0 valutazioniIl 0% ha trovato utile questo documento (0 voti)
78 visualizzazioni4 pagine
O documento discute a concepção do corpo ao longo da história da humanidade, desde a antiguidade até os dias atuais. Ao longo do tempo, o corpo foi visto de diferentes formas: como meio de sobrevivência, como objeto de estudo e prazer, e atualmente como objeto de culto e padronização. A mídia teve grande influência na padronização dos ideais de corpo perfeito, gerando insatisfações. É preciso pensar criticamente sobre esses padrões e respeitar as singularidades corporais.
Descrizione originale:
Titolo originale
Breve concepção de corpo ao longo da história da humanidade.docx
O documento discute a concepção do corpo ao longo da história da humanidade, desde a antiguidade até os dias atuais. Ao longo do tempo, o corpo foi visto de diferentes formas: como meio de sobrevivência, como objeto de estudo e prazer, e atualmente como objeto de culto e padronização. A mídia teve grande influência na padronização dos ideais de corpo perfeito, gerando insatisfações. É preciso pensar criticamente sobre esses padrões e respeitar as singularidades corporais.
O documento discute a concepção do corpo ao longo da história da humanidade, desde a antiguidade até os dias atuais. Ao longo do tempo, o corpo foi visto de diferentes formas: como meio de sobrevivência, como objeto de estudo e prazer, e atualmente como objeto de culto e padronização. A mídia teve grande influência na padronização dos ideais de corpo perfeito, gerando insatisfações. É preciso pensar criticamente sobre esses padrões e respeitar as singularidades corporais.
Breve concepção de corpo ao longo da história da humanidade.
No decorrer da história da humanidade o corpo sempre foi objeto de
observações, experiências e estudos. Desde os primeiros registros de vida humana há indicativos da importância do corpo e de suas possibilidades de expressão. No entanto, o corpo foi visto por muito tempo como meio de sobrevivência e execução de tarefas. Para podermos entender melhor as concepções de corpo na atualidade é necessária uma contextualização histórica para verificar-mos as características e as peculiaridades incorporadas até os dias atuais. Na antiguidade o corpo humano era preparado para a sobrevivência, voltado para a caça e a pesca. Na Grécia antiga, aparecem imagens de corpos fortes para o combate, para a proteção ao Estado em diálogo com a beleza e a harmonia de movimentos rítmicos. Acontecem nesse período a origem dos jogos Olímpicos Antigos e o início dos estudos sobre a Educação Física. Havia uma preocupação com o corpo saudável, forte e perfeito. As práticas esportivas eram tidas como elementos mobilizadores da sociedade e instrumentos a serviço das classes que mantinham o poder. Nessa época já existia a diferenciação entre o corpo das castas mais altas e o corpo dos trabalhadores. Na Idade Média, com o crescimento do cristianismo, a Igreja deteve o monopólio do conhecimento. Em uma sociedade fortemente ritualizada, observamos nesse período que o corpo era reprimido, humilhado e desprezado e ao mesmo tempo glorificado. A concepção de corpo “cristão medieval” era de parte a parte atravessado por essa dialética entre a repressão e a exaltação, a humilhação e a veneração. Durante esse período, a humanidade repousava sobre a concepção cristã do pecado original; onde a preocupação com o corpo era proibido e o corpo feminino era visto como inferior ao masculino. No Renascimento, período importante para a renovação de conceitos, muitas idéias e atitudes que antecipavam o mundo moderno foram apresentados, dentre elas a principal foi o humanismo que resgatou o papel e a importância do ser humano em oposição ao poder e a dominância da Igreja. Se na Idade Média o corpo era associado ao pecado, no Renascimento o corpo, principal referência do ser humano, passa então a ser vivido na sociedade de mercado na condição de valor (trabalho), o corpo nesse período passa ter o papel de destaque. Com a evolução tecnológica e industrial do século XX, verificou-se que, com os ritmos acelerados dessas evoluções ocorreram mudanças maciças onde o corpo passa a ser venerado. Com o surgimento e o crescimento da mídia televisiva e principalmente com a cultura“Holliwodiana”, vimos o aparecimento de mulheres e homens belos e a retomada da sensualidade através dos corpos. O cinema foi, sem dúvida, um canal crucial na formulação de um novo ideal físico tendo a imagem cinematográfica interferido significativamente nessa construção. Na década de 60, com a difusão da pílula anticoncepcional, da revolução sexual e do movimento feminista, associado ao movimento hippie, o corpo passou a ser instrumento de combate e resistência à ideologia dominante dos corpos perfeitos, saudáveis, cuidados e belos. O corpo passou a ser expressão da subjetividade e prazer, contestando os cuidados com higiene, saúde, prevenções. Nesse período, valeu o prazer, a curtição, a irreverência, que teve uma forte conotação política de contestação aos valores tradicionais como a família e a propriedade. Em plena Guerra Fria (EUA x URSS), vimos o crescimento de uma sociedade considerada modelo, representada pelos EUA. São criados personagens com prestígios e superpoderes, heróis que passam a povoar a mídia televisiva e o imaginário coletivo na busca por corpos perfeito. As mulheres heroínas apresentavam um corpo curvilíneo, com seios, ancas e glúteos arredondados e fartos. Os personagens masculinos, homens comuns, transformam-se em superpoderosos, com