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COMUNICAÇÕES DIGITAIS

AULA 2

Prof. Amilton Carlos Rattmann


CONVERSA INICIAL

A área da comunicação digital é repleta de mecanismos, algoritmos e


protocolos, que operam ora de forma conjunta, ora de forma independente,
transportando um monumental volume de dados, estando presente em todos os
acessos à Internet, e também em redes celulares, transmissão de TV digital,
redes industriais e redes locais, empregando alguma técnica digital na
transmissão. Veremos nesta aula algumas técnicas de modulação e codificação
e formas de modelar e organizar a comunicação digital.

TEMA 1 – MODELO DO CANAL DE COMUNICAÇÃO

Antes da transmissão de sinais digitais, a fonte de informações é


codificada para eliminar as redundâncias de fonte e possibilitar a transmissão
mais eficiente das informações. A informação codificada é submetida à
codificação de canal para a inserção de redundâncias que possibilitem a
recuperação da informação através da detecção e correção de erros. A
redundância inserida está algébrica ou logicamente associada às informações
transmitidas e deve ser capaz de suportar as alterações produzidas pelo canal e
as distorções causadas pelo ruído ao longo da propagação dos sinais,
entregando ao receptor uma estimativa do sinal originalmente transmitido,
passível de recuperação.
A Figura 1 apresenta uma comparação entre o desempenho de
comunicações com e sem códigos corretores de erros na transmissão pelo canal.
O eixo das ordenadas representa a taxa de erro de bits, BER (do inglês: Bit Error
Rate), que representa a probabilidade de ocorrências de erros em uma
determinada transmissão e assinala uma taxa específica (BERREF) para
estabelecer uma comparação entre os modos de operação. No eixo das
abcissas, a relação Eb/N0 representa uma medida da energia de bit sobre o
ruído, que remete à potência de transmissão e à energia gasta neste processo.
As duas curvas plotadas no gráfico representam a probabilidade de erros com a
variação da potência de transmissão. Quanto maior a potência de transmissão
ou, mais precisamente, quanto maior a relação entre o nível de transmissão e o
nível de ruído, menor a probabilidade de erros. Há uma diferença entre as curvas
pois, todo erro ocorrido na transmissão sem correção de erros representa perdas
de informação e erros ocorridos na transmissão com correção de erros carregam

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uma taxa de recuperação, contabilizando menor perda de informação. As
diferenças entre as perdas de informação podem ser comparadas pela taxa de
erros de bits de referência, que estabelece uma equivalência para a mesma taxa
de informação entregues sem erro. Na linha BERREF, os dois modos de operação
apresentam a mesma probabilidade de perdas de informações, mas mostra que
com a utilização de código corretor de erros é necessário utilizar menos potência
na transmissão, assinalado no gráfico como G(dB). Esta diferença G pode ser
interpretada como um ganho na potência de transmissão ou na relação sinal-
ruído, pois representa menor potência de transmissão para o mesmo alcance ou
um alcance maior na transmissão para a mesma potência.

Figura 1 – Comparação entre modos de comunicação com e sem a utilização de


códigos corretores de erros

Fonte: Elaborado com base em Brandão, 2014.

1.1 O meio de comunicação

O meio de comunicação interliga os elementos transmissor e receptor


através de um canal. A redundância de fonte deve ser eliminada para tornar a
transmissão mais eficiente, melhorando a relação bit/Hz. A codificação de fonte
elimina a redundância de fonte, aplicando o conhecimento da teoria da
informação, área que iniciou com a publicação com o artigo de Shannon, em
1948.
A codificação de canal, aplicada após a codificação de fonte, é
responsável pela inserção de redundâncias na transmissão, para garantir uma
chance maior de recuperação de informações no receptor. É nesta parte do

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sistema de comunicações que ocorreu a maior desenvolvimento nos últimos
anos, avançando em técnicas de codificação e maior velocidade de transmissão.

1.2 O transmissor

O transmissor implementa um sistema modulador ou codificador,


necessários para permitir o transporte de informações através do canal. No
modelo de transmissão digital, determina-se um bloco de m bits como
mensagem. Cada mensagem m é transmitida por um sinal analógico s(m),
repetindo-se a cada novo bloco m. Cada bloco m corresponde unicamente a um
sinal s(m), distinto. Existem 2m blocos de mensagens {m1, m2, m3, m4, ..., mm}
que produzem 2m sinais s(m) analógicos {s1(m), s2(m), s3(m), s4(m), ... , sm(m)},
conforme apresentada na Figura 2.

Figura 2 – Modelo de transmissor

Fonte: Elaborado com base em Brandão, 2014.

1.3 O canal

Na modelagem geral do sistema de comunicação digital, parte das


distorções produzidas pelo canal podem ser desconsideradas pelo projeto
adequado do canal, que minimize os efeitos indesejados, mantendo apenas o
ruído como única manifestação interferente. A definição de múltiplos canais
estreitos reduz os efeitos de atraso de fase e atenuação seletiva.

