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Academia de Polícia Militar de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.
2
Curso de MBA em Serviços de Telecomunicações da UFF, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
3
Assessoria de Telecomunicações da Polícia Militar de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.
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adilson.prado@pmmg.mg.gov.br
2
cristiano.pereira@oi.net.br
3
cristiano.amaral@pmmg.mg.gov.br
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
A implantação de uma rede de telecomunicações em Segurança Pública deve priorizar o
sigilo e a eficiência no tráfego das informações na rede, seja no formato de áudio, dados ou
vídeo. Isso implica na adoção de parâmetros técnicos claros e objetivos para garantir que a
topologia da rede adotada permita tais resultados. Por exemplo, o tráfego de dados em uma
faixa de radiofreqüência que seja compartilhada com outras redes não apresenta-se de
maneira conveniente para um sistema de comunicação que por natureza se propõe adotar o
sigilo como ênfase de sua gênese. Em síntese, não se apresenta de modo recomendável
que uma rede de comunicação para Segurança Pública adote uma faixa de
radiofreqüências que seja comum ao público geral. Isso significa dizer que o tráfego de
dados na faixa de 2.4 GHz, por exemplo, amplamente utilizada para acesso de internet sem
fio, não é de interesse para o compartilhamento de canais de radiofreqüência em
Segurança Pública.
Além disso, a ausência do compartilhamento de radiofreqüência com o público em geral não
garante ao usuário de Segurança Pública o pleno sigilo das informações, contudo reduz a
probabilidade de interceptação dos dados. Tal fato ocorre em função da adoção de
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equipamentos específicos para se conectar à rede, definidos por linha de montagem, para
cada usuário do Sistema de Segurança Pública. Desse modo, a “sintonia acidental do
espectro” por usuários não autorizados e seus equipamentos domésticos, ou mesmo
clandestinos mal intencionados, é severamente atenuada.
Essa característica técnica promove um relativo aumento nos custos do projeto, uma vez
que parte dos equipamentos envolvidos na rede são fabricados sob medida para o usuário.
No entanto, deve-se observar que trata-se de uma rede pautada no sigilo, na segurança e
eficiência das comunicações, cujo retorno não será financeiro, mas social.
Deve-se ressaltar também que a determinação da faixa de radiofreqüência no projeto passa
ainda pela observação da banda de dados que deverão trafegar por essa rede. Logo, a
banda disponível por canal deverá comportar com ampla folga o fluxo de dados proposto
para essa rede. Para tanto, este critério é de fundamental importância para implantação de
uma rede voltada para Segurança Pública, pois o tráfego de voz/dados em nenhum
momento poderá ser superior a capacidade da rede. Este fato apresenta-se como uma
característica singular dos serviços de emergência (ITU-R V.573.4/2000), que recebem uma
designação internacional conhecida por Comunicações Críticas ou Missão Crítica (Mission
Critical).
Neste projeto, a faixa de radiofreqüência é definida também em função do alcance
desejado, disposição das estações, características geográficas e outros elementos comuns
nos enlaces de telecomunicações. Tal procedimento é concluído com a solicitação de
licenciamento e outorga das radiofrequencias junto à Agência Nacional de
Telecomunicações (ANATEL). A ANATEL aprecia o projeto submetido e publica no Diário
Oficial da União (DOU) a concessão de licenciamento em Ato Administrativo. Este
licenciamento representa a autorização desta Agência Reguladora para o funcionamento da
rede, e a outorga define os direitos e deveres dos responsáveis/usuários da radiofreqüência
perante a sociedade.
O licenciamento dos canais de uma faixa de radiofreqüência é realizado conforme disposto
na Lei Federal 9.472, de 17 de julho de 1997 - Lei Geral de Telecomunicações (LGT),
normas e resoluções técnicas específicas da ANATEL. Esse procedimento é comum tanto
para a iniciativa privada quanto para os Órgãos Públicos. Contudo, esse procedimento foge
à rotina quando são solicitados canais de uma faixa do espectro radioelétrico não
convencional para um determinado serviço. Por exemplo, a implantação de um enlace do
Serviço Limitado Privado (SLP) na parcela do espectro de radiofreqüência destinados à
enlaces do Serviço de Telefonia Fixa Comutada (STFC). Teoricamente, este suposto enlace
estaria infringindo os regulamentos e resoluções propostos. No entanto, o caráter
secundário do serviço e o interesse coletivo são valorizados, e sua autorização é avaliada.
Esse procedimento não convencional aplica-se nos projetos voltados para Segurança
Pública, uma vez que a determinação dos canais do espectro de radiofreqüência é realizada
segundo parâmetros técnicos corriqueiros, como topografia e banda de dados, como dito
anteriormente, acrescidos ainda das demandas por sigilo e eficiência necessários em
Comunicações Críticas.
Neste sentido, a Resolução da ANATEL n.º 104 não prevê a operação de sistemas de
telecomunicações digitais na configuração “ponto-multiponto” e estações móveis conforme
proposição do Sistema Integrado de Comunicações em Minas Gerais. Contudo, precede a
publicação deste documento licitatório o planejamento e a discussão com essa Agência
Reguladora dos procedimentos excepcionais para implementação dessa rede, uma vez que
toda a argumentação está pautada no interesse público e na coletividade.
