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Neste ano letivo, o módulo de arqueologia digital São monumentos seguramente bem conhecidos
em 3D teve como exercício de avaliação final a do meio científico e também da população. Na
reconstituição tridimensional de um monumento maioria dos casos nunca foram objeto de uma
histórico da Beira Interior que estivesse parcial tentativa de representação gráfica do seu
ou totalmente arruinado, através do programa primitivo traçado. Por isso, alguns destes
SketchUp. trabalhos constituem, até ao momento,
Foram selecionados neste território alguns propostas inéditas para estes importantes
edifícios de época romana e fortificações ou monumentos da Beira Interior e levantam
igrejas do período medieval/moderno que se questões que merecerão futuras revisões.
encontrassem alteradas na sua aparência A seleção aqui apresentada é fruto das escolhas
original, para serem objeto da devida dos alunos. Mas, muitos outros monumentos
reconstituição arquitetónica, com o máximo de merecem uma abordagem como esta, a qual
rigor histórico possível, através da modelação poderá vir a acontecer em próximas
tridimensional. oportunidades.
Assim, os alunos puderam demonstrar os Creio que os autores destes trabalhos estão de
conhecimentos práticos adquiridos, parabéns pelo empenho depositado nestes
relativamente à ferramenta informática, projetos, sabendo que existiam poucos dados
aplicando-os em casos nos quais se requeria para alguns destes sítios e, em alguns casos, foi
algum conhecimento histórico do imóvel necessário grande detalhe de reconstrução.
abordado e a visualização de paralelos regionais.
Marcos Osório
Tiago Cordeiro
Planta do pódio (CARVALHO, 2009: 119, Fig. 5).
Tiago Cordeiro
Estado de conservação: Do primitivo templo da civitas dos
Igaeditani perdura apenas o pódio, reutilizado como base da
torre de menagem do castelo templário de Idanha-a-Velha,
nos finais do séc. XII.
Descrição:. O templo dominava o complexo forense, marcava a
sua organização espacial interna e seria provavelmente
dedicado a Júpiter.
O pódio tem proporções regulares e foi construído com
grandes silhares. Alguns alinhamentos de muros aflorando à
superfície ou marcando os socalcos denunciam mais
construções associadas ao imóvel religioso, como os restos
dos maciços quadrangulares laterais que suportariam
possíveis escadarias de acesso ao templo.
Quanto à planta e ao número de colunas na fachada, o templo
poderia corresponder ao tipo prostilo/tetrastilo ou pseudo-
períptero/tetrastilo – opção escolhida na reconstituição.
Teria uma cronologia flaviana ou do último quartel do séc. I
aos inícios do séc. II da nossa Era, baseada fundamentalmente
em algumas características arquitetónicas e coincidente com a Fontes:
sua promoção municipal. Foto de http://www.visitarportugal.ptdistritosd-castelo-brancoc-
Intervenções: As escavações arqueológicas desenvolvidas no idanha-novaidanha-velhatorre-templarios
local, entre 2007-2008, por Pedro Carvalho, permitiram obter CARVALHO, Pedro C. (2009) - O forum dos Igaeditani e os
dados sobre a sua planta, que foram usados como referência. primeiros tempos da Ciuitas Igaeditanorum (Idanha-a-Velha,
Portugal). Archivo Español de Arqueología Madrid. 82, p. 115-131.
Modelação 3D: O trabalho recorreu a paralelos em outros
MANTAS, Vasco Gil (2010) - Ammaia e Civitas Igaeditanorum. Dois
templos romanos da Península Ibérica, como o de Clunia, e
espaços forenses lusitanos. Studia Lusitana IV: Ciudad y foro en
seguiu as indicações quanto à ordem Coríntia dadas pelos
Lusitania Romana. Mérida. p. 167-188.
autores de publicações sobre o assunto.
Lara Leonor Duque
Planta do castelo (SIPA, Desenho 7702)
Ricardo Ferreira
Proposta de reconstituição de José Luís Madeira
(Alarcão et alli, 2013: Fig. 6).
