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O DIVÓRCIO - Mt 19.1-12

Anos atrás um jornalista fez uma pergunta bastante simples, mas, profunda. A pergunta: "Ainda
resta alguém na terra que não ouviu um amigo, um filho, homem ou uma mulher descrever a agonia do
divórcio?" E com toda certeza a resposta para essa pergunta será não.
O divórcio tornou-se não apenas epidemia, mas pandemia, a ponto de todos sermos tocados por
ele em nossa família ou círculo de amigos.

Breve resumo da história do divórcio no Brasil


Nos primeiros séculos pós descobrimento a influência da Igreja Católica fez com que houvesse
proibição de divórcio, mesmo após a Independência (1822) o assunto se manteve “intacto”.
No ano de 1891 com o decreto, nº 521, de 26 de junho ficou decidido que o casamento civil,
deveria preceder as cerimônias religiosas de qualquer culto. Foi disciplinada a separação de corpos,
sendo indicadas as causas aceitáveis: adultério; sevícia (maus tratos, crueldade) ou injúria grave;
abandono voluntário do domicílio conjugal por dois anos contínuos; e mútuo consentimento dos
cônjuges, se fossem casados há mais de dois anos.
A primeira proposição em favor do divórcio foi feita em 1893 pelo Deputado Érico Marinho,
outras tentativas foram feitas em 1896 e 1899, sem aceitação e sucesso.
Com o Código Civil (1901) permitiu-se o término da sociedade conjugal por somente por via do
desquite, amigável ou judicial. A sentença do desquite apenas autorizava a separação dos cônjuges,
pondo termo ao regime de bens. No entanto, permanecia o vínculo matrimonial. A enumeração taxativa
das causas de desquite foi repetida: adultério, tentativa de morte, sevícia ou injúria grave e abandono
voluntário do lar conjugal (art. 317). Foi mantido o desquite por mútuo consentimento (art. 318). A
legislação civil inseriu a palavra desquite para identificar aquela simples separação de corpos.
A Constituição de 10 de novembro de 1937 reiterou que a família é constituída pelo casamento
indissolúvel, sem se referir à sua forma (art. 124). O mesmo preceito foi repetido nas constituições de
1946 e de 1967. Na Constituição de 1946 foi proposta uma emenda constitucional visando a suprimir da
Constituição a expressão "de vínculo indissolúvel", do casamento civil.
Com uma emenda constitucional, o divórcio foi permitido por lei em 27 de dezembro de 1977.
A inovação permitia extinguir por inteiro os vínculos de um casamento e autorizava que a pessoa
casasse novamente com outra pessoa.
Até o ano de 1977, quem casava, permanecia com um vínculo jurídico para o resto da vida. Caso
a convivência fosse insuportável, poderia ser pedido o 'desquite', que interrompia com os deveres
conjugais e terminava com a sociedade conjugal. Significa que os bens eram partilhados, acabava a
convivência sob mesmo teto, mas nenhum dos dois poderia recomeçar sua vida ao lado de outra pessoa
cercado da proteção jurídica do casamento.
A Lei do Divórcio, aprovada em 1977, concedeu a possibilidade de um novo casamento, mas
somente por uma vez. O 'desquite' passou a ser chamado de 'separação' e permanecia, até décadas atrás
como um estágio intermediário até a obtenção do divórcio. A Lei 7.841 de 17.10.1989, eliminou o
artigo que restringia a separação a apenas uma única vez, não limitando mais o ato e uma nova união.
Em janeiro de 2007 o divórcio e a separação consensuais passaram ser requeridos por via
administrativa. Dispensando a necessidade de ação judicial, bastando que as partes compareçam
assistidas por um advogado, a um cartório de notas e apresentar o pedido. Tal facilidade só é possível
quando o casal não possui filhos menores de idade ou incapazes e desde que não haja litígio.
Desde 2010, por mudanças na Constituição, o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio,
sendo suprimido o requisito de prévia separação judicial por mais de 1 (um) ano ou de comprovada
separação de fato por mais de 2 (dois) anos, fazendo com que o divórcio passasse a ser direto no Brasil.

