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IX Semana de Engenharia da UFF

V Seminário Fluminense de Engenharia


Niterói, RJ, Brasil, 26-29 de novembro de 2007

ENLACE DE MICROONDAS PARA SEGURANÇA PÚBLICA:


DESAFIOS PARA O LICENCIAMENTO EM 4.9 GHZ.
1 2 3
Adilson de Oliveira Prado, Cristiano Pinto Pereira, Cristiano Torres do Amaral.

1
Academia de Polícia Militar de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.
2
Curso de MBA em Serviços de Telecomunicações da UFF, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
3
Assessoria de Telecomunicações da Polícia Militar de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.

1
adilson.prado@pmmg.mg.gov.br
2
cristiano.pereira@oi.net.br
3
cristiano.amaral@pmmg.mg.gov.br

RESUMO

Artigo que destaca os pontos relevantes para licenciamento de um enlace de microondas


na faixa de 4.9 GHz, interligando as principais Unidades de Defesa Social no Estado de
Minas Gerais, em especial, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Para tanto, o texto
discute as etapas percorridas para o licenciamento e outorga de blocos de radiofreqüência
em 4.9 GHz junto à Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), em um
procedimento de caráter excepcional.

Palavras-chave: Licenciamento, Microondas, Segurança Pública.

1. INTRODUÇÃO
A implantação de uma rede de telecomunicações em Segurança Pública deve priorizar o
sigilo e a eficiência no tráfego das informações na rede, seja no formato de áudio, dados ou
vídeo. Isso implica na adoção de parâmetros técnicos claros e objetivos para garantir que a
topologia da rede adotada permita tais resultados. Por exemplo, o tráfego de dados em uma
faixa de radiofreqüência que seja compartilhada com outras redes não apresenta-se de
maneira conveniente para um sistema de comunicação que por natureza se propõe adotar o
sigilo como ênfase de sua gênese. Em síntese, não se apresenta de modo recomendável
que uma rede de comunicação para Segurança Pública adote uma faixa de
radiofreqüências que seja comum ao público geral. Isso significa dizer que o tráfego de
dados na faixa de 2.4 GHz, por exemplo, amplamente utilizada para acesso de internet sem
fio, não é de interesse para o compartilhamento de canais de radiofreqüência em
Segurança Pública.
Além disso, a ausência do compartilhamento de radiofreqüência com o público em geral não
garante ao usuário de Segurança Pública o pleno sigilo das informações, contudo reduz a
probabilidade de interceptação dos dados. Tal fato ocorre em função da adoção de
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equipamentos específicos para se conectar à rede, definidos por linha de montagem, para
cada usuário do Sistema de Segurança Pública. Desse modo, a “sintonia acidental do
espectro” por usuários não autorizados e seus equipamentos domésticos, ou mesmo
clandestinos mal intencionados, é severamente atenuada.
Essa característica técnica promove um relativo aumento nos custos do projeto, uma vez
que parte dos equipamentos envolvidos na rede são fabricados sob medida para o usuário.
No entanto, deve-se observar que trata-se de uma rede pautada no sigilo, na segurança e
eficiência das comunicações, cujo retorno não será financeiro, mas social.
Deve-se ressaltar também que a determinação da faixa de radiofreqüência no projeto passa
ainda pela observação da banda de dados que deverão trafegar por essa rede. Logo, a
banda disponível por canal deverá comportar com ampla folga o fluxo de dados proposto
para essa rede. Para tanto, este critério é de fundamental importância para implantação de
uma rede voltada para Segurança Pública, pois o tráfego de voz/dados em nenhum
momento poderá ser superior a capacidade da rede. Este fato apresenta-se como uma
característica singular dos serviços de emergência (ITU-R V.573.4/2000), que recebem uma
designação internacional conhecida por Comunicações Críticas ou Missão Crítica (Mission
Critical).
Neste projeto, a faixa de radiofreqüência é definida também em função do alcance
desejado, disposição das estações, características geográficas e outros elementos comuns
nos enlaces de telecomunicações. Tal procedimento é concluído com a solicitação de
licenciamento e outorga das radiofrequencias junto à Agência Nacional de
Telecomunicações (ANATEL). A ANATEL aprecia o projeto submetido e publica no Diário
Oficial da União (DOU) a concessão de licenciamento em Ato Administrativo. Este
licenciamento representa a autorização desta Agência Reguladora para o funcionamento da
rede, e a outorga define os direitos e deveres dos responsáveis/usuários da radiofreqüência
perante a sociedade.
O licenciamento dos canais de uma faixa de radiofreqüência é realizado conforme disposto
na Lei Federal 9.472, de 17 de julho de 1997 - Lei Geral de Telecomunicações (LGT),
normas e resoluções técnicas específicas da ANATEL. Esse procedimento é comum tanto
para a iniciativa privada quanto para os Órgãos Públicos. Contudo, esse procedimento foge
à rotina quando são solicitados canais de uma faixa do espectro radioelétrico não
convencional para um determinado serviço. Por exemplo, a implantação de um enlace do
Serviço Limitado Privado (SLP) na parcela do espectro de radiofreqüência destinados à
enlaces do Serviço de Telefonia Fixa Comutada (STFC). Teoricamente, este suposto enlace
estaria infringindo os regulamentos e resoluções propostos. No entanto, o caráter
secundário do serviço e o interesse coletivo são valorizados, e sua autorização é avaliada.
Esse procedimento não convencional aplica-se nos projetos voltados para Segurança
Pública, uma vez que a determinação dos canais do espectro de radiofreqüência é realizada
segundo parâmetros técnicos corriqueiros, como topografia e banda de dados, como dito
anteriormente, acrescidos ainda das demandas por sigilo e eficiência necessários em
Comunicações Críticas.

