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FUNDAMENTOS DE SISTEMAS

DE COMUNICAÇÕES
AULA 4

Prof. Mauro José Kummer


CONVERSA INICIAL

Nesta aula abordaremos a transmissão de sinais modulados em


amplitude, em frequência e em fase. Esses tipos de modulação são amplamente
utilizados nas comunicações comerciais, como em rádio e em televisão. São
diferentes perspectivas de análise, cada uma em seu campo de aplicação. O
estudo dos chamados sistemas invariantes no tempo será a base desta aula.

TEMA 1 – MODULAÇÃO LINEAR

Os sistemas LIT – Linearmente Invariantes no Tempo – serão o foco desta


aula. O primeiro sistema criado e amplamente utilizado é o sistema de amplitude
modulada. Um sinal (informação) tem características físicas denominadas
frequência, amplitude e fase.

Figura 1 – Sinais senoidais evidenciando a frequência, a fase e a amplitude

Na Figura 1 podemos comparar cada uma das características de um sinal


senoidal. A chamada modulação linear é aquela em que, respeitando-se as
condições de linearidade impostas, um sinal de entrada – também chamado de
sinal modulante – alterará uma das características (amplitude, fase ou

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frequência) da onda portadora. A única característica que atende aos princípios
da linearidade é a modulação em amplitude.
A informação a ser transmitida (sinal modulante) também é chamada de
sinal em banda base, isto é, um sinal que parte de 0 Hz até alguma frequência.
Para a transmissão de sinal de voz, a banda base é de 20 Hz a 4 kHz. Um
sistema de comunicação via rádio opera com frequências acima de 30 kHz,
portanto, não é possível transmitir um sinal em banda base diretamente nas
radiofrequências. Para isto, é necessário efetuar uma operação chamada
modulação.

TEMA 2 – MODULAÇÃO EM AMPLITUDE

Como o nome descreve, uma onda portadora terá a característica da sua


amplitude modificada em função do sinal modulante.

Figura 2 – Onda portadora, sinal modulante e o resultado, que é a onda portadora


modificada (onda modulada) em sua amplitude em função da onda modulante

Na Figura 2 é possível ver dois efeitos da onda modulante sobre uma onda
portadora. Na parte da esquerda, a onda portadora sofre uma alteração
proporcional ao sinal, mas de pequena amplitude. Na figura da direita, a variação
da amplitude assume valores máximos, o que significa que a portadora tem
amplitude zero. Sinais modulantes suficientemente grandes produzirão na onda
portadora, no ponto de zero, a inversão da fase da portadora, o que é chamado

3
de sobremodulação. Este efeito não é desejado porque produz distorção do sinal
modulado.

2.1 A onda portadora e fonte do sinal

A onda portadora é definida por:

𝑐𝑐(𝑡𝑡) = 𝐴𝐴𝑐𝑐 . cos(2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑐𝑐 𝑡𝑡)

Em que Ac é a amplitude da onda portadora e fc a frequência da onda


portadora. Nesta fórmula, assume-se que a fase do sinal é de zero grau, o que
simplifica a análise. A fonte da portadora é independente da fonte do sinal, e a
fonte do sinal (banda base) será chamada m(t). Se m(t) modificar a amplitude da
portadora, é correto inserir esta informação na equação da onda modulada s(t):

𝑠𝑠(𝑡𝑡) = 𝐴𝐴𝑐𝑐 (1 + 𝑚𝑚(𝑡𝑡)). cos(2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑐𝑐 𝑡𝑡)

Assume-se também que o sinal m(t) é modificado por um fator ka. Este
fator ka é chamado de sensibilidade à amplitude do modulador. De forma que a
equação passa a:

𝑠𝑠(𝑡𝑡) = 𝐴𝐴𝑐𝑐 (1 + 𝑘𝑘𝑎𝑎 𝑚𝑚(𝑡𝑡)). cos(2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑐𝑐 𝑡𝑡)

Quando o valor de kam(t) é multiplicado por 100, passa a ser denominado


porcentagem de modulação. Se a amplitude é medida em volt e o sinal
modulante também é medido em volt, a constante ka tem dimensão volt-1. A
variação de ka provocará no sinal modulado alterações em sua amplitude, de
forma que, para determinados níveis, possam ocorrer distorções no sinal
modulado em sua fase (inversão de fase). Este efeito é indesejado porque
prejudica a qualidade do sinal recebido.