Alguns dados importantes:


Entre 1984 e 2014, o número de divórcios cresceu de 30,8 mil para 341,1 mil.
Desde 2009, o divórcio pode ser pedido pela Internet.
A idade média das mulheres na data da sentença do divórcio, em 2014, era 40 anos, enquanto a
dos homens era 44 anos.
O IBGE apontou que o tempo médio entre a data do casamento e o divórcio é de 14 anos.
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Um a cada três casamentos termina em separação no país.


Em 2018, foram registrados 1.053.467 casamentos civis, contra 1.070.376 de 2017 - uma
redução de 1,6%. Já o número de divórcios concedidos em 1ª instância ou por escrituras judiciais
aumentou 3,2% entre 2017 e 2018, passando de 373.216 para 385.246.
Segundo o estudo, as uniões entre mulheres cresceram 64,2%, passando de 3.387 em 2017 para
5.562 em 2018. Os casamentos entre homens subiram de 2,5 mil para 3.958, o que representa um
aumento de 58,3%.
A maior proporção das dissoluções ocorreu em famílias constituídas somente com filhos
menores de idade (47,5%) e em famílias sem filhos (27,2%).

O que fazia com que nas décadas passadas o número de divórcio fosse menor? O pastor
John MacArthur falando sobre casamento aponta algumas razões:
a) havia a força moral familiar. Em outras palavras, você tinha uma família, e uma família
significava muito. Mãe, pai, tios, tias, filhos significavam unidade e família, e manter essa unidade era
importante, mesmo que custasse a “vida”. A vida girava em torno da família. E todas as coisas que a
segurança significava realmente encontraram seu lugar na família.
E então, a família começou a se separar pela invasão da televisão e depois pela internet, as redes
sociais. Ajuntemos a isso, a urbanização da vida, o trabalho fora dos pais e depois das mães, geralmente
com carga horária carregada e divergente (marido, esposa e filhos trabalham em horário diferente), e
todas as outras coisas; quando a família começou a se desintegrar, não havia mais a coesão que forçava
um sistema de valores morais para seus membros.
b) havia a expectativa da comunidade, uma certa quantidade de tradição comunitária, uma
certa pressão dos colegas. Há trinta anos atrás uma pessoa divorciada era um escândalo. A comunidade
abandonou essa tradição e, se ainda resta alguma tradição, é muito difícil de encontrar.
c) havia a posição da Igreja. Durante muito tempo as Igrejas (Católicas ou Evangélicas)
“proibiam” o divórcio e excluíam da comunhão aqueles (as) que ousassem desobedecer. Durante
período importante a Igreja “sustentou” alguns casamentos. Entretanto, percebemos que aos poucos a
Igreja foi perdendo o “controle” e cedeu e continua fazendo concessões.
E assim o divórcio se tornou uma realidade, principalmente em nosso século, hoje para cada três
casamentos há um divórcio. A moral familiar não pode mais manter um casamento, a comunidade
também não, e a Igreja não consegue mais puxar o freio e dia após dia faz cada vez mais concessões.
Há vários relatos no sentido de que após o divórcio as pessoas vivem mais felizes: “porque sou
eu mesmo tomando decisões por conta própria”, outros dizem que os relacionamentos com o (a) “ex” é
melhor agora do que antes. Questionados sobre se não acham que estão contrariando mandamento
divino, respondem: “Deus está interessando em minha felicidade, não me quer triste... Ele é amor..., há
coisas mais terríveis com as quais Deus deve se preocupar...”.

Agora isso nos leva à nossa passagem e ao nosso assunto. Temos duas opções: podemos ouvir a
opinião do mundo ou a Palavra do Senhor. Agora, essas são as únicas duas opções. Ou seguimos o
fluxo do que está acontecendo em nossa sociedade e cedemos a todo o sistema, ou sustentamos a
Palavra de Deus e dizemos: "É isso que Deus exige." E quanto a mim e a minha casa, ouviremos a
palavra do Senhor.

