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6.

Carregamento dos veios do redutor

1. Determinação das forças nos engrenamentos das transmissões do redutor;


2. Determinação das forças em consola;
3. Construção do esquema de carregamento dos veios.

Os veios dos redutores estão sujeitos a dois tipos de deformações: por flexão e por
torção. A deformação por torção surge devido à acção de momentos torsores,
provenientes do motor, por um lado, que são contrabalançados pelos momentos de
resistência da máquina executiva. A deformação por flexão é causada pelos momentos
das forças nas engrenagens ou parafuso sem-fim da transmissão fechada, associadas ao
efeito das forças em consola das transmissões abertas e uniões de veios.

6.1 - Determinação das forças nos engrenamentos das transmissões do redutor

Para a projecção de muitos accionamentos usam-se redutores com engrenagens


cilíndricas helicoidais, cujos dentes têm ângulo de inclinação β = 8 ... 16º; também se
usam redutores cónicos com dentes curvilíneos sendo β = 35º; os redutores de parafuso
sem-fim têm ângulo de perfil 2⋅α = 40º, na secção axial (fig. 13.11). O ângulo de pressão
no engrenamento é α = 20º.
Nas figuras 6.1 ... 6.3 são dados esquemas de forças no engrenamento de
transmissões cilíndricas, cónicas e de parafuso sem-fim, para diferentes direcções do
ângulo de inclinação dos dentes (ou da hélice da rosca do parafuso sem-fim) e diferentes
sentidos de rotação do motor. O ponto de aplicação das forças é escolhido como estando
no plano médio da roda dentada (ou parafuso sem-fim).

a) Inclinação de dentes para esquerda na roda movida e para a direita ao pinhão

b) Inclinação dos dentes para direita na roda movida e esquerda no pinhão

Fig. 6.1 – Esquemas de forças em engrenagens cilíndricas com dentes helicoidais

Projecto dos veios do redutor Rui V. Sitoe - 2006 1


a)

Direcção das linhas dos dentes na roda movida - esquerda


Direcção das linhas dos dentes no pinhão - direita

b)

Direcção das linhas dos dentes na roda movida - direita


Direcção das linhas dos dentes no pinhão - esquerda
Fig. 6.2 - Esquemas de forças no engrenamento de transmissões cônicas com dentes rectos e curvilíneos

a)

Parafuso com rosca esquerda

b)

Parafuso com rosca direita


Fig. 6.3 - Esquemas de forças nas transmissões de parafuso sem-fim/coroa

Os valores das forças são determinados usando fórmulas adequadas (tabela 6.1,
pp.97). Note-se que 1 e T1 têm o mesmo sentido mas T2 e 2 têm sentidos
opostos.

Projecto dos veios do redutor Rui V. Sitoe - 2006 2


Tabela 6.1 – Forças no engrenamento para transmissões fechadas (redutores)
Força no Valor da força, em N
Tipo de transmissão engrenamento Pinhão (parafuso Roda movida
sem-fim)
Tangencial F =F 2 ⋅ T ⋅ 10 3
t1 t2
Ft 2 = 2
d2
tgα
Cilíndrica com Radial Fr1 = Fr 2 Fr 2 = Ft 2 ⋅
dentes helicoidais cos β
Axial Fa1 = Fa 2 Fa 2 = Ft 2 ⋅ tgβ
2 ⋅ T2 ⋅ 103
Tangencial Ft1 = Ft 2 Ft 2 =
0,857 ⋅ d e 2
Cónicas com dentes Radial Fr1 = Ft1 ⋅ γ r Fr 2 = Fa1
curvilíneos Axial Fa1 = Ft1 ⋅ γ a Fa 2 = Fr1
2 ⋅ T1 ⋅ 10 3 2 ⋅ T2 ⋅ 10 3
Tangencial Ft1 = Ft 2 =
d1 d2
De parafuso sem-fim Radial Fr1 = Fr 2 Fr 2 = Ft 2 ⋅ tgα
Axial Fa1 = Ft 2 Fa 2 = Ft1

Notas: Os momentos são expressos em N⋅m, os diâmetros em mm, as forças em N. Os


valores dos coeficientes de forças radial e axial são, respectivamente:
γr = (0,44⋅cos δ1 – 0,7⋅sen δ1)
γa = (0,44⋅sen δ1 + 0,7⋅cos δ1)
δ1 - é o ângulo do cone primitivo do pinhão

6.2 - Determinação das forças em consola

Para a projecção de accionamentos empregam-se transmissões dentadas abertas


cilíndricas e cónicas, com dentes rectos. Também se usam transmissões por correias e
transmissões por cadeias. Estes elementos fazem surgir cargas em consola nas
extremidades salientes dos veios. Similarmente, as uniões de veios que ligam as
extremidades tanto o motor ao redutor como este aos restantes veios da máquina causam
o surgimento de cargas em consola.
O esquema de forças no engrenamento de transmissões dentadas abertas com
dentes rectos assemelha-se ao esquema para transmissões fechadas, à excepção da
ausência da força axial Fa nas transmissões com dentes rectos. O ângulo de pressão é de
20º.

Quando há uniões, ou transmissões com elemento flexível a posição das forças em


consola determina-se tendo em conta a posição da transmissão com elemento flexível.
Porém, também se usa um procedimento para as forças em consola provenientes das
uniões de veios Funi e elementos de outros tipos de transmissão colocados nas
extremidades dos veios Fab, cujo efeito se faz sentir sobre os apoios. A tabela 6.2 mostra

Projecto dos veios do redutor Rui V. Sitoe - 2006 3


as fórmulas para a determinação das forças em consola.