1.4 O Receptor

A Figura 3 apresenta o modelo geral do receptor, no qual o canal não


insere atenuação ou alteração no sinal, mas mantém a presença do ruído n(m),
que é vista no modelo como uma adição ao sinal recebido s(m), produzindo
s’(m). A ruído é uma entidade estatística definida nos sistemas de comunicação
como um modelo AWGN (do inglês: Additive White Gaussian Noise), conceito
visto anteriormente.
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Figura 3 – Modelo de receptor

O sinal na entrada do receptor é s’(m) = s(m) + n(m). O receptor deve


escolher a mensagem m recebida em função do sinal s’(m) recebido. O receptor
conhece todas as mensagens; pela implementação de uma codificação de fonte
adequada, produz mensagens equiprováveis, e o padrão do ruído opta
corretamente pela mensagem s(m) que possui a menor distância da mensagem
s’(m). Embora ocorram erros, podem ser recuperados no receptor pela
codificação de canal, que produz redundâncias que entregam informações
extras ao receptor, permitindo a escolha adequada da mensagem m.

TEMA 2 – AS CAMADAS FUNCIONAIS

Os protocolos de comunicação de dados evoluíram muito desde as


primeiras comunicações entre terminais de console e computadores centrais. Se
tornaram complexos, agregaram funcionalidades, mecanismos e algoritmos,
suportando diferentes serviços. A dificuldade para integrar ambientes distintos e
heterogêneos exigiu muitos esforços e tornou-se dispendiosa, por exigir
implementações completas das estruturas de protocolos distintos em
equipamentos (gateways) para se garantir as funcionalidades mútuas entre
ambientes. Essa realidade motivou o estudo de soluções e a adoção de modelos
que separassem as características necessárias à comunicação, em camadas
funcionais distintas, que facilitassem a tarefa de interconectar sistemas
heterogêneos, que veremos nesta aula.

2.1 Camadas funcionais

O modelo de separação em camadas permite desenvolver ou atualizar


parte de um protocolo, ou permitir o desenvolvimento do mesmo protocolo por
equipes ou empresas distintas, trabalhando em camadas diferentes. Existem
modelos de camadas, propostos por organizações, descrevendo soluções mais

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abrangentes ou mais restritivas, às vezes criadas para descrever protocolos
específicos. O Modelo OSI (Open Systems Interconnection) proposto pela ISO
(International Standards Organization) é mais abrangente e mais aceito para
especificar e organizar as funcionalidades dos protocolos. Está dividido em sete
camadas funcionais que serão descritas adiante, neste tema. É comum
denominar como pilha o conjunto de camadas de um protocolo.
No modelo OSI, cada camada troca informações de controle com a
mesma camada em outra pilha, estabelecendo um protocolo entre as camadas.
Todas as informações de controle inseridas na camada n de origem são
necessárias e interpretadas pela camada n de destino, conforme apresentado
na Figura 4.

Figura 4 – Funcionalidade das camadas

Os protocolos n trocam mensagens entre camadas n utilizando unidades


de dados denominadas PDU (do inglês: Protocol Data Unit). As PDU de camada
n quando descem para a camada n-1, tornam-se SDU (do inglês Service Data
Unit) e são encapsuladas como carga de dados na PDU do protocolo n-1. O
encapsulamento agrega o PCI (do inglês: Protocol Control Information) da
camada n-1 ao PDU da mesma camada. O processo de encapsulamento
continua camada a camada, até chegar à camada física, conforme apresentado
na Figura 5.

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Figura 5 – Encapsulamento

2.1.1 A camada física

A camada física guarda todas as especificações relacionadas à


transmissão do sinal lógico pelo meio físico, permitindo que um bit chegue ao
destino como foi originalmente transmitido – ou o mais próximo possível. Ao se
conectar dois equipamentos de fabricantes diferentes por interfaces compatíveis
no estabelecimento de uma comunicação de dados, estamos nos beneficiando
do modelo, pelas especificações mecânica, elétrica e de comando, que são
partes da recomendação desta camada. A especificação mecânica define a
forma pela qual a conexão mecânica ocorre, além de quantidades de pinos,
dimensões e tipos de conectores utilizados. Os conectores RJ45, DB25, M34,
BNC são exemplos de conexões especificadas nas camadas físicas de protocolo
diferentes, ou aparecem como opções para o mesmo protocolo.
A especificação elétrica define parâmetros elétricos da conexão, como
tensões envolvidas, correntes, impedâncias, frequências e formato dos sinais,
que definem a taxa de bits máxima e comprimento máximo do cabo para
determinado desempenho. Na interface V.24, por exemplo, a informação lógica
de nível alto (bit um), para um dado transmitido, é definida por uma tensão entre
-3 e -25V, e uma informação lógica de nível baixo (bit zero) é definida por uma
tensão entre 3 e 25V. Caso fosse um sinal de controle, o sinal estaria ativo com
uma tensão entre 3 e 25V e não ativo com uma tensão entre -3 e -25V.
As especificações de controle definem a forma pela qual os equipamentos
estabelecem uma comunicação confiável, e definem a função de cada sinal da
interface. Na interface V.24 ou V.35, o sinal DCD ativo, definido no sentido do
equipamento ECD (equipamento de comunicação de dados) para ETD
(equipamento de terminação de dados), indica que o ECD está recebendo um
sinal com a frequência correta (portadora) de outro equipamento ECD.
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2.1.2 A camada de enlace