E aconteceu que, concluindo Jesus estas palavras, deixou a Galiléia e foi para o território da
Judéia, além do Jordão.
O início do capítulo 19 marca uma transição muito significativa na vida de nosso Senhor, é o
fim do ministério na Galileia. Mateus está fechando uma narrativa que ele começou em 4.12, por mais
ou menos dois anos, ele tem ministrado na Galileia, e nestes últimos meses ele está especialmente com
os discípulos, preparando-os para o que está por vir.
E para onde ele está indo? Ele está indo para Jerusalém e agora estamos entrando na última
fase da vida de nosso Senhor, quando ele começa a se mover em direção à cruz, em direção à sua paixão
e sua ressurreição.
Pela quarta vez (7.28; 11.1, 13.53) encontramos a expressão conclusiva: E aconteceu que,
concluindo Jesus esses discursos. A primeira refere-se ao término do “sermão do monte” iniciado no
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capítulo5, a segunda fecha o discurso sobre o discipulado iniciado no 10, a terceira conclui o discurso
sobre as parábolas. E veremos essa expressão de novo no capitulo 26.1. O que acaba sendo uma
assinatura usada por Mateus a fim de nos indicar que o Senhor acabou de concluir um grande discurso,
um grande sermão, uma grande lição.
Sabemos que o Senhor está fazendo um
trajeto norte-sul (Galileia-Judeia), ao invés de ir
direto, ele vai para o leste do Jordão num caminho
comum e tradicional para o judeu que não quisesse
ter contato com a Samaria e automaticamente
impuro. Então eles iam para o leste e para baixo
naquela área de Pereia, o que significava que, tão
perto da Páscoa e da época das festas, haveria
muitos peregrinos nessa direção também. Então o
Senhor seria capaz de ministrar aos habitantes de
Pereia, bem como aos peregrinos a caminho de
Jerusalém. Portanto, foi uma coisa muito
cuidadosa que o Senhor fez ao se aproximar de
Jerusalém a partir dessa rota.
“Grandes multidões o seguiram.”
Achamos que foi o caso na Galiléia, 4:25 diz que
quando ele iniciou seu ministério, “grandes
multidões o seguiram” e diz que “ele os curou lá”.
Essas curas eram a manifestação de suas
credenciais messiânicas. Elas mostravam seu
poder e sua compaixão.
Marcos 10: 1 é uma passagem paralela, e lá
nos é dito que ele diz que também “os ensinou”.
Portanto, é muito parecido com o ministério da
Galiléia: uma multidão se reúne, ele ensina e os
cura, dando-lhes a Palavra de Deus e afirmando
sua veracidade e a si mesmo como porta-voz de
Deus por sua milagrosa compaixão e poder
milagroso.
Então ele está lá, embora se mova em
direção à cruz e à sua própria morte, ele ainda está
consumido pelas necessidades das pessoas, pelo ensino da verdade de Deus e levando-as a entender que
ele é, de fato, o Messias. No capítulo 19, entramos na fase final do evangelho de Mateus.

