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O manual, constitui uma colectânea das Licções lectı́vas da disciplina de Espectroscopia. Foi
colectado com o objectivo de ajudar o estudante do curso de Fı́sica da Universidade Eduardo
Mondlane durante o estudo independente. Todos os conteúdos podem ser encontrados na
bibliografia sugerida no final de cada capı́tulo.
I Conceitos Gerais 7
1 Introdução à Espectroscopia 9
1.1 Princı́pios de Fı́sica Quântica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.1.1 Mecanismos de interacção radiação-matéria . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.1.2 Regras de seleção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.1.3 Aproximação de Born-Oppenheimer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.2 Tipos de Espectroscopia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.3 Grandezas e Unidades Espectroscópicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3 Espectroscopia Rotacional 31
3.1 Classificação de Moléculas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.2 Rotação de Moléculas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.3 Espectros de Moléculas Diatómicas Rı́gidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.3.1 Energia rotacional de moléculas diatómicas rı́gidas . . . . . . . . . . . . . 33
3
4 CONTEÚDO
4 Espectroscopia Vibracional 43
Este manual embora apresente traços das técnicas de expressão escrita dos orga-
nizadores, o seu conteúdo deve levar crédito dos autores das bibliografias usa-
das. é uma colectânea das aulas teóricas e práticas, distribuı́das conforme as
licções desta disciplina. Para compôr devidamente os fundamentos básicos dos
quatro quatro capı́tulos da espectroscopia molecular, baseiou-se explicitamente
em seis livros que se encontram em texto onde alguns textos, gráficos e tabe-
las foram obtı́das em artigos on-line por serem ilustrativos, seguindo o plano
analı́tico da disciplina de espectroscopia. Não obstante, alguns erros gráficos,
sequenciais, etc, existem e ficam ao critério do leitor. O objectivo é garantir
suporte aos estudantes que frequentam a disciplina de espectroscopia no depar-
tamento de Fı́sica da Universidade Eduardo mondlane, com vista a entenderem
as posições no espectro electromagnético destes tipos de espectroscopia, isto é, as
informações analı́ticas das energias em que elas se manifestam e suas apliacações;
o que permitirá ao estudante aprimorar o seu perfil académico nesta disciplina.
Almejamos quebrar as barreiras de idioma que estão sujeitos os estudantes de
expressão portuguesa nesta matéria.
6 CONTEÚDO
Parte I
Conceitos Gerais
7
Capı́tulo 1
Introdução à Espectroscopia
Os efeitos das interações da radiação electromagnética com a matéria definem o que a partir
de já consideraremos como espectroscopia. O termo é epistemologicamente um hı́brido, de
“espectro” e “ scopia” que significa “observar espectro”. Visto que, a palavra observar envolve
não só olhar, mas analisar, a Espectroscopia pode ser definida como:
“Um conjunto de técnicas de análise dos efeitos resultantes da interação da
radiação electromagnética com a matéria.”
Por isso, como disciplina, a espectroscopia é basicamente experimental, baseada na análise
da absorção e emissão da radiação electromagnética por átomos ou moléculas. Porém cada
processo experimental possui um principio fı́sico que envolve um conjunto de teorias e modelos.
Em espectroscopia, quase todo o espectro electromagnético é usado para estudar a matéria,
este estudo consiste principalmente na análise dos efeitos de absorção e emissão de energia em
cada região de interesse deste mesmo espectro electromagnético.
n2
λ=G (1.1)
n2 − 4
onde: G = 3645, 5 Angstron e n 2 < n > ∞
9
10 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO À ESPECTROSCOPIA
Em 1913, Niels Bohr associou a energia de uma onda electromagnética com o movimento
do electrão dentro de átomo (átomo de hidrogénio), Bohr assumiu que, “ n” está associado aos
nı́veis de energia que o electrão pode ocupar. Tal que, se a energia de qualquer estado for:
Z 2 µe4
1
En = − 2 2 (1.2)
8h ε0 n2
Estes nı́veis, devem ser estacionários para que o átomo seja estável, se o electrão transitar de
um nı́vel para o outro absorveria ou emitiria uma energia resultante da diferença das energias
dos estados posterior e anterior correspondente um comprimento de onda especı́fico, daquela
transição. Para que um electrão transite de um estado para o outro, deve ser pertubado, sem
alterar as suas propriedades. Para tal, o electrão deve interagir com uma onda electromagnética.