A camada física garante a entrega de bits de dados no destino, mas não


garante a entrega correta dos bits. Os sinais lógicos transmitidos sofrem
interferências eletromagnéticas no transporte pelo canal, que podem produzir
interpretações equivocadas na recepção, identificando valores lógicos diferentes
daqueles originalmente transmitidos, denominados erros de transmissão. A
camada de enlace, entre outras funções, garante a detecção e a possível
correção dos erros de transmissão, tornando a comunicação mais confiável entre
elementos ETD.
A camada de enlace também é responsável pelo controle de fluxo e pela
entrega de quadros na ordem que foram enviados. O controle de fluxo é
necessário para compatibilizar dispositivos com desempenhos e capacidades
diferentes. Este controle permite que um controlador de 8 bits e relógio lento se
comunique com um controlar de 64 bits com relógio rápido. O sequenciamento
de informações garante que as partes de uma informação de maior tamanho,
como um arquivo de imagem, sejam entregues na ordem que foram produzidas
mesmo na ocorrência de erros na transmissão. A camada de enlace implementa
mecanismos que corrigem as perdas e reorganizam os quadros para garantir a
sequência correta das informações.

2.1.3 A camada de rede

Como vimos, a camada de enlace pode detectar ou corrigir erros de


transmissão conforme mecanismos empregados, envolvendo dois elementos
ETD (origem e destino) em conexão direta ponto a ponto, ou entre elementos
dispostos em um enlace de múltiplos acessos ao meio. Porém, a camada de
enlace não consegue trocar informações entre elementos que não estejam
diretamente conectados. A camada de rede extrapola as limitações da conexão
direta e cria um mecanismo para comunicação entre elementos que estão
distantes, interligados por meio de muitos enlaces e conexões diretas, passando
informações de elemento a elemento, até que atinja o elemento de destino. Os
elementos que apenas geravam ou recebiam informações ganham, com esta
camada, a funcionalidade de transportar informações de elementos que não
estão diretamente conectados, e que não foram geradas nem se destinam a
estes elementos. Entre as funções da camada de rede, então os mecanismos de

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roteamento para encaminhar as informações (pacotes de dados) de forma a
atingir os destinos. Como cada elemento de rede está ligado a dois ou mais
enlaces distintos, o processo de roteamento (tomada de decisão) tenta
determinar qual enlace leva a informação ao destino correto – ou, em outras
palavras, ao ETD de destino, que deve receber a informação transportada.

2.1.4 A camada de transporte

Vimos que a camada de rede consegue entregar a informação no


elemento de destino, que pode estar muito distante, através de centenas de
enlaces elementos, mas não consegue estabelecer uma diferenciação entre os
tipos de tráfego, nem estabelecer condições de controle de fluxo. A camada de
transporte estabelece um fluxo virtual específico de comunicação fim a fim, além
de permitir a multiplexação entre fluxos, na qual os elementos de rede
estabelecem conexões simultâneas com outros elementos de rede,
determinando fluxos com características distintas, orientados ou não orientados
à conexão, com tráfego sensível a perdas ou sensível a latência, com ou sem
controle de sequência de informações. Nesta camada, ocorre a comunicação
entre processos existentes nos ETD, cuja entrega de informações ocorre sem
erros. Os fragmentos de dados (segmentos de dados) são transportados em
sequência, com garantia na entrega das informações ou sem garantia na entrega
das informações, dependendo da forma como a conexão virtual foi estabelecida.
A individualização de cada fluxo ocorre pela identificação das portas de origem
e destino envolvidas em cada ponta da conexão.

2.1.5 A camada de sessão

A camada de sessão é necessária ao controle da comunicação entre as


partes comunicantes, podendo ser vista como um controle de diálogo entre os
usuários. Entre as funções desta camada, está o registro de marcas do
andamento da comunicação, para permitir a continuidade da troca de
mensagens a partir da última marca confirmada, nos casos de reconexão por
falhas de comunicação. Outra função está no controle de operações críticas, nas
quais um usuário ou processo são impedidos de atuar simultaneamente sobre
um mesmo recurso, ou parte de um recurso, através de um gerenciamento de
tokens, por exemplo. O gerenciamento de pontos de reinício e sincronismo para

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transmissão de longas sequências de dados por múltiplos fluxos de transporte
de dados, como apresentada na Figura 6, também é função desta camada.

Figura 6 – Coordenação de transmissão de múltiplos fluxos na camada de


sessão

2.1.6 A camada de apresentação

A camada de apresentação está relacionada com as funções semânticas


de representação da informação. Códigos para representação de caracteres,
representação de estruturas de dados, formato dos dados, formatos de imagem,
compressão, criptografia e outras formas de representação estão entre as
funções desta camada que permitem a correta transmissão de informações entre
múltiplos sistemas heterogêneos através da rede de dados, retirando esta
preocupação dos aplicativos, que podem trabalhar da maneira e com os padrões
com os quais foram criados. Embora no modelo TCP/IP não exista uma
referência explícita à camada de apresentação, esta função está embutida na
camada de aplicação do modelo TCP/IP, na qual o desenvolvedor opta por incluir
ou não determinadas funções no desenvolvimento de funções da camada.
Exemplo de um protocolo do guarda-chuva TCP/IP é o SSL, que estabelece um
canal criptografado entres as camadas de transporte e aplicação.