Tabela 6.2 – Forças em consola (exteriores aos redutores)


Tipo de Direcção Valor da força, em N
transmissão da força Pinhão Roda movida
aberta
Tangencial F =F 2 ⋅ T ⋅ 10 3
t1 t2
Ft 2 = 2

Cilíndrica d2
com dentes Radial
rectos Fr1 = Fr 2 Fr 2 = Ft 2 ⋅ tgα
Tangencial Ft1 = Ft 2 2 ⋅ T2 ⋅ 103
Ft 2 =
Cónicas 0,857 ⋅ d e 2
com dentes
rectos Radial Fr1 = 0,36 ⋅ Ft1 ⋅ cos δ 1 Fr 2 = Fa1

Axial Fa1 = 0 ,36 ⋅ Ft1 ⋅ sen Fa 2 = Fr1


1
Por correias 1
planas Radial Fab = 2 ⋅ F0 ⋅ sen
2
Por correias 1
trapezoidais Radial Fab = 2 ⋅ F0 ⋅ z ⋅ sen
2
Por correias 1
multi-V Radial Fab = 2 ⋅ F0 ⋅ sen
2
ki = 1,15 para inclinação até
Por cadeias Radial 40º;
Fab = 2 ⋅ F0 + k i ⋅ Ft ; ki = 1,05 para inclinação de
40 até 40º
Uniões de
Radial Veio de alta velocidade Veio de baixa velocidade
veios
Funi1 = 50 ⋅ T1 ...125 ⋅ T1 Funi 2 = 125 ⋅ T2 - redutor
de engrenagens
Funi 2 = 250 ⋅ T2 - redutor
de parafuso sem-fim

Notas:
1. Os momentos são expressos em N⋅m, os diâmetros em mm, as forças em N. Os valores
dos diâmetros são expressos em mm. As forças nas uniões dependem do tipo de união
mas o seu valor é, inicialmente, aproximado usando as fórmulas dadas. O valor real só
pode ser determinado após a escolha da união. O índice “ab” indica as forças em consola
sobre os veios, que surgem numa transmissão aberta. Nalgumas transmissões esta força
indica-se como Fveio ou Fr (de “resultante”, não “radial”). Para transmissões com elemento
flexível são simplesmente as forças resultantes nos ramais do elemento flexível, mas para
engrenagens podem ser decompostas em forças radiais e tangenciais.
2. T2, para as transmissões por engrenagens abertas, é o momento torsor no veio da
máquina executiva onde está montada a roda dentada, em N·m; T1 e T2, para as uniões,
são os momentos torsores nos veios de entrada e de saida do redutor, respectivamente,

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em N·m; d2 é o diâmetro divisor da engrenagem cilíndrica movida, em mm; de2 é o diâmetro
divisor externo da roda dentada cónica movida, em mm; δ1 é o ângulo do cone divisor do
pinhão, em graus.

6.3 – Esquema de carregamento dos veios do redutor

O esquema de carregamento dos veios destina-se a auxiliar a determinação das


forças nos engrenamentos dos pares do redutor, as forças em consola da transmissões
abertas, e uniões de veios, as reacções nos apoios e as direcções dos momentos
torsores e velocidades angulares dos veios.
O esquema de carregamento dos veios deve ser feito em papel milimétrico de
formato A4. Também se pode utilizar o desenho assistido por computador para auxiliar na
execução desta tarefa, mas a impressão é feita utilizando o formato A4. O esquema de
carregamento deve conter:

- o nome do esquema, no topo;

- o esquema de forças nos veios e elementos da transmissão, em isometria;

- a indicação do sistema de coordenadas utilizado, com os eixos X, Y e Z

- legenda, forma 2a, figura 14.1;

- tabela de forças, momentos e parâmetros cinemáticos das transmissões;

(ver os exemplos das figuras 6.4 ... 6.6).

A ordem recomendada para a construção dos esquemas de forças é a seguinte:

1. Designa-se a disposição dos elementos do esquema de forças segundo o esquema


cinemático do accionamento (dado na tarefa);

2. Coloca-se, arbitrariamente, a representação dos eixos axonométricos X, Y e Z, sob


ângulos mútuos de 120º; os vectores das forças no engrenamento, as forças em
consola e as reacções nos apoios dependem das direcções do eixos escolhidos. É
possível usar cores para alguns efeitos.

3. Desenham-se os veios, apoios, par(es) do redutor, elementos das transmissões


abertas e uniões de veios utilizando símbolos convencionais (tabela 6.3). As
dimensões dos elementos desenhados são arbitrárias mas devem observar-se as
proporções entre eles (por exemplo, no par em engrenamento deve ser óbvia qual
é a roda maior). É preciso marcar os apoios com letras A e B (para o veio de
entrada), C e D para o segundo veio e assim por diante, etc.

Projecto dos veios do redutor Rui V. Sitoe - 2006 5


Tabela 6.3 – Símbolos convencionais

4. Escolhe-se a direcção da hélice das engrenagens (ou parafuso sem-fim). Nas


engrenagens cilíndricas com dentes helicoidais escolhe-se a direcção esquerda
para os dentes do pinhão (e, portanto, a direita para a roda movida); nas
engrenagens cónicas com dentes curvilíneos o pinhão deve ter dentes inclinados
para a direita (e, portanto, a roda movida deve ter inclinação para a esquerda). A
direcção dos filetes do parafuso sem-fim e da coroa é para a direita (ver as figuras
6.1 ... 6.3 – b)

5. Determina-se a direcção de rotação e dos veios de alta e baixa velocidade do


redutor, ω1 e ω2, de acordo com a direcção de rotação do motor. A direcção de
rotação do motor deve ser escolhida de tal modo que a rotação do veio executivo

Projecto dos veios do redutor Rui V. Sitoe - 2006 6


confira o movimento que se requer do mecanismo. Se o mecanismo tiver
movimento reversível então o sentido de rotação dos veios de alta e baixa
velocidade pode se arbitrado. Nos accionamentos de redutor cónico com pinhão de
dentes inclinados para a direita a direcção de rotação do veio deve ter sentido
horário, se o veio for observado do lado do vértice do cone divisor do pinhão (fig.
6.2). A força axial que surge no pinhão Fa1 é direccionada no sentido da base do
cone divisor o que evita a gripagem dos dentes durante o funcionamento.