Vieram a ele alguns fariseus e o experimentavam


Durante seu ministério, seus passos foram perseguidos pelos fariseus. Nós os encontramos no
capítulo 3, no capitulo 5, no capítulo 9, capítulo 12, capítulo 15, capítulo 16, e agora os encontramos
novamente no capítulo 19, e eles ainda voltarão.
Os fariseus eram os representantes religiosos e estavam sendo atacados de frente pela virtude
que Jesus estava pregando. Eles o odiavam, o desprezavam, queriam fazer todo o possível para pegá-lo
e eliminá-lo.
Os fariseus vieram para testá-lo. Obviamente, eles queriam que ele falhasse no teste. Eles
queriam levá-lo a um teste que ele não podia passar. Eles queriam desacreditá-lo com o povo para que
sua popularidade fosse perdida. Em segundo lugar, eles queriam matá-lo, já sabemos que este é o plano
(Lc 6.11; Mc 3.6)
Não é uma pergunta feita de hora para outra, é uma pergunta calculada, estudada, pensada, e eles
vêm testá-lo, desacreditá-lo e provocar sua destruição, e dizem isso, versículo 3: “É lícito ao marido
repudiar a sua mulher por qualquer motivo?”
Na superfície parece uma pergunta bastante inocente, mas, é uma pergunta inteligente, é uma
pergunta astuta destinada a atacar Jesus Cristo, desacreditá-lo. O divórcio era uma questão perigosa
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entre os judeus. As mulheres eram tratadas como se não tivessem direitos. E os fariseus eram líderes
nisso, não apenas pelo que ensinavam, mas pelo exemplo de suas vidas. Eles estavam constantemente e
continuamente se divorciando de suas esposas. Eles também estavam ensinando que você pode se
divorciar de sua esposa por qualquer motivo. Essa era basicamente a doutrina deles.
Os dois maiores rabinos – Shamai e Hilel divergiam sobre o assunto. Shamai era mais rígido
e contra o divórcio. Hilel era liberal e permitia o divórcio por qualquer motivo. Desde queimar a
comida, se a mulher deixasse seus joelhos serem vistos na rua, se ela falasse com outros homens, se
cortasse o cabelo, se falasse mal da sogra, se encontrasse outra mulher mais bonita, se ela fosse
infértil, se não desse à luz a menino. Essa era a visão mais popular e defendida nos dias de Jesus.
Certamente os fariseus sabiam que Jesus não ensinava isso, e eles sabiam disso porque ele já
havia dito isso antes (5.31,32). Então, acho que o que eles estão esperando aqui é que Jesus apareça
com uma declaração muito forte e clara sobre o divórcio, e essa opinião vai irritar muita gente,
muita gente mesmo. E com sua rigidez Jesus perderia boa parte de seus seguidores. Eles poderiam
pintar Jesus como intolerante, e também querem mostrar que ele não está comprometido com o
grande ensinamento dos rabinos e o grande ensinamento dos fariseus.
Detalhe importante é que a região da Pereia era governada por Herodes Antipas, que vimos
no capítulo 14, o que havia tomado a Herodias esposa de seu irmão para si. Quem sabe os fariseus
não quisessem indispor Jesus com Herodes? Vimos o que aconteceu com João Batista, por condenar
a união entre eles (Mt 14.4). Quem sabe a cabeça de Jesus também não é entregue numa bandeja?

“Vocês não leram as Escrituras?”


Jesus não respondeu à pergunta deles do seu ponto de vista: “Eu penso que...”, “Eu acho
que...” Ele foi além de si mesmo, além dos costumes, além dos rabinos, além das tradições. Ele vai
direto à fonte e ao originador de tudo - Deus. Ele começa dizendo que sua base e fundamento é a
Palavra de Deus. Há um tom de ironia na colocação de Jesus: vocês não leram Gênesis 1.27? Vocês
não leram Gênesis 2.24?
O Senhor está apontando a ignorância dos fariseus, apesar de todo orgulho, e de toda
vaidade. Vocês não são os que dominam a interpretação, não são os responsáveis pelo entendimento
correto do texto sagrado? Jesus não aponta para a Lei, ou mesmo para o pensamento dos rabinos,
não, ele vai na raiz, na origem, sem nenhuma “intervenção”. Afirmando que diante de Deus, o
divórcio não é lícito. E aponta algumas questões importantes para nós nesta manhã:

1- Um homem foi criado para uma mulher. “Desde o princípio, os fez homem e
mulher”. Homem e mulher estão numa posição enfática no texto. Notemos a intenção de nosso
Senhor, ele diz, quando Deus criou, ele criou Adão e ele criou Eva. E não havia sobressalentes ou
peças de reposição. Ele não criou uma terceira ou quarta pessoa apenas para caso houvesse
incompatibilidade de gênios, ou se o amor acabasse entre Adão e Eva, eles pudessem buscar o novo
amor, ou se não desse certo entre eles, pudessem buscar uma via alternativa. Quando Deus criou,
ele criou Adão e Eva, ponto final. E essa era a intenção divina no começo: um homem, uma mulher
= plano divino.
Deus não fez provisão para a bigamia. Ele não fez provisão para o divórcio, criando pessoas
sobressalentes. Parece um ponto bastante óbvio. Não havia mais ninguém por perto. O divórcio de
Adão e Eva não estava no planejamento de Deus. Pensemos na mais remota possibilidade de haver
um divórcio entre Adão e Eva e terminamos a Bíblia e tudo mais em Gênesis 1.
Quando Deus fez isso, ele pôs em movimento toda a história humana como deve ser. Um
homem, uma mulher, sem opções, indissolúvel a união. E só porque as peças de reposição surgiram
com o passar do tempo não mudaram a intenção original de Deus. Ele nunca pretendeu que duas
pessoas se casassem e ficassem testando para ver se elas gostariam de mais alguém.
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2- No casamento há união entre o homem e a mulher. Quando Deus uniu o homem e a