Logo, o projeto dessa rede foi então encaminhado à ANATEL para apreciação, discussão e,
posteriormente, emissão do respectivo Ato de Autorização de Funcionamento deste enlace
de microondas para Segurança Pública em 4.9 GHz. Neste projeto específico foram
detalhadas as especificações de cada estação, tal como observado na transcrição a seguir:
Contudo, tais parâmetros técnicos ainda não são suficientes para o licenciamento dos
canais em 4.9 GHz, faz-se necessária ainda a descrição minuciosa de cada estação, desde
o sistema irradiante (antenas e linhas de transmissão), transceptores digitais, até a
eficiência espectral (ITU-R SM.328-11/2006). Para esse detalhamento, as informações
técnicas são encaminhadas à ANATEL por meio de formulários eletrônicos específicos
através de sua página da internet, no Sistema de Informações Técnicas para Administração
das Radiocomunicações (SITARWEB) disponível em http://sistemas.anatel.gov.br/stel.
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A utilização eficiente dos canais nesta faixa faz-se necessária em função das características
da rede, bem como a gestão racional do espectro (ITU-R SM.1046.2/2006). Do ponto de
vista do usuário licenciado, tais parâmetros possibilitam um índice maior Qualidade de
Serviço (QoS) e mais banda de dados disponível para tráfego de áudio e vídeo.
14.2.5 (...) compressão em MPEG-4, com taxa de 30 frames por segundo (60
fields) e resolução de 04 CIFs. Os equipamentos deverão suportar o padrão
H261 e/ou outro que consiga trafegar, em menor taxa, qualidade de vídeo igual
ou superior à supracitada.” [Edital do Pregão Presencial 200/2005, de 11 de
novembro de 2005]
Essa banda disponível, alocada em canais de 40MHz, favorece o fluxo de diferentes tipos
de pacotes, gerenciados em função dos padrões de rede adotados (IEEE 802.16.2/2004).
No SIC de Minas Gerais essa preocupação se fez presente em função da previsão do
tráfego de vídeo digital para a troca de imangens em as viaturas e a Central de
Coordenação e Controle.
3. LICENCIAMENTO DO PROJETO
A viabilidade técnica de licenciamento desse tipo de enlace de microondas apresenta-se
totamente corente com a realidade da gestão do espectro no âmbito internacional. Nesta
faixa de radiofreqüência, tanto na Europa (OFCOM, 2002) quanto nos Estados Unidos
(FCC, 2005), estão previstas as modalidades digitais para os serviços fixos e móveis:
5.442 In the bands 4825-4835 MHz and 4950-4990 MHz, the allocation to the
mobile service is restricted to the mobile, except aeronautical mobile,
service.[Tabela de freqüências da Comissão Federal Comunicações (FCC)
estadunidense, de 30 de setembro de 2005]
Além disso, a faixa de 4.4 GHz a 5 GHz possui no Reino Unido a alocação de canais
reservada para serviços prestados pelo Ministério da Defesa (MoD). Essa atribuição
especial para os serviços militares e de Segurança Pública pode ser constatada em
diferentes bandas de radiofreqüência na documentação técnica emitida pela FCC e outras
Agências Reguladoras internacionais. Para tanto, a Conferência de Radiocomunicação
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Mundial (WRC), em 2003, recomendou, entre outras, a faixa de 4440 a 4490 MHz para as
instituições de segurança por intermédio da Resolução 646 de 2003.
Seguindo essa diretriz, a ANATEL publicou no DOU, de 05 de abril de 2006, Ato
Administrativo n.º 57.228, de 30 de março de 2006, autorizando a Polícia Militar de Minas
Gerais exploração da faixa de radiofreqüência em 4.9 GHz. Para tanto, foi delega a essa
instituição a faixa de 4.950MHz a 4.990MHz, ou seja, 40MHz de banda para implantação de
um Sistema Integrado de Comunicações.
4. CONCLUSÕES
5. REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei Federal n.º 9.472 – Lei Geral de Telecomunicações, de 17 de julho de 1997,
art.131-137.
BRASIL. Agência Nacional de Telecomunicações. Resolução n.º 104 – Regulamento sobre
Canalizaçao e Condiçoes de Uso da faixa de 5 GHz, de 26 de fevereiro de 1999.
BRASIL. Agência Nacional de Telecomunicações. Formulário de Solicitação de Serviços de
Telecomunicações n.º 11, Descrição do Sistema n.º 165, Descrição das Estações n.º
104 - Sistema de Informações Técnicas para Administração das Radiocomunicações
(SITARWEB).
FCC (Agência Federal de Comunicações dos Estados Unidos) Tabela de Freqüência, de 30
de setembro de 2005.
MINAS GERAIS. Edital de Licitação Modalidade Pregão Presencial n.º 200, de 11 de
novembro de 2005.
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