6. Determina-se a direcção das forças no engrenamento do par do redutor segundo a


direcção da linha helicoidal escolhida e a rotação dos veios. No pinhão (ou parafuso
sem-fim) estas forças são Ft1, Fr1, Fa1 e na roda movida Ft2, Fr2 e Fa2 (veja as figuras
6.1 ... 6.3). As forças Ft1 e Ft2 são direccionadas de tal modo que os seus
momentos possam equilibrar os torques T1 e T2 aplicados aos veios do redutor,
tanto da parte do motor e como da reacção da máquina (repare-se que as
interacções entre os elementos da transmissões são substituidas por forças e por
isso Ft1 é a força tangencial com que a roda 2 reage à roda 1 e não a força que o
torque T1 imprime sobre a roda 2). Assim, Ft1 tem sentido contrário ao da rotação
do pinhão e Ft2 tem o sentido de rotação da roda movida.

7. Determinam-se os sentidos das forças em consola nas extremidades salientes dos


veios (figuras 6.4 ... 6.6)

a) O sentidos das forças das transmissões abertas determinam-se de modo


similar ao das transmissões dos redutores;

b) As forças em consola das transmissões por correia e por cadeia Fab são
perpendiculares ao eixo geométrico do veio em consideração e são dispostas
em função da posição da transmissão no esquema cinemático do
accionamento, podendo ser verticais, horizontais ou inclinadas sob qualquer
ângulo em relação ao plano horizontal. Se a tarefa do projecto especificar uma
transmissão inclinada sob um ângulo θ (fig 6.4), a força Fab deve ser
decomposta nas componentes Fy (vertical) e Fx (horizontal). Os seus valores
numéricos determinam-se usando relações trigonométricas (fig. 8.1).

c) A força em consola de uniões de veios Funi é perpendicular ao eixo do veio


mas a sua direcção relativamente a Ft pode ser qualquer, dependendo da
imprecisão de montagem da união. Por isso, recomenda-se que o sentido da
força na união seja tal que constitua o pior caso de carregamento dos veios,
isto é, a força na união é escolhida de forma a piorar ao máximo o efeito das
outras forças. Assim, é comum escolher-se para Funi um sentido contrário ao da
força tangencial Ft o que aumenta a deformação do veio.

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EXEMPLO DE ESQUEMA DE FORÇAS NUM REDUTOR – CILÍNDRICO

Parâmetros Pinhão Roda Movida


Ft 754
Fr 279
Fa 126
Fun Fab 198 799
T (N⋅m) 15,8 60,4
ω (rad/s) 99,48 24,87

Fig. 6.4 – Esquema de forças num redutor - cilíndrico

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EXEMPLO DE ESQUEMA DE FORÇAS NUM REDUTOR – CÓNICO

Roda
Parâmetros Pinhão
Movida
Ft 1650
Fr 579 121
Fa 121 579
Fab Funi 561 1558
T (N⋅m) 36,6 155,2
ω (rad/s) 75,4 16,6
Fig. 6.5 – Esquema de forças num redutor - cónico

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EXEMPLO DE ESQUEMA DE FORÇAS NUM REDUTOR – PARAFUSO SEM
FIM/COROA

Trans. PSF Trans. ECDR


Parâmetros
PSF R.Coroa Pinhão R.Movida
Ft 390 1862 4400
Fr 678 1602
Fa 1862 390 − −
Funi 143 − − −
T (N⋅m) 8,2 176,2 176,2 1160
ω (rad/s) 97,40 3,60 3,60 0,51

Fig. 6.6 – Esquema de forças num redutor – parafuso sem fim/coroa

Projecto dos veios do redutor Rui V. Sitoe - 2006 10


8. Determinam-se os sentidos das forças de reacção dos apoios, na direcção radial.
Para os veios de alta e baixa velocidade as reacções devem ser posicionadas de
forma a serem opostas aos sentidos das forças tangenciais (Ft1, Ft2 ) e às forças
radiais (Fr1, Fr2) do redutor. Os pontos de aplicação das reacções nos apoios
situam-se tipicamente a meio da largura de cada apoio. As reacções devidas às
forças em consola são somadas às reacções devida às forças no interior do
redutor. As reacções são representadas pela letra R, com um índice. O índice
comporta o nome do apoio e a direcção do eixo da reacção, segundo o sistema de
coordenadas escolhido. São exemplos deste tipo de designação: RAx, RBy, RCz, etc.

9. Determina-se a direcção da soma das reacções nos apoios como soma geométrica
da reacções radiais nos planos vertical e horizontal, usando o método do
paralelogramo ou relações trigonométricas. O índice da soma da reacções contém
apenas a designação do apoio, por exemplo, RA, RB.

10. Compõe-se a tabela de resultados. A forma da tabela depende do tipo de


transmissões que compõem o accionamento, tal como nos exemplos 6.4 ... 6.6.