Embora tomamos em conta que, a propagação de energia através do espaço, pode ser corpus-
cular ou ondulatória, são as propriedades ondulatórias das radiações electromagnéticas que são
do nosso interesse.
• A existência de linhas espectrais agudas emitidas por átomos ou moléculas após terem
sido previamente excitados.
1.1. PRINCÍPIOS DE FÍSICA QUÂNTICA 11
Para entender com boa precisão o processo de absorção do ponto de vista de interesse em
espectroscopia, consideramos a visão quântica do processo de absorção.
Por outro lado, as teorias clássicas de absorbância, em parte, explicam um ponto interes-
sante, em relação a capacidade de materiais de absorver a radiação electromagnética. Conhecida
como lei de Beer-Lambert, estabelece que:
A = εCd (1.3)
Einstein considerou átomos tendo dois nı́veis de energia, α e β , com energias Eβ > Eα .
Os estados são ocupados de acordo com a lei de distribuição de partı́culas de Boltzmann com
probabilidades:
Eα
−
P (α) = g(α)e kT (1.4)
Eβ
−
P (β) = g(β)e kT (1.5)
Einstein propôs que um átomo excitado fará uma transição para um estado mais baixo
através de um processo que chamou de emissão espontânea. A taxa da população dos estados
mais baixos, varia relativamente à diminuição da população dos estados de maior energia. Logo
tem-se;
dNβ
= −Nβ Aβα 1 (1.6)
dt
De acordo com a mecânica classica, um oscilador absorve ou emite energia dependendo de
sua fase em relação a força impulsiva. Consequentemente, Einstein sustentou que um campo de
radiação obriga um átomo no estado de energia superior a fazer uma transição para um estado
inferior com uma taxa proporcional a densidade de radiação incidente, um processo que chamou
1
Coeficiente de Einstein para emissão
12 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO À ESPECTROSCOPIA
de emissão estimulada. A taxa da população dos estados mais baixos, varia relativamente à
diminuição da população dos estados de maior energia. Logo tem-se;
dNβ
= −Nβ ρ(υ̃)Bβα (1.7)
dt
A taxa da população numa absorção (induzida)é por analogia a emissão induzida dada
como:
dNβ
= Nβ ρ(υ̃)Bβα 2 (1.8)
dt
A lei de conservação de energia requer que a luz, normalmente na forma de um único fotão,
tenha uma energia igual à diferença de energia entre os estados final e inicial. Mas, como é
possı́vel saber quais foram os estados ocupados pelo electrão?
Para cada estado atómico, a fı́sica quântica define expressões especı́ficas, chamadas de regras
de selecção, das quais as representações irredutı́veis podem ser aplicadas.
Regras de selecção são previsões da Mecânica quântica das quais nı́veis de energia de
um sistema atômico ou molecular irão participar de uma transição espectral (de um nı́vel para
o outro). Para determinar estas previsões, parte-se de:
Segundo a Mecânica quântica, nunca tem-se certeza que o electrão está no estado A ou B.
Para resolver esse contratempo, Schroedinger propôs que o movimento de um electrão submetı́do
a um potencial obedece a seguinte equação:
~2 2 ∂ψ(~r, t)
− ∇ ψ(~r, t) + V (~r, t)ψ(~r, t) = i~ (1.9)
2m ∂t
A função ψ(~r, t) é chamada função de onda do electrão. O quadrado do módulo desta função,
indica a probabilidade de encontrarmos o electrão entre um intervalo de tempo e espaço numa
posição entre ~r e d~r.