2.1.7 A camada de aplicação

A camada de aplicação está ligada ao suporte de aplicações. Entre as


funções desta camada, estão os protocolos de comunicação e as funções que
permitem o ingresso de serviços de usuário na rede de dados. A linguagem
HTML, por exemplo, transportada entre servidores de páginas e navegadores,
traz aplicações suportadas pelo protocolo HTTP pertencente à camada de
aplicação. Outros protocolos, como o FTP e o SMTP, suportam aplicativos de
transferência de arquivos e de troca de e-mails, respectivamente. Um Codec de
áudio, por exemplo, pertence às soluções dessa camada da aplicação.
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TEMA 3 – MODULAÇÃO DIGITAL

Neste tema, veremos as técnicas de modulação empregadas na


transmissão digital. Algumas técnicas de modulação foram usadas na gravação
de informações digitais em mídias físicas analógicas, permitindo o
armazenamento de programas e dados em fitas magnéticas. Outras técnicas de
modulação foram utilizadas nas comunicações de alta velocidade
proporcionadas por modens analógicos e em modems ADSL.

3.1 Modulação ASK

A modulação por alteração de amplitude ASK (do inglês Amplitude-Shift


Keying) altera apenas a amplitude de um sinal portador com determinada
frequência através de um sinal modulante digital. Uma amplitude será nula e a
outra assume um valor diferente de zero que possa ser reconhecido pelo
receptor.
A equação geral do sinal ASK pode expressa pela Equação 1, na qual o
α representa uma amplitude, g(t) um pulso e o cos(2πfCt+θ), representa o sinal
da portadora com determinada frequência e fase:
𝑠(𝑡) = 𝛼𝑔(𝑡)cos⁡(2𝜋𝑓𝐶 𝑡 + 𝜃) (1)

𝛼 = {𝐴1 , 𝐴2 , 𝐴3 , … , 𝐴𝑁 }

O pulso com amplitude AN é multiplicado pelo sinal portador, gerando o


sinal ASK, apresentado na Figura 7. Este sinal também é conhecido como
resultado da modulação OOK (do inglês On-Off Keying).

Figura 7 – Sinal ASK On-Off – ou OOK

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O esquema geral de um modulador ASK é apresentado na Figura 8, na
qual é possível observar o multiplicador de pulso pela amplitude AN e o
multiplicador do pulso pelo sinal portador. Neste diagrama geral, a modulação
on-off vista na Figura 7 e a modulação ASK multinível apresentada na Figura 10,
na qual níveis diferentes de pulsos são multiplicados pelo sinal portador, são
geradas por esse modulador. A modulação multinível transporta mais bits por
símbolo. Cada uma das quatro amplitudes representa (ou carrega) dois bits de
informação, o dobro da modulação ASK ou da modulação ASK, com dois níveis.

Figura 8 – Modulador geral ASK

Fonte: Elaborado com base em Brandão, 2014.

Esquemas mais simples de um modulador ASK trazem o modulador


sendo chaveado por um sinal digital. Seria um caso particular do ASK on-off.
Na demodulação do sinal ASK, uma correlação do entre o sinal
transmitido e os sinais possíveis, de conhecimento do receptor, é executada para
identificar o símbolo com a menor distância do sinal recebido. Este será o
símbolo com a maior probabilidade de estar correto. A expressão (2) apresenta
a determinação do símbolo transmitido pela comparação entre os valores da
correlação entre u(t), sinal recebido, e s1(t), símbolo 1, e entre u(t) e s2(t), símbolo
2. A maior valor determina a mensagem recebida:

∞ ∞
𝐸1 𝐸2
∫ 𝑟(𝑡)𝑠1 (𝑡)𝑑𝑡 − ≥ ∫ 𝑟(𝑡)𝑠2 (𝑡)𝑑𝑡 − ⇒ 𝑚1 , 𝑐𝑎𝑠𝑜⁡𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜, 𝑚2 (2)
−∞ 2 −∞ 2

O esquema geral do demodulador é apresentado na Figura 9, na qual o


diagrama do correlacionador está representado por dois blocos.

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Figura 9 – Esquema geral do demodulador ASK

A Figura 10 apresenta sinal ASK multinível para quatro símbolos, que


pode ser modulado e demodulado a partir dos esquemas apresentados nas
Figuras 8 e 9.

Figura 10 – Sinal ASK multinível. Símbolos: b1b0 = {11, 10, 01, 00}

Alguns controles remotos de portão utilizam esta modulação para


transmitir os códigos de abertura e fechamento.