7. Cálculo projectivo dos veios. Composição do esboço do redutor

As actividades do cálculo projectivo dos veios dos veios e composição esquemática


do redutor podem ser alistadas como se segue:

1 – Escolha dos materiais dos veios;

2 – Escolha das tensões admissíveis à torção;

3 – Determinação do parâmetros geométricos dos escalões dos veios;

4 – Escolha preliminar dos apoios (rolamentos);

5 – Composição do esboço do redutor.

Os principais critérios de capacidade de trabalho utilizados para a projecção dos


veios dos redutores são a resistência mecânica e a resistência à fadiga. Os veios estão
sujeitos a deformações complexas, por influência da torção, flexão e tracção
(compressão). Porém, a tensão devida aos esforços de tracção/compressão é muito
menor que as tensões devidas aos momentos torsores e flectores. Assim, é escusado
considerar o efeito dos esforços de tracção/compressão no cálculo dos veios.
O cálculo dos veios dos redutores faz-se em duas (ou mais) etapas. A primeira
etapa é para o cálculo projectivo (aproximado), que se baseia na resistência dos veios à
torção pura e a segunda para o cálculo testador. No cálculo testador verifica-se a
resistência à flexão e à torção. Este cálculo determina a resistência do veio à fadiga e
considera a concentração de tensões devida à forma do veio. O parâmetro de cálculo
mais importante é o coeficiente de segurança à fadiga.

Projecto dos veios do redutor Rui V. Sitoe - 2006 11


7.1 Escolha dos materiais do veio

Os veios dos redutores são geralmente feitos de aços de construção temperáveis,


sendo tanto aços de médio teor de carbono como aços de liga. Os aços típicos são os
aços aço 45 e 40X. Porém, deve-se ter em consideração que os aços podem ser de
diferentes composições e que não é muito conveniente escolher aços com alto teor de
carbono ou aços de alto teor de liga para os veios devido à sensibilidade à concentração
das tensões. Os aços de alta qualidade só devem ser usados quando o elemento solidário
(por exemplo, engrenagem no veio-pinhão) precisa de alta resistência. Os veios podem
ser feitos de aços de baixo teor de carbono mas as superfícies de trabalho dos mesmos
devem ser endurecidas por cementação ou outro procedimento.

7.2 Escolha das tensões admissíveis à torção

Para o cálculo aproximado dos veios usa-se a torção pura, sem consideração do
efeito da flexão, concentradores de tensões ou o carácter variável das cargas. Como meio
de compensar esta grande aproximação, o valor da tensão admissível é grandemente
reduzido:

[τ] = (10) 12 ... 15 (20) MPa – para veios de redutores e análogos;


[τ] = 20 ... 30 MPa – para veios de transmissão.

Os menores valores de tensões admissíveis são para veios de alta velocidade e vice-
versa.

7.3 Determinação dos parâmetros geométricos dos escalões dos veios

Os veios de redutores constituem corpos cilíndricos escalonados. A quantidade e as


dimensões dos escalões dependem da quantidade e dimensões das peças que se
montam sobre o veio. A figura 7.1 mostra diversos veios. A constituição dos veios não é
feita segundo recomendações estritas mas sim modelada com base em construções
existentes. O cálculo projectivo do veio permite determinar os parâmetros de orientação
para os comprimentos “l” e diâmetros “d” de cada escalão dos veios. Para efectuar a
escolha dos parâmetros geométricos usa-se a tabela 7.1.

Fig. 7.1 a) - Veio de alta velocidade – PSF

Projecto dos veios do redutor Rui V. Sitoe - 2006 12


Fig. 7.1 b) Veio de alta velocidade – Engrenagem cilíndrica

Fig. 7.1 c) Veio de alta velocidade – Engrenagem cónica

Fig. 7.1 d) Veio de baixa velocidade

Fig. 7.1 – Parâmetros geométricos dos escalões dos veios

Tabela 7.1 – Dimensões recomendadas para escalões dos veios de redutores


monoescalonares, em mm
Escalão do
Veio-pinhão Veio-parafuso Veio da roda
veio e seus Veio-pinhão cónico
cilíndrico (fig. sem-fim (fig. movida (fig.
parâmetros (fig. 7.1 c)
7.1 b) 7.1 a) 7.1 d)
de
1º - sob o (obtido da [τ] – é a
onde : T – é o
elemento da T ⋅ 10 3 tabela de tensão
momento torsor
transmissão d1 d 1 = 3 resultados do tangencial
aberta ou 0,2 ⋅ [τ ] no veio, em
cálculo admissível
N·m
semi-união cinemático) reduzida
1=
1 =(0,8 ...1,5)⋅d1 – =(1,2
1 = (1...1,5) ⋅d 1 (1...1,5)⋅d1 –
1

1 sob a roda ...1,5)⋅d1 – sob


– sob o pinhão; sob a semi-
estrelada; a polia;
união;