A probabilidade de encontrarmos o electrão em um ponto do espaço deve ser unitária, de
acordo com o conceito clássico de probabilidade. Neste caso, devemos impôr a ψ(~r, t) a seguinte
condição, como condição de normalização:
Z
ψ(~r, t)0 ψ(~r, t)dr = 1 (1.10)
2
Coeficiente de Einstein para absorção
1.2. TIPOS DE ESPECTROSCOPIA 13
A Equação 1.10 é válida para uma partı́cula. Tendo em conta a sua natureza dual, De Broglie
propôs a seguinte equação que relaciona a natureza ondulatória e corpuscular da radiação
electromagnética:
pλ = h (1.11)
~
∆xi ∆pi > (1.12)
2
~
∆ti ∆pi > (1.13)
2
transição pode-se adoptar uma técnica especı́fica para analisar a interacção da radiação com a
matéria.
Como ilustra a figura 1.1, os processos moleculares e seus agregados, em relacção as suas
técnicas, acabam ficando associados a cada região espectral. Contudo, não é regra, pois existem
outras técnicas espectroscôpicas que, embora envolvam absorção ou emissão de energia, não
estão linearmente ligados à uma dada região especı́fica, tais como:
• Espectroscopia de Massa;
• Espectroscopia Beta;
• Espectroscopia de Mossbouer;
• etc
Figura 1.2: Unidades do comprimento de onda nas diferentes regiões espectrais [2]
1
υ̃ = [cm−1 ] (1.15)
λ
Este exprime o número de ondas que existem em cada centı́metro do percurso da radiação.
Será necessário, frequentemente, converter os valores numéricos de energia, frequência ou com-
primento de onda em unidades do número de onda, isto é, em unidades espectroscópicas. A
tabela de conversão é apresentada a seguir.
15
16 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO À ESPECTROSCOPIA
Bibliografia
[2] Hollas, J. M. (2004). Modern Spectroscopy. (4th ed.). Chichester: John Wiley/Sons.
Capı́tulo 2
A análise de espectros é como descodificar uma informação, para tal pode-se, experimental-
mente, usar instrumentos que transduzem a informação fornecida pelas amostras e seus agre-
gados (partı́culas, átomos e moléculas) numa imagem (espectros).
um espectro pode ser, também, interpretado em função da energia dos estados permitidos
(estados nos quais o electrão pode ocupar).
Queremos entender nesta unidade, como a energia dos estados pode ser usado na interpre-
tacção dos estados; quais são os instrumentos usados e como é feita a descodificação. Contudo,
é preciso tomar sempre em conta que; experimentalmente, segundo Prof. Maurı́cio Santos da
UFP - Brasil, a determinação da estrutura molecular de uma substância complexa desconhe-
cida é tarefa difı́cil até mesmo para analistas experientes e a literatura apresenta centenas de
casos de revisões feitas após uma reanálise das estruturas aceitas.
Ni ∆E
= exp[− ] (2.1)
Nj kT
17
18 CAPÍTULO 2. TRATAMENTO TEÓRICO DE ANÁLISE DE ESPECTROS
Mas, há degeneração dos estados, isto é, existem vários estados que possuem a mesma
energia. A multiplicidade de cada estado energético, gi , é o número de estados com energia Ei .
Tomando isso em conta, a relaa̧ão entre a população dos estados será;
∆E
Ni = gi Nj exp[− ] (2.2)
kT
Considera-se como sinal à informação útil para um sistema (ex:circuı́to). No caso do sinal espec-
tral, trata-se de uma informação que dá detalhes sobre a estrutura interna de uma substância,
quando esta interage com a radiação electromagnética. Qualquer informação indesejada, inútil,
ou nociva, introduzida involuntariamente no sistema, é considerada ruı́do.
Tome nota que; o ruı́do é resultado do uso de amplificadores electrónicos que magnificam
o sinal produzido pelo detector. De facto, o ruı́do está associado a cada componente de um ins-
trumento, ou seja, a todos os elementos que processam o sinal. Por exemplo, num instumento
electrónico de corrente contı́nua a razão sinal-ruı́do é definido como sendo o quociente
entre o valor médio e o desvio padrão. Por estarmos a analisar moléculas, há que consi-
derar o ruı́do quı́mico, que é resultado das variáveis que afectam o sistema quı́mico, tais como
temperatura, pressão etc.