mulher, ele realmente os uniu. Ele diz no versículo 5: "Por essa causa - " ou seja, pela razão dessa
união entre um homem e uma mulher "- um homem deixa seu pai e sua mãe e se une à sua esposa".
Passamos de 1:27 para 2:24, ainda na revelação muito primitiva das Escrituras antes da
queda do homem. Essa era a ordem divina de Deus. O perfeito propósito e plano de Deus: deixem
seus pais e se unam.
E a palavra "unirá" é a palavra que precisamos observar com cuidado. Significa
basicamente "algo que foi colado e que não pode ser descolado”. É uma palavra usada realmente
para cola. Significa "ficar preso", “grudado”. Colado na mente, vontade, no espírito, no
sentimento, etc. E você diz: “Estou nesse contexto bíblico. Estou preso (a) com a essa pessoa há 25
anos, 10 anos, 30 anos...”
Também existe na palavra outro pensamento: o de perseguir com afinco. Assim temos duas
pessoas que estão coladas uma na outra e ambos se perseguindo com diligencia. Portanto, temos
dois corações diligentes e totalmente comprometidos em se perseguir no amor, presos, juntos em
um vínculo indissolúvel.
Detalhe importante estava nas partes que envolviam o casamento judaico. Antes do
casamento de fato - a junção carnal, havia o que chamaríamos em nosso costume de “noivado”,
denominado por eles como “kiddushin”, essa palavra tem “Kadosh” (santo, separado, consagrado
para) como origem, ela é usada em Isaias 6.3 quando os serafins glorificavam a Deus. Kiddushin
basicamente significa "consagração" ou "santificação". "Consagrar" significa "separar algo para
Deus". Dessa forma, o casamento é uma consagração de duas pessoas uma para a outra. É uma
consagração que diz: “Estou totalmente separado, apartado de qualquer outra coisa para você. Sou
totalmente consagrado e dedicado a você. É uma união, então, de duas pessoas cuja devoção
absoluta é à outra, que se tornam propriedade pessoal da outra pessoa.
É por isso que I Co 7.4 diz que você não pertence a você, pertence ao seu cônjuge e seu
cônjuge pertence a você. É uma troca. É um abandono total e total de mim mesmo ao meu
parceiro. Isso é o casamento. Mas, não percamos “Kadosh” de perspectiva, o casamento não é
apenas um distanciamento um para o outro e uma consagração um para o outro, mas é um
afastamento e uma consagração dessa união a Deus. E esse é o aspecto mais puro do casamento.

3- No casamento homem e mulher se tornam uma só carne. Até aqui vimos que no
projeto de Deus é um homem para uma mulher, uma união é estabelecida entre os dois. E, agora,
Jesus citando o final de Gênesis 2.24: “tornando-se os dois uma só carne”. O homem e a mulher no
casamento não são mais dois, mas uma só carne. E um não se divide. Se os dois se tornam um,
ninguém pode separá-los. Não há como existir meia pessoa, então não há como separar um
casamento. Um é um número indivisível. Quando alguém termina o casamento, jamais, terá de
volta sua pessoalidade completa ou intacta.
Quando essas duas pessoas se reúnem, literalmente, na visão de Deus, se tornam uma
pessoa. Eles se tornam a posse total um do outro. Eles são um em mente, e espírito, e objetivos, e
direção, e emoção, e sentimento, e vontade, e essa unidade pode ser comprovada na criança que eles
produzem, que é o símbolo perfeito de sua união. Porque essa criança carrega em si, traços físicos
(objetivos) e psíquicos (subjetivos) dos pais, de forma que tal criança é a expressão exata da união
de duas pessoas numa só.