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Figura 3 – Sinal modulado sob o efeito da sobremodulação do sinal em AM

A figura em (a) mostra o sinal modulante, em (b) o sinal modulado com


kam(t)<1, e em (c) o sinal modulado em kam(t)>1 para algum valor de t. Na figura
também podemos perceber que existe uma envoltória no sinal modulado, a qual
corresponde ao sinal banda base. Para isto, é necessário satisfazer duas
condições:
• Que a amplitude de | kam(t)|>1 para todo t;
• Que a frequência da portadora seja muito maior que a mais alta
componente (W) do sinal de banda base, isto é:

𝑓𝑓𝑐𝑐 ≫ 𝑊𝑊

W é chamado de largura de banda de mensagem. A implicação de que fc


seja muito maior do que W é para garantir que o sinal possa ser recuperado no
receptor. Aplicando-se a transformada de Fourier no sinal modulado, obtém-se:

𝐴𝐴𝑐𝑐 𝑘𝑘𝑎𝑎 𝐴𝐴𝑐𝑐


𝑆𝑆(𝑓𝑓) = . [𝛿𝛿(𝑓𝑓 − 𝑓𝑓𝑐𝑐 ) + 𝛿𝛿(𝑓𝑓 + 𝑓𝑓𝑐𝑐 ] + [𝑀𝑀(𝑓𝑓 − 𝑓𝑓𝑐𝑐 ) + 𝑀𝑀(𝑓𝑓 + 𝑓𝑓𝑐𝑐 )]
2 2

Assumindo que o sinal banda base está limitado ao intervalo −𝑊𝑊 ≤ 𝑓𝑓 ≤


𝑊𝑊 e que a forma do sinal mostrado é apenas figurativa, tem-se no lado esquerdo
da figura sua representação. Ao lado direito, encontra-se o espectro do sinal
modulado. Este espectro mostrado corresponde a S(f) para o caso de fc>W.
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Pode-se observar que o espectro é correspondente a duas funções δ e cada δ
está multiplicada por um fator Ac/2, que ocorrem em +fc ou -fc.

Figura 4 – Espectro de uma banda base e espectro (b) de um sinal modulado

Lembrando que:

𝑓𝑓𝑐𝑐 ≫ 𝑊𝑊

Então, pode-se assumir que as frequências mensuráveis são apenas as


frequências positivas, e encontramos ao lado de fc as bandas correspondentes
ao sinal m(t), sendo uma banda superior a fc e outra banda inferior a fc. A
componente mais alta é dada por fc+W e a componente mais baixa é dada por
fc-W.

Chama-se largura de banda de transmissão a diferença entre estas duas


frequências extremas:

𝐵𝐵𝑇𝑇 = 2𝑊𝑊

TEMA 3 – CONVERSÃO EM FREQUÊNCIA E DEMODULAÇÃO

3.1 Modulador de chaveamento

Ondas em AM podem ser obtidas de diversas formas. O chamado


modulador de chaveamento pode ser construído a partir do circuito elétrico da
figura. Observe que:

𝑐𝑐(𝑡𝑡) = 𝐴𝐴𝑐𝑐 cos(2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑐𝑐 𝑡𝑡)

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Figura 5 – Modulador de chaveamento

O funcionamento do circuito se baseia em alguns pressupostos. Primeiro,


a amplitude da portadora deve ser suficiente para superar a tensão de barreira
do diodo, garantindo que os pulsos positivos passarão pelo diodo que se
comportará como uma chave fechada. A segunda suposição é que o diodo se
comporta como uma chave ideal (impedância zero quando em condução direta).
A terceira suposição é que a curva característica do diodo é linear. A tensão de
entrada do circuito é dada por:
𝑣𝑣1 (𝑡𝑡) = 𝐴𝐴𝑐𝑐 cos(2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑐𝑐 𝑡𝑡) + 𝑚𝑚(𝑡𝑡)

Considerando que Ac>>|m(t)|, pode-se obter a tensão v2(t) sobre a carga


conforme:
𝑣𝑣1 (𝑡𝑡), 𝑐𝑐(𝑡𝑡) > 0
𝑣𝑣2 (𝑡𝑡) = �
0, 𝑐𝑐(𝑡𝑡) < 0

Como o diodo bloqueia um semiciclo da portadora o sinal de saída, (v2(t))


é dado por:
𝑣𝑣2 (𝑡𝑡) = [𝐴𝐴𝑐𝑐 . cos(2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑐𝑐 𝑡𝑡) + 𝑚𝑚(𝑡𝑡)]. 𝑔𝑔𝑇𝑇0 (𝑡𝑡)

Sendo 𝑔𝑔𝑇𝑇0 um trem de pulsos dos semiciclos da senoide da portadora,


com a mesma frequência. A série de Fourier de 𝑔𝑔𝑇𝑇0 é dada pela equação:

1 2 (−1)𝑛𝑛−1
𝑔𝑔𝑇𝑇0 (𝑡𝑡) = + � . cos[2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑐𝑐 𝑡𝑡(2𝑛𝑛 − 1)]
2 𝜋𝜋 2𝑛𝑛 − 1
𝑛𝑛=1

Desta forma, pode-se concluir que a tensão na carga tem duas


componentes. Uma componente é dada por:

𝐴𝐴𝑐𝑐 4
�1 + 𝑚𝑚(𝑡𝑡)� . cos 2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑐𝑐 𝑡𝑡
2 𝜋𝜋𝐴𝐴𝑐𝑐

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Em que a sensibilidade do modulador é a fração que está multiplicando
m(t). A segunda componente são as funções:

𝛿𝛿 = 0, 𝛿𝛿 = ±2𝑓𝑓𝑐𝑐 ; 𝛿𝛿 = ±4𝑓𝑓𝑐𝑐 ; ….

