Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
1. Introdução
1
Doutor em História pela Universidade Estadual Paulista de Franca (UNESP) e Pós-Doutor pela Escola de
Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP). Professor Adjunto da Escola de Direito,
Turismo e Museologia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
2
Doutor em Direito pela PUC-MG, mestre em Direito pela UFMG, especialista em Gestão Pública pela UFOP e
bacharel em Direito pela UFOP. Professor de Direito da Escola de Direito, Turismo e Museologia da
Universidade Federal de Ouro Preto.
Diante deste retrospecto inicial, emergem as seguintes problemáticas: Como a
descentralização política e o planejamento participativo se representam na práxis cotidiana
dos brasileiros? Como os aparatos legais e os fundamentos da ética se imbricam na construção
dos reais interesses de nossa sociedade? Essas questões, com se sabe, são complexas e não
possuem uma única resposta correta. Contudo, é possível lançar luzes sobre a compreensão
dessas questões de forma propositiva. É este desafio que é assumido nesta oportunidade de
diálogo interdisciplinar sobre os pressupostos teóricos das possibilidades de dar respostas
adequadas à participação cidadã nas atividades de planejamento das políticas públicas diante
de suas dificuldades.
A relação entre autonomia privada e autonomia pública é redimensionada uma vez que
não há prevalência de uma sobre a outra, mas, ao contrário, uma profunda relação de
interdependência. É necessário, portanto, que o Estado proveja mecanismos institucionais de
participação do cidadão na formação da vontade política. E isso inclui as atividades de
planejamento das políticas públicas. A participação dos agentes racionais (cidadãos) nos
espaços públicos é fundamental para legitimar o planejamento das atividades articuladas e
propostas pelos gestores públicos.
O grande desafio, portanto, é pensar na estrutura procedimental capaz de abrigar as
diversas opiniões e perspectivas dos cidadãos canalizando a discussão de forma que se possa
formar uma vontade catalizadora dos desejos sociais e, ao mesmo tempo, acolher, de forma
respeitosa, as vontades individuais e/ou setoriais que por ventura não forem contempladas no
processo de planejamento das políticas públicas.
Planejamento e participação na formação da vontade política exigem uma mudança no
próprio conceito de democracia. É, neste ponto, que democracia deixa de ser representativa e
passa a ser deliberativa. Com Habermas (2004, p. 292) “de fato, a autocompreensão
normativa da política deliberativa exige para a comunidade jurídica um modo de coletivização
social; (...)”. A viabilidade procedimento de participação do cidadão no planejamento das
políticas públicas restaura a dimensão ética dentro das relações sociais, especialmente na
percepção das dimensões pública e privada. Primeiro porque trabalha numa perspectiva
intersubjetiva onde o cidadão não é um agente isolado da comunidade na qual está inserido.
Segundo porque a procedimentalização da participação do cidadão na formulação da política
pública traz consigo a noção de responsabilidade. Assim, as ideias de intersubjetividade e a
responsabilidade revestem a participação no planejamento da política pública da eticidade
própria e necessárias as relações sociais no âmbito do Estado Democrático de Direito.
Referências
BONAVIDES, Paulo. Teoria Geral do Estado. 8ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2010.
COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. São Paulo:
Saraiva, 1999.
CRUZ, Rita de Cássia. Política de turismo e território. São Paulo: Contexto, 2000.
HOLANDA, Sergio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
STRECK, Lenio Luiz; MORAIS, José Luis Bolzan de. Ciência Política e Teoria do Estado.
5º Ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006.
ZADSNAJDER , Luciano. Ética, estratégia e Comunicação: Na passagem modernidade à
pós-modernidade. São Paulo: FGV, 1999.