2.2. SINAL ESPECTRAL 19
Espectrômetros são usados para obtenção de dados que serão posteriormente analisados. Os
primeiros instrumentos espectroscópicos foram desenvolvidos para uso na região visı́vel e foram
chamados de instrumentos ópticos. Esse termo tem sido extendido para incluir instrumentos
planejados para as regiões do ultravioleta e infravermelho.
Métodos espectroscópicos ópticos são baseados nos fenômenos de absorção, fluorescência, dis-
persão, emissão e quimiluminescência. Espectroscópios ou espectrômetros tı́picos apresentam
cinco compônentes;
1. Fonte estável de energia radiante responsável por fornecer uma informação analı́tica
2. Porta-célula
4. Processador da resposta
É um conceito impreciso, pode ser definido de forma arbitrária (varia de instrumento para
outro) e depois utilizado como uma medida de calibração espectral. Contudo, o poder de
20 CAPÍTULO 2. TRATAMENTO TEÓRICO DE ANÁLISE DE ESPECTROS
resolução determina o quão bom é o sinal espectral obtido. Em espectroscopia podemos defini-
lo pelo número de linhas espectrais e pela amplitude do intervalo de frequências de onda de
cada banda.
Para alguns casos, pode-se determinar a resolução a partir de largura de meia altura do es-
pectro. Para o pico de maior altura determina-se o deslocamento, ou largura que corresponde a
meia altura, logo teremos a chamada largura de meia altura ou seja Full Widh at half maximum
(FwHM) dada pela expressão:
F wHM
R= (2.3)
x
Onde: x é a abcissa da altura máxima entre dois pontos, x1 e x2 , correspondem a origem e
extremo da largura de meia altura.
Alargamento natural
Os nı́veis de energia de um átomo e os comprimentos de onda que ele pode absorver são apenas
os mais prováveis, sendo que na realidade um pequeno intervalo de comprimentos de onda
podem ser absorvidos ou emitidos: este intervalo é chamado ”largura de onda”.
distribuição de Boltzmann.
Nn gn ∆E
= exp[− ] (2.4)
Nm gm kT
Com a variação da população dos estados devido a processos de emissão e absorção resulta
numa linha espectral natural dada como:
32π 3 υ 3
∆υ≥ 3
| Rnm |2 (2.5)
(4πε0 )3hc
Onde,| Rnm |2 é a probabilidade de transição, que torna-se nula para transições proibidas e
unidade para transições permitidas.
Os movimentos aleatórios das moléculas dentro de um gás podem causar desvios do compri-
mento de onda emitido (ou absorvido) pelas moléculas que se aproximam ou afastam, resultando
no alargamento da linha espectral. Este alargamento depende da velocidade média quadrática
das moléculas do gás, que é directamente proporcional à raiz quadrada da temperatura abso-
luta. Tal que, se um átomo viaja a uma velocidade νa , e υ a sua frequência estacionária na sua
transição; a nova frequência devido a percepção da sua velocidade, será:
υ
υa = νa (2.6)
1−
c
E a caracterı́stica da sua largura espectral será:
r
va 2kT ln2
∆υ = (2.7)
c m
As perturbações causadas nos nı́veis de energia de uma molécula, pela interacção com outras
moléculas, átomos ou iões que passam próximo ou colidem, levam a molécula a absorver com-
primentos de onda um pouco diferentes dos usuais. Este alargamento depende da frequência
das colisões moleculares, que é directamente proporcional à pressão do gás. Em nı́veis abaixo
dos 30 km, na atmosfera da terra, a largura das linhas de absorção é bastante determinada pelo
alargamento devido a colisões. A caracterı́stica para um determinado tempo de colisão τ será:
1
∆υ = (2.8)
2πτ
22 CAPÍTULO 2. TRATAMENTO TEÓRICO DE ANÁLISE DE ESPECTROS
Neste caso, as linhas espectrais se desdobram (Efeito Zeeman normal) devido ao alinhamento
do momento magnético associado ao átomo ou paralelo ou anti-paralelo à indução magnética
externa.
