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1.

INTRODUCAO AO ESTUDO DE DIREITO

SENSO COMUM E CONHECIMENTO TÉCNICO

Diante disso, tanto o senso comum quanto o conhecimento técnico se preocupam com o Direito.

É comum falarmos para uma pessoa: “isso não está correto, você tem que agir direito”. Ou então
que fulano não é uma pessoa direita, enquanto outro fulano é muito correto, muito direito.

Ao mesmo tempo em que isso ocorre, ou seja, há um senso comum sobre o que é o
DIREITO, há inúmeras pessoas que se dedicam a entender as complexidades desse fenômeno
social, colocando-o como objeto de estudo, a fim de sistematizá-lo, e fazer com que o mesmo
forneça algo de útil para a sociedade.

Eis então o que deve diferenciar o estudante da pessoa que nunca pretendeu um
conhecimento científico do direito: a pessoa comum tem o conhecimento comum, ou senso
comum, do que é direito, ao passo que o estudante (cientista) deve buscar o conhecimento
científico, técnico.

É importante dizer que tudo que envolve ciência necessita de muito empenho, dedicação.
Ciência lida com teorias, e para formulá-las ou estudá-las é preciso ir muito além do senso
comum.

Rizzatto Nunes ensina:

“A ciência busca organizar e sistematizar o conhecimento do homem. O


cientista é um ser preocupado com a veracidade e a comprovação de seu
conhecimento, o que faz com que construa uma série de enunciados e regras
rigorosas, que permitem a descoberta e a prova desse conhecimento. É a
partir desses enunciados que se diz que o cientista fala a verdade”.1

Assim que o homem tomou consciência da existência do direito como fenômeno social,
independente, com características próprias, nasceu a ciência do direito.

“A Ciência do Direito é uma ciência de investigação de condutas que têm em


vista um ‘dever-ser’ jurídico, isto é, a Ciência do Direito investiga e estuda as
normas jurídicas. Estas prescrevem aos indivíduos certas regras de conduta
que devem ser observadas.”2
1
Op. cit., p. 14.
2
Rizzato Nunes, op. cit., p. 34.
1) OBJETOS DA CIÊNCIA DO DIREITO

Como objeto imediato da ciência do direito temos a norma jurídica. O que os cientistas
do direito fazem, em grande maioria, é estudar a norma jurídica existente. Aquele comando, que
direciona os atos e comportamentos do homem. O código de defesa do consumidor, o Código
Penal, o Código de Trânsito Brasileiro, são exemplos de leis que contém regras à sociedade e
que, portanto, tornam-se objeto da ciência do direito.

Porém, não é apenas a norma jurídica que é objeto da ciência do direito. Os fatos sociais,
econômicos, políticos, religiosos, presentes antes da formação da regra (direcionando a criação
do direito) ou então no momento de aplicação da regra, também devem ser considerados e
estudados pelo cientista do direito. Assim é que chamamos todos os aspectos sociais que
circundam o direito de objeto mediato da ciência jurídica.

Vejamos um exemplo: recentemente uma senhora adentrou em um estabelecimento


comercial de alimentos e subtraiu uma lata de manteiga. Houve a subtração e não a compra,
evidentemente porque a mulher só teria o direito de levar a lata de manteiga se pagasse o preço
estipulado pelo estabelecimento. Ocorre que a senhora do exemplo não pagou e mesmo assim
levou o produto consigo. Infringiu, a princípio, a regra do artigo 155 do Código Penal, segundo o
qual é proibido subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel.

Aquele estudioso do direito que se preocupa apenas com o objeto imediato da ciência
jurídica teria uma solução rápida, fácil, calculada e quase que matemática para o caso: se a
mulher praticou a conduta descrita no artigo 155 do Código Penal, deve, então, sofrer a punição
prevista nesse mesmo artigo, qual seja, de reclusão.

Entretanto, temos que ter a consciência de que primeiramente o caso do furto da lata de
manteiga foi um fato social. Sendo um fato social, lhe é inerente toda a complexidade da vida
humana, que aqui nós chamamos de fatores sociológicos, políticos, econômicos, etc. Logo,
diante do caso, o estudioso do direito teria uma série de indagações a serem respondidas, como
por exemplo: Por que aquela senhora furtou uma lata de manteiga, sendo que havia tantos outros
bens de maior valor no estabelecimento? Aquela senhora tinha filhos? Ela tinha emprego? Seus
filhos estavam passando fome? Essas indagações demonstram que o direito é complexo na
medida em que lida com fatos sociais, que são complexos por si mesmo. Lidar com o humano é
lidar com o complexo. Simples equações matemáticas não representam o que é o direito.

Portanto, todos os fatores sociais devem ser objeto da ciência do direito. Objeto mediato,
uma vez que não é possível ao cientista do direito ignorar a norma jurídica e colocá-la em
segundo lugar.
2) DEFINIÇÃO DE DIREITO
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Quanto à definição de Direito, nos deparamos com inúmeros problemas. Primeiro deles é
que direito, por ser um fator social, é complexo. Logo, dificilmente haverá apenas um conceito
do que seja o direito. O conceito depende muito da ideologia, experiência e enfoque de quem
está definindo um termo. Ademais, fatores geográficos e históricos influenciam nesta
conceituação. O que era o direito na Grécia no tempo de Sócrates provavelmente terá um
conceito bem diferente do que é direito no Brasil na época do governo Lula.

