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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BELO HORIZONTE - UNIBH

Curso de Medicina Veterinária


Diagnóstico por Imagem

ULTRASSONOGRAFIA OCULAR EM CÃES

BELO HORIZONTE
2019
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BELO HORIZONTE - UNIBH

Curso de Medicina Veterinária


Diagnóstico por Imagem

ULTRASSONOGRAFIA OCULAR EM CÃES

Carolina de Oliveira Silva Nogueira


Carolina Menezes dos Reis
Clarissa Correa Guerra Lustosa
Francine do Amarante Freitas
Lauane Ferreira Alvim
Yasmin Karime
Orientador: Bruno Divino Rocha

BELO HORIZONTE
2019
RESUMO

Na ultrassonografia ocular de cães, o animal deve se manter na posição sentado ou o


decúbito esternal (SPAULDING, 2008). Para obter um bom resultado é necessário um
transdutor adequado, optando-se por transdutores cuja superfície de contado seja a
menor possível. A posição do transdutor sobre a superfície ocular pode ser transcorneal
ou transpalpebral. 

As estruturas oculares são descritas como hiperecóicas, hipoecóicas, ou anecóicas, de


acordo com a refletividade por elas apresentada . O bulbo ocular normal é uma esfera
anecóica (SPAULDING, 2008), assim como a lente normal. A córnea apresenta dupla
camada hiperecóica seguida por uma área anecóica. Já a íris é uma estrutura
hiperecóica. O corpo ciliar apresenta-se como uma estrutura ecóica de cada lado da
lente, adjacente à íris. O nervo óptico pode ser visto hipoecóico ou anecóico. Os
músculos extraoculares são reconhecidos como estruturas hipoecóicas e quando normais
são de difícil visualização (MATTOON & NYLAND, 2005; SPAULDING, 2008).

As enfermidades mais recorrentes que podem ser diagnosticadas pela ultrassonografia


em animais domésticos são alterações lenticulares, com alterações intracamerais ou as
com alterações retrobulbares. Corpos estranhos intraoculares ou orbitários podem
também ser identificados, e lesões identificadas nas câmaras anterior e vítrea
(MATTOON & NYLAND, 2005; SCHMIDT, 2010)

Palavras chave: ultrassonografia, ocular, cães. 

1. Introdução:

A rotina de exames oftalmológicos em cães  tem uma demanda cada vez maior, pois
com a maior expectativa de vida dos animais, a tendência é que alguns problemas de
saúde que tendem a surgir com a idade avançada, como afecções oculares, tenham uma
maior ocorrência. 

O olho é um órgão único que é constituído por tecidos sensíveis, nobres e


especializados. E, por mais que a visão não seja o sentido mais utilizado pelos cães, a
identificação do problema de modo rápido é essencial para que ele não perca a
capacidade de enxergar por completo.  O grande desafio no caso dos cães é que, ao
contrário dos humanos, os problemas oftálmicos não são identificados rapidamente.
Com isso, a ultrassonografia veterinária é uma grande aliada ao diagnóstico, tendo em
vista que auxilia na rápida identificação de doenças, de forma indolor e de baixo custo.

Hoje em dia a ultrassonografia veterinária é uma alternativa ao diagnóstico tradicional


de problemas de origem ocular, tornando-se uma ferramenta indispensável à
oftalmologia por ser uma técnica segura, não invasiva que dispensa o uso de sedação ou
de anestesia, e que complementa o exame oftálmico com a identificação das relações
anatômicas entre as estruturas intraoculares, mesmo quando os meios transparentes do
bulbo do olho se encontram opacos. Afinal, com a tecnologia disponível nos
equipamentos de ultrassom e nos tradutores é possível avaliar importantes estruturas
intraoculares. E com as informações obtidas a partir desse exame, sendo essenciais para
diagnosticar uma série de doenças, assim, podendo prosseguir com o tratamento mais
adequado para o paciente.

2. Metodologia:

Foi empregado o estudo exploratório-descritivo através de pesquisa bibliográfica, pela


utilização de dados secundários oriundos de publicações sobre ultrassonografia ocular
em cães. Foram utilizados artigos da base de dados do Google Acadêmico e Scielo, com
foco nas publicações mais recentes, dos anos de 1999 a 2018. Os seguintes descritores
foram aplicados: ultrassonografia, ocular, cães. 

3. Desenvolvimento:

O diagnóstico de ultrassom ocular é uma técnica de imagem bidimensional usada para


determinar padrões anatômicos e patológicos, principalmente quando oculares e
opacidades intra-oculares impedem a avaliação do segmento posterior do olho
(GELATT NICHOLSON et al., 1999; PETITE, 2009). Recentemente, Doppler colorido
permitiu a determinação de padrões de velocidade na vascularização ocular. Segundo
RANKIN (1999), o modo Doppler é uma técnica não invasiva usada para investigar a
circulação retrobulbar e as características do fluxo sanguíneo.
Figura 1:  Imagem no modo Doppler colorido de um cachorro com catarata e presença
de vascularização ocular e neovascularização na região da lente.

 Este método de diagnóstico é usado para avaliar a fluxo sanguíneo do olho e suas
características e índices vasculares como velocidade sistólica da vasos do olho. Imagens
obtidas dos vasos sanguíneos por meio do ultrassom Doppler são importantes para o
estudo dos vasos oculares, incluindo artéria oftálmica, ciliar anterior artérias, artérias
ciliares longas e curtas e artéria da retina. Entre as avaliações, o índice resistivo vascular
(IR) e índice de pulsatilidade (PI) têm sido utilizados para avaliar resistência no
glaucoma canino e também para efeitos terapêuticos do anti-hipertensivo sistêmico
medicamentos (NOVELLAS et al., 2007).

