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EXERCÍCIO SOBRE A POESIA DE 45

1. 1. (Upf) Sobre a chamada Geração de 45, que alguns críticos denominam de pós-modernista, apenas
é incorreto afirmar que:
a) Apresenta um primeiro balanço de sua produção por meio da publicação, em 1951, da antologia
Panorama da nova poesia brasileira, organizada por Fernando Ferreira de Loanda.
b) Encontra em João Cabral de Melo Neto o seu expoente maior, em que pese o fato de o poeta
pernambucano situar-se no grupo mais por circunstância cronológica do que por afinidades
programáticas.
c) Regride plenamente a concepções e procedimentos poéticos parnasiano-simbolistas,
desconsiderando toda a poesia existencial europeia de entreguerras, de filiação surrealista, que
poderia insuflar algum sopro de modernidade à produção do grupo.
d) Reúne, basicamente, poetas amadurecidos durante a II Guerra Mundial, como Hélio Pelegrino, Ledo
Ivo, Geir Campos, Fernando Ferreira de Loanda e José Paulo Paes, entre vários outros.
e) Rejeita o verso livre e o coloquialismo dos modernistas de 22, operando um retorno ao verso
metrificado e à dicção nobre em seus poemas.

2.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
São evidentes as marcas da linguagem do espaço urbano moderno na produção literária atual,
sobretudo na poesia. Outdoors, inscrições, pichações, logotipos, signos públicos, grafites passam a
constituir uma espécie de comunicação entre as várias camadas da sociedade, dos empresários aos
excluídos, da cultura pop às criações das grandes agências publicitárias, das manifestações populares às
campanhas políticas ou institucionais. Há uma espécie de fermentação de signos desejosos de expor
seja o rosto triunfante do capitalismo, seja a reação aos valores que ele propaga – fenômeno a que
muitos poetas contemporâneos se mostram sensíveis.

(SEPÚLVEDA, Alaor, inédito)

2. (Puccamp) Nos anos de 50 e 60 do século passado surgiu e consolidou-se uma vanguarda poética, o
Concretismo, que assumiu modelos de composição inspirados, por exemplo,
a) nos recursos de uma poética clássica pela qual se valorizavam as narrativas de cunho mítico.
b) no aproveitamento gráfico do espaço e na linguagem visual dos signos, renunciando a uma sintaxe
tradicional.
c) na rearticulação mais ousada de versos modernos em formas tradicionais, como a do soneto.
d) nas múltiplas formas do poema em prosa, garantindo assim a incorporação de originais narrativas.
e) em formas musicais consagradas, como a da sonata, com destaque para a técnica do contraponto.

3. 3. (Espcex (Aman)) Leia os versos a seguir e responda.

“Catar Feijão
Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e o oco, palha eco,”
Alguidar: recipiente de barro, metal ou material plástico, usado para tarefas domésticas

Em Catar feijão, João Cabral de Melo Neto revela


a) o princípio de que a poesia é fruto de inspiração poética, pois resulta de um trabalho emocional.
b) influência do Dadaísmo ao escolher palavras, ao acaso, que nada significam para a construção da
poesia.
c) preocupação com a construção de uma poesia racional contrária ao sentimentalismo choroso.
d) valorização do eu lírico, ao extravasar o estado de alma e o sentimento poético.
e) valorização do pormenor mediante jogos de palavras, sobrecarregando a poesia de figura e de
linguagem rebuscada.

4. 4. (Enem) Antiode

Poesia, não será esse


o sentido em que
ainda te escrevo:

flor! (Te escrevo:


flor! Não uma
flor, nem aquela
flor-virtude – em
disfarçados urinóis).

Flor é a palavra
flor; verso inscrito
no verso, como as
manhãs no tempo.

Flor é o salto
da ave para o voo:
o salto fora do sono
quando seu tecido
se rompe; é uma explosão
posta a funcionar,
como uma máquina,
uma jarra de flores.

MELO NETO, J. C. Psicologia da composição.


Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 (fragmento).

A poesia é marcada pela recriação do objeto por meio da linguagem, sem necessariamente explicá-lo.
Nesse fragmento de João Cabral de Melo Neto, poeta da geração de 1945, o sujeito lírico propõe a
recriação poética de
a) uma palavra, a partir de imagens com as quais ela pode ser comparada, a fim de assumir novos
significados.
b) um urinol, em referência às artes visuais ligadas às vanguardas do início do século XX.
c) uma ave, que compõe, com seus movimentos, uma imagem historicamente ligada à palavra poética.
d) uma máquina, levando em consideração a relevância do discurso técnico-científico pós-Revolução
Industrial.
e) um tecido, visto que sua composição depende de elementos intrínsecos ao eu lírico.
5. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Texto para a(s) questão(ões) a seguir

Catar Feijão

1
Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
2
Ora, nesse catar feijão entra um risco:
o de que entre os grãos pesados entre
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quando ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual,
açula a atenção, isca-a como o risco.

João Cabral de Melo Neto, A educação pela pedra.

5. (Fgvrj) Considere as seguintes afirmações relativas ao poema de Cabral de Melo:

I. O ideal de economia verbal, preconizado no poema, assemelha-se ao ideal estilístico do Graciliano


Ramos de Vidas secas, também este sequioso de restringir-se ao essencial.
II. O recurso ao “grão imastigável, de quebrar dente” e à “pedra [que] dá à frase seu grão mais vivo”,
com o sentido que lhe dá Cabral de Melo, encontra-se presente no próprio poema que a reivindica.
III. A ideia de se produzir uma obstrução da leitura como algo positivo participa do objetivo de se
romper com os autoritarismos da percepção – desígnio frequente na literatura moderna, inclusive
em autores estilisticamente muito diferentes de Cabral, como é o caso de Guimarães Rosa.