Que ocupam no espectro a largura de 2W centradas em:

𝑓𝑓𝑐𝑐 = 0, 𝛿𝛿 = ±3𝑓𝑓𝑐𝑐 ; 𝛿𝛿 = ±5𝑓𝑓𝑐𝑐 ; ….

Estas componentes indesejáveis podem ser removidos do espectro se for


adicionado um filtro passa faixa centrado em fc com largura de 2W, respeitando
a condição de que fc>2W.

3.2 Demulador

A função do demulador é recuperar a informação transmitida. Isto significa


realizar a operação inversa à do modulador. O demodulador mais simples é
chamado de detector de envoltória. Relembrando a figura, pode-se facilmente
perceber que existe uma envoltória definindo os contornos da onda portadora, a
qual corresponde ao sinal modulante. Assim, ao remover a frequência portadora,
resta o sinal. O processo de recuperação da informação é obtido pelo chamado
detector de envoltória. Os receptores comerciais disponíveis utilizam este
princípio.

Figura 6 – (a) um sinal modulante, (b) um sinal modulado e (c) um sinal


sobremodulado

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O dispositivo que realiza esta tarefa é bastante simples. Existem algumas
condições a serem respeitadas: a) a onda modulada deve ser de banda estreita,
o que nos leva à ideia de um filtro; b) a frequência da onda portadora deve ser
muito maior do que a frequência do sinal modulante, reforçando a ideia do uso
de um filtro; c) o sinal modulado não deve conter a sobremodulação, pois
complicaria a recuperação do sinal original. Um circuito capaz de realizar esta
tarefa é apresentado a seguir:

Figura 7 – Detector de envoltória

Observando-se novamente a figura do sinal modulado, pode-se


facilmente perceber que a envoltória da onda modulada contém duas vezes a
mesma informação, uma defasada da outra em 180º, ou seja, existe uma
simetria em relação ao eixo das frequências.

Figura 8 – Sinal modulado

Esta duplicidade de informação não traz nenhuma vantagem, ao contrário,


traz dificuldades na recuperação do sinal.

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Figura 9 – Sinal modulado mostrando a simetria da envoltória em relação ao eixo
das frequências

Para resolver este problema, o diodo elimina uma das envoltórias. Resta
agora o circuito RC. O papel deste circuito é filtrar a componente de alta
frequência. O capacitor se carrega rapidamente no pico da onda modulada e, no
semiciclo negativo (eliminado pelo diodo), descarrega-se lentamente sobre o
resistor. No próximo semiciclo positivo, o capacitor se carrega novamente e o
ciclo se repete. Desta forma, o sinal após o diodo é representado na figura:

Figura 10 – Onda modulada filtrada

O sinal resultante ainda apresenta um pequeno riple correspondente à


carga e descarga do capacitor, e tem frequência igual à da portadora. O diodo
apresenta dois valores de resistência, uma direta e uma reversa. O valor da
resistência direta influenciará no cálculo do filtro e será chamado por rf (forward-
direto). A representação do sinal modulado é feita pela fonte de tensão em série
com a resistência equivalente da fonte Rs (source – fonte). O resistor de carga,

10
em paralelo com o capacitor, será chamado por rl (load – carga). Portanto, a
constante de tempo do circuito é dada por:

1
�𝑟𝑟𝑓𝑓 + 𝑅𝑅𝑠𝑠 �. 𝐶𝐶 ≪
𝑓𝑓𝑐𝑐

A constante de descarga do filtro é dada por:

1 1
≪ 𝑟𝑟𝑙𝑙 . 𝐶𝐶 ≪
𝑓𝑓𝑐𝑐 𝑊𝑊

W representa a largura da banda base do sinal. O sinal com o riple pode


ser limpado pela adição de um capacitor (não aparece no circuito) após o circuito,
de forma que as altas frequências sejam suprimidas.

