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[MATÉRIA: DIREITO PENAL II – PROFESSORA TALITA PONTES] Aula 01

❖ CONCURSO DE PESSOAS NA PRÁTICA DE CRIMES

1. INTRODUÇÃO
▪ CRIME UNISSUBJETIVO (ou de concurso eventual) = é o que pode ser praticado tão somente por um
agente (homicídio, furto, evasão de divisas, gestão temerária de entidade financeira etc...).
Exemplo: João, sozinho, pode praticar os crimes de homicídio, roubo, extorsão, etc...
Legislador não exige pluralidade de agentes.
▪ CRIME PLURISSUBJETIVO (ou de concurso necessário) = é o que exige necessariamente o concurso de
várias pessoas (quadrilha ou bando, rixa etc...).
Exemplo: João, sozinho, jamais praticará o crime de associação criminosa. (Art. 288, CP)
Legislador exige pluralidade de agentes (no mínimo 3).
Primeira coisa a entender: A teoria do Concurso de pessoas só tem interesse nos delitos unissubjetivos, pois nos
plurissubjetivos a reunião de pessoas emana do próprio tipo penal.

2. CONCEITO
Concurso de Pessoas = Reunião de vários agentes concorrendo, de forma relevante, para a realização do mesmo
evento, agindo com identidade de propósitos.
- Cooperação pode ocorrer em fases diversas (planejamento até consumação)
- Cooperação pode ocorrer em intensidade variável (razão pela qual é valorada de acordo com a contribuição de
cada um dos agentes para o sucesso da campanha criminosa.)
- Apuração da intensidade → bastante dificultada → investigação → lida com organizações criminosas → ações
delituosas complexas e bem estruturadas → composição hierarquizada → regra da “lei do silêncio” entre os
membros.

3. REQUISITOS
São 4:
A) Pluralidade de agentes e condutas: Embora todos se dediquem para o sucesso da empreitada, nem
sempre o fazem em condições idênticas. Enquanto alguns ingressam no núcleo do tipo, outros se
dediquem a funções paralelas, auxiliando os primeiros. Em todos os casos, a atuação reunida dos
agentes contribui de alguma forma para a cadeia causal, fazendo com que os vários agentes
concorrentes respondam pelo crime.
B) Relevância causal das condutas: Apesar de imprescindível a pluralidade de condutas, só essas
circunstância não é o bastante para caracterizar o concurso de pessoas. É preciso que cada uma das

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condutas empreendidas tenha relevância causal. Agente pratica → ato sem eficácia causal → não há
concurso de pessoas.
C) Liame subjetivo entre os agentes: Necessário que todos os agentes atuem conscientes de que estão
reunidos para a prática da mesma infração → Dispensa prévio ajuste → pode ser concomitante →
jamais posterior. Na falta de vinculo psicológico → desnatura concurso de pessoas → configura autoria
colateral (estudos mais adiante).
D) Identidade de infração penal: Todos devem contribuir para a mesma infração penal (previamente
determinado e escolhido pelos agentes).

ATENÇÃO!
Prestar auxílio → após prática do crime → responde por favorecimento pessoal (Art. 348, CP) ou
favorecimento real (Art. 349, CP).
Adquirir bem → resultante de crime (produto do crime) → responde por crime de receptação (Art. 180, CP).

4. CAUSALIDADE FÍSICA E PSÍQUICA

a. Causalidade Física/Material = Ação/Ato de auxílio para se chegar ao resultado final que é o crime ou
ato delituoso.
b. Causalidade Psíquica = Vontade e/ou a consciência de realização do ato delituoso.

A solução para o intricado caso do concurso de pessoas está intimamente ligada à teoria adotada
com relação ao nexo de causalidade. Como o Direito Penal pátrio adotou a TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DAS
CONDIÇÕES.

Crime = Fato Típico + Antijurídico + Culpável


Elementos do Fato Típico = Conduta + Resultado + Nexo Causal + Tipicidade.
Nexo Causal = art.13, CP = Adota a TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DAS CONDIÇÕES.

TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DAS CONDIÇÕES = considera-se causa do crime todas as condutas


antecedentes à consumação do crime (comissivas ou omissivas) que de alguma forma contribuíram para
produção de seu resultado, sendo todas equivalentes em grau de valor.
Todas as causas concorrentes para o acontecimento do fato criminoso, de acordo com a teoria da
equivalência dos antecedentes causais, põem-se no mesmo nível de importância, equivalendo-se em seu
valor.