Está correto o que se afirma em


a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.

6.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
O urubu mobilizado

Durante as secas do Sertão, o urubu,


de urubu livre, passa a funcionário.
O urubu não retira, pois prevendo cedo
que lhe mobilizarão a técnica e o tato,
cala os serviços prestados e diplomas,
que o enquadrariam num melhor salário,
e vai acolitar os empreiteiros da seca,
veterano, mas ainda com zelos de novato:
aviando com eutanásia o morto incerto,
ele, que no civil quer o morto claro.

Embora mobilizado, nesse urubu em ação


reponta logo o perfeito profissional.
No ar compenetrado, curvo e conselheiro,
no todo de guarda-chuva, na unção clerical,
com que age, embora em posto subalterno:
ele, um convicto profissional liberal.

MELO NETO, João Cabral de. O urubu mobilizado. In: A educação pela pedra. Rio de Janeiro:
Alfaguara, 2008, p. 209.

6. (Upe) Uma das atividades do “urubu funcionário” é “aviar com eutanásia o morto incerto”. Isso
significa que ele vai
a) agir para antecipar a morte de um moribundo.
b) alimentar-se dos cadáveres em decomposição.
c) apressar-se em socorrer um doente grave.
d) tirar proveito das mortes que ocorrem na seca.
e) trabalhar em atividades relacionadas a funerais.

7. 7. (Ita) Considere o poema abaixo, de Ronaldo Azeredo:

Esse texto
I. explora a organização visual das palavras sobre a página.
II. põe ênfase apenas na forma e não no conteúdo da mensagem.
III. pode ser lido não apenas na sequência horizontal das linhas.
IV. não apresenta preocupação social.

Estão corretas
a) I e II.
b) I, II e III.
c) I e III.
d) II e IV.
e) todas.

8. 8. (Enem) Texto I
O meu nome é Severino,
não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria,
do finado Zacarias,
mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?

MELO NETO, J. C. Obras completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994 (fragmento)

Texto II

João Cabral, que já emprestara sua voz ao rio, transfere-a, aqui, ao retirante Severino, que, como o
Capibaribe, também segue no caminho do Recife. A autoapresentação do personagem, na fala inicial do
texto, nos mostra um Severino que, quanto mais se define, menos se individualiza, pois seus traços
biográficos são sempre partilhados por outros homens.

SECCHIN, A. C. João Cabral: a poesia do menos. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999 (fragmento).

Com base no trecho de Morte e Vida Severina (Texto I) e na análise crítica (Texto II), observa-se que a
relação entre o texto poético e o contexto social a que ele faz referência aponta para um problema
social expresso literariamente pela pergunta “Como então dizer quem fala/ ora a Vossas Senhorias?”. A
resposta à pergunta expressa no poema é dada por meio da
a) descrição minuciosa dos traços biográficos personagem-narrador.
b) construção da figura do retirante nordestino como um homem resignado com a sua situação.
c) representação, na figura do personagem-narrador, de outros Severinos que compartilham sua
condição.
d) apresentação do personagem-narrador como uma projeção do próprio poeta em sua crise existencial.
e) descrição de Severino, que, apesar de humilde, orgulha-se de ser descendente do coronel Zacarias.

9. 9. (Espm) QUESTÃO DE PONTUAÇÃO

Todo mundo aceita que ao homem


cabe pontuar a própria vida:
que viva em ponto de exclamação
(dizem: tem alma dionisíaca)

viva em ponto de interrogação


(foi filosofia, ora é poesia)
viva equilibrando-se entre vírgulas
e sem pontuação (na política)

O homem só não aceita do homem


que use a só pontuação fatal:
que use, na frase que ele vive
o inevitável ponto final.

(João Cabral de Melo Neto)

Assinale a afirmação inaceitável sobre o poema:


a) A exclamação estaria relacionada a uma vida exuberante, prazerosa, arrebatada.
b) Há um questionamento existencial sob vários pontos de vista humanos.
c) Numa suposta vida atribulada, o homem deve buscar equilíbrio nas pausas.
d) Na política, sugere-se que não há normas, espécie de liberdade total para mandos e desmandos.
e) O “inevitável ponto final” é metáfora da morte, ideia com a qual o homem não se conforma.

10. 10. (Enem 2ª aplicação) Açúcar

O branco açúcar que adoçará meu café


Nesta manhã de Ipanema
Não foi produzido por mim
Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
[...]
Em lugares distantes,
Onde não há hospital,
Nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome
Aos 27 anos
Plantaram e colheram a cana
Que viraria açúcar.
Em usinas escuras, homens de vida amarga
E dura
Produziram este açúcar
Branco e puro
Com que adoço meu café esta manhã
Em Ipanema.

GULLAR, F. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,1980 (fragmento).

A Literatura Brasileira desempenha papel importante ao suscitar reflexão sobre desigualdades sociais.
No fragmento, essa reflexão ocorre porque o eu lírico
a) descreve as propriedades do açúcar.
b) se revela mero consumidor de açúcar.
c) destaca o modo de produção do açúcar.
d) exalta o trabalho dos cortadores de cana.
e) explicita a exploração dos trabalhadores.

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