3.3 Variações relacionadas a modulação AM

Como visto, o sinal modulado apresenta um espectro de frequências, no


qual existem componentes que podem ser considerados desnecessários:

Figura 11 – Espectro de uma onda AM

A primeira questão é a presença de duas bandas de informação, banda


lateral superior e banda lateral inferior. Trata-se da mesma informação que
ocupa a largura de 2W, o que é um desperdício. A outra é quanto à potência do
espectro irradiado. Uma parte da potência está na onda portadora e outra parte
sobre o sinal modulado, Como a portadora não representa a informação, gasta-
se energia para nada. A parcela da energia gasta na portadora é superior à
energia do sinal modulado, ou seja, de tudo o que é transmitido apenas uma
parte está associada ao sinal modulado. Estas duas questões levaram ao
aprimoramento das transmissões AM. O estudo feito até o presente momento

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sobre a chamada transmissão AM fica melhor definido se ela for chamada de
AM-DSB (Double Side Band – duas bandas laterais).
A primeira alternativa de aprimoramento é AM-DSB-SC (Double Side
Band with Supressed Carrier, ou: “dupla banda lateral com portadora
suprimida”). Nela, a onda portadora é suprimida na transmissão, economizando
potência. O problema do uso duplo da banda (2W) persiste.
A segunda alternativa é chamada de transmissão em amplitude modulada
com banda vestigial – AM-VSB. Neste caso, as duas bandas são transmitidas,
uma completa e a outra parcial. Aqui se consegue a supressão da portadora e
um espectro com largura menor do que 2W. Sua aplicação é para sinais com
banda larga, como nos sinais de televisão. A portadora é transmitida, mas com
o intuito de se obter um equipamento de recepção de menor custo.
A AM-SSB (Single Side Band – “banda lateral única”) economiza espectro
e provoca um aproveitamento da potência irradiada, uma vez que não é preciso
transmitir a outra banda. Isto pode ser facilmente implementado no sistema de
transmissão por se tratar apenas da adição de um filtro, mas requer no receptor
maior complexidade de circuitos. Este receptor é mais caro que o receptor AM-
DSB. Na transmissão de sinais de voz, é possível observar momentos de pausa
(respiração), o que representa a chamada potência nula do sinal, permitindo um
sensível aproveitamento da potência de saída do transmissor.

TEMA 4 – MODULAÇÃO ANGULAR OU EXPONENCIAL

O segundo tipo de modulação que é objeto deste estudo é chamado de


modulação angular, que pode ser dividido em duas partes. Uma é chamada
modulação em fase e a outra, modulação em frequência. Em ambas, a
frequência da amplitude da onda portadora é mantida constante. O espectro da
banda é maior que na modulação AM e há melhor resposta ao ruído..
Considerando que o sinal modulado seja representado pela equação:

𝑠𝑠(𝑡𝑡) = 𝐴𝐴𝑐𝑐 . cos[Θ𝑖𝑖 (𝑡𝑡)]

Sendo Ac a amplitude da portadora e Θi(t) o ângulo da portadora modulada


no tempo. Sabe-se que a cada de 2π radianos de Θi(t), tem-se um ciclo
completo. A variação de Θi(t) em função do tempo necessariamente implica na
variação da frequência da portadora. Isto é explicado pela equação:

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Θ𝑖𝑖 (𝑡𝑡 − Δ𝑡𝑡) − Θ𝑖𝑖 (𝑡𝑡)
𝑓𝑓Δ𝑡𝑡 (𝑡𝑡) =
2𝜋𝜋Δ𝑡𝑡

Ela permite calcular a chamada frequência instantânea da portadora. Para


tanto, deve-se tomar o limite:

Θ𝑖𝑖 (𝑡𝑡 − Δ𝑡𝑡) − Θ𝑖𝑖 (𝑡𝑡) 1 𝑑𝑑 Θ𝑖𝑖 (𝑡𝑡)


𝑓𝑓𝑖𝑖 (𝑡𝑡) = lim 𝑓𝑓Δ𝑡𝑡(𝑡𝑡) = lim = .
Δ𝑡𝑡⟶0 Δ𝑡𝑡⟶0 2𝜋𝜋Δ𝑡𝑡 2𝜋𝜋 𝑑𝑑𝑑𝑑

O termo da equação em forma de derivada é chamado de velocidade


angular instantânea. O sinal da mensagem atuará na fase da portadora, o que é
chamado de modulação em fase (phase modulation). A ideia á fazer o ângulo
instantâneo Θi(t) variar em função linear do sinal de entrada:

Θ𝑖𝑖 (𝑡𝑡) = 2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑐𝑐 𝑡𝑡 + 𝑘𝑘𝑝𝑝 𝑚𝑚(𝑡𝑡)

No qual o ângulo é dado pela soma das duas partes da equação. O termo
kp representa a sensibilidade à fase do modulador. O sinal modulado é dado por:

𝑠𝑠(𝑡𝑡) = 𝐴𝐴𝑐𝑐 . 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑐𝑐 𝑡𝑡 + 𝑘𝑘𝑝𝑝 𝑚𝑚(𝑡𝑡).