3.2 Modulação FSK

A modulação por alteração de frequência FSK (do inglês Frequency-Shift


Keying) altera apenas a frequência de um sinal portador com amplitude
constante, através de um sinal modulante digital. A duração da frequência é
limitada no tempo. Cada frequência carrega um símbolo diferente que possa ser
reconhecido indubitavelmente pelo receptor.
A equação geral do FSK é apresentada abaixo (3), na qual a função rect
indica apenas que a frequência tem duração limitada, A representa a amplitude
constante, fi representa a frequência da portadora relacionada a mensagem m =
{m1, m2, ... M}, de comprimento de L bits. θi representa a fase de cada frequência,
que são independentes entre si:

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𝑡
𝑠𝑖 (𝑡) = 𝐴𝑟𝑒𝑐𝑡 ( ) cos(2𝜋𝑓𝑖 𝑡 + 𝜃𝑖 ) ; 𝑖 = 1,2, … 𝑀 (3)
𝑇

Os projetos de sistemas FSK são elaborados para que os sinais sejam


ortogonais, aumentando a separação entre os símbolos.
Um esquema de modulador FSK é apresentado na Figura 11, em que o
bloco de L bits produz uma frequência f i, com fase θi no oscilador, produzindo
um sinal FSK, apresentado na Figura 12.

Figura 11 – Esquema geral do modulador FSK

Para um sistema FSK binário, as expressões (4) produziram o sinal FSK,


como apresentado na Figura 12.
𝑡
𝑠1 (𝑡) = 𝐴𝑟𝑒𝑐𝑡 ( ) cos(2𝜋𝑓1 𝑡 + 𝜃1 )
𝑇
(4)
𝑡
𝑠2 (𝑡) = 𝐴𝑟𝑒𝑐𝑡 ( ) cos(2𝜋𝑓2 𝑡 + 𝜃2 )
𝑇

Figura 12 – Sinal FSK

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Na Figura 13 é apresentado um esquema geral de demodulador FSK,
basicamente formado por dois demoduladores de amplitude sintonizados nas
frequências e fases específicas do sinal modulado recebido.

Figura 13 – Esquema geral de um demodulador FSK

Os primeiros computadores residenciais com sistemas de


armazenamento em fitas K7 e modem V.21 utilizavam este esquema de
modulação.

3.3 PSK (Phase-shift keying)

A modulação por alteração de fase PSK (do inglês: Phase-Shift Keying),


altera apenas a fase de um sinal portador com amplitude e frequência
constantes, através de um sinal modulante digital. A modulação PSK é um caso
especial da modulação QAM, sem variação na amplitude, utilizando os mesmos
sinais portadores em quadratura. A Figura 14 apresenta o diagrama do QPSK,
4PSK ou 4QAM, e seu respectivo sinal.

Figura 14 – Diagrama e sinal QPSK

Fonte: Malburg, 2004.

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3.4 QAM (Quadrature amplitude modulation)

A modulação em quadratura QAM (do inglês: Quadrature Amplitude


Modulation) altera simultaneamente fase e amplitude de um sinal portador com
frequência constante, através de um sinal modulante digital. As composições dos
pares amplitude-fase são distribuídas uniformemente nos quadrantes, criando
uma visão gráfica denominada constelação.
O modulador QAM é apresentado na Figura 15, na qual se observa duas
portadoras em quadratura e um conjunto de valores α e β, positivos e negativos,
que em combinação com as portadoras estabelecem pontos de amplitude e fase
no diagrama.

Figura 15 – Esquema do modulador QAM

Fonte: Elaborado com base em Brandão, 2014.

Na Figura 16 é apresentado o diagrama de símbolos do modulador da


Figura 15, com as 16 posições dos símbolos com amplitudes ±∆/2 e ±3∆/2.

Figura 16 – Constelação do sistema QAM-16

Fonte: Elaborado com base em Brandão, 2014.

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Na Figura 17, observa-se as diferenças entre os esquemas de modulação
PSK e QAM para 16 símbolos e a maior distância entre símbolo no QAM,
proporcionando maior robustez frente ao ruído.

Figura 17 – Diagrama 16QSK e constelação 16QAM

Fonte: Mow, 2006.

O QAM é utilizado na maioria dos moduladores em sistemas de rádio


enlace de micro-ondas e modems, sendo intensivamente utilizado nas
tecnologias xDSL (ADSL, VDSL).

TEMA 4 – CODIFICAÇÃO DE LINHA E CANAL

A necessidade da codificação de linha se justifica pela melhoria da


eficiência espectral do sinal ou, em outros termos, concentra-se na busca da
melhor relação bit/Hz do sistema. O sinal NRZ, produzido por sistemas digitais,
apresenta valor médio diferente de zero, o que implica em redução do alcance
de transmissão e em desperdício de energia com a componente CC, conforme
visto no gráfico da Figura 18. A necessidade de manter muitos harmônicos para
possibilitar a recuperação do sinal transmitido também incide em maior gasto de
energia e canais mais largos. A codificação de linha modifica o sinal NRZ,
transformando-o em sinal RZ, melhorando a eficiência espectral e reduzindo o
nível CC da linha, como será visto nesta aula.

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Figura 18 – Componente CC do sinal NRZ de 1 kHz

Apesar de existirem muitos tipos de códigos, com características e


aplicações específicas, pode ser adotada uma classificação comum, usada por
vários autores, que organiza os códigos em unipolares, polares, bipolares,
bifásicos e de múltiplos níveis.
Os códigos unipolares (Figura 19) são caracterizados por transmitirem
valores +V e 0V para os bits altos e baixos, respectivamente. São pouco práticos
para sistemas de transmissão, por estabelecerem nível médio diferente de zero
com valor V/2 para bits altos e baixos equiprováveis em códigos RZ e V/4 para
códigos NRZ. Os códigos NRZ-I (ou NRZI) trocam a tensão de linha a cada bit
alto, apresentando bastante imunidade a ruído, além de facilidade na
implementação, por ser um código diferencial. Consegue manter a referência de
relógio na ocorrência de muitos bits altos, mas não em longas sequências de bits
de valor lógico baixo.