GONÇALVES et al. (2008) relataram que várias doenças oftálmicas, como retinopatia
diabética, glaucoma e hipertensão mostram significante alterações no padrão vascular
ocular. Alterações oftálmicas relacionadas a doenças hemodinâmicas que podem causar
lesões que muitas vezes levam a irreversível perdas de visão também foram relatadas.

A avaliação da vascularização ocular também pode fornecer informações sobre


neovascularização em casos de neoplasias e é importante para o paciente, prognóstico e
escolha da terapia adequada (GONZALES et al.,2001). Catarata é a perda de
transparência da lente e foi descrito como uma das causas mais comuns de perda
de visão em cães (PARK et al., 2009). A presença da catarata impede uma avaliação
adequada da ultrassonografia vítrea e ocular e pode ser um ferramenta importante para
avaliar essas estruturas (GONZALES et al., 2001).
Para realizar a técnica, o paciente que será submetido a ultrassonografia ocular, precisa
se manter na posição sentado ou o decúbito esternal, com a cabeça devidamente apoiada
com a ajuda de um auxiliar. (SPAULDING, 2008)
Para ter um bom exame é necessário um transdutor adequado. Existem equipamentos de
uso específico para avaliação ultrassonográfica do olho. Os equipamentos utilizados
para avaliação abdominal podem ser usados como ultrassonografia ocular sem grande
comprometimento da qualidade da imagem (MATTOON & NYLAND, 2005). 

Figura 2: Ultrassonografia em modo B em corte sagital de bulbo ocular buftálmico.


Notam-se dois triângulos ecogênicos dentro da lente caracterizando a catarata (seta).

A escolha do transdutor deve-se optar por transdutores cuja superfície de contado seja a
menor possível, tais como sondas setoriais, micro-convexas e lineares. A posição do
transdutor sobre a superfície ocular pode ser transcorneal ou transpalpebral. Na técnica
transcorneal, é posicionado diretamente sobre a córnea, enquanto que na transpalpebral
o transdutor é colocado sobre as pálpebras.
Na técnica transcorneal não se obriga à utilização de gel acústico, uma vez que o filme
lacrimal e o colírio anestésico que se emprega desempenham a mesma função. Caso o
ultrassonografista optar pela utilização transcorneal, o equipamento deverá ser estéril 
(MATTOON & NYLAND, 2005; SCHMIDT, 2010). Na vigência de lesão corneal, por
traumatismo ou ulceração, emprega-se a técnica palpebral e gel estéril. Após o exame, o
olho deve ser enxaguado com solução salina estéril (SPAULDING, 2008)

As estruturas oculares são descritas como hiperecóicas, hipoecóicas, ou anecóicas no


modo B, de acordo com a refletividade por elas apresentada . O bulbo ocular normal é
uma esfera anecóica, sendo dividida em dois compartimentos visíveis no ultrassom: o
segmento anterior e posterior (SPAULDING, 2008). 

Figura 3: Ultrassonografia em modo B em corte sagital de um bulbo ocular normal.

A córnea apresenta dupla camada hiperecóica e curvilínea seguida por uma área
anecóica, que corresponde à câmara anterior. Sobre a presença de ecos na câmara
anterior deve ser considerada anormal. A íris aparece como duas estruturas lineares,
uma de cada lado da lente, hiperecóica. A lente normal é anecóica em seu interior. O
corpo ciliar apresenta-se como uma estrutura ecóica de cada lado da lente, adjacente à
íris. A região retrobulbar é apresentada por uma área de moderada ecogenicidade devido
à grande quantidade de gordura. O nervo óptico pode ser visto em formato de funil,
hipoecóico ou anecóico. Os músculos extraoculares são reconhecidos como estruturas
hipoecóicas finas e alongadas, porém sua identificação é difícil quando estes estão
normais (MATTOON & NYLAND, 2005; SPAULDING, 2008).

Das enfermidades mais recorrentes que são diagnosticadas pela ultrassonografia em


animais domésticos podem ser divididas  entre aquelas que cursam com alterações
lenticulares, com alterações intracamerais e as com alterações retrobulbares. Corpos
estranhos intraoculares ou orbitários podem também ser identificados. Das alterações
lenticulares passíveis de observação à ultrassonografia destacam-se a luxação,
subluxação e a catarata (MATTOON & NYLAND, 2005). Das lesões identificadas nas
câmaras anterior e vítrea são classificadas em três grupos distintos: ecos puntiformes,
ecos membranosos e ecos organizados em massas (MATTOON & NYLAND, 2005;
SCHMIDT, 2010)

Corpos estranhos não metálicos e metálicos que podem estar internamente ou ao redor
do olho podem ser visualizados ao ultrassom. Corpos estranhos metálicos aparecem
como pontos ecogênicos brilhantes com (SANSOM & LABRUYÈRE, 2011). Os corpos
estranhos de madeira igualmente aparecem como um eco focal brilhante, com
sombreamento acústico posterior (MATTOON & NYLAND, 2005). Os corpos
estranhos podem, ainda, ser encontrados alojados na câmara anterior, sendo também
caracterizados como eco linear, (VALENTINI et al., 2010). Nem sempre os corpos
estranhos exibirão imagem ultrassonográfica ecogênica, seguida de reverberação ou
sombra acústica posterior. Alguns poderão apresentar-se como um nódulo de
ecogenicidade mista, com centro hiperecóico  (WELIHOZKIY et al., 2011).

4. Conclusão

A ultrassonografia ocular na veterinária é uma alternativa fácil, rápida e útil para a


avaliação do bulbo ocular como exame complementar para o diagnóstico de afecções
oculares e orbitárias na clínica oftalmológica de várias espécie. Se tornado atualmente
uma técnica segura, pouco invasiva e indispensável na prática oftalmológica.
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