4- O que Deus ajuntou não o separe o homem. A palavra “separar” que dizemos com
frequência é “chorizo”, significa divórcio, é usado dessa maneira em 1 Coríntios 7:10 e 11. O que
Deus ajuntou não deve ser separado.
Aqui, alguns procuram encontrar uma brecha para seu divórcio. Há os que dizem: “não foi
Deus que nos uniu”, “eu não era nem convertido quando casei, não procurei saber a vontade de
Deus”. Quantas vezes já não ouvimos isso? Aqui mesmo na igreja já ouvi esse discurso.
Isso não é bíblico. Isso está violando toda a intenção da passagem. O texto não está falando
sobre como nós nos vemos em relação ao casamento. É Deus que estabelece a verdade sobre o
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casamento. E Deus disse: "Eu faço casamentos e é melhor você não os separar". E ele não está
necessariamente falando sobre casamentos cristãos ou não-cristãos.
O casamento é uma instituição divina. Foi Deus quem fez um homem e uma mulher se
complementarem, para que se reunissem com a capacidade de desfrutar um do outro, de serem
supridos um pelo outro, ser força para as fraquezas um do outro, produzir filhos.
Independentemente de onde o casamento tenha sido feito civil ou religiosamente. Toda união é em
primeira instancia um milagre de Deus.
Toda vez que um casal se reúne e experimenta a alegria da companhia, ou a alegria da
amizade, ou a alegria do sexo, ou qualquer outra coisa, eles estão experimentando o milagre de
Deus. O milagre de que o homem ame tanto uma mulher, e uma mulher ame tanto um homem que
eles possam abandonar-se um ao outro na plenitude de um relacionamento significativo, isso é um
ato de Deus. Até pessoas incrédulas podem desfrutar da alegria, da emoção e do significado de uma
união amorosa.
Não é uma questão sobre se você se casou ou não na "vontade de Deus". Não é isso que está
dizendo aqui. É simplesmente definir que, no começo, Deus disse: "Eu uno casais", e quando você
se divorcia, está destruindo algo que Deus criou, sendo cristão, pagão, incrédulo, ateu, politeísta,
etc.
Toda criança que nasce no mundo, independente de qual fé os pais professem, é uma criação
de Deus, só Deus pode fazer isso. O casamento tem o mesmo significado, um ato divino, uma
criação de Deus. Assim como o aborto intencional mata a criação de Deus, o divórcio, mata uma
criação divina. É melhor não terminar um casamento, seu ou de qualquer outra pessoa. É melhor
você não fazer isso porque está mexendo com a obra do Deus Todo-Poderoso, que faz o casamento.
Então, o que Jesus está fazendo é levá-los de volta ao começo. E, em vez de perder
credibilidade com as pessoas, ele ganha. Porque tudo o que ele diz é o que Deus disse na Bíblia e os
faz parecer estúpidos, dizendo: " Não tendes lido...?"
Com isso chegamos ao ponto que de verdade muita coisa é dita sobre o assunto, muitos
livros são escritos, muitos vídeos, lives e podcast estão à disposição. A celeuma está justamente no
fato de cada um defende sua posição, seu ponto de vista, sua visão. Há os que são favoráveis
totalmente ao divórcio, os que são favoráveis com ressalvas, os que são totalmente contra, os que
são contra apenas em algumas situações, enfim, não há consenso. Qual a saída?
A mesma de Jesus, isto é, ao ser perguntado sobre sua opinião sobre o divorcio, ele não
toma a palavra e diz: “Na minha opinião...”, “Creio que sobre o divórcio...”, “A posição da nossa
Igreja (que será fundada) é....”. Não, ele não se preocupa em dizer alguma coisa, ele se preocupa
com o Deus disse. Ele é a autoridade máxima, o iniciador da criação, o criador do homem e também
do casamento. Daí surge o problema, se vamos discordar devemos discordar de quem criou, quem
“inventou”.
Entretanto, não nos esqueçamos que Jesus está falando sobre o projeto de Deus antes do
pecado entrar na vida do homem. Mas, será que Deus mudou de ideia por causa do pecado? Essa é a
questão a ser debatida.
Quando Deus criou o homem e a mulher, os uniu para a vida toda, num vínculo inquebrável,
numa junção de vidas, num ato miraculoso - isso foi antes da queda. Há quem diga que tudo mudou
após o pecado haver entrado na vida do homem. Contudo, mesmo após a queda, o que encontramos
são ordenanças contra o divórcio.
Nos dez mandamentos, que é a cristalização da lei de Deus para a vida do homem, Ele disse:
"Não adulterarás" (Ex 20.14). Segundo o dicionário, adultério é: “violação, transgressão da regra
de fidelidade conjugal imposta aos cônjuges pelo contrato matrimonial, cujo princípio consiste em
não se manterem relações carnais com outrem fora do casamento” (HOUAISS). Assim, quando
uma pessoa casada tem um relacionamento com alguém que não seja seu parceiro, isso é adultério e
o mandamento diz “não adulterarás".
Ainda falando sobre os mandamentos, outro deles diz: “Não cobiçarás a casa do teu
próximo...” e coloca na lista das “coisas” que não devem ser cobiçadas - “a mulher do teu
próximo”. Então Deus não está apenas condenando o ato do adultério, se estende a não pensar em
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cometer adultério. Jesus reforçou isso em Mateus 5.28, quando disse que se um homem olha para
uma mulher para cobiçá-la, ele cometeu adultério com ela já em seu coração.