Quando se discute a intensidade do sinal espectral deve-se ter em conta três factores:
• A população atómica dos estados energéticos: se existem dois nı́veis nos quais é
possı́vel a transição para uma terceira é igual, a intensidade do sinal espectral será maior
naquele que tiver maior população inicialmente.
Constitui uma forma alternativa de identificar, descrever e analisar sinais que é complementar
da análise no tempo. Uma das formas de transladar o espectro de frequências de um sinal
em banda básica é multiplicá-lo por uma portadora senoidal (sinal de janela), vice-versa. A
integral desta operação é conhecida como Transformada de Fourier e dada por:
Z ∞
h(t) = H(ω)eiωt dω = F [H(ω)] (2.9)
−∞
Tomando as equações (2.9) e (2.10), geralmente a função que representa o sinal é uma função
real, e o espectro toma o complexo; tal que;
Z ∞ Z ∞ Z ∞
−iωt
H(f ) = h(t)e dt = h(t)cos(ωt) dt − i h(t)sin(ωt) dt (2.11)
−∞ −∞ −∞
Z ∞ Z ∞
h(t)cos(ωt) dt − i h(t)sin(ωt) dt = Fcos {h(t)} − iFsin {h(t)} = |H(f )|eiθ(f ) (2.12)
−∞ −∞
Onde; Fcos {h(t)} e Fsin {h(t)} são cosseno transformada e seno transformada, respectivamente.
|H(f )| é a amplitude do espectro e dada por;
q
|H(f )| = |Fcos {h(t)}|2 + |Fsin {h(t)}|2 (2.13)
1. Convolução de sinais
Nota: Qualquer uma das funções pode ser atrasada no tempo. visto que, a operação da
convolução é um produto escalar, logo pode-se comutar a operação.
24 CAPÍTULO 2. TRATAMENTO TEÓRICO DE ANÁLISE DE ESPECTROS
Exemplo didáctico
Solução: x(t) é uma função rectangular de amplitude igual a unidade e h(t) é uma função
impulso no intervalo dado. as duas podem ser representadas graficamente como ilustra a Figura
2.3.
A cada instante de tempo t, o sinal y(t) é a área do sinal que é obtido da multiplicação de
x(τ ) por h(t-τ ). Note que, integrando-se em τ , deve-se realizar em h uma inversão seguida de
um deslocamento em t. tal que;
Figura 2.3(a): Sinais de x(τ ) e h(-τ ) [1] Figura 2.3(b): Sinais de x(τ ) e h(t-τ ) [1], [2]
2.3. LEITURA ESPECTRAL 25
É especialmente notável que, para t≤0 e t≥3 não haverá intersessão. Portanto, é necessário
fazer um varimento temporal do sinal janela. logo;
∞ t
t2
Z Z
Y (t) = x(τ )h(t − τ ) dτ = 1.(t − τ ) dτ = (2.17)
−∞ 0 2
Z ∞ Z 1
1
Y (t) = x(τ )h(t − τ ) dτ = 1.(t − τ ) dτ = (2.18)
−∞ 0 2
Finalmente, para 2≤ t≤ 3 obtém-se;
Actividade Didática I
2. Correlação de sinais
Observe que, neste caso, não se faz o rotate(espelho) da função da nova variável.
A função resposta, pode ser obtida graficamente, usando o mesmo método empregue na con-
volução (Varimento do sinal).
Avaliação de Diagnôstico I
26
2.3. LEITURA ESPECTRAL 27
Bibliografia
[1] Higuti, Ricardo Tokio; Kitano, Cláudio.(2003). Sinais e Sistemas. Ilha Solteira – SP:
DEE-FEIS-UNESP.
[3] Hollas, J. M. (2004). Modern Spectroscopy. (4th ed.). Chichester: John Wiley/Sons.