músculos hipertrofiados, fortes e bem definidos. Essas correntes antagônicas enfrentaram-se e a mídia, expandida e mantida pelo poder econômico, pago pelas propagandas, padroniza a veiculação de tendências conservadoras em detrimento das tendências revolucionárias. No Brasil, a televisão chega em 1950 e, inicialmente, a programação é voltada para as famílias, com programas que, comparados com os atuais, eram inocentes, quase ingênuos. No entanto, as influências norte-americanas não tardam a chegar, alterando drasticamente o conteúdo das programações. No início da década de 80, com o crescimento da indústria da moda e dos cosméticos, a sociedade se caracterizou pelo bombardeio da mídia principalmente a televisiva, acelerando mudanças na sociedade em relação ao corpo, introduzindo novas configurações pessoais e culturais, produzindo nos indivíduos ideais padronizados de corpo que geraram insatisfações para quem não se enquadrava nos modelos difundidos. Temos o surgimento das “super modelos” e os “super homens“ , verificou-se na programação televisiva um grande assedio de filmes, brinquedos e desenhos com imagem de corpos musculosos, bonitos e belos, filmes como: Grande Dragão Branco, Rambo, Exterminador do Futuro e Conan o Bárbaro, brinquedos: Barbie, Falcon, Gold Ranger, Iron Man, Batman, Wolverine e Homem Aranha e desenhos: Capitão América, He Man, She Ra e Super Amigos. O processo de globalização estava sendo implantado e as referências locais, familiares e culturais perdem valor para a grande mídia. Dessa forma, os canais genéticos, as estruturas corporais, os biotipos, a singularidade, as subjetividades passam a ser desrespeitados em busca de padronizações. Não há mais espaço para o processo de envelhecimento natural, a juventude é buscada como valor maior. O mais grave é que, nesse processo desenfreado muitas pessoas se descaracterizam totalmente, tornado-se outro ser que, a cada intervenção plástica, perde um pouco da sua identidade, da sua originalidade. Não raro, passados alguns anos dessa adesão desenfreada a corpolatria, surgem quadros depressivos, bulimias e outros distúrbios emocionais característicos da sociedade moderna. Atualmente, na mídia televisiva, salvo alguns poucos canais e programas, o que é oferecido ao público é calcado no erotismo, na ausência de valores éticos, na péssima qualidade, nas receitas milagrosas para manter-se em forma e jovem. Para compensar, são veiculados alguns programas de esclarecimentos, de alerta sobre a corpolatria e suas conseqüências funestas. Mas, essas iniciativas são incipientes porque, nos intervalos dessas programações esclarecedores, as propagandas continuam provocando para o consumo e para a busca desenfreada da estética. E, proporcionalmente, os conteúdos esclarecedores são significativamente menores do que os demais. Verifcamos nesse processo, o corpo se tornou uma verdadeira prisão do próprio corpo da pessoa onde se apresenta sem características próprias, um corpo alienado. O Brasil, nos últimos anos, passou a ser o maior mercado de cirurgias plásticas no mundo, superando até os Estados Unidos da América com cirurgias para fins estéticos. O culto ao corpo se tornou uma preocupação constante que atinge as mais diferentes classes sociais, faixas etárias, sexo e setores da sociedade. A mídia em geral tem uma grande parcela de responsabilidade nessa distorção dos conceitos de corpo belo e corpo não belo. Mas a forma como ficamos expostos a ela também precisa ser pensada e alterada. É preciso pensar e aguçar a crítica frente aos conteúdos veiculados. Alertamos que cuidar do corpo e querer um corpo belo é muito bom, mas os limites que se tem ultrapassado para a conquista deste corpo é que devem ser avaliados e discutidos. A preocupação do corpo belo se faz presente no surgimento da corpolatria que é o exagero em busca do corpo perfeito e belo, apresentado e veiculado pela mídia. Com isso algumas pessoas associam a necessidade de realizar atividade física como se fosse uma atividade obrigatória onde, se faltarem ou deixarem de praticá-la, sofrem com a sensação de vazio, sofrimento e até mesmo o sentimento de pecado, relacionando-se com a academia de ginástica como fosse uma religião como se estivesse incorporada à sua vida. Neste sentido a academia de ginástica pode ser uma extensão de nosso lar, e a prática desta “religião”, deste “culto ao corpo” coloca a pessoa entre dilemas profundos onde a razão passou a ser o inferno e o culto ao corpo o céu, apresentando um universo mágico, com milagres do “corpo liberto” de preconceitos, com sacrifícios físicos, além dos limites nestes templos envoltos por espelhos e dogmas.
No decorrer da história humana constata-se que as imperfeições encontradas
no corpo, decorridas com o passar do tempo como problemas na pele, dentes, cabelos e outros, eram tratados pelo médico. Atualmente, com o aumento de programas de auto-ajuda e revistas de beleza, verificamos a inversão desses valores, onde as pessoas procuram amenizar suas imperfeições através de “receitas milagrosas” da beleza do corpo alcançado pela pessoa da capa da revista. Por este motivo é preciso cuidar, é preciso respeitar o corpo desses indivíduos, buscando tipos e forma de treinamentos de acordo com as características biológicas e capacidades físicas. Essa ação é uma das responsabilidades do profissional de Educação Física que precisa atuar de forma intencional para contribuir no desenvolvimento e na formação dos freqüentadores de academias de ginástica, menos vulneráveis a corpolatria.