“Replicaram-lhe: Por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar?”

Em primeiro lugar deve nos surpreender na leitura do texto que estes fariseus não estão
interessados no ideal divino que Jesus acabou de apresentar. Jesus disse que Deus nunca pretendeu
o divórcio. Mas eles não estão interessados no ideal divino.
Os fariseus estão interessados apenas na exceção. E é assim que acontece com todo nós.
Não estamos interessados em cumprir a lei; buscamos sempre as brechas. Por um lado, os fariseus
querem ser considerados como guardadores da lei de Deus, porque é assim que eles pensam que vão
obter o favor de Deus. Por outro lado, eles querem encontrar todas as saídas possíveis e assim
ganham o respeito das pessoas comuns.
E assim, a isenção é o que lhes interessa, a fim de acomodar sua luxúria e acomodar seus
múltiplos divórcios e adultérios. E eles são, novamente, muito astutos sobre isso, porque procuram
colocar Jesus contra Moisés. E se eles podem fazer isso, é apenas outra maneira de desacreditar
Jesus com as pessoas, certo? Numa cultura onde Moisés era reverenciado, se os fariseus puderem
colocar contra Moisés, eles terão realizado algo significativo. E assim, eles dizem: “Por que
mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar?” Em outras palavras, se você o que você
diz é verdade, por que Moisés ordenou o divórcio? Essa é uma pergunta carregada porque Moisés
não ordenou o divórcio, mas eles escolheram suas próprias palavras.

Deuteronômio 24.1-4, é a única passagem relativa a Moisés que dá uma declaração


definitiva sobre o divórcio:
“Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável aos seus
olhos, por ter ele achado coisa indecente nela, e se ele lhe lavrar um termo de divórcio, e lho der
na mão, e a despedir de casa; e se ela, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem ...”
(vv.1,2)
Estes são os dois primeiros versículos. O homem se casa com uma mulher e acontece que
ele não gosta dela; ela não consegue encontrar graça aos olhos dele, "porque ele encontrou nela
alguma indecência". E assim, ele escreve a ela um termo de divórcio e o coloca na mão dela, e a
manda para fora de casa, e ela vai embora porque se divorcia legalmente (ela tem um termo de
divórcio) e se torna a esposa de outro homem.
Notemos que Moisés não diz que o que o homem fez (dar termo de divórcio) era certo ou
errado. Não dá embasamento para o divórcio daquele homem, não emite nenhuma opinião sobre o
divórcio em si. Moisés, não diz que a mulher se casar com outro homem era certo, ou errado, não há
nenhuma palavra de Moises sobre nenhum dos dois atos. Simplesmente a ilustração de um homem
que se casou com uma mulher, viu uma indecência, quis se separar dela, escreveu um certificado de
divórcio e a mandou embora, e ela se casou novamente.
“...e se este a aborrecer, e lhe lavrar termo de divórcio, e lho der na mão, e a despedir da
sua casa ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer, então, seu
primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a desposá-la para que seja sua mulher, depois
que foi contaminada, pois é abominação perante o SENHOR; assim, não farás pecar a terra que o
SENHOR, teu Deus, te dá por herança.” (vv.3,4)