A outra forma de modulação é chamada modulação em frequência ou FM


(frequency modulation). Neste tipo de modulação, obtém-se a chamada
frequência instantânea, dada por:

𝑓𝑓𝑖𝑖 (𝑡𝑡) = 𝑓𝑓𝑐𝑐 + 𝑘𝑘𝑓𝑓 𝑚𝑚(𝑡𝑡)

Em que fc é a frequência da portadora e kf é a sensibilidade à frequência


do modulador. Multiplicando a equação por 2π e realizando a integração, é
possível obter:

𝑡𝑡
Θ𝑖𝑖 (𝑡𝑡) = 2𝜋𝜋𝜋𝜋𝑐𝑐 𝑡𝑡 + 2𝜋𝜋𝜋𝜋𝑓𝑓 � 𝑚𝑚(𝜏𝜏)𝑑𝑑𝑑𝑑
0

Que, por sua vez, permite obter:

𝑡𝑡
𝑠𝑠(𝑡𝑡) = 𝐴𝐴𝑐𝑐 . cos[2𝜋𝜋𝜋𝜋𝑐𝑐 𝑡𝑡 + 2𝜋𝜋𝜋𝜋𝑓𝑓 � 𝑚𝑚(𝜏𝜏)𝑑𝑑𝑑𝑑]
0

Que é o sinal modulado em frequência.

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Figura 12 – Figura comparativa entre a modulação em amplitude, em fase e em
frequência

A figura permite comparar os tipos de modulação. O primeiro sinal é a


onda portadora. O segundo é o sinal modulante. O terceiro é o sinal modulado
em AM. O quarto é o sinal modulado em fase. E o último, o sinal modulado em
frequência.

4.2 Propriedades da modulação angular

• Potência de saída constante: como não ocorre modulação em amplitude,


o sinal modulado tem amplitude constante, portanto, a potência
transmitida não varia.
• Não linearidade da modulação: ao contrário da modulação em amplitude,
as modulações angulares têm caráter não linear, pois violam o princípio
da superposição.

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• Irregularidades no cruzamento em zero: é sabido que o sinal modulante
(informação) terá componentes positivos e negativos. Ao cruzar o eixo
zero, isto alterará tanto a frequência instantânea quanto o ângulo
instantâneo, devido às não linearidades da modulação.
• Visualização da forma de onda modulada: como as modulações em fase
e em frequência alteram a portadora, sua verificação e sincronização são
difíceis de visualizar.
• Melhora da relação sinal-ruído: ruídos alteram menos a fase do sinal
modulado que na modulação em amplitude. O custo deste benefício é o
aumento da largura do espectro irradiado.

4.3 Modulação em frequência

O sinal modulante é dado por:

𝑚𝑚(𝑡𝑡) = 𝐴𝐴𝑚𝑚 . cos(2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑚𝑚 𝑡𝑡)

E a frequência instantânea:

𝑓𝑓𝑖𝑖 (𝑡𝑡) = 𝑓𝑓𝑐𝑐 + 𝑘𝑘𝑓𝑓 𝐴𝐴𝑚𝑚 . cos(2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑚𝑚 𝑡𝑡)

𝑓𝑓𝑖𝑖 (𝑡𝑡) = 𝑓𝑓𝑐𝑐 + Δ𝑓𝑓. cos(2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑚𝑚 𝑡𝑡)

Δ𝑓𝑓 = 𝑘𝑘𝑓𝑓 𝐴𝐴𝑚𝑚

Δf é chamado de desvio de frequência e é proporcional ao sinal modulante


e independente da frequência modulante. O ângulo instantâneo do sinal FM é
dado por:

𝑡𝑡
Δ𝑓𝑓
Θ𝑖𝑖 (𝑡𝑡) = 2𝜋𝜋 � 𝑓𝑓𝑖𝑖 (𝑡𝑡)𝑑𝑑𝑑𝑑 = 2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑐𝑐 𝑡𝑡 + . 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 (2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑚𝑚 𝑡𝑡)
0 𝑓𝑓𝑚𝑚

E a razão delta f por fm é chamada de índice de modulação do sinal FM,


denotada por beta:

Δ𝑓𝑓
𝛽𝛽 =
𝑓𝑓𝑚𝑚

Θ𝑖𝑖 (𝑡𝑡) = 2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑐𝑐 𝑡𝑡 + 𝛽𝛽. 𝑠𝑠𝑒𝑒𝑛𝑛 (2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑚𝑚 𝑡𝑡)

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Pode-se concluir que beta é o desvio de fase do sinal modulante, o que
tem duas implicações: a chamada FM de banda estreita (narrowband) tem beta
< que 1 radiano, e a FM banda larga (wideband) tem beta > que 1 radiano.