Ricardo Ferreira
Estado de conservação: Do primitivo templo subsiste pouco
mais do que o pódio, alguns muros em socalco e testemunhos
de uma escadaria frontal que desceria ao terraço.
Intervenções: As escavações arqueológicas desenvolvidas no
local em 2001 e 2003, por Pedro Carvalho, permitiram obter
dados sobre a sua caracterização geral, que foram usados
como referência neste trabalho, bem como datá-lo
possivelmente da época Flaviana.
Descrição: O templo romano de N.ª Sra das Cabeças fica
situado em plena encosta da serra da Estrela e tem uma
configuração muito particular, por se desenvolver em três
terraços. Os dados obtidos pela intervenção arqueológica
hesitam entre um templo in antis ou um templo tetrastilo,
tendo o seu responsável proposto a primeira hipótese, não
Fontes:
excluindo a ideia de quatro colunas na fachada. Não se
CARVALHO, Pedro C. (2003) – O Templo romano de Nossa
conhecem também quaisquer capitéis ou fragmentos de
Senhora das Cabeças (Orjais, Covilhã) e a sua integração num
entablamento que permitissem classificar a ordem território rural. Conimbriga. Coimbra. 42, p. 153-182.
arquitetónica. ALARCÃO, Jorge; CARVALHO, Pedro C., MADEIRA, José Luís;
Pressupõe-se a existência de um segundo templo mais para OSÓRIO, Marcos (2013) – O templo romano de Orjais (Covilhã) e a
sul, de menor tamanho e a uma cota inferior ao templo sua bacia de visão. Conimbriga. Coimbra. 52, p. 67-128.
principal que poderia estar dedicado a uma divindade
indígena.
Modelação 3D: O trabalho baseou-se grandemente na
excelente reconstituição gráfica feita por José Luís Madeira e
nos desenhos obtidos durante os trabalhos arqueológicos.
Margo Van Puyvelde
Alçado da fachada principal do castelo (SIPA,
Desenho 10011)
Ricardo Lobo
Estado de conservação: Do primitivo castelo medieval da
Guarda preserva-se apenas a torre de menagem de cinco faces
e meros 11 metros de altura.
Intervenções: Escavações arqueológicas desenvolvidas no
local nos anos 90 do século passado, por Lídia Fernandes,
permitiram obter dados para a sua caracterização, que foram
usados como referência neste trabalho. As intervenções
arqueológicas evidenciaram que a área foi intensamente
ocupada e permitiram identificar parte dos alicerces e outros
testemunhos escavados na rocha da existência de muros, que
permitiram deduzir a sua eventual planta.
Descrição: O castelo foi erguido nos inícios do séc. XIII, por D.
Sancho I, com a importante função de prestar vigilância ao
território a oriente, onde a fronteira da nação estava a definir-
se contra o reino de Leão.
O castelo seria um pequeno recinto de planta irregular, com
acesso pela parte sul, dominado pela torre de menagem na
parte central e outros três torreões nas extremidades. A torre é
pentagonal e tem uma porta virada a leste e outra a norte, com
cobertura em telhado de duas águas. A fachada principal e a
posterior, apresentam uma linha de mísulas desativadas.
Fontes:
Modelação 3D: A proposta de reconstituição teve em Foto de http://autocaravanista.blogspot.pt/2010_04_01_archive.html
consideração os dados da intervenção e propõe uma FERNANDES, Lídia Marques (1997) - Novos elementos sobre a cidade da
fortificação com espaço interior exíguo, que não albergaria Guarda: sécs. XIII a XVII. Separata da Praça Velha. Guarda, p. 28-30.
muitas estruturas de apoio, apenas apresentando adarve na SIPA – Sistema de informação para o património arquitectónico (Des.
sua face virada para Leão. 8814).
Joana Gabriel
Planta do interior da igreja (SIPA, Desenho 154192).