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Ou seja, causa é toda a conduta cuja hipotética supressão na cadeia de eventos impediria a
ocorrência do fato criminoso.
Buscando aprimorar essa teoria, visto que todos que contribuíram para o resultado, respondiam da
mesma maneira, a doutrina começou a dizer que é necessário, além da causalidade material, também, a
adesão consciente e voluntária tanto na ação comum como, também, no resultado final pretendido pelo
autor principal.
EXEMPLO: Cita-se como exemplo o criado que objetivando favorecer a prática de um furto na casa
do seu patrão, deixa a porta da frente aberta, mas o ladrão, usando uma chave falsa, pratica o furto
entrando pela porta dos fundos; ou, então, o mesmo criado, por negligência, deixa aberta a porta da casa
durante a noite, favorecendo, inconscientemente a prática de um furto.
No primeiro caso, a sua conduta de nada serviu ao autor do furto, posto que não teve eficácia
causal. Já no segundo, a conduta do criado teve eficácia causal, mas faltou, contudo, o elemento subjetivo,
de vez que não aderiu voluntária e conscientemente a ação do marginal, não sendo, portanto, puníveis, em
nenhum dos casos, a conduta do criado.

✓ Todos os concorrentes do evento ilícito responderão pela mesma infração penal?

Temos 3 teorias discutindo a infração penal, em tese, cometida por cada concorrente:

I. Teoria Monista (unitária ou igualitária)


Pela teoria Monista, o crime, ainda que praticado por várias pessoas em colaboração, continua único e
indivisível. Assim, todo aquele que concorre para o crime, causa-o na sua totalidade e por ele responde
integralmente, de vez que o crime é o resultado da conduta de cada um e de todos indistintamente. Não se
distinguindo, portanto, entre as várias categorias de pessoas, autor, partícipe, instigador, cúmplice etc. Todos
são considerados autores ou co-autores do crime.
Por uma questão de política criminal, houve por bem o legislador, em estabelecer que todos os
participantes do crime são autores dele, evitando, assim, uma série de questões que poderiam, naturalmente,
decorrer das definições de autores, partícipes, participação necessária, auxilio necessário, auxilio secundário
etc.

II. Teoria Dualista


Consoante esta teoria, nos casos de condutas delituosas praticadas em concurso existem dois crimes:
um para aqueles que realizam o verbo, a atividade principal ou a conduta típica propriamente dita emoldurada
no ordenamento jurídico, ditos autores e outro para aqueles que desenvolvem uma atividade secundária no

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evento delituoso sem conformar a sua conduta com a figura nuclear descrita no tipo objetivo, são os ditos
partícipes.
Existe no crime uma ação principal praticada pelo autor que executa o verbo da figura típica e uma ação
secundária, portanto acessória, que é praticada pelos partícipes que são as pessoas que integram o plano
criminoso, instigam ou auxiliam o autor a cometer o delito sem, contudo, desenvolver um comportamento
central, executivamente típico.

III. Teoria Pluralista


Por esta teoria, a pluralidade de agentes corresponde um real concurso de ações distintas e, por
conseguinte, uma pluralidade de delitos. Assim, cada participante contribui com uma conduta própria, com um
elemento psicológico próprio existindo, pois, tantos crimes quantos forem os participantes do fato delituoso.
Cada agente envolvido comete um crime próprio, autônomo.
A maior falha apontada para esta teoria, reside no fato de que as condutas de cada um dos envolvidos
no crime não são e nem podem ser consideradas autônomas de vez que convergem para uma ação única com
objetivo e resultado comum.
Esta teoria foi adotada pelo Código Penal ao tratar do aborto, pois quando praticado pela gestante, esta
incorrerá na pena do art. 124, se praticado por outrem, aplicar-se-á a pena do art. 126. O mesmo procedimento
ocorre na corrupção ativa e passiva.

✓ Mas afinal de contas, qual a Teoria adotada pelo nosso Código Penal?

Analisando o art. 25 do CP, chegamos a conclusão que a teoria adotada pelo Código Penal de 1940 foi a
TEORIA MONISTA, ao estatuir no seu art. 25 que “quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas
penas a este cominadas”.
A reforma penal de 1984, ao estabelecer no art. 29 que “quem, de qualquer modo, concorre para o
crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade”, dá o entender que continua
agasalhando a teoria Igualitária, posto que, a par da lei anterior, dispôs haver um só crime e que todos por ele
respondem.
Todavia, sensível as constantes críticas e, sobretudo a decisões manifestamente injustas em face da
teoria monista, o legislador andou bem ao procurar regras precisas para abrandar seus rigores distinguindo a
punibilidade de autoria e participação; aproximando a teoria monista a teoria dualista.
Esta teoria foi adotada pelo Código Penal ao tratar do aborto, pois quando praticado pela gestante, esta
incorrerá na pena do art. 124, se praticado por outrem, aplicar-se-á a pena do art. 126. O mesmo procedimento
ocorre na corrupção ativa e passiva.