[4] Gauglitz, G.; Vo-Dinh, T. (2003). Handbook of Spectroscopy. Weinheim: Wiley VCH.
Fundamentos de Espectroscopia
Molecular
29
Capı́tulo 3
Espectroscopia Rotacional
As moléculas podem ser classificados em função dos seus respectivos valores de momento de
inércia. O momento de inércia de uma molécula em qualquer dos três eixos em relação ao
centro de gravidade.
Convencionalmente, se consideramos três eixos cujos momentos de inércia são: a,b e c, total-
mente perpendiculares entre si. Podemos descrever a classificação geométrica destas moléculas
tal que;
31
32 CAPÍTULO 3. ESPECTROSCOPIA ROTACIONAL
As moléculas, cuja disposição dos seus átomos é linear, devem possuir, Ib = Ic e Ia é muito
menor, e por aproximação assume-se que seja nulo.
As moléculas, cuja disposição dos seus átomos é é segundo um ângulo qualquer, há que acres-
centar, detalhes do tipo de geometria a que pertecem, tal que;
I = µr2 (3.1)
Onde “µ” e “r” são a massa reduza e a distância entre os átomos, respectivamente.
A energia rotacional será dada como:
P2
Erot = (3.2)
2I
Obviamente, substituindo o momento angular quâtizado, chega-se a;
~2
EJ = J(J + 1)Joules (3.3)
2I
34 CAPÍTULO 3. ESPECTROSCOPIA ROTACIONAL
Onde; J é o número quântico rotacional e pode tomar valores tais que; J = 0, 1, 2, 3, ... A
energia dos nı́veis rotacional poderá ser escrita de acordo com a expressão:
EJ = BJ(J + 1) (3.4)
Considere uma molécula, cujo único movimento seja a rotação, de modo que possamos avaliar
a ocorrência de uma transição “pura” envolvendo apenas nı́veis quânticos rotacionais. Essa
molécula em rotação, não produzirá um campo magnético oscilante, a não ser que, tenha um
momento bipolar permanente. Se tiver, a rotação irá gerar um campo electromagnético osci-
lante da ordem do campo oscilante da radiação e, assim a radiação e a molécula irão interagir.
• 4J = ±1
Uma molécula que absorve radiação na regiaão do microondas, apresentará linhas de abr-
sorção semelhantes às da molécula de Oxisulfato de carbono.
A intensidade das linhas rotacionais depende da população do estado de menor energia de uma
transição. A população N do J-ésimo nı́vel em relação ao estado fundamental é obtida a partir
da lei de distribuição de Boltzmann, considerando, para este caso a multiplicidade dos estados,
têm-se;
NJ ∆E
= (2J + 1)exp(− ) (3.5)
N0 kT
Onde, (2J + 1) significa degeneração dos nı́veis. Esta degeneração surge devido a presença
dos campos eléctricos. A população será máxima para valores de J = Jmax .
É notavel que, quanto menor for a temperatura a população relativa atingirá valores maiores
para numeros quanticos rotacionais maximos menores.
A prática experimental demonstra que, os valores experimentais e teóricos das freqências ab-
sorvidas ou emitidas por moléculas e seus agregados são comummente diferentes. O fenómeno,
deve-se à distorção que as moléculas estão sujeitas durante a sua rotação, visto que as moléculas
não são completamente rı́gidas.
A molécula em rotação é distorcida à medida que os átomos em rotação sofrem um tipo
de força centrı́fuga, como nós sentirı́amos em um carrossel girando rapidamente. Essa força
contribui para um leve alongamento da distância de ligação entre átomos.
36 CAPÍTULO 3. ESPECTROSCOPIA ROTACIONAL
Dessa forma, este estiramento (alongamento ou comprensão) da ligação serve para diminuir
a energia total do estado rotacional. Assim, num espectro rotacional, a distorção centrı́fuga é
observada como uma diminuição das distâncias entre as linhas adjacentes.