2. DESCRIÇÃO DO ENLACE DE MICROONDAS


O projeto de um enlace digital no modelo de Comunicações Críticas tem por finalidade
implementar um Sistema Integrado de Comunicações (SIC) para Segurança Pública. Em
Minas Gerais, a licitação na modalidade de Pregão Presencial Internacional n.º 200/2005
assim descreve essa rede de telecomunicações de maneira sucinta:

2.1.1 Rede de Comunicação de dados, voz e imagens, com a tecnologia de


Rádio Digital, operando na faixa de 4.9 GHz (...)
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2.1.2 As redes Ponto-a-Ponto e Ponto-Multiponto deverão permitir a demanda


de tráfego de dados em alta velocidade, voz sobre IP, imagens e agregação de
canais E1 (...) [Grifo nosso - Edital do Pregão Presencial Internacional n.º
200/2005, de 11 de novembro de 2005].

Observa-se no texto em epígrafe o destaque para a faixa de “4.9 GHz” e “Ponto-Multiponto”


para as redes que deverão compor este sistema integrado de telecomunicações. No
entanto, em 4.9 GHz faixa do espectro radioelétrico e a modalidade do serviço são
regulamentados pela ANATEL para outra finalidade. O Anexo à Resolução da ANATEL n.º
104, de 26 de fevereiro de 1999, estabelece a canalização deste segmento do espectro de
radiofreqüência e assim descreve seu procedimento padrão para licenciamento:

Art. 1° Este Regulamento tem por objetivo estabelecer a canalização e as


condições de uso da faixa de 4400 MHz a 5000 MHz, por sistemas digitais de
radiocomunicação do serviço fixo conforme definido no Regulamento de
Radiocomunicações da UIT (S1.20), com capacidade de transmissão de 140
Mbit/s e de 155 Mbit/s em aplicações ponto-a-ponto. [Grifo nosso – Resolução
da ANATEL n.º 104, de 26 de fevereiro de 1999]

Neste sentido, a Resolução da ANATEL n.º 104 não prevê a operação de sistemas de
telecomunicações digitais na configuração “ponto-multiponto” e estações móveis conforme
proposição do Sistema Integrado de Comunicações em Minas Gerais. Contudo, precede a
publicação deste documento licitatório o planejamento e a discussão com essa Agência
Reguladora dos procedimentos excepcionais para implementação dessa rede, uma vez que
toda a argumentação está pautada no interesse público e na coletividade.
Logo, o projeto dessa rede foi então encaminhado à ANATEL para apreciação, discussão e,
posteriormente, emissão do respectivo Ato de Autorização de Funcionamento deste enlace
de microondas para Segurança Pública em 4.9 GHz. Neste projeto específico foram
detalhadas as especificações de cada estação, tal como observado na transcrição a seguir:

12.10.7 No caso de todas as Estações Nodais, dos Equipamentos do Backbone


e das Estações Terminais com tráfego (mínimo previsto) superior a 2 Mbps (...)”
[Edital do Pregão Presencial 200/2005, de 11 de novembro de 2005]
13. (...) será obrigatório o uso de equipamentos (rádios) que se conectem “sem
visada direta” (NLOS), e que possuam pelo menos quatro tipos de modulação
ortogonal (OFDM), automaticamente adaptativas às necessidades de cada
enlace de 4,9 GHz.” [Edital do Pregão Presencial 200/2005, de 11 de novembro
de 2005]