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Escalão do
Veio-pinhão Veio-parafuso Veio da roda
veio e seus Veio-pinhão cónico
cilíndrico (fig. sem-fim (fig. movida (fig.
parâmetros (fig. 7.1 c)
7.1 b) 7.1 a) 7.1 d)
de
2º - sob a
tampa com d 2 = d1 + 2 ⋅ t - só
d d 2 = d1 + 2 ⋅ t
vedante e 2 sob o vedante
rolamento
≈ 0,6 ⋅ d 4 - só
2 ≈ 1,5 ⋅ d 2 ≈ 1,25 ⋅ d 2
2
2 2
sob o vedante
3º - sob o d 3 = d 4 + 3,2 ⋅ r ; é d 3 = d 2 + 3,2 ⋅ r ; para d3 > da1
pinhão ou d3 possível que é possível que adopta-se d 3 = d 2 + 3,2 ⋅ r
roda movida d3 ≤ dfe1 d3 ≤ dfe1; d3 = da1
3 obtém-se
graficamente, na
3 composição
esboçada do
redutor
4º - sob o d 4 = d 5 + (2...4) mm
d4 d4 = d2
rolamento
=B – para
1
rolamentos de
4 determina-se esferas;
4
graficamente 1 =T para
rolamentos de
rolos cónicos
d 5 sob a rosca
5º - de determina-se como
encosto ou d5 função de d 2 , Não se constrói
sob a rosca segundo a tabela
10.11
5 determina-
5 5 ≈ 0,4 ⋅ d 4 se
graficamente
Notas:
1. Os valores das alturas dos ressaltos t, os valores aproximados dos chanfros f dos
escalões e os raios de curvatura dos chanfros dos apoios dependem do valor do diâmetro do
escalão d.

d 17...24 25...30 32...40 42...50 52...60 62...70 71...85


t 2 2,2 2,5 2,8 3 3,3 3,5
r 1,6 2 2,5 3 3 3,5 3,5
f 1 1 1,2 1,6 2 2 2,5

2. Para o diâmetro d1 da extremidade do veio de alta velocidade que se liga ao veio


do motor por uma união, deve-se seguir a relação: d 1 = (0,8...1,2) ⋅ d me , onde dme é o
diâmetro do veio do rotor do motor eléctrico.
3. Os diâmetros d2 e d4 sob os rolamentos arredondam-se para valores
correspondentes aos diâmetros dos anéis internos dos rolamentos d.

Projecto dos veios do redutor Rui V. Sitoe - 2006 14


4. Os diâmetros e comprimentos dos escalões (tal como d2 e d4 sob os rolamentos)
arredondam-se para valores correspondentes aos números da série normalizada Ra40.
5. Para a construção definitiva dos escalões dos veios fazem-se considerações
ulteriores sobre as dimensões e precisão dos diâmetros e comprimentos.

7.4 Escolha preliminar dos rolamentos

A escolha racional do tipo de rolamento para as condições de trabalho do redutor é


complexa e depende de uma série de factores tais como a potência do redutor, o tipo de
transmissão, as proporções entre as forças no engrenamento, a frequência de rotações
do anel interno do rolamento, o tempo de serviço exigido, o esquema de montagem e o
custo.
A pré-escolha do rolamento para cada veio do redutor faz-se na seguinte ordem:
1. Segundo a tabela 7.2, determina-se o tipo, a série e o esquema de montagem;
2. Escolhe-se o tipo e dimensões do rolamento pelo valor do diâmetro do anel
interno do rolamento “d”, que é igual ao diâmetro ”d2” e ”d4” nos escalões dos
veios do rolamento (ver as figuras 7.1 a ... d);
3. Transcrevem-se os parâmetros principais do rolamento:
- geométricos: d – diâmetro do anel interno;
D - diâmetro do anel externo;
B – largura do anel (para os rolamentos cónicos anotam-se as
dimensões axiais T e c);
- dinâmicos: Cr – capacidade de carga dinâmica;
C0 – capacidade de carga estática.

Tabela 7.2 – Escolha preliminar dos apoios


Veio Esquema
Ângulo de
Transmissão de ... Tipo de rolamento Série de
contacto
veloc. montagem
Radial de esferas de uma fila Média 1 (com um
-
para aw ≥200 mm (ligeira) apoio fixo)
Fa Ligeira 3, dois
Cilíndrica de Alta Para ≤ 0,25 - radial de (média) apoios
Rr
dentes α=11...16º fixos, veio
helicoidais esferas de uma fila;
para o tipo comprimido
Fa 7000
> 0,25 - De rolos cónicos,
Rr Ligeira
Baixa
do tipo 7000
De rolos cónicos, do tipo Ligeira α=11...16º 4, dois
7000 ou 27000, para n1<1500 (média) para o tipo apoios
Alta rpm 7000 fixos, veio
Radial-axial, de esferas, do α=25...29º estendido
Cónica tipo 46000, para n1≥1500 rpm para o tipo
De rolos cónicos, do tipo Ligeira 27000 3, dois
7000 α=26º para apoios
Baixa
o tipo fixos, veio
46000 comprimido

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Veio Esquema
Ângulo de
Transmissão de ... Tipo de rolamento Série de
contacto
veloc. montagem
Radial-axial, de esferas, tipo Média α=11...16º 2 (com um
46000; de rolos cónicos, do para o tipo apoio fixo)
tipo 27000; radial de esferas, 7000
de uma fila, para aw>160 mm α=25...29º
Alta
De rolos cónicos, do tipo para o tipo 3, dois
De parafuso 7000 ou radial-axial de 27000 apoios
sem-fim esferas, do tipo 36000, para α=12º para fixos, veio
aw≤ 160 mm o tipo comprimido
De rolos cónicos, do tipo Ligeira 36000;
7000 α=26º para
Baixa
o tipo
46000.

7.5 Composição do esboço do redutor

A composição do esboço do redutor determina as posições das rodas dentadas no


par do redutor, elementos da transmissão aberta e uniões dos veios relativamente aos
apoios. Nesta composição também se determinam os comprimentos entre os pontos de
aplicação das reacções nos apoios do veios de alta e baixa velocidade do redutor, “lalta”
(l ) e “lbaixa” (lT), respectivamente. Também se determinam as distâncias entre os pontos
de aplicação das forças dos elementos da transmissão aberta ou uniões de veios e o
ponto de aplicação da reacção no apoio mais próximo, que e designam “lab” (lo ) e “luni”
(lM), respectivamente. Entre parênteses apresentam-se os símbolos usados em alguns
desenhos.
A composição do esboço do redutor é feita a lápis numa folha de papel milimétrico
de formato A1/A2, na escala 1:1, ou utilizando meios informáticos equivalentes. Usam-se
linhas de contorno. A execução do esboço do redutor deve conter:
- a representação do esboço do redutor em duas projecções;
- tabelas de dimensões dos escalões dos veios, apoios e outras distâncias;
- legenda principal, forma 1 (figs. 7.2 ... 7.4, A1 ... A18, tab. 14.1 ... 14.2).