Considerando o efeito estiramento, visto que as moléculas não são completamente rı́gidas; a
energia dos nı́veis rotacionais será:
mh4
D= (3.7)
32π 4 I 3 k
Na realidade, devido ao efeito estiramento, as linhas do espectro rotacional não ficam mais
separadas por 2B, isto é, serão valores que equivalem à separação entre as linhas espectrais
(2B), mas que depreciam-se quanto maior for o valor de J.
3.5. EFEITO DE SUBSTITUIÇÃO ISOTÓPICA 37
Quando um átomo é substituı́do pelo seu isótopo, ocorrendo contudo, a mudança da massa
total, consequentemente o momento de inércia e a constante rotacional também mudam.
Considere por exemplo, a primeira linha de absorção de monóxido de carbono (12 C 16 O) marcada
a 3.84235cm−1 enquanto que para o seu isótopo (12 C 18 O) surge em 3.67337cm−1 . Teremos
imediatamente que;
B I0 µ0
= = (3.8)
B0 I µ
Os espectros de moléculas poliatómicas também devem ser classificados em função dos seus res-
pectivos valores de momento de inércia. O momento de inércia de uma molécula em qualquer
dos três eixos em relação ao centro de gravidade. Isso significa que a geometria da molécula
está relacionada à forma do espectro.
Considere que para rotores simétricos a partir da energia rotacional clássica pode-se
deduzir a expressão de energia rotacional que depende do número quântico rotacional.
Onde; K é o componente do momento angular total numa única direcção( ex: eixo a) e
pode assumir valores tal que; K = 0, 1, ..±J
Consideramos um rotor rı́gido, a energia dos estados rotacionais para moléculas de geometria
simétrica de polos alongados será:
Onde, K 2 < 0.
3.6. ESPECTROS DE MOLÉCULAS POLIATÓMICAS 39
A energia dos estados rotacionais para moléculas de geometria simétrica de polos alongados
com efeito estiramento, será:
A molécula deve ter momento bipolar permanente e para cada valor de J é associada 2J+1
valores de K.
Para moléculas não lineares
Para K > 0
Para moléculas lineares
∆J = 0, ±1 e ∆K = 0
∆J = ±1 e ∆K = 0
Para K=0
∆J = ±1 e ∆K = 0
Note que:
Para um dado J quanto maior for o valor de K, Maior será a energia em MPA.
Para um dado J quanto maior for o valor de K, Manor será a energia em MPC.
veja, o que isso significa na figura 3.7:
Figura 3.7: Niveis de energias rotacionais para moléculas (a) alongadas (b) achatadas [3]
40 CAPÍTULO 3. ESPECTROSCOPIA ROTACIONAL
[1] Higuti, Ricardo Tokio; Kitano, Cláudio.(2003). Sinais e Sistemas. Ilha Solteira – SP: DEE-
FEIS-UNESP.
[3] Hollas, J. M. (2004). Modern Spectroscopy. (4th ed.). Chichester: John Wiley/Sons.
[4] Gauglitz, G.; Vo-Dinh, T. (2003). Handbook of Spectroscopy. Weinheim: Wiley VCH.
[6] Banwell, C. (1983). Fundamentals of Molecular Spectroscopy. (3rd ed.). London: McGraw-
Hill Book Company.
41
42 BIBLIOGRAFIA
Capı́tulo 4
Espectroscopia Vibracional
• Lineares: 3N-5
43
44 CAPÍTULO 4. ESPECTROSCOPIA VIBRACIONAL
passar outras, essas frequências formam um espectro vibracional que caracteriza cada amostra
gasosa, lı́quida ou mesmo em estado sólido.