Figura 19 – Códigos Unipolares

Uma versão óptica do NRZ-I foi utilizada em CD (do inglês: compact disk)
e DVD (do inglês: digital video disk), empregando dois patamares físicos na
gravação, sendo um patamar composto pela superfície do disco, denominado

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land, e outro patamar definido pelos sulcos, denominado pit, organizados em
trilhas nas quais o laser incidente reflete a luz nas partes planas e sofre difração
nas bordas dos sulcos, identificando as transições.

Figura 20 – A superfície do CD e DVD

Fonte: DVD, 2019.

Figura 21 – Decodificação do NRZ-I

Os códigos polares (Figura 22) são caracterizados por transmitirem


valores +V e -V para bits altos e baixos, respectivamente, não utilizando o nível
0V de forma útil na transmissão.
O código polar NRZ melhora o componente CC com relação aos códigos
unipolares, mantendo o valor CC em torno do zero. A principal componente de

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frequência se manifesta na metade da frequência de relógio, para sequências
alternadas de nível alto e baixo (10101010).
O código polar RZ melhora definitivamente o componente CC, produzindo
valor 0V para valores lógicos equiprováveis. Como há retorno do nível de tensão
na metade do período de bit, o pico da densidade espectral ocorre na
componente de frequência igual ao do relógio para valores subsequentes de
níveis baixos ou altos (00000000 ou 11111111).
O código NRZ-I polar funciona de maneira semelhante ao NRZ-I unipolar,
no sentido de utilizar a mesma representação dos símbolos de valor alto pela
transição de nível de linha. Possui componente CC aproximadamente igual a 0V
e harmônico de maior intensidade em valor igual à metade da frequência de
relógio, na sequência de níveis altos (11111111).
Por apresenta maior robustez na identificação da transição em relação ao
ruído, a codificação NRZ-I foi utilizada pela IBM na gravação de informações em
fitas magnéticas, sendo apresentada como NRZ IBM na documentação de
serviço dos equipamentos IBM 729.

Figura 22 – Códigos Polares

Os códigos bipolares (Figura 23), de forma diferente dos unipolares e


polares, atribuem dois valores distintos para o bit alto, alternando entre valores
+V e -V, utilizando o valor de 0V para o bit baixo. Este código garante
componente CC de valor 0V, tanto para os códigos NRZ quanto RZ. Os
harmônicos de maior energia estão concentrados em valor igual ao da metade
da frequência de relógio, para os dois códigos. Ainda existe o problema de
sincronismo por conta das longas sequências de bits baixos.

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Figura 23 – Códigos bipolares

4.1 Código Manchester

O código Manchester é utilizado na rede Ethernet IEEE 802.3,


modificando o sinal NRZ por um sinal bipolar (+V; -V), com tensão média nula.
A codificação é realizada pela divisão do tempo de bit em duas partes, nas quais
o bit alto é transmitido como uma transição de nível alto para nível baixo (HI-LO),
e o bit de nível baixo é transmitido como uma transição de nível baixo para nível
alto (LO-HI). Essa codificação elimina o nível médio de tensão e permite a
sincronização de relógio por meio das máquinas que estão conectadas ao
barramento, mesmo com a presença de longas sequências de bits de nível alto
ou baixo, conforme apresentado na Figura 24.

Figura 24 – Codificação Manchester

Fonte: Elaborado com base em Geeks For Geeks, 2019.

É importante apontar que existem duas definições opostas para a


codificação Manchester. A definição descrita acima, com transição central
crescente para o bit 1, é utilizada pelo IEEE 802.3, e apresentada por autores

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como Stallings, Halsall e Pedroni. Tanembaum apresenta a codificação
contrária, com transição central decrescente para o bit 1. Uma nota de aplicação
da Phillips de 1997 também apresenta a transição central decrescente para o bit
1, para a codificação Manchester. Um artigo publicado em 2000 no jornal
Engineering and Science Engineering, por Ron Forster, esclarece que G. E.
Thomas publicou seu artigo em 1948, quando trabalhava em um sistema de
gravação em tambor magnético para o Mark 1, computador experimental da
universidade de Manchester. Nesta publicação, utilizava transição decrescente
para o bit 1 e transição central crescente para o bit 0. O IEEE definiu e publicou
sua norma com uma referência contrária, que se tornou padrão. Desta forma,
existem dois métodos de codificação; o de transição central descendente para o
bit 1 é definido como Manchester G. E. Thomas, e outro, com transição central
ascendente para o bit 1, como Manchester IEEE 802.3.