Projecto dos veios do redutor Rui V. Sitoe - 2006 16


Fig. 7.2 – Esboço do corpo redutor cilíndrico

A ordem recomendada para a composição do esboço do redutor é a seguinte:

1. Assinalam-se as disposições da projecção da composição segundo o esquema


cinemático do accionamento e as dimensões máximas das rodas dentadas;
2. Traçam-se linhas de projecção e as linhas de eixo dos veios. Nos redutores
cilíndricos e de parafuso sem-fim os eixos dos veios são traçados à distância
mútua igual à distância interaxial. Nos redutores cilíndricos os eixos são paralelos
e nos redutores de parafuso sem-fim os eixos são cruzados em 90º. Nos
redutores cónicos os eixos dos veios são concorrentes e fazem um ângulo de 90º
(nas transmissões ortogonais).
3. Desenha-se o par do redutor de acordo com os parâmetros geométricos obtidos

Projecto dos veios do redutor Rui V. Sitoe - 2006 17


como resultado do cálculo projectivo das transmissões (ver as figuras 7.2 ... 7.4):

a) para a roda dentada movida cilíndrica e pinhão: d1, d2, da1, da2, b1, b2 (v.
tabela de resultados do cálculo projectivo e a figura 7.5 a) );
b) para rodas dentadas cónicas e pinhão cónico: Re, de1, de2, δ1, δ2, hae=mte,
hf2 = 1,2⋅mte, b, b3 (v. tabela de resultados do cálculo projectivo e a figura
7.5 b) );
c) para rodas-coroas e parte roscada dos parafusos sem-fim: dw2, daM2, b2,
dw1, da1, df1, b1 e 2⋅δ (v. tabela de resultados do cálculo projectivo e a figura
7.5 c) );

4. Para evitar o contacto da superfície da roda dentada com a parede interna do


corpo do redutor durante o seu funcionamento, deve-se ter uma folga x = 8 ... 10
mm entre o contorno interno das paredes e os órgãos rodantes (superfícies das
engrenagens giratórias). A distância y desde o fundo do corpo do redutor até à
superfície inferior das rodas (ou do parafuso-sem-fim) deve ser y ≥ 4⋅x, para
todos os tipos de redutores. Os contornos dos corpos dos redutores cónicos
devem ser simétricos em relação ao eixo do veio de alta velocidade (fig. 7.3). O
O contorno real do corpo do redutor depende do esquema cinemático, das
dimensões das peças da transmissão, do método de transporte, lubrificação,etc.,
e faz-se durante a elaboração da composição final (de construção) do redutor
(figuras 10.5, 10.35...44, A1 ... A18)

5. Desenham-se os escalões utilizando as dimensões d e l dos veios obtidas do


cálculo projectivo dos veios (tabela 7.1) segundo os eixos marcados:

a) para o redutor cilíndrico (fig. 7.2): os escalões dos veios desenham-se em


sequência desde o 3º ao 1º; assim, o comprimento do 3º escalão l3 é
obtido construtivamente como distância entre paredes opostas do redutor
(ou seja, b1+x+x).
b) para redutores cónicos (fig. 7.3): os escalões do veio de baixa velocidade
desenham-se em sequência a partir do 5º escalão; assim, os
comprimentos dos 5º e 3º escalões (l5 e l3) são obtidos construtivamente; o
3º escalão, onde se monta a roda movida, deve estar no lado oposto à
saída do veio com uma carga em consola, de forma minimizar o
desequilíbrio na distribuição das forças pelos apoios. O desenho dos
escalões dos veios de alta velocidade depende da posição dos rolamentos
no 4º escalão: deve-se determinar o ponto de aplicação da reacção no
apoio do rolamento mais próximo do pinhão usando a grandeza lalta;
depois, indica-se a distância a2 ≥ 2,5⋅a1 (a1 é a distância do ponto de
aplicação da força resultante na engrenagem ao apoio mais próximo e a2 é
a distância entre apoios); depois acha-se o ponto de aplicação da reacção
no segundo rolamento e determina-se a posição do rolamento. Os
restantes escalões do veio de alta velocidade desenham-se de modo
similar aos escalões do veio de baixa velocidade.
c) para redutores de parafuso sem-fim/coroa (fig. 7.4): os escalões do veio
de baixa velocidade desenham-se em sequência, a partir do 3º escalão
até ao 1º escalão. O comprimento do 3º escalão obtém-se
construtivamente, como distância entre paredes opostas do redutor (l3),
que depende das dimensões do parafuso sem-fim. O desenho dos
escalões do veio de alta velocidade depende da posição dos 2º e 4º

Projecto dos veios do redutor Rui V. Sitoe - 2006 18


escalões, que se determina tendo em vista a construção dos rolamentos.
Estes escalões são posicionados de tal modo que, na face interna do
alojamento dos rolamento haja uma espessura S=(0,1 ... 02,)⋅D até à ao
contorno interno do corpo do redutor que se situa perto das extremidades
do dentes da roda-coroa. Este contorno é um arco que tem raio
R=0,5⋅daM2 + x. O diâmetro do alojamento para o rolamento depende da
dimensão do anel externo deste, que é extraído de tabelas de parâmetros
de rolamentos. Os outros escalões desenham-se de modo análogo aos
escalões do veio de baixa velocidade.