TEMA 5 – MODULAÇÃO EM FASE E EM FREQUÊNCIA

5.1 Geração de sinais FM

Para se obter um sinal modulado em frequência FM é preciso de um


oscilador controlado por tensão VCO (Voltage Controlled Oscilator). A ideia é
construir um oscilador no qual uma variação da tensão (sinal modulante) atue
produzindo um desvio da frequência gerada pelo oscilador. Existem diversos
tipos de osciladores: Armstrong, Hartley, Clapp, Ponte de Wien, Colpits, entre
outros. O princípio básico de um oscilador pode ser compreendido pelo
funcionamento de um circuito formado de um capacitor e um indutor em paralelo:

Figura 13 – Circuito LC em paralelo

Supondo tanto o indutor (campo magnético) quanto o capacitor (campo


elétrico) sem energia e movendo-se a chave S1 para a esquerda, o capacitor se
carregará com o valor da tensão da bateria. Ao se voltar a chave S1 para a
posição original, as cargas armazenadas no capacitor fluirão em direção ao
indutor. Toda a energia armazenada no campo elétrico passa para o campo
magnético. Neste momento, deixa de circular a corrente e o campo magnético
colapsa, de forma que o capacitor passa a se comportar como um curto circuito.
A corrente proveniente do indutor tem sentido contrário à da corrente que
carregou o campo no indutor. Esta corrente se armazenará no capacitor até
atingir o valor máximo, e o campo magnético no indutor será zero. O capacitor
então se descarrega novamente sobre o indutor, porém a corrente está no

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sentido contrário. O indutor mais uma vez terá o valor de seu campo magnético
ao atingir o máximo e o capacitor se descarregará.
Um exemplo bastante comum é chamado de oscilador Hartley. Este tipo
de oscilador é formado por duas bobinas em série, ou uma bobina com center
tape (derivação central).

Figura 14 – Circuito LC em malha aberta

O circuito LC da figura deverá estar no elo de realimentação de um


amplificador de forma que o sinal de entrada do amplificador seja realimentado.

Figura 15 – Oscilador tipo Hartley com OP-AMP

Se no circuito, o capacitor for substituído por um capacitor variável ou por


um varicap, a frequência do oscilador pode ser ajustada.

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Figura 16 – Capacitor variável

Crédito: SeDmi/Shutterstock.

Figura 17 – Diodo varicap

Ao variar a tensão contínua sobre o varicap, sua capacitância interna


varia.

18
Figura 18 – Circuito modulador para FM com varicap

Figura 19 – Oscilador tipo Hartley

O circuito da figura nos fornece as condições para determinar a frequência


do sinal modulado. A frequência de oscilação do circuito é dada por:

1
𝑓𝑓𝑖𝑖 (𝑡𝑡) =
2𝜋𝜋�(𝐿𝐿1 + 𝐿𝐿2 ). 𝐶𝐶𝑡𝑡

Substituindo Ct por um capacitor fixo em série com um capacitor variável


e o sinal modulante por fm, a capacitância pode ser expressa por:

𝐶𝐶(𝑡𝑡) = 𝐶𝐶0 + Δ𝐶𝐶. cos 2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑚𝑚 𝑡𝑡)

Substituindo:

Δ𝐶𝐶 −1
𝑓𝑓𝑖𝑖 (𝑡𝑡) = 𝑓𝑓0 [ 1 + cos 2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑚𝑚 𝑡𝑡] 2
𝐶𝐶0

Sendo:

1
𝑓𝑓0 =
2𝜋𝜋�𝐶𝐶0 (𝐿𝐿1 + 𝐿𝐿2 )

19
Considerando que a variação da capacitância é pequena em relação a C0,
pode-se aproximar para:

Δ𝐶𝐶
𝑓𝑓𝑖𝑖 (𝑡𝑡) ≅ 𝑓𝑓0 [ 1 − cos(2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑚𝑚 𝑡𝑡)]
2𝐶𝐶0

Se:

Δ𝐶𝐶 Δ𝑓𝑓
= −
2𝐶𝐶0 𝑓𝑓0

Então:
𝑓𝑓𝑖𝑖 (𝑡𝑡) ≅ 𝑓𝑓0 Δ𝑓𝑓 cos(2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑚𝑚 𝑡𝑡)]

Figura 20 – Diagrama em blocos de um gerador em FM

O circuito pode ser melhorado com a adição de um oscilador com maior


estabilidade, como o proporcionado por um cristal.

Figura 21 – Diagrama em blocos de um oscilador a cristal para gerar sinais FM

5.2 Demodulação de sinais FM

A recuperação do sinal passa por um circuito chamado demodulador. A


função deste circuito pode ser descrita como o inverso do modulador. Uma
20
possibilidade é realizar um dispositivo que permita, a partir da variação da
frequência instantânea, um sinal de amplitude variável, o que é denominado
discriminador de frequência. Outra forma de voltar ao sinal original é por meio de
um circuito tipo PLL (Phase Locked Loop).
Um discriminador de frequências é composto por duas partes, a primeira
é um circuito em rampa (linear) e o segundo é o já conhecido detector de
envoltória (detecção de AM). Um circuito em rampa deve ser capaz de gerar uma
resposta linear na faixa de frequências a ser demodulada:

Figura 22 – Resposta em rampa na faixa do sinal modulado FM

A função de transferência do circuito deve corresponder a:

𝐵𝐵𝑇𝑇 𝐵𝐵𝑇𝑇 𝐵𝐵𝑇𝑇


⎧ 𝑗𝑗2𝜋𝜋𝜋𝜋 �𝑓𝑓 − 𝑓𝑓𝑐𝑐 + � 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑓𝑓𝑐𝑐 − ≤ 𝑓𝑓 ≤ 𝑓𝑓𝑐𝑐 +
⎪ 2 2 2
𝐻𝐻1 (𝑓𝑓) = 𝐵𝐵𝑇𝑇 𝐵𝐵𝑇𝑇 𝐵𝐵𝑇𝑇
⎨𝑗𝑗2𝜋𝜋𝜋𝜋 �𝑓𝑓 + 𝑓𝑓𝑐𝑐 − � 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 −𝑓𝑓𝑐𝑐 − ≤ 𝑓𝑓 ≤ −𝑓𝑓𝑐𝑐 +
⎪ 2 2 2
⎩ 0, 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐á𝑟𝑟𝑖𝑖𝑜𝑜

Sendo a um parâmetro constante, o circuito sob análise deve produzir


uma resposta s1(t), em função do sinal FM (sinal modulado) recebido s(t). O sinal
FM recebido tem por portadora uma frequência fc, e ocupa banda no espectro
com largura BT. Ainda, o circuito deve proporcionar saída zero fora desta faixa:

21
Figura 23 – Figura da resposta de saída do circuito

Tomando por base a equação do sinal FM já apresentada:


𝑡𝑡
𝑠𝑠(𝑡𝑡) = 𝐴𝐴𝑐𝑐 . cos[2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑐𝑐 𝑡𝑡 + 2𝜋𝜋𝑘𝑘𝑓𝑓 � 𝑚𝑚(𝜏𝜏)𝑑𝑑𝑑𝑑]
0

E sabendo-se que a frequência da portadora fc é muito maior que a largura


da banda BT, o sinal de saída pode ser simplificado:

𝑡𝑡
𝑠𝑠̃ (𝑡𝑡) = 𝐴𝐴𝑐𝑐 . 𝑒𝑒 [𝑗𝑗2𝜋𝜋𝑘𝑘𝑓𝑓 ∫0 𝑚𝑚(𝜏𝜏)𝑑𝑑𝑑𝑑]

𝑠𝑠̃ (𝑡𝑡) é chamado de envelope complexo de s(t):

Figura 23 – Sinal de saída do circuito

Chamando agora 𝑠𝑠̃1 (𝑡𝑡) como resposta de saída do circuito e tomando a


transformada de Fourier do sinal, obtém-se:

𝐵𝐵𝑇𝑇 𝐵𝐵 𝐵𝐵
1 𝑗𝑗2𝜋𝜋𝜋𝜋 �𝑓𝑓 + � ̃𝑓𝑓 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 − 𝑇𝑇 ≤ 𝑓𝑓 ≤ + 𝑇𝑇
𝑆𝑆
𝑆𝑆̃1 (𝑓𝑓) = � ̃
𝐻𝐻 (𝑓𝑓). 𝑆𝑆(𝑓𝑓) 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 � 2 2 2
2 1
0, 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐á𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟

Sabendo que multiplicando a transformada de Fourier pelo termo j2πf é


equivalente a uma operação de diferenciação, pode-se inferir:

22
𝑑𝑑𝑠𝑠̃ (𝑡𝑡)
𝑠𝑠�1 (𝑡𝑡) = 𝑎𝑎[ + 𝑗𝑗𝑗𝑗𝐵𝐵𝑇𝑇 𝑠𝑠̃ (𝑡𝑡)
𝑑𝑑𝑑𝑑

O que leva a:

𝑠𝑠�1 (𝑡𝑡) = 𝑅𝑅𝑅𝑅[𝑠𝑠�1 (𝑡𝑡). 𝑒𝑒 𝑗𝑗2𝜋𝜋𝑓𝑓𝑐𝑐𝑡𝑡

E que:

2𝑘𝑘𝑓𝑓
� . 𝑚𝑚(𝑡𝑡)� < 1 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 𝑡𝑡
𝐵𝐵𝑇𝑇

Basta um detector de envoltória para que a amplitude do sinal m(t) seja


recuperada. Na saída do detecto de envoltória, tem-se:

2𝑘𝑘𝑓𝑓
|𝑠𝑠�1 (𝑡𝑡)| = 𝜋𝜋𝐵𝐵𝑇𝑇 𝑎𝑎𝐴𝐴𝑐𝑐 �1 + . 𝑚𝑚(𝑡𝑡)�
𝐵𝐵𝑇𝑇

Restando ainda uma polarização no sinal dada pelo termo 𝜋𝜋𝐵𝐵𝑇𝑇 𝑎𝑎𝐴𝐴𝑐𝑐 , para
resolver esta questão é repetido o mesmo circuito:

Figura 24 – Circuito completo

A diferença entre as envoltórias mostrada no somador da figura garante a


recuperação do sinal banda base. Este conjunto recebe o nome de discriminador
de frequências balanceado. O circuito que realiza esta função é:

23
Figura 25 – Circuito discriminador de frequências balanceado

O circuito PLL também pode ser utilizado para a demodulação de sinal


FM. O PLL tem várias aplicações: sincronização de circuito, divisão ou
multiplicação de frequências, em moduladores FM e demoduladores em
frequência indireta.
A aplicação parte do fato de que os circuitos PLL trabalham com
realimentação negativa. Um PLL é constituído por três elementos: um oscilador
controlado por tensão VCO, um filtro e um multiplicador de frequências, como
pode ser visto na figura:

Figura 26 – Diagrama em blocos de um PLL

O sinal de saída é realimentado para o VCO, o qual defasa o sinal em 90º.