Contudo, tais parâmetros técnicos ainda não são suficientes para o licenciamento dos
canais em 4.9 GHz, faz-se necessária ainda a descrição minuciosa de cada estação, desde
o sistema irradiante (antenas e linhas de transmissão), transceptores digitais, até a
eficiência espectral (ITU-R SM.328-11/2006). Para esse detalhamento, as informações
técnicas são encaminhadas à ANATEL por meio de formulários eletrônicos específicos
através de sua página da internet, no Sistema de Informações Técnicas para Administração
das Radiocomunicações (SITARWEB) disponível em http://sistemas.anatel.gov.br/stel.
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No entanto, por tratar-se de um procedimento não convencional, algumas informações


relevantes não constam desses formulários padronizados, e por isso devem ter um
tratamento especial. Por exemplo, o “range” mínimo de potência das estações deve ser
discutido para previsão de futuros compartilhamentos ou interferências nos canais
adjacentes. Para isso não existem campos específicos nos formulários da web para
inclusão dessas informações. Esta argumentação também se aplica para outros itens da
rede que devem ser discutidos formalmente com a Agência Reguladora.
Nesta discussão, a capacidade do enlace de microondas deve prever também a
configuração de diferentes divisões de capacidade de tráfegos de upstream e downstream.
Essa característica possibilita a eficiência espectral desejada, sendo condicionada pela
Agência Reguladora, uma vez que permite a gerência da rede de modo eficiente. Para o
projeto do SIC em Minas Gerais esse parâmetro foi proposto da seguinte maneira:

1.1.1 Possuir eficiência espectral mínima de 2.5 bps/Hz para a faixa de


freqüência de 4.9 GHz, para cada tipo de modulação/largura espectral, dentro
do raio máximo de cobertura da célula. [Edital do Pregão Presencial 200/2005,
de 11 de novembro de 2005

A utilização eficiente dos canais nesta faixa faz-se necessária em função das características
da rede, bem como a gestão racional do espectro (ITU-R SM.1046.2/2006). Do ponto de
vista do usuário licenciado, tais parâmetros possibilitam um índice maior Qualidade de
Serviço (QoS) e mais banda de dados disponível para tráfego de áudio e vídeo.

14.2.5 (...) compressão em MPEG-4, com taxa de 30 frames por segundo (60
fields) e resolução de 04 CIFs. Os equipamentos deverão suportar o padrão
H261 e/ou outro que consiga trafegar, em menor taxa, qualidade de vídeo igual
ou superior à supracitada.” [Edital do Pregão Presencial 200/2005, de 11 de
novembro de 2005]

Essa banda disponível, alocada em canais de 40MHz, favorece o fluxo de diferentes tipos
de pacotes, gerenciados em função dos padrões de rede adotados (IEEE 802.16.2/2004).
No SIC de Minas Gerais essa preocupação se fez presente em função da previsão do
tráfego de vídeo digital para a troca de imangens em as viaturas e a Central de
Coordenação e Controle.

3. LICENCIAMENTO DO PROJETO
A viabilidade técnica de licenciamento desse tipo de enlace de microondas apresenta-se
totamente corente com a realidade da gestão do espectro no âmbito internacional. Nesta
faixa de radiofreqüência, tanto na Europa (OFCOM, 2002) quanto nos Estados Unidos
(FCC, 2005), estão previstas as modalidades digitais para os serviços fixos e móveis:

5.442 In the bands 4825-4835 MHz and 4950-4990 MHz, the allocation to the
mobile service is restricted to the mobile, except aeronautical mobile,
service.[Tabela de freqüências da Comissão Federal Comunicações (FCC)
estadunidense, de 30 de setembro de 2005]

Além disso, a faixa de 4.4 GHz a 5 GHz possui no Reino Unido a alocação de canais
reservada para serviços prestados pelo Ministério da Defesa (MoD). Essa atribuição
especial para os serviços militares e de Segurança Pública pode ser constatada em
diferentes bandas de radiofreqüência na documentação técnica emitida pela FCC e outras
Agências Reguladoras internacionais. Para tanto, a Conferência de Radiocomunicação
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Mundial (WRC), em 2003, recomendou, entre outras, a faixa de 4440 a 4490 MHz para as
instituições de segurança por intermédio da Resolução 646 de 2003.
Seguindo essa diretriz, a ANATEL publicou no DOU, de 05 de abril de 2006, Ato
Administrativo n.º 57.228, de 30 de março de 2006, autorizando a Polícia Militar de Minas
Gerais exploração da faixa de radiofreqüência em 4.9 GHz. Para tanto, foi delega a essa
instituição a faixa de 4.950MHz a 4.990MHz, ou seja, 40MHz de banda para implantação de
um Sistema Integrado de Comunicações.