As vibrações moleculares se comportam como oscilações harmônicas ou amortecidas, nas
quais o movimento dos átomos é governado pela frequência normal de vibração definida por;
s
1 k
υosc = (4.1)
2π µ
De acordo com a Mecânica Quântica a energia de um oscilador quântico, será dada como;
p̂2 1
Ĥ = + mω 2 x̂2 (4.2)
2m 2
1
Ĥ|v >= + ν ~ω|v > (4.3)
2
4.1. VIBRAÇÕES PURAS DE MOLÉCULAS 45
então:
1
Eν = + ν ~ω (4.4)
2
• Este caso, apresenta uma restrição de transição, mesmo para moléculas que possuem um
dipolo oscilante, existe uma regra que deve ser rigorosamente aplicada ao caso harmônico,
que ocorre transição apenas para o estado quântico vibracional mais próximo, isto é; as
transições só são permitidas, se e somente se;
∆ν = ±1
Nestas condições, é importante salientar que, a lei de Hook introduz-nos que a energia po-
tencial de um oscilador harmônico varia de forma parabólica. Assim sendo, pode-se representar
para vibrações naturais o seguinte espectro.
Experimentalmente, os valores das energias vibracionais, nem sempre comprovam a teoria. Para
temperaturas muito maiores que 0K nos átomos ou moléculas a energia absorvida não mais obe-
dece a lei que governa um oscilador harmônico, porque na realidade os niveis vibracionais não
são igualmente espaçados, a distância entre eles diminui como o aumento do némero quântico
vibracional.
A partir da equação 4.4 Pretende-se buscar uma expressão de energia tendo em conta a depre-
ciação das frequências espaciais. Recore-se então, ao formalismo matemático, para qualquer
função que expressa uma pertubação que tende ao infinito, pode ser desenvolvida em série,
dependeno do tipo na qual ela se enquadra.
A ideia clássica da energia de vibração na equação 4.2 nos remete que, a função de hamilton
é uma expressão quadráctica. Logo, no caso quântico, a equação 4.4 deve ser desenvolvida em
série de potência, recorrendo a série de Maclaurin obtém-se:
Lembre-se que a série de Mac-Laurin é a série de Taylor mas, analı́tica em (0) e dada como:
+∞ n
X x
f (x) = f (n) (0) (4.5)
n=0
n!
Logo, para o caso em questão têm-se:
2 3
1 1 1 1 1 1
f (ν)≈ ν+ + ν+ + ν+ (4.6)
1! 2 2! 2 3! 2
A expressão obtida por aproximação, nos leva a expressão da energia dos estados vibracionais
não harmônicos;
n 2
1 1 o
Eν = ~ωe ν+ − χe ν + (4.7)
2 2
Onde; ωe é a frequência de oscilação e χe é o coefeciente de anharmonicidade deve sempre
positivo. Podendo ser negativo nas ordens superiores.
O sinal negativo do termo deve-se ao facto de, os nı́veis de energia experimentais mostram
que a separação dos niveis vibracionais sucessivos não é constante, mas decresce suavemente
com o crescimento do número quântico vibracional.
ωe2
De ∼
= (4.9)
4ωe χe
Experimentalmente, a energia de dissocição é mensurada relativamente a partir do estado
fundametal, e é designada , cujo valor é a soma de todas as frequências absorvidas até a
dissociação atómica, tal que;
48 CAPÍTULO 4. ESPECTROSCOPIA VIBRACIONAL
(1 − 2χe )
D0 ∼
= ωe (4.10)
4χe
Como introduzido anteriormente, á temperaturas maiores que 0K parte das moléculas vibram
em estados excitados, e a população relativa é dada pela lei de distribuição de Boltzman. No
entanto, as de acordo com a regra de seleção, as primeiras três transições serão as mais intensas
e que correspondem apenas para absrorção serão:
• Identificação de moléculas (ou dos grupos funcionais) na base das vibrações fundamentais
caracterı́sticas;
Quando uma determinada molécula executa os dois movimentos combinados, de facto, a energia
total do sistema, será a soma dos termos das energias totais dos dois movimentos. Tal que;
50 CAPÍTULO 4. ESPECTROSCOPIA VIBRACIONAL
As regras de seleção para transições puramente rotacionais e puramente vibracionais são ainda
válidas para movimentos mistos, usualmente de absorção;com excepção da moléculas de NO
que possui permissões para que ocorra transições rotacionais de nı́veis 0 para 0’, de 1 para
1’...(transições centrais). Contudo;