Fig. 7.5

6. No 2º e 4º escalões desenham-se os contornos dos rolamentos usando as


dimensões d, D, B (T,c para rolamentos de rolos cónicos) segundo o esquema de
montagem (ver a tabela 7.2). Para os rolamentos de rolos cónicos
1 D−d
h≈ ⋅ . Os contornos desenham-se com linha contínua grossa e as
3 2
diagonais cruzadas com linha contínua fina.

7. Determinam-se os comprimentos lalta e lbaixa entre os pontos de aplicação das


reacções nos rolamentos dos veios de alta e baixa velocidade, respectivamente.
A reacção radial R no rolamento considera-se aplicada no ponto de intersecção
entre a normal traçada a partir do ponto médio da superfície de contacto do anel
exterior com o corpo rodante e o eixo de rotação do veio (v. fig. 7.6). Se a
superfície de contacto entre o corpo rodante e o anel exterior estiver inclinada, o
ponto de aplicação da reacção no apoio localiza-se num plano diferente do plano
que contém os lugares geométricos dos pontos médios das linhas de contacto
entre os corpos rodantes e o anel externo do rolamento. Segundo o exposto:
a) para rolamentos radiais o ponto de aplicação da reacção está no plano
axial médio do rolamento; a distância entre apoios é determinada segundo
o esquema da figura 7.6 c) por: = L − B ;
b) para rolamentos radiais-axiais o ponto de aplicação da reacção está
deslocado do plano axial médio do rolamento; a distância “a” entre a face
do anel externo do rolamento e o ponto de aplicação da reacção pode ser
determinada usando as figuras 7.6 a) e b):

Projecto dos veios do redutor Rui V. Sitoe - 2006 19


d+D
a = 0,5 ⋅ B + ⋅ tgα - para rolamentos de esferas de contacto
2
angular unifilares
d+D
a = 0,5 ⋅ T + ⋅ e - para rolamentos de rolos, unifilares.
3

Onde: d, D, B, T – são diâmetros e larguras tabeladas do rolamento;


α - é o ângulo de contacto;
e – é o factor de carga axial (tabelado);

Para a montagem dos rolamentos no esquema 3 (fig. 7.6 a) ), em que os


rolamentos tendem a comprimir o veio (montagem em X) tem-se:

= L − 2⋅a

Para a montagem dos rolamentos no esquema 4 (fig. 7.6 b) ), em que os


rolamentos tendem a esticar o veio (montagem em O) tem-se:

= L + 2⋅a

Para montagem dos rolamentos segundo os esquema 2, a reacção do apoio


que é composto por um par de rolamentos radiais-axiais de uma fila
opostos, num dos lados (v. figs. 10.18, A6, A8)), está posicionada a meio
do par de rolamentos. O outro apoio é flutuante e só tem reacção na
direcção radial. A distância entre apoios vai da face do rolamento
flutuante às faces de junção dos rolamentos axiais-radiais mas é reduzida
no valor de meia largura do rolamento flutuante:

= L − 0,5 ⋅ B

8. Determinam-se os pontos de aplicação das forças em consola:

a) para transmissões abertas – a força dos ramais das correias ou da cadeia


sobre os veios (Fv ou Fab), força no engrenamento das transmissões por
rodas dentadas Ftab, Faab e Frab são consideradas como tendo o seu ponto
de aplicação a meio do comprimento do escalão da extremidade do veio
em que se monta o cubo da polia, roda estrelada ou roda dentada, a uma
distância lab do apoio mais próximo (figs. 7.2 ... 7.4); Os índices tab, aab e
rab indicam tangencial, axial e radial na transmissão aberta,
respectivamente;
b) a força da união Funi está aplicada entre as semi-uniões (figs. 10.1...10.3);
por isso, pode-se considerar que o ponto de aplicação da força Funi está
situado a uma distância luni do apoio mais próximo igual ao comprimento
em consola do veio, i.e., à distância que vai desde apoio dado à da face
na extremidade do veio (figs. 7.2 ... 7.4).

9. Colocam-se as dimensões necessárias na composição do esboço, preenche-se a


tabela e a legenda principal.
10. Compõe-se a tabela de resultados (tabela 7.3).

Projecto dos veios do redutor Rui V. Sitoe - 2006 20


8 . Esquemas de cálculos dos veios dos redutores.

As tarefas da composição dos esquemas de cálculo dos veios são:

1. Determinação das reacções radiais nos apoios dos veios de alta e baixa
velocidade;
2. Composição das equações dos momentos flectores e torsores;
3. Determinação das somas dos momentos flectores;
4. Composição do esquema de carga dos rolamentos.

Estas tarefas são desenvolvidas em duas etapas:

1) determinação das reacções nos apoios para os apoios pré-seleccionados: o


resultado desta etapa possibilita a execução do cálculo testador dos apoios.
2) determinação das reacções nos apoios escolhidos, em função dos momentos
flectores e torsores e dos esquemas de carregamento:
O resultado da 2ª etapa possibilita o cálculo testador dos veios à sua resistência.

8.1 – Determinação das reacções nos apoios

1. Desenham-se os eixos das coordenadas dos eixos para a orientação dos


vectores de forças e momentos.
2. Desenha-se o esquema de cálculo dos veios correspondente aos esquemas de
carregamento dos veios do redutor (fig. 6.4 ... 6.6).
3. Escrevem-se os dados de cálculo.

a) forças: - no engrenamento dos pares do redutor, no pinhão (ou parafuso


sem-fim) e rodas movidas – tangencial Ft, radial Fr e axial Fa.

