissões de GEE. O secretário-geral da ONU, numa cerimônia em Nova York, no dia 22 de abril de
2016, abriu o período para assinatura oficial do acordo, pelos países signatários. Este período se estende
até 21 de abril de 2017.
Para o alcance do objetivo final do Acordo, os governos se envolveram na construção de seus próprios
compromissos, a partir das chamadas Pretendidas Contribuições Nacionalmente Determinadas (iNDC,
na sigla em inglês). Por meio das iNDCs, cada nação apresentou sua contribuição de redução de
emissões dos gases de efeito estufa, seguindo o que cada governo considera viável a partir do cenário
social e econômico local.
(Continua em: http://www.mma.gov.br/clima/convencao-das-nacoes-unidas/acordo-de-paris)
02. Resposta: C.
No ártico existe uma camada de gelo adulta e grossa que demora para derreter, mas o aquecimento
global tem acelerado o derretimento dessa camada durante o verão. No inverno o mar recongela mas
formando uma camada de gelo jovem e fina que no próximo verão vai derreter muito mais rápido.
03. Resposta: E
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as
necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras
gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e
propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
Fonte: <http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/>
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