4. CONCLUSÕES

Neste contexto, verifica-se que a implantação de um enlace digital de microondas voltado


para a Segurança Pública pode adotar parâmetros técnicos diferenciados. Esses critérios
buscam enfatizar a eficiência da rede adotando recursos não usuais.
Os recursos técnicos definidos para implantação do enlace de 4.9 GHz em Minas Gerais
visavam manter essa rede de dados preventivamente imune à ruídos e interferências, além
de dificultar a interceptação do tráfego de dados por estações clandestinas. Desse modo, a
operação do enlace será realizada em uma faixa de radiofreqüência com um razoável
afastamento espectral (ITU-R SM.1046.2/2006) dos canais com ampla utilização pelos
provoderes de internet sem fio e outros serviços de telecomunicações.
Além disso, as redes de telecomunicações voltadas para Segurança Pública receberam um
tratamento especial, uma vez que seu perfil técnico e finalidade de operação contemplam o
interesse público em sua plenitude. Tais enlaces de microondas podem promover o acesso
em banda larga de dados primordiais para as atividades de policiamento ostensivo, seja na
modalidade fixa ou móvel. Este acesso digital permitirá consultas em tempo de real de
áudio, dados e vídeo nos locais de ocorrência de crimes, bem como a identificação por
vídeo de criminosos, consulta e certificação digital de documentos, etc.
Destarte, o licenciamento excepcional na faixa de 4.9 GHz para o enlace digital de
microondas em Minas Gerais demonstra a viabilidade técnica de implantação de projetos
semelhantes em outras faixa de radiofreqüências, por outros Órgãos nacionais que
exerçam atividades voltadas para a Segurança Pública ou Defesa Nacional. Este tratamento
diferenciado poderia ainda se estender para outras esferas da sociedade que também
possuem o interesse público como essência de sua atividade, como a educação e saúde.
Trata-se, portanto, de um precedente que poderá favorecer universidades, escolas técnicas
ou hospitais na adoção de enlaces digitais de microondas mais confiáveis, mesmo que
sejam em faixas de radiofreqüência não convencionais.

5. REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei Federal n.º 9.472 – Lei Geral de Telecomunicações, de 17 de julho de 1997,
art.131-137.
BRASIL. Agência Nacional de Telecomunicações. Resolução n.º 104 – Regulamento sobre
Canalizaçao e Condiçoes de Uso da faixa de 5 GHz, de 26 de fevereiro de 1999.
BRASIL. Agência Nacional de Telecomunicações. Formulário de Solicitação de Serviços de
Telecomunicações n.º 11, Descrição do Sistema n.º 165, Descrição das Estações n.º
104 - Sistema de Informações Técnicas para Administração das Radiocomunicações
(SITARWEB).
FCC (Agência Federal de Comunicações dos Estados Unidos) Tabela de Freqüência, de 30
de setembro de 2005.
MINAS GERAIS. Edital de Licitação Modalidade Pregão Presencial n.º 200, de 11 de
novembro de 2005.
IX Semana de Engenharia da UFF
V Seminário Fluminense de Engenharia

OFCOM (Agência Reguladora de Comunicações do Reino Unido) Tabela de Alocação de


Freqüência n.º 12, 2002. pp.120.
IEEE (Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrôncios) R-802.16.2. Coexistência de
Sistemas de Acesso Wireless em Banda Larga, 2004.
ITU (União Internacional de Telecomunicações) - Recomendação SM.328-11. Espectro e
Largura de Banda de Emissões, 2006.
ITU - Recomendação SM.1046.2. Definição de eficiência e uso do Espectro em Sistemas de
Rádio, 2006.
ITU - Recomendação V.573.4. Vocabulário de Radiocomunicação, 2000.
WRC (Conferência de Radiocomunicação Mundial). Resolução 646 Proteção Pública e
Desastres, 2003.

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