- forças em consola: em transmissões abertas com elemento


flexível Fv (ou Fab) ou em pinhões de transmissões por
engrenamento Ft1, Fr1 e Fa1 e em uniões de veios Funi; (figs. 6.4 ...
6.6)

b) parâmetros geométricos: - distâncias entre os pontos de aplicação das


reacções nos apoios dos veios de alta e de baixa velocidade lalta e
lbaixa.

- distâncias entre os pontos de aplicação das forças em consola e


as reacções no apoio mais próximo, para as forças nos elementos
da transmissão e nas uniões de veios, lab (lv) e luni respectivamente
(figs. 7.2 ... 7.4);

- diâmetros dos cilindros primitivos do pinhão (parafuso sem-fim) ou


coroa – d1 e d2 (v. a tabela dos parâmetros da transmissão, 4.5, 4.8
ou 4.11);

4. Determinam-se as reacções nos apoios nos planos vertical e horizontal, para os


apoios pré-seleccionados;

Projecto dos veios do redutor Rui V. Sitoe - 2006 21


5. Calcula-se a resultante das reacções radiais, como soma geométrica das
reacções radiais calculadas para planos perpendiculares, utilizando fórmulas do
tipo R A = R Ax
2
+ R Ay
2
, onde Rax e Ray são as reacções radiais no apoio A nos
planos XOZ e YOZ (horizontal e vertical), respectivamente.

Projecto dos veios do redutor Rui V. Sitoe - 2006 22


Fig. 8.1

8.2 – Construção dos diagramas dos momentos flectores e torsores

1. Fazem-se cálculos para o plano vertical:


a. Determinam-se as reacções nos apoios escolhidos, em correspondência com
planos dos sistemas de forças (v. 11.3, p1);
b. Determinam-se os valores dos momentos flectores, em correspondência com
as direcções dos momentos flectores (v. 11.3, p2);.
c. Desenham-se os diagramas dos momentos flectores usando uma escala
para cada diagrama, mostrando os valores e a localização do momento
máximo e momentos em pontos singulares; a escala µ, em N⋅m/mm, é
escolhida de modo a ser conveniente para cada momento máximo que surge
no plano dado e o seu valor é anotado no diagrama (v. figs. 8.1 ... 8.4).

- forças em consola: em transmissões abertas com elemento flexível Fv (ou

Projecto dos veios do redutor Rui V. Sitoe - 2006 23


Fab) ou em pinhões de transmissões por engrenamento Ft1, Fr1 e Fa1 e em
uniões de veios Funi; (figs. 6.4 ... 6.6);

2. Fazem-se cálculos para o plano horizontal, segundo os procedimentos usados


para o plano vertical;
3. Determina-se o momento torsor no veio (ver a tabela de resultados do cálculo
cinemático do accionamento) e desenha-se o seu diagrama, usando uma escala.
O sinal escolhe-se em função do sentido do momentos torsor relativamente à
força tangencial Ft, quando visto a partir da extremidade em consola do veio de
alta velocidade;
4. Determina-se a resultante das reacções nos apoios (v. ponto 5 acima);
5. Calculam-se os momentos flectores resultantes para o as secções mais
carregadas dos veios por fórmulas do tipo M res = M x2 + M y2 , onde Mx e My são
aos momentos flectores nos planos XOZ e YOZ (horizontal e vertical),
respectivamente;
6. Compõem-se os esquemas de carga do apoios (v. 9.3);
7. Compõem-se as tabelas de resultados (figs. 8.1 ... 8.4).

Litter:
Transmissão Veio Tipo de rolamento Série Ângulo de Esquema
de ... contacto de
veloc. montagem
Cilíndrica de Alta Radial de esferas de uma fila Média - 1 (com um
dentes para aw ≥200 mm (ligeira) apoio fixo)
angulares
Fa Ligeira α=11...16º 3, dois
Para ≤ 0,25 - radial de (média) para o tipo apoios
Rr
7000 fixos, veio
esferas de uma fila;
comprimido

Baixa Fa Ligeira
> 0,25 - De rolos cónicos,
Rr
do tipo 7000
Cónica Alta De rolos cónicos, do tipo Ligeira α=11...16º 4, dois
7000 ou 27000, para n1<1500 (média) para o tipo apoios
rpm 7000 fixos, veio
estendido
Radial-axial, de esferas, do α=25...29º
tipo 46000, para n1≥1500 rpm para o tipo
27000
Baixa De rolos cónicos, do tipo Ligeira α=26º para 3, dois
7000 o tipo apoios
46000 fixos, veio
comprimido
De parafuso Alta Radial-axial, de esferas, tipo Média α=11...16º 2 (com um
sem-fim 46000; de rolos cónicos, do para o tipo apoio fixo)

Projecto dos veios do redutor Rui V. Sitoe - 2006 24


Transmissão Veio Tipo de rolamento Série Ângulo de Esquema
de ... contacto de
veloc. montagem
tipo 27000; radial de esferas, 7000
de uma fila, para aw>160 mm
De rolos cónicos, do tipo α=25...29º 3, dois
7000 ou radial-axial de para o tipo apoios
esferas, do tipo 36000, para 27000 fixos, veio
aw≤ 160 mm comprimido
Baixa De rolos cónicos, do tipo Ligeira α=12º para
7000 o tipo
36000;
α=26º para
o tipo
46000.

Tabela com colunas misturadas (merged):

Projecto dos veios do redutor Rui V. Sitoe - 2006 25

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