Este sinal é então somado ao sinal FM de entrada, o qual gera um sinal de erro
e(t), que é filtrado para eliminar as possíveis combinações resultantes da soma
das frequências do VCO e do sinal. Isto gera uma tensão de controle v(t) que
atua sobre o VCO.

24
5.3 Espectro de sinais FM

Como visto anteriormente, é muito difícil interpretar um sinal de FM no


domínio do tempo. Isto pode ser melhor compreendido quando efetuamos a
análise no domínio da frequência. Dada a complexidade do sinal de entrada x(t),
esta análise é feita assumindo apenas uma única frequência de entrada de
frequência fixa. A figura mostra esta situação para o fator beta = 1 (beta é o fator
de modulação do sinal):

Figura 27 – Sinal de entrada monotônico modulado em frequência

O sinal de FM gerado tem espectro de frequências infinito, mas, como a


amplitude decai, foram representadas apenas algumas frequências laterais. Se
o fator de modulação é aumentado, ocorre de forma mais visível o espalhamento
de frequências no espectro.

Figura 28 – Espectro de um sinal monotônico com fator de modulação maior que


o anterior

Por fim, se o fator beta é aumentado mais ainda, fica claro que ocorre
maior espalhamento de frequências no espectro:

25
É importante destacar que à medida que beta cresce, o espalhamento do
espectro e a largura da banda também aumentam. Considerando que o espectro
é ocupado por outras emissoras de FM, na medida em que o espectro cresce
pode ocorrer a sobreposição dos sinais com os de outras emissoras. Isto é
regulado pela Anatel, e empresas que desrespeitam tal ordenamento podem
sofrer sanções legais. Este efeito á bastante perceptível. Basta assistir a um
canal de televisão e observar o aumento do volume quando os comerciais
entram no ar, o que corresponde à sobremodulação do fator beta, aumentando
a largura da banda FM. A legislação determina que um canal FM ocupe até
180kHz de variação sobre a frequência portadora.

Tabela 1 – Tabela comparativa entre o fator beta e as frequências laterais


significativas

A largura de banda de transmissões FM pode ser calculada pela regra de


Carson:

1
𝐵𝐵𝑇𝑇 ≅ 2Δ𝑓𝑓 + 2𝑓𝑓𝑚𝑚 = 2Δ𝑓𝑓 �1 + �
𝛽𝛽

Para transmissão de FM banda larga (fm) de 15kHz, a largura da banda é


de um desvio máximo (delta f) de 75kHz:

26
𝐵𝐵𝑇𝑇 ≅ 2. (15 + 75) = 180𝐾𝐾ℎ𝑧𝑧

Assim, uma estação de rádio FM centrada em 98MHz tem banda de


97,910 MHz até 98,090 MHz, metade para cada lado da portadora.

FINALIZANDO

Estudamos os princípios da modulação angular, que é outra forma de


modulação. A modulação angular também se utiliza de uma portadora, na qual
o ângulo é alterado em função do sinal modulante (informação).
A modulação angular pode ser dividida em dois tipos: modulação em
frequência (FM) e modulação em fase (PM). No caso de FM, a frequência
instantânea da portadora varia em função do sinal de entrada. Para o caso do
PM, é a fase da portadora que varia com o sinal. A frequência instantânea é
definida como a derivada da fase com relação ao tempo. Portanto, existe uma
relação entre as modulações FM e PM.
Nas aplicações comerciais, o FM é mais utilizado. Diferentemente da
modulação em amplitude, FM é um processo de modulação não linear, o que
torna a análise espectral mais difícil do que a de AM. A regra de Carson permite
uma avaliação aproximada da largura de banda de transmissão para os sinais
FM. Em FM, a amplitude de portadora é mantida constante, o que se traduz por
vantagem do FM sobre AM em melhorar qualitativamente os efeitos de ruído na
recepção. A modulação em frequência permite que se troque a largura de banda
de canal por um melhor desempenho quanto ao ruído, o que não é conseguido
na AM.

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REFERÊNCIAS

HAYKIN, S. Sistemas de comunicação. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.

LATHI, B. P. Sinais e sistemas lineares. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2008.

SOARES NETO, V. Sistemas de comunicação: serviços, modulação e meios


de transmissão. 1. ed. São Paulo: Érica, 2015.

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