4.2 Código Manchester Diferencial

O código Manchester diferencial ainda divide o tempo de bit em duas


partes, mas produz uma inversão de fase para o bit 1. A não inversão de fase
indica sequências de bits zeros. A troca subsequente de fase indica sequências
de bits 1, como apresentado na Figura 25. O código Manchester diferencial não
sofre o problema de inversão descrito no código Manchester.
Independentemente da polaridade do sinal, irá funcionar. O Manchester
diferencial é utilizado na rede Token Ring, IEEE 802.5.

Figura 25 – Codificação Manchester Diferencial

Fonte: Elaborado com base em Geeks For Geeks, 2019.

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4.3 Código AMI/HDB3

A padrão AMI é uma codificação RZ bipolar, caracterizada pela


alternância de valores dos bits altos entre níveis +V e -V, mas mantendo o bit
baixo em 0V, conforme apresentado na Figura 26. Essa codificação mantém o
nível CC da linha em 0V e entrega a referência de relógio para o receptor, mesmo
com longas sequências de níveis altos no sinal, embora não consiga fazer o
mesmo com longas sequências de níveis baixos.
O AMI é utilizado na codificação de linha de conexões T1, suportando o
transporte de uma estrutura TDM, composta de 24 canais, principalmente nas
comunicações de voz entre centrais telefônicas na América do Norte e Japão. A
estrutura de 24 canais de 8 bits (7 bits de amostras de voz e 1 bit de controle) é
repetida a cada 125 μs, produzindo uma taxa de 1.544 Mbps (192 bits mais 1 bit
extra).
O código HDB3 é um código bipolar que funciona de forma muito próxima
à codificação AMI, mas que implementa um mecanismo que produz transições
artificiais na linha, com vistas a substituir ocorrências de longas sequências de
zeros no sinal. A codificação substitui sequências de quatro zeros por um padrão
000V ou B00V, conforme padrão apresentado na Tabela 1. Os valores V e B são
bits com valores altos, mas com violação na polaridade, o que significa repetição
da polaridade do último bit transmitido, violando a alternância dos bits altos. Na
ocorrência de quatro zeros seguidos, avalia-se quantos bits de nível alto foram
transmitidos desde a última violação (repetição do valor +V ou -V). Caso seja um
número ímpar, o padrão de substituição será 000V. Caso seja um número par, o
padrão de substituição será B00V. A polaridade do padrão é definida conforme
a Tabela 1. O bit V representa violação sem influenciar a alternância dos valores
de +V ou -V. O código B representa violação influenciando a alternância dos
valores do sinal.

Tabela 1 – Padrões de substituição de HDB3

Quantidade de +/- bits Padrão Polaridade do último Codificado


desde último V pulso
+ 000+
IMPAR 000V
- 000-
+ -00-
PAR B00V
- +00+

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Figura 26 – Codificação AMI/HDB3

A codificação HDB3 é utilizada na codificação de linha nas conexões E1,


que transportam, em TDM, 30 canais de voz ou dados entre centrais telefônicas
no padrão brasileiro e europeu, a uma taxa de 2.048 kbps.

TEMA 5 – MODOS DE OPERAÇÃO

5.1 Taxas de bits

O termo taxa de bits se refere à quantidade de bits que foram transmitidos


em determinada unidade de tempo, medida em bits por segundo (bps). A taxa
de símbolos é outra medida importante. Os símbolos são as associações entre
informação e forma de transmitir a informação. Quando ocorre uma troca na
frequência de um sinal portador de esquema FSK, ou uma alteração na
amplitude em um esquema ASK, essas alterações são símbolos. A capacidade
de um canal está associada à quantidade de trocas de símbolos por unidade de
tempo. A taxa de símbolos na linha é medida em Bauds. No princípio das
comunicações digitais, ocorria normalmente o transporte de um bit por símbolo.
Essa condição temporal fez com que as medidas “taxa de bit” e “taxa de símbolo”
fossem tratadas equivocadamente como uma única medida. Com a evolução
dos esquemas de modulação digital, ficou mais intuitivo perceber estas
diferenças. Na Figura 27 são apresentados dois esquemas de modulação. Na
Figura 27(a), o diagrama BPSK transporta um bit por símbolo. Dessa forma,
considerando que a taxa de símbolos seja de 1.200 Bauds, a taxa de bits é de
1.200 bps. O diagrama da Figura 27(c) apresenta uma constelação do 16QAM,
com 16 símbolos, em que cada símbolo carrega quatro bits. Supondo que neste

24
canal a taxa de símbolos também seja de 1.200 Bauds, agora a taxa de bits será
quatro vezes maior, ou de 4.800 bps. Seguindo o mesmo raciocínio, a taxa de
bits para o diagrama da Figura 27(b) é de 2.400 bps.

Figura 27 – Diagrama de modulação (a) BPSK; (b) QPSK; (c) 16QAM

Fonte: Wallace, 2019.

5.2 Comunicação síncrona e assíncrona

Os sistemas de comunicação podem ser operados de modos diferentes.