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5. FORMAS DE PRATICAR O CRIME QUANTO AO SUJEITO

5.1. Autoria (Animus auctoris)


Ausência de expressa definição legal → Função da Doutrina essa definição → surgindo inúmeras teorias
→ tema nada pacífico → por conta dessa pluralidade.

As Teorias podem ser reunidas em 2 grupos:


A. Unitárias: não diferencia autor de partícipe.
B. Diferenciadoras: Faz distinção entre os dois sujeitos.

Vejamos quais são elas:


1. Teoria Subjetiva ou Unitária: Não distingue autor e partícipe → autor todo aquele que contribui
para produção do resultado.
2. Teoria Extensiva: Igualmente não distingue autor e partícipe → estabelece graus diversos de
autoria → com previsão de causas de diminuição → conforme relevância da sua contribuição.
3. Teoria Objetiva ou Dualista: Diferencia autor de partícipe.
3.1. Objetivo-Formal: Autor → quem realiza o núcleo do tipo penal – Partícipe → Quem concorre de
alguma forma para o crime.
3.2. Objetivo- Material: Autor → quem contribui objetivamente de forma mais efetiva1 para a
ocorrência do resultado → não, necessariamente, realiza o núcleo do tipo penal – Partícipe →
Quem concorre de forma menos relevante para o crime, ainda que a conduta consists na
realização de um núcleo do tipo.
4. Teoria do Domínio do Fato: Expoente: HANS WELZEL → Surge no final da década de 30 → Surgiu
para diferenciar autor de executor do crime → logo concilia a teoria objetiva + teoria subjetiva →
para essa concepção → Autor: é quem controla finalisticamente o fato, quem decide a sua forma de
execução, seu início, cessação, etc → Partícipe: é aquele que colabore DOLOSAMENTE para o
alcance do resultado, não exerça domínio sobre a ação.

Com esse desdobramento → é preciso definir “quem tem o controle final do fato”.

(i) Aquele que – por sua vontade – executa o núcleo do tipo. (Autor propriamente dito)
(ii) Aquele que planeja a empreitada criminosa para ser executada por outras pessoas (autor
intelectual)

1
Conceito aberto e sem definição ainda.

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(iii) Aquele que se vale de um não culpável ou de uam pessoa que atua sem dolo ou culpa para
executar o tipo, utilizada como seu instrumento (autor mediato – vamos estudar mais pra
frente).

ATENÇÃO!

Essa Teoria tem aplicação APENAS nos crimes dolosos → justificativa: pois no crime dolo, eu tenho
consciência/vontade de praticar o ato → há voluntariedade no resultado → por isso admite-se que se
tenha o controle finalístico do fato criminoso → Já o delito culposo → o resultado é involuntário → logo
não é possível ser dominado finalisticamente pelo agente.

✓ Qual a teoria adotada pelo CP na definição de autor do crime?

Conforme interpretação do art. 29, CP + item 25 da Exposição de Motivos do CP, a teoria adotada foi a Teoria
Objetivo – Formal.
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua culpabilidade.

25. Ao reformular o Título IV, adotou-se a denominação "Do Concurso de Pessoas", decreto
mais abrangentes, já que a co-autoria não esgota as hipóteses do concursus delinquentium. O

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Código de 1940 rompeu a tradição originária do Código Criminal do Império, e adotou neste
particular a teoria unitária ou monística do Código italiano, como corolário da teoria da
equivalência das causas (Exposição de Motivos do Ministro Francisco Campos, item 22). Em
completo retorno à experiência passada, curva-se, contundo, o Projeto aos critérios dessa
teoria, ao optar, na parte final do artigo 29, e em seus dois parágrafos, por regras precisas que
distinguem a autoria de participação. Distinção, aliás, reclamada com eloqüência pela doutrina,
em face de decisões reconhecidamente injustas.

EX: João + Antonio → combinam furto → João: Subtrai → Antonio: Vigia → João: Autor → Antônio:
Partícipe → Art. 29, CP (por ser uma norma de extensão pessoal) é imprescindível para garantir a
punição de Antônio → Caso contrário, Antônio não seria punido por falta de adequação legal.

OBS: Os Tribunais Superiores e a Doutrina adotam a Teoria do Domínio do Fato.

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