Joana Gabriel
Estado de conservação: O imóvel encontra-se arruinado e sem
recheio interior, embora com a estrutura consolidada, estando
desprovido de cobertura, à exceção da capela lateral que
conserva ainda o telhado de quatro águas.
Descrição: A antiga igreja paroquial de Castelo Mendo situa-se
dentro de muralhas e ergue-se isolada no ponto mais elevado
da povoação, assente sobre afloramentos rochosos.
Tem planta longitudinal composta pela nave e pela capela-mor,
com a sacristia adossada à capela-mor. Tem capela lateral
quinhentista quadrangular, com portal em arco pleno
moldurado e revestida de teto de alfarge mudéjar. O
campanário na fachada é de dupla abertura sineira e remate
reto, cortando a empena angular.
O portal principal é em arco pleno com duas arquivoltas e
impostas salientes. Acede-se através de dois lanços de degraus
de sentido oposto, formando patamar central. A porta lateral
possui também arco pleno.
A nave é segmentada mais ou menos a meio por uma parede
transversal, com uma porta de lintel reto, encimada por uma Fontes:
fresta, enquanto o arco triunfal é quebrado. Observa-se a pia de Foto de http://autocaravanista.blogspot.pt/2010_04_01_archive.html
água benta e, no lado oposto, a pia batismal, mantem-se a base SIPA – Sistema de informação para o património arquitectónico
quadrada do púlpito e respetiva escadaria, bem como as mesas (Des. 154192).
dos altares colaterais.
Intervenções: Não teve qualquer intervenção arqueológica que
pudesse ser usada como referência neste trabalho.
Modelação 3D: A proposta de reconstituição teve em
consideração todos os pormenores, especialmente no interior.
David Magalhães
Vista geral da povoação e planta do castelo feita
por Duarte d’Armas (1509) (Castelo-Branco, 1997).
David Magalhães
Estado de conservação: O castelo medieval de Almeida
encontra-se hoje completamente arrasado, após a explosão
que sofreu durante as invasões francesas, em 1810.
Descrição: O castelo tinha um traça tipicamente românica, com
acrescentos de características góticas, tendo sido
posteriormente rodeado por uma barbacã, marcada por quatro
cubelos semicirculares em cada esquina.
Conhecemos a planta e o perfil desta fortificação graças ao
desenho de Duarte d’Armas, feito em 1509. Nesses desenhos
vê-se que tinha uma planta quadrangular irregular, cercada de
fosso.
A primeira cintura de muralhas incorporava a torre de
menagem, também de planta quadrada, adossada pelo
exterior no ângulo noroeste, provida de balcões com mata-
cães e com acesso superior ao nível do adarve. No interior
existiam diversos edifícios de apoio à fortaleza, encostadas às
Fontes:
muralhas.
TEIXEIRA, André (2008) - Sondagens arqueológicas no castelo
Intervenções: Escavações arqueológicas desenvolvidas no de Almeida e envolvente: síntese de resultados (2007). CEAMA.
local entre 2009-2011, por André Teixeira, permitem obter uma Centro de Estudos de Arquitectura Militar de Almeida. Almeida. 2,
p. 44-55.
panorâmica mais completa do primitivo monumento militar.
TEIXEIRA, André; GIL, Luís Serrão (2013) - O castelo de Almeida:
Modelação 3D: A proposta de reconstituição teve em origem medieval, reformas manuelinas e reutilização moderna.
consideração principalmente o desenho do séc. XVI e Balanço de um projecto de investigação e valorização
arqueológica. In Arqueologia em Portugal: 150 anos. Lisboa:
incorporou até o fosso visível na planta da gravura antiga.
Associação dos Arqueólogos Portugueses, p. 1129-1138.
SIPA – Sistema de informação para o património arquitectónico
(Des. 41385).
CASTELO-BRANCO, Manuel da Silva (1997) - Duarte Darmas:
Livro das Fortalezas. 2.ª ed., Lisboa.
Inês Carolina Alberto
Alicerces da muralha do castelo (ABREU e HERNÁNDEZ,
2014: 109).