No modo assíncrono, mais antigo, de menos capacidade, mas muito simples,
existe fluxo de dados apenas quando há necessidade efetivamente. Como a
linha permanece em repouso, é necessário produzir um bit de partida para alertar
o dispositivo remoto de que está iniciando a transmissão de um byte. Após o bit
de partida (Start bit – ST), seguem sete ou oito bits de dados, um bit de paridade
para verificação e um bit de parada (Stop bit), encerrando a comunicação. A
paridade indica corretamente apenas um bit trocado, mostrando uma fragilidade
da comunicação que, normalmente, leva à sua aplicação em linhas, curtas de
baixa velocidade, baixo custo e baixo risco. A interface normalmente está
disponível em microcontroladores por meio dos circuitos UART, necessitando
apenas do drive de linha proporcionado por outros componentes integrados
como o MAX232. A velocidade máxima é 115 kbps, para uma distância muito
curta, como 3m. Para 15m, por exemplo, a velocidade de operação
recomendada é 9,6 kbps.
Atualmente, o sistema assíncrono mais conhecido é o RS-232 ou V.24.
Ele voltou a ser utilizado em sistemas embarcador e soluções IoT (do inglês:
Internet of Things), pela simplicidade na operação e pelo baixo custo.

25
Os sistemas síncronos operam em alta velocidade, que variam de
centenas de kbps a dezenas de Gbps. Para permitir a leitura precisa de bits,
necessitam de uma referência precisa e constante de relógio, que normalmente
é retirada do próprio sinal transmitido, funcionalidade obtida pela codificação de
linha, vista no tema anterior.
Nos sistemas síncronos, os bits são organizados em blocos de dados,
normalmente grandes, podendo variar de centenas a milhares de bytes,
separados em campos de carga e controle. Os campos de carga carregam a
informação de sistemas usuários e os campos de controle transportam
informações que permitem a organização de informação, multiplexação e
correção de erros, muitas vezes.

5.3 Modo Simplex/Half duplex/Full duplex

Outra classificação dos sistemas de comunicação está na simultaneidade


das informações recebidas e transmitidas. Nos sistemas Simplex, existe um
transmissor e um ou vários receptores; os papeis não se invertem. A
comunicação sempre ocorre em sentido único. Sistemas de rádio difusão e de
televisão são ainda bons exemplos de sistemas Simplex. Não existem outras
aplicações operando dessa forma, mas ainda se poderia fazer uma analogia com
sensores; por exemplo, não existe sentido em um sensor receber informações,
mas permanecer continuamente enviando informações para um elemento de
controle.
Os sistemas half-duplex estabelecem comunicação nos dois sentidos,
mas não simultaneamente. A transmissão se processa em um sentido, depois
inverte conforme a necessidade dos interlocutores, mas nunca ao mesmo tempo.
As estações (ou computadores em redes) ligadas às redes locais Ethernet
10Base2 e 10Base10, operavam ligadas a um barramento comum, composto
por cabo coaxial, alternadamente. Quando uma estação fazia a transmissão, as
demais permaneciam em silêncio, aguardando a liberação do meio pera permitir
nova transmissão. Outro exemplo ocorre em sistemas mestre-escravo, no qual
o mestre tem controle absoluto das comunicações, enviando mensagens para
os escravos do barramento e autorizando o envio de respostas de cada escravo,
em intervalos específicos.

26
Figura 28 – Operação mestre-escravo half-duplex do protocolo I2C

Fonte: Elaborado com base em UM10204 User Manual, 2014.

Como exemplo de sistema mestre-escravo half-duplex, a Figura 28


apresenta uma sequência de comunicação do protocolo I2C que opera com
barramento serial a dois fios, no qual a resposta do sistema escravo ocorre em
um intervalo específico entre dois blocos de transmissões do sistema mestre.
Mesmo com intervalo de transmissão do escravo, o mestre permanece com o
controle do tempo, mantendo ativo o sinal de relógio (SCL), na linha, para
sincronizar a reposta do escravo exatamente neste intervalo.
Os sistemas full-duplex operam de forma simultânea, enviando e
recebendo informações ao mesmo tempo. Os mecanismos que permitem essa
facilidade podem implementar soluções por tensão/corrente, por faixas de
frequências diferentes no mesmo meio, ou por duplicação de meios. Redes
ethernet atuais, operando com switches, sistemas E1, T1, redes WAN e parte
dos sistemas industriais, operam em modo full-duplex.

FINALIZANDO

Vimos nesta aula o modelo normalmente utilizado para as comunicações


digitais e a função dos blocos funcionais deste modelo. Passamos pelo principal
e mais completo modelo de referência de protocolos, denominado modelo
ISSO/OSI, em que as sete camadas empregadas em redes de comunicação
foram mencionadas, da camada física que realiza a efetiva transmissão de
informações, até a camada de aplicação, que faz a interface com os aplicativos
usuários de rede. Vimos as formas de transportar informação de dados,
essencialmente digitais, ou discretas, através de meios essencialmente
analógico, pela modulação digital e pela codificação de linha, mecanismos
diferentes para necessidades diferentes de transmissão. Apresentamos,
27
finalmente, os princípios de funcionamento dos sistemas assíncronos e
síncronos, e os modos de comunicação simplex, half-duplex e full-duplex, cujo
conhecimento serão necessários para a interpretação de normas e documentos
técnicos e escolhas dos sistemas de comunicação mais adequados para uma
determinada solução técnica. Bons estudos!

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REFERÊNCIAS

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PUC-Rio, 2014.

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