Seguindo a ilustração, o segundo marido decide que não gosta mais dela e lhe dá outro
termo de divórcio, ou se este segundo marido vier a morrer, o primeiro marido, se tiver mudado de
ideia sobre o divórcio e quiser reatar o casamento, não poderá fazê-lo, pois ela foi “contaminada”.
Então, o texto de Deuteronômio 24.1-4 não tem o divórcio como foco central, o que está no
centro é o novo casamento. O homem não tem permissão para se casar novamente com mulher de
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quem divorciou e esta mulher contraiu outro matrimonio. O texto está dizendo, mesmo que o
marido número dois morra e ela fique viúva, ela não pode voltar ao primeiro marido. Por quê? Ela
foi contaminada, e isso é uma abominação perante o SENHOR.
Os rabinos judeus, os mestres da Lei, os fariseus e demais grupos religiosos interpretaram
essa passagem como uma ordem de divórcio, que o primeiro marido, quando encontrou uma
indecência nela, se divorciou dela porque recebeu uma ordem para fazê-lo. A seguir, veremos
algumas das principais traduções em nossos dias sobre o verso 1:
“Se um homem casar-se com uma mulher e depois não a quiser mais por encontrar nela algo
que ele reprova, dará certidão de divórcio à mulher e a mandará embora...”. NVI

“Quando um homem tiver esposado uma mulher e formalizado o matrimônio, mas pouco
tempo depois descobrir nela algo que ele reprove e por isso deixar de querê-la como esposa, ele
poderá dar à sua mulher uma certidão de divórcio e mandá-la embora”. KJA

“Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então, será que, se não achar
graça em seus olhos, por nela achar coisa feia, ele lhe fará escrito de repúdio, e lho dará na sua
mão, e a despedirá da sua casa...” ARC

“Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável aos seus
olhos, por ter ele achado coisa indecente nela, e se ele lhe lavrar um termo de divórcio...” ARA

“Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável aos seus
olhos, por ter ele achado coisa indecente nela, e se ele escrever uma carta de divórcio e a entregar à
mulher, e a mandar embora...” NAA

Reparem que as três primeiras versões afirmam que se o homem encontrar “algo que ele
reprova” (NVI), “algo que ele reprove” (KJA) ou “achar nela coisa feia” (ARC). O que nos leva à
interpretação dos fariseus e dos rabinos, como se Moisés estivesse em Deuteronômio legalizando o
divórcio. Entretanto, os rabinos e fariseus deixavam de lado Deuteronômio 22.19,29, pois ali não
havia possiblidade de repudiar a esposa.

Finalizando, a passagem de Deuteronômio 24.1-4 não legaliza o divórcio, a passagem não


ordena o divórcio, a passagem regula o novo casamento. É uma passagem projetada para regular o
novo casamento.
Porém, o que é “coisa indecente” no texto? O termo hebraico ervah pode ser traduzido
como: “nudez”, “partes pudendas”, “indecência”, “conduta imprópria”. Há muitas interpretações
sobre o que seria isso, a tradição judaica diz que podia ser qualquer coisa - cabelos soltos, falar mal
da sogra, queimar a comida, conversar com outro homem que não fosse o seu marido, etc. Para
quem sabe entendermos o termo ervah, ele é colocado no verso 14 do capítulo 23 de Deuteronômio:
“...o teu acampamento será santo, para que ele não veja em ti coisa indecente e se aparte de ti” -
aqui o contexto é sobre o destino correto do excremento no meio do acampamento.
Podemos inferir então que o homem (Dt 24.1) encontrou em sua esposa alguma indecência,
impura, suja, vil, vergonhosa, algo impróprio para uma mulher. Mas, que não pode ser o adultério,
pois para tal pecado, o veredito já foi dado em 22.22-24 - a morte. Assim, a “coisa indecente” é algo
menor que o adultério. O pastor John MacArthur entende que seja algum pecado relacionado ao
pecado sexual sem que tenha havido o “sexo” entre essa mulher casada e outro homem, dando-nos
margem para pensar numa relação que fatalmente terminará em adultério, antes que isso ocorresse,
o termo de divórcio era dado.
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