Por todos esses problemas, o melhor é começar por uma definição que liga o direito com
a própria ciência do direito. Vejamos:

“Direito é o conjunto de normas que objetivam regulamentar o


comportamento das pessoas na sociedade. Essas normas são editadas pelas
autoridades competentes e prevêem, em caso de violação, a imposição de
penalidades por órgãos do Estado.”3

3) MULTIPLICIDADE E UNIDADE DO DIREITO

Miguel Reale ensina que “existem tantas espécies de normas e regras jurídicas quantos
são os possíveis comportamentos e atitudes humanas.” 4 Assim é que se um jogador de futebol é
contratado por um clube para atuar defendendo-o em determinado campeonato, deve haver a
regularização e inscrição do profissional junto às entidades que regulam essa modalidade de
esporte no país. Mas quem ou o que determina isso? São as regras jurídicas. Regras essas de
direito desportivo, ou seja, uma determinada disciplina do direito, um campo do saber jurídico
específico, que diz respeito às regras do desporto.

Vejamos outros exemplos: se uma pessoa vende uma casa à outra e firma um contrato de
venda e compra de bem imóvel, esse contrato será feito com base em regras de Direito Civil, ou
seja, regras que tratam das relações entre civis.

Se uma pessoa comete um ato contrário ao direito, e esse comportamento é extremamente


grave para a sociedade, o ilícito é tido como penal. Em outras palavras, se a ilegalidade é muito
grave, estamos a falar de crime. Os crimes são os comportamentos ilegais que, de tão graves,
3
Definição de Dimitri Dimoulis, em Manual de introdução ao estudo do direito, p. 21.
4
Lições preliminaries de direito, p. 06.
colocam a existência da sociedade ordenada em risco. Estamos, portanto, a falar de um ramo
específico do direito, Direito Penal.

Todos esses exemplos demonstram que a ciência do direito divide o direito em várias
disciplinas, conforme os diversos campos de interesse.

“Quando várias espécies de normas do mesmo gênero se correlacionam,


constituindo campos distintos de interesse e implicando ordens
correspondentes de pesquisa, temos, consoante já assinalamos, as diversas
disciplinas jurídicas (....)”5

O direito que estudamos é o direito positivo, ou seja, é o direito vigente em determinado


momento e lugar. É o direito posto pelo Estado.

Esse direito positivo se divide em direito objetivo e direito subjetivo. O direito objetivo é
o conjunto de regras e normas que disciplinam a vida em sociedade, estabelecendo comandos e
impondo sanções. Já o direito subjetivo, nas felizes palavras de Rizzatto Nunes, é a “(....)
prerrogativa colocada pelo direito objetivo à disposição do sujeito do direito. Essa prerrogativa
há de ser entendida como a possibilidade de uso e exercício efetivo do direito, posto à
disposição do sujeito”.6

Nos interessa saber, neste momento, que o direito objetivo é dividido em três ramos:
direito público, direito privado, direito difuso.

O direito público é o ramo do direito que tem normas referentes à atuação do Estado, ao
interesse público, de uma forma geral. Para tanto, divide-se o Direito Público em ramos
denominados Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Tributário, Direito
Internacional, Direito Penal, Direito Processual Penal e Civil, Direito Previdenciário e Direito
Financeiro.

O direito privado reúne normas que tem por matéria o interesse privado, ou seja,
disciplina as relações entre os particulares. Se subdivide em Direito Civil, Direito Empresarial e
Direito do Trabalho.

Por fim o direito difuso é aquele que se ocupa das normas que regem direitos
transindividuais, de natureza indivisível. “Ou, em outros termos, os direitos difusos são aqueles
cujos titulares não podem ser especificados. São os fatos que determinam a ligação entre essas
pessoas.”7 São exemplos de disciplinas de direito difuso o direito do consumidor, o direito
5
Miguel Reale. Op. cit., p. 06.
6
Op. cit., p. 117.
7
Rizzato Nunes. Op. cit., p. 123.
ambiental. Afigure-se o exemplo do “direito de respirar ar puro”. Ora, é um direito que não tem
sujeito definido, certo. Esse direito é difuso, de todos. Da mesma forma, temos o direito da
publicidade não enganosa, que é um direito do consumidor. Mas qual consumidor? Todo e
qualquer que se coloque numa situação em que tal direito deverá ser exercido. Um direito difuso,
portanto.

Embora tenhamos falado sobre a multiplicidade do direito, Miguel Reale ensina:

“Mas é inegável que, apesar das mudanças que se sucedem no espaço e no


tempo, continuamos a referir-nos sempre a uma única realidade. É sinal que
existem nesta algumas ‘constantes’, alguns elementos comuns que nos
permitem identificá-la como experiência jurídica, inconfundível com outras,
como a religiosa, a econômica, a artística etc.”8

O falecido jurista quis dizer que o Direito é uno. As ramificações facilitam a


compreensão e estudo do direito enquanto ciência. Entretanto, é inegável que o direito possui
aspectos próprios, que tornam possível identificar uma situação concreta como passível de
aplicação de regras de direito, uma situação jurídica, vale dizer.

8